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Florence e a Guerra da Criméia

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Resumo 
Grupo 3 – Enfermagem. 
Ana Julia Pinho Silva – 137554 
Gabrielle Brazil da Cruz – 137493
Sarah Caroline Diniz Veiga – 137372
João Victor Artiaga da Cruz – 137489
Katiellle Araujo Furtado – 137497
A Enfermagem, na antiguidade, não foi mencionada como profissão, mas, pela visão 
atual, podemos identificar a enfermagem nos cuidados com o nascimento e as crianças 
no passado. Isto é, esta profissão era resumida em atender às necessidades físicas dos 
doentes, ministrar alguns medicamentos, fazer curativos e cuidar da higiene, na maioria 
das vezes, estas tarefas eram realizadas em templos por religiosas. Na Idade média, a 
medicina na Europa era dividida em: A laica, Que seguia as tradições herdadas do 
Império Romano, e a eclesiástica, que existia nos mosteiros, em torno dos quais foi 
construída a maioria dos hospitais.
Os médicos iniciaram as tentativas de ensinar a cuidar de doentes, pois sentiam a 
necessidade de ter ao lado pessoas mais preparadas para ajudar em seu trabalho, 
ocorrendo em praticamente todos os países, da mesma forma que Hipócrates já teria 
feito muito tempo antes de Cristo.
A primeira tentativa foi ocorrida em NY, em 1798, por Valentine Seaman, do Hospital 
Bellevue, que começou a dar cursos regulares com aulas teóricas e de demonstrações 
práticas de anatomia, fisiologia, obstetrícia e pediatria para mulheres, para que elas 
pudessem trabalhar como enfermeiras.
Foi na Espanha que se encontrou o registro do ensino de enfermagem mais antigo, pela 
publicação, em 1833, do livro A ARTE DA ENFERMAGEM PARA A ASSISTÊNCIA
TEÓRICO-PRÁTICA DOS POBRES ENFERMOS, escrito pelo padre José Bueno y 
Gonzales, em espanhol.
Houve esforços para o estabelecimento de um sistema de enfermagem nas ilhas 
britânicas (Irlanda) em 1812, por um grupo protestante das Irmãs de Misericórdia e 
pelas Irmãs de Caridade, que se anteciparam às diaconisas anglicanas. Não fundaram 
uma escola, mas um hospital para cuidar de doentes.
Uma grande reformadora social inglesa foi Elizabeth Fry (1780-1845), casada com 
Joseph Fry, ambos estabelecidos em Londres. Inicialmente ela tentou reabilitar 
criminosos presos na cadeia de Newgate, um ambiente úmido, sem ventilação, frio e 
escuro, onde ficavam confinados sem alimentação adequada nem roupa apropriada. Ali 
misturavam-se assassinos, ladrões e doentes mentais acompanhados de crianças 
abandonadas e órfãs. Elizabeth passou a divulgar a necessidade de uma reforma nos 
cárceres, para separar doentes, colocá -los em hospitais e dar a eles devida assistência. 
Com isso, formou-se um grupo que se intitulou Sociedade das Irmãs Protestante da 
Caridade, cujo objetivo era dar cuidados de enfermagem aos doentes de todas as classes 
em seus respectivos domicílios. O trabalho de Elizabeth Fry influenciou o pastor 
luterano Theodor Fliedner (1800-1864), o qual criou, na Alemanha, o Instituto das 
Diaconisas, onde Florence Nightingale, aprenderia a praticar a enfermagem.
Em 1848, foi criada em Londres a Casa de São João, mais tarde associada ao Hospital 
King's College, que tinha o objetivo de estabelecer o treinamento sistemático de 
enfermeiras em hospitais e atrair jovens mulheres da classe média para a enfermagem, 
com direito a alojamento, alimentação e salário.
As descobertas de Louis Pasteur (1822-1895) desencadearam uma revolução nos 
costumes de higiene e assepsia da época, pois a comparação da existência de micróbios 
e a possibilidade de contágio exigiam novas estratégias de defesa, que não foram aceitas
pelas religiosas, e estas detinham o poder de comando de todo o pessoal auxiliar e 
serviçal dos estabelecimentos hospitalares. Para substituir as religiosas, os médicos 
necessitavam de auxiliares com as qualidades de desdobramento, submissão e rigor na 
ordem e limpeza, como eram as religiosas, mas sem o caráter confessional de uma 
determinada religião. Queriam uma espécie de religiosa leiga, que aceitasse submeter-se
a eles. Para isso queriam recrutar jovens de origem modesta a quem ensinariam os 
princípios de higiene, que lhes dariam competência na limpeza hospitalar. Isto é, 
deviam se submeter, sem jamais querer substituí-lo e ao mesmo tempo executar o 
trabalho de limpeza e higiene, que foram alçados ao status de técnica asséptica
O despertar da Florence para a enfermagem aconteceu em 1844, quando recebeu a visita
do médico americano Samuel Howe e sua mulher. Nesta época ela ansiava pelo desejo 
de servir ao próximo, mas sua família não a compreendia. Entretanto o mesmo a 
incentivou a seguir sua intenção, mesmo sabendo que naquela época era inadequado, 
visto pela sociedade. Segundo ele fazer o bem aos outros não poderia ser impróprio a 
ninguém.
Os hospitais esbanjavam baixos níveis de degradação, falta de saneamento, ordem e 
limpeza. Sua família tentava dissuadi-la de todas as formas possíveis, oferecia viagens e
uma vida social ativa. Mas Florence seguia determinada, e em 1845 ela teve a 
oportunidade de cuidar de um familiar e percebeu que era necessário ter habilidades e 
treinamentos adequados, além de ser bondosa e paciente com o doente.
Com o passar dos anos a opinião pública passava a manifestar interesse em reformas 
sociais em prisões, hospital e também em manicômios, e de abordagem aos pobres, 
doentes e loucos. Florence conhecia muito sobre o assunto, pois se interessava em 
coletar informações sobre a saúde pública.
Ela era uma mulher aristocrática, rica e intelectual que gostaria de trabalhar ao lado de 
pessoas socialmente desqualificadas. Em uma viagem ao Egito conheceu o trabalho das 
Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo, e no caminho de volta encontrou-se com 
Theodor e Frederika Fliedner, conversou com o casal sobre seus projetos e verificou que
eles ofereciam um programa de preparação em Kaiserswerth, e essa escola poderia ser 
como ela desejava.
Em 1851 conheceu Elizabeth Blackwell, a primeira mulher americana que se graduou e 
exerceu a medicina. Ambas se aproximaram muito e Florence confidenciou a Elizabeth, 
que a encorajou a realizar seu desejo, sobre a sua vontade de arquitetar uma irmandade 
de mulheres, bem-educadas, cuja intenção seria cuidar dos doentes e ingressar nos 
Instituto das Diaconisas, na Alemanha.
Já com 31 anos, após resistir a sua família e conseguir autorização para ir estudar, 
Florence permaneceu por três meses na instituição de Kaiserswerth, onde aprendeu 
muitas coisas, e percebeu a importância do ambiente de recuperação do enfermo. 
Terminou seus estudos e observações com as Filhas de Caridade , onde visitou hospital 
e viu a prática da enfermagem. Retornando de Kaiserswhert trabalhou em uma 
instituição de mulheres doentes da alta sociedade. Logo foi chamada para trabalhar em 
um famoso hospital, porém mal havia começado e foi chamada para a Guerra da 
Criméia.
Florence e a Guerra da Criméia 
Entre 1853 e 1856, acorreu, na Península da Criméia, uma disputa entre a Rússia e as 
forças aliadas da França, Turquia e Inglaterra. 
Rússia e França não permitiam a contratação de enfermeiras, com isso, milhares de 
soldados foram trabalhar no tratamento aos feridos em hospitais. Sendo assim evidente 
que as condições básicas de tratamentos com os feridos eram extremamente precárias. 
Uma ampla cobertura sobre tudo o que estava acontecendo nos hospitais, mobilizou a 
ou população exigindo então do governo uma solução. Florence estando ciente da 
situação logo se ofereceu, escrevendo para o ministro da Guerra, Sidney Herbert um 
amigo, que logo aceitou sua oferta, pois sabia da capacidade de Florence. 
Florence recrutou 38 mulheres, sendo elas anglicanas, leigas e católicas. Em 21 de 
outubro de 1854, elas partiram para atender os feridos da Guerra da Criméia para uma 
base em Scutari. Os feridos eram carregados de barco até o hospital improvisado, e com
a guerra, o trajeto levava de duas a três semanas, a taxa de mortalidade durante a viagem
era de75% perante os saneamentos básicos que os feridos tinham durante o transporte. 
As condições dos hospitais eram extremamente precária, por cauda disso a taxa de 
mortalidade era de 40%, Florence para atender todas as necessidades possíveis escrevia 
a alguns amigos para que mandassem ajuda e utilizava de seus próprios recursos. 
Foi reconhecida pela Associação Americana de Dietética, por impor seus pensamentos 
de acreditar que a ciência e arte de alimentar um doente eram partes a serem feitas por 
parte das enfermeiras. 
Em seis meses, Florence havia reduzido a mortalidade em 2%, sua capacidade de 
administração foi reconhecida e a fez membro da Real Sociedade de Estatísticas da 
Inglaterra. 
Era admirada por todos seus pacientes, e ficou reconhecida por suas rondas noturnas 
com sua pequena lamparina para clarear seu caminho enquanto verificava as condições 
dos feridos, a lâmpada mais tarde se tornou o símbolo da enfermagem. Meses depois 
Florence foi até o campo de batalha, em Criméia. Lá ela contraiu Febre tifoide e ficou 
muito debilitada, sendo a última a deixar o local depois que a guerra se findou.

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