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Resumo P2 - MATÉRIA DO THIAGO 1 – INTRODUÇÃO AO METABOLISMO: CATABOLISMO E ANABOLISMO Metabolismo: Conjunto de vias metabólicas que compõe o organismo. Catabolismo = reações degradativas (libera ATP) Anabolismo = reações de biossíntese (consome ATP) OBS: Vias catabólicas e anabólicas são interdependentes, pois o catabolismo produz o ATP necessário para o anabolismo. Catabolismo: Convergente = Diferentes moléculas são degradadas em um único produto (produto final comum. Glicogênio Amido Acetil – CoA Glicose Anabolismo: Divergente = Um mesmo substrato irá produzir diferentes moléculas. Aminoácidos Acetil CoA Colesterol Ácidos graxos Balanço energético: Nutrição excessiva: Obesidade Desnutrição: Marasmo (inanição): Provocada pela fome Caquexia: Doenças crônicas que afetam a absorção (Síndrome do Intestino Irritável). A pessoa pode comer bem, mas não absorve os nutrientes. Kwashiorkor: Desnutrição proteica. A pessoa ingere a quantidade correta de calorias, mão não come proteínas. 2 – TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE LIPÍDEOS: Diferente da glicose, que é transportada livre na corrente sanguínea, os lipídeos precisam de transportadores (lipoproteínas). Lipoproteína: Proteína (Apolipoproteína) Dessa forma, o lipídeo pode ser Lipídio transportado em meio aquoso Exemplo de lipoproteínas: Quilomícrons (mais volumosa, menor densidade) VLDL LDL IDL HDL (maior densidade de todas) OBS 1: Quanto maior a densidade, menos lipídeo ela carrega. Por isso, o HDL é conhecido como “colesterol bom”. OBS 2: O nível dessas lipoproteínas no sangue serve para diagnóstico de várias doenças. Fonte de Lipídeos: Dieta: transporte por quilomícrons intestino Fígado: transporte por VLDL outros tecidos Tecido adiposo: transporte por albumina outros tecidos Triacilglicerol e Colesterol; Pela bile, o fígado excreta o excesso de colesterol. Fatores de risco: Dislipidemias Descontrole da concentração de lipídeos; Pode ser causada por doença cardiovascular; Pode ser consequência genética chamada hipercolesterolemia familiar; Pode ser consequência de uma diabetes mellitus*, causando uma hipertriacilglicerolemia; Assim: Diabetes Mellitus = Insulina Ácidos Graxos Utilização de quilomícrons e VLDL (acumula) Apolipoproteínas: Parte proteica das lipoproteínas Função estrutural Cofator enzimático Ligantes de receptores Destino Metabólico: Dos Quilomícrons: Quilomícron nascente: formados dentro das células intestinais (enterócitos) e, através das vesículas do Complexo de Golgi, lançados na corrente sanguínea; carregam lipídeos da dieta, ou seja, estão aumentados depois de uma refeição. No sangue, ocorre o metabolismo desse quilomícron, ou seja, consome a parte lipídica. Isso é feito pela enzima Lipase lipoproteica (degrada triacilglicerol que está dentro da lipoproteína). Essa lipase lipoproteica, presente no sangue de forma associada ao endotélio, libera Glicerol + Ácido Graxo Livre (AGL). Esses AGL são absorvidos pelos tecidos adjacentes. Dessa forma, os quilomícrons estão disponibilizando ácidos graxos aos tecidos, podendo ser armazenados (tecido adiposo) ou degradados (músculo ou fígado). O HDL no sangue interage com os quilomícrons e o choque entre essas lipoproteínas transferem apoliproteínas entre elas. Isso é importante para o funcionamento da enzima Lipase, pois essas apoliproteínas do tipo C (Apo C) funcionam como cofator, sem elas a lipase não degrada o quilomícron. Logo, é o HDL que fornece o cofator (apopoliproteína) necessário para o quilomícron ser metabolizado pela lipase. Portanto: HDL no sangue é ruim pois acumula lipídeo O quilomícron não é 100% metabolizado pela lipase, tendo um remanescente de quilomícron, que é absorvido pelo fígado, através de receptores específicos de remanescente de quilomícrons. Esse reconhecimento pelos receptores é mediado por apopoliproteínas do tipo E (Apo E). Logo: Apo C = importante para atividade da lipase Apo E = importante para a mediação do quilomícron remanescente pelo receptor do fígado. Esquematizando: QUILOMÍCRON nascente Lipase lipoproteica + Apo C QUILOMÍCRON remanescente GLICEROL + AGL ApoE TECIDOS ADJACENTES FÍGADO Das VLDL’s: VLDL nascente vai para o sangue e será metabolizada pela lipase lipoproteica e o HDL transfere Apo C e Apo E para a VLDL; VLDL metabolizada gera ácidos graxos para tecidos extra-hepáticos Remanescente de VLDL (IDL) – lipase hepática consome o triacilglicerol e transforma IDL em LDL. Portanto, o LDL é o IDL metabolizada (só tem colesterol, já consumiu todo triacilglicerol). Esquematizando: VLDL nascente Lipase Lipoproteica + Apo C VLDL remanescente (IDL) VLDL metabolizada Lipase Ác. Graxo para Hepática tecido extra-hepático LDL Apo E Fígado Reabsorção por tecidos extra-hepáticos (leva colesterol para esses tecidos Portanto: LDL pode ser causado por problema no receptor hepático de IDL VLDL pode ser causado por: Deficiência de Apo C e HDL Deficiência de lipase Excesso de produção de VLDL pelo fígado OBS: Insulina ativa a lipase lipoproteica. Logo: DM = Deficiência para metabolizar VLDL, causando aumento de VLDL. VLDL possui baixa densidade e por isso carrega muito lipídeo, aumentando-se a chance de aterosclerose. Metabolismo de HDL: Depósito de Apo C e Apo E no sangue, transferindo para que possa haver o metabolismo de quilomícrons e VLDL; Faz o transporte reverso de colesterol, ou seja, HDL leva o colesterol dos tecidos para o fígado, que o elimina através da bile; Inversamente relacionado a aterosclerose. Portanto, HDL acima de 40 é ideal (“colesterol bom”) – LIPÓLISE Separa o Glicerol dos Ácidos Graxos, através da lipase; Processo de mobilização do triacilglicerol Participação de hormônios: Glucagon: Ativa a lipólise no interior do adipócito;É um hormônio peptídico, ou seja, não atravessa a membrana plasmática. Ele se liga a receptores na superfície da célula, gerando uma cascata de sinalização intracelular; Entra em ação no estado de jejum, para ativar a lipólise Glucagon leva ao AMPc no citosol da célula Ativa a Proteína Quinase A (pK A) Faz a fosforilação da Lipase Sensível a Hormônio (HSL) HSL ativada Degrada o Triacilglicerol (lipólise) Liberando Ácido Graxos e Glicerol Glicólise ou gliconeogênese vai para a corrente sanguínea (transportado pela albimuna - ver OBS2) Insulina: Desfavorece a lipólise; Entra em ação no estado bem alimentado; Age em outro receptor de membrana. Insulina ativa a Fosfatase (desfosforila a HSL) HSL inibida Não tem lipólise (triacilglicerol é mantido armazenado) OBS 1: Só a diminuição do glucagon não inibe a lipólise. Há a necessidade da insulina agir em outro receptor de membrana e ativar outra cascata de sinalização para inibir a lipase sensível a hormônio (HSL). OBS 2: Ácidos graxos vão, via albumina, para vários tecidos, principalmente músculos (mitocôndria das células musculares). Esse ácido graxo passa pela via de Beta oxidação na mitocôndria das células musculares (miócitos) e geram ATP. OBS 3: Cafeína é um fator externo que ativa a lipólise, porque é um alcaloide natural. Destino Metabólico do Glicerol e do Ácido Graxo: Glicerol Gliconeogênese ou Glicólise Lipólise Triacilglicerol 3 Ácidos Graxos Transportado pela albumina na corrente Sanguínea para o Miócito Entra na matriz mitocondrial para fazer Beta Oxidação OBS: O Glicerol vai para a via glicolítica e é degradado até piruvato. Também pode participar da via de gliconeogênese. Logo, o fígado utiliza o glicerol para síntese de glicose (manter a glicemia). Possíveis causas de hipoglicemia: Álcool ou excesso de gordura no fígado; Ingestão de hipoglicina (presente nas plantas) na dieta; Deficiência genética de carnitina ou outras. Biossíntese do Colesterol: Biossíntese endógena = fígado; Degradação de Ácidos graxos pode formar Acetil-CoA, que pode formar colesterol. OBS: Fármacos Estatina: Diminui a síntese de colesterol endógeno no fígado Esetimida: Inibe a absorção de colesterol no intestino Dislipidemias secundárias Provocadas pela obesidade, DM, alcoolismo, etc OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS (BETA OXIDAÇÃO) E CETOGÊNESE: A partir da lipólise teremos a formação de glicerol e ácido graxos. O glicerol vai para a gliconeogênese para manter a glicemia e o ácido graxo cai na corrente sanguínea e é transportado para vários tecidos. Ao chegar no citosol da célula alvo, o ácido graxo tem que ser mais uma vez transportado para a matriz mitocondrial, pois é nela que ocorre a beta oxidação Transporte de ácidos graxos: O transporte de ácido graxo depende de 4 coisas: CAT 1, CAT 2, Transportador e Carnitina. 1º- Ativação do ácido graxo ainda no citosol. Na extremidade carboxila do ácido graxo uma enzima (Acil CoA Sintase) adiciona CoA, gerando Acil CoA. Essa ativação é necessária para levar o ácido graxo do citosol para a mitocôndria, pois ele não atravessa a membrana externa, mas o Acil CoA sim. 2º- Acil CoA atravessa livremente a membrana externa (pouco seletiva) da mitocôndria e chega ao espaço intermembrana. 3º- Acil CoA não consegue atravessar livremente a membrana interna da mitocôndria, pois ela é altamente seletiva e, por isso, necessita de um transportador. 4º- Enzima Carnitina Aciltransferase (CAT 1): Presente na membrana interna da mitocôndria, mas seu sítio ativo está voltado para o espaço intermembrana. A CAT 1 retira o CoA do Acil CoA e adiciona carnitina, gerando Acil carnitina, que consegue atravessar a membrana interna. 5º- Acil carnitina vai para a matriz mitocondrial e o CoA que saiu do Acil volta para o citosol e participa da ativação de outro ácido graxo. A Acil Carnitina é transportada pela Carnitina Acil Carnitina Transferase. OBS: A acil carnitina só serve para o transporte, agora ela precisa de outro CoA, que já está presente na matriz mitocondrial. 6º- Enzima CAT 2: retira a carnitina e coloca o CoA, gerando Acil CoA, que vai participar da beta oxidação. Esquematizando Ácido Graxo Acil CoA Sintetase Acil CoA (ácido graxo ativado) Membrana externa Acil CoA CAT 1 Acil carnitina Carnitina Acil Carnitina Transferase Membrana interna Acil carnitina CAT 2 Acil CoA BETA OXIDAÇÃO Visão geral da beta oxidação: Ocorre em ciclos, totalizando 7 ciclos; Ao final da beta oxidação teremos 8 moléculas de Acetil CoA; Cada ciclo é composto de 4 etapas. 1ª ETAPA: Acil CoA Desidrogenase – Utiliza o FAD como coenzima. Esse FAD é produzido através da Vitamina B2 (riboflavina). 2ª ETAPA: Enoil Coa Hidratase 3ª ETAPA: Beta Hidroxiacil CoA Desidrogenase – Utiliza o NAD como coenzima. Esse NAD é produzido através da vitamina B3 (niacina) 4ª ETAPA: Tiolase – Quebra liberando o 1º Acetil CoA e adiciona CoA ao ácido graxo resultante PRODUTO DO 1º CICLO: Acetil CoA + Acil CoA Participação de vitaminas na beta oxidação: Vitamina B2 (riboflavina): Convertida em FAD (coenzima) Vitamina B3 (niacina): Convertida em NAD (coenzima) Vitamina B5 (pantetonato): O organismo transforma B5 em CoA. É uma vitamina essencial (deve ser absorvida na dieta). Logo, hipovitaminose de B2, B3 e B5 compromete esse sistema de Beta oxidação; Regulação da beta oxidação: 2 tipos: Hormonal - insulina e glucagon Não hormonal – regulada positivamente pela disponibilidade de NAD, FAD, COA e Carnitina. Dessa forma: Malonil CoA: Age inibindo a CAT 1, impedindo que o ácido graxo vá para a beta oxidação ser degradado. Logo, o Malonil CoA faz com que o ácido graxo permaneça no citosol. Insulina: Mantém a CAT 1 inibida (desfosforilação), ativando a enzima Acetil CoA carboxilase, que produz Malonil CoA; Glucagon: ativa a CAT1 (fosforização) e inativa a Acetil CoA carboxilase; Portanto, a insulina age em estado bem alimentado, favorecendo a glicólise e gliconeogênese e o Glucagon age em estado de jejum, favorecendo a beta oxidação. OBS: Qualquer fator que inibir a beta oxidação causará hipoglicemia; CETOGÊNESE: O objetivo da cetogênese é economizar glicose para tecidos que só utilizam ela como fonte de energia. Corpos cetônicos do nosso organismo: Acetona, Acetoacetato e Beta hidroxibutirato Enzimas regulatórias:Tiolase, HMG CoA Sintase, HMG CoA Descarboxilase e Beta Hidroxibutirato Hidrogenase. 5- CICLO DE KREBS: Acontece na matriz mitocondrial Etapas regulatórias do CK: ETAPA 1: Acetil CoA + Oxaloacetato Citrato Enzima: Citrato Sintase = retira CoA, gerando energia para condensar o Acetil com o oxaloacetato. Ativada por: ADP e Ca Inibida por: Citrato e ATP ETAPA 3: Isocitrato Alfa Cetoglutarato Enzima: Isocitrato Desidrogenase Ativada por: ADP e Ca Inibida por: NADH + H e Alfa Cetoglutarato ETAPA 4: Alfa Cetoglutarato Succinil CoA Enzima: Alfa Cetoglutarato Desidrogenase Ativada por: NAD e ADP Inibida por: ATP e NADH + H OBS: Arsenito e altas concentrações de amômia também inibem essa enzima. Por isso, a amônia é mantida em níveis baixos através do ciclo da ureia, que transforma essa amônia em ureia e elimina a ureia na urina. Logo, uma hiperamonemia inibe o CK. Regulação do CK: Regulação enzimática: Citrato Sintase, Isocitrato Desidrogenase e Alfa Cetoglutarato Desidrogenase Regulação geral: [NADH] = funciona como inibidor Regulação [ATP] = funciona como inibidor Negativa [ADP] = funciona como ativador Regulação [NAD] = funciona como ativador Positiva [Ca] = funciona como ativador OBS: Efeito da anaerobiose no CK = O2 também inibe o CK, assim como a cadeia transportadora de elétrons e a beta oxidação, pois inibe o metabolismo mitocondrial. Vitaminas importantes no CK: Vitamina B1 (tiamina): a coenzima tiamina pirofosfato, que é derivada da vitamina B1, compromete a etapa 4 do CK. Vitamina B2 (riboflavina): Convertida em FAD (coenzima) Vitamina B3 (niacina): Convertida em NAD (coenzima) Vitamina B5 (pantetonato): O organismo transforma B5 em CoA. É uma vitamina essencial (deve ser absorvida na dieta). Papel do CK no anabolismo: O CK pode ser uma via catabólica ou anabólica, ou seja, é uma via anfipática. CK oxidando Acetil CoA = catabolismo Intermediários do CK produzindo outras substâncias: anabolismo; Ex: oxaloacetato na síntese de glicose OBS: O CK é um ponto de integração metabólica, pois os compostos dele podem entrar ou sair do ciclo, dependendo da demanda metabólica. Intoxicação por arsênio: Inibe a enzima Complexo Piruvato Desidrogenase, que regula indiretamente o CK, pois transforma o piruvato em Acetil CoA. Sem Acetil CoA não haverá a ligação com o oxaloacetato e não dará origem ao CK. Essa enzima é: Ativada por ADP e Ca Inibida por ATP e Acetil CoA OBS: Síndrome de Leigh – Deficiência do Complexo Piruvato Desidrogenase, gerando acúmulo de piruvato, pois não forma Acetil CoA. Esse piruvato entra na fermentação láctica, causando uma acidose láctica congênita. Portanto, o que ativa o CK é: NAD FAD Atividade do Complexo Piruvato Desidrogenase 6 – CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Maior parte da produção de ATP ocorre nessa viA Localização: Membrana interna da mitocôndria Enzimas no espaço intermembrana: Adenilato quinase e Creatina quinase Elétrons Complexo 1 Ubiquinona Complexo 3 Citocromo C Complexo 4 libera elétrom para formar água Complexo 2 recebe elétrons provenientes do FADH2 Ubiquinona Complexo3 Citocromo C Complexo 4 À medida que os elétrons são transportados por esses transportadores, eles liberam energia. Qualquer droga que inibe o transporte de elétrons causa uma deficiência na produção de ATP
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