Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Registro: 2017.0000750411 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506, da Comarca de Ribeirão Preto, em que é apelante BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, é apelado FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO. ACORDAM, em 15ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente sem voto), SILVA RUSSO E RODRIGUES DE AGUIAR. São Paulo, 28 de setembro de 2017. FORTES MUNIZ RELATOR Assinatura Eletrônica TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 2 Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 Apelante: Banco Santander (Brasil) S/A Apelado: Fazenda Pública Municipal de Ribeirão Preto Comarca: Ribeirão Preto Voto nº 9585 APELAÇÃO Nulidade de Certidão de Dívida Ativa por ausência de requisitos legais CDA que traz expresso requisitos suficientes para a identificação dos débitos exigidos Ausência de prejuízo ao contraditório e ampla defesa Princípio da instrumentalidade das formas (pas des nullités sans grief) Nulidade Não ocorrência ISSQN Serviços bancários Incidência do imposto sobre atividades não incluídas na Lista de Serviços anexa à LC 56/87, não sendo possível identificá-las como sendo da mesma natureza de quaisquer dos serviços ali relacionados Interpretação extensiva que não pode desbordar do conceito de serviço bancário como atividade-fim Exclusão dos valores relativos a operações tipicamente bancárias, sem relação com remuneração por qualquer serviço Manutenção da exação com relação às demais atividades autuadas e que se enquadram nos itens 95 e 96 da Lista anexa à mencionada Lei Complementar. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença de fls. 411/413, que julgou improcedentes os embargos opostos por BANCO SANTANDER BRASIL S/A contra a execução fiscal ajuizada por PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO, declarando a higidez das CDAs que instruíram a ação de execução, condenando a casa bancária ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da execução. TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 3 Apela a instituição financeira, a fls. 414/429, alegando preliminarmente que as CDAs que embasam a execução são nulas por ausência dos requisitos elencados nos arts. 202 do CTN e 2º, §5º, da Lei 6.830/80. No mérito, afirma que “as contas autuadas pela fiscalização municipal trazem atividades que servem como meio, acessório, à implementação da atividade fim do Apelante, razão pela qual não podem sofrer qualquer tributação pelo ISS, exação apta a onerar somente as atividades finalísticas do contribuinte.” e que a multa aplicada de 30% tem caráter confiscatório. Recurso tempestivo, recebido em seu duplo efeito pelo despacho de fls. 436. A Fazenda Pública apresentou contrarrazões de fls. 439/477 nas quais pleiteia, em síntese, a manutenção da sentença recorrida. É o relatório. I. Trata-se de embargos à execução fiscal em que o Município de Ribeirão Preto busca o recebimento de R$ 25.814,92, referente a débitos de ISSQN, no exercício de 2011, já acrescido de juros, multa e atualização monetária, conforme CDA copiada a fls. 37. Em que pese não constar o número do processo administrativo ou do auto de infração que apurou o valor da dívida, a ausência de tal informação não ensejou o cerceamento de defesa do embargante, e portanto, não pode ser causa de nulidade da execução fiscal. Verifica-se a fls. 68/122 que não só o banco mencionou expressamente o número da autuação fiscal, como também TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 4 instruiu seus embargos com cópia integral do procedimento administrativo que deu origem à execução, de forma que somente a ausência do número do procedimento administrativo nas certidões de dívida ativa que instruem a execução fiscal não serve de causa suficiente para a nulidade da pretensão executiva da Fazenda Municipal. Nesse sentido, inclusive, já decidiu esta Colenda 15ª Câmara de Direito Público: APELAÇÃO EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL ISS E MULTA MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos à execução fiscal. Apelo de ambas as partes. NULIDADE DA CDA INOCORRÊNCIA Título hígido, nos termos dos artigos 202 do Código Tributário Nacional e 2º da Lei Federal nº 6.830/1980 Inocorrência, ademais, de prejuízo ao exercício da ampla defesa e do contraditório Precedente deste E. Tribunal de Justiça em caso análogo. ISS SERVIÇOS BANCÁRIOS APELAÇÃO DO EMBARGANTE - Argumentação genérica de que os serviços prestados não são tributáveis Descabimento Necessidade de impugnação específica das contas - Precedente desta C. Câmara. ISS SERVIÇOS BANCÁRIOS - APELAÇÃO DO MUNICÍPIO PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS NÃO IMPUGNADOS Inaplicabilidade à Fazenda Pública, em razão da indisponibilidade do interesse público Precedente do Superior Tribunal de Justiça Alegação de que parte das contas já havia sido tributada com relação à incorporação do Banco Interatlântico S/A Rejeição que se impõe, considerando-se que tal incorporação ocorreu mais de oito anos antes da ocorrência dos fatos geradores discutidos No entanto, incabível a tributação das rubricas referentes à "Comissão de Permanência", "Adiantamentos a depositantes" e "Juros Contratuais", que não caracterizam prestação de serviços Precedentes desta C. Câmara. HONORÁRIOS RECURSAIS Majoração nos termos do artigo 85, §11 do Código de Processo Civil de 2015 POSSIBILIDADE Observância ao disposto nos §§ 2º a 6º do artigo 85, bem como aos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º do respectivo artigo Majoração em 3% para a verba devida à Fazenda Pública e em 1% para a verba devida ao banco, totalizando, respectivamente, 13% e 11% do valor do proveito econômico obtido, que será apurado na fase de liquidação, nos termos do §4º, II, do referido artigo Sentença parcialmente reformada Recurso do Município parcialmente provido, e recurso do TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 5 embargante desprovido.1 No mais, o sistema processual brasileiro pauta-se pelo princípio da instrumentalidade das formas, declarando a nulidade apenas quando comprovado o prejuízo ao contraditório e ampla defesa para a parte que a alega, o que não ocorre no presente caso. Nesse sentido é a orientação do STJ: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DA CDA. NECESSIDADE DE REVISÃO DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal de origem concluiu inexistir nulidade na CDA, pois nela "consta, de forma detalhada, a descrição e a natureza do débito, o número de inscrição da dívida ativa, o valor do principal em reais, a data do lançamento, o nome do contribuinte, a correção monetária e os juros, bem como as multas de mora referentes ao IPTU dos exercícios de 2001 a 2003, indicando, ainda, o fundamento da incidência do tributo e acréscimos (fls. 18 a 20), não acarretando prejuízo algum ao agravante o fato de em seu cabeçalho constar "termo de inscrição em dívida ativa", vez que devidamente certificado na parte inferior dos respectivos títulos". 2. A revisão desse entendimento não demanda interpretação da legislação federal, mas sim reexame do acervo probatório, vedado nos termos daSúmula 7/STJ. 3. Agravo Regimental não provido.2 PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - EMBARGOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL - VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - INOCORRÊNCIA - NULIDADE DA CDA - REQUISITOS - SÚMULA 7/STJ - NÃO INDICAÇÃO DE LIVRO E FOLHAS DA INSCRIÇÃO - AUSÊNCIA DE NULIDADE. 1. Em virtude da pretensão do embargante de modificar o resultado do julgamento monocrático e em observância ao princípio da fungibilidade e da economia processual, recebem-se os embargos de declaração como agravo regimental. 1 TJSP; Apelação 1025066-61.2015.8.26.0576; Relator (a): Eurípedes Faim; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro de São José do Rio Preto - 1ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 15/02/2017; Data de Registro: 15/02/2017 2 AgRg no AREsp 608.437/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 19/03/2015 TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 6 2. Não há violação do art. 535, II, do CPC, quando o tribunal de origem analisa controvérsia de forma adequada e suficiente, descabendo, nessas circunstâncias, anular o acórdão de origem, por defeito na prestação jurisdicional. 3. A nulidade da CDA não deve ser declarada por eventuais falhas que não geram prejuízos para o executado promover a sua a defesa, informado que é o sistema processual brasileiro pela regra da instrumentalidade das formas (pas des nullités sans grief). 4. Não há como acolher a pretensão de reconhecimento da nulidade da CDA, quando ela exige revolvimento de fatos e provas. Incidência da Súmula 7/STJ. 5. Agravo regimental não provido.3 II. Insurge-se a embargante contra a execução fiscal proposta pela FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO, argumentando que esta pretende cobrar imposto sobre atividades não previstas na legislação pertinente. Em seu recurso de apelação, depreende-se que as contas cuja tributação é considerada controversa são: 1) 7.1.7.40.00-7 -- Rendas De Cobrança; 2) 7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PF 3) 7.1.7.95.08-3 -- Cheque Administrativo; 4) 7.1.7.95.09-0 -- Cheque de Transferência Bancária; 5) 7.1.7.95.17-9 -- Transferência Entre Contas da Própria Instituição; 6) 7.1.9.00.00-5 -- Outras Receitas Operacionais; 7) 7.1.9.99.00-9 -- Outras Rendas Operacionais; 8) 7.1.7.99.00-3 -- Rendas de Outros Serviços; 9) 7.1.9.50.00-0 -- Rendas de Créditos por Avais e fianças Honrados; 10) 7.1.9.70.00-4 -- Rendas de Garantia Prestados; 11) 7.1.7.95.02-1 -- Renovação de Cadastro; 12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PF 3 EDcl no AREsp 213.903/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 17/09/2013 TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 7 13) 7.1.7.95.05-2 - Exclusão do Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos; 14) 7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos À Vista e de Poupança; 15) 7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato Mensal Ou de Período; 16) 7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, Microficha ou Assemelhados; 17) 7.1.7.95.15-5 -- Transferência Por Meio de DOC/TED; 18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PJ; 19) 7.1.7.98.01-1 - Cadastro; 20) 7.1.7.98.02-8 - Contas de Depósitos 21) 7.1.7.98.03-5 - Transferência de Recursos; 22) 7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito; 23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PJ; 24) 7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de Custódia; 25) 7.1.7.90.00-2 Rendas de Transferência de Fundos; 26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de Encargos e Despesas. Inicialmente vale lembrar que conforme entendimento pacificado pela Súmula 424 do Superior Tribunal de Justiça, “É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987.” No mais, a jurisprudência admite a interpretação extensiva dos itens das listas de serviços anexas ao Decreto-lei 406/68 e às Leis Complementares n. 56/87 e 116/03, levando em consideração não a nomenclatura utilizada pela instituição financeira, mas sim a natureza dos serviços prestados. E no presente caso, são passíveis de tributação os serviços relacionados nos itens 95 e 96 da Lista Anexa à LC 56/87, conforme transcrito abaixo: TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 8 “95 Cobranças e recebimentos por conta de terceiros, inclusive direitos autorais, protestos de títulos, sustação de protestos, devolução de títulos não pagos, manutenção de títulos vencidos, fornecimento de posição de cobrança ou recebimento e outros serviços correlatos da cobrança ou recebimento (este item abrange também os serviços prestados por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central). 96 Instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central: fornecimento de talão de cheques; emissão de cheques administrativos; transferência de fundos; devolução de cheques; sustação de pagamento de cheques; ordens de pagamento e de créditos, por qualquer meio; emissão e renovação de cartões magnéticos; consultas em terminais eletrônicos, pagamento por conta de terceiros, inclusive os feitos fora do estabelecimento; elaboração de ficha cadastral; aluguel de cofres; fornecimento de segunda via de avisos de lançamento de extrato de conta; emissão de carnês (neste item não está abrangido o ressarcimento, a instituições financeiras, de gastos com portes do correio, telegramas, telex e teleprocessamento, necessários à prestação dos serviços).” Feitas essas considerações, passa-se à análise das contas sub judice: Inicialmente, com relação à rubrica “1) 7.1.7.40.00-7 renda de cobrança”, esta é vinculada à COSIF nº 7.1.7.40.00-7, que representa serviço passível de incidência do ISS. Nessa categoria de serviços enquadram-se as tarifas de cobrança sobre títulos, as quais estão previstas na lista anexa ao DL 406/68. Já as rubricas “2) 7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas Bancárias PF”, “10) 7.1.9.70.00-4 -- Rendas de Garantia Prestados;”, “12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de Tarifas Bancárias PF”, “14) 7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos À Vista e de Poupança;” “15) 7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato Mensal Ou de Período;”, “16) 7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, Microficha ou Assemelhados;”, “18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;”, 20) 7.1.7.98.02-8 - Contas de Depósitos”, “23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;” “22) 7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito;” e “24) TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 9 7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de Custódia;”, não se equiparam a nenhum dos serviços da lista ou mesmo congêneres, pois correspondem à receita proveniente de típica operação financeira, ou de caráter acessório ou operacional e não traz vantagem econômica à apelante, posto que por sua própria natureza não possui intuito mercantil. Da mesma forma, a recuperação de encargos e despesas, representada pela rubrica “26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de Encargos e Despesas” é operação tipicamente bancária, que não constitui serviço autônomo, compreendendo recuperação de custos e não remuneração por algum serviço prestado pelo banco, de modo que sobre ela também não incide o ISS. Vale mencionar o voto do Des. Raul De Felice, componente desta Colenda 15ª Câmara: APELAÇÃO CÍVEL Embargos à execução fiscal - ISS dos exercícios de 1995 a 1998 Município de São Paulo. 1) Alegação de decadência - Período de janeiro a novembro de 1995 Decadência afastada Aplicação do art; 173, incisoI, do CTN Precedentes do STJ - 2) Nulidade dos autos de infração e CDA's - Inexistência de defeitos que inviabilizem o prosseguimento da execução fiscal Pressupostos legais do art. 202 do CTN e do § 5º do art. 2º da Lei nº 6.830/80 atendidos Titulos executivos que possuiem a presunção de certeza e liquidez. 3) ISS sobre serviços bancários COSIF 7.1.9.30.00-6 Recuperação de Encargos e Despesas (Subconta 24.162-0 Ressarcimento multa s/ dev. Cheque) Despesa própria da instituição financeira Impossibilidade de tributação por ausência de prestação de serviços - COSIF 7.1.9.99.00-9 (Outras rendas operacionais) Ausência de correlação com os serviços indicados nos itens 95 e 96 da Lista de Serviços do Decreto 406/68, com redação dada pela Lei Complementar nº 56/87 Precedentes desta 15ª Câmara de Direito Público - Sentença reformada Recurso provido. 4 (g.n.) Contudo, sobre as demais rubricas, que ora se passa a análise, o ISS é devido. Vejamos: Com relação à prestação de garantias (aval e fiança), 4 TJSP; Apelação 9000629-61.2008.8.26.0090; Relator (a): Raul De Felice; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro das Execuções Fiscais Municipais - Vara das Execuções Fiscais Municipais; Data do Julgamento: 06/04/2017; Data de Registro: 07/04/2017. TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 10 conforme consta na rubrica “9) 7.1.9.50.00-0 -- Rendas de Créditos por Avais e fianças Honrados”, o colendo Órgão Especial deste egrégio Tribunal de Justiça, na Arguição de Constitucionalidade nº 994.05.027265-7 (Rel. Ribeiro do Santos, v.u., j. 01.09.2010), estabeleceu a possibilidade de incidência de ISS sobre tal modalidade de serviços. Aplicando-se a interpretação extensiva ao item 96 da Lista Anexa, verifica-se que são tributáveis as rubricas “3) 7.1.7.95.08-3 -- Cheque Administrativo;”, “4) 7.1.7.95.09-0 -- Cheque de Transferência Bancária;”, “5) 7.1.7.95.17-9 -- Transferência Entre Contas da Própria Instituição;”. “17) 7.1.7.95.15-5 -- Transferência Por Meio de DOC/TED;”, “21) 7.1.7.98.03-5 - Transferência de Recursos;” e “25) 7.1.7.90.00-2 Rendas de Transferência de Fundos”, “11) 7.1.7.95.02-1 -- Renovação de Cadastro;” “13) 7.1.7.95.05-2 - Exclusão do Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos;”, “19) 7.1.7.98.01-1 - Cadastro;” Por fim, com relação à “6) 7.1.9.00.00-5 -- Outras Receitas Operacionais;”, “7) 7.1.9.99.00-9 -- Outras Rendas Operacionais;”, “8) 7.1.7.99.00-3 -- Rendas de Outros Serviços;”, o embargante limitou-se a alegar a taxatividade legal, sem, contudo, comprovar a essência dos serviços prestados. Não logrou, portanto, afastar a presunção de certeza e liquidez do título executivo nesse ponto. Desse modo, são parcialmente procedentes os embargos à execução, sendo inexigível o ISSQN sobre as rubricas “2) 7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PF”, “10) 7.1.9.70.00-4 -- Rendas de Garantia Prestados” “12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PF”, “14) 7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos À Vista e de Poupança;”, “15) 7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato Mensal Ou de Período;”, “16) 7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, Microficha ou Assemelhados”, “18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 11 Bancárias PJ”, “20) 7.1.7.98.02-8 - Contas de Depósitos”, “22) 7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito;”, “23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;”, “24) 7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de Custódia;” e “26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de Encargos e Despesas.”. O valor da execução deverá ser apurado em liquidação de sentença, excluídos os itens acima mencionados. III. Também deve ser afastada a tese de confisco, considerando que a imposição da multa tem natureza sancionatória e só será aplicada em caso de descumprimento da lei pela instituição financeira. Hugo de Brito Machado leciona que a multa só teria natureza confiscatória se negasse o direito de propriedade do contribuinte, o que não foi o caso. Deve ser observado que a vedação estabelecida na CF/88, art. 150, IV, é que o tributo não tenha efeito confiscatório; desse modo, referida vedação não se estenderia à multa. A esse respeito, sustenta HUGO DE BRITO MACHADO que: Já a multa, para alcançar sua finalidade, deve representar um ônus significativamente pesado, de sorte a que as condutas que ensejam sua cobrança restem efetivamente desestimuladas. Por isto mesmo pode ser confiscatória5 Pode se concluir, pois, que a multa aplicada não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade contributiva, vedação ao confisco e isonomia. Nesse sentido, inclusive, já se manifestou esta C. 15ª Câmara de Direito Público, ao julgar caso análogo: TRIBUTÁRIO APELAÇÃO EMBARGOS À EXECUÇÃO - MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA D'OESTE ISS SOBRE SERVIÇOS BANCÁRIOS - EXERCÍCIOS DE 2004 A 2006. Sentença 5 MACHADO, Hugo de Brito; Curso de Direito Tributário; 31ª ed; São Paulo: Malheiros Editores; 2010; p. 299 TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 12 que julgou procedentes os embargos à execução, reconhecendo a não incidência do ISS sobre as contas impugnadas e extinguindo a execução fiscal. Apelo do exequente. ISS SOBRE SERVIÇOS BANCÁRIOS Contas e subcontas referentes a "Rendas de adiantamentos a depositantes", "Rendas de empréstimos", "Rendas de títulos descontados", "Rendas de financiamentos" e "Recuperação de Encargos e Despesas" que não refletem serviços constantes na lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003 Por outro lado, as contas referentes a "Receitas operacionais - Rendas de outros serviços" e "Rendas de Administração de Loterias" são passíveis de tributação pelo ISS Precedentes deste E. Tribunal de Justiça. MULTA AUSÊNCIA DE CARÁTER CONFISCATÓRIO Percentual de 20% do valor do tributo devido que não se afigura excessivo Exação mantida. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA Ocorrência Partes que foram simultaneamente vencedoras e vencidas Sentença parcialmente reformada Recurso provido em parte..6 Tendo em vista a sucumbência recíproca, uma vez que a incidência de ISS foi afastada para parte das contas contábeis autuadas, cada litigante arcará com as custas e despesas processuais na proporção de 50% cada, nos termos do que dispõe o art. 21 do CPC. Por fim, considerando que a sentença foi registrada antes de 18/03/2016, não há que se falar em arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, conforme o Enunciado Administrativo n. 7 do STJ7, devendo ser mantido o valor fixado pelo Juízo de Primeiro Grau. IV. Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso do embargante. FORTES MUNIZ RELATOR 6 TJSP; Apelação / Reexame Necessário 0003660-43.2009.8.26.0533; Relator (a): Eurípedes Faim; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro de Santa Bárbara D'Oeste - SEF - Setor de Execuções Fiscais; Data do Julgamento: 24/10/2016; Data de Registro: 24/10/2016 7 Enunciado administrativo n. 7, STJ: Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de março de 2016, será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC.
Compartilhar