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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2017.0000750411
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 
1024263-31.2014.8.26.0506, da Comarca de Ribeirão Preto, em que é apelante 
BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, é apelado FAZENDA PÚBLICA 
MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO.
ACORDAM, em 15ª Câmara de Direito Público do Tribunal de 
Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao 
recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores 
ERBETTA FILHO (Presidente sem voto), SILVA RUSSO E RODRIGUES DE 
AGUIAR.
São Paulo, 28 de setembro de 2017.
FORTES MUNIZ
RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 2
Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506
Apelante: Banco Santander (Brasil) S/A 
Apelado: Fazenda Pública Municipal de Ribeirão Preto
Comarca: Ribeirão Preto
Voto nº 9585
 
APELAÇÃO Nulidade de Certidão de Dívida Ativa por 
ausência de requisitos legais CDA que traz expresso 
requisitos suficientes para a identificação dos débitos 
exigidos Ausência de prejuízo ao contraditório e ampla 
defesa Princípio da instrumentalidade das formas (pas des 
nullités sans grief) Nulidade Não ocorrência
ISSQN Serviços bancários Incidência do imposto sobre 
atividades não incluídas na Lista de Serviços anexa à LC 
56/87, não sendo possível identificá-las como sendo da 
mesma natureza de quaisquer dos serviços ali relacionados 
 Interpretação extensiva que não pode desbordar do 
conceito de serviço bancário como atividade-fim 
Exclusão dos valores relativos a operações tipicamente 
bancárias, sem relação com remuneração por qualquer 
serviço Manutenção da exação com relação às demais 
atividades autuadas e que se enquadram nos itens 95 e 96 
da Lista anexa à mencionada Lei Complementar.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO
Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. 
sentença de fls. 411/413, que julgou improcedentes os embargos opostos 
por BANCO SANTANDER BRASIL S/A contra a execução fiscal ajuizada 
por PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO, declarando a 
higidez das CDAs que instruíram a ação de execução, condenando a casa 
bancária ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como 
honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da execução. 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 3
Apela a instituição financeira, a fls. 414/429, alegando 
preliminarmente que as CDAs que embasam a execução são nulas por 
ausência dos requisitos elencados nos arts. 202 do CTN e 2º, §5º, da Lei 
6.830/80. No mérito, afirma que “as contas autuadas pela fiscalização municipal 
trazem atividades que servem como meio, acessório, à implementação da 
atividade fim do Apelante, razão pela qual não podem sofrer qualquer tributação 
pelo ISS, exação apta a onerar somente as atividades finalísticas do contribuinte.” 
e que a multa aplicada de 30% tem caráter confiscatório.
Recurso tempestivo, recebido em seu duplo efeito 
pelo despacho de fls. 436.
A Fazenda Pública apresentou contrarrazões de fls. 
439/477 nas quais pleiteia, em síntese, a manutenção da sentença 
recorrida.
É o relatório.
I. Trata-se de embargos à execução fiscal em que o 
Município de Ribeirão Preto busca o recebimento de R$ 25.814,92, 
referente a débitos de ISSQN, no exercício de 2011, já acrescido de juros, 
multa e atualização monetária, conforme CDA copiada a fls. 37.
Em que pese não constar o número do processo 
administrativo ou do auto de infração que apurou o valor da dívida, a 
ausência de tal informação não ensejou o cerceamento de defesa do 
embargante, e portanto, não pode ser causa de nulidade da execução 
fiscal.
Verifica-se a fls. 68/122 que não só o banco 
mencionou expressamente o número da autuação fiscal, como também 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 4
instruiu seus embargos com cópia integral do procedimento administrativo 
que deu origem à execução, de forma que somente a ausência do número 
do procedimento administrativo nas certidões de dívida ativa que instruem a 
execução fiscal não serve de causa suficiente para a nulidade da pretensão 
executiva da Fazenda Municipal.
Nesse sentido, inclusive, já decidiu esta Colenda 15ª 
Câmara de Direito Público:
APELAÇÃO EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL ISS E MULTA 
MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Sentença que julgou 
parcialmente procedentes os embargos à execução fiscal. Apelo de 
ambas as partes. NULIDADE DA CDA INOCORRÊNCIA Título 
hígido, nos termos dos artigos 202 do Código Tributário Nacional e 2º 
da Lei Federal nº 6.830/1980 Inocorrência, ademais, de prejuízo ao 
exercício da ampla defesa e do contraditório Precedente deste E. 
Tribunal de Justiça em caso análogo. ISS SERVIÇOS BANCÁRIOS 
APELAÇÃO DO EMBARGANTE - Argumentação genérica de que os 
serviços prestados não são tributáveis Descabimento Necessidade 
de impugnação específica das contas - Precedente desta C. Câmara. 
ISS SERVIÇOS BANCÁRIOS - APELAÇÃO DO MUNICÍPIO 
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS NÃO IMPUGNADOS 
Inaplicabilidade à Fazenda Pública, em razão da indisponibilidade do 
interesse público Precedente do Superior Tribunal de Justiça 
Alegação de que parte das contas já havia sido tributada com relação à 
incorporação do Banco Interatlântico S/A Rejeição que se impõe, 
considerando-se que tal incorporação ocorreu mais de oito anos antes 
da ocorrência dos fatos geradores discutidos No entanto, incabível a 
tributação das rubricas referentes à "Comissão de Permanência", 
"Adiantamentos a depositantes" e "Juros Contratuais", que não 
caracterizam prestação de serviços Precedentes desta C. Câmara. 
HONORÁRIOS RECURSAIS Majoração nos termos do artigo 85, §11 
do Código de Processo Civil de 2015 POSSIBILIDADE 
Observância ao disposto nos §§ 2º a 6º do artigo 85, bem como aos 
limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º do respectivo artigo Majoração 
em 3% para a verba devida à Fazenda Pública e em 1% para a verba 
devida ao banco, totalizando, respectivamente, 13% e 11% do valor do 
proveito econômico obtido, que será apurado na fase de liquidação, 
nos termos do §4º, II, do referido artigo Sentença parcialmente 
reformada Recurso do Município parcialmente provido, e recurso do 
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 5
embargante desprovido.1
No mais, o sistema processual brasileiro pauta-se pelo 
princípio da instrumentalidade das formas, declarando a nulidade apenas 
quando comprovado o prejuízo ao contraditório e ampla defesa para a parte 
que a alega, o que não ocorre no presente caso. Nesse sentido é a 
orientação do STJ:
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DA CDA. 
NECESSIDADE DE REVISÃO DO ACERVO PROBATÓRIO. SÚMULA 
7/STJ.
1. O Tribunal de origem concluiu inexistir nulidade na CDA, pois nela 
"consta, de forma detalhada, a descrição e a natureza do débito, o 
número de inscrição da dívida ativa, o valor do principal em reais, a 
data do lançamento, o nome do contribuinte, a correção monetária e os 
juros, bem como as multas de mora referentes ao IPTU dos exercícios 
de 2001 a 2003, indicando, ainda, o fundamento da incidência do 
tributo e acréscimos (fls. 18 a 20), não acarretando prejuízo algum ao 
agravante o fato de em seu cabeçalho constar "termo de inscrição em 
dívida ativa", vez que devidamente certificado na parte inferior dos 
respectivos títulos".
2. A revisão desse entendimento não demanda interpretação da 
legislação federal, mas sim reexame do acervo probatório, vedado nos 
termos daSúmula 7/STJ.
3. Agravo Regimental não provido.2
PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO 
EM RECURSO ESPECIAL - EMBARGOS RECEBIDOS COMO 
AGRAVO REGIMENTAL - VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - 
INOCORRÊNCIA - NULIDADE DA CDA - REQUISITOS - SÚMULA 
7/STJ - NÃO INDICAÇÃO DE LIVRO E FOLHAS DA INSCRIÇÃO - 
AUSÊNCIA DE NULIDADE.
1. Em virtude da pretensão do embargante de modificar o resultado do 
julgamento monocrático e em observância ao princípio da fungibilidade 
e da economia processual, recebem-se os embargos de declaração 
como agravo regimental.
1 TJSP; Apelação 1025066-61.2015.8.26.0576; Relator (a): Eurípedes Faim; Órgão Julgador: 15ª 
Câmara de Direito Público; Foro de São José do Rio Preto - 1ª Vara da Fazenda Pública; Data do 
Julgamento: 15/02/2017; Data de Registro: 15/02/2017
2 AgRg no AREsp 608.437/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
10/02/2015, DJe 19/03/2015
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 6
2. Não há violação do art. 535, II, do CPC, quando o tribunal de origem 
analisa controvérsia de forma adequada e suficiente, descabendo, 
nessas circunstâncias, anular o acórdão de origem, por defeito na 
prestação jurisdicional.
3. A nulidade da CDA não deve ser declarada por eventuais falhas que 
não geram prejuízos para o executado promover a sua a defesa, 
informado que é o sistema processual brasileiro pela regra da 
instrumentalidade das formas (pas des nullités sans grief).
4. Não há como acolher a pretensão de reconhecimento da nulidade 
da CDA, quando ela exige revolvimento de fatos e provas. Incidência 
da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido.3
II. Insurge-se a embargante contra a execução fiscal 
proposta pela FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO, 
argumentando que esta pretende cobrar imposto sobre atividades não 
previstas na legislação pertinente. 
Em seu recurso de apelação, depreende-se que as 
contas cuja tributação é considerada controversa são:
1) 7.1.7.40.00-7 -- Rendas De Cobrança;
2) 7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PF
3) 7.1.7.95.08-3 -- Cheque Administrativo;
4) 7.1.7.95.09-0 -- Cheque de Transferência Bancária;
5) 7.1.7.95.17-9 -- Transferência Entre Contas da Própria Instituição;
6) 7.1.9.00.00-5 -- Outras Receitas Operacionais;
7) 7.1.9.99.00-9 -- Outras Rendas Operacionais; 
8) 7.1.7.99.00-3 -- Rendas de Outros Serviços;
9) 7.1.9.50.00-0 -- Rendas de Créditos por Avais e fianças Honrados; 
10) 7.1.9.70.00-4 -- Rendas de Garantia Prestados; 
11) 7.1.7.95.02-1 -- Renovação de Cadastro; 
12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PF
3 EDcl no AREsp 213.903/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 
05/09/2013, DJe 17/09/2013
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 7
13) 7.1.7.95.05-2 - Exclusão do Cadastro de Emitentes de Cheques Sem 
Fundos;
14) 7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos À Vista e de Poupança;
15) 7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato Mensal Ou de Período;
16) 7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, Microficha ou Assemelhados;
17) 7.1.7.95.15-5 -- Transferência Por Meio de DOC/TED;
18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;
19) 7.1.7.98.01-1 - Cadastro;
20) 7.1.7.98.02-8 - Contas de Depósitos
21) 7.1.7.98.03-5 - Transferência de Recursos;
22) 7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito;
23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;
24) 7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de Custódia;
25) 7.1.7.90.00-2 Rendas de Transferência de Fundos;
26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de Encargos e Despesas.
Inicialmente vale lembrar que conforme entendimento 
pacificado pela Súmula 424 do Superior Tribunal de Justiça, “É legítima a 
incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 
406/1968 e à LC n. 56/1987.”
No mais, a jurisprudência admite a interpretação 
extensiva dos itens das listas de serviços anexas ao Decreto-lei 406/68 e às 
Leis Complementares n. 56/87 e 116/03, levando em consideração não a 
nomenclatura utilizada pela instituição financeira, mas sim a natureza dos 
serviços prestados.
E no presente caso, são passíveis de tributação os 
serviços relacionados nos itens 95 e 96 da Lista Anexa à LC 56/87, 
conforme transcrito abaixo:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 8
“95 Cobranças e recebimentos por conta de terceiros, inclusive 
direitos autorais, protestos de títulos, sustação de protestos, devolução 
de títulos não pagos, manutenção de títulos vencidos, fornecimento de 
posição de cobrança ou recebimento e outros serviços correlatos da 
cobrança ou recebimento (este item abrange também os serviços 
prestados por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central).
96 Instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central: fornecimento de talão de cheques; emissão de cheques 
administrativos; transferência de fundos; devolução de cheques; 
sustação de pagamento de cheques; ordens de pagamento e de 
créditos, por qualquer meio; emissão e renovação de cartões 
magnéticos; consultas em terminais eletrônicos, pagamento por conta 
de terceiros, inclusive os feitos fora do estabelecimento; elaboração de 
ficha cadastral; aluguel de cofres; fornecimento de segunda via de 
avisos de lançamento de extrato de conta; emissão de carnês (neste 
item não está abrangido o ressarcimento, a instituições financeiras, de 
gastos com portes do correio, telegramas, telex e teleprocessamento, 
necessários à prestação dos serviços).”
Feitas essas considerações, passa-se à análise das 
contas sub judice:
Inicialmente, com relação à rubrica “1) 7.1.7.40.00-7 
renda de cobrança”, esta é vinculada à COSIF nº 7.1.7.40.00-7, que 
representa serviço passível de incidência do ISS. Nessa categoria de 
serviços enquadram-se as tarifas de cobrança sobre títulos, as quais estão 
previstas na lista anexa ao DL 406/68.
Já as rubricas “2) 7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas 
Bancárias PF”, “10) 7.1.9.70.00-4 -- Rendas de Garantia Prestados;”, 
“12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de Tarifas Bancárias PF”, “14) 
7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos À Vista e de Poupança;” “15) 
7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato Mensal Ou de Período;”, “16) 
7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, Microficha ou Assemelhados;”, 
“18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PJ;”, 20) 7.1.7.98.02-8 - 
Contas de Depósitos”, “23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas 
Bancárias - PJ;” “22) 7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito;” e “24) 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 9
7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de Custódia;”, não se equiparam a 
nenhum dos serviços da lista ou mesmo congêneres, pois correspondem à 
receita proveniente de típica operação financeira, ou de caráter acessório 
ou operacional e não traz vantagem econômica à apelante, posto que por 
sua própria natureza não possui intuito mercantil. 
Da mesma forma, a recuperação de encargos e 
despesas, representada pela rubrica “26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de 
Encargos e Despesas” é operação tipicamente bancária, que não constitui 
serviço autônomo, compreendendo recuperação de custos e não 
remuneração por algum serviço prestado pelo banco, de modo que sobre 
ela também não incide o ISS. Vale mencionar o voto do Des. Raul De 
Felice, componente desta Colenda 15ª Câmara:
APELAÇÃO CÍVEL Embargos à execução fiscal - ISS dos exercícios 
de 1995 a 1998 Município de São Paulo. 1) Alegação de decadência 
- Período de janeiro a novembro de 1995 Decadência afastada 
Aplicação do art; 173, incisoI, do CTN Precedentes do STJ - 2) 
Nulidade dos autos de infração e CDA's - Inexistência de defeitos que 
inviabilizem o prosseguimento da execução fiscal Pressupostos 
legais do art. 202 do CTN e do § 5º do art. 2º da Lei nº 6.830/80 
atendidos Titulos executivos que possuiem a presunção de certeza e 
liquidez. 3) ISS sobre serviços bancários COSIF 7.1.9.30.00-6 
Recuperação de Encargos e Despesas (Subconta 24.162-0 
Ressarcimento multa s/ dev. Cheque) Despesa própria da instituição 
financeira Impossibilidade de tributação por ausência de prestação 
de serviços - COSIF 7.1.9.99.00-9 (Outras rendas operacionais) 
Ausência de correlação com os serviços indicados nos itens 95 e 96 da 
Lista de Serviços do Decreto 406/68, com redação dada pela Lei 
Complementar nº 56/87 Precedentes desta 15ª Câmara de Direito 
Público - Sentença reformada Recurso provido. 4 (g.n.)
Contudo, sobre as demais rubricas, que ora se passa 
a análise, o ISS é devido. Vejamos: 
Com relação à prestação de garantias (aval e fiança), 
4 TJSP; Apelação 9000629-61.2008.8.26.0090; Relator (a): Raul De Felice; Órgão Julgador: 15ª 
Câmara de Direito Público; Foro das Execuções Fiscais Municipais - Vara das Execuções Fiscais 
Municipais; Data do Julgamento: 06/04/2017; Data de Registro: 07/04/2017. 
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 10
conforme consta na rubrica “9) 7.1.9.50.00-0 -- Rendas de Créditos por 
Avais e fianças Honrados”, o colendo Órgão Especial deste egrégio 
Tribunal de Justiça, na Arguição de Constitucionalidade nº 994.05.027265-7 
(Rel. Ribeiro do Santos, v.u., j. 01.09.2010), estabeleceu a possibilidade de 
incidência de ISS sobre tal modalidade de serviços.
Aplicando-se a interpretação extensiva ao item 96 da 
Lista Anexa, verifica-se que são tributáveis as rubricas “3) 7.1.7.95.08-3 -- 
Cheque Administrativo;”, “4) 7.1.7.95.09-0 -- Cheque de Transferência 
Bancária;”, “5) 7.1.7.95.17-9 -- Transferência Entre Contas da Própria 
Instituição;”. “17) 7.1.7.95.15-5 -- Transferência Por Meio de DOC/TED;”, 
“21) 7.1.7.98.03-5 - Transferência de Recursos;” e “25) 7.1.7.90.00-2 
Rendas de Transferência de Fundos”, “11) 7.1.7.95.02-1 -- Renovação de 
Cadastro;” “13) 7.1.7.95.05-2 - Exclusão do Cadastro de Emitentes de 
Cheques Sem Fundos;”, “19) 7.1.7.98.01-1 - Cadastro;”
Por fim, com relação à “6) 7.1.9.00.00-5 -- Outras 
Receitas Operacionais;”, “7) 7.1.9.99.00-9 -- Outras Rendas Operacionais;”, 
“8) 7.1.7.99.00-3 -- Rendas de Outros Serviços;”, o embargante limitou-se 
a alegar a taxatividade legal, sem, contudo, comprovar a essência dos 
serviços prestados. Não logrou, portanto, afastar a presunção de certeza e 
liquidez do título executivo nesse ponto.
Desse modo, são parcialmente procedentes os 
embargos à execução, sendo inexigível o ISSQN sobre as rubricas “2) 
7.1.7.95.00-7 -- Rendas de Tarifas Bancárias - PF”, “10) 7.1.9.70.00-4 -- 
Rendas de Garantia Prestados” “12) 7.1.7.95.99-7 -- Outras Rendas de 
Tarifas Bancárias - PF”, “14) 7.1.7.95.11-7 - Saque de Conta de Depósitos 
À Vista e de Poupança;”, “15) 7.1.7.95.13-1 - Fornecimento de Extrato 
Mensal Ou de Período;”, “16) 7.1.7.95.14-8 - Fornecimento Mocrofilme, 
Microficha ou Assemelhados”, “18) 7.1.7.98.00-4 -- Rendas de Tarifas 
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Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 11
Bancárias PJ”, “20) 7.1.7.98.02-8 - Contas de Depósitos”, “22) 
7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito;”, “23) 7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas 
de Tarifas Bancárias - PJ;”, “24) 7.1.7.70.00-8 - Rendas de Serviços de 
Custódia;” e “26) 7.1.9.30.00-6 - Recuperação de Encargos e Despesas.”. 
O valor da execução deverá ser apurado em liquidação de sentença, 
excluídos os itens acima mencionados. 
III. Também deve ser afastada a tese de confisco, 
considerando que a imposição da multa tem natureza sancionatória e só 
será aplicada em caso de descumprimento da lei pela instituição financeira. 
Hugo de Brito Machado leciona que a multa só teria 
natureza confiscatória se negasse o direito de propriedade do contribuinte, 
o que não foi o caso. Deve ser observado que a vedação estabelecida na 
CF/88, art. 150, IV, é que o tributo não tenha efeito confiscatório; desse 
modo, referida vedação não se estenderia à multa. A esse respeito, 
sustenta HUGO DE BRITO MACHADO que:
Já a multa, para alcançar sua finalidade, deve representar um ônus 
significativamente pesado, de sorte a que as condutas que ensejam 
sua cobrança restem efetivamente desestimuladas. Por isto mesmo 
pode ser confiscatória5
Pode se concluir, pois, que a multa aplicada não se 
mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da 
capacidade contributiva, vedação ao confisco e isonomia. Nesse sentido, 
inclusive, já se manifestou esta C. 15ª Câmara de Direito Público, ao julgar 
caso análogo:
TRIBUTÁRIO APELAÇÃO EMBARGOS À EXECUÇÃO - 
MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA D'OESTE ISS SOBRE 
SERVIÇOS BANCÁRIOS - EXERCÍCIOS DE 2004 A 2006. Sentença 
5 MACHADO, Hugo de Brito; Curso de Direito Tributário; 31ª ed; São Paulo: Malheiros Editores; 
2010; p. 299
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Apelação nº 1024263-31.2014.8.26.0506 -Voto nº 12
que julgou procedentes os embargos à execução, reconhecendo a não 
incidência do ISS sobre as contas impugnadas e extinguindo a 
execução fiscal. Apelo do exequente. ISS SOBRE SERVIÇOS 
BANCÁRIOS Contas e subcontas referentes a "Rendas de 
adiantamentos a depositantes", "Rendas de empréstimos", "Rendas de 
títulos descontados", "Rendas de financiamentos" e "Recuperação de 
Encargos e Despesas" que não refletem serviços constantes na lista 
anexa à Lei Complementar nº 116/2003 Por outro lado, as contas 
referentes a "Receitas operacionais - Rendas de outros serviços" e 
"Rendas de Administração de Loterias" são passíveis de tributação 
pelo ISS Precedentes deste E. Tribunal de Justiça. MULTA 
AUSÊNCIA DE CARÁTER CONFISCATÓRIO Percentual de 20% do 
valor do tributo devido que não se afigura excessivo Exação mantida. 
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA Ocorrência Partes que foram 
simultaneamente vencedoras e vencidas Sentença parcialmente 
reformada Recurso provido em parte..6
Tendo em vista a sucumbência recíproca, uma vez 
que a incidência de ISS foi afastada para parte das contas contábeis 
autuadas, cada litigante arcará com as custas e despesas processuais na 
proporção de 50% cada, nos termos do que dispõe o art. 21 do CPC.
Por fim, considerando que a sentença foi registrada 
antes de 18/03/2016, não há que se falar em arbitramento de honorários 
sucumbenciais recursais, conforme o Enunciado Administrativo n. 7 do 
STJ7, devendo ser mantido o valor fixado pelo Juízo de Primeiro Grau.
IV. Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso 
do embargante. 
FORTES MUNIZ
 RELATOR 
6 TJSP; Apelação / Reexame Necessário 0003660-43.2009.8.26.0533; Relator (a): Eurípedes Faim; 
Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro de Santa Bárbara D'Oeste - SEF - Setor de 
Execuções Fiscais; Data do Julgamento: 24/10/2016; Data de Registro: 24/10/2016
7 Enunciado administrativo n. 7, STJ: Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a 
partir de 18 de março de 2016, será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, 
na forma do art. 85, § 11, do novo CPC.

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