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fundamentos de
economia
TECNOLOGIA EM
HOTELARIA
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Ministério da Educação - MEC
Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior
Universidade Aberta do Brasi l
Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Ceará
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Fundamentos de Economia.pdf 1 23/09/2013 12:25:54
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Aberta do Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Diretoria de Educação a Distância
Fortaleza, CE
2013 
Tecnologia em Hotelaria 
Fundamentos de Economia
Antônio Valdson dos Santos Alencar
Fabiano Porto de Aguiar
2ª edição
Créditos
Presidente
Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação
Aloízio Mercadante Oliva
Presidente da CAPES
José Almeida Guimarães
Diretor de EaD - CAPES
João Carlos Teatini Clímaco
Reitor do IFCE
Virgílio Augusto Sales Araripe
Pró-Reitor de Ensino
Reuber Saraiva de Santiago
Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora 
UAB/IFCE
Cassandra Ribeiro Joye
Coordenadora Adjunta UAB 
Cristiane Borges Braga
Coordenadora do Curso de Tecnologia em 
Hotelaria
Fabíola Silveira Jorge Holanda
Elaboração do conteúdo
Antônio Valdson dos Santos Alencar
Fabiano Porto de Aguiar
Colaboradora
Jane Fontes Guedes
Equipe Pedagógica e Design Instrucional
Daniele Luciano Marques
Iraci de Oliveira Moraes Schmidlin
Isabel Cristina Pereira da Costa
Jane Fontes Guedes
Karine Nascimento Portela
Lívia Maria de Lima Santiago
Luciana Andrade Rodrigues
Maria Cleide da Silva Barroso
Márcia Roxana da Silva Regis
Marília Maia Moreira
Saskia Natália Brígido Batista
Virgínia Ferreira Moreira
Equipe Arte, Criação e Produção Visual
Benghson da Silveira Dantas
Camila Ferreira Mendes
Denis Rainer Gomes Batista
Érica Andrade Figueirêdo
Luana Cavalcante Crisóstomo
Lucas de Brito Arruda
Lucas Diego Rebouças Rocha
Marco Augusto M. Oliveira Júnior 
Quezia Brandão Souto
Rafael Bezerra de Oliveira
Suzan Pagani Maranhão
Equipe Web
Aline Mariana Bispo de Lima
Benghson da Silveira Dantas 
Corneli Gomes Furtado Júnior
Fabrice Marc Joye
Germano José Barros Pinheiro
Herculano Gonçalves Santos
Lucas do Amaral Saboya
Pedro Raphael Carneiro Vasconcelos
Samantha Onofre Lóssio
Tibério Bezerra Soares
Áudio
Lucas Diego Rebouças Rocha
Revisão 
Antônio Carlos Marques Júnior
Aurea Suely Zavam
Débora Liberato Arruda Hissa
Nukácia Meyre Araújo de Almeida
Saulo Garcia
Logística
Francisco Roberto Dias de Aguiar
Secretários
Breno Giovanni Silva Araújo
Laide Ane de Oliveira Ferreira
Auxiliar
Charlene Oliveira da Silveira
Daniel Oliveira Veiga
Nathália Rodrigues Moreira
Yara de Almeida Barreto 
Alencar, Antônio Valdson dos Santos.
 Fundamentos de economia / Antônio Valdson dos Santos Alencar; 
Fabiano Porto de Aguiar (coautor); Coordenação Cassandra Ribeiro Joye. 
- 2. ed. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2013. 
78p. : il. ; 27cm.
ISBN 978-85-475-0024-5
 1. ECONOMIA-HISTÓRIA. 2. BENS ECONÔMICOS. 3. MACRO-
ECONOMIA. 4. SISTEMAS ECONÔMICOS. I. Joye, Cassandra Ribeiro 
(coordenação). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFCE. 
III. UAB IV.Título. 
CDD 330
A368f 
Catalogação na Fonte: Tatiana Apolinário Camurça (CRB 3 – Nº 1045)
SUMÁRIOApresentação 7Referências 77
AULA 1
Tópico 1 A economia como ciência social e a origem 
do pensamento econômico 9
Origem da economia e as correntes de 
pensamento econômico 8
Os mercantilistas e os fisiocratas 13Tópico 2
A escola clássica16Tópico 3
O pensamento marxista 21Tópico 4
A escola neoclássica e a revolução 
keynesiana 24
Tópico 5
AULA 2 Introdução aos problemas e sistemas 
econômicos 28
Tópico 1 Os problemas econômicos fundamentais 29
Bens e Serviços 33Tópico 2
Sistemas econômicos e curva FPP 36Tópico 3
AULA 3 Introdução à microeconomia 44
Tópico 1 O mercado: estruturas e mecanismos básicos 45
Elasticidade 53Tópico 2
Comportamento do consumidor 58Tópico 3
Currículo 78
AULA 4 Introdução à macroeconomia 62
Tópico 1 Políticas macroeconômicas e indicadores de 
desempenho 63
Inflação 68Tópico 2
Crescimento e desenvolvimento econômico 72Tópico 3
Políticas macroeconômicas e indicadores de 
desempenho75
Tópico 4
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Tradicionalmente, o setor turístico tem se apresentado como um dos setores de 
maior destaque e em processo de evolução na economia brasileira, e em especial 
do nordeste. Nos últimos anos, o setor tem registrado crescimentos significativos, 
tanto na quantidade de visitantes quanto no volume de investimentos.
Nossa disciplina de Fundamentos de Economia ajudará você a entender como a 
economia está presente em ações que realizamos diariamente. Além disso, você 
vai visualizá-la e compreendê-la de maneira que possamos ter uma visão crítica e, 
futuramente, tomarmos medidas e decisões baseadas nos conceitos econômicos 
abordados.
O turismo, como não poderia deixar de ser, está inserido diretamente em nossa 
economia e sem dúvida trata-se de um dos negócios mais rentáveis e em franco 
processo de crescimento. Esse segmento é classificado como uma atividade 
eminentemente de prestação de serviços, enquadrando-se, portanto, no setor 
terciário de nossa economia, interagindo também com os setores primário e 
secundário.
Com certeza, você já ouviu falar nos conceitos econômicos que serão abordados 
por nós nesta disciplina: demanda, oferta, inflação, desenvolvimento econômico, 
dentre outros. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais e saber como podemos 
trazer esses conhecimentos para as atividades relacionadas com o turismo.
Desejo a você um ótimo estudo e que sirva como uma boa base para o seu 
desenvolvimento pessoal e profissional.
Prof. Fabiano Porto
APRESENTAÇÃO
8 Fundamentos de Economia
AULA 1 Origem da economia e as correntes de pensamento 
econômico
Nesta aula, estudaremos um pouco de história econômica, dedicaremo-nos a 
conhecer as ciências econômicas, o que significa, qual a origem de sua palavra 
e sua classificação como ciências sociais. Destacaremos, também, os principais 
pensadores econômicos, aqueles que influenciaram e até hoje são seguidos em 
suas linhas de pensamento. Além disso, analisaremos as escolas de pensamento 
econômico, seus principais defensores e os diferentes pontos de vista, o que faz 
da economia objeto de discussões e debates de correntes distintas.
Para a elaboração desta aula, tomamos como base o livro História do 
Pensamento Econômico do HUNT, podendo ser usado para um maior 
aprofundamento, caso seja de interesse do aluno.
Objetivos
• Conhecer a economia como ciência social
• Estudar sobre a origem do pensamento econômico e sua importância no 
ramo comercial
• Conhecer a influência do Mercantilismo e da Fisiocracia no fortalecimento da 
economia
• Conhecer os principais influenciadores da escolha Clássica
• Discutir sobre a importância da obra do economista Karl Marx na economia 
capitalista
• Conhecer as contribuições da Escola Neoclássica para as teorias 
microeconômicas
• Estudar a Revolução Keynesiana na teoria econômica
9
Neste tópico, estudaremos a economia como ciência social, sua origem, sua relação com o indivíduo e sua importância para o comércio e para a organização das formas de negociações entre 
as pessoas. Ainda neste tópico, discutiremos a origem do pensamento econômico, 
que serve como base de estudo para todo assunto relacionado com as linhas de 
pensamento seguidopelos economistas.
1. A ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL
As Ciências Sociais estudam os fenômenos sociais e o desenvolvimento, a 
organização e o funcionamento da sociedade. O objeto de estudo dessa ciência é o 
homem e sua interação entre si, no seio da sociedade; sua relação com a natureza, 
a formação de poder político e econômico, as relações entre raças, gêneros, etnias, 
etc. Essa ciência realiza, ainda, a investigação acadêmica com vistas à compreensão 
científica do mundo atual.
Tal qual a Antropologia, as Ciências Políticas 
e a Sociologia, a Economia é também considerada 
uma ciência social, pois se ocupa do comportamento 
humano e estuda como as pessoas e as organizações na 
sociedade se empenham na produção, distribuição, 
troca e consumo de bens e serviços. Ela tem por 
objetivo a análise dos problemas econômicos e a 
apresentação de soluções para resolvê-los, de forma 
TÓPICO 1 A economia como ciência social e a origem do pensamento econômico
ObjetivOs
• Conhecer a econômica como ciência social
• Estudar a origem do pensamento econômico e sua 
importância no ramo comercial
AULA 1 TÓPICO 1
V O C Ê S A B I A?
O desenvolvimento das Ciências Sociais 
data do século XIX, a partir de ideias 
filosóficas de então, mas experimentou 
grande crescimento no século XX em diante.
Matemát ica Bás ica I I1010 Fundamentos de Economia
a melhorar a qualidade de vida dos agentes envolvidos (famílias, governos e empresas) 
e a forma como esses agentes econômicos interagem entre si. Resumindo, isso forma a 
atividade econômica, que é exercida pelo homem dentro dessa sociedade.
Existe outro conceito importante para tratarmos 
brevemente: a Organização Econômica, que é a forma como 
a sociedade está organizada para desenvolver as atividades 
que envolvem a economia. Ela está dividida, basicamente, 
em dois tipos de organizações: Economia de Mercado 
(descentralizada - capitalista) e Economia Planificada 
(centralizada - socialista).
Ainda na análise do estudo das Ciências Econômicas, 
no intuito de entender o funcionamento do mundo 
econômico, os economistas fazem distinção entre dois tipos 
de afirmações: o que é afirmação positiva (e o que deveria 
ser) afirmação normativa. Na afirmação positiva, a economia 
se comporta como cientista, pois esse tipo de informação 
deve ser coerente com o ambiente econômico, baseada em 
um processo de investigação cientifica, que é dividida em 
três fases: observação e mensuração, construção de modelos 
e o teste desses modelos econômicos. Portanto, trata-se 
de declarações que descrevem o mundo econômico exatamente como ele é. Por 
exemplo, para se ter um sistema de saúde eficiente e com ótima qualidade, necessita 
de investimentos no setor.
Na informação normativa, as declarações lançadas não podem ser checadas e 
validadas, podemos recorrer apenas aos dados por elas apresentados. Por exemplo, 
deve ser garantido acesso igualitário e universal a um sistema de saúde de qualidade, 
ou seja, faz afirmações de como a economia deveria ser, nesse caso, o economista se 
comporta como político.
A maior parte do curso de fundamentos de economia procura explicar como 
a economia funciona (economia positiva), mas isso tendo em mente que o objetivo 
é usar os conceitos para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
2. A ORIGEM DO PENSAMENTO ECONÔMICO 
A economia, como uma teoria social, é baseada em eventos e circunstâncias 
sociais em constante processo de transformação no decorrer do tempo, então 
V o c ê S a b i a?
A palavra economia tem sua 
origem na língua grega, a 
partir da palavra oikonomía, 
onde oikos significa casa, 
moradia; e nomos – lei, 
costume, administrar, ou 
seja, algo como “regras da 
casa” ou “administração 
da casa”. Também deriva 
do latim oeconomìa, que 
significa ordem, arranjo, 
disposição.
11
podemos dizer que as teorias sociais são produtos das circunstâncias econômicas 
e sociais em que são concebidas, ou seja, dentro de um contexto social, político e 
cultural que estão inseridas. 
Também é correto afirmar que o ser humano pode agir, criar, alterar as 
circunstâncias econômicas e sociais com ideias que tem sobre elas. Portanto, quando 
falamos no pensamento econômico em suas diversas linhas de tempo, analisamos 
também todo o contexto histórico da época em que ele está inserido.
Na antiguidade, desenvolviam-se organizações 
econômicas em civilizações consideradas bastante 
evoluídas para a época, como na Grécia, onde as atividades 
econômicas baseavam-se em uma economia doméstica a 
base de trocas, as ideias tinham cunho filosófico, não 
tendo pensamento econômico independente, podemos 
destacar como autores, Aristóteles e Platão.
 Outra civilização destacada em atividade 
econômica é a romana, nela, as ideias econômicas 
estavam completamente subordinadas à política. Assim 
como na Grécia, a troca de mercadorias era intensa, com 
fatores favoráveis à expansão, como a navegação pelo 
Mediterrâneo e as companhias mercantis.
Na Idade Média (séculos V ou XI), vimos o surgimento do feudalismo, 
principalmente na Europa Ocidental, em consequência do surgimento de cidades 
urbanas que dependiam da agricultura para a obtenção do alimento e de matérias-
primas. No feudalismo, o senhor feudal era o dono da terra (feudo) e os servos 
trabalhavam para pagar pela utilização dela. Nesse período da história, a maior 
parte das terras pertencia ao clero.
Com o declínio do sistema feudal, em meados dos 
séculos XIV e XV, e com a libertação dos trabalhadores 
do senhor feudal, o comércio entre cidades e o 
surgimento das feiras começaram a ganhar força, 
isso exigia melhores vias de comunicação, moedas, 
produtos, etc. Nessa época, surgiram As Cruzadas, que 
serviram para colocar a Europa em contato com a Ásia, 
impulsionando o comércio pelo Mediterrâneo. 
V O C Ê S A B I A?
Nas sociedades pré-históricas, já havia 
atividade econômica, pois o homem se 
relacionava com seus pares e utilizava 
os recursos naturais para suprir suas 
necessidades básicas. Sempre em 
evolução, com o surgimento da era 
neolítica, já utilizava ferramentas 
rudimentares para caça, pesca e 
praticava, também, a agricultura.
V O C Ê S A B I A?
Para conhecer mais As Cruzadas, consulte 
o Portal BrasilEscola.com no link: https://
brasilescola.uol.com.br/historiag/
cruzadas.htm.
AULA 1 TÓPICO 1
Matemát ica Bás ica I I1212 Fundamentos de Economia
Neste tópico, vimos que a Economia é considerada uma ciência social, uma 
vez que estuda o comportamento das pessoas e das organizações, desde produção 
até o consumo de bens e produtos. Estudamos, também, a origem do pensamento 
econômico. No próximo tópico, conheceremos um pouco sobre dois fatos históricos 
que influenciaram no fortalecimento da Economia: os mercantilistas e os fisiocratas.
13AULA 1 TÓPICO 2
TÓPICO 2 Os mercantilistas e os fisiocratas
• Conhecer a influência do Mercantilismo e 
da Fisiocracia no fortalecimento da econo-
mia
ObjetivO
Após termos estudado a Economia como ciência social, bem como a sua origem, estudaremos, neste tópico, os mercantilistas e os fisiocratas no contexto do surgimento da economia como ciência.
1. O SURGIMENTO DO MERCANTILISMO E DA FIOSIOCRACIA
Após esse momento histórico (entre os 
séculos XV a XVI), a economia começa a engatinhar 
e ganhar força por toda Europa. Nessa época, os 
pensadores econômicos começavam a entender 
que a política econômica do estado era baseada no 
acumulo de capitais, ou seja, eram os estoques dos 
metais preciosos que constituíam a riqueza de uma 
nação, assim, surgia o mercantilismo.
Na prática mercantilista, para que o estado 
conseguisse o esperado acúmulo de capitais,a 
Balança Comercial tinha que se manter favorável 
e evitar a evasão monetária. Era preciso, ainda, 
auxiliar e manter as reservas de ouro, visto 
que se exportava mais do que importava mercadoria, o que tornava o comércio 
internacional um poderoso instrumento da política econômica da época.
No mercantilismo, adotava-se uma política estatal absolutista e nacionalista. 
Foto 1: quadro de Claude Lorrain, representação de um porto 
francês em 1638..
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Matemát ica Bás ica I I1414 Fundamentos de Economia
Na primeira, o poder era centralizado no rei com o apoio da burguesia; a segunda, 
tinha uma grande intervenção do estado sobre todas as atividades produtivas, com 
o intuito de promover a prosperidade nacional e, consequentemente, fortalecimento 
do Estado.
A partir do século XVIII, surgiu a Fisiocracia, uma corrente que criticava 
o modelo mercantilista defendendo que não havia necessidade da regulação e 
consequente controle do governo nas atividades econômicas do estado. No modelo 
fisiocrata, a riqueza consistia em bens produzidos pela natureza em atividades 
como agricultura, pesca, mineração; nesse caso, a própria natureza era reguladora 
das atividades econômicas, portanto, o rei tinha a função de ser o intermediário 
para que as leis da natureza fossem realmente cumpridas. 
Os pensadores fisiocratas dividiam a sociedade em três classes: a classe 
produtiva, formada pelos agricultores; a classe dos proprietários das terras, nobreza 
/ burguesia; e os denominados estéreis, classe composta por comerciantes, artesãos 
ou grupos não envolvidos no trabalho agrícola.
Portanto, os fisiocratas foram os primeiros pensadores que se mostraram 
contrários à intervenção estatal na economia. Era a política do “laissez faire, laissez 
passer, lê monde va de lui même” (“deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si 
mesmo”), frase originada do pensador fisiocrata Vincent de Gournay.
As ideias fisiocratas formularam, pela primeira vez, uma ideia sistemática e 
lógica do pensamento econômico, formaram a base do liberalismo econômico, daí 
sua importante contribuição no cenário das ciências econômicas.
O mais importante representante da fisiocracia era o médico da corte de Luis 
XV e pensador François Quenay, que, em 1758, publicou a obra Tableau Économique 
(Quadro Econômico), marcando o início da Escola Fisiocrática. Segundo Quenay, 
existe uma ordem natural e essencial das sociedades humanas e é inútil contrariar 
com leis, regulamentos ou sistemas econômicos. 
Para entendermos melhor a ordem cronológica e suas respectivas linhas de 
pensamento, temos a seguinte diagramação
15
Chegamos ao final deste tópico, por meio dele, conhecemos o Mercantilismo 
e a Fisiocracia, dois fatos históricos que influenciaram e fortaleceram o pensamento 
econômico ao longo dos tempos. No próximo tópico, daremos continuidade 
estudando mais um marco na história do pensamento econômico: a Escola Clássica.
AULA 1 TÓPICO 2
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16 Fundamentos de Economia
TÓPICO 3 A escola clássica
ObjetivOs
• Conhecer a Escola Clássica como um marco do pensa-
mento econômico
• Conhecer os principais influenciadores da Escola 
Clássica
No tópico anterior, estudamos que o Mercantilismo adotava uma centralização da economia, ou seja, o rei e a burguesia tinham grande influência em todas as atividades produtivas. Vimos 
também que a Fisiocracia surgiu criticando esse modelo de economia e propondo 
três classes: a classe produtiva, a classe dos proprietários e a classe dos comerciantes. 
Neste tópico, estudaremos o surgimento da escola clássica e o que esse momento 
acrescentou ao pensamento econômico.
1. A ESCOLA CLÁSSICA
A economia clássica foi um grande marco para o pensamento econômico, assim 
como os fisiocratas, defendia o liberalismo econômico. Entretanto, propõe alterações 
aos pensamentos elaborados por seus precursores mercantilistas e fisiocratas.
Os clássicos defendiam a concorrência como uma ideia central do modelo. O 
mercado em que vigora esse sistema funciona de maneira espontânea, garantindo a 
alocação mais eficiente dos recursos e da produção, sem que haja lucros em demasia 
e que isso seja reinvestido e não apropriado. Por essa razão, o único papel econômico 
do governo (além do básico, que é garantir a lei e a ordem) é a intervenção na 
economia quando o mercado não existe ou quando deixa de funcionar em condições 
satisfatórias, ou seja, quando não há livre concorrência. Segundo a teoria clássica, 
na economia concorrencial, a oferta de cada bem e de cada fator de produção tende 
sempre a igualar a procura. 
17
Os economistas desta corrente eram predominantemente da escola inglesa, 
podemos destacar como pensadores clássicos o escocês Adam Smith, David Ricardo, 
Robert Malthus, entre outros.
AdAm Smith
Filho de um fiscal da alfândega, Adam Smith começou o 
estudo em economia em Kirkcaldy, sua cidade natal e, aos 14 
anos, ingressou na universidade de Glasgow, onde se graduou 
em 1740. Smith também adquiriu conhecimentos de filosofia na 
famosa universidade de Oxford, Inglaterra.
Em 1767, Adam Smith iniciou a elaboração daquela 
que viria a ser sua obra mais famosa, “A Riqueza das Nações” 
publicada em 1776, com ela, lançou as bases para a formação do 
liberalismo, a teoria da livre concorrência e o conceito do livre 
mercado. Smith morreu no ano de 1790, sua obra é discutida 
e estudada pelos economistas do mundo todo. Essa obra trata 
a Teoria Econômica de forma sistematizada, cria um modelo 
abstrato totalmente coerente com a realidade econômica da época. Smith elaborou 
teorias nunca antes descritas pelos pensadores como: a teoria do valor, do lucro, 
entre outras alterações; esse autor modelava ligações entre as classes sociais, o 
sistema de produção, o comércio, a circulação de moeda, a distribuição da riqueza, 
entre outros. 
Adam Smith concordava em muitos aspectos com os ideais fisiocratas, mas 
discordava com o conceito de riqueza originada somente pelo setor agrícola. Ele 
acreditava que a natureza não é a única responsável pela produtividade, já que 
outros instrumentos como tratores, ferramentas agrícolas, fertilizantes e a própria 
genética também podem ajudar no desenvolvimento das colheitas. Para os clássicos, 
esses instrumentos eram denominados de fatores tecnológicos, os quais não foram 
objeto de estudo dos fisiocratas. Além disso, existia outra discordância entre 
fisiocratas e clássicos, para estes, não só a agricultura, mas também a indústria era 
criadora da riqueza.
Os clássicos preocupavam-se com o crescimento econômico a longo prazo 
(devido ao acúmulo de capital); com o destino do excedente produzido e pelo 
modo de como esse excedente era distribuído entre as classes sociais, pois uma 
má distribuição poderia afetar o crescimento econômico. Smith, por exemplo, 
AULA 1 TÓPICO 3
Foto 2: Adam Smith – economista e 
filosofo escocês (1723-1790)
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Matemát ica Bás ica I I1818 Fundamentos de Economia
“Malthus viveu em uma época tumultuada, de intensos conflitos de classes 
e suas obras refletem sua posição com relação a esses conflitos. Primeiro 
a Revolução Industrial que só foi possível com sacrifícios e sofrimentos 
principalmente da classe operária. Em segundo, em fins do século XVIII e 
inicio do século XIX, a antiga classe de proprietários das terras, que tinha 
o controle do parlamento inglês, travou um intenso conflito com a nova 
classe capitalista industrial, pelo controledo parlamento e pela decisão por 
uma economia agrícola ou baseada em uma produção industrial” – História 
do Pensamento Econômico, E. K. Hunt, Editora Campus.
preocupava-se com o nível de vida das pessoas.
Os pensamentos abordados por Adam Smith serviram como base de estudo 
para dois economistas importantes do pensamento histórico econômico: Thomas 
Robert Malthus e David Ricardo. Vamos conhecê-los!
RobeRt mAlthuS
Thomas Robert Malthus foi um economista britânico, 
filho de um culto e rico proprietário de terras, estudou em 
um conceituado colégio de Cambridge, Inglaterra, a partir 
de 1784. Em 1799 iniciou uma longa viagem de estudos 
pela Europa.
V o c ê S a b i a?
A Teoria malthusiana baseia-se no Princípio da Escassez, ou seja, a população 
tende a crescer mais rapidamente que a produção de alimentos, o que torna o 
conceito de escassez determinante para a manutenção do equilíbrio da Economia. 
Dentro desse conceito, existiam dois grandes obstáculos para o desenvolvimento 
econômico da época: os obstáculos primitivos e os obstáculos preventivos. 
Foto 3: Tomas Malthus – economista 
britânico (1766-1834)
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19
No primeiro caso, guerra, epidemia, fome e desnutrição aumentavam a taxa de 
mortalidade; no segundo, a difusão de práticas anticoncepcionais visava à redução 
da taxa de crescimento populacional, que freava o desenvolvimento econômico da 
época.
Portanto, para o modelo malthusiano, o nível de atividade econômica 
depende da demanda efetiva, ou seja, para ele, a humanidade não consumiria 
exatamente o que produzia, o desequilíbrio é inevitável devido ao crescimento 
da população ser superior à produção dos alimentos. Foi um economista clássico 
que recomendava a intervenção do estado, com o intuído de reduzir as taxas de 
desemprego na Europa.
Malthus suscitou muitas controvérsias em seus pensamentos econômicos, 
mas trouxe contribuições relevantes, como o incentivo da produção para 
acompanhar o crescimento populacional, que deve ser ordenado de modo a não 
trazer um desequilíbrio nas taxas de emprego e do nível de vida da população.
dAvid RicARdo
David Ricardo foi um dos principais pensadores clássicos 
de sua época. Nascido na cidade de Londres, em 1772, é 
considerado seguidor dos pensamentos de Adam Smith. Suas 
principais obras seguem linhas de pensamentos evoluídas para 
sua época, tais como: teoria dos lucros, política monetária, teoria 
do valor, comércio internacional, teoria da renda fundiária e 
distribuição. É importante destacar que muitos desses temas 
ainda são objetos de discussão nos dias de hoje.
Ricardo viveu na mesma época de turbulência e de 
inquietação social que viveu Malthus, inclusive aceitando 
a teoria malthusiana quanto à natureza e causas da pobreza 
dos trabalhadores, mas em algumas questões teóricas, suas 
ideias econômicas diferiam das de Malthus. 
O ponto de partida do pensamento de Ricardo foi a conceituação de valor 
e riqueza, para ele, a riqueza constituía-se na soma da quantidade de bens que a 
pessoa possuía, bens denominados por Ricardo como necessários, úteis e agradáveis. 
Valor difere da riqueza, pois não depende da abundância, mas da dificuldade ou 
facilidade de produção do bem, ou seja, era medido pela quantidade de trabalho 
suficiente para a produção de um bem.
AULA 1 TÓPICO 3
Foto 4: David Ricardo – filosofo e 
economista inglês (1772-1823)
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Matemát ica Bás ica I I2020 Fundamentos de Economia
Ricardo centrou suas ideias na taxa de lucros condicionada ao comportamento 
das atividades agrícolas, enfocando os conflitos distributivos, separa o capital 
agrário do industrial, incentiva a importação de cereais, que estava proibida na 
época, a livre concorrência e o barateamento da força de trabalho. Evolui para 
um pensamento das análises comparativas movida pela extensão do comércio 
internacional de mercadorias. Foi reconhecido como um dos principais pensadores 
econômicos, com ideias consideradas atuais para sua época.
Neste tópico, estudamos a Escola Clássica e os pensadores seguidores dessa 
corrente: Adam Smith, David Ricardo, Robert Malthus. No próximo tópico, 
conheceremos a obra do economista alemão Karl Marx.
21AULA 1 TÓPICO 4
TÓPICO 4 O pensamento marxista
• Conhecer a importância da obra do econo-
mista Karl Marx na economia capitalista
ObjetivO
Neste tópico, conheceremos um pouco mais sobre a obra de Karl Marx, economista alemão (1818 – 1883) que deu uma grande importância às análises econômicas, sociais, políticas e às relações 
entre o homem e sua inserção no modelo econômico capitalista como um todo.
CARL MARX
Marx, em sua obra intitulada “O Capital”, aborda 
a questão do trabalho como essencial para a sociedade e é 
dessa relação homem versus trabalho que se forma o lucro 
no sistema capitalista.
Primeiramente, Marx descreve a distinção entre 
trabalho e força de trabalho. Na verdade, o trabalhador 
vende ao capitalista ou proprietário dos meios de produção 
não o seu trabalho em si, mas a sua força de trabalho. A 
partir desse principio, a força de trabalho é tratada como 
uma mercadoria qualquer, que é devidamente vendida para 
o patrão.
O valor pago ao trabalhador é controlado pelo capitalista e ele paga apenas 
o necessário para a sobrevivência do empregado. Portanto, segundo Marx, 
não era pago ao trabalhador o equivalente ao total produzido por ele em uma 
determinada quantidade de tempo. Essa “diferença” entre o real valor produzido e 
Foto 5: Karl Marx – Economista e 
filosofo alemão (1818-1883)
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Matemát ica Bás ica I I2222 Fundamentos de Economia
o efetivamente pago pela força de trabalho, que era apropriada pelo capitalista, foi 
denominada de mais valia pelo pensamento marxista.
Nascia, então, uma luta de classes, ou seja, para que os capitalistas 
aumentassem seus ganhos ou lucros, seria necessário o aumento da produção e o 
pagamento de um salário de subsistência, portanto, havia uma exploração da força 
de trabalho, que caminhava para uma revolução social.
Na continuidade de suas teorias, Marx chega à conclusão de que trabalho era 
a essência de todo valor, chocando com as ideias classistas de que forças naturais 
equilibram a oferta e a procura do mercado. No contexto marxista, existia um 
valor de uso, que era definido como “as características físicas particulares de uma 
mercadoria, que tinham utilidade para as pessoas” (HUNT, P. 222). Isso seria a 
serventia de um bem e um valor de troca, que era a qualidade que faz de um bem 
equivalente a outro para ser trocado.
Dentro dessa definição, os bens poderiam ter diferentes valores de uso, 
mas o mesmo valor de troca para serem efetivamente trocados. Para definirmos 
tal igualdade, seria necessário medirmos a quantidade de trabalho incorporada 
às mercadorias através do tempo de produção das mesmas, ou seja, era o trabalho 
socialmente necessário para sua produção.
Na teoria de Marx, vimos uma discordância com as leis clássicas de “ajustes 
naturais” da oferta e da procura. Para ele, o mercado gira em torno da quantidade 
produzida. Portanto, se o preço de venda ficar abaixo do preço de custo, o produtor 
não sobrevive no mercado, se o preço de venda excede o custo de produção, os 
lucros aumentam, o que atrai a concorrência, e pode levar a umasuperprodução, 
fazendo com que os preços caiam. Sob essa perspectiva, a produção determina o 
equilíbrio e o desajuste do mercado.
Marx descobriu, ainda, que o objetivo do capitalista era conseguir a mais-
valia do trabalhador através da exploração da mão de obra e aumentá-la através de 
uma maior produção. Sem a diferença entre o valor de troca do trabalho – salário 
de subsistência - e o seu valor de uso (resultado final, fruto de seu trabalho), o 
capitalista não teria nenhum interesse em comprar a mão de obra, pois sua 
mercadoria não teria preços competitivos no mercado.
Chegamos ao final deste tópico e vimos que a fase científica pode ser dividida 
em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. A primeira pregava a 
existência de uma “ordem natural”, onde o Estado não deveria intervir (laissez-faire, 
laissez-passer) nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam que 
23
o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do 
ajuste de preços (“mão-invisível”). Já o marxismo criticava a “ordem natural” e 
a “harmonia de interesses” (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um 
como outro resultavam na concentração de renda e na exploração do trabalho.
No próximo tópico, estudaremos a escola neoclássica e seus principais 
influenciadores, que deram grandes contribuições ao pensamento neoclássico.
AULA 1 TÓPICO 4
24 Fundamentos de Economia
TÓPICO 5 A escola neoclássica e a revolução keynesiana
ObjetivOs
• Conhecer as contribuições da Escola Neoclássica 
para as teorias microeconômicas
• Estudar a Revolução Keynesiana na teoria 
econômica
Nos tópicos anteriores, conhecemos a influência de vários pensadores, estudiosos e economistas na evolução do pensamento econômico. Neste tópico, estudaremos a escola Neoclássica, que 
surgiu no final do século XIX e tem como principais nomes Carl Menger (1840-1921), 
o inglês William Stanley Jevons (1835-1882) e o francês Léon Walras (1834-1910). 
Entretanto, na segunda metade do século XIX, destacamos o inglês Alfred Marshall 
(1842-1924), que deu importantes contribuições ao pensamento neoclássico, com 
destaque para as teorias microeconômicas.
A ESCOLA NEOCLÁSSICA
Os neoclássicos defendiam que o valor de um produto é uma grandeza 
subjetiva e relaciona-se com a utilidade que esse produto tem para quem o consume. 
Essa utilidade, por sua vez, está diretamente ligada à quantidade que o indivíduo 
dispõe, nos desertos, por exemplo, a água é um produto valioso, ao passo que, em 
regiões chuvosas, o valor cai consideravelmente. Portanto, para os neoclássicos, o 
preço das mercadorias e dos serviços passa a ser definido pelo equilíbrio entre a 
oferta e a procura, essa lei do mercado conduz à estabilidade econômica.
Dessa forma, os neoclássicos baseiam seus estudos exatamente no conceito 
de escassez e acréscimos marginais, sendo que os bens econômicos terão maior 
valor devido à sua escassez. Eles demonstram que a utilidade diminui à medida que 
aumenta a quantidade consumida. 
25AULA 1 TÓPICO 5
Podemos explicitar essa teoria com o exemplo do copo d’água. Suponha 
que estamos em um deserto com muita sede, o primeiro copo d’água é de muita 
utilidade e valor, o segundo terá maior valor que o terceiro e menos que o primeiro 
e assim sucessivamente. Com os outros copos perdendo sua utilidade, à medida que 
a água vai sendo consumida, cada quantidade de água bebida trará uma satisfação 
adicional chamada “marginal”, que vai caindo à proporção que a água vai sendo 
ingerida em determinado momento de tempo considerado.
Os neoclássicos, principalmente através de Alfred Marshall, trouxeram 
grandes contribuições ao pensamento econômico. Dotados de uma linguagem 
fácil e acessível, não romperam com a escola clássica, pelo contrário, estudaram os 
clássicos e acrescentaram teorias que enriqueceram o estudo econômico.
A obra de Marshall, por exemplo, diferencia-se dos clássicos em algumas 
teorias por ele defendidas, tais como: a preocupação com a quantidade demandada 
em relação às variações de preços, preços relativos, lucros, oferta e procura; a 
inexistência de acumulação de capital. Quanto ao setor de serviços, ele também é 
produtivo para Marshall; para os clássicos, apenas os bens tangíveis geram valor.
A REVOLUÇÃO KEYNESIANA
John Maynard Keynes nasceu em Cambridge, na Inglaterra, sua obra surgiu 
em um período de grande recessão com alto desemprego de mão de obra e dos 
fatores de produção. Para muitos, a obra de Keynes apresentou uma revolução na 
teoria econômica e, com a intervenção do Estado na economia (teoria defendida 
pelo economista), também houve uma revolução na política econômica.
Keynes destaca dois problemas que 
desequilibram a economia: o desemprego e a 
má distribuição de renda. Para ele, seria de 
fundamental importância determinar os fatores 
responsáveis pelo emprego para que haja 
equilíbrio no sistema econômico.
Em sua teoria, Keynes destaca que o 
nível de emprego é determinado pelo nível de 
produção, este é determinado pela demanda 
efetiva, esta, por sua vez, é determinada por 
vários componentes, são eles: bens de consumo 
(C) e bens de investimentos (I), sendo que o 
Foto 6: Filas de desempregados durante a Grande Depressão, 1929..
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Matemát ica Bás ica I I2626 Fundamentos de Economia
consumo é em função da renda (Y), ou seja, C=f(Y). O investimento (I) vai depender 
da expectativa dos empresários quanto aos futuros lucros (E) e também da taxa 
de juros (i), ou seja, I=f(E,i). Portanto, Y = C + I, esse modelo se aplica em uma 
economia sem comércio exterior e sem governo (suposição para simplificar o 
modelo).
Vale ressaltar que a renda é determinada pelos gastos em consumos e em 
investimentos. Como o consumo é estável, o nível de renda passa a ser determinado 
pelo investimento, portanto, investimento é a chave para se compreender a 
instabilidade do sistema capitalista como um todo.
Keynes defende em seu modelo que, se o desemprego é provocado por 
deficiência de demanda, a baixa no salário dos trabalhadores desestimularia o 
consumo, diminuindo a propensão a investir e até mesmo o nível de produção, 
portanto não seria interessante para o modelo.
Para Keynes, não existia força de autoajuste na economia como defendiam 
os clássicos, mas sim uma combinação de investimento e consumo, que levaria a 
demanda a igualar-se à oferta no pleno emprego.
O autor considerou, ainda, que toda população consume uma parte e poupa 
a outra parte da renda. Assim, um trabalhador que ganha R$ 1.000,00 (hum mil 
reais) e consome R$ 700,00 (setecentos reais), poupa R$ 300,00 (trezentos reais). 
Nesse caso, sua Propensão Marginal a Consumir (PMaC) seria 0,7 e sua Propensão 
Marginal a Poupar seria (PMaP) 0,3. Portanto, a soma da PMaC e PMaP deve 
corresponder a 1. Segundo Keynes, quanto mais pobre a sociedade, maior será sua 
propensão marginal a consumir, se a nação for rica e desenvolvida, significa que ela 
tem uma propensão a poupar mais, gastando menos com consumo.
É importante salientar que não é interessante para a economia apenas 
poupança, ou seja, se todas as pessoas resolvessem poupar, haveria uma redução 
nos níveis de investimento e, consequentemente, da renda nacional. Nesse sentido, 
o consumo é também importante no modelo keynesiano. 
Outra ideia relevante defendida por Keynes é o conceito multiplicador de 
emprego, que consiste na abertura de vagas de trabalho em um determinado setor. 
Na perspectiva de tal conceito, o salário recebido pelos trabalhadores será gasto 
com bens de consumo; em vista disso, mais pessoas serão contratadas para suprir 
essa demandae, assim, sucessivamente. Isso gera mais mão de obra e elimina o 
desemprego e a capacidade ociosa.
O modelo keynesiano influenciou a política econômica de muitos países 
27
capitalistas que buscavam o pleno emprego e visavam sempre o bem estar da 
população. “Com o passar do tempo, a economia começou a apresentar problemas 
de dívidas interna e externa, desemprego, inflação e de dificuldades de crescimento 
econômico” (LAJE, 2009, p. 34).
Bom pessoal, chegamos ao final dessa aula. Em nossa próxima aula, 
estudaremos os conceitos considerados fundamentais, como o conceito de produção, 
escassez e necessidade, e o conceito denominado Fronteira de Possibilidade de 
Produção (FPP), entre outros.
Bons estudos!
‘
1. Por que a economia pode ser considerada uma ciência social e qual seu objetivo 
como ciências econômicas?
2. Descreva as principais características do mercantilismo e dos fisiocratas como 
doutrinas econômicas.
3. Quais os principais pontos de discordância entre a Teoria Clássica e as ideias 
defendidas pelos Fisiocratas?
4. Descreva o princípio da escassez defendido por Malthus.
5. Segundo o pensamento marxista, o que significa mais valia e qual era o objetivo 
do capitalista dentro do sistema?
6. Keynes viveu em uma época de crise econômica com elevados níveis de 
desemprego, como a economia poderia reagir, segundo a teoria keynesiana, 
para que os níveis de emprego fossem elevados?
AT I V I D A D E S D E A P R O F U N D A M E N T O
AULA 1 TÓPICO 5
28 Fundamentos de Economia
AULA 2 Introdução aos problemas e sistemas econômicos 
Agora estudaremos os problemas considerados fundamentais para a teoria 
econômica. Primeiro, definiremos quatro perguntas básicas, a partir delas, 
entenderemos melhor o conceito de produção, para quem ela se destina e 
em que quantidade e a forma que devemos produzir para alcançar o equilíbrio 
econômico.
Conceitos como escassez e necessidade, bens e serviços serão introduzidos e 
também analisaremos as formas de sistemas econômicos adotadas.
Ainda nesta aula, simularemos um exemplo para acompanhamento do gráfico de 
um famoso conceito econômico denominado de Fronteira de Possibilidade de 
Produção (FPP); veremos como esse conceito pode ser adequado e interpretado 
dentro da área turística.
Para a elaboração desta aula, tomamos como base o livro “Introdução à 
Economia”, do ROSSETTI (2007), aproveito para indicar, também, a leitura dessa 
obra caso você queira aprofundar os seus conhecimentos nesse assunto, vale à 
pena conferir!
Objetivos
• Conhecer os problemas econômicos fundamentais
• Discutir sobre escassez e necessidade na economia
• Analisar os problemas econômicos e a classificação dos bens
• Conhecer os sistemas econômicos e a curva de fronteira de possibilidade de 
produção
• Analisar os conceitos de microeconomia e discutir a demanda
• Discutir a oferta e o ponto de equilíbrio
29AULA 2 TÓPICO 1
TÓPICO 1 Os problemas econômicos fundamentais
• Conhecer os problemas econômicos fundamentais e a 
classificação dos bens
• Estudar a escassez e a necessidade na economia
ObjetivOs
É possível observar que, como as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos econômicos não, a economia deve realizar opções entre os bens ou serviços a serem produzidos, as quantidades colocadas 
à disposição dos consumidores, os processos técnicos a serem utilizados e a quem 
se destinará a produção.
Essas “escolhas”, opções, que existem na economia, são conhecidas 
como problemas econômicos fundamentais que consistem em: o que produzir? 
Quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? As respostas para tais 
questionamentos serão estudadas neste tópico.
1.1 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
o que pRoduziR?
Quais produtos deverão ser produzidos e colocados à disposição dos consumidores? 
Em determinados períodos de tempo, as pessoas experimentam mudanças 
de costumes e hábitos; nesse processo, podemos considerar, ainda, a adesão por 
modismos, que também é muito forte entre os consumidores. É importante pontuar 
as modernizações tecnológicas, que permitem a produção de novos tipos de bens, 
criando necessidades ainda não existentes. Há ainda, os acontecimentos conjunturais, 
como menor ou maior oferta de um produto ou de variações em seu preço. Todos esses 
fatores levam a alterações nas necessidades de consumo, o que torna necessário o 
acompanhamento das tendências e o planejamento do objeto a ser produzido.
Matemát ica Bás ica I I3030 Fundamentos de Economia
Claro que o empresário, além da expectativa de obter lucro, depende do 
conhecimento que ele tem do mercado que deve atuar, do acesso a uma tecnologia, ou 
mesmo da tradição familiar no negócio. Portanto, não se trata de uma decisão aleatória, são 
considerados diversos fatores determinantes na escolha. Além desses aspectos, é levada em 
consideração, também, a política econômica favorável no estado em que o capitalista vive.
o quAnto pRoduziR?
Em que quantidade os bens deverão ser produzidos? 
Está intrinsecamente ligado ao fator do que produzir. Também sofre mudanças 
com o aumento do número da população a ser atendida, com a estratificação dos 
grupos de consumo, com a modernização que permite os ganhos de escala, etc.
A quantidade a ser atendida pelo produto é determinante para que o produtor 
maximize o seu lucro, evite os desperdícios e atenda satisfatoriamente a demanda.
como pRoduziR?
Por quem serão produzidos, com quais recursos e utilizando que processo técnico? 
Os bens e os serviços são produzidos utilizando recursos produtivos 
denominados fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, a capacidade 
empresarial e tecnológica também são consideradas). Cada um desses fatores é 
remunerado de maneira diferente e as diferentes combinações de fatores devem ser 
consideradas para a decisão de como produzir.
O conhecimento tecnológico, por exemplo, é um fator fundamental 
na decisão de como produzir, pois ele pode ser comprado de outros países em 
forma de royalties (direito à tecnologia oriunda de outro país), ou a empresa pode 
investir mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Países considerados menos 
desenvolvidos investem menos em P&D por insuficiência de recursos financeiros 
ou mesmo técnicos, preferindo importar técnicas já utilizadas por outras nações.
Na decisão da produção, é importante, o preço dos recursos aplicados, ou 
seja, se a mão de obra for barata e o custo do capital alto, as empresas tenderão a 
optar por mais trabalho e menos capital. Nesse caso, o processo de produção será 
mais manual e menos mecanizado, serão utilizadas técnicas de trabalho intensivo. 
Nos países desenvolvidos, por exemplo, ocorre que o salário dos trabalhadores será 
mais elevado, portanto, as empresas optam pela mecanização do processo produtivo.
Nos países desenvolvidos, emprega-se alta aplicação do capital e consequente 
mecanização, utiliza-se técnicas de capital intensivo. A mecanização ou robotização 
31
já é uma realidade em países em desenvolvimento como o Brasil. Indústrias como 
a automobilística, por exemplo, é bastante mecanizada em seu processo produtivo 
para ter competitividade no mercado internacional e garantir sua redução de 
custos no processo.
pARA quem pRoduziR?
A quem se destina a produção? 
O destino da produção está diretamente ligado ao fator da renda. Isso é 
decidido pelo empresário, que sempre vislumbra a maximização dos seus lucros, 
pois é ele quem escolhe qual camada da sociedade quer atingir. Na decisão do 
seu público-alvo, como uma empresa de sapatos, por exemplo, ele define se quer 
destinar sua produção para um público mais humilde, com sapatos mais baratos, 
produzindo em larga escala, ou destinar a classeA, com produtos caros e exclusivos.
Claro que essa decisão do público-alvo depende da disponibilidade dos 
recursos produtivos e da tecnologia aplicada. 
1.2 ESCASSEZ E NECESSIDADE NA ECONOMIA
O objetivo das Ciências Econômicas é o estudo da escassez de produtos 
e serviços e dos problemas dela decorrente, ao mesmo tempo, tenta sanar as 
necessidades humanas, que são ilimitadas.
Nesse processo (escassez de bens e necessidades do consumidor), o 
indivíduo busca satisfazer suas necessidades básicas ou mesmo biológicas, para 
isso, existe uma produção contínua de bens para a satisfação desses desejos do 
ser humano. Satisfeitas as necessidades básicas e com a perspectiva de elevação 
do padrão de vida e constante evolução tecnológica, surgem novas necessidades, 
como uma roupa melhor, uma viagem mais cara, um carro mais confortável, etc. 
Isso demonstra o fato de que as necessidades humanas são ilimitadas. 
A escassez dos produtos surge, então, por essas necessidades ilimitadas e os 
recursos econômicos, incluindo os bens, são limitados. Destaca-se que essa escassez é 
denominada relativa justamente pelo fato de ser diferenciada entre distintos países, 
pois a necessidade é também diferenciada em cada nação. Por exemplo, em um 
país menos desenvolvido, há escassez de produtos de primeira necessidade, como 
alimentos, vestuário, habitação, etc. Já em países desenvolvidos, os bens de luxo é 
que são escassos, portanto as necessidades básicas estão satisfeitas e as secundárias, 
como fazer uma viagem internacional, ter um carro de luxo, entre outras, ainda não.
AULA 2 TÓPICO 1
Matemát ica Bás ica I I3232 Fundamentos de Economia
Neste tópico, estudamos as principais perguntas que norteiam os problemas 
econômicos fundamentais, bem como os aspectos da escassez dos recursos diante 
das necessidades surgidas na economia. Agora vamos ao próximo tópico, nele, 
estudaremos os bens e serviços.
33AULA 2 TÓPICO 2
TÓPICO 2 Bens e serviços
• Discutir os conceitos de bens e serviços
• Classificar os bens econômicos
ObjetivOs
No tópico anterior, estudamos os problemas fundamentais que norteiam a economia, conhecemos, ainda, a relação entre escassez e a necessidade na economia. Neste tópico, continuaremos nossos 
estudos discutindo bens e serviços.
Bem é algo que, quando consumido ou utilizado, satisfaz uma necessidade 
sentida pelo indivíduo. Sempre que esses bens existem na Natureza, em quantidade 
ilimitada ou pelo menos superior à quantidade necessária para satisfazer as necessidades 
existentes (ar que respiramos ou luz do Sol), são denominados Bens Livres. 
Entretanto, a maioria dos bens existe em quantidade limitada ou insuficiente 
para satisfazer todas as necessidades humanas, esses são bens escassos ou 
econômicos. Eles são tangíveis, oriundos de atividades primárias (provenientes 
da agricultura) ou secundárias (atividades industriais).
Os serviços são provenientes de atividades terciárias de produção, não 
são materiais, mas são derivadas do trabalho humano para a satisfação de suas 
necessidades, por exemplo, dentista, vendedores, agentes de turismo, etc.
1. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ECONÔMICOS
Bens duráveis ou duradouros: quando podem ser utilizados mais do que 
uma vez, permitindo o uso prolongado como carro, geladeira, casa, fogão, etc.; 
e bens não duráveis ou não duradouros, que são aqueles que apenas podem ser 
utilizados uma vez tais como os alimentos, combustíveis, serviços, etc.
Matemát ica Bás ica I I3434 Fundamentos de Economia
 - Quanto à sua função: Bens Intermediários são os bens que passam por 
transformação para tornarem-se bens de consumo ou capital, constituem-
se nas matérias-primas ou nos equipamentos, são bens capazes de 
produzir outros bens que atendem as necessidades finais, nos serviços 
também existem os intermediários que dão suporte para as atividades de 
produção; os Bens Finais são bens destinados ao consumo direto, dentre 
podemos citar os alimentos, calçado, medicamentos, etc.
 - Quanto às suas relações podemos ter: Bens Substitutos e Suplementares: 
Quando é possível a sua substituição para satisfação da mesma necessidade 
(exemplo de águas de marcas diferentes, gasolina ou álcool em carro 
flex); e Bens Complementares, quando a satisfação da necessidade só 
é atingida quando se consumidos dois bens em simultâneo (exemplo do 
carro e a gasolina). 
 - Quanto a sua natureza: Bens de Consumo: utilizados para a 
satisfação das necessidades humanas. Podem ser de uso não-durável 
ou de uso durável. Bens de Capital (ou Bens de Produção) 
não atendem às necessidades humanas diretamente, são aqueles 
que permitem produzir outros bens. Dentre eles podemos citar 
as máquinas, equipamentos de infra-estrutura, ferramenta, etc. 
Bens de Consumo e Bens de Capital são classificados como Bens Finais, 
pois já passaram por todos os processos de transformação.
 - Quanto ao Uso: Bens Privados são produzidos e possuídos privadamente. 
Como exemplo, temos os automóveis, geladeiras etc. e os Bens Públicos 
que são os bens fornecidos pelo setor público, como a educação, 
segurança, transporte coletivo, etc. 
2. RECURSOS PRODUTIVOS
São também denominados de fatores de produção de uma nação, vale ressaltar 
que qualquer uma dispõe de algum tipo de recurso, seja ela desenvolvida ou não. 
Os recursos produtivos são os elementos utilizados no processo de fabricação 
das mercadorias, que serão utilizadas na satisfação de nossas necessidades; esses 
elementos podem ser de origem natural, humana, bens capital, tecnológica e 
empresarial. “Os recursos produtivos devem ser utilizados da forma mais racional e 
eficiente possível, para evitar desperdício e ociosidade, no turismo, essa ociosidade 
pode ser exemplificada no apartamento de hotel não ocupado, no acento vago de 
35
um ônibus de turismo ao avião, na mesa desocupada de um restaurante, etc.” 
(FERNANDES, COELHO p. 52)
Para melhor esclarecer esse assunto, a seguir, trataremos de cada um dos 
recursos produtivos em particular. Confira!
Terra (recursos naturais) - Inclui não apenas o solo propriamente dito 
disponível para a agricultura, mas outros recursos naturais existentes, florestas, 
recursos minerais, recursos hídricos, fauna, clima, entre outros.
Trabalho - É a parcela da população economicamente ativa, é todo o esforço 
humano, físico ou mental, despendido na produção de bens e serviços.
Capital (bens de capital) - É o conjunto de riquezas fabricadas pela 
sociedade e que se destina à fabricação de bens de consumo. O capital inclui 
máquinas, equipamentos, ferramentas de trabalho, edifícios e todos os estoques 
de materiais dos produtores, incluindo bens parcialmente ou completamente 
acabados. O fator capital é utilizado na formação da riqueza de um país e é de 
extrema importância no processo de fabricação dos bens de consumo.
Tecnologia - Esse fator é definido como o conjunto de habilidades e 
conhecimentos que sustentam o processo de produção. A tecnologia é uma 
ferramenta de grande importância para que o processo produtivo tenha obtenção 
de lucro e seja competitivo.
Capacidade empresarial - São as decisões tomadas no processo de 
produção. O empresário deve ter capacidade organizacional, visão estratégica, 
competitividade. Exerce função fundamental, pois decide o rumo que empresa 
toma dentro do processo.
No próximo tópico, continuaremos nossos estudos, conheceremos os 
elementos básicos em que o sistema econômico é dividido. Até lá!
AULA 2 TÓPICO 2
36 Fundamentos de Economia
TÓPICO 3 Sistemas econômicos e curva FPP
ObjetivOs
• Conhecer os três elementos em que o sistema 
econômico é dividido
• Compreender os conceitos ligados à Curva FPP
• Conhecer as três formasde organização institucional 
econômica
Neste tópico, compreenderemos o sistema econômico e como ele está ligado às formas políticas, sociais e econômicas de uma sociedade. Conheceremos, ainda, alguns conceitos ligados à 
Curva FPP (Fronteiras das Possibilidades de Produção). Vamos lá, então!
Um sistema econômico representa a forma política, social e econômica de 
como se organiza uma sociedade Do ponto de vista econômico, é a maneira de 
se organizar a produção, a distribuição e o consumo de todos os bens e serviços 
produzidos, em busca de um melhor padrão de vida e do bem-estar do indivíduo.
Esse sistema econômico é dividido em três elementos básicos, que nós 
especificamos a seguir. Vejamos!
Estoque de fatores de produção - Constituem-se a base da atividade 
econômica, tais como as reservas naturais, os recursos humanos, o capital, a 
capacidade tecnológica e a capacidade empresarial.
Agentes econômicos - São divididas em famílias, que são as proprietárias 
dos fatores de produção que fornecem às unidades produtoras através do mercado 
de bens de produção, as empresas que produzem bens e serviços e fornecem às 
famílias no mercado de bens de produção e, o governo que interagem com as 
unidades familiares e empresas e são produtores de bens e serviços públicos.
Instituições - São os complexos de instituições jurídicas que disciplinam os 
direitos e os deveres do sistema, as políticas que definem as esferas e as competências 
dos agentes econômicos e sociais, que estabelecem as regras de conduta e valores de 
referência para a sociedade.
37
Esses três agentes econômicos estão sempre interagindo entre eles 
ininterruptamente, as razões dessas interações são a diversidade das necessidades 
humanas. Agora vamos conhecer as três formas de organização institucional 
econômica que têm a finalidade de dar eficiência econômica.
3.1 ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS
Há três formas de organização institucional econômica, que objetivam a 
eficiência econômica, a alocação dos recursos com eficácia e uma melhor distribuição 
do resultado do esforço social de produção. A seguir, confira cada ema delas em 
particular.
1. economiA de meRcAdo (deScentRAlizAdA ou cApitAliStA)
É fundamentada na liberdade de ação dos agentes econômicos, ou seja, 
pela livre iniciativa. Nessa organização, esses agentes gozam de ampla liberdade, 
quanto à destinação de seus recursos e quanto à escolha dos bens e serviços que 
serão ofertados.
Os agentes econômicos interagem entre si, prevalecendo as forças da 
competição entre eles, sendo que a coordenação e alocação dos recursos são 
atribuídas à livre manifestação das forças de mercado.
Nesse tipo de economia, os economistas do século XVIII acreditavam na “Mão 
Invisível”, que regulava o mercado sem interferência externa (fora do mercado), 
contribuindo para o bom funcionamento do sistema econômico.
2. economiA plAnificAdA (SociAliStA)
No caso da economia planificada ou socialista, os 
agentes econômicos não são regulados pela Mão Invisível 
de mercado. Nessa organização econômica, o órgão 
central de planejamento define a alocação de fatores de 
produção com vista à satisfação da necessidade e exerce 
autoridade no comando, com o poder de controlar a 
economia.
Historicamente, acompanhamos várias formas 
de ampla intervenção da autoridade pública, desde a 
idade média, passando pelo feudalismo, chegando até os 
socialistas do século XIX. O sistema socialista propunha a 
AULA 2 TÓPICO 3
Na economia Planificada, há 
restrições quanto à liberdade dos 
agentes econômicos e submissão 
do interesse individual ao 
interesse social. Com relação ao 
mercado, este está sob o poder 
regulatório da autoridade pública.
at e n ç ã o !
Matemát ica Bás ica I I3838 Fundamentos de Economia
implantação de um novo ordenamento objetivado o beneficio social em detrimento 
dos interesses individuais. 
Os socialistas acreditavam que a centralização das decisões manteria a 
eficiência produtiva e a produção seria mais eficaz, pois evitaria a superprodução e 
os desperdícios indesejáveis. Por fim, a propriedade coletiva dos meios de produção 
acarretaria numa repartição mais justa e igualitária entre os agentes econômicos.
Hoje vemos essa forma de organização econômica em sua forma mais atuante 
em países como Cuba e China, apesar de que, neste último, existe uma abertura 
maior aos mercados internacionais.
3.economiA miStA
No sistema de economia mista, há restrições à plena liberdade. As escolhas 
sociais se originam de determinações da central de comando ou do próprio mercado, 
dependendo das determinações políticas existentes no sistema. Trata-se de posição 
intermediária entre o liberalismo de mercado e o socialismo revolucionário.
Dadas as inúmeras formas de economia mista, suas 
práticas não são definidas com precisão, mas o sistema 
prevalece na maior parte das nações.
cuRvA fpp
Antes de apresentarmos o modelo das Curvas (ou 
Fronteiras) das Possibilidades de Produção, que é utilizado 
para comparar a capacidade que uma nação tem de produzir 
dois bens, dados os fatores de produção e a tecnologia 
disponível naquele país, vamos apresentar alguns conceitos 
para o melhor entendimento do assunto. 
1. Pleno emprego - Engloba todos os fatores de 
produção, não apenas o trabalho. Parte do pressuposto de que 
é preciso manter ocupada toda a população economicamente 
ativa, utilizando os bens de capital disponíveis plenamente e 
operar os processos produtivos seguindo padrões tecnológicos 
elevados.
2. Eficiência produtiva - Operar em pleno emprego. 
3. Limite máximo de eficiência - Operando em plano emprego, esse limite 
é alcançado quando não existe mais capacidade ociosa a ser aproveitada, Quando 
AT E N Ç Ã O !
Na economia Mista, há restrições 
seletivas à liberdade dos agentes 
econômicos, que são incentivados 
a realizar a satisfação das 
necessidades coletivas sociais. 
O locus do processo decisório, 
assim como na economia 
descentralizada, é o mercado, 
porém a autoridade pública atua 
com poder regulatório.
39
o limite máximo de eficiência é alcançado, ao acrescentarmos uma unidade de 
produção de determinado bem ou serviço, implicará em reduções na produção do 
outro bem.
4. Expansão das fronteiras de produção - Apresentam acréscimos dos 
fatores de produção trabalho, terra, capital ou desenvolvimento de tecnologias 
mais avançadas, que permite um acréscimo da produção com menos recursos 
disponíveis.
5. Possibilidades de produção - Existem várias combinações de diferentes 
categorias de bens e serviços, essas combinações são frutos de decisões dos 
governantes ou resultantes da livre atuação das empresas e famílias.
Feitos os esclarecimentos, destaca-se que, embora as possibilidades sejam 
múltiplas, há sempre limites determinados pela curva de produção, esses limites 
são representados pelos recursos, que dada sua escassez, não é possível produzir 
quantidades infinitas de bens.
A ideia da Fronteira de Possibilidades baseia-se no conceito de renda 
limitada; se um produtor pode escolher entre produzir bermudas ou bonés, por 
exemplo, ele terá que escolher qual parte de recursos vai para bermudas e qual 
parte será destinada à produção de bonés. Quando ele atinge o limite de produção 
de bermudas, não produz bonés e vice-versa. Nesse caso, será produzido apenas 
um produto, com a economia operando em pleno emprego.
Portanto, não há como aumentar a produção se qualquer um dos bens, 
sem sacrificar a produção do outro bem, significando que qualquer combinação 
envolve o custo de oportunidade.
A mesma decisão quanto à escolha podemos perceber no governo; com o 
orçamento limitado, as câmaras locaispodem decidir entre construir uma escola ou 
empregar o dinheiro na construção de uma praça pública.
Custo de Oportunidade é resultante do processo de escolha, que é inevitável 
diante da escassez dos recursos, e claro, como qualquer escolha pode significar 
perdas. Eu posso escolher, por exemplo, comprar um pacote de viagem para 
conhecer o nordeste em detrimento de trocar o carro por um mais novo. Esse foi 
o meu custo de oportunidade, tendo em vista que meus recursos estavam escassos 
naquele período de tempo; essas alternativas de escolhas valem também para as 
empresas e para o governo.
A seguir, no quadro 1, podemos visualizar o modelo que estudaremos. 
Por meio dele, vemos que, para diferentes combinações dos bens produzidos, no 
AULA 2 TÓPICO 3
Matemát ica Bás ica I I4040 Fundamentos de Economia
caso bermudas e bonés, as possibilidades máximas de produção da economia, em 
milhões de unidades/ano. Considerando 6 alternativas de A a F, sendo a primeira 
A e a ultima F. 
Note que as possibilidades máximas de produção de apenas um dos dois bens 
são alcançadas quando se sacrifica totalmente a produção do outro. Nas unidades 
intermediárias, vemos combinações diferentes para os produtos. No caso de D, 
por exemplo, os limites máximos possíveis serão de 3 milhões de unidades/ano de 
bermudas e 5 milhões de unidades/ano para bonés. Nessa condição, a economia 
poderá aumentar a produção de qualquer bem, sacrificando a do outro. Partindo-se 
da mesma alternativa D, se aumentarmos a produção de bermudas para 4 milhões/
ano, a quantidade de bonés deverá ser reduzida para 3 milhões/ano.
Esses movimentos decorrem da hipótese teórica de que a economia sempre 
estará operando em pleno emprego, em todas as alternativas consideradas (de A 
a F). Portanto, não há como aumentar a produção de qualquer um dos bens sem 
sacrificar a produção do outro bem, com isso, concluímos que qualquer combinação 
envolve custo de oportunidade.
Com os dados do quadro 1, podemos criar uma curva resultante dos pontos 
coordenados de A a F, essa curva é denominada de Curva (ou fronteira) das 
possibilidades de produção – FPP.
Quadro 1: Quantidades produzidas de bermudas e bonés (em milhões)
41
Na nossa Curva (ou fronteira) das possibilidades de produção – FPP, 
identificamos quatro pontos em que a economia pode se situar. Vamos conferi-los!
• Ponto O - Ponto em que se produz zero (não há produção) tanto para 
bermudas quanto para bonés. Nesse ponto, a economia não utiliza os recursos 
de produção de que dispõe. Logicamente, nenhuma economia se encontra nessa 
situação, pois, nessa situação teórica, nem a produção de subsistência para 
atender às necessidades básicas e fisiológicas do indivíduo estaria funcionando. 
Nesse caso, identificamos também uma situação de pleno desemprego.
• Ponto Z - Neste ponto, identificado em nosso gráfico, a economia opera 
com capacidade ociosa de produção, ou seja, existem postos de trabalhado 
para serem “preenchidos”. Isso ocorre em posição intermediária entre o pleno 
emprego e o pleno desemprego. No ponto Z, existem máquinas paradas à espera 
de operadores que estão desempregados. Os níveis de produção estão aquém da 
sua capacidade de operação.
• Ponto P - Dificilmente alcançado na prática, é um ponto considerado 
ideal na economia. É denominado ponto ótimo de produção, com os fatores de 
produção plenamente empregados. Em nosso exemplo, conseguimos produzir 
bonés e bermudas, se nos deslocarmos sobre a curva para cima, produziremos 
menos bermudas e aumentaremos a produção de bonés, para baixo. Ainda 
sobre a curva, diminuiríamos a produção de bonés, aumentando a produção 
de bermudas, ou seja, aumentar a produção de bermudas tem um custo para a 
sociedade em termos de bonés que se deixou de produzir e vice-versa.
AULA 2 TÓPICO 3
FRONTEIRAS DE POSSIBILDAES DE PRODUÇÃO
Fo
nt
e:
 d
ea
d/
ifc
e
Matemát ica Bás ica I I4242 Fundamentos de Economia
1. Quais são os problemas econômicos considerados fundamentais na 
sociedade?
2. De que forma podemos mensurar o desperdício e a ociosidade dos 
recursos produtivos no campo turístico? FERNANDES.COELHO p.61
3. Quais as diferenças básicas entre os sistemas econômicos de mercado 
e o socialista?
4. O que significa Curva de Possibilidade de Produção?
5. O que significa um ponto fora da curva de possibilidade de produção?
6. Considerando a tabela abaixo (FERNANDES, COELHO p. 147), faça o 
que se pede:
a. Represente graficamente a Curva de Possibilidade de Produção.
b. Marque um ponto qualquer dentro da curva e mostre as hipóteses 
referentes a cada produto e suas perdas.
AT I V I D A D E S D E A P R O F U N D A M E N T O
• Ponto R - É chamado nível impossível de produção. É uma posição 
inalcançável, pois está situado além da fronteira de produção da economia. 
O ponto R só será alcançado se houver um deslocamento da curva para a 
direita, que é obtido graças à expansão dos recursos produtivos, aos avanços 
tecnológicos, ao aumento do contingente humano economicamente mobilizável, 
ao melhor aproveitamento das reservas naturais, às alterações verificadas em 
fases de crescimento econômico.
Chegamos ao final desta aula. Por meio dela, analisamos os problemas 
econômicos, a escassez, os bens e suas características, bem como os recursos 
produtivos. Conhecemos, também, os sistemas econômicos, entre outros assuntos 
importantes para a compreensão das próximas aulas.
Na próxima aula, estudaremos a microeconomia, estudo da demanda, da 
oferta e do equilíbrio.
43AULA 2 TÓPICO 3
44 Fundamentos de Economia
AULA 3 Introdução à microeconomia
A partir desta aula, estudaremos dois grandes ramos da economia: a 
microeconomia e a macroeconomia. A microeconomia estuda o comportamento 
das unidades econômicas, como consumidores e empresas se comportam ante 
a variação comportamental de ambas, como é estruturado o mercado e suas 
formas de concorrência.
Estudaremos os conceitos econômicos oferta, demanda, equilíbrio de mercado, 
elasticidade e como podemos exemplificá-los dentro do cenário turístico, que é 
o nosso foco de estudo.
Finalmente, no tópico 3, analisaremos o comportamento do consumidor para 
que possamos visualizar suas preferências e necessidades dentro do contexto 
econômico.
Objetivos
• Estudar a microeconomia
• Compreender o funcionamento da oferta e da demanda
• Discutir os conceitos de mercado, sua classificação e estrutura
• Aplicar o conceito de elasticidade de preço da oferta e da demanda
• Compreender o conceito de elasticidade-preço-renda
• Conhecer o comportamento do consumidor na economia de mercado
45AULA 3 TÓPICO 1
TÓPICO 1 O mercado: estruturas e mecanismos básicos
• Conhecer a Teoria dos Preços (Microeconomia)
• Compreender o funcionamento da oferta e da demanda
• Discutir os conceitos de mercado, sua classificação e 
estrutura
ObjetivOs
A Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de preços no mercado. Assim, é objeto de sua observação a forma como consumidores e empresas interagem e decidem qual preço 
e quantidade ofertada de determinado bem ou serviço. Assim, estudaremos, 
neste tópico, o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no 
mercado e suas variações, ou seja, o preço obtido a partir da interação das ações 
de consumidores e produtores que demandam e ofertam um dado bem ou serviço, 
respectivamente.
Ainda neste tópico, conceituaremos o mercado, suas tipologias e estruturas, 
bem como o comportamento do consumidor e suas variáveis.
3.1 MERCADO
Em sua forma tradicional, o mercado caracterizava-se por ter um lugar 
determinado onde se realizavam transações econômicas. Esse conceito econômico, 
nos dias atuais, assumeuma definição marcada pelo entrechoque de forças 
antagônicas de oferta e procura, representada pelos compradores e vendedores, 
em que estes obtêm informações e realizam negócios uns com os outros.
Existem vários tipos de mercado dentro da economia, dentre eles: mercado 
de bens (carros, frutas, sapatos); mercado de serviços (dentista, médico, agências 
de turismo, aula de dança); mercado de recursos (programadores de computadores, 
operadores de escavadeiras); insumos (algodão, chips de computadores), moedas 
(dólar, euro, libra), entre vários outros tipos de mercado.
Matemát ica Bás ica I I4646 Fundamentos de Economia
O resultado do entrechoque das forças de oferta e procura que regem esses 
mercados estabelece os padrões de desempenho. Em determinada circunstância, diz-
se que o mercado está firme quando as forças da procura parecem superar as forças 
de oferta; estável, quando as duas forças se mantêm equilibradas; e frouxo, quando 
as forças da procura parecem ter menor intensidade do que a capacidade de oferta.
Existem, ainda, outras qualificações importantes relacionadas com o mercado. 
Ele pode estar em expansão quando estão ocorrendo deslocamentos simultâneos 
para mais, tanto na procura quanto na oferta. Por outro lado, o mercado pode estar 
em contração, nesse caso, a procura e a oferta estão contraindo-se.
3.2 ESTRUTURAS DE MERCADO
Os mercados variam na intensidade da concorrência que os vendedores e 
os compradores enfrentam. Vejamos, a seguir, alguns exemplos especificadamente. 
concoRRênciA peRfeitA
É considerada uma situação econômica ideal. Entretanto, em uma realidade 
complexa, os mercados sempre apresentam algum grau de imperfeição.
Uma estrutura de mercado descrita como concorrência perfeita apresenta 
algumas condições. A seguir, especificamos cada uma delas em particular. 
1. O mercado atomizado possui número de compradores e vendedores, 
onde qualquer ação isolada de um agente não influencia no equilíbrio 
de mercado.
2. Os produtos transacionados são homogêneos, sendo rigorosamente 
iguais, portanto indiferente para o consumidor.
3. Os produtores e os consumidores, mesmo isoladamente, não têm o poder 
de influenciar no preço do produto, mesmo porque, os produtos são 
atomizados e homogêneos, o que garante a igualdade de valores.
4. A perfeita transparência é o completo conhecimento dos compradores 
e dos vendedores, de tudo o que passa no mercado. Não há restrição de 
informações, nem agente que tenha acesso a informações privilegiadas 
ou diferentes daquelas que os agentes normalmente detêm. 
5. As barreiras financeiras, técnicas, legais ou de qualquer outra ordem 
não existem em situação de concorrência perfeita, é o que chamamos de 
permeabilidade. Nesse caso, não há restrições ou barreiras às entradas e 
saídas das empresas no mercado. 
47
6. A perfeita mobilidade dos recursos produtivos significa a inexistência 
de qualquer tipo de acordo ou ordem entre os agentes, nem restrições 
governamentais.
Pelas características do modelo, percebemos que o mercado de concorrência 
perfeita dificilmente é encontrado na prática.
monopólio
Na estrutura monopolista, existe um único produtor que realiza toda a 
produção, portanto ele domina totalmente a oferta de mercado, sendo um modelo 
extremamente oposto ao da concorrência perfeita. 
Nesse caso, a empresa detentora do monopólio produz um produto do qual 
não existe um substituto próximo. Nessa condição, ou os compradores se submetem 
às condições impostas pela empresa, ou simplesmente não consomem o produto.
O monopolista apresenta algumas características. A seguir, confira a nossa 
relação!
1. Unicidade: apenas um vendedor dominando o mercado.
2. Barreira: a entrada de um concorrente torna-se impossível, do contrário, 
descaracterizaria o modelo imposto.
3. Extra-preço: preços elevados e lucros extraordinários.
4. Insubstitutibilidade: o produto não tem substitutos próximos.
5. Poder: denominado poder do monopólio, pois o monopolista controla 
preço e quantidade produzida. 
6. Opacidade: os resultados alcançados ou mesmo os processos de produção 
realizados pela empresa monopolista dificilmente são divulgados.
Do ponto de vista social, o monopólio deve ser evitado como estrutura de 
mercado predominante, já que privilegia somente uma marca ou modelo de cada 
produto e impede que o próprio consumidor tome decisões e tenha mais opções 
em suas compras.
oligopólio 
O oligopólio é uma estrutura onde poucas empresas dominam a oferta de 
mercado, elas chegam a controlar em torno de 80% a 90% da oferta total. Trata-se 
da estrutura de mercado prevalecente nas economias. Podemos citar a economia 
brasileira com muitos exemplos de oligopólios, como na indústria automobilística, 
eletroeletrônica, farmacêutica e muitas outras.
AULA 3 TÓPICO 1
Matemát ica Bás ica I I4848 Fundamentos de Economia
Identificamos a presença de oligopólios entre empresas de produtos 
diferenciados, como a indústria automobilística, e até mesmo entre empresas com 
produtos homogêneos, como ferro ou cimento, por exemplo.
Assim, no oligopólio, os produtos são substitutos próximos entre si com 
pequenas diferenças entre eles. Dessa forma, a concorrência entre preços é evitada 
para que não haja perdas para as empresas dominantes. Para ganhar mercado, cada 
empresa tenta sobressair-se com inversões de novas tecnologias, lançamentos de 
produtos no mercado e investimento em propaganda e publicidade.
O modelo oligopolista é caracterizado também pela rivalidade entre as 
empresas, barreiras para o ingresso de novas empresas e o excessivo controle dos 
preços realizados pela prática de acordos e conluios entre as empresas participantes.
concoRRênciA monopolíSticA (impeRfeitA) 
A concorrência monopolística caracteriza-se pelo fato de que as empresas 
produzem produtos diferenciados. Embora sendo substitutos próximos, nessa 
estrutura, o número de concorrentes é grande. Contudo, cada um deles possui 
sua própria patente e procura diferenciar seu produto sobre os demais, seja nas 
características físicas, seja nas embalagens, ou mesmo pela promoção de vendas do 
produto.
Com relação às barreiras à entrada, por tratar-se de mercados altamente 
competitivos, são baixas, sendo relativamente fácil o ingresso de novas empresas.
No quadro a seguir, podemos visualizar melhor as principais características 
entre as quatro estruturas clássicas de mercado. Vamos conferi-las!
49
3.3 DEMANDA
Define-se a procura (ou demanda) como sendo a quantidade de bens que 
os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir, em dado período de tempo, 
levando em conta os vários preços alternativos, considerando as variáveis de preço 
e de quantidade.
Analisando o comportamento padrão dos consumidores, as variáveis de 
preço e quantidade do produto relacionam-se inversamente, ou seja, quanto mais 
baixo os preços, maior a quantidade procurada, ou, quanto mais alto for o preço, 
menor a sua procura, mantidas as demais influências constantes.
As principais condições determinantes da demanda são: o preço do bem, 
os preços dos outros bens, a renda do consumidor e a preferência (gosto) do 
consumidor.
Supondo que os preços dos outros bens, a renda e a preferência do consumidor 
não se modifiquem, permaneçam constantes (condição “ceteris paribus”), podemos 
estabelecer uma relação inversa entre quantidade demandada e preço do bem, 
como mostra o gráfico abaixo. 
AULA 3 TÓPICO 1
Quadro 1 - Principais características das quatro estruturas de mercado: síntese de 
atributos diferenciadores. 
Fonte: Rossetti, Introdução à Economia. (2007 p. 407)
Matemát ica Bás ica I I5050 Fundamentos de Economia
Obviamente, você deveter observado que a curva de demanda é 
negativamente inclinada (negativamente para a direita), expressando uma relação 
inversa entre o preço e a quantidade demandada do bem. Se por exemplo, o preço 
cai de R$ 20,00 para R$ 15,00, as quantidades procuradas para o bem aumentam 
de 60 para 80.
3.4 OFERTA
Define-se a oferta como sendo a quantidade de bens que os produtores estão 
aptos e dispostos a produzir e disponibilizar no mercado, em dado período de 
tempo, com vários preços alternativos.
A quantidade ofertada de um bem ou serviço qualquer varia na razão direta 
da variação de seus preços, mantidas as demais influências constantes. Isso quer 
dizer que, se todos os outros fatores forem mantidos constantes, quanto mais 
elevado for o preço de um bem, maior será a sua quantidade ofertada, e quanto 
mais o preço do bem for reduzido, menor será a quantidade ofertada dele.
As principais condições determinantes da oferta são: o preço do bem, os 
preços dos outros bens, os preços dos fatores de produção e a tecnologia.
Supondo que os preços dos outros bens, os preços dos fatores de produção e 
a tecnologia não se modifiquem, permaneçam estáveis (condição “ceteris paribus”), 
podemos estabelecer uma relação direta entre quantidade ofertada do bem e seu 
preço (a lei da oferta). Vejamos, a seguir, em demonstração abaixo.
Fo
nt
e:
 d
ea
d/
ifc
e
51
Perceba, aluno(a), que a curva de oferta é positivamente inclinada (ascendente 
para a direita), expressando uma relação direta entre preço e quantidade ofertada 
do bem no mercado. Se por exemplo, o preço se eleva de R$ 15,00 para R$ 20,00, 
as quantidades ofertadas aumentam de 40 para 60, pois do ponto de vista de quem 
realiza a oferta, preços mais altos não são obstáculos e sim estímulos.
3.5 EQUILÍBRIO DE MERCADO (INTERSEÇÃO DEMANDA – OFERTA)
Os interesses conflitantes entre produtores e consumidores são resolvidos no 
mercado pelas forças de oferta e procura. O preço de equilíbrio, que harmoniza os 
interesses conflitantes de produtores e consumidores, é determinado, graficamente, 
pela interseção das curvas de oferta e demanda. Confira no gráfico abaixo!
AULA 3 TÓPICO 1
Fo
nt
e:
 d
ea
d/
ifc
e
Fo
nt
e:
 d
ea
d/
ifc
e
Matemát ica Bás ica I I5252 Fundamentos de Economia
Analisando o gráfico de Equilíbrio de Mercado, no ponto em que ocorre 
o Preço de Equilíbrio, as quantidades procuradas igualam-se às quantidades 
ofertadas (ponto E). Nesse caso, R$ 20,00 é o preço pelo qual os consumidores estão 
dispostos a adquirir 60 unidades do bem e os ofertadores (produtores) a ofertar 60 
unidades. Portanto, podemos dizer que R$ 20,00 é o Preço de Equilíbrio (PE) e 60 é 
a Quantidade de Equilíbrio (QE), onde Q ofertada é igual a Q demandada.
Partindo da hipótese de que o mercado analisado encontra-se em concorrência 
perfeita, o preço de equilíbrio será determinado pela livre manifestação das forças 
da oferta e da procura.
Essa situação de equilíbrio não ocorre para os demais níveis de preço 
analisados. Se o governo interferir no mercado e tabelar o preço do bem acima do 
preço de equilíbrio, em R$ 25,00, por exemplo, haverá excedente de produto. Nesse 
nível de preço, os produtores ofertam 80 unidades, enquanto os consumidores 
demandam apenas 40 unidades. Nesse caso, o preço afastará os consumidores, 
embora seja estimulante para os produtores.
Por outro lado, se o governo interferir no mercado e tabelar o preço do 
bem abaixo do preço de equilíbrio, em R$ 15,00, por exemplo, haverá escassez de 
produto. Nesse nível de preço, os produtores ofertam apenas 40 unidades, enquanto 
os consumidores desejam adquirir 80 unidades do produto. Nesse caso o preço 
estimula os consumidores e desencorajam os produtores a ofertarem no mercado.
As situações de equilíbrio são influenciadas por mudanças na oferta e na 
procura, contudo, prevalecem as condições competitivas e o mercado sempre 
encontra novas posições harmônicas de equilíbrio, ou seja, a “mão invisível” 
das motivações e interesses envolvidos supera os conflitos proporcionados pelo 
mercado.
Neste tópico, estudamos os conceitos de microeconomia, bem como os 
fatores de funcionamento da oferta e da demanda. Estudamos, também, o mercado 
e seus reflexos em algumas atividades econômicas básicas. No próximo tópico, 
conheceremos a elasticidade, ou seja, a sensibilidade econômica de uma variável 
sobre outra. Vamos compreender melhor esse assunto?
53AULA 3 TÓPICO 2
TÓPICO 2 Elasticidade
• Aplicar o conceito de elasticidade de preço da 
oferta e da demanda
• Compreender o conceito de elasticidade-preço-
renda
ObjetivOs
Neste tópico, compreenderemos que, em economia, o termo elasticidade significa sensibilidade. A elasticidade reflete o grau de resposta (sensibilidade) de uma variável econômica em 
decorrência de alterações em outra variável. Essa sensibilidade de consumidores e 
produtores aos preços varia de produto para produto. Seus graus são definidos pela 
elasticidade-preço, ou seja, pelas variações relativas nas quantidades procuradas 
ou ofertadas em respostas às variações de preços. Além desses aspectos, conhecer 
as variáveis correspondentes ao preço e à renda. 
A partir do conceito apresentado de elasticidade, podemos definir a 
Elasticidade-preço da Demanda como sendo a variação percentual da quantidade 
demandada do bem X para cada unidade de variação do bem X, que pode ser 
medida através da expressão:
e =
Variação percentual da quantidade aplicada
Variação perccentual do preço
sendo a variação percentual da quantidade procurada:
Q (%)
( )= Q - Q
Qp
final inicial
inicial
ou seja, a variação percentual da quantidade é dada pela quantidade final – 
quantidade inicial dividido pela quantidade inicial.
Matemát ica Bás ica I I5454 Fundamentos de Economia
A variação percentual do preço é dada por:
P %
P - P
P
final inicial
inicial
( ) = ( )
 
Nesse caso, a variação percentual do preço é a seguinte: preço final – preço 
inicial dividido pelo preço inicial.
O valor da expressão e poderá ter resultados que variam entre menor do que 
1,0 até o infinito, esse valor determinará o tipo de elasticidade-preço da demanda, 
conforme segue:
1. DEMANDA ELÁSTICA EM RELAÇÃO AO PREÇO
Ocorre quando o aumento percentual da quantidade demandada é 
relativamente maior à queda percentual dos preços. Suponhamos que haja uma 
redução de 20% no preço real, levando a um aumento percentual de 40% nas 
quantidades demandadas. Nesse caso, as quantidades demandadas são relativamente 
sensíveis a alterações nos preços e o valor unitário de e é superior a uma unidade, 
ou seja, e > 1 0, .
2. DEMANDA INELÁSTICA EM RELAÇÃO AO PREÇO
Ocorre quando o aumento percentual da quantidade demandada é 
relativamente menor do que a queda percentual dos preços. Imagine uma redução 
real de 20% no preço real com um aumento de apenas 10% nas quantidades 
procuradas. Nesse caso, o valor de e será de 0,5, estando entre 0 e 1,0, dessa forma, 
as quantidades procuradas são relativamente insensíveis a alterações nos preços.
3. DEMANDA DE ELASTICIDADE UNITÁRIA EM RELAÇÃO AO PREÇO
Ocorre quando o aumento percentual da quantidade demandada é 
rigorosamente igual à queda percentual dos preços ou, de outra forma, quando 
a diminuição percentual da quantidade demandada é rigorosamente igual ao 
aumento percentual dos preços. Se um determinado produto sofrer uma redução 
real de 20% em seu preço e as quantidades procuradas aumentarem também em 
20%, o valor de e será igual a 1,0 e as variações nas quantidades procuradas serão 
rigorosamente proporcionais às variações nos preços.
Assim, como a elasticidade preço da demanda, o conceito tambémse 
aplica à elasticidade preço à oferta, pois o modelo mede a variação percentual da 
55
quantidade ofertada decorrente de uma variação percentual no preço e mostra que 
uma alteração para mais, no nível de preços, provoca uma alteração, também para 
mais nas quantidades ofertadas.
Também como na elasticidade preço da demanda, há diferentes graus 
possíveis de sensibilidade dos produtores aos preços, conduzindo a diferentes 
variações do coeficiente de elasticidade-preço, tais como: 
,η <1 0 Oferta Inelástica
,η >1 0 Oferta Elástica
,η =1 0 Oferta com Elasticidade Unitária
Em sua expressão conceitual, temos a relação existente entre as modificações 
relativas ou percentuais das quantidades ofertadas decorrentes das alterações 
relativas ou percentuais dos preços:
η =
Variação percentual da quantidade ofertada
Variação perceentual do preço
Assim, a variação percentual da quantidade ofertada:
Q %
Q Q
Q
( )
o
final inicial
inicial
( ) =
Nesse caso, a variação percentual da quantidade é dada pela quantidade 
final – quantidade inicial dividido pela quantidade inicial.
A variação percentual do preço é dada por:
P %
P - P
P
final inicial
inicial
( ) = ( )
Portanto, a variação percentual do preço é dada pelo preço final – preço 
inicial dividido pelo preço inicial.
A Elasticidade-rendada Demanda é a medida de quanto a quantidade 
demandada de um bem varia em relação às variações na renda dos consumidores. 
A elasticidade-renda é a variação percentual da quantidade demandada decorrente 
de uma variação percentual da renda do(s) consumidor(es) e classificam-se em 
quatro tipos de bens, vamos conhecê-los!
1. Bens Normais: os aumentos da renda estimulam suas compras. Por 
exemplo, a maioria dos alimentos, roupas, eletrodomésticos, etc.
2. Bens Superiores ou Supérfluos ou de Luxo: são altamente elásticos 
AULA 3 TÓPICO 2
Matemát ica Bás ica I I5656 Fundamentos de Economia
em relação à renda, porque cada 1% de aumento na renda aumenta as 
quantidades vendidas em mais de 1%. Por exemplo, jóias, casacos de 
pele, limusines, etc.
3. Bens Necessários: são bens onde uma variação percentual na renda 
provoca uma variação percentual menor na quantidade demandada. Esse 
bem é inelástico em relação à renda. Por exemplo, sabão, sal, fósforo, etc.
4. Bens Inferiores: uma elevação na renda traz como consequência uma 
queda na quantidade demandada. Assim, a elasticidade-renda é negativa 
(menor que 0). Por exemplo, carros usados, carne de segunda etc.
5. Bens de Consumo Saciado: o consumo não se altera quando a renda 
aumenta, ou seja, a quantidade adquirida do bem se mantém constante 
independentemente de variações no nível de renda. Por exemplo, água 
mineral.
DEMONSTRAÇÃO
Para que possamos entender melhor a elasticidade de demanda, a seguir, 
apresentamos uma situação prática. Confira!
Suponha que vendemos pacotes turísticos para Fernando de Noronha a 
preços de R$ 3.000,00 por pessoa. Para esse preço, há uma demanda de 300 pacotes 
turísticos vendidos. Imaginemos agora que os pacotes turísticos sejam reajustados 
em 20%, nesse caso, agora são vendidos a R$ 3.600,00 e há uma retração de pacotes 
vendidos em 30. Portanto, com o novo preço, foram vendidos 270 pacotes de 
viagens.
Então, neste exemplo, a variação percentual da quantidade vendida é dada por:
Q %
Q - Q
Q
270 - 300
300
-30
300
-
( )
o
final inicial
inicial
( ) = = = = 0,10 ou retra ª o de 10%
A variação percentual no preço é o seguinte:
P
( )
%
P - P
P
3.600 - 3.000
3.000
60final inicial
inicial
( ) = = = 00
3.000
0,20 ou 20%=
Então, temos que
e = 
Variação percentual da quantidade procurada
Variação peercentual do preço
 = 
0,1
0,2
 = 0,50
CONCLUSÃO - Para um aumento de 20% nos preços dos pacotes turísticos 
57
para Fernando de Noronha, houve uma redução na procura na ordem de 10%. No 
exemplo, temos uma Demanda Inelástica em relação ao preço, pois e< 1. Nesse 
caso, as quantidades procuradas são relativamente insensíveis a alterações nos 
preços.
Chegamos ao final do tópico. Nele, abordamos um ponto de grande 
importância para a melhor compreensão do sistema de preços e das reações que 
o mercado sofre após alguma mudança nos preços para mais ou para menos. No 
próximo tópico, estudaremos o comportamento do consumidor. Vamos lá!
AULA 3 TÓPICO 2
58 Fundamentos de Economia
TÓPICO 3 Comportamento do consumidor
ObjetivO
• Conhecer o comportamento do consumidor na 
economia de mercado
Neste tópico, estudaremos um assunto abordado na microeconomia de grande importância na área de vendas de produtos e serviços. Você verá que, quando se analisa o comportamento do consumidor 
e suas reações diante de variações do mercado, podemos maximizar nossos acertos 
de atendimento e consequente fechamento de uma venda ou contrato de serviço. 
Isso também permite às empresas compreender a vida dos seus clientes, seu 
cotidiano e a maneira como encaram os produtos e os serviços ofertados.
Tanto o consumidor quanto o produtor, embora ocupem posições opostas 
no mercado, são movidos por objetivos iguais, que é o de maximização de suas 
satisfações. No caso do nosso objeto de estudo, “o comportamento do consumidor é 
justificado tanto pelos conceitos tradicionais de utilidade e de escolhas indiferentes, 
quanto por abordagens de maior amplitude, que levam em conta fatores extra-
econômicos” (ROSSETTI, 2007).
“Ser consumidor é ser humano. Ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, 
diverti-se... é viver”. (KARSAKLIAN, 2000, p.11).
Os estudos sobre o comportamento do consumidor começaram a se 
desenvolver a partir da década de 60. Através dos trabalhos de Newman, Katona, 
Howard e Engel, é definido como “o comportamento de procura, busca, compra, 
uso e avaliação de produtos e serviços para satisfazer necessidades do ser humano”.
(GADE, 1998). As necessidades são o ponto de partida para o processo de motivação 
59
e serão percebidas ou sentidas no momento em que haja discrepância 
suficiente entre um estado desejado e o estado atual,por exemplo, 
quando se desperta a vontade ou desejo de obter alguma coisa para 
sua satisfação pessoal ou coletiva, podendo ser influenciada por 
motivações de caráter emocional.
Para decidir as aquisições de bens e serviços que que o 
consumidor fará, ele dispõe de
I. uma renda;
II. informações sobre os bens e serviços disponíveis no 
mercado.
Entre as informações que o consumidor procura obter sobre os bens e 
serviços consumidos, destacam-se os preços dos produtos onde os consumidores 
procuram no mercado conciliar o preço à sua renda, conforme suas necessidades. 
Nesse processo, a qualidade dos diferentes bens e serviços ofertados também é 
levada em conta na escolha, ou seja, às vezes, o consumidor tende a pagar um 
preço maior por uma melhor qualidade do produto ofertado. Além disso, o grau 
de satisfação que cada um dos bens ou serviços proporciona aos consumidores no 
atendimento de suas necessidades é outro aspecto considerado na das aquisições.
Considerando a renda de que dispõe, o consumidor escolhe determinadas 
quantidades de um conjunto de bens, que formará sua cesta de consumo. Essa lista 
de compras representa sua escala de preferências, em função de seus gostos e dos 
preços.
Destaca-se que ele age racionalmente, no sentido de maximizar sua 
satisfação, com um mínimo de dispêndio. A lista de compras será ordenada de 
acordo com suas preferências e sua renda disponível. Se a renda não for fator 
limitante, qualquer produto poderá ser consumido, contanto que esteja nas 
preferências do consumidor. 
Alguém que ganhe um salário mínimo, por exemplo,ainda que aprecie um 
bom prato de lagosta, certamente não terá essa iguaria em sua lista de compras. 
Por outro lado, alguém com alto padrão de renda provavelmente não desejaria 
incluir em sua cesta de consumo carne de segunda, mas poderá incluir farinha de 
mandioca para a farofa do churrasco, caso goste.
Da mesma forma que os produtos e serviços individuais, diferentes cestas de 
consumo também podem ser ordenadas em função das preferências. Vegetarianos, 
por exemplo, tendem a rejeitar cestas que contenham carne, preferindo aquelas 
AULA 3 TÓPICO 3
Fo
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e:
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PG
Matemát ica Bás ica I I6060 Fundamentos de Economia
com maior conteúdo de legumes e saladas, ao passo que quem gosta mais de carnes 
vermelhas, irá preferir as cestas com mais carnes e menores quantidade de saladas, 
legumes e carnes brancas.
Considerando a suposição de racionalidade do consumidor, ele poderá se 
manifestar de dois modos distintos. 
• Terá preferência por uma determinada cesta se ela possuir maiores 
quantidades de todos os bens em relação a cestas com menores 
quantidades.
• Será indiferente a cestas com praticamente a mesma composição e as 
mesmas quantidades.
Além dessas influências básicas, existem outras que podem definir o 
comportamento do consumidor, tais como fatores culturais, caracterizado pelas 
crenças e valores preponderantes na sociedade em que vive; fatores sociais, que 
são ditados pelos grupos com que cada qual interage e os estímulos induzidos.
Bem aluno(a), chegamos ao término desta aula. Por meio dela, vimos aspectos 
importantes para compreendermos como funciona uma estrutura econômica, 
no entanto, ainda temos muito que aprender. Estudamos a macroeconomia, 
como funciona oferta e a demanda; a elasticidade na economia, e, por fim, o 
comportamento do consumidor. Na próxima aula, conheceremos os aspectos da 
macroeconomia. Até lá! 
1. Do ponto de vista econômico e quanto à concorrência, explique o 
que é mercado, como ele pode ser classificado.
2. Cite as principais condições determinantes da demanda.
3. 
AT I V I D A D E S D E A P R O F U N D A M E N T O
61
Dadas as informações inseridas nas tabelas de demanda e de oferta de 
passagens aéreas, a seguir, faça o que se pede.
a. Construa o gráfico que representa a curva de demanda de passagens 
aéreas.
b. Construa o gráfico que representa a curva de oferta de passagens 
aéreas.
c. Identifique as coordenadas do ponto de equilíbrio (PE).
4. Se uma redução de 30% do preço de passagens aéreas em baixa 
temporada está associada a um aumento de 25% na venda, qual seria 
a elasticidade renda?
5. Para que o consumidor decida ou opte por um determinado pacote 
turístico, quais são as duas variáveis que ele deverá considerar para 
sua escolha?
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir
( ) Se o preço aumenta 10% e a quantidade diminui 20%, resultando em 
e = 2, a demanda é elástica.
( ) Se o preço aumenta 10% e a quantidade diminui 5%, resultando em 
e = 0,5, a demanda é inelástica.
AULA 3 TÓPICO 3
62 Fundamentos de Economia
AULA 4 Introdução à macroeconomia
Nesta quarta e última aula, estudaremos o comportamento global do sistema 
econômico, iremos investigar o comportamento da economia em sua totalidade e 
procurar identificar as estratégias governamentais e seus indicadores, bem como 
iremos conceituar e classificar a inflação e quais seus impactos na economia.
Objetivos
• Fazer distinção entre microeconomia e macroeconomia
• Conhecer os objetivos e os instrumentos das políticas macroeconômicas
• Conhecer e discutir os instrumentos de política econômica
• Conhecer as estruturas de análise macroeconômicas e as medidas agregadas 
relacionando com a realidade local e nacional
• Estudar os conceitos de crescimento e desenvolvimento econômicos
63AULA 4 TÓPICO 1
TÓPICO 1 Políticas macroeconômicas e indicadores de desempenho
• Conhecer os objetivos e os instrumentos das políti-
cas macroeconômicas
ObjetivO
Nesta aula estudaremos sobre a Macroeconomia e suas variáveis. Trata-se do outro ramo da economia (assim com a microeconomia) e é de suma importância para entendermos o comportamento da 
economia, numa visão global, e as medidas adotadas pelo governo para garantir o 
equilíbrio econômico tanto em períodos de prosperidade quanto em períodos de 
recessão.
A Macroeconomia estuda o comportamento global do sistema econômico e o 
funcionamento da economia em seu conjunto. Estuda fatores como: a determinação 
e o funcionamento do PIB (Produto Interno Bruto), do investimento agregado, da 
poupança agregada, da inflação, etc. Assim, a participação do setor de turismo no 
PIB, os financiamentos para o setor turístico, os impactos da elevação dos juros 
na economia do turismo, o que o aumento da inflação poderá alterar a demanda 
turística, por exemplo, são questões tipicamente macroeconômicas.
4.1. OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA
Os principais objetivos da política macroeconômica são:
• O crescimento do produto agregado; 
• A estabilidade de preços; 
• O baixo emprego;
• E, o equilíbrio em transações externas. 
O grande desafio é conciliar o desenvolvimento dos quatro principais objetivos 
Matemát ica Bás ica I I6464 Fundamentos de Economia
macroeconômicos, isso porque geralmente os meios que conduzem à realização de 
um deles conflitam com os demais. Na gestão da política macroeconômica quase 
sempre se impõe a escolha de um objetivo prioritário ou principal.
Trata-se de um complexo jogo, em que aos benefícios da consecução de um 
determinado objetivo geralmente correspondem a custos sociais não realizados 
de outro objetivo. São raros os períodos históricos em que todos os objetivos 
macroeconômicos são alcançados simultaneamente. (ROSSETTI, 2007)
Dessa forma, os quatro objetivos da política macroeconômica dizem respeito 
a quatro indicadores de desempenho:
1. Produto Agregado: tende-se a geração do produto agregado com a 
maior proximidade possível da plena capacidade da economia e a busca 
por elevadas taxas de crescimento para que as aspirações e desejos da 
sociedade por produtos sejam saciados e atendidos. Portanto o objetivo 
é promover o crescimento do produto a taxas maiores do que o próprio 
crescimento demográfico para garantir o crescimento da produção per 
capta de bens e serviços finais.
2. Emprego: trazer os níveis de desemprego para os mais baixos possíveis 
e a expansão de novos postos de trabalho deve ser compatível com os 
novos ingressos no mercado de trabalho.
3. Preços: trata-se de manter os preços estáveis e o equilíbrio estrutural 
entre os níveis relativos dos preços nos diferentes bens e serviços 
produzidos na economia. Quando verificamos desequilíbrio entre preços 
ocorrem efeitos indesejáveis na economia como a inflação e exigem 
movimentos corretivos para voltar à estabilidade de preços.
4. Transações Externas: o quarto objetivo macroeconômico relevante é 
a busca do equilíbrio das relações externas, trata-se da diferença entre 
exportações e importações de mercadorias e serviços e esta diretamente 
ligada a procura agregada e, portanto, interfere na sustentação ou no 
crescimento econômico do produto agregado, bem como níveis de 
emprego e índices de preços.
Para a execução dos objetivos da política macroeconômica é necessário 
algumas ações como medidas corretivas que visem equilibrar o crescimento do 
sistema econômico. Vejamos a seguir quais as medidas econômicas mais utilizadas.
65
4.2. MEDIDAS ECONÔMICAS
Para atingir os objetivos macroeconômicos listados,a economia dispõe 
de instrumentos (medidas) que atuam como corretivos para que as metas sejam 
atingidas e não haja desequilíbrios que possam afetar o controle do governo em 
busca de suas metas econômicas. As principais medidas econômicas são: 
políticA fiScAl
Trata-se do dispêndio do Governo e da tributação por ele recebida. As decisões 
do Governo de quanto aplicar, nas formas de consumo, investimentos, subsídios 
e transferências e de quanto irá receber em forma de impostos diretos e indiretos 
compõem os instrumentos fiscais. São instrumentos que interferem diretamente 
em todos os objetivos macroeconômicos, pois gastos do governo para mais ou para 
menos afeta a procura agregada para mais ou menos assim como uma modificação 
em sua política tributária também modifica a renda das famílias disponível para o 
consumo, alterando sua capacidade efetiva de dispêndio, interferindo nos níveis 
de preços, sustentação de emprego e até mesmo nas transações externas.
políticA monetáRiA 
Instrumento que controla a oferta da moeda e do credito. A contração da 
emissão de moeda pode provocar uma elevação real das taxas de juros, que por 
sua vez leva a uma contração no consumo e investimentos dos agentes privados 
refletindo nos níveis gerais de preços. A contração do crédito ópera da mesma 
forma. Em lado oposto, quando há uma expansão da oferta monetária, as taxas de 
juros caem, estimulando o consumo interno e externo dos agentes privados. Este 
estímulo pode acarretar um aumento nos níveis gerais de preço, incentivando um 
processo inflacionário, como também atuar sobre os níveis de emprego.
políticA cAmbiAl
Trata-se de um instrumento que complementa a utilização de mecanismos 
fiscais e monetários. Atua na regulação das exportações e importações visando o 
equilíbrio das contas externas. A intervenção cambial pode estimular ou retrair o 
produto agregado e os níveis de preço. Taxas de câmbio desvalorizadas e estimulo à 
entrada de capitais para investimento em nosso país estimulam a procura e elevam 
o nível geral de preços, em contrapartida pode produzir focos inflacionários. Já 
quando um país valoriza o câmbio, abre a entrada de suas fronteiras para produtos 
AULA 4 TÓPICO 1
Matemát ica Bás ica I I6666 Fundamentos de Economia
de outras nações e incentiva investimentos externos, poderá ocorrer estabilização 
nos preços e comprometer os níveis de oferta e do emprego.
políticA de RendA
Instrumento que atua sobre o controle direto de preços, salários dos 
trabalhadores e outras remunerações de fatores de produção. Geralmente este 
instrumento é utilizado em programas de estabilização, embora em alguns casos 
também possa ser utilizado em direções expansionistas.
clASSificAção dAS políticAS econômicAS
A função de qual política será utilizada, de acordo com a conjuntura 
econômica encontrada, terá de ser tomada pelo Governo, portanto qual o tipo de 
instrumento, de que forma será aplicada e em que intensidade, deverá fazer parte 
de um plano de ação elaborado pelo governo em suas esferas federal, estadual e 
municipal. Os principais instrumentos econômicos adotados podem ter funções 
diferentes, dentre elas:
• Reguladora: Através de leis e disposições administrativas, o Estado 
regula e normatiza a atividade econômica, com isso, com essa função, 
procura-se ter o controle de preços, monopólios e ações que violem o 
direito do consumidor;
• Estabilizadora: Trata-se do objetivo que o governo sempre 
está perseguindo que é o de estabilizar e controlar os agregados 
macroeconômicos fundamentais para a manutenção do equilíbrio 
econômico como: a taxa da inflação, taxa de desemprego, equilíbrio da 
oferta e demanda, dentre outros.
• Provedora de Bens e Serviços: Função que tem o estado de prover 
ou facilitar o acesso a bens e serviços essenciais à população. É através 
de políticas publicas que o Estado provém às famílias a direitos básicos 
como o acesso fácil à saúde, educação, segurança, transporte e justiça de 
qualidade.
• Igualitária: Tarefa difícil para os governantes, os programas devem 
atingir e beneficiar as camadas mais pobres e necessitadas da população. 
É necessária a intervenção do Estado para que a renda seja distribuída 
entre as pessoas mais carentes. A igualdade social é um desafio, mas deve 
ser prioridade para os órgãos públicos em todas as esferas.
67
As funções permitem que os governos planejem como aplicarão as políticas 
econômicas alinhadas ao objetivo ou meta que deseja alcançar, como por exemplo, 
o governo pode ter como objetivo prioritário o aumento da taxa de emprego 
da população criando postos de trabalho para diminuir as elevadas taxas de 
desemprego na classe baixa da população. Para isso ele adotará uma postura 
igualitária, criando postos de trabalho para atender a uma deficiência no nível 
de emprego entre as pessoas carentes, através de uma política cujo fim é elevar a 
Taxa de Emprego utilizando instrumentos da política fiscal, pois terá dispêndio 
na criação de novos postos, Monetário, pois haverá expansão da oferta de moeda 
e na política de rendas, havendo pagamento de salários, dentro de um controle 
governamental.
Chegamos ao final do tópico, nele estudamos sobre os aspectos principais da 
macroeconomia, entre eles: os objetivos principais e os indicadores de desempenho 
da macroeconomia; conhecemos também os instrumentos econômicos que auxiliam 
a execução das metas macroeconômicas. No próximo tópico, conheceremos sobre o 
conceito e os efeitos da inflação dentro de um sistema econômico.
AULA 4 TÓPICO 1
68 Fundamentos de Economia
TÓPICO 2 Inflação
ObjetivOs
• Conhecer o conceito de inflação
• Compreender os efeitos que a inflação pode produzir 
na economia
• Identificar os tipos de inflação
Dando continuidade aos estudos sobre a política macroeconômica, neste tópico, discutiremos sobre um importante assunto: a inflação, seu funcionamento e comportamento diante de uma 
estrutura macro. 
1. CONCEITO E EFEITO DA INFLAÇÃO
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado 
no nível de preços da economia. Quando elevada, a inflação produz consequências 
desastrosas sobre todo o sistema econômico. Os efeitos que a inflação pode produzir 
na economia podem ser descritos a seguir:
Nível de Produção e Emprego: Dentro do ambiente de instabilidade e 
imprevisibilidade produzido pela inflação, os empresários tenderão a adiar ou 
reduzir os investimentos produtivos, comprometendo, desta forma, a produção, o 
emprego e o crescimento econômico.
• Distribuição de Renda: A inflação produz uma redução relativa do poder 
aquisitivo das classes, notadamente os trabalhadores assalariados, pois o 
salário não acompanha a inflação em cima dos preços e serviços prestados, 
havendo uma “corrosão” nos salários dos trabalhadores. Por outro 
lado, notaremos um aumento relativo no poder aquisitivo das classes 
detentoras do capital como os empresários, industriais, comerciantes e 
financiadores do capital.
69
• Mercado Financeiro: No processo inflacionário, o valor da moeda 
deteriora-se em curto espaço de tempo, ocorrendo um desestímulo à 
aplicação no mercado financeiro e consequente migração de investimentos 
em outros setores como imobiliário, por exemplo, ou mesmo em moeda 
estrangeira.
• Balanço de Pagamentos: Quando a taxa de inflação interna é superior à 
taxa de inflação externa e o câmbio não apresenta alteração, ocorre um 
estimulo às importações e desestímulo às exportações, já que o produto 
nacional torna-se mais caro que o estrangeiro, provocando déficit na 
balança comercial. Para corrigir o déficit, o governo poderá adotar uma 
medida de desvalorização da moeda nacional em relaçãoà estrangeira, 
levando a uma desvalorização cambial, objetivando estimular as 
exportações. Entretanto a medida afetará as importações de produtos 
essenciais como o petróleo, por exemplo, tornando o produto mais caro.
Dessa forma, as taxas de inflação de um país são afetadas por diversos 
fatores como, o grau de abertura ao comércio exterior, estágio de desenvolvimento 
econômico, grau de oligopolização da economia, etc. 
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
Dentro da economia há diversas discussões de como se originou o processo 
inflacionário e qual a forma de como ela deve ser debelada, mas para isso é 
necessário primeiramente conhecer os tipos de inflação, são elas:
inflAção de demAndA:
Considerada o tipo mais clássico, ocorrendo quando se verifica uma expansão 
da demanda total de bens e serviços em relação à oferta total (produção disponível) 
de bens e serviços, ou seja, dinheiro demais à procura de poucos bens ou serviços 
disponíveis no mercado.
As causas do aumento da demanda agregada que provocam a inflação são:
I. Aumento da oferta de moeda;
II. Aumento dos gastos do governo;
III. Aumento dos investimentos;
IV. Redução dos tributos;
V. Aumento das exportações;
VI. Redução das importações.
AULA 4 TÓPICO 2
Matemát ica Bás ica I I7070 Fundamentos de Economia
medidAS de combAte à inflAção de demAndA:
Para combater a inflação de demanda o governo utiliza instrumentos que 
provocam uma redução da demanda agregada com o objetivo de inibir o consumo 
e o investimento.
Portanto são implementadas políticas monetária e fiscal restritivas ou 
contracionistas de combate à inflação. No caso em questão, a política monetária 
procura restringir a quantidade de moeda e de credito na economia, ao mesmo 
tempo em que eleva as taxas de juros. A política fiscal objetiva reduzir os gastos 
públicos e aumentar a receita tributária. Além dessas medidas, também se adota 
uma política de compressão salarial. A natureza de todas as políticas adotadas são 
recessivas, inibindo a expansão da produção, do consumo e do emprego.
inflAção de cuStoS (inflAção de ofeRtA):
Os custos de produção determinam os preços repassados ao consumidor 
final ou famílias consumidoras dos produtos. Havendo aumento nos custos de 
produção, esse aumento será repassado parcial ou integralmente para os preços 
finais do produto. Assim a inflação de custos pode ser associada a uma inflação 
tipicamente de oferta. A contração da oferta agregada é acompanhada de aumento 
do desemprego, sinalizando um mau sinal para a economia.
As causas desse tipo de inflação são as elevações de custos que são provocadas 
por: 
I. Aumentos salariais acima dos aumentos de produtividade da mão-de-
obra;
II. Aumento de preços dos produtos agrícolas;
III. Desvalorização real da taxa de câmbio que determina o aumento dos 
preços dos insumos importados em moeda nacional;
IV. Elevação de preços dos produtos importados que sejam matérias-primas 
ou insumos importantes na produção da economia nacional.
medidAS de combAte à inflAção de cuStoS:
Se o objetivo for a redução da inflação, adotam-se políticas fiscal e monetária 
restritivas, o que acarreta aumento do desemprego. Se forem adotadas políticas 
monetária e fiscal expansivas, objetivando reduzir o desemprego, provocarão 
aumento da inflação. Esse é um dilema que os economistas vivenciariam para a 
utilização de políticas monetária e fiscal, no caso de inflação de custos.
71
Dessa forma, a política mais adequada de combate à inflação de custos 
seria o controle de preços e salários, resultante de acordos entre empresários, 
trabalhadores e governos, embora muitas vezes esses acordos não se viabilizem 
devido ao histórico conflito de classes e interesses.
inflAção de lucRoS ou de mARk up:
A inflação de Lucros ou de Mark Up ocorre quando as empresas com poder 
de mercado, geralmente em oligopólios ou monopólios, elevam os preços de seus 
produtos muito acima da elevação dos custos de produção. Dessa forma, a inflação 
de custos também ganha o nome de inflação de lucros.
Para combater a inflação de custos, praticam-se medidas que penalizam o 
abuso de poder econômico, como também medidas que estimulam a expansão da 
oferta interna de bens e serviços e a concorrência entre as empresas.
inflAção ineRciAl:
A inflação inercial ou autônoma é resultado do reajuste (aumento) periódico 
dos salários, aluguéis, mensalidades, tarifas públicas, preços dos produtos em geral, 
etc, que é resultado da decisão dos agentes econômicos (trabalhadores, empresários 
e governos) em manter ou expandir a participação na renda e na riqueza, ou seja, 
ocorre mais freqüentemente em períodos de crescimento econômicos.
Para debelar a inflação inercial, recomenda-se a prática do denominado 
choque heterodoxo, ou seja, o congelamento geral de preços, salários, aluguéis, 
tarifas públicas, taxa de câmbio, assim como a desindexação da economia, onde 
os reajustes de preços e salários não mais estão atrelados a um índice econômico.
Encerramos este tópico conhecendo aspectos importantes da inflação 
o que nos ajudará a compreender o nosso próximo assunto: Crescimento e 
Desenvolvimento econômico.
AULA 4 TÓPICO 2
72 Fundamentos de Economia
TÓPICO 3 Crescimento e desenvolvimento econômico
ObjetivO
• Conhecer as características do desenvolvimento 
econômico
No tópico anterior estudamos sobre os tipos de inflação e os seus efeitos em um sistema econômico, tal assunto se faz pertinente para a compreensão dos fatores que levam ao desenvolvimento 
econômico e social de um país, assunto deste tópico.
3.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Para definirmos o desenvolvimento econômico, cabe conceituarmos a 
diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico. Segundo MILONE, o 
crescimento econômico é o aumento contínuo do Produto Interno Bruto em termos 
globais e per capta ao longo do tempo e no desenvolvimento econômico ocorrem 
além das mudanças de caráter quantitativo dos níveis do produto nacional, 
modificações que alteram a composição do produto e alocação dos recursos 
pelos diferentes setores da economia. Assim, o desenvolvimento econômico deve 
traduzir-se na melhora do bem estar econômico e social dos indivíduos, ou seja, 
para que haja desenvolvimento, sobretudo é necessário que haja crescimento.
Em um país que alcança um bom nível de desenvolvimento econômico, 
verificamos a existência das seguintes características: 
1. Redução dos níveis de pobreza;
2. Redução do desemprego;
3. Melhor distribuição da renda;
4. Evolução nos indicadores de educação;
73
5. Melhoria das condições de saúde, nutrição, habitação e transporte 
público.
3.2 PAÍSES DESENVOLVIDOS X PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Existe um conjunto de fatores que explicam porque alguns países são mais 
desenvolvidos do que outros, vale destacar fatores como: o processo histórico 
do país, a dotação de recursos naturais (terra, minerais, matérias-primas, etc) e 
dos recursos humanos, a estrutura industrial, o grau de dependência externa, a 
estrutura política e o setor público.
Analisando a tabela acima, podemos chegar as seguintes conclusões sobre 
a causa que estabelece a diferença entre os países desenvolvidos e países em 
desenvolvimento:
1. Os países desenvolvidos em geral foram colonizadores (Inglaterra, 
França, Holanda, Alemanha), salvo algumas exceções, já os países 
em desenvolvimento a maioria foi colonizado, portanto tornaram-se 
independentes recentemente e isso atrasou o processo de desenvolvimento 
de suas estruturas econômicas e instituições educacionais e de saúde;
2. Dotação de Recursos Naturais e Recursos Humanos: Nos países em 
desenvolvimento geralmente existem recursos minerais abundantes em 
relaçãoaos países em desenvolvimento, com relação ao fator mão-de-
obra, os países que tem maior qualidade, podem atingir mais rapidamente 
maior produtividade;
Tabela 01. Análise de diferenças de fatores entre países desenvolvi-
dos e países em desenvolvimento.
AULA 4 TÓPICO 3
Matemát ica Bás ica I I7474 Fundamentos de Economia
3. Estrutura Industrial: Países em desenvolvimento são predominantemente 
agrícolas, na medida em que se desenvolve, começa a investir em setores 
industriais e de serviços;
4. Grau de Dependência Externa: Em geral, os países em desenvolvimento 
apresentam dependência política, social e econômica de países mais 
desenvolvidos.
5. Estrutura Política: Nos países em desenvolvimento, reflete os interesses 
das classes dominantes e não mobiliza esforços para uma política de 
distribuição de renda;
6. Setor Público: Em países desenvolvidos, as políticas públicas, em áreas 
como educação, saúde, transporte, segurança, apresentam elevados níveis 
de satisfação da população, enquanto nos países em desenvolvimento 
necessita de uma maior organização e investimento.
Nos países em desenvolvimento, podemos verificar outras características 
como: elevado índice de analfabetismo, baixo índice de produtividade, elevada 
taxa de crescimento populacional, baixa taxa de poupança por habitante, elevada 
taxa de desemprego e subemprego, baixa renda per capita, elevada pobreza e 
elevada desigualdade social.
Dessa forma, é possível afirmar que os fatores determinantes para que 
um país tenha um nível de desenvolvimento considerado bom para os padrões 
internacionais, é preciso: planejamento e organização do mercado; distribuição 
de renda mais justa e equilibrada; políticas que incentive o desenvolvimento 
industrial e o comércio exterior; controle do crescimento populacional; e, foco na 
qualidade de vida e do bem estar da população.
Concluímos este tópico e nele estudamos sobre crescimento e desenvolvimento 
econômico, levando em consideração características de países desenvolvidos e 
países subdesenvolvidos.
75AULA 4 TÓPICO 4
TÓPICO 4 Políticas macroeconômicas e indicadores de desempenho
• Compreender o conceito de Globalização na economia
ObjetivO
Neste tópico iremos fazer um breve estudo sobre Globalização. Trata-se de um tema considerado atual, pois cada vez mais as nações procuram integração internacional em busca de 
parcerias ou negócios visando o desenvolvimento de setores que necessitem apoios 
financeiros ou estruturais.
4.1 GLOBALIZAÇÃO
A globalização é considerada por muitos economistas como o estágio mais 
avançado do processo histórico de internacionalização capitalista e essa nova etapa 
pode ser definida como a interação de três processos paralelos: a expansão dos 
fluxos internacionais de bens, serviços e capitais; aumento da concorrência dos 
mercados mundiais; e uma maior integração entre os sistemas econômicos nacionais.
4.2 EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO
A globalização produz muitos efeitos positivos nas economias participantes 
do processo, tais como: superação de barreiras impostas aos movimentos de 
capitais entre os países; incentivo à concorrência internacional; redução da 
soberania econômica dos países participantes; formação de blocos de integração 
regional (Mercosul, União Européia, ALCA, etc.); impactos sociais e culturais; 
maior quantidade de empresas multinacionais instaladas no país; troca de 
experiências estruturais e tecnológicas; movimentos especulativos dos capitais 
Matemát ica Bás ica I I7676 Fundamentos de Economia
financeiros internacionais, levando as economias a uma situação de instabilidade 
e crise.
É crescente a inserção de programas econômicos globalizados tanto em 
países desenvolvidos, em desenvolvimento e até mesmo em países considerados 
subdesenvolvidos embora que de maneira assimétrica em relação aos países ricos, 
mas alertamos que a inserção de nações em negócios internacionais precisa de 
planejamento, políticas de controle de entradas externas no comércio local e foco 
nos ganhos bilaterais.
Encerramos esta aula e, nela, estudamos sobre os problemas que afetam mais 
profundamente a economia do país. Com isso, esperamos que você tenha aprendido 
e que possa utilizar os conceitos teóricos da ciência econômica para interpretar a 
realidade que o cerca de forma prática.
1. Quais os principais objetivos de uma política macroeconômica em 
uma nação?
2. O que é inflação e quais os efeitos que a mesma pode trazer no setor 
turístico?
3. Qual o principal objetivo de uma política de renda igualitária adotada 
em alguns governos?
4. Assinale V (VERDADEIRO) ou F (FALSO) para as afirmações sobre 
globalização em economia:
( ) Com a globalização, a competição passa a ocorrer em escala nacional;
( ) O processo de globalização concorreu para intensificar a formação de 
blocos econômicos regionais;
( ) A globalização beneficia, igualmente, os países desenvolvidos e os 
países em desenvolvimento;
( ) Os movimentos especulativos dos capitais financeiros internacionais 
provocam instabilidade econômica nos países.
AT I V I D A D E S D E A P R O F U N D A M E N T O
77
REFERÊNCIAS
Equipe de Professores da USP. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva 
2007.
FERNANDES, Ivan Pereira. COELHO, Marcio Ferreira. Economia do Turismo. 
Rio de Janeiro: Campus, 2002.
HUNT,E. K. História do Pensamento Econômico. 2. ed. Rio de Janeiro: Cam-
pus, 1984.
IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Thompson Pio-
neira, 1998.
LAGE, Beatriz. MILLIONE, Paulo Cesar. Economia do Turismo. São Paulo: Atlas, 
2009.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 
2007.
REFERÊNCIAS
78 Fundamentos de Economia
CURRÍCULO
Antonio Valdson dos Santos Alencar (in memoriam)
Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Mestre 
em Ciências da Computação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor 
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) lotado na 
gerência de Telemática e responsável por disciplinas nas áreas de hardware e Redes 
de Computadores de cursos técnicos e tecnológicos desta gerência. Trabalhou 
no Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), sendo professor de disciplinas e 
elaborador de conteúdos. Sócio-fundador e Diretor Técnico das seguintes empresas: 
Fortalnet - Provedor de Acesso à Internet e Findnet - Tecnologia em Rastreamento 
Veicular.
Em março de 2011, o professor Valdson Alencar se foi. Um professor que expressava 
paixão pelas inovações tecnológicas e, por isso, um dos maiores entusiastas ativos 
da Educação a Distância no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do 
Ceará. Sua responsabilidade e compromisso com tudo o que fazia mostrava o quanto 
acreditava nessa modalidade de ensino. A Diretoria de Educação a Distância jamais 
esquecerá esse tão competente professor. 
Fabiano Porto de Aguiar
Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará – UFC; com 
especialização em Gestão Comercial pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Atua 
na área comercial há sete anos e atualmente é gerente comercial de uma empresa 
privada que atua no mercado imobiliário. Concluiu o Curso de Professor Formador 
em Educação a Distancia, promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Estado do Ceará, onde atualmente é professor formador da disciplina 
de Matemática Comercial e Financeira.
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Ciência e Tecnologia do Ceará
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