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02 - Conforto Ambiental - Resumo

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MANUAL DO CONFORTO TÉRMICO - ANÉSIA BARROS FROTA
Índices de conforto térmico
Índices biofísicos — que se baseiam nas trocas de calor entre o corpo e o ambiente, correlacionando os elementos do conforto com as trocas de calor que dão origem a esses elementos.
Índices fisiológicos — que se baseiam nas reações fisiológicas originadas por condições conhecidas de temperatura seca do ar, temperatura radiante média, umidade do ar e velocidade do ar.
Índices subjetivos — que se baseiam nas sensações subjetivas de conforto experimentadas em condições em que os elementos de conforto térmico variam.
Para fins de aplicação às condições ambientais correntes nos edifícios como habitações, escolas, escritórios, e para as condições climáticas brasileiras, serão utilizados três Índices de conforto térmico: Carta Bioclimática, Temperatura Efetiva, ou Temperatura Efetiva Corrigida, Índice de Conforto Equatorial ou Índice de Cingapura.
Carta Bioclimática (índice biofísico)
Na região central da Carta está delimitada a zona de conforto. As condições de temperatura seca e de umidade relativa do ar podem ser determinadas sobre a Carta. 
Se os pontos determinados por essas variáveis se localizarem na zona de conforto, as condições apresentadas serão consideradas como de conforto. Se caírem fora da zona de conforto, há necessidade de serem tomadas medidas corretivas.
Se o ponto determinado pelas condições de temperatura de bulbo seco e de umidade relativa do ar cair acima da zona de conforto, será necessário recorrer-se ao efeito do movimento do ar.
Quanto à região abaixo do limite inferior da zona de conforto, as linhas representam a radiação necessária para atingir a zona de conforto, quer em termos de radiação solar quer em termos de aquecimento do ambiente.
Índice de Temperatura Efetiva (índice subjetivol)
Correlação entre as sensações de conforto e as condições de temperatura, umidade e velocidade do ar. Essas correlações são apresentadas sob a forma de nomograma.
Esse nomograma, quando os dados disponíveis são de temperatura seca, ou do termômetro de globo, umidade e velocidade do ar, é normalmente utilizado em conjunto com a Carta Psicrométrica, a qual fornecerá as correspondências entre a temperatura do termômetro de bulbo seco e a temperatura do termômetro de bulbo úmido, a partir dos dados de umidade relativa.
Índice de Conforto Equatorial
Para ser aplicado a habitantes de climas tropicais, de preferência quente e úmido. O gráfico de conforto de Cingapura foi elaborado com base em dados obtidos a partir da psicologia experimental e análise de testes aplicados em indivíduos completamente aclimatados na região. Esse gráfico indica a existência de um optimum em conforto na faixa de 25,5°C na escala I.C.E.
Trocas Térmicas
Convecção: troca de calor entre dois corpos, sendo um deles sólido e o outro um fluido (líquido ou gás). As trocas de calor por convecção são ativadas pela velocidade do ar, quando se trata de superfícies verticais.
Radiação: mecanismo de troca de calor entre dois corpos através de sua capacidade de emitir e de absorver energia térmica. Esse mecanismo de troca é consequência da natureza eletromagnética da energia, que, ao ser absorvida, provoca efeitos térmicos, o que permite sua transmissão sem necessidade de meio para propagação, ocorrendo mesmo no vácuo. A emissividade expressa a capacidade de uma superfície de emitir calor.
Condução: troca de calor entre dois corpos que se tocam ou mesmo partes do corpo que estejam a temperaturas diferentes. O coeficiente de condutibilidade térmica do material — λ — é definido como sendo “o fluxo de calor que passa, na unidade de tempo.
Evaporação: troca térmica úmida proveniente da mudança do estado líquido para o estado gasoso. Para ser evaporada, passando para o estado de vapor, a água necessita de um certo dispêndio de energia. Para evaporar um litro de água são necessários cerca de 700 J.
Condensação: troca térmica úmida decorrente da mudança do estado gasoso do vapor d’água contido no ar para o estado líquido. A condensação é acompanhada de um dispêndio de energia. A condensação de um litro d’água dissipa cerca de 700 J.
Condutância Térmica Superficial: engloba as trocas térmicas que se dão à superfície da parede. O coeficiente de condutância térmica superficial expressa as trocas de calor por convecção e por radiação.
Comportamento Térmico da Construção
Os elementos da edificação, quando expostos aos raios solares, diretos ou difusos, ambos radiação de alta temperatura, podem ser classificados como: opacos; transparentes ou translúcidos.
No caso de uma parede opaca exposta à radiação solar e sujeita a uma determinada diferença de temperatura entre os ambientes que separa, os mecanismos de trocas podem ser esquematizados como na figura abaixo.
No caso de uma parede transparente ou translúcida exposta à incidência da radiação solar e sujeita a uma determinada diferença de temperatura entre os ambientes que separa, os mecanismos de troca podem ser esquematizados como na figura abaixo.
Elemento de proteção solar (Brise)
Parede Opaca: A presença de uma placa quebra-sol (“brise-soleil”) diante de uma parede opaca vai ocasionar uma série de mecanismos de trocas, conforme esquematização. O quebra-sol de lâminas verticais colocado diante de uma parede vertical proporcionará α* com valores sempre mais elevados que os contínuos, devido às diversas reflexões dos raios solares incidentes sobre as placas. A continuidade da proteção horizontal impede a ventilação da camada de ar próxima à parede, tornando a proteção menos eficiente.
Parede Translucida: pode ser feita através de dispositivos externos e internos, sendo que, em caso de vidro duplo, por exemplo, pode até se localizar entre os dois vidros. Por outro lado, a proteção externa normalmente tende a ser mais eficiente, posto que barra a radiação solar antes de sua penetração por transmissividade através do material. 
 
Inércia Térmica da Construção
Recorre-se ao conceito de superfície equivalente pesada — que é igual à somatória das áreas das superfícies de cada uma das paredes interiores, inclusive piso e teto, multiplicadas por um coeficiente que será função do peso da parede e da resistência térmica de seus revestimentos — em relação à área do piso do local. 
Uma parede apresenta maior ou menor inércia segundo seu peso e sua espessura. Mas os revestimentos desempenham importante papel, pois revestimentos isolantes reduzem as trocas de calor com a parede e reduzem sua inércia.
A inércia do recinto considerado pode ser então classificada, segundo o valor da relação base superfície equivalente pesada / área do piso do local:
inferior a 0,5 inércia = muito fraca
entre 0,5 e 1,5 = inércia fraca 
superior a 1,5 e sem cumprir a condição definida para inércia forte = inércia média 
superior a 1,5 e se a metade das paredes pesar mais de 300 Kg/m2 = inércia forte
Noções de Clima
Dentre as variáveis climáticas que caracterizam uma região, podem-se distinguir as que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos: a oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa, a quantidade de radiação solar incidente, o grau de nebulosidade do céu, a predominância de época e o sentido dos ventos e índices pluviométricos.
Radiação Solar - A maior influência da radiação solar é na distribuição da temperatura do globo. As quantidades de radiação variam em função da época do ano e da latitude.
Longitude - A longitude é medida com relação ao Meridiano de Greenwich. Esse meridiano é, por definição, o semicírculo que passa pelos pólos e pelo observatório de Greenwich, situado na Inglaterra.
Latitude - A latitude é medida a partir do Equador, imaginando-se que cada ponto da superfície da Terra esteja contido em um semicírculo paralelo ao Equador e distante deste segundo um ângulo definido pela altura do círculo. A latitude de uma região, associada à época do ano, vai determinar o ângulo de incidência dos raios de sol com relação ao plano do horizonte do lugar.Em latitudes mais baixas (próximo ao Equador), o numero de horas do sol diário são mais semelhantes nos dois solstícios. Em latitudes mais elevadas os dias são mais longos no verão do que no inverno. 
Posição aparente do Sol - No dia 21 de junho, às 12 horas, o Sol atingirá perpendicularmente o Trópico de Câncer, ponto máximo de seu percurso do Hemisfério Norte, e no dia 22 de dezembro atingirá, também às 12 horas, o Trópico de Capricórnio, limite de sua trajetória no Hemisfério Sul. Esses dois dias típicos são denominados solstícios, sendo de inverno, se o ponto geográfico do observador se situar em hemisfério oposto ao sol, e de verão, se estiver no mesmo hemisfério.
Brisa terra-mar - Durante o dia, a terra aquece-se mais rapidamente que a água, e o ar, ao ascender da região mais fria para a mais quente, forçará uma circulação da brisa marítima no sentido mar-terra. À noite este sentido se inverterá, pois a água, por demorar mais a esfriar que a terra, encontrar-se-á momentaneamente mais quente, gerando uma brisa terra-mar.
Topografia - A topografia também afeta a temperatura do ar, a nível local. Além da natural diferença de radiação solar recebida por vertentes de orientações distintas, um relevo acidentado pode se constituir em barreira aos ventos, modificando, muitas vezes, as condições de umidade e de temperatura do ar em relação à escala regional.
Revestimento do solo - O revestimento do solo interferirá nas condições climáticas locais, pois quanto maior for a umidade do solo, maior será a sua condutibilidade térmica. O ar é um mau condutor térmico, de modo que um solo pouco úmido se esquenta mais depressa durante o dia, mas à noite devolverá o calor armazenado rapidamente, provocando uma grande amplitude térmica diária.
Umidade atmosférica - Umidade absoluta tem-se que é o peso do vapor de água contido em uma unidade de volume de ar (g/m3), e a umidade relativa é a relação da umidade absoluta com a capacidade máxima do ar de reter vapor d’água, àquela temperatura.
Ponto de orvalho - Quando o ar contendo uma certa quantidade de água é esfriado, sua capacidade de reter água é reduzida, aumentando a umidade relativa até se tornar saturado — com umidade 100%. A temperatura na qual esse ar se satura é denominada temperatura do ponto de orvalho. 
Precipitação atmosférica - A condensação do vapor d’água, em forma de chuva, provém, em grande parte, de massas de ar úmido em ascensão, esfriadas rapidamente por contato com massas de ar mais frias.
Nebulosidade - se for suficientemente espessa e ocupar a maior parte do céu, pode formar uma barreira que impede a penetração de parte significativa da radiação solar direta. Do mesmo modo, pode dificultar a dissipação na atmosfera do calor desprendido do solo à noite.
Ventos - o determinante principal das direções e características dos ventos é a distribuição sazonal das pressões atmosféricas. A variação das pressões atmosféricas pode ser explicada, entre outros fatores, pelo aquecimento e esfriamento das terras e mares, pelo gradiente de temperatura no globo e pelo movimento de rotação da Terra. Os ventos alíseos, que são os mais importantes para o Brasil, são originários nas regiões subtropicais de alta pressão, nos dois hemisférios situados entre 30° e 35° de latitude, dirigindo-se para SO no hemisfério norte e NO hemisfério sul, formando o cinto de calmas equatoriais de baixa pressão, ao longo do Equador.
Arquitetura e o clima
Para efeito da arquitetura, os dados climáticos mais significativos são os relativos às variações, diárias e anuais, da temperatura do ar e os índices médios de umidade relativa e precipitações atmosféricas e, quando disponível, a quantidade de radiação solar.
A quantidade de radiação solar recebida pelas diversas edificações inseridas numa cidade vai variar com relação às posições das edificações vizinhas, as quais podem constituir barreiras umas às outras ao sol e ao vento.
Um desempenho térmico satisfatório da arquitetura, com a utilização apenas de recursos naturais, pode não ser possível em condições climáticas muito rígidas. Mesmo nesses casos devem-se procurar propostas que maximizem o desempenho térmico natural, pois, assim, pode-se reduzir a potência necessária dos equipamentos de refrigeração ou aquecimento. 
Climas do Brasil
Clima Tropical – Verão quente e chuvoso. Inverno quente e seco. Temperaturas médias acima d 20º. 
Clima Equatorial – Compreende toda a área da Amazônia. Temperaturas médias entre 24º e 26º. Chuva abundante e bem distribuída. 
Clima Semiárido – É a região mais seca. Temperaturas médias em torno de 27º. Chuvas escassas. 
Clima Subtropical – Temperaturas médias abaixo dos 20º. Chuvas fartas bem distribuídas. Inverno rigoroso nas áreas mais elevadas. 
Clima Tropical Atlântico – Regiões litorâneas. Temperaturas médias entre 18º e 26º. Chuvas abundantes no verão paras as regiões ao Sul, e no inverno e outono para as regiões de latituds mais baixas. 
Clima Tropical de Altitude – Temperaturas médias entre 18º e 22º. No verão chuvas mais intensas e no inverno pode gear. Se estende entre o Norte do Paraná e o sul do Mato Grosso do Sul. 
Zoneamento Bioclimático Brasileiro
Zona 1 – Curitiba, Caxias do Sul, Lages, São Joaquim e Campos do Jordao. Uso de aberturas para ventilação de dimensões medias, o sombreamento destas aberturas de forma a permitir o sol do inverno e do uso de paredes e coberturas de inercia leve. Aquecimento solar e grande inercia térmica nas vedações internas. 
Zona 2 – Laguna, Uruguaiana, Pelotas, Ponta Grossa e Piracicaba. Mesmas diretrizes construtivas da zona 1. Ventilação cruzada no verão. 
Zona 3 – Florianópolis, Camboriú, Chapecó, Porto Alegre, rio Grande, Torres, São Paulo, Campinas, Pindamonhangaba, Sorocaba, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Jacarezinho, Paranaguá e Petrópolis. Mesmas diretrizes construtivas da zona 2. Paredes externas leves e refletoras a radiação solar. 
Zona 4 – Brasília, Franca, Limeira, Ribeirão Preto e São Carlos. Uso de aberturas médias, sombreamento nas aberturas durante todo o ano, paredes pesadas e cobertura leve com isolamento térmico. Resfriamento evaporativo, inércia térmica para resfriamento, ventilação seletiva no verão, aquecimento solar e grande inercia térmica das vedações internas no inverno.
Zona 5 – Niterói, São Francisco do Sul e Santos. Janelas de tamanho médio com sombreamento, paredes leves e refletoras, coberturas leves isoladas termicamente, ventilação cruzada no verão e vedações internas pesadas no inverno. 
Zona 6 – Goiânia, Campo Grande e Presidente Prudente. Uso de aberturas médias sombreadas, paredes pesadas, coberturas leves com isolamento térmico, resfriamento evaporativo, ventilação seletiva no verão e vedações internas pesadas no inverno.
Zona 7 – Cuiabá e Teresina. Aberturas pequenas e sombreadas o ano todo, paredes e coberturas pesadas, resfriamento evaporativo, inercia para resfriamento e de ventilação seletiva no verão. 
Zona 8 – Belém, Corumbá, Fernando de Noronha, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Santarém, Salvador, São Luiz e Vitória. Uso de aberturas grandes e totalmente sombreadas, paredes e coberturas leves e refletoras e o uso de ventilação cruzada durante todo o ano. 
Umidade Relativa do Ar
Isto equivale a dizer que quanto mais seco for o clima, mais acentuadas serão sua temperatura extremas (mínimas e máximas). 
Quanto mais úmido estiver o ar, maior será a quantidade de água em suspensão. Essas partículas, além de se aquecerem pela radiação solar que recebem, também funcionam, de dia, como uma barreira da radiação solar que atinge o solo e, à noite, ao calor dissipado pelo solo.
Um solo em clima mais seco recebe mais radiação solar direta que em clima mais úmido. Em um clima quente seco, o solo pode perder, à noite, esse calor armazenado durante o dia com muito mais facilidade, pois não terá muitas partículas de água em suspensão agindo como barreira térmica.
Clima Quente e Seco 
A arquitetura nestes climas secos e quentes deveriapossibilitar, durante o dia, temperaturas internas abaixo das externas e, durante a noite, acima. A ventilação não seria útil, pois o vento externo estaria, em um mesmo instante, ou mais frio ou mais quente que a temperatura do ar interno.
Podem-se adotar partidos arquitetônicos que tenham uma inércia elevada, a qual acarretará grande amortecimento do calor recebido e um atraso significativo no número de horas que esse calor levará para atravessar os vedos da edificação. Assim, é possível obter-se um desempenho térmico tal do espaço construído, de modo que o calor que atravessa os vedos só atinja o interior da edificação à noite, quando a temperatura externa já está em declínio acentuado. Por isto, parte do calor armazenado pelos materiais durante o dia será devolvido para fora, não penetrando na edificação.
Já que não há conveniência de ventilação, pode-se ter pequenas aberturas, o que também facilitará a sua proteção de excessiva radiação solar direta. Quanto à proteção da radiação solar direta, é vantajoso terem-se soluções arquitetônicas onde as construções sejam as mais compactas possíveis, para possibilitar que menores superfícies fiquem expostas tanto à radiação quanto ao vento, que normalmente, em clima seco, traz também consigo poeira em suspensão.
Além dos aspectos topográficos do sítio no qual se assenta, a malha urbana pode ser direcionada prevendo que as ruas de maior largura sejam aquelas com direção Leste-Oeste, pois a inclinação dos raios solares ao longo do ano não atingirá com muito rigor as fachadas voltadas para essas ruas. As ruas com direção norte-sul devem ser mais estreitas, não devem ter um traçado extenso e reto, mas sim prever praças e desvios de modo a não canalizar os ventos.
A vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além de, naturalmente, reter parte da poeira em suspensão no ar. Os espaços abertos podem conter espelhos de água ou chafarizes, trará ao ar próximo maior sensação de conforto às pessoas.
Clima Quente e Úmido
Como a variação da temperatura noturna não é tão significativa, neste clima, que cause sensação de frio, mas suficiente para provocar alívio térmico, a ventilação noturna é bastante desejável. Devem-se, então, prever aberturas suficientemente grandes para permitir a ventilação nas horas do dia em que a temperatura externa está mais baixa que a interna.
Do mesmo modo, devem-se proteger as aberturas da radiação solar direta, mas não fazer destas proteções obstáculos aos ventos.
As construções não devem ter uma inércia muito grande, pois isto dificulta a retirada do calor interno armazenado durante o dia. Nesse sentido, deve-se prever uma inércia de média a leve, porém com elementos isolantes nos vedos, para impedir que grande parte do calor da radiação solar recebida pelos vedos atravesse a construção e gere calor interno em demasia.
A vegetação não deve impedir a passagem dos ventos, o que dará limitações quanto à altura mínima das copas, de modo a produzirem sombra, mas não servir como barreiras à circulação do ar.
O arranjo das edificações nos lotes urbanos, elas devem estar dispostas de modo a permitir que a ventilação atinja todos os edifícios e possibilite a ventilação cruzada nos seus interiores. Isto significa que o partido arquitetônico deve prever construções alongadas no sentido perpendicular ao vento dominante.
Quanto à largura das ruas, as que estiverem localizadas perpendicularmente à direção dos ventos dominantes devem ter dimensões maiores, para evitar que construções situadas em lados opostos das ruas funcionem como obstáculos aos ventos. Do mesmo modo, o arranjo espacial nas quadras deve incluir preocupações quanto às distâncias entre as edificações para não agirem como barreiras ao vento para as vizinhas.
Observações: 
Materiais que reflitam muito a radiação solar ou que tenham grande poder de armazenar calor devem ser evitados nos revestimentos externos, principalmente em climas úmidos, pois, à noite, o calor armazenado, ao ser devolvido para o ar, dirigir-se-á tanto para o interior como para o exterior das edificações.
A pintura externa das construções em climas quentes deve ser preferivelmente de cores claras, pois essas refletirão mais a radiação solar e, portanto, menos calor atravessará os vedos.
Climas Temperados
A escolha do partido arquitetônico deve ser ponderada a partir do grau de umidade relativa do ar, da variação da temperatura anual e diária e da quantidade de radiação recebida, notadamente nas duas estações do ano mais importantes: o inverno e o verão, bem como os índices relativos à pluviosidade.
Nas localidades onde tanto o calor como o frio apresentam certo rigor, devem-se visar alternativas que permitam ora a ventilação cruzada e intensa, ora a possibilidade de fechamento hermético das aberturas para barrar eventuais ventos frios.
Com relação à proteção das aberturas, deve ser considerada a opção de serem móveis o suficiente para possibilitar a penetração da radiação solar, quando desejável.
Controle da Radiação Solar
Para proteger a envoltória de uma edificação, seja com elementos construídos, seja com vegetação, é necessário poder-se determinar a posição do Sol, para o local em questão, na época do ano em que se deseja barrar seus raios diretos. Para tal, tem-se que recorrer a algumas noções básicas da Geometria da Insolação, a qual possibilitará determinar, graficamente, os ângulos de incidência do Sol, em função da latitude, da hora e da época do ano.
A posição horária do Sol é também determinada a partir de ângulos azimutais e das alturas, em função da latitude do observador. A latitude, como foi visto, determinará a posição dos pólos celestes e, consequentemente, das direções norte-sul e Leste-Oeste do observador. O azimute solar — a — é a medida angular tomada a partir da orientação norte do observador. A altura solar — h — se relaciona com a hora do dia. Ao nascer do sol, sua altura é igual a zero, aumentando esse valor até atingir um máximo ao meio-dia. Após esse horário, a altura solar passará a decrescer de valor até igualar-se a zero, no pôr-do-sol.
Pode-se determinar uma trajetória aparente do Sol para cada dia do ano, em função de cada latitude diversa da Terra. No solstício de verão tem-se sempre o dia mais longo do ano e no de inverno, o mais curto, a menos no plano do Equador. Equinócio é a denominação que se dá àquelas datas do ano onde o dia tem a mesma duração que a noite.
Latitude 0° (Equador) - a duração dos dias é igual à das noites. 
Latitude 231⁄2° (Trópicos) - o Sol está a pino no solstício de verão ao meio-dia, ou seja, igual a 90°. Em qualquer outra época do ano, a altura solar máxima diária, será inferior a 90°. No solstício de inverno esse valor atingirá seu mínimo anual.
Latitudes intermediárias (entre o Equador e o Trópico) - Sol a pino duas vezes por ano, uma em cada sentido do percurso solar aparente.
Latitude superior a 231⁄2° - não tem o Sol a pino em nenhuma data.
latitude 90°S (Pólo Sul) - Esta localidade polar só terá luz solar durante seis meses no ano.
LESTE – Sol todas as manhas em todas as estações.
OESTE – Sol todas as tardes em todas as estações.
NORTE – Sol mais baixo durante todo o dia no inverno e em boa parte da primavera e outono. Sol mais alto no verão, que incide poucas horas do dia.
SUL – Sol inexistente no Inverno. Pouco sol no outono e primavera, inicio e final do dia. Sol mais presente no verão, no inicio e final do dia. 
Vidros Simples – Baixo custo. Transparente a ondas curtas e absorventes a ondas longas. Alta transmissividade de calor solar. Pouco reflexivos. Causa o efeito estufa. 
Vidro Verde – Absorvente. Pigmentado para diminuir a transmissão da onda curta.
Películas e Vidros Absorventes – O objetivo é diminuir a transmissão da onda curta. O aumento da absorção nesse comprimento de onda, diminui a transmissividade visível. 
Películas e Vidros Reflexivos – Compostas por uma camada metálica em um substrato transparente, produzindo aparência de espelho. As películas reflexivas à onda curta reduzem a entradade calor ao interior e as reflexivas à onda longa reduzem as perdas de calor para o exterior. 
Vidros Serigrafados – Tem a transparência alterada pelos desenhos ou cores. Associado a um reflexivo maximiza o bloqueio da radiação solar incidente.
Policarbonatos – Opaco à radiação de onda longa, causadora do efeito estufa. Maleabilidade, resistência a choques, menor peso e maior resistência térmica, maior isolamento térmico em períodos frios. 
Vidro Espectralmente Seletivo – Permite a luz natural penetrar no ambiente bloqueando a maior parte dos ganhos de calor solar no verão ou prevenindo as perdas no inverno. 
Vidro de Baixa Emissividade – Permite que a radiação solar visível entre no ambiente, mas bloqueia a radiação de onda longa. Utilizado em panos de vidro duplo. 
Vidro Espectralmente Seletivo com Controle Solar – Tem propriedades óticas que variam ao longo de todo o espectro solar, conforme se queira controlar a transmissão do calor solar e da luz visível. 
Vidros Especiais – Permitem o controle flexível da luz e do calor. 
Vidro de Cristal Líquido – Consistem em duas camadas de vidro que tem como recheio uma película de cristal liquido que pode ter suas propriedades óticas alteradas coma passagem de corrente elétrica. 
Vidro Policrômicros ou Fotocrômicos – Escurecem conforme a luz incidente. Controle automático da radiação solar. O escurecimento no inverno pode ser um problema. 
Vidro Eletrocrômico – Podem ter sua cor alterada com a passagem de corrente elétrica de baixa tensão por uma ultrafina película na sua superfície. Quando a corrente elétrica cessa, ele permanece no mesmo estado de transparência em que estava. 
Vidro de Partículas Suspensas – Utilizado para controlar gradativamente a luz natural, como um dimmer. Podem controlar a luz em diversos estados de transparência e opacidade. 
Vidros Insulados – Dois ou mais panos de vidro que encerram uma câmara hermeticamente fechada de ar ou de outro gás. Sua função mais importante é o isolamento térmico. 
Cartas Solares
Consistem na representação gráfica das trajetórias aparentes do Sol, projetadas no plano do horizonte do observador, para cada latitude específica.
A informação mais imediata que se pode extrair das cartas solares é a relativa ao horário de insolação sobre superfícies horizontais e verticais, segundo a orientação determinada. Toma-se como referência.
Dispositivos de proteção solar
Para o dimensionamento, aplica-se um método traçado de máscaras, o qual se utiliza dos ângulos de sombra resultantes de um dispositivo externo em relação a um determinado ângulo de incidência do Sol.
Uma abertura com uma dada orientação solar e desejar-se barrar a radiação solar direta em um determinado horário. Para tanto, desenha-se, inicialmente, a máscara desejada sobre a carta solar e a partir dela é que se dimensiona o dispositivo de proteção.
Climatização Natural das Edificações
Em se tratando da carga térmica interna ao edifício, as fontes podem ser classificadas como: presença humana; sistemas de iluminação artificial; motores e equipamentos; processos industriais; calor solar.
Presença humana - A quantidade de calor dissipada pelo organismo humano para o ambiente depende essencialmente de sua atividade.
Iluminação artificial - A conversão de energia elétrica em luz gera calor sensível. Esse calor é dissipado, por radiação, para as superfícies circundantes, por condução, através dos materiais adjacentes, e por convecção para o ar.
Motores e equipamentos - O calor dissipado por motores para o ambiente é função de sua potência e de suas características. Em geral, os motores de potência mais baixa têm menor rendimento. No que se refere aos equipamentos, adota-se como calor cedido ao ambiente cerca de 60% da potência nominal dos aparelhos elétricos.
Processos industriais - A avaliação das cargas térmicas dissipadas para o ambiente pode ser feita a partir das temperaturas superficiais e das áreas das superfícies aquecidas, calculando-se os fluxos de calor.
Calor solar - Esse ganho de calor será função da intensidade da radiação solar incidente e das características térmicas dos materiais desses paramentos. Os dados relativos à intensidade da radiação solar incidente sobre as superfícies podem ser calculados por meio de fórmulas, sendo função da latitude, da data, da altitude, da nebulosidade, da poluição do ar etc e também da orientação do plano de incidência. 
Ventilação Natural
A ventilação proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de grande importância para a higiene em geral e para o conforto térmico de verão em regiões de clima temperado e de clima quente e úmido. A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes.
A ventilação natural é eficaz entre as temperaturas de 20º a 32º. Em temperaturas entre 27º e 32º a ventilação só é eficiente se a umidade relativa do ar estiver entre 15% e 75%.
As aberturas para ventilação deverão estar dimensionadas e posicionadas de modo a proporcionar um fluxo de ar adequado ao recinto. O fluxo de ar que entra ou sai do edifício depende da diferença de pressão do ar entre os ambientes internos e externos, da resistência ao fluxo de ar oferecida pelas aberturas, pelas obstruções internas e de uma série de implicações relativas à incidência do vento e forma do edifício.
A força dos ventos promove a movimentação do ar através do ambiente, produzindo a ventilação denominada ação dos ventos. O efeito da diferença de densidade provoca o chamado efeito chaminé.
Ventilação por Ação dos ventos 
As paredes expostas ao vento estarão sujeitas a pressões positivas (sobrepressões), enquanto as paredes não expostas ao vento e à superfície horizontal superior estarão sujeitas a pressões negativas (subpressões).
Essa situação proporciona condições de ventilação do ambiente pela abertura de vãos em paredes sujeitas a pressões positivas (sobrepressões) para entrada de ar e em paredes sujeitas a pressões negativas (subpressões) para saída de ar.
A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos com relação ao edifício e do fato de estar exposto às correntes de ar ou protegido por outros edifícios ou qualquer obstáculo e também da velocidade do vento e do seu ângulo de incidência.
Edificações situadas na área urbana, o efeito da ação dos ventos pode ser pequeno em razão da proximidade entre as construções. Outra alteração previsível se refere à direção do vento, que não se mantém a nível intra-urbano, tendendo a seguir o traçado viário.
Ventilação por Efeito Chaminé
É feita considerando apenas as diferenças de pressões originadas das diferenças de temperaturas do ar interno e externo ao edifício.
Os ganhos de calor a que um edifício está submetido ocasionam a elevação de temperatura do ar contido no seu interior. O ar aquecido torna-se menos denso e com uma tendência natural à ascensão. Se um recinto dispuser de aberturas próximas ao piso e próximas ao teto ou no teto, o ar interno, mais aquecido que o externo, terá a tendência de sair pelas aberturas altas, enquanto o ar externo, cuja temperatura é inferior à do interno, encontrará condições de penetrar pelas aberturas baixas. Observa-se também que o fluxo do ar será tanto mais intenso quanto mais baixas forem as aberturas de entrada de ar e quanto mais altas forem as aberturas de saída de ar.
Lanternim – Ventilação vertical, retira o ar quente que tende a se acumular nas regiões mais altas da edificação. Possui abertura em ambas as extremidades, favorecendo a ventilação cruzada. 
Peitoril ventilado – Permite a entrada de ventilação abaixo da abertura. 
Mansardas – Ventilação de áticos ocupados. 
Captadores de vento – Levam as brisas mais frescas da tarde para os ambientes internos.
Método de Desempenho do Conforto Térmico
Para a produção de uma arquitetura adequada ao clima: 
• conhecimento do clima local, principalmente em termos das variáveis de que é função o conforto térmico (temperatura do ar, umidade relativa do ar,radiação solar e ventos); 
• escolha dos dados climáticos para o projeto do ambiente térmico; 
• adoção de partido arquitetônico cujas características sejam adequadas ao clima e às funções do edifício; 
• então, tomadas as decisões de projeto que digam respeito às suas especificidades, é necessário que seja efetuada uma avaliação quantitativa do desempenho térmico que o edifício poderá ter.
Método CSTB 
No caso de conforto térmico de inverno, são consideradas apenas as perdas térmicas, já que a temperatura interna desejável no edifício é sempre superior à temperatura do ar exterior. O conforto térmico de inverno depende também da ação das paredes e dos pisos frios e das correntes de ar frias.
No caso de conforto térmico de verão, faz-se um balanço térmico sobre hipóteses montadas acerca do que sejam os ganhos e do que sejam as perdas e são consideradas trocas por diferença de temperatura e ganhos devidos à incidência da radiação solar. Fixada a temperatura exterior base para o cálculo e observados os dados de clima referentes à radiação solar, umidade relativa do ar e ventos, montam-se as equações relativas às trocas térmicas pelas duas vias citadas: diferença de temperatura interna e externa e radiação solar incidente.
Limites da climatização natural
Localidades onde esse valor da temperatura externa média já é superior ao limite do conforto humano, ou seja, 28°C, não é possível garantir, internamente às construções, temperaturas dentro da faixa de conforto apenas utilizando-se recursos naturais.
Para os locais onde a temperatura externa média é inferior a 28°C e superior a 18°C, há condições de se obterem internamente às edificações temperaturas dentro dos limites do conforto humano, utilizando-se apenas recursos relativos à climatização natural.
Zona de Conforto – Entre os limites de umidade relativa (20% e 80%) e de temperatura (18º 29º).
Zona de Ventilação Natural – Com a temperatura externa a 32º, a velocidade máxima para o interior é de 2m/s. Temperatura diurna maior 29º e umidade inferior a 60%, o ideal é o resfriamento convectivo noturno. No clima quente e úmido, ventilação cruzada. Região árida com temperatura diurna de 30º a 36º, a ventilação diurna é indesejável e a noturna não é suficiente. 
Zona de Inércia Térmica para resfriamento – Evita picos de calor, em locais onde a temperatura é inferior a 29º. Utilizada nos fechamentos, terra e materiais construtivos.
Zona de Resfriamento Evaporativo e Umidificação – Em locais quentes e secos, conforto por resfriamento evaporativo (vegetação). Temperatura de bulbo úmido máxima de 24º e temperatura de bulbo seco máxima de 44º. Umidificação quando a umidade relativa do ar for muito baixa e a temperatura inferior a 27º. 
Zona de Aquecimento Solar – Região situada entre 10º e 20º. Entre 10,5º e 14º, o uso de aquecimento solar passivo com isolamento térmico. Temperaturas entre 14º e 20º utilizar juntamente com inércia térmica. 
Zona de Condicionamento Artificial com isolamento térmico – Temperatura de bulbo seco maior que 44º e a de bulbo úmido superior a 24º, uso de ar condicionado. Local frio com temperatura inferior a 10,5º, aquecimento solar passivo + artificial. 
Zona de sombreamento – Sempre u a temperatura do ar for superior a 20º. Uso de brises, beiral de telhado generoso, marquises, sacadas, persianas, venezianas, orientação aduada e vegetação. 
Projeto Arquitetônico 
A elaboração de projetos arquitetônicos adequados aos distintos climas pode ser sumarizada em forma de itens de verificação:
Dados climáticos relativos ao mês em estudo: temperatura do ar média mensal; temperatura do ar média mensal das máximas; temperatura do ar média mensal das mínimas; umidade relativa do ar, média mensal; radiação solar direta para céu limpo, para as diversas orientações; porcentagem média de nebulosidade; direção e velocidade dos ventos; caracterização do clima local; latitude; altitude.
Adoção do partido arquitetônico em função das características climáticas: forma mais apropriada; orientação e dimensionamento das aberturas; localização dos diversos blocos no espaço físico; determinação da sombra projetada das edificações; determinação das máscaras produzidas por obstruções externas às aberturas; indicação de elementos externos de projeção da radiação solar (construções, vegetações etc.).
Determinação dos materiais adequados: inércia desejada; atraso desejado; coeficiente global de transmissão térmica (K) de cada material; cor externa e interna.
Avaliação da temperatura interna máxima resultante: cálculo da temperatura interna máxima para as diversas alternativas de projeto; comparação da temperatura interna máxima obtida com os índices de conforto; há alternativa possível dentro dos limites da climatização natural?
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARQUITETURA – ROBERTO LAMBERTS
Conforto Visual
É a existência de um conjunto de condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão visual, com o menor esforço, com menor riso de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes. 
Condições necessárias para o Conforto Visual: Iluminância suficiente; boa distribuição de iluminâncias; ausência de ofuscamento, contrastes adequados e bom padrão e direção de sombras. 
Nível de iluminação
O uso preferencial da luz natural permite maior tolerância à variação do nível de iluminação. Também quanto mais complicada a tarefa a ser desempenhada em um ambiente e quanto mais velha for a pessoa, tanto maior deverá ser o nível de iluminância do local. A iluminação inadequada pode causar fadiga visual, dor de cabeça e irritabilidade. 
A verificação inicial do nível de iluminação em um ambiente pode ser feita com um luxímetro. Para uma verificação mais precisa, os valores da NBR 5413 devem ser seguidos. 
Contraste – É a relação entre a luminância de um objeto e a luminância do entorno imediato deste objeto. As luminâncias podem ser medidas por um fotômetro especial chamado luminancimetro. 
Ofuscamento – Quando se experimenta uma perturbação, desconforto ou perda da visibilidade devido a uma variação muito grande da iluminação e/ou uma velocidade muito grande. Ocorre devido a dois efeitos: Contraste (caso a proporção entre as luminâncias de objetos do campo visual seja maior do que 10:1; Saturação (o olho é saturado com luz em excesso). Luminárias com difusores, aletadas, ou com filtros de vidro são usadas para reduzir o ofuscamento.
Ofuscamento Direto – Pode ser provocado pela geometria do ambiente visual. Quando uma fonte de luz está localizada mais próxima ao centro de visão, o ofuscamento é mais acentuado. 
Ofuscamento Indireto – Causado pela reflexão de fontes de luz numa superfície polida, pode ser evitado com a especificação de superfícies com acabamento fosco. 
Ofuscamento Desconfortável – Não impedem necessariamente o desenvolvimento da tarefa visual. São atribuídos a tendência do olho de fixar em objetos ou pontos brilhantes dentro do campo visual. 
Ofuscamento Desabilitador – Atrapalha o desenvolvimento da tarefa visual. Pode ocorrer de três maneiras: Espalhamento de luz pelo cristalino produzindo uma luminância na retina encobrindo a imagem; tempo insuficiente do olho para adaptar-se a uma diferença de luminâncias; imagens fantasmas (flash de câmeras, visão do sol, farol) onde a adaptação retinal sofre um distúrbio devido a luz excessiva. 
Escalar e Vetor Iluminação
Iluminação escalar é a iluminância media recebida por uma pequena esfera, proveniente de todas as direções, isto é, o fluxo total incidente na esfera dividido pela sua superfície. 
Vetor iluminação é uma figura composta, apresentando magnitude e direção. A magnitude é a diferença máxima de iluminação entre dois pontos diametralmente opostos a superfície de uma pequena esfera. Sua direção é dada pelo diâmetro que liga os dois pontos que apresentam máxima diferença. 
A taxa vetor iluminação / iluminação escalar, associada com a direção do vetor, é um parâmetro utilizado para estimara direcionalidade da luz e suas qualidades de modelação de objetos. Varia entre 0 e 4, na pratica entre 0,25 e 3,5. 
Iluminação Natural 
Sua variabilidade permite ao homem a percepção espaço-temporal do lugar onde se encontra. O jogo de intensidades diferenciadas de luz, sombra e reprodução das cores são informações fundamentais ao funcionamento do seu relógio biológico. 
A luz solar direta ilumina uma superfície normal com 60.000 a 100.00 lux, valor intenso para ser usado diretamente sobre o plano de trabalho, porém sua eficácia luminosa é muitas vezes maior do que algumas luzes artificiais. Além de introduzir menor quantidade de calor por lúmen para o interior do edifício. 
A luz natural é mais desejável em salas comerciais e escritórios, pois o contato com o exterior ajuda a aliviar a tensão associada a esse tipo de atividade. 
As fontes de luz natural são o sol, o céu e as superfícies edificadas ou não, que fornecem respectivamente luz direta, luz difusa e luz refletida ou indireta. O céu claro apresenta a maior luminância na região mais próxima do sol e a menor luminância a 90º deste. O céu encoberto apresenta a maior luminância no zênite e menor no horizonte. O céu parcialmente encoberto apresenta as luminâncias de forma mais previsível. 
Contribuição da Iluminação Natural – É a razão de iluminação entre o interior e o exterior, em porcentagem. 
Céu Artificial do tipo Caixa de Espelhos – Consiste em uma caixa com espelhos na lateral e iluminação difusa vindo de cima. Simula a iluminação natural em maquetes considerando o modelo de céu encoberto. 
Céu Artificial do tipo Hemisférico – Domo Translúcido – O domo geodésico deve possuir várias lâmpadas fluorescentes compactas energeticamente eficientes com intensidades individualmente controladas. 
Céu Artificial do tipo Hemisférico – Domo Opaco Reflexivo – O domo geodésico opaco deve ser branco fosco para refletir a lux proveniente de luminárias direcionadas a ele, instaladas no mesmo plano da maquete. Similar ao translucido, incluindo uma lâmpada artificial que simula a trajetória do sol. 
Pátios e Átrios – Espaço interno envolvido lateralmente pelas paredes da edificação e coberto com materiais transparentes. A luz disponível depende da área de transparência da cobertura, da refletância das paredes internas do átrio e a geometria do espaço. 
Poço de Luz – Espaço luminoso interno que conduz a luz natural para porções internas da edificação. Apresentam acabamento com alta refletância. 
Prateleiras de Luz – Previne o ofuscamento quando colocadas acima do nível dos olhos. Age como brise horizontal. Melhoram a qualidade da luz natural e também facilita a penetração mais profunda no ambiente. Para dimensionamento da luz penetração da luz natural, considerar que ela será de 1,5 vezes a altura de uma janela padrão e de 2 vezes a altura de uma janela com uma prateleira de luz. 
Cores – Cores clara refletem melhor a luz para dentro do edifício. Telhados claros podem aumentar a luz que as claraboias transmitem. 
Distribuição e posicionamento de janelas – A penetração útil da luz natural é limitada a uma distância de 1,5 vezes a altura da parte superior da janela. Janelas horizontais distribuem a luz mais uniformemente que as verticais. A área percentual de janela em relação à área de piso raramente deve exceder 20%. Janelas em mais de uma parede favorece a iluminação bilateral. Janelas em paredes adjacentes reduzem o ofuscamento. 
Orientação – A melhor orientação para a iluminação natural é a NORTE, devido à incidência frequente da luz solar direta. A segunda melhor orientação é a SUL, devido à constância da luz, apesar a quantidade possa ser baixa, a qualidade é alta. As piores orientações são LESTE e OESTE, pois recebem luz solar direto com maior intensidade no verão e com menor intensidade no inverno. 
Iluminação Zenital – Porção de luz natural produzida pela luz que entra através dos fechamentos superiores dos espaços internos. Permite uma iluminação mais uniforme e recebe mais luz ao longo do dia. Desvantagem é a dificuldade de proteger da radiação solar indesejável. 
Domos – Iluminação zenital através de aberturas envidraçadas no telhado. Maior incidência de luz e calor no verão e menor incidência no inverno. 
Claraboias – Mesma função dos Domos, são mais facilmente sombreadas quando necessário e permite melhor distribuição da luz ao longo do ano. Devem ser evitadas as orientações Leste e Oeste. Leva luz difusa para o ambiente. Coleta menos luz que o Domos. 
Iluminação Natural Direcionada com Espelhos – Sistema de espelhos posicionados para captura a luz solar e dirigi-la para o interior do edifício.
Fibras Óticas – Usam uma técnica de reflexão total interna, facilita a transmissão da luz através de cantos e dobras estruturais. Também podem ser utilizadas como sistemas de iluminação artificial. 
Pisos Transparentes – Transmite a luz natural para ambientes localizados no subsolo. 
Iluminação Artificial - A iluminação artificial permite ao homem estender suas atividades em momentos onde a luz natural não é suficiente ou não está presente. 
Sensor Fotoelétrico – Localizado no teto da área de trabalho e associado a um painel de controle Liga/Desliga ou Dimmer. 
Luminárias – A distribuição deve ser feita de forma a complementar a luz natural. O mais comum é ter um único interruptor que acende todas as luminárias ao mesmo tempo. 
Dimmer – Pequenos aparelhos utilizados para criar um efeito mais suave na transição entre níveis de iluminação diferentes. Com lâmpadas incandescentes esse tipo de sistema não é indicado para ambientes de escritórios e salas de aula. Com lâmpadas fluorescentes, reduzem o fluxo luminoso em até 15%. 
Sensor de Presença – Usam radiação infravermelha ou vibrações ultrassônicas para sentir a presença de pessoas. Uteis em edifícios residenciais nas áreas de circulação. 
Programador de Tempo – Desativam a iluminação artificial após um tempo pré-determinado nos circuitos. 
Iluminação de tarefa – Usada como complemento da luz natural, permite o controle local das condições de iluminação de cada tarefa visual. 
Programas de Análise de Iluminação
Radiance e Desktop Radiance – Simula a iluminação em ambientes usando o método ray-tracing. Traça todos os raios de luz e constrói a luminosidade nas superfícies ate certo limite de reflexões. No final, tem uma imagem do ambiente em 3D. Auxilia na resolução de ofuscamento, contrastes ou níveis de iluminância insuficientes. 
Ecotect Analysis 2011 – Simula a iluminação natural em ambientes através do calculo do Daylight Factor. Não considera o ofuscamento e luminância de superfícies, mas identifica possíveis problemas como iluminâncias exageradas ou insuficientes. 
Apolux – Permite a visualização semi-realista de ambientes e inclui ferramentas analíticas como gráficos d cores que representam iluminâncias nas superfícies. 
Troplux – Adequação à realidade dos trópicos. Pode simular qualquer tipo de céu com distribuição de luminâncias baseada em padrões da CIE ou em medições de estações IDMP. 
Lux – Calcula a distribuição do Fator de Luz Diurna num ambiente interno e estima o consumo de energia elétrica para complemento da luz natural. 
Relux – Simula iluminação natural e artificial em ambientes internos e externos e possui banco de dados de luminárias de fabricantes, além de mobiliários, materiais e texturas. 
DIALux – Pode modelar o ambiente a ser analisado ou importar/exportar arquivos para CAD, visualização foto realística das simulações. Calcula a iluminação interior e exterior, artificial e natural, incluindo cálculo de iluminação pública e de emergência. 
ABC DO CONFORTO ACÚSTICO – HELIO GREVEN
Som – O som é uma sensação auditiva ocasionada pela vibração de partículas de ar transmitida ao aparelho auditivo humano. É uma transmissão aérea. Quanto mais próximas entre si estiverem, mais rápida será a propagação do som; no ar a velocidade é de 340 m/s, sendo maior nos líquidos e maior ainda nos sólidos. 
Ruído – A sensação psicológica resultante de um oumais sons desagradáveis ao ouvido humano. A noção de ruído é subjetiva e depende de quem o percebe.
Nível do som – Expresso em dB (decibel), é obtido pelo uso de equipamentos medidores, os quais determinam a intensidade sonora real por comparação a um nível de referência.
Frequência do Som – Expresso em Hz (Hertz) exprime o número de vibrações por segundo. É a frequência que permite distinguir um som grave de um som agudo, determinando o tom do som percebido.
Campo Audível – O campo audível do ouvido humano está compreendido aproximadamente entre 20 e 20.000 Hz. A voz humana se situa entre 500 e 1.000 Hz. As normas específicas utilizam o campo de 100 a 5.000 Hz, e foi convencionado subdividi-lo em bandas de seis (6) oitavas, com terços médios centrados em 125, 250, 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz. As duas primeiras oitavas, com terços médios em 125 e 250 Hz, correspondem aos sons graves; as duas oitavas seguintes, 500 e 1.000 Hz, correspondem aos sons médios; e as duas últimas, 2.000 e 4.000 Hz, aos sons agudos.
Sensibilidade Auditiva – Nossas impressões sonoras obedecem à lei de WEBER-FECHNER, segundo a qual a sensação auditiva é proporcional ao logaritmo da excitação nas frequências médias. O aparelho auditivo humano não percebe sons de frequências diferentes com a mesma sensibilidade.
Decibel (dB) – Para medir o nível do som/intensidade sonora/nível de pressão acústica é normalmente utilizado um equipamento denominado decibelímetro, sendo o resultado apresentado em decibéis (dB). Uma diferença de 1 dB para mais ou para menos pode ser detectada pelo ouvido humano. Se o nível de pressão acústica for aumentado ou diminuído em 10 dB, o ouvido humano interpreta como se o mesmo tivesse sido duplicado ou reduzido à metade.
 
Adição de Níveis Sonoros – Dois níveis sonoros iguais (60 dB), porém de frequências muito diferentes apresenta um resultado final a maior de aproximadamente 3 a 5 dB (60 dB + 60 dB = 63 dB). Um ruído preponderante pode mascarar outro ruído sempre que os níveis de pressão sonora forem muito diferentes (60 dB + 70 dB = 70dB).
Medição de Ruído – Para definir o espectro de um determinado ruído, será necessário medi-lo em várias frequências e corrigir a curva resultante, conforme as curvas fisiológicas do aparelho auditivo humano. A possibilidade de inserir filtros corretivos no aparelho de medida do som (decibelímetro) visa obter valores únicos para ruídos complexos, em vez de uma série de valores variando com as frequências.
Reflexão do Som – As ondas sonoras incidentes numa parede, se esta for perfeita, ou seja, pesada, indeformável, plana e lisa, sofrem reflexão. Este fenômeno se caracteriza pela permanência da energia sonora no ambiente (bate e volta). A reflexão em uma superfície é diretamente proporcional à dureza do material. Paredes de concreto, mármore, azulejo, vidro, refletem quase 100% do som incidente. 
Reverberação do Som 
A existência de paredes de fechamento de um ambiente construído dá origem a sons refletidos que caracterizam o fenômeno chamado de reverberação. Existe uma unidade comparativa para medir a reverberação, definida como o tempo necessário para um som diminuir sua intensidade à milionésima parte a partir do momento em que cessa a fonte sonora.
A reverberação incide de três modos na distribuição do som no ambiente:
• O espectro do som reverberante não coincide com o espectro do som direto em virtude da absorção nos diferentes materiais de construção ser seletiva com relação à frequência;
• A distribuição espacial do som não é homogênea uma vez que os materiais absorventes não estão distribuídos homogeneamente no ambiente (por exemplo, concentrados nas paredes);
• O som reverberante persiste um certo tempo no local, depois da supressão
da fonte sonora.
Se a reverberação persistir muito tempo depois da supressão do som direto, perturbará a clara percepção (a inteligibilidade). e, ao contrário, o som desaparecer imediatamente após a supressão da fonte acústica, além de dificultar a audição em pontos afastados da fonte, prejudicará a percepção de alguns tipos especiais de fontes sonoras (as orquestras).
Absorção do Som / Acústica 
É a propriedade de alguns materiais em não permitir que o som seja refletido por uma superfície.
Os materiais de construção são seletivos quanto às frequências de sons que absorvem. Conhecendo-se as características (frequências) de emissão e absorção respectivamente da fonte sonora e dos materiais de construção, pode-se otimizar e/ou corrigir os tempos de reverberação de ambientes construídos. 
A energia sonora é absorvida e transformada em calor sempre que encontra um material de estrutura porosa (lã mineral, por exemplo), podendo absorver de 30% a 100% da energia incidente, dependendo da espessura do material e da frequência do som. 
Materiais porosos: lã de vidro ou lã de rocha, feltro, espumas de poliestireno, poliuretano, etc;
Materiais porosos recobertos por chapas perfuradas: os anteriores, combinados com chapas de gesso, lâminas metálicas, madeira e similares;
De aplicação direta com pistola sobre a parede ou teto: espumas de resinas específicas (poliuretano, fenol, etc.) com ou sem cargas (pérolas de poliestireno expandido, vermiculita, cortiça, etc.);
Chapas pré-fabricadas, perfuradas ou não: chapas de gesso, de fibras de madeira, de aglomerados de gesso, de cortiça, etc.
Transmissão do Som – A própria parede em vibração produz ondas sonoras nos ambientes que separa, ou seja, parte da energia incidente pela vibração da parede é transmitida ao ambiente contíguo ou adjacente. Quando se substitui o revestimento de uma parede por um material cujo coeficiente de absorção é mais elevado que o do revestimento anterior, a parcela refletida do conjunto parede + revestimento é diminuída, mas a parcela transmitida não se altera.
Isolamento Acústico / Sonoro 
Se refere à capacidade de certos materiais formarem uma barreira, impedindo que a onda sonora passe de um ambiente a outro. A energia mecânica de vibração da parede transmite movimento ao ar, gerando ondas sonoras. Quanto mais leve a parede, mais facilmente passa a vibrar. Portanto, paredes leves não são recomendadas para impedir a transmissão do som, pois o vibrar elas se tornam fontes secundárias de som. A contrapartida a paredes pesadas para isolamento sonoro é alcançada facilmente por sistemas de paredes leves multicamadas.
O sistema acústico multicamadas, denominado massa-mola-massa, cuja resultante da descontinuidade de meios proporciona resultados superiores a sistemas pesados com um único tipo de material. As paredes de gesso acartonado formam o sistema massa (gesso) – mola (ar) –massa (gesso) e podem ainda ter aumentado seu isolamento acústico com a colocação de lã mineral no seu interior. A lã de rocha ou de vidro é um excelente absorvente acústico, fortalecendo assim a função mola. 
Isolamento padronizado entre dois locais – As características acústicas dos ambientes se alteram em função da disposição e do mobiliário bem como do número de pessoas presentes, o que torna extremamente variável e complexa sua determinação precisa. Para simplificar esse processo, utilizam-se valores comparados a um “isolamento acústico de referência”. A partir dos índices de redução acústica (R) pode-se analisar e avaliar o comportamento acústico dos ambientes construídos.
Absorção Acústica – É a capacidade de um material/produto/componente construtivo absorver total ou parcialmente a energia sonora incidente. 
Isolação Acústica – É o conjunto de procedimentos praticados na construção civil para inibir a transposição do som de um ambiente a outro. 
Absorção / Isolação
Quando uma onda sonora encontra um elemento que separa dois ambientes, uma fração é transmitida ao ambiente contíguo, outra fração é absorvida pelo elemento separador ou seu revestimento e uma terceira fração é refletida, permanecendo no ambiente.
Se um material absorvente acústico for interposto junto à parede separadora, não é melhorada a isolação acústica entre os dois ambientes, mas simo comportamento acústico interno do ambiente. O material absorvente aumenta a fração absorvida e diminui a fração refletida. A fração transmitida não é alterada.
Índice de Redução Acústica (R) – Identifica a absorção acústica de sons aéreos em materiais/produtos/componentes. 
Índice de Redução Acústica de Laboratório (R) – Identifica a absorção acústica do material/produto/componente em bancada de laboratório onde seja possível excluir todos os caminhos secundários de propagação do som. 
Índice de Redução Acústica do Ambiente Construído (R’) – Identifica a absorção do som em condições normais do ambiente construído, considerando também os caminhos secundários, pisos, paredes e tetos. 
Índice de Redução Acústica Ponderado (Rw) – Unificação dos índices. É determinado em laboratório utilizando filtros para absorver determinadas frequências, possibilitando a construção de curvas e tabelas para determinar os índices ponderados. 
Índice RL – Referencia a absorção do som aéreo ao longo de uma interface padrão da área de contato do material/produto/componente com uma aresta padrão formada pelo material/produto/componente e os flancos. Determinado em laboratório. 
Índice Rlw - Índice ponderado de absorção de sons aéreos de materiais/produtos/componentes determinados pelos índices RL corrigidos pelo filtro que simula a fisiologia do ouvido humano.
Índice Rlwr - Sufixo “R subscrito” indica o resultado, ou seja, o valor final com um único número do índice RLw, medido em dB.
NBR 10151 - Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade
Objetivo 
Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independentemente da existência de reclamações.
Esta Norma especifica um método para a medição de ruído, a aplicação de correções nos níveis medidos se o ruído apresentar características especiais e uma comparação dos níveis corrigidos com um critério que leva em conta vários fatores.
Nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels ponderados em “A” [dB (A)]: Nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora (com a ponderação A) referente a todo o intervalo de medição.
Ruído com caráter impulsivo: Ruído que contém impulsos, que são picos de energia acústica com duração menor do que 1 s e que se repetem a intervalos maiores do que 1 s.
Ruído com componentes tonais: Ruído que contém tons puros, como o som de apitos ou zumbidos.
Nível de ruído ambiente (Lra): Nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A”, no local e horário considerados, na ausência do ruído gerado pela fonte sonora em questão.
Calibração e ajuste dos instrumentos: Uma verificação e eventual ajuste do medidor de nível de pressão sonora ou do sistema de medição deve ser realizada pelo operador do equipamento, com o calibrador acústico, imediatamente antes e após cada medição, ou conjunto de medições relativas ao mesmo evento.
Procedimentos de medição – No levantamento de níveis de ruído deve-se medir externamente aos limites da propriedade que contém a fonte. Na ocorrência de reclamações, as medições devem ser efetuadas nas condições e locais indicados pelo reclamante. Todos os valores medidos do nível de pressão sonora devem ser aproximados ao valor inteiro mais próximo. Não devem ser efetuadas medições na existência de interferências audíveis advindas de fenômenos da natureza. O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização do ruído em questão. A medição pode envolver uma única amostra ou uma sequência delas.
Medições no exterior de edificações - Deve-se prevenir o efeito de ventos sobre o microfone com o uso de protetor. No exterior das edificações que contêm a fonte, as medições devem ser efetuadas em pontos afastados aproximadamente 1,2 m do piso e pelo menos 2 m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras. No exterior da habitação do reclamante, as medições devem ser efetuadas em pontos afastados aproximadamente 1,2 m do piso e pelo menos 2 m de quaisquer outras superfícies refletoras. 
Medições no interior de edificações - As medições em ambientes internos devem ser efetuadas a uma distância de no mínimo 1 m de quaisquer superfícies, como paredes, teto, pisos e móveis. Os níveis de pressão sonora em interiores devem ser o resultado da média aritmética dos valores medidos em pelo menos três posições distintas, sempre que possível afastadas entre si em pelo menos 0,5 m. As medições devem ser efetuadas nas condições de utilização normal do ambiente, isto é, com as janelas abertas ou fechadas de acordo com a indicação do reclamante.
Correções para ruídos com características especiais - O nível corrigido Lc para ruído com características impulsivas ou de impacto é determinado pelo valor máximo medido com o medidor de nível de pressão sonora ajustado para resposta rápida (fast), acrescido de 5 dB(A). O nível corrigido Lc para ruído com componentes tonais é determinado pelo LAeq acrescido de 5 dB(A). O nível corrigido Lc para ruído que apresente simultaneamente características impulsivas e componentes tonais deve ser determinado aplicando-se os procedimentos, tomando-se como resultado o maior valor.
Avaliação do ruído - O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível de pressão sonora corrigido Lc e o nível de critério de avaliação NCA. 
Determinação do nível de critério de avaliação (NCA) - o período noturno não deve começar depois das 22 h e não deve terminar antes das 7 h do dia seguinte. Se o dia seguinte for domingo ou feriado o término do período noturno não deve ser antes das 9 h. O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível indicado na tabela 1 com a correção de - 10 dB(A) para janela aberta e - 15 dB(A) para janela fechada.
Relatório de Ensaio – Deve conter: marca, tipo ou classe e número de série de todos os equipamentos de medição utilizados; data e número do último certificado de calibração de cada equipamento de medição; desenho esquemático e/ou descrição detalhada dos pontos da medição; horário e duração das medições do ruído; nível de pressão sonora corrigido Lc, indicando as correções aplicadas; nível de ruído ambiente; valor do nível de critério de avaliação (NCA) aplicado para a área e o horário da medição; referência a esta Norma.
NBR 12179 – TRATAMENTO ACÚSTICO EM RECINTOS FECHADOS
Tratamento Acústico – Processo pelo qual se procura dar a um recinto, pela finalidade a que se destina, condições que permitam boa audição as pessoas nele presentes. Implica em saber as condições do recinto: Nível de som exterior; nível de som do recinto; planta de situação do imóvel; plantas e cortes do recinto; especificação dos materiais empregados na construção e na utilização. 
Som – Toda e qualquer vibração ou onda mecânica que s propaga num meio dotado de forças internas, capaz de produzir no homem uma sensação auditiva. 
Faixa de Frequência – Corresponde às ondas ou vibrações normalmente audíveis pelo homem. 
Tom puro – Energia vibratória sonora, cuja propagação no meio elástico, obedece a uma variação senoidal no tempo.
Tom – Atributo de sensação auditiva, função da frequência dos sons. 
Ruído – Mistura de sons cujas frequências não seguem nenhuma lei precisa, e que diferem entre si por valores imperceptíveis ao ouvido humano. 
Isolamento Acústico – Processo pelo qual se procura evitar a penetração ou a saída, de ruídos ou sons, em um determinado recinto. Compreende a proteção contra ruídos ou sons aéreos e ruídos ou sons de impacto. Pode ser utilizada uma combinação de materiais isolantes, e deve levar em conta a natureza dos sons a isolar. 
Condicionamento Acústico – Processo pelo qual se procura garantir em um recinto o tempo ótimo de reverberação e a boa distribuição do som. Procura garantir boa distribuição de som em um recinto. Estabelecido o nível de som do recinto deve ser feito o estudo geométrico-acústico e determinado o tempo de reverberação. 
Ruído ou Som aéreos – Som produzido e transmitidoatravés do ar. 
Ruído ou Som de Impacto – Produzido por percussão sobre um corpo sólido e transmitido através do ar. 
Tempo de Reverberação – Tempo necessário para que um som deixe de ser ouvido, após a extinção da fonte sonora, e expresso em segundos. O TR depende da capacidade de absorção (a) dos materiais de revestimento, da quantidade de m² de cada material e do volume do ambiente. 
Nível de Som – Nível de pressão acústica compensado, obtido pelo uso de medidores que obedecem às características e calibragem contidas na NBR. 
Nível de Pressão Acústica – Aquele expresso em decibéis, igual a 20 vezes o logaritmo decimal de uma pressão acústica a medir, com relação a uma outra pressão acústica, denominada de referência. 
Estudo geométrico-acústico – Visa conhecer a distribuição dos sons diretos ou refletidos, de modo a serem conseguidas em todo o recinto as melhores condições de audibilidade. Deve utilizar a superfícies do teto para obter o reforço sonoro necessário a boa audibilidade e, eventualmente as superfícies das paredes também, empregando defletores ou difusores. 
Frequências mais altas = maior número de oscilações = som mais agudo
Frequências mais baixas = menor número de oscilações = som mais grave
Desempenho Acústico - Quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda – quanto maior o número de vezes que se completa um ciclo em um determinado espaço de tempo, menor a distância entre esses ciclos.
Atenuação do Som 
Dispersão das ondas (som ao se propagar no ar livre tem a sua área de propagação aumentada, em função do aumento da área da esfera. A cada vez que dobramos a distância da fonte, a área da esfera aumenta 4 vezes, diminuindo a intensidade sonora em 4 vezes, ou 6 dB). 
Perdas entrópicas (numa onda sonora, onde acontecem sucessivas compressões e rarefações, ocorrem pequenos aumentos e diminuições na temperatura do ar). 
A atenuação do som na propagação: é diretamente proporcional à frequência; é inversamente proporcional à temperatura e à umidade; não sofre influência da pressão atmosférica. 
Velocidade do Som – É diretamente proporcional à temperatura e à umidade; não sofre influência da pressão atmosférica; não varia com a frequência. 
Coeficiente de Absorção - representa a porcentagem de som que é absorvido, ou deixa de ser refletido, em relação ao som incidente. Seu valor varia de 0 a1. O coeficiente de absorção de um determinado material não é o mesmo para sons graves, médios e agudos.
Mascaramento - Na audição simultânea de dois sons de frequências distintas, pode ocorrer que o som de maior intensidade supere o de menor, tornando-o inaudível ou não inteligível. O efeito se torna maior quando a os sons têm frequências próximas.
Eco – A repetição de um som que chega ao ouvido por reflexão 1/15 de segundo ou mais depois do som direto. É o som que chega pouco tempo depois do som direto. É uma consequência imediata da reflexão sonora.
Índice de Inteligibilidade – Entende-se como a relação entre o número de palavras ou sílabas entendidas e o número de palavras ou sílabas faladas. Quanto mais próximo de zero ou negativo, pior é a situação de escuta.
Massa-mola-massa - Quanto maior a massa da mola, maior a capacidade de isolamento acústico. Geralmente os materiais absorventes acústicos sejam melhores absorventes às altas frequências que às baixas. 
Salas de aula
O volume da sala recomendado seria 2,8, o volume da sala recomendado seria 2,8 a 4,9m³ / pessoa. 
O TR ideal para uma sala com volume 283m³ entre 0,4 e 0,6. Recomenda-se que o TR seja de 0,5 segundos, para as bandas de frequência entre 500 e 2000Hz.
O SNR ideal de +15dB. O ruído de fundo máximo nas salas de aula deverá ser de 40dB(A).
As dimensões em planta de 6mx8m podem ser mantidas, porém, o pé-direito não deverá ser demasiadamente alto, para se evitar um tempo de reverberação elevado.
Auditório
O teto deve ser refletor, nas proximidades do palco e absorvente no fundo do auditório. Além disso, sua altura não deve ultrapassar de 6 a 7 metros.
As paredes laterais, sempre que possível, não deverão ser paralelas, para evitar reflexões indesejáveis. A parede de fundo não deve ser côncava, e se for, deve ser revestida de um material altamente absorvente.
As cadeiras devem ser do tipo poltrona, de preferência estofadas, para aumentar a absorção. O material do palco e suas proximidades, devem ser de um material refletor, de maneira que o som seja dirigido para o auditório. As alas devem ser revestidas com tapetes comuns.
O nível interno de ruído admissível é da ordem de 35 a 45 dB. Para palavra falada usa-se TR entre 0,7 e 1. Para música, 1 e 1,5 seg. 
A fim de barrar sons externos, os auditórios devem possuir paredes simples ou duplas e lajes espessas, com isolamento pesado especial.
Lojas e Supermercados – Uso de algumas telhas duplas, isoladas internamente com lã de vidro ou espuma rígida de poliuretano.
Igrejas 
Para a palavra falada, o seu TR deve ser baixo, de modo a alcançar a audibilidade perfeita! TR = 0,8 e 1,2 seg. Onde predominam as músicas litúrgicas, que requerem TR mais altos, 1,2 e 2 seg.
As janelas devem ser providas de vidros duplos, fixos, que isolem o ruído externo e evitam também a passagem de calor. A ventilação deve ser mecânica.
Os coros e púlpitos deverão ser bem localizados e dotados de superfícies refletoras para dirigir o som.
Estúdios de rádio e Gravação – Prever TR ótimo para cada caso. Ter um nível de ruído menor que 20dB a 30 dB. Possibilitar boa difusão dos sons. Ter frequência de transmissão uniforme. Com a necessidade de variar TR, emprega-se neles painéis móveis ou cilindros rotativos, permitindo a variação de materiais.
Hospitais - Os materiais devem assegurar condições de higiene, segurança e limpeza, ser incombustíveis e laváveis. Os pisos do corredor e halls deverão ser cobertos com passadeiras de borracha, sobre base flutuante, a fim de amortecer ruídos de impacto. A cozinha principal deve ser o mais longe possível da enfermaria. 
Industrias – Na construção e no funcionamento das máquinas deve-se admitir nível máximo de ruído de 80dB. Evitar paredes côncavas e tuneis que possam funcionar como “tubos acústicos”. Aplicação de pisos flutuantes e de base antivibratória, a fim de eliminar o ruído de impacto. 
Bares e Restaurantes - Caixas acústicas devem ser instaladas nos limites das áreas externas, voltadas para o seu centro e protegidas por barreiras, preferencialmente com alta absorção acústica. Todo o perímetro do estabelecimento poderá ser de alguma forma protegido por placas e painéis que funcionem como barreiras acústicas. Quantificadas as absorções acústicas, o nível de NR percebido na fachada do estabelecimento não deve ultrapassar 65dB.

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