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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Teoria e Prática Cambial 
 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Joni Tadeu Borges 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Pode-se considerar que, pelo menos até o primeiro trimestre de 2016, a 
economia brasileira vem enfrentando uma situação extremamente delicada. 
Segundo os principais analistas econômicos, esta condição persistirá por um 
longo tempo ainda. 
O principal motivo é evidente, a crise política, por qual passa o país, vem 
causando grande instabilidade em todas as áreas, diretamente ou 
indiretamente, relacionadas ao processo produtivo brasileiro. 
Desta maneira, a demanda interna desabou, deixando as empresas 
brasileiras com grandes dificuldades. 
Porém, como dizem os ditados populares “é na crise que se encontram 
as oportunidades”. É verdade! Se as empresas não conseguem, ou estão 
lutando para se manter no mercado interno, por que não buscar outros 
mercados fora do Brasil? 
Sabe-se que não é tão simples assim, mas, para as empresas que estão 
preparadas, esta é a ocasião de iniciar ou aumentar as vendas para o exterior. 
Um fato para animar as empresas exportadoras: no primeiro 
quadrimestre de 2016 houve um superávit de USD 4,86 bilhões. Sendo que, de 
janeiro a abril, o saldo positivo chegou à marca de USD 13,24 bilhões. 
Em algum momento os valores citados anteriormente, ou a maior parte 
deles, deverão ingressar no Brasil. Para isso ocorra, haverá a obrigação de 
fazer a conversão da moeda (contratação de câmbio) amparada nas 
legislações cambiais vigentes. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Curiosidade: acompanhe o movimento da balança comercial brasileira 
em: 
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=245 
 
Contextualizando 
 É recomendado para o exportador que quer ingressar em determinado 
mercado ou aumentar as vendas para o exterior, contratar os serviços de um 
profissional que, de preferência, conheça o produto a ser vendido e, 
principalmente, como se comporta o mercado comprador (aspectos 
econômicos e financeiros, aspectos geográficos, aspectos legais e culturais). 
A comissão na exportação é calculada sobre o valor FOB da mercadoria, 
sendo o percentual máximo definido de acordo com a NCM. 
O controle da comissão de agente é de responsabilidade da Secretaria 
de Comércio Exterior (SECEX)e deve ser feito previamente ou após o Registro 
da Exportação, podendo a qualquer momento solicitar, ao exportador, os 
documentos comprobatórios da negociação. 
Vamos praticar por meio de um exemplo. Considerando que uma 
empresa fez uma exportação de USD 10.000,00 na condição Free on board 
(FOB) e negociou 10% de comissão de agente com seu representante no 
exterior, apresente, para os três tipos de modalidades de comissão de agente: 
 Valor da fatura commercial; 
 O valor do contrato de câmbio de exportação; 
 O valor da comissão de agente; 
 Como o valor da comissão será pago ao agente. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Ao final da aula você será capaz de responder com segurança as 
questões propostas. 
Saiba mais! Para saber mais sobre a comissão de agente na exportação 
consulte: artigos 213 e 214 da Portaria Secex nº 10/10. 
 
Pesquise 
 
Tema 1: Legislação Cambial na Exportação 
A Circular nº. 3691 dispõe sobre as normas e procedimentos do 
mercado de câmbio relativo à Resolução nº 4.568, de 29 de maio de 2008, que 
destaca as operações de compra e venda de moeda estrangeira por instituição 
autorizada a operar com câmbio pelo Banco Central do Brasil. O artigo 2º, 
dessa circular estabelece: 
As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira 
ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação 
de valor, sendo contraparte na operação o agente autorizado a operar no mercado de 
câmbio, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação 
econômica e as responsabilidades definidas na respectiva documentação. 
(Artigo 2º, da Circular nº 3691, da Resolução nº 4.568, do Banco Central do Brasil, 
referente a Legislação Cambial na Exportação) 
 
Nesta mesma Circular, o Banco Central do Brasil coloca em vigor as 
normas e procedimentos das operações no mercado de câmbio relativas às 
exportações de mercadorias e serviços contempladas no título IV, capítulo 1, 
do artigo 90 ao 107. 
Outros aspectos que devem ser considerados nas operações 
relacionadas às exportações de mercadorias e serviços para o exterior é a 
entrada ou não de divisas no país. Desta maneira, podemos classificar as 
 
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5 
operações cambiais em operações sem cobertura cambial e com cobertura 
cambial. 
 
1.1 Operações cambiais em operações sem cobertura cambial 
As exportações são consideradas sem cobertura cambial quando não há 
a contrapartida de entrada de divisas, em relação à saída de mercadorias do 
país. 
São exemplos de exportação sem cobertura cambial: 
Exportação em consignação: Envio de mercadoria ao exterior, para 
um consignatário, com a finalidade de venda. O prazo de permanência da 
mercadoria no exterior é previsto na legislação. Durante este período, caso a 
mercadora seja vendida, o exportador tem que comprovar a cobertura cambial. 
Produtos permitidos a esta modalidade, e demais informação, encontram-se 
disponíveis na Portaria SECEX nº. 23, de 14 de julho de 2011. 
Envio de amostras, participação no exterior em feiras, doação, 
devolução de mercadoria etc. As exportações enquadradas como sem 
cobertura cambial dependem de autorização prévia ao embarque do 
Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex). 
 
1.2 Operações cambiais em operações com cobertura cambial 
Na exportação com cobertura cambial, por sua vez, há a entrada de 
divisas em relação à saída de mercadorias, ou, simplesmente, ocorre quando o 
exportador brasileiro vende sua mercadoria ao importador estrangeiro. 
A exportação brasileira pode ser realizada em qualquer moeda, inclusive 
 
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6 
o Real, mas, na prática, são negociadas em moedas conversíveis. 
É muito importante a escolha da modalidade de pagamento, isto é, como 
o exportador vai receber por sua venda. As quatro modalidades predominantes 
no comércio exterior são: o pagamento antecipado, remessa sem saque, 
cobrança documentária internacional e carta de crédito. São elas que vão 
determinar os riscos que o exportador e importador vão assumir na 
negociação. As modalidades de pagamento estão relacionadas diretamente 
com as legislações cambiais vigentes no Brasil. 
Nos financiamentos à exportação brasileira como o ACC, Proex, Pré-
Pagamento à Exportação e as diversas linhas de financiamento à exportação 
do BNDES, se faz necessário observar, também, se foi cumprida a legislação 
cambial. 
São vários os cuidados que o exportador tem que cumprir, relacionados 
aos aspectos cambiais na exportação, tais como: meios de transferências dos 
recursos, prazos, documentos, contratação do câmbio, entre outros. Além 
disso, estas condições observadas, na aérea cambial, devem estar interagindo 
com as legislações administrativas do comércio exterior, bem como com a 
legislação aduaneira e tributária. 
Link para texto de leitura obrigatória! Para ler a íntegra da Circular nº. 
3691 consulte: 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/48815/Circ_3691_v5_P.pdfTema 2: Meios de recebimentos na exportação 
As negociações mercantis realizadas pelas empresas brasileiras, com as 
empresas estrangeiras, estão normalmente, oficializadas por meio de um 
 
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7 
contrato comercial de compra e venda, fatura comercial ou outro documento 
equivalente que estabelece as condições da negociação, entre as quais, a 
maneira de como será efetuado o pagamento pelo comprador (importador) ao 
vendedor (exportador). 
Previamente à negociação, de preferência no planejamento à 
exportação, o exportador brasileiro deve observar as normas cambiais em 
relação às diversas maneiras que pode receber por sua venda, sem correr no 
risco de fazer uma operação desamparada nas normas ou que venha 
prejudicar a negociação com o importador. 
O Banco Central do Brasil estabelece como o exportador pode receber 
por suas exportações. 
 
2.1 Mediante crédito em conta corrente em um banco no exterior, em 
nome do exportador. 
O Banco Central do Brasil permite que empresas brasileiras abram conta 
no exterior, em qualquer banco e país, para receber os valores relativos às 
suas vendas mercantis. Atualmente, é permitido, ao exportador, manter no 
exterior até 100% dos valores de suas exportações. 
Normalmente, são as grandes empresas que utilizam dessa alternativa, 
uma vez que reduz o custo financeiro por não haver a necessidade de fazer as 
operações cambiais, além de protegê-las da variação cambial, tendo em vista 
que podem utilizar, por exemplo, os recursos creditados nesta conta pra pagar 
suas importações. 
O exportador brasileiro, que escolher por manter uma conta no exterior 
para receber os valores oriundos da exportação, deve, anualmente, declarar à 
 
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8 
Receita Federal, por meio de dispositivos específicos. 
Já as pequenas empresas, devido à necessidade de precisarem dos 
recursos relacionados às suas vendas para o exterior, para manter suas 
atividades no Brasil, não utilizam dessa prática. 
2.2 Mediante crédito em conta no exterior mantida por banco autorizado a 
operar com câmbio no Brasil. 
Esta forma é a mais utilizada pelos exportadores brasileiros. Neste caso, 
o exportador tem que instruir o importador a fazer o crédito na conta de banco 
no exterior, autorizado pelo Banco Central do Brasil. O valor creditado nesta 
conta é do exportador, que é o beneficiário do crédito. Quando ocorre este 
procedimento, o exportador vende a moeda estrangeira ao banco, recebendo 
os reais equivalentes na sua conta corrente aqui no Brasil. 
 
2.3 Recebimento em espécie. 
O recebimento em espécie também não é uma prática comum, uma vez 
que envolve o risco do manuseio da moeda estrangeira. Quando o valor da 
moeda estrangeira, que vai ingressar no país para o pagamento de uma 
exportação, for superior ou igual a R$ 10.000,00, será necessário que o 
portador do dinheiro, ao ingressar no Brasil, providencie junto à Receita 
Federal (alfândega) a Declaração de Porte de Valor (DPV) –, informando a este 
órgão a sua finalidade, dentre as quais temos: identificação do beneficiário pelo 
recebimento do valor (exportador) e o número da fatura comercial da 
exportação. 
O exportador brasileiro, após receber o valor em moeda estrangeira, 
deve vender ao seu banco de relacionamento. Esta operação deve, ainda, ser 
formalizada por meio de um contrato de câmbio. 
 
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9 
 
2.4 Recebimento por meio de cartão de crédito, cheques ou vale postal. 
Há outras maneiras, mais de menor expressão como o recebimento por 
meio de cartão de crédito, cheques de viagem ou vale postal. 
Seja a alternativa que o exportador escolher para receber por suas 
vendas ao exterior, sempre terá que observar alguns pontos que os deixarão 
mais seguro, são eles: legislação em vigor, riscos e custos envolvidos. 
 
Imagem 01: SWIFT 
 
 
Fonte: Disponível em: 
https://www.google.com.br/search?q=tipos+mensagens+swift&espv=2&source=lnms&tbm=isch
&sa=X&ved=0ahUKEwiy6ZvLidDMAhUFFZAKHQrVAzkQ_AUIBgB&biw=1366&bih=667#imgrc
=oSp8fTP3EoH9IM%3A. Acessado em: 19/09/2016. 
 
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10 
 
Tema 3: Prazos Utilizados para a Contratação de Câmbio na 
Exportação 
Os pagamentos realizados pelos importadores podem ser concretizados 
em moeda estrangeira, independente da moeda constante nos documentos 
comerciais representativos da exportação, ocorrendo previamente ou depois do 
embarque da mercadoria. 
 
3.1 Pagamento prévio 
Previamente ao embarque, o exportador brasileiro pode contratar o 
câmbio, em até 360 dias antes do embarque. Isso significa que, o exportador 
pode receber adiantadamente por sua venda e posteriormente embarca a 
mercadoria. O prazo de embarque é negociado entre as partes, de acordo com 
a necessidade de cada um. 
O risco de pagar antecipado é do importador estrangeiro. Neste caso, o 
importador deve ter um bom conhecimento sobre a empresa brasileira. As 
operações realizadas, nestas condições, normalmente ocorrem entre empresas 
que já possuem um relacionamento comercial. 
Basicamente, na prática, ocorrem as seguintes etapas: 
1. Negociação entre o exportador e importador. 
2. Exportador emite a fatura proforma e envia para o importador. 
3. O Importador efetua o pagamento no seu banco de relacionamento. 
4. O banco de relacionamento do importador envia o pagamento para o 
 
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11 
banco de relacionamento do exportador. 
5. O banco de relacionamento do exportador compra a moeda estrangeira 
(valor da exportação) e entrega os reais equivalentes para o exportado.; 
6. Na data acordada, o exportador providencia o embarque da mercadoria 
para o importador. 
7. O exportador envia os documentos representativos da exportação para o 
importador. 
8. O importador, de posse dos documentos, retira a mercadoria na sua 
alfândega. 
Se, por algum motivo, o exportador recebe, antecipadamente, o valor de 
sua exportação por meio da formalização de um contrato de câmbio, mas não 
consegue embarcar a mercadoria dentro do prazo (360 dias) previsto pelo 
Banco Central do Brasil, este fica em situação irregular. 
As alternativas para a regularização perante o Banco Central do Brasil 
são: 
 Devolver o valor para o importador. 
 Transformar o pagamento recebido em investimento direto. 
 Transformar o pagamento recebido em empréstimo. 
 
3.2 Pagamento posterior 
Para as operações a prazo, o exportador pode contratar o câmbio até o 
último dia, do 12º mês subsequente ao embarque da mercadoria. Em termos 
práticos, o exportador pode dar prazo de pagamento ao importador, desde que 
 
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não ultrapasse as condições acima. 
O exportador pode vender a prazo, porém deve negociar a modalidade 
pagamento que ofereça menor risco. A escolha da modalidade dependerá da 
negociação entre as partes, a qual pode ser: 
3.2.1 Remessa sem saque ou remessa direta de documentos 
O exportador embarca a mercadoria e envia os documentos 
representativos da exportação diretamente ao importador, assumindo o risco, 
uma vez que o importador terá a posse dos documentos originais, dando-lhe o 
direito de retirar a mercadoria na alfândega de seu país. 
3.2.2 Cobrança documentária 
Nesta modalidade ao invés de enviar os documentos representativos 
da exportação diretamente para o importador, o exportador envia os 
documentos por meio de seu banco de relacionamento, para o banco do 
importador. O banco doimportador deverá entregar os documentos para o 
importador, respeitando as instruções de cobrança. Risco menor para o 
exportador. 
3.2.3 Carta de crédito 
Garantia, normalmente, exigida pelo exportador ao importador, operação 
que garante ao exportador o recebimento por sua venda. Caso o importador 
não efetue o pagamento, o banco emissor da carta de crédito honra o 
compromisso com o exportador. 
Para os prazos diferentes dos informados anteriormente, também são 
possíveis na exportação brasileira, mas será necessária a autorização prévia 
do Banco Central do Brasil. 
Para o pagamento antecipado, com prazo superior a 360 dias, deverá 
 
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13 
ser registrado o Registro de Operações Financeiras (ROF) , já para as 
operações a prazo acima de 360 dias deverá ser registrado o Registro de 
Crédito (RC). 
As duas modalidades de registro serão apresentadas com mais detalhes 
na última aula, na qual trataremos das operações cambiais financeiras. 
 
Tema 4 – Formalização do Contrato de Câmbio 
A formalização das operações de câmbio relacionadas às exportações 
se dá por meio do contrato de câmbio de compra. Nesta operação, o banco 
compra a moeda estrangeira do exportador e credita os reais equivalentes na 
conta do exportador. 
Caso o exportador entregue a moeda estrangeira ao banco na mesma 
data ou até dois úteis da data da contratação, o câmbio é considerado de 
liquidação pronta. No caso da entrega da moeda estrangeira for maior do que 
dois dias úteis, o câmbio é considerado para liquidação futura. 
Na negociação do câmbio, o exportador também pode escolher a data 
do crédito dos reais em sua conta, podendo ser no mesmo dia da contratação 
(D-0), no dia útil seguinte da contratação (D-1) ou em dois dias úteis após a 
contratação (D-2). A escolha determinará uma diferença na taxa de câmbio 
negociada. 
Fica a critério do banco negociador do câmbio, o qual poderá solicitar os 
documentos necessários para comprovar a operação comercial. Em regra geral 
podem ser: 
 Fatura proforma; 
 Fatura commercial; 
 
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14 
 Conhecimento de embarque; 
 Registro de exportação averbado. 
Outra condição prevista pela norma é que o exportador deve ser o 
beneficiário pelo recebimento da sua venda, não pode ser terceiros, exceto nos 
casos de: 
 Comissão de agente; 
 Exportações conduzidas por intermediário de terceiros no exterior com 
valores até USD 10.000,00 por operação. 
 
 
Imagem 02: Mercadorias para exportação 
 
 
 
Fonte: https://brasilagro.wordpress.com/2016/01/25/siscomex-lembra-alteracao-na-
 
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15 
licenca-de-importacoes-de-barras-laminadas/. Acessado em: 19/09/2016. 
 
4.1 Regularização do contrato de câmbio 
Regularização cambial é o procedimento que deve ser realizado pelo 
banco financiador com a concordância do exportador (à exceção da baixa do 
contrato de câmbio). A regularização do contrato de câmbio de exportação 
(ACC ou ACE) é utilizada para que este não fique em desacordo com a 
legislação cambial. 
Nos financiamentos de ACC e ACE, são utilizados os contratos de 
câmbio de compra – O banco compra a moeda estrangeira que será entregue 
em uma data futura pelo exportador (contrato de câmbio para liquidação futura) 
e entrega o equivalente em moeda nacional, por meio de crédito em conta 
corrente do exportador. Normalmente acontece em até dois dias úteis da data 
contratação do câmbio. 
No ato da contratação das operações de ACC e ACE, ficam definidas a 
taxa de câmbio, o deságio, o prazo do financiamento, o prazo da entrega dos 
documentos representativos da exportação, o prazo da liquidação (vencimento) 
do contrato de câmbio e a data do crédito dos reais na conta do exportador. 
Mas pode acontecer de o exportador não poder cumprir aquilo que ficou 
definido na contratação do câmbio (financiamento que o banco concedeu ao 
exportador), por motivos alheios à vontade do exportador. Neste caso, é de 
responsabilidade das partes verificar os fatos e providenciar a regularização do 
contrato de câmbio, dentro das normas estabelecidas pelo Banco Central do 
Brasil. 
A regularização cambial pode ser realizada por meio de: 
 
 
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16 
4.1.1 Liquidação 
A liquidação do contrato de câmbio ocorre quando o exportador entrega 
o valor da moeda estrangeira (valor do ACC ou ACE) ao banco negociador do 
câmbio, o que acontece após o pagamento efetuado pelo importador. Neste 
momento, o exportador paga o deságio (juros) e liquida seu endividamento com 
o banco. 
 
4.1.2 Prorrogação 
A prorrogação do contrato de câmbio pode ser solicitada pelo 
exportador, caso ele não consiga cumprir o prazo do financiamento inicialmente 
pactuado. Nesta situação, há a necessidade de justificar o pedido de um novo 
prazo. Havendo a concordância do banco, o prazo de entrega dos documentos 
(ACC) ou das cambiais (ACE) é alterado. A prorrogação da entrega dos 
documentos não pode ultrapassar o prazo máximo permitido para o ACC, que 
é de 360 dias da data da contratação do câmbio. Já para o ACE, o prazo da 
prorrogação não pode transpor ao último dia útil do décimo segundo mês 
subsequente ao do embarque da mercadoria, ou da data da emissão da fatura 
de prestação de serviço. 
Obs: Em situações especiais, normalmente quando ocorrem crises 
internacionais, o Banco Central do Brasil pode determinar novos prazos para 
prorrogação. 
 
4.1.3 Cancelamento do contrato de câmbio 
O cancelamento do contrato de câmbio ocorre quando o exportador não 
puder cumprir uma das obrigações estabelecidas no contrato de câmbio como, 
por exemplo, a não entrega da moeda estrangeira no prazo acordado ou no 
prazo máximo permitido pelo Banco Central do Brasil. Sendo assim, havendo o 
consenso das partes, o contrato deverá ser cancelado. Isto significa que o 
 
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17 
exportador tem que devolver os reais equivalentes ao valor do contrato em 
moeda estrangeira, respeitando a taxa de câmbio do dia do cancelamento mais 
o encargo financeiro, caso a mercadoria não tenha sido embarcada. 
 
4.1.3 Baixa do contrato de câmbio 
Já a baixa do contrato de câmbio é aplicada quando o exportador não 
tem perspectivas de cumprir os prazos pactuados no contrato de câmbio. Não 
havendo um acordo entre as partes, o banco pode, unilateralmente, baixar o 
contrato de câmbio. Isto ocorre quando o importador não efetua o pagamento 
e, consequentemente, o exportador não entrega a moeda estrangeira ao 
banco. O exportador também não devolve os reais referentes ao adiantamento, 
e, nesta situação, o banco financiador executa a dívida por meio de cobrança 
judicial. 
 
 
Tema 5 – Comissão de Agente na Exportação 
As empresas exportadoras, com o intuito de facilitar a venda de 
determinada mercadoria ao comprador no exterior, muitas vezes podem utilizar 
os serviços de um representante ou de um agente residente, ou não, no país . 
A função de um agente é representar a empresa brasileira no exterior e 
intermediar a venda da mercadoria nas condições mais favoráveis para o 
produtor (exportador). Por este serviço, o agente cobra uma remuneração que 
é um percentual sobre as vendas. 
É vantajoso para o exportador ter um profissional que conheça o 
mercado e facilite a venda dos seus produtos. 
O valor da comissão de agente é negociado entre o exportador e o 
 
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18 
agente e é aplicado sobre o valor damercadoria no local de embarque, sendo 
que o percentual estabelecido depende da classificação da mercadoria (NCM). 
Quanto maior for o grau de sofisticação da mercadoria, maior poderá ser o 
percentual da comissão de agente. Porém, o percentual máximo para cada 
NCM é estabelecido pelo Decex. 
Na exportação a comissão de agente classifica-se em: 
A remeter – O exportador recebe o valor integral da venda e, em 
operação separada, porém vinculada à venda, remete a comissão por meio de 
transferência financeira. 
Conta gráfica – A comissão integra o valor total faturado contra o 
importador, porém o banco no exterior é instruído a reter seu valor para 
pagamento ao agente, remetendo ao exportador somente o valor líquido da 
operação. 
Dedução da fatura – Na própria fatura comercial é deduzida a comissão 
e registrado o valor líquido, de modo que o importador fica com a incumbência 
do acerto financeiro com o agente (situação comum nas operações entre 
empresas vinculadas). 
Resolução dos exercícios propostos em aula: 
 
5.1 Conta gráfica 
Valor da exportação: USD 10.000,00 - Comissão de agente 10% 
Procedimentos: ao negociar esta modalidade de comissão de agente, o 
exportador deve informar no Registro de Exportação (RE) o percentual e a 
modalidade da comissão de agente. Após, deve informar ao banco negociador 
do câmbio o domicílio bancário do agente. 
 
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19 
Qual o valor da fatura comercial? 
O valor da fatura comercial será no valor integral, no caso, USD 
10.000,00. 
Qual o valor do contrato de câmbio? 
O importador efetuará o pagamento de USD 10.000,00 para o 
exportador brasileiro, o exportador deve informar ao banco sobre a comissão 
de agente, que também deve estar registrado no RE. O contrato de câmbio 
será de USD 9.000,00 (valor sem a comissão de agente). O valor da comissão 
de agente de USD 1.000,00 será transferido para a conta do agente, conforme 
instrução repassada pelo exportador. 
 
5.2 Deduzida da fatura 
Valor da exportação: USD 10.000,00 - Comissão de agente 10% 
Procedimentos: ao negociar esta modalidade de comissão de agente, o 
exportador deve informar no Registro de Exportação (RE) o percentual e a 
modalidade da comissão. 
Qual o valor da fatura comercial? 
O valor da fatura comercial será no valor integral da exportação, 
deduzindo o valor da comissão de agente. O valor final da fatura comercial será 
de USD 9.000,00. 
Qual o valor do contrato de câmbio? 
O importador efetuará o pagamento da fatura pelo valor de USD 
9.000,00. O contrato de câmbio de exportação será no valor de USD 9.000,00. 
Esta modalidade ocorre, normalmente, quando o agente é o próprio 
importador. 
 
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5.3 A remeter 
Valor da exportação: USD 10.000,00 - Comissão de agente 10% 
Procedimentos: ao negociar esta modalidade de comissão de agente, o 
exportador deve informar no Registro de Exportação (RE) o percentual e a 
modalidade da comissão. 
Qual o valor da fatura comercial? 
O valor da fatura comercial será no valor de USD 10.000,00. 
Qual o valor do contrato de câmbio? 
O importador efetuará o pagamento de USD 10.000,00. O exportador 
fechará o contrato de câmbio de exportação no valor de USD 10.000,00 e, na 
data acordada entre exportador e agente, o exportador efetuará o pagamento 
de USD 1.000,00 para o agente por meio de uma transferência financeira, que 
acontecerá no banco autorizado em operar em câmbio pelo Banco Central do 
Brasil. 
Trocando Ideias 
Suponha que você ou a empresa em que trabalha precise exportar um 
determinado produto e a venda para o exterior será por meio de um agente. 
Você quer saber qual o percentual máximo de comissão de agente que pode 
negociar. Para isto, descreva o produto a ser exportado, identifique a sua 
classificação fiscal (NCM) e pesquise com as empresas exportadoras, ou 
despachantes aduaneiros, o percentual da comissão de agente que pode ser 
negociado e informe no fórum da seguinte maneira: 
NCM Descrição da Mercadoria Percentual 
 
 
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Síntese 
A legislação cambial prevê que os pagamentos relativos às exportações 
brasileiras sejam conduzidos de várias maneiras. A mais utilizada é a 
transferência do crédito para a conta de um banco brasileiro no exterior, em 
regra geral em Nova Iorque. Quando este procedimento acontecer, será 
necessário, por parte do exportador, vender a moeda estrangeira ao banco 
autorizado a operar com câmbio, pelo Banco Central do Brasil. Fato este 
conhecido como negociação do câmbio ou conversão de moeda, formalizado 
por meio do contrato de câmbio. 
A importância que o exportador tem que dar, ao realizar as operações 
cambiais, deve ser máxima para não incorrer em penalidades previstas em lei. 
Também, vimos às modalidades de transferências internacionais e como 
podem ser utilizadas pelos exportadores. 
Outro tema abordado foi como se formaliza uma operação de compra e 
venda de moeda estrangeira, por meio de contrato de câmbio. Por último, 
vimos a relevância que tem para os exportadores, a intermediação nas 
negociações internacionais, visando ganhar novos mercados ou aumentar as 
vendas para os já existentes. 
Colocamos em prática uma situação que uma empresa faz, ou seja, uma 
exportação de USD 10.000,00 com comissão de agente 10% com as três 
modalidades. Procuramos, assim, definir o valor da fatura, do contrato de 
câmbio e da comissão de agente para cada modalidade. 
Referências 
BORGES, Joni Tadeu. Câmbio. Editora Ibpex: Curitiba, 2008. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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BORGES, Joni Tadeu. Financiamento ao Comércio Exterior. Editora Ibpex: 
Curitiba, 2012. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, Circular nº 3688, referente ao Convênio de 
Pagamentos e Créditos Recíprocos ( CCR). Disponível em: 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/48813/Circ_3688_v1_O.pdf. Acessado em: 
19/09/2016. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, Circular nº Circular 3689, referente ao capital 
estrangeiro no País e sobre o capital brasileiro no exterior. Disponível em: 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/48812/Circ_3689_v2_P.pdf. Acessado em: 
19/09/2016. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, Circular nº 3690, referente a classificação 
das operações no mercado de câmbio. Disponível em: 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/48816/Circ_3690_v2_P.pdf. Acessado em: 
19/09/2016. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, Circular nº Circular 3691, referente ao 
mercado de câmbio. Disponível em: 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
Lists/Normativos/Attachments/48815/Circ_3691_v5_P.pdf. Acessado em: 
19/09/2016.

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