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AULA1_SERVIDORES PÚBLICOS_sv

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Aula 1 – Módulo 3
Servidores Públicos
Servidores Públicos
Conceito
Agentes Públicos
SENTIDO AMPLO
Significa o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado.
Agentes Públicos
São PESSOAS FÍSICAS incumbidas de uma função estatal, de maneira transitória ou definitiva, com ou sem remuneração. 
Agentes Públicos
O conceito é amplo – abrange todas as pessoas que de uma maneira ou de outra prestam um serviço público – estão abrangidos por esse conceito desde os titulares dos poderes do Estado até pessoas que se vinculam contratualmente com o Poder Público como é o caso dos concessionários. 
Conceito legal de agente público
Lei 8.429/1992 - lei de improbidade administrativa 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
CLASSIFICAÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS
(segundo José dos Santos Carvalho Filho)
Os agentes públicos se classificam em:
Agentes Políticos
Agentes Particulares Colaboradores
Servidores Públicos
Militares
Hely Lopes Meirelles, que em sua obra clássica definiu quatro espécies, os agentes políticos, os agentes administrativos, os agentes honoríficos e os agentes delegados.
Agentes Políticos
São aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público.
São estes agentes que desenham os destinos fundamentais do Estado e que criam as estratégicas políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para que o Estado atinja os seus fins.
Agentes políticos: (para Hely Lopes Meirelles)
* 	Os chefes do Poder Executivo e seus auxiliares 		diretos (ministros, secretários), 
*	Os membros do Poder Legislativo,
* 	Do Judiciário,
* 	Do Ministério Público, 
* 	Dos Tribunais de Contas, 
* 	Os representantes diplomáticos. 
Celso Antônio Bandeira de Melo e Maria Sylvia Zanella Di Pietro, conceituam os agentes políticos de modo restrito:
“agentes políticos são os titulares de cargos estruturais da organização política do país, isto é, são os ocupantes de cargos que compõe o arcabouço constitucional do Estado.”
Segundo Marçal Justen Filho, agentes políticos são aqueles que integram os mais elevados escalões na organização Administrativa Pública, possuindo acento na Constituição Federal, possuem independência funcional e regime jurídico próprio (é o agente que está topo da pirâmide da organização da administração publica ), no sentido mais próprio são os representantes do povo, o que conduz à investidura por eleição.
Nesta visão são agentes políticos apenas aqueles ocupantes de cargos eletivos (e seus auxiliares diretos): 
Presidente da República, Governadores, Prefeitos (e respectivos auxiliares diretos), os Senadores, os Deputados e os Vereadores. 
O que caracteriza o agente político não é o só fato de serem mencionados na Constituição, mas sim o de exercerem efetivamente (e não eventualmente) função política, de governo e administração, de comando e, sobretudo, de fixação das estratégicas de ação, ou seja, aos agentes politicos é que cabe realmente traçar os destinos do país. 
A investidura do agente político em regra é obtida através de eleição, mediante o sufrágio universal na forma da constituição federal, arts. 2º e 14, salvo para ministros e secretários que são de livre escolha do chefe do executivo e providos em cargos públicos, mediante nomeação.
No Recursos Extraordinário 228.977/SP, DJ 12-4-02, em que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos magistrados como “agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica”.
Agentes Particulares Colaboradores
Pessoa física que sem perderem a qualidade de particulares e sem existir vínculo de trabalho entre a administração publica de forma remunerada ou não, mas existindo sim, uma execução de um trabalho em beneficio do interesse público e do particular, ou seja, não existe entre o particular e a administração um vínculo jurídico, mas existe sim uma prestação de a atividade pelo particular em beneficio do interesse público.
Existem três tipos de particulares que podem colaborar com a administração: 
particulares por delegação; 
particulares que atuam por convocação, nomeação ou designação; 
e Agentes necessários ou gestores de negócios públicos.
particulares por delegação: 
Os chamados agentes delegados, agentes que atuam mediante delegação, ocorrem nos casos de concessão e permissão de serviços públicos. 
Exemplo: tradutores, leiloeiros, os bancários, titulares de cartórios (atualmente a atividade notarial e de registro é exercida em regime jurídico de direito privado por delegação pelo poder público, artigo 236 Constituição Federal).
particulares por delegação: 
São os particulares que recebem a incumbência de executar determinada atividade, obra ou serviço, e o realizam em nome próprio e do Estado e sob permanente fiscalização do delegante. 
particulares por delegação: 
Nessa categoria encontram-se os concessionários e os permissionários de obras e serviços públicos, os tradutores e intérpretes públicos e as demais pessoas que recebem delegação para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo. 
2) particulares que atuam por convocação, nomeação ou designação:
Nesta segunda espécie pode ter agentes que exercendo atividade sem remuneração, por exemplo, jurados do tribunal do júri e mesários que exercem um serviço público honroso, atividade honrosa, e por isso esses particulares são denominados por alguns autores como agentes honoríficos, (...)
2) particulares que atuam por convocação, nomeação ou designação:
(...) tais serviços constituem o chamado múnus público, ou serviços públicos relevantes, esses agentes o máximo que podem receber é uma ajuda de custo ou pro labore, isso não descaracteriza como agente honorifico. Exemplo: peritos, tradutores, conciliadores, jurados do tribunal do júri e mesários.
3) Agentes necessários ou gestores de negócios públicos:
Agente necessário é um particular e aparece como tal, não engana, não é um agente putativo, não se mostra como agente público o gestor de negócios públicos se mostra como uma pessoa estranha à administração, é um particular que apenas colabora, auxiliando com algum tipo de função a administração. 
Ex.: pessoa que salva pessoa 
que está se afogando; 
prisão em flagrante 
realizada por cidadão
Militares
Abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às forças armadas, marinha, exército e aeronáutica, art. 142, caput e § 3º da CF e também as policias militares e corpo de bombeiros militares dos Estados, Distrito federal e Territórios, art.42 da CF, com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, com a EC nº 18/98 são denominados servidores militares.
Servidores Públicos
Servidores Públicos
Espécie de agentes públicos onde se encontra o maior número de pessoas naturais exercendo a funções públicas, cargos públicos e empregos públicos nas administrações direta e indireta. 
São agentes administrativos que exercem uma atividade pública com vínculo e remuneração paga pelo erário público. 
Servidores Públicos
São todos os agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função pública em decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das pessoas federativas, das autarquias e das fundações públicas de natureza autárquica.
Servidores Públicos
Os servidores públicos fazem do serviço público uma profissão, como regra de caráter definitivo, e se distinguem dos demais agentes públicos pelo fato de estarem ligados ao Estado por uma efetiva relação de trabalho. 
Servidores Públicos
em sentido amplo
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Servidor público em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos”.
Servidores Públicos 
em sentido estrito
Estatutários ou servidor público em sentido estrito, são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar definidos em lei, integrantes da Administração Direta, autarquias e fundações públicas com personalidade jurídica de Direito Público.
Características
Profissionalidade: meio de vida, profissão. Exigência de aprimoramento profissional, para promoção na carreira (art.39, § 2º CF) – Escolas de Governo
Definitividade: ânimo de permanência
Relação Jurídica de Trabalho: dois sujeitos (pessoa jurídica de direito público e o servidor), com obrigação sinalagmáticas. 
 São denominados por uns de agentes administrativos
São denominados, ainda, de funcionários públicos (inadequada, pois foi banida pela CR/88 e teria concepção mais restrita > abarcaria somente os servidores estatutários da Administração Direta)
Classificação
Servidores Públicos Civis e Militares
II. Servidores Públicos Comuns e Especiais
III. Servidores Públicos Estatutários, Trabalhistas e Temporários
Classificação
Servidores Públicos Civis e Militares
É a Constituição Federal que separa os dois agrupamentos, traçando normas específicas para cada um deles. 
Classificação
Servidores Públicos Civis
Arts. 39 a 41 da CF
Militares
EC 18/1998 
Militares dos Estados, DF e Territórios > art. 42 e §§ da CR/88
Militares das Forças Armadas, integrantes da União Federal > art. 142, §3º, CR/88
CAPÍTULO VII - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção II - DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
(Vide ADIN nº 2.135-4)
CAPÍTULO VII - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção III - DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
TÍTULO V - DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
CAPÍTULO I - DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
SEÇÃO III - DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II - DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
Classificação
II. Servidores Públicos Comuns: são aqueles a quem incumbe o exercício das funções administrativas em geral e o desempenho das atividades de apoio aos objetivos básicos do Estado. Estatutários ou trabalhistas. 
Podem ser:
Servidores de regime geral: submetem ao regime geral contido no estatuto funcional básico
Servidores de regime especial: aqueles em que o estatuto funcional disciplinador se encontra em lei específica. Ex.: professores
Classificação
Especiais: são aqueles que executam certas funções de especial relevância no contexto geral das funções do estado, sendo, por isso mesmo, sujeitos a regime jurídico funcional diferenciado, sempre estatutário, e instituído por diploma normativo específico, organizador de seu estatuto:
Ex.: Magistrados, MP, Defensores Públicos, os membros dos Tribunais de Contas e os membros da Advocacia Pública
Classificação
III. Servidores Públicos Estatutários:
São aqueles cuja relação jurídica de trabalho é disciplinada por diplomas legais específicos, denominado de Estatutos. 
Nos estatutos estão inscritas todas as regras que incidem sobre a relação jurídica, razão por que nelas se enumeram os direitos e deveres dos servidores e do Estado. 
Classificação
III. Servidores Públicos Trabalhistas (ou celetistas):
As regras disciplinadoras de sua relação de trabalho são as constantes da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Classificação
III. Servidores Públicos Temporários:
A previsão desta categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da CF, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
Nepotismo
Carta de Pero Vaz de Caminha 
ao chegar ao Brasil 
No final da carta, Caminha aproveita para apelar a D. Manuel que libertasse do cárcere seu genro, casado com sua filha Isabel, que havia sido condenado ao degredo na ilha de São Tomé por ter roubado uma igreja e por ter ferido o padre quatro anos antes.
Carta de Pero Vaz de Caminha 
ao chegar ao Brasil 
Eis o trecho final no qual o cronista pede ‘uma ajudinha’ ao Rei: 
“E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro—o que d’Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, 1º dia de maio de 1500.”
Súmula Vinculante n. 13 (STF)
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Tem origem no latim, derivando da conjugação do termo nepote, significando neto, sobrinho ou descendente , com o sufixo ismo , que remete à ideia de ação. 
Favoritismo dos agentes, públicos ou privados, para com os seus parentes que, no caso em tela, ocupavam cargos comissionados. 
é o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego. 
as práticas de nepotismo substituem a avaliação de mérito para o exercício da função pública pela valorização de laços de parentesco. 
é prática que viola as garantias constitucionais de impessoalidade administrativa, na medida em que estabelece privilégios em função de relações de parentesco e desconsidera a capacidade técnica para o exercício do cargo público. 
O fundamento das ações de combate ao nepotismo é o fortalecimento da República e a resistência a ações de concentração de poder que privatizam o espaço público.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (STF - RE nº 579.951, 20.8.2008)
A Segunda Turma iniciou julgamento de reclamação
em que se discute a prática de nepotismo em face de nomeação de servidor público. No caso, servidor público teria sido nomeado para ocupar o cargo de Assessor de Controle Externo de tribunal de contas de município. Nesse mesmo tribunal, seu tio, parente em linha colateral de 3º grau, já exerceria o cargo de Assessor-Chefe de gabinete de conselheiro. O Ministro Gilmar Mendes (relator) julgou procedente o pedido formulado na reclamação para determinar a exoneração do servidor. Rcl 18564/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 25.8.2015. (Rcl-18564)
AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE Nº 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.951/RN. OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submissão do reclamante Secretário Estadual de Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula Vinculante nº 13, por se tratar de cargo de natureza política. 
2. Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008. 3. Ocorrência de fumaça do bom direito. 4. Ausência de sentido em relação às alegações externadas pelo agravante quanto à conduta do prolator da decisão agravada. 5. Existência de equívoco lamentável, ante a impossibilidade lógica de uma decisão devidamente assinada por Ministro desta Casa ter sido enviada, por fac-simile, ao advogado do reclamante, em data anterior à sua própria assinatura. 6. Agravo regimental improvido. (STF – Ag.Reg.6.650-9/PR)
O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento, no sentido de que as nomeações para cargos políticos não se subsumem, em regra, às hipóteses descritas na Súmula Vinculante n. 13/STF, no entanto, "a configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a fim de se verificar eventual “troca de favores” ou fraude a lei" (Rcl 7.590, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 30/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-224, DIVULG 13-11-2014, PUBLIC 14-11-2014.).
Vide decisão STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.516.178 - SP (2015/0035183-0) – 23/06/2015
(...)
Nessa seara, tem-se que a nomeação de agente para exercício de cargo na administração pública, em qualquer nível, fundada apenas e tão somente no grau de parentesco com a autoridade nomeante, sem levar em conta a capacidade técnica para o seu desempenho de forma eficiente, além de violar o interesse público, mostra-se contrária ao princípio republicano.
Nesse contexto, quanto aos cargos políticos, deve-se analisar, ainda, se o agente nomeado possui a qualificação técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta. Nesse sentido já se manifestou o Min. Roberto Barroso ao apreciar a medida liminar na Rcl nº 17.627/RJ: “Estou convencido de que, em linha de princípio, a restrição sumular não se aplica à nomeação para cargos políticos. Ressalvaria apenas as situações de inequívoca falta de razoabilidade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de inidoneidade moral”.
Na mesma linha foi a decisão proferida pelo Min. Celso de Mello, nos autos da Rcl nº 11.605/SP, ocasião em que o Ministro acolheu os fundamentos do parecer do Parquet federal como razões para decidir pela improcedência da ação, entendendo pela prática de nepotismo em situação em que prefeito nomeou cônjuge e genro para cargos de Secretários Municipais, sem que os nomeados comprovassem aptidão técnica para o exercício de tais cargos. 
Cabe ao juízo reclamado, na hipótese, verificar a qualificação técnica dos agentes para o desempenho eficiente dos cargos para os quais foram nomeados, bem como analisar a existência de indício de fraude à lei ou de nepotismo cruzado, circunstâncias em que a nomeação de parente para cargo político mostra-se atentatória aos princípios que norteiam a atividade do administrador público, dentre eles o da moralidade, da impessoalidade e o da eficiência. 
A decisão reclamada, no entanto, concluiu pela inexistência de nepotismo, sob o singelo argumento de que os agentes foram nomeados para cargos de natureza política, contrariando, a priori, o alcance da Súmula Vinculante nº 13. Destarte, ao mesmo tempo em que não se pode declarar de plano a ilegitimidade da nomeação da ocupantes para cargos políticos em razão exclusivamente da existência da relação de parentesco, também não se poder assentar, de imediato, a total inaplicabilidade da Súmula Vinculante nº 13 à ocupação de cargos políticos, nos termos em que aqui disposto. (STF - Reclamação n. 17102 – Min. Luiz Fux, Decisão Monocrática exarada em 11/02/2016) 
Este material expositivo foi elaborado com base em compilação de diversas fontes de pesquisa: doutrina, jurisprudência, legislação, artigos da internet, mídia em geral (vídeos, jornais, revistas etc). 
Assim, por meio de tais fontes, houve a formatação das informações, inclusive com inserções pessoais neste material, para possibilitar a sistematização otimizada do conhecimento e estudo pelos alunos. 
Não há pretensão do desenvolvimento de trabalho autoral, sendo que todas as fontes bibliográficas estão devidamente fichadas para consulta de qualquer interessado.

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