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APOSTILA ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO UFC - PRIME 2018

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Prévia do material em texto

Conteúdo
Língua Portuguesa .............................................................7
Direito Administrativo .................................................. 167
Administração, Gestão de Pessoas e Arquivologia ..... 317
Lei de Carreiras .............................................................. 469
Ética ................................................................................ 483
FACEBOOK.COM/CURSOPRIMEOFICIAL @CURSO_PRIME_@CURSOPRIMEOFICIAL
CONCURSO UFC
Conteúdo
Tópico 01: Interpretação/Semântica e Estilística ...................................................... 9
Tópico 02: Tipologia Textual e Gêneros Textuais ....................................................11
Tópico 03: Coesão Textual .........................................................................................17
Tópico 04: Fonologia .................................................................................................32
Tópico 05: Estudos sobre Divisão Silábica ...............................................................36
Tópico 06: Ortogra� a O� cial .....................................................................................37
Tópico 07: Algumas Di� culdades da Língua Portuguesa .......................................47
Tópico 08: Acentuação Grá� ca .................................................................................51
Tópico 09: Classes de Palavras ..................................................................................55
Tópico 10: Orações Subordinadas Adjetivas e Colocação Pronominal .................63
Tópico 11: Emprego dos Pronomes .........................................................................67
Tópico 12: Verbos .......................................................................................................68
Tópico 13: Concordância Verbal e Nominal .............................................................88
Tópico 14: Conjunções e classi� cação de orações ..................................................93
Tópico 15: Classi� cação dos Substantivos ...............................................................99
Tópico 16: Adjetivo .................................................................................................105
Tópico 17: Preposição..............................................................................................110
Tópico 18: Advérbio .................................................................................................111
Tópico 19: Termos da Oração no Período Simples ...................................................113
Tópico 20: Classi� cação do Adjunto Adverbial .....................................................124
Tópico 21: Aposto ....................................................................................................127
Tópico 22: Estudo das Orações Subordinadas Substantivas ................................129
Tópico 23: Regência Verbal e Nominal ...................................................................131
Tópico 24: Revisão: Tópico já estudado .................................................................132
Tópico 25: Regência Nominal .................................................................................137
Tópico 26: Estudo sobre Crase ................................................................................140
Tópico 27: Emprego dos Sinais de Pontuação .......................................................144
Tópico 28: Estrutura das Palavras ...........................................................................148
QUESTÕES DE CONCURSOS ...................................................................................152
FACEBOOK.COM/CURSOPRIMEOFICIAL @CURSO_PRIME_@CURSOPRIMEOFICIAL
LÍNGUA PORTUGUESA
PROF. SÉRGIO ROSA
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Tópico 01:
 Interpretação/Semântica e Estilística
1. Compreensão e Interpretação de 
Textos de Gêneros Variados. 
COMO FAZER UMA BOA COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO EM UM 
CONCURSO PÚBLICO
Algumas dicas que poderão ajudar no momento de 
responder às questões relacionadas a textos.
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas 
entre si, formando um todo signi�cativo capaz de produzir 
INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E 
DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em 
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se 
com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a 
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação 
dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento 
entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de 
seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter 
um signi�cado diferente daquele inicial.
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores através de 
citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
	O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto 
é a identi�cação de sua ideia principal.
	Faça leitura atenciosa de cada período, busque 
identi�cação da palavra-chave.
A partir daí, localizam-se as
	Ideias secundárias, 
	Fundamentações, 
	Argumentações, 
	Explicações, que levem ao esclarecimento das questões 
apresentadas na prova. 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais 
de uma argumentação, de um processo, de uma época 
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os 
quais de�nem o tempo).
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou 
de diferenças entre as situações do texto.
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com 
uma realidade, opinando a respeito.
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou 
secundárias em um só parágrafo. 
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras 
palavras, porém deve ser mantido o sentido original.
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros 
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do 
texto) e semântico;
OBSERVAÇÃO – na semântica (signi�cado das palavras) 
incluem-se: 
	homônimos e parônimos, 
	denotação e conotação, 
	sinonímia e antonímia, 
	polissemia, 
	�guras de linguagem.
c) Capacidade de observação e de síntese
d) Capacidade de raciocínio.
INTERPRETAR
----------------------------------
explicar, comentar, julgar, 
tirar conclusões, deduzir.
- TIPOS DE ENUNCIADOS
•	 Através	 do	 texto,	 
INFERE-SE que...
•	 É	possível	DEDUZIR	que...
•	 De	 acordo	 com	 o	 texto,	
qual é a INTENÇÃO do 
autor ao a�rmar que...
•	 O	 autor	 permite	
CONCLUIR que...
COMPREENDER
----------------------------------
intelecção, entendimento,
atenção ao que realmente 
está escrito.
- TIPOS DE ENUNCIADOS
•		 O	texto	DIZ	que...
•		 É	 SUGERIDO	 pelo	 autor	
que...
•		 De	 acordo	 com	 o	 texto,	
é CORRETA ou ERRADA a 
a�rmação...
•		 O	narrador	AFIRMA...
ERROS DE INTERPRETAÇÃO
É	muito	comum,	mais	do	que	se	imagina,	a	ocorrência	de	
erros de interpretação. Os mais frequentes são:
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que 
não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema 
quer pela imaginação.
b) Redução
É	o	oposto	da	extrapolação.	Dá-se	 atenção	apenas	 a	um	
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, 
o que pode ser insu�ciente para o total do entendimento 
do tema desenvolvido.
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do 
candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, 
consequentemente, errando a questão.
Muitos pensam que há a óptica do escritor e a óptica 
do leitor. Pode ser que existam, mas numaprova 
de concurso qualquer, o que deve ser levado em 
consideração	é	o	que	o	AUTOR	DIZ	e	nada	mais.
OBSERVAÇÃO
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Ao consultar o dicionário, veri�camos que a maioria das 
palavras são polissêmicas. O signi�cado da palavra deve, 
portanto, ser considerado na frase e não, isoladamente.
DENOTAÇÃO/CONOTAÇÃO
As palavras podem ser usadas em seu sentido usual, 
aquele que aparece primeiro nos dicionários, isto é, 
denotativamente.
A denotação é objetiva e válida para todos os falantes.
A conotação relaciona-se com o sentido �gurado, com 
as associações feitas pelo falante.
Exemplos:
Denotação Conotação
Cristo morreu na cruz Cada um tem a sua cruz
Não quero a rosa que me dás Quero a rosa que tu és
As gírias, não raro, apresentam sentido conotativo, por 
exemplo: grilo, fossa, abacaxi.
Denotação
• DENOTAÇÃO (ou sentido denotativo): é o sentido real 
das palavras, aquele que todas as pessoas conhecem e 
que é igual para todos.
•		 Verifica-se	 quando	 as	 palavras	 são	 utilizadas	 sem	
intenções especiais ou sem sentidos secundários.
Conotação:
• CONOTAÇÃO (ou sentido conotativo): é um sentido 
figurado que damos às nossas palavras. Existe quando 
queremos dar um valor expressivo ao que dizemos. 
As palavras usadas significam uma coisa diferente 
daquela que as pessoas sabem.
•		 Será	um	significado	secundário,	o	da	nossa	imaginação.
3. Sinonímia/Antonímia
Sinonímia
Em razão da polissemia, pode-se a�rmar que não há 
sinônimos perfeitos, mas, sim, palavras, que em determinados 
contextos linguísticos, podem ser substituídas por outras 
signi�cações correspondentes. 
Por exemplo: branco é sinônimo de alvo em alguns 
contextos, mas não em todos.
Exemplos:
•	 Tecido branco = tecido alvo
•	 Alcançar o meu alvo = atingir meu objetivo
Observe-se ainda que a escolha sinonímica vai depender 
dos registros técnicos ou cultos. Por exemplo: 
peito – seio - busto
dor de cabeça - cefaleia 
são usados em diferentes contextos.
EXEMPLO: Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O),ou seja, a escritura 
ADEQUADA seria: Falou tudo O QUE queria.
SINTETIZANDO:
COMPREENSÃO DO TEXTO (ESTÁ NO TEXTO)
Segundo o texto...
O autor/narrador do texto diz que ...
O autor informa que ...
No texto.../ Em relação ao texto
O autor a�rma que...
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO (ESTÁ ALÉM DO TEXTO)
Depreende-se / infere-se / conclui-se do texto que...
O texto permite deduzir que...
É	possível	subentender-se	a	partir	do	texto	que...
Qual a intenção do autor quando a�rma que...
2. Signi�cação das Palavras
Substituição de Palavras ou de Trechos de Texto. 
Reescrita de Frases e Parágrafos do Texto.
Como se pode enriquecer o Vocabulário?
Para a realização desse objetivo é preciso dialogar com 
pessoas que se expressam bem; ler textos variados e bem 
escritos; memorizar os diferentes signi�cados das palavras 
por meio de dicionários. Por último, produzir textos variados 
em que as palavras surgidas nas leituras e já memorizadas 
nos dicionários, possam ser contextualizadas, isto é, usadas 
adequadamente	em	frases.	É	claro	que	a	prática	de	exercícios	
também ajuda. Vamos indicar agora um roteiro de estudo, o 
qual trata da signi�cação das palavras:
• Polissemia;
• Denotação/Conotação;
• Sinonímia/Antonímia;
• Hiperonímia/Hiponímia;
• Homonímia/Paronímia;
POLISSEMIA
A palavra Polissemia compreende dois radicais: [poli = 
muito] e [semia = signi�cado]. Portanto, uma palavra pode 
apresentar diferentes signi�cados, dependendo dos usos 
linguísticos em que possa aparecer. 
Vejamos os diferentes signi�cados de abater:
• Abater a árvore = derrubar
• Abater a fera = matar
• Abater o inimigo = derrotar
• Abater-se com a derrota = sentir
• Abater a dívida = descontar
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4. Antonímia
São palavras que, dependendo do contexto, têm sentido 
contrário a outras. Muitas vezes o antônimo é feito por 
pre�xo:
Leal x desleal;
feliz x infeliz;
típico x atípico
Outras vezes o antônimo é obtido por outra palavra:
Claro x escuro
Rico x pobre
Anotações
Tópico 02:
Tipologia Textual e Gêneros Textuais
I. Tipologia Textual
1. NARRAÇÃO
Modalidade em que se conta um fato, �ctício ou não, 
que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo 
certos personagens.
Há uma relação de anterioridade e posterioridade.
O tempo verbal predominante é o passado.
Estamos cercados de narrações desde as que nos contam 
histórias infantis até às piadas do cotidiano.
É	 o	 tipo	 predominante	 nos	 gêneros:	 conto,	 fábula,	
crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato.
Estrutura do Texto Narrativo
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas
Existe um
•		 protagonista (personagem principal)
•		 antagonista (personagem que atua contra o 
protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos).
Há também os coadjuvantes, esses são personagens 
secundários que também exercem papéis fundamentais na 
história.
Os elementos da narrativa
•		 Foco	narrativo
 1ª pessoa: narrador- personagem 
 3ª pessoa: narrador-observador
•	 Personagens	(protagonista,	antagonista	e	coadjuvante)
•	 Narrador	(narrador-personagem,	narrador-observador)
•		 Tempo	(cronológico	e	psicológico)
•		 Espaço.
2. DESCRIÇÃO
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um 
lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de 
palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela 
sua função caracterizadora. 
Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever 
sensações ou sentimentos.
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Signi�ca “criar” com palavras a imagem do objeto 
descrito.
É	 fazer	 uma	 descrição minuciosa do objeto ou da 
personagem a que o texto se pega.
É	um	tipo textual que se agrega facilmente aos outros 
tipos em diversos gêneros textuais.
Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto 
turístico, anúncio classi�cado.
Características
•	 Retrato verbal
•	 Ausência de ação e relação de anterioridade ou 
posterioridade entre as frases
•	 Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções 
adjetivas
•	 Utilização da enumeração e comparação
•	 Presença de verbos de ligação
•	 Verbos �exionados no presente ou no pretérito (passado)
Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são 
classi�cadas em:
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, 
todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor 
(locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos 
de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever 
de forma exata e realista as características concretas e físicas 
de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas 
do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos 
falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e 
enciclopédias.
EXEMPLOS
Descrição Subjetiva
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão 
de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos 
botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, 
com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido 
no alto da cabeça pequenina, de per�l bonito; a sua pele tinha 
a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado 
à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos 
seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações 
escarlates.” 
 (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
Descrição Objetiva
“A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da 
cidade de Marília, era magra, alta (1,75), cabelospretos e 
curtos; nariz �no e rosto ligeiramente alongado.”
3. DISSERTAÇÃO
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um 
assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do 
autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
Dissertação-Expositiva
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um 
saber teórico.
Apresenta informações sobre assuntos, expõe, re�ete, 
explica e avalia ideias de modo objetivo.
O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um 
determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer.
Ex.: aula, resumo, textos cientí�cos, enciclopédia, textos 
expositivos de revistas e jornais.
Características do texto dissertativo-expositivo
Com o intuito de informar e esclarecer, o texto 
dissertativo-expositivo é caracterizado por:
•	 utilizar uma linguagem clara e objetiva;
•	 ser de fácil compreensão por diversas pessoas;
•	 apresentar muita informação sobre um determinado 
assunto;
•	 especi�car conceitos e de�nições;
•	 realizar descrições de características;
•	 recorrer a enumerações, comparações e contrastes para 
clari�car os conceitos.
•	 mostrar exemplos dos assuntos abordados.
EXEMPLO
Dissertativo-expositivo
O TELEFONE CELULAR
A história do celular é recente, mas remonta ao passado 
– e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca 
Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy 
Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico 
Sansão e Dalila (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela 
inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante 
de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o 
interesse pela tecnologia.
Já	 nos	 Estados	 Unidos,	 durante	 a	 Segunda	 Guerra	
Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da 
Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Ela �cou 
intrigada com isso, e teve a ideia: um sistema no qual duas 
pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que 
a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, 
patenteada em 1940.
Dissertação-Argumentativa
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de 
ideias ou um ponto de vista do autor.
O texto, além de explicar, também persuade o 
interlocutor, objetivando convencê-lo de algo.
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias.
Geralmente	utiliza	linguagem denotativa.
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É	 tipo	 predominante	 em:	 sermão,	 ensaio,	 monografia,	
dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de 
jornais e revistas.
Características do texto dissertativo-argumentativo
Os diversos argumentos deverão ser sustentados com 
exemplos e provas que os validem, tornando-os indiscutíveis, 
como:
•	 fatos comprovados;
•	 conhecimentos consensuais;
•	 dados estatísticos;
•	 pesquisas e estudos;
•	 citações de autores renomados;
•	 depoimentos de personalidades renomadas;
•	 alusões históricas;
•	 fatores sociais, culturais e econômicos.
Estas estratégias argumentativas validam os argumentos, 
dotando-os de autoridade, consenso, lógica, competência 
e veridicidade. Assim, os leitores não só re�etem sobre 
estes dados, como �cam obrigados a concordar com os 
argumentos, sem hipótese de os rebater.
Além disso, diversos recursos de linguagem podem 
ser usados para captar a atenção do leitor e convencê-lo 
da correção da tese, como a utilização de uma linguagem 
formal, de perguntas retóricas, de repetições, de ironia, de 
exclamações.
Exemplo de texto dissertativo-argumentativo:
Não é de hoje que a sociedade brasileira sofre com os 
tormentos ocasionados pela disseminação da violência. Esse 
fato estarrecedor gera debates e mais debates, na tentativa 
de sanar, ou ao menos coibir, os sérios impactos sociais que 
as ações violentas representam para a coletividade. Para esse 
�m, seria a redução da maioridade penal um componente de 
primeira grandeza?
Constata-se que o envolvimento de jovens infratores 
em graves delitos pode não ser uma exclusividade dos 
tempos modernos; no entanto, é inegável o aumento de 
casos envolvendo crianças e adolescentes em situações 
deploráveis, como furtos, roubos e, em muitos contextos, 
homicídios.
Com esse cenário, parece irrefutável a tese que defende 
o declínio de dois anos nas contas da maioridade penal. 
Para os mais inconformados com a realidade, aqueles 
tomados pelo afã do “justiceiro implacável”, não parecem 
existir outras saídas. Todavia, nem sempre o que se revela 
aparentemente óbvio o é. Há fatores envolvidos nas 
estatísticas da criminalidade covardemente camu�ados 
por alguns setores governamentais, bem como por áreas 
especí�cas da sociedade civil. Se reduzir a idade mínima 
penal tivesse consequências positivas imediatas para a 
diminuição dos índices criminais, essa certamente já seria 
uma medida adotada por todas as nações. Fatores bem mais 
importantes como priorização efetiva dos investimentos em 
educação e cultura, bem como distribuição de emprego e 
renda, inserindo o jovem no universo acadêmico ou técnico, 
indubitavelmente aplacariam com mais rapidez e e�cácia os 
deploráveis números.
A participação de menores infratores em crimes 
hediondos não deve ser ignorada, é inegável; diminuir a 
idade base para a criminalização de seus atos pode ser uma 
saída, mas necessita, ainda, de discussões e argumentos 
mais convincentes. De concreto, �ca a certeza de que só um 
programa capaz de incluir crianças, adolescentes e jovens nos 
interesses mais prioritários do país terá a força su�ciente para 
contornar quadro tão desfavorável.” (Prof. Eduardo Sampaio)
4. INJUNÇÃO/INSTRUCIONAL
Indica como realizar uma ação.
Utiliza linguagem objetiva e simples.
Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo 
imperativo, porém nota-se também o uso do in�nitivo.
Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções 
para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; 
textos com regras de comportamento; textos de 
orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, 
cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
Exemplo de texto injuntivo
Instalando os cartuchos HP na impressora.
•	 Veri�que o conteúdo da caixa.
•	 Após conectar o cabo de instalação, ligue a impressora.
•	 Carregue papel branco comum.
•	 Pressione o botão ligar.
•	 Abra a porta dos cartuchos e veri�que se o carro de 
impressão está no centro.
•	 Remova as �tas adesivas dos cartuchos.
•	 Segure os cartuchos com o logotipo para cima.
II. Gêneros Textuais
A crônica: o nome vem de “Cronos”, do grego, que 
signi�ca tempo. Inicialmente, nomeava os textos históricos 
de feitos nobres. Depois, por meio dos jornais, escritores 
famosos passaram a divulgar textos de fatos cotidianos 
e de caráter atemporal. Atualmente, a crônica jornalística 
trata de assuntos diversos: esportes, futebol, artes, vida 
social. Já, a literária invoca um humor crítico e bizarro, um 
caráter melancólico ou fatos cotidianos. Em ambos os tipos, 
o narrador é onisciente, o ponto de vista é interno, conhece 
a história, porém não participa dela, normalmente. A crônica 
pode reunir a narração e a dissertação.
Exemplo de crônica: A última crônica, de Fernando 
Sabino. 
A	caminho	de	casa,	entro	num	botequim	da	Gávea	para	
tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o 
momento de escrever.
A	perspectiva	me	assusta.	Gostaria	de	estar	inspirado,	de	
coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou 
do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas 
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recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, 
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. 
Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do 
acidental, quer num �agrante de esquina, quer nas palavras 
de uma criançaou num acidente doméstico, torno-me 
simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais 
nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto 
o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria 
o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. 
Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os 
assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de 
sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo 
da parede de espelhos. A compostura da humildade, na 
contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela 
presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, 
toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também 
à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os 
olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos 
que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da 
família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam 
para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro 
que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, 
inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão 
um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a �car 
olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a 
aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do 
homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, 
olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de 
sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem 
do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do 
bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, 
amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de 
Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por 
que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e �lha, 
obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe 
na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. 
O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A �lha 
aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém 
mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta 
caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a 
Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um 
gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore 
e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente 
põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num 
balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra 
você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, 
torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra �nalmente 
o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. 
A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a 
�tinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai 
ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como 
a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá 
comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, 
ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a 
cabeça, mas acaba sustentando o olhar e en�m se abre num 
sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura 
como esse sorriso.
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser 
inverossímil. As personagens principais são não humanos e 
a �nalidade é transmitir alguma lição de moral.
O Leão e o Rato
– Um Leão dormia sossegado, quando foi acordado por 
um Rato, que passava correndo em cima de seu rosto. Com 
um ataque ágil ele o agarrou, e estava pronto para matá-lo, 
ao que o Rato implorou: Por favor, se o senhor me soltar, 
tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade. 
Rindo por achar ridícula a ideia, assim mesmo, ele resolveu 
solta-lo. Pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha 
colocada por caçadores. Preso ao chão, amarrado por fortes 
cordas, sequer podia mexer-se. O Rato, ouvindo seu rugido, 
se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então 
disse: O senhor riu da ideia de que eu jamais seria capaz de 
ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer favor 
em troca do seu! Mas agora sabe que mesmo um pequeno 
Rato é capaz de retribuir um favor a um poderoso Leão. 
(Baseada na obra de ESOPO). 
Moral da História
Os pequenos amigos podem se revelar os melhores e mais 
leais.
Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo 
que expressa o posicionamento da empresa sobre 
determinado assunto, sem a obrigação da presença da 
objetividade.
Artigo de Opinião
O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um 
texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de 
algum tema atual e de interesse de muitos. 
Como se trata de um texto argumentativo, o escritor 
além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através 
de informações coerentes e admissíveis. Logo, as ideias 
defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade 
do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com 
a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar 
o texto no �nal. Contudo, em vestibulares e em concursos 
públicos, a assinatura é proibida, uma vez que pode 
identi�car a autoria e desclassi�car o candidato.
A Estrutura de um Artigo de opinião
Antes de começar a elaborar o artigo, deve-se ter em 
mente que o artigo é de sua opinião, ou seja, não fuja muito 
deste princípio, e cada ideia colocada, precisa ser apresentada 
ao menos mais uma vez durante este artigo.
A estrutura de um bom artigo de opinião se baseia na 
apresentação da questão em discussão ou seu ponto de 
vista, de parágrafo a parágrafo, com o intuito de que se 
consiga mostrar em seu artigo uma posição com base em uma 
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tese comprovada, colocando argumento para sustentá-la. 
Ao �m você precisa elaborar a conclusão, de uma forma que 
sua tese mostre o resultado e se torne consistente.
Argumentações de Artigos de Opinião
Para facilitar ainda mais a elaboração do seu artigo, os 
argumentos são �xados com essa estrutura e as dicas para 
elaborar são as de:
• Argumento de Causa: Propor uma relação de causa e 
consequência em sua argumentação.
• Argumento de Autoridade: Sempre usar uma fonte ou 
um estudo con�ável para ter uma credibilidade no que 
você defende.
• Argumento de Exempli�cação: Mostrar inúmeras 
comparações e exemplos para ilustrar o seu argumento.
EXEMPLO DE ARTIGO DE OPINIÃO
Lei seca pode ser ainda mais severa com motoristas 
infratores
Por Redação - novembro 13, 2015
Um Projeto novo está sendo analisado na Câmara dos 
Deputados deixando considerar que a Lei seca pode ser 
ainda mais severa com motoristas infratores, em relação 
à quantidade de álcool no sangue. Em uma explicação ainda 
mais detalhada, quando o condutor estiver embriagado e 
for parado em alguma “blitz” da polícia, e se recusar a soprar 
o bafômetro, ele pode ser enquadrado na Lei seca, pois o 
fato de você não querer realizar o teste, aponta indícios de 
que você tenha mesmo ingerido álcool para dirigir.
Mudança na Lei Seca 2015 / 2016
A partir de toda a aprovação que será realizada na Lei, serão 
apresentadas, para sua mudança, várias imagens, vídeos e 
testemunhas para poder ter argumentos que comprovem 
o estado de um condutor embriagado, mesmo sem realizar 
o teste.
Segundo a nova Lei, os seis decigramas por litro no sangue 
não serão mais o limite, sendo que o aumento na multa 
também vai ser uma das mudanças, justamente para pegar 
em um ponto crucial do condutor: seu bolso. Atualmente a 
multa para essa infração grave é de R$ 957,55, sendo que com 
a nova lei, o valor da multa dobraria para R$1.915,30 reais.
QUE DIFERENÇAS HÁ ENTRE O ARTIGO DE OPINIÃO E O 
EDITORIAL? 
O editorial escrito para jornais ou revistas não é assinado, 
uma vez que nele o jornalista deve expor não o seu ponto 
de vista pessoal, mas da instituição para a qualtrabalha, 
que, desse modo, assume a responsabilidade por qualquer 
declaração polêmica presente no editorial. 
Já o artigo de opinião é assinado. Logo, as ideias 
defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade 
do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com 
a veracidade dos elementos apresentados.
O editorial é uma “notícia comentada”. Assim sendo, seu 
objetivo é apresentar um posicionamento (da revista ou do 
jornal) sobre um determinado evento. 
O artigo, no entanto, dá um passo além, uma vez 
que apresenta clara intenção persuasiva, ou seja, procura 
in�uenciar o leitor, no sentido de fazê-lo mudar de ideia e/ou 
tomar uma atitude.
O	 EDITORIAL	 é	 SEMELHANTE	 ao	 ARTIGO	 DE	 OPINIÃO	
quanto à estrutura e aos objetivos, a única diferença é que 
no editorial não se apresenta assinatura do autor (individual), 
pois representa a posição da imprensa. 
Notícia: Podem-se perfeitamente identi�car características 
narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado 
momento e em um determinado lugar, envolvendo 
determinadas personagens. Características do lugar, bem 
como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, 
minuciosamente descritos.
Plebiscito de�ne futuro do Reino Unido na União 
Europeia
Pesquisas mostram resultados contraditórios e apertados. 
Há empate técnico em quase todas as consultas populares, 
que excluem migrantes
Cidadãos britânicos vão hoje às urnas para decidir se 
o Reino Unido deve ou não sair da União Europeia. 
 
O plebiscito exclui migrantes, inclusive brasileiros, muitos 
dos quais estão apreensivos com as mudanças que a 
possível saída pode acarretar. 
Segundo pesquisas, há alternância de vantagem entre 
permanência e saída, quase sempre com empate técnico 
entre os dois lados.
Para Mariana D’Arcadia, brasileira que mora em 
Londres, o momento é de ansiedade nas ruas da cidade, 
principalmente entre europeus que não têm direito de 
votar. “Tem muitos ingleses fazendo trabalho voluntário 
nas ruas, distribuindo pan�etos”, conta.
Na Inglaterra há quatro anos, ela explica que tem a 
impressão de que o plebiscito está sendo uma forma 
de a classe trabalhadora mostrar a insatisfação com a 
ine�ciência dos serviços públicos. “A campanha pela 
saída tem argumentado que os serviços públicos estão 
sobrecarregados pelo grande volume de imigrantes no 
país. Eles citam, por exemplo, a falta de habitação, lista 
de espera em consultórios médicos e número insu�ciente 
de vagas nas escolas públicas. São insatisfações que não 
podem mais ser ignoradas”, relata.
História em quadrinhos: é um gênero narrativo que 
consiste em enredos contados em pequenos quadros através 
de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma 
espécie de conversação.
Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma 
espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o 
objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre 
algum acontecimento atual, em sua grande maioria.
 
CONSIDERAÇÕES PARTICULARES
A charge, um tanto quanto diferente do cartum, satiriza 
situações especí�cas, situadas no tempo e no espaço, 
razão pela qual se encontra sempre apontando para um 
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personagem da vida pública em geral, às vezes um artista, 
outras vezes um político, en�m. 
Em se tratando da linguagem, também costuma associar 
linguagem verbal e não verbal. Outro aspecto para o qual 
devemos atentar diz respeito ao fato de a charge realmente 
atua de forma crítica numa situação de ordem social e 
política.
O cartum se caracteriza com uma anedota grá�ca em 
que nele podemos visualizar a presença da linguagem verbal 
associada à não verbal. 
Suas abordagens dizem respeito a situações relacionadas 
ao comportamento humano, mas não estão situadas no tempo, 
por isso são denominadas de atemporais e universais, ou seja, 
não fazem referência a uma personalidade em especí�co.
]
Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. 
Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes.
Rimas e métrica também podem fazer parte de sua 
composição.
Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber 
classi�cações especí�cas, como haicai, soneto, epopeia, 
poema �gurado, dramático. Em geral, a presença de aspectos 
narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero.
 
“De tudo, ao meu amor serei atento antes 
E com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento 
 
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento 
 
E assim quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, �m de quem ama 
 
Eu possa lhe dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja in�nito enquanto dure.”
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ATópico 03:
Coesão Textual
1. Domínio dos mecanismos de coesão 
textual. 
 Emprego de elementos de referenciação, substituição 
e repetição, de conectores e de outros elementos de 
sequenciação textual. 
De�nição de Coesão Textual
Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos 
de um texto. Percebemos tal de�nição quando lemos um 
texto e veri�camos que as palavras, as frases e os parágrafos 
estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.
Os elementos de coesão determinam a transição de 
ideias entre as frases e os parágrafos.
Observe a coesão presente no texto a seguir:
“Os sem-terra �zeram um protesto em Brasília contra a 
política agrária do país, porque consideram injusta a atual 
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura 
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que 
o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de 
sem-terra”
As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do 
texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão 
do texto.
COESÃO POR REFERENCIAÇÃO: existem palavras que têm a 
função de fazer referência, são elas:
- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
- pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
- pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
- pronomes inde�nidos: algum, nenhum, todo...
- pronomes relativos: que, o qual, onde...
- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...
Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. 
Talresultado demonstra que ela se esforçou bastante 
para alcançar o objetivo que tanto almejava.
COESÃO POR SUBSTITUIÇÃO: substituição de um nome 
(pessoa, objeto, lugar), verbos, períodos ou trechos do texto 
por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, 
evitando a repetição no corpo do texto.
Ex.:
Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;
Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;
Papa Francisco: Sua Santidade;
Vênus: A deusa da Beleza.
Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. 
Não é por acaso que o Poeta dos Escravos é considerado 
o mais importante da geração a qual representou.
COESÃO POR REPETIÇÃO 
Temos a seguir, dois exemplos de adequação:
1. A poesia de Fernando Pessoa que extrai elementos 
da repetição intencional:
 
Eros e Psique
Conta a lenda que dormia 
Uma Princesa encantada 
A quem só despertaria 
Um Infante, que viria 
De além do muro da estrada. 
 
Ele tinha que, tentado, 
Vencer o mal e o bem, 
Antes que, já libertado, 
Deixasse o caminho errado 
Por o que à Princesa vem. 
 
A Princesa Adormecida, 
Se espera, dormindo espera, 
Sonha em morte a sua vida, 
E orna-lhe a fronte esquecida, 
Verde, uma grinalda de hera. 
 
Longe o Infante, esforçado, 
Sem saber que intuito tem, 
Rompe o caminho fadado, 
Ele dela é ignorado, 
Ela para ele é ninguém. 
 
Mas cadaum cumpre o Destino 
Ela dormindo encantada, 
Ele buscando-a sem tino 
Pelo processo divino 
Que faz existir a estrada. 
 
E, se bem que seja obscuro 
Tudo pela estrada fora, 
E falso, ele vem seguro, 
E vencendo estrada e muro, 
Chega onde em sono ela mora, 
 
E, inda tonto do que houvera, 
À cabeça, em maresia, 
Ergue a mão, e encontra hera, 
E vê que ele mesmo era 
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, 
os principais são:
Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão 
do texto, estabelecem a inter-relação entre os enunciados 
(orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, 
pronomes, alguns advérbios e locuções adverbiais.
Veja algumas palavras e expressões de transição e seus 
respectivos sentidos:
COMEÇO, INTRODUÇÃO
Inicialmente,
Primeiramente,
antes de tudo, 
desde já,
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CONTINUAÇÃO
além disso 
do mesmo modo 
ainda por cima 
bem como 
outrossim
CONCLUSÃO
En�m,
Dessa forma, 
Em suma, 
Nesse sentido, 
Portanto,
A�nal,
CIRCUNSTÂNCIA TEMPORAL
logo após 
ocasionalmente
posteriormente
atualmente
enquanto isso 
imediatamente
não raro 
concomitantemente
SEMELHANÇA, CONFORMIDADE 
igualmente
segundo
conforme
assim também 
de acordo com 
EXEMPLIFICAÇÃO, ESCLARECIMENTO
então
por exemplo 
isto é 
a saber 
em outras palavras 
ou seja 
quer dizer 
rigorosamente falando
Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso 
cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma 
melhor qualidade de vida.
Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados 
agrupados em conjuntos.
Sendo assim, ainda vejamos:
Embora, ainda que, mesmo que
Tais conectivos estabelecem relação de concessão e 
contradição, admitindo argumentos contrários, contudo, 
com autonomia para vencê-los. Observe o exemplo:
Ex: Embora não simpatizasse com algumas pessoas ali 
presentes, compareceu à festa.
Isto é, ou seja, quer dizer, em outras palavras
Revelam reti�cações, esclarecimentos ao que já foi 
exposto anteriormente. Como podemos constatar em:
Ex: Faça as devidas reti�cações, isto é, corrija as eventuais 
inadequações, de modo a tornar o texto mais claro.
Ainda, a�nal, por �m
Incluem mais um elemento no conjunto de ideias 
retratadas, como também revelam mais um argumento a 
título de conclusão do assunto abordado. Note:
Ex: Não poderia permanecer calado, a�nal, tratava-se de sua 
permanência na diretoria, e ainda assim pensou muito.
Aliás, ou melhor, além de tudo, além do mais, além disso
Conferem mais credibilidade, um argumento decisivo 
para derrubar argumentos contrários, reforçando-os 
juntamente à ideia �nal. Constate:
Ex: O garoto é um excelente aluno, aliás, destaca-se entre os 
demais. Além do mais é muito educado e gentil.
Os salários estão cada vez mais baixos, porque não há 
interesse dos nossos representantes estabelecerem um 
padrão de acordo com a qualidade de vida do brasileiro.
Além de tudo são considerados como renda e 
estabelecidos como impostos.
Assim, logo, portanto, pois, desse modo, dessa forma
Exempli�ca o que já foi expresso, com vistas a 
complementar ainda mais a argumentação. Como expresso 
por meio do exemplo a seguir:
Ex: Não obteve êxito na sua apresentação. Dessa forma, o 
trabalho precisou ser refeito.
Até mesmo, ao menos, pelo menos, no mínimo
Estabelecem uma noção gradativa entre os elementos 
do	discurso.	É	o	que	podemos	constatar	em:
Ex: Esperávamos, no mínimo, que ela pedisse desculpas. 
Até mesmo porque a amizade dela é muito importante 
para nós.
Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não 
obstante
Estabelecem oposição entre dois enunciados, ligando 
apenas elementos que se opõem entre si. Perfeitamente 
constatável em:
Ex: Esforçou-se bastante, contudo não obteve sucesso no 
exame avaliativo.
E, nem, como também, mas também
Estabelecem uma relação de soma aos termos do discurso, 
progressão semântica que adiciona, desenvolvendo ainda 
mais a argumentação ora proferida. A título de constatação, 
analisemos:
Ex: Não proferiu uma só palavra durante a reunião, mas 
também não questionou acerca das decisões �rmadas.
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A prova de Redação serve para medir a capacidade cognitiva do candidato e a maturidade dele em relação ao mundo 
onde vive.
O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova, por isso seu uso é apropriado.
SITUAÇÕES AFINS – ASSUNTOS IMPORTANTES
INTERTEXTUALIDADE
Referência explícita ou implícita de um texto em outro. 
Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, �lme, novela.
Toda vez que uma obra �zer ALUSÃO à outra ocorre a intertextualidade.
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INTRATEXTUALIDADE
Ocorre quando o autor é capaz de criar elos de 
aproximação entre os textos de sua própria autoria.
EXEMPLO: 
Em seguida, após relatar tal episódio, Brás conta que 
cresceu normalmente. Foi à escola, que ele chama de 
enfadonha, onde teve aulas com um professor de nome 
Ludgero	 Barata.	 É	 justamente	 ali	 que	 conhece	 um	de	 seus	
melhores amigos de infância, Quincas Borba, com quem 
se reencontrará mais tarde. Ambos os garotos se revelam 
travessos e mimados, já que o Quincas era �lho único, 
adorado pela mãe, que o vestia muito bem, mandando um 
pajem indulgente acompanhá-lo a todos os lugares.
RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO
Há várias formas de se encontrarem e de se perceberem 
as relações de causa e efeito nos textos. Elas podem ser 
promovidas por:
1º) Conjunções subordinadas causais: porque, já que, visto 
que, uma vez que, como (=já que, visto que), porquanto, 
dado que, que (= porque), pois etc.
Observe os períodos abaixo – todos expressam relações de 
causa e efeito:
a) Como não havia água su�ciente para o grupo, deixaram 
o acampamento logo cedo e partiram para a cidade. 
b) Ainda não sabia se entregaria o relatório, já que 
discordava veementemente dele. 
c) Porém, o caso daquele povoado era sui-generis 
porquanto não possuía governo instituído. 
d) Não é porque o TCU disse que havia superfaturamento 
que eu iria demiti-lo, a�rmou o Ministro. 
e) Dado que o governo pouco tem feito para melhorar a 
educação neste país, compreendemos que os lastimáveis 
índices de miséria e concentração de renda ainda 
perdurarão por muito tempo. 
f ) Incipiente que era na arte de navegar, sempre saía 
acompanhado de um bom instrutor. 
Não confunda a oração causal ou a oração consecutiva 
com a relação de causa e efeito. A relação é perceptível 
com a análise das orações envolvidas no período. 
A oração causal é tão-somente a oração que, 
introduzida por uma conjunção subordinada causal, 
contém o motivo dentro de uma relação de causa 
e efeito, assim como a oração consecutiva é aquela 
que, encabeçada por uma conjunção consecutiva, 
expressa a consequência (ou efeito) dentro de uma 
relação de causa e efeito. Em outras palavras, quando a 
conjunção subordinada se encontra na causa, a oração 
subordinada é adverbial causal; por outro lado, quando 
está na consequência, a subordinada é adverbial 
consecutiva. Mas em ambos os casos, indistintamente, 
teremos relações de causa e efeito, já que não existe 
causa sem efeito e vice-versa.
OBSERVAÇÃO
2º) Conjunções subordinadas consecutivas: que 
(precedido de um termo intensivo “tão, tal, tanto, tamanho”), 
de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, a 
tal ponto que.
Veja os exemplos abaixo:
a) Ele só faz aquilo que a pro�ssão o obriga, de sorte que é 
tomado como preguiçoso por toda a vizinhança.
b) A gerência permitiu-me livre acesso aos cofres, de 
maneira que apanhava dinheiro a horaque quisesse.
c) Saiu às pressas para o hospital, de tal modo que 
atropelou as pessoas sentadas próximas do carro. 
d) Tão bem escrito foi o relato do incidente que o diretor 
dispensou a perícia que encomendara.
e) Ele tomou um desagrado tão grande da política que já 
não mais conseguia sequer ouvir um noticiário.
f ) E tanto �z, eu reconheço, que acabei in�uenciando na 
demissão do rapaz.
3º) Verbos da área semântica de causa e efeito – são 
verbos que, quando usados, promovem relações de causa e 
efeito entre os termos/ideias. 
Podemos citar, dentre eles: causar, gerar, provocar, ocasionar, 
acarretar, produzir, desencadear, motivar, engendrar, suscitar, 
decorrer, derivar, provir, promanar, resultar.
a) A rápida ação das polícias nos morros do Rio de Janeiro 
provocou uma diminuição, mesmo que momentânea, na 
violência.
A rápida ação das polícias nos morros do Rio de Janeiro = 
causa
Diminuição, mesmo que momentânea, da violência = efeito
b) A queda na Bolsa de Nova Iorque desencadeou uma 
corrida, aqui no Brasil, para a venda de papéis de companhias 
estrangeiras.
A queda na Bolsa de Nova Iorque = causa
Uma corrida aqui no Brasil para a venda de papéis de 
companhias estrangeiras = efeito
c) A interrupção de energia elétrica no Sudeste foi ocasionada 
pela queda de uma torre de transmissão localizada em São 
Bernardo do Campo.
A interrupção de energia elétrica no Sudeste = efeito
Queda de uma torre de transmissão = causa
4º) Algumas preposições e locuções: de, por, por causa de, 
em virtude de, devido a, em consequência de, por motivo de.
Observe:
a) Por medo, não investiu todo o montante de que 
dispunha na bolsa de valores. 
b) Na década de 90, muitas crianças ainda morriam de fome 
no Brasil. 
c) Devido às más condições de tempo, cancelou a viagem.
 
d) A reunião não se realizou por falta de quorum.
 
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5º) Preposição “POR” seguida de um verbo no in�nitivo:
Veja:
a) Por conhecer muito a região, aconselhou cautela para 
todos os escoteiros.
 Porque conhecia muito a região, ... = causa
b) Deixou o cargo de gerente por não mais aguentar as 
pressões de seus superiores.
 ...porque não mais aguentou as pressões de seus 
superiores. = causa
Estas orações são tecnicamente denominadas 
de “orações subordinadas adverbiais causais, 
reduzidas de in�nitivo”.
OBSERVAÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FCC) / De longe, alguém diria que estão beijando a terra 
/, / tal a devoção e o cuidado ao comer /.
 Os segmentos indicados na frase se articulam, na ordem 
dada, como
A) um fato e uma hipótese.
B) uma condição e seu efeito.
C) uma tese e sua antítese.
D) uma particularização e uma generalização.
E) uma consequência e sua causa.
Resposta: Letra E. 
Perceba que não havia nas orações nenhuma conjunção 
que nos fornecesse alguma pista da relação estabelecida. 
É	 preciso,	 então,	 que	 o	 candidato	 pensasse	 um	 pouco	 e	
percebesse relação: “alguém diria que estão beijando a terra” 
por causa “da devoção e do cuidado ao comer”.
2. (FCC) As a�rmativas que se articulam numa relação de 
consequência e de sua causa, respectivamente, são:
A) ... são geralmente empregadas pejorativamente por 
só se enxergar nelas as limitações do meio pequeno.
B) Há, é certo, um provincianismo detestável. 
Justamente o que namora a “Corte”.
C) Esse sente as excelências da província. Não tem 
vergonha da província ...
D) Formou-se em sociologia na Universidade de 
Colúmbia, viajou a Europa, parou em Oxford, vai 
dar breve um livrão sobre a formação da vida social 
brasileira ...
E) Quando dirigiu um jornal lá, fez questão de lhe dar 
feitio e caráter bem provincianos.
Resposta: Letra A.
Essa foi bem fácil, pois há uma pista infalível: a presença 
da preposição “POR” + verbo no “INFINITIVO” – “... por só se 
enxergar nelas as limitações do meio pequeno”.
3. (FCC) Penso hoje que a vocação dele era, de fato, o serviço 
público: sentia-se su�cientemente recompensado pela 
responsabilidade que lhe cabia na tarefa de se fazer justiça 
na distribuição do produto social.
 Na frase acima, não haverá prejuízo para o sentido, caso 
se substitua o sinal de dois pontos por uma vírgula, 
seguida da expressão
A) a menos que se sentisse (...)
B) uma vez que se sentia (...)
C) muito embora se sentisse (...)
D) a �m de se sentir (...)
E) por mais que se sentisse (...)
Resposta: Letra B. Questão bastante interessante. Aqui, o 
examinador não questiona em qual alternativa se encontra 
uma relação de causa e efeito, mas o conhecimento sobre 
tais relações seria essencial para a obtenção da resposta. 
Perceba que entre os segmentos “Penso hoje que a vocação 
dele era, de fato, o serviço público” e “sentia-se su�cientemente 
recompensado pela responsabilidade que lhe cabia na tarefa 
de se fazer justiça na distribuição do produto social” há uma 
clara relação de causa e efeito. Leia assim: “Porque se sentia 
su�cientemente recompensado pela responsabilidade que 
lhe cabia na tarefa de se fazer justiça na distribuição do 
produto social, eu penso hoje que a vocação dele era, de fato, 
o serviço público”. Logo, a única alternativa que contém um 
articulador de causa – uma vez que – é a letra B.
RELAÇÕES DE COMPARAÇÃO E CONTRASTE
Um modo de estabelecer de�nições e conceitos é 
comparar similaridade ou contrastar diferenças.
	Comparação: buscar elementos comuns entre dois 
conjuntos. 
 Katheryn Elizabeth Hudson e Katheryn Elizabeth Hudson são 
duas celebridades homônimas nascidas na Califórnia.
	Contraste: salientar elementos diferentes entre dois 
conjuntos. 
 Uma Katheryn Elizabeth Hudson é atriz e usa o nome Kate 
Hudson, a outra Katheryn Elizabeth Hudson é cantora e usa 
o nome Katy Perry.
•	 Sequência temporal - Depois, então, após, de seguida, 
dias mais tarde, meses depois, anos após, agora já, antes, 
até que…
•	 Sequência espacial - À esquerda, à direita, à frente, atrás, 
sobre, sob, de um lado, de outro lado, em cima, no meio, 
em baixo, naquele sítio… 
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Diferença entre paráfrase e paródia
Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do 
texto original é con�rmada pelo novo texto.
É	dizer com outras palavras o que já foi dito.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
	 (Gonçalves	Dias,	“Canção	do	exílio”)
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
 (Carlos Drummond de Andrade)
COMENTÁRIO: O poeta Carlos Drummond de Andrade 
retoma o texto primitivo conservando suas ideias, não 
há mudança do sentido principal do texto que é a 
saudade da terra natal.
Paródia
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar 
outros textos; ruptura com as ideologias impostas.
Estimula-se uma re�exão crítica de verdades 
incontestadas anteriormente, com esse processo há uma 
indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela 
verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
	(Gonçalves	Dias,	“Canção	do	exílio”).
PARÓDIA
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
 (Oswald de Andrade)
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui 
a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial 
neste	 texto,	 Palmares	 é	 o	 quilombo	 liderado	 por	 Zumbi,	
foi dizimado em 1695, há uma inversão dosentido do 
texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão 
existente no Brasil.
5. Figuras de Linguagem
As �guras de linguagem podem ser subdivididas em 
•	 �guras de palavras, 
• �guras de pensamento 
• �guras de construção.
FIGURAS DE PALAVRAS
1. Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao 
usar um termo com signi�cado diferente do habitual.
 Ex.: A menina é uma �or.
2. Comparação: parecida com a metáfora, a comparação 
é uma �gura de linguagem usada para quali�car uma 
característica parecida entre dois ou mais elementos. 
No entanto, no caso da comparação, existe uma 
palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim).
 Ex: “O olhar dela é como a lua brilha maravilhosamente.”.
3. Metonímia: substituição lógica de uma palavra por 
outra semelhante.
 Ex.: Beber um copo de vinho.
4. Onomatopeia: imitação de um som.
 Ex.: trrrimmmmm(telefone)
5. Sinestesia: mistura de diferentes impressões 
sensoriais.
 Ex.: o doce som da �auta
6. Catacrese: emprego de uma palavra no sentido 
�guradopor não haver um termo próprio.
 Ex.: a perna dos óculos.
FIGURAS DE PENSAMENTO
7. Antítese: palavras de sentidos opostos.
 Ex.: bom/mau
8. Paradoxo: referente a duas ideias contraditórias em 
uma só frase ou pensamento.
 Ex: “Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor.”
9. Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou atitude.
 Ex.: Foi para o céu (morreu)
10. Hipérbole: exagero intencional.
 Ex.: morto de sono
11. Ironia: a�rmação contrária daquilo que se pensa.
	 Ex.:	 É	 um	 santo!	 (para	 alguém	 com	 mau	
comportamento)
12. Prosopopeia ou Personi�cação: atribuição de 
predicativos próprios de seres animados a seres 
inanimados.
 Ex.: O sol está tímido.
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FIGURAS DE CONSTRUÇÃO
13. Pleonasmo: repetição de um termo, redundância.
 Ex.: subir para cima
14. Pleonasmo: repetição de um termo, redundância.
 Ex.: subir para cima
Lista de Palavras Parônimas com seus 
Signi�cados
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia, mas 
diferentes no signi�cado.
Acurado – feito com muito carinho
Apurado – re�nado, desvendado
Adotar – aceitar: alguém, doutrina, ideia
Dotar - conceder dote, bene�ciar, favorecer
Amoral – pessoa destituída de senso moral
Imoral – contrário à moral, devasso
Apóstrofe – �gura de linguagem
Apóstrofo – sinal grá�co
Aprender – adquirir conhecimento
Apreender – assimilar mentalmente
Arrear – pôr arreios, encilhar, selar
Arriar – fazer descer o que estava no alto
Assoar – limpar secreção nasal
Assuar – dar vaia em, apupar
Atuar - desempenhar um papel como ator
Autuar - auto de infração, processar
Auto - ato público, peça teatral de um ato
Alto - de grande extensão vertical, elevado
Absolver: perdoar, inocentar
Absorver: aspirar, sorver
Câmara – onde se reúnem os deputados
Câmera – aparelho que capta imagens
Cavaleiro – aquele que sabe andar a cavalo
Cavalheiro – homem educado
Celerado - aquele que cometeu crimes
Acelerado - apressado
Comprimento – extensão
Cumprimento – saudação, ato de cumprir
Conjetura – suposição, hipótese
Conjuntura – situação, circunstância
Deferir – atender, conceder
Diferir – distinguir-se, ser diferente, adiar
Degredado – desterrado, exilado
Degradado – estragado, rebaixado
Delatar – denunciar
Dilatar – alargar, ampliar
Descrição - ato de descrever, expor
Discrição – reserva; qualidade de discreto
Descriminar - inocentar
Discriminar - distinguir
Desmisti�car - desfazer uma ilusão
Desmiti�car - desfazer um mito
Despensa - lugar de guardar mantimentos
Dispensa - isenção, licença
Desapercebido - desprevenido, desprovido
Despercebido - não percebido, não notado
Destratar - insultar
Distratar - desfazer trato, anular, rescindir
Discente - que aprende
Docente - que ensina
Emergir - vir à tona
Imergir - mergulhar
Emigrar - sair da pátria
Imigrar - entrar num país estranho para nele morar
Eminente – notável, célebre
Iminente – prestes a acontecer
Emitir - lançar fora de si
Imitir - fazer entrar
Esbaforido – ofegante, cansado
Espavorido - apavorado, assustado
Estada - permanência de pessoa
Estadia - permanência de veículo
Estância - morada
Instância - jurisdição, urgência
Estofar - cobrir de estofo
Estufar - meter em estufa
Flagrante – registrado momentâneo
Fragrante - que exala bom odor, aromático
Fluir - correr com certa abundância
Fruir - gozar, desfrutar
Fuzil - arma de fogo
Fusível - peça de instalação elétrica
Incerto - duvidoso
Inserto - inserido, incluído
Incidente – acontecimento imprevisível
Acidente - acontecimento casual, porém grave
In�ação - desvalorização do dinheiro
Infração - violação, transgressão
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Informar - transmitir conhecimento
Enformar - colocar na forma
Enfornar - colocar no forno
In�igir - aplicar pena ou castigo
Infringir - transgredir, violar, não respeitar
Mandado - ordem judicial
Mandato - poder dado ou autorizado
Precedente - antecedente
Procedente – proveniente, oriundo
Prescrição - ordem expressa
Proscrição - eliminação, expulsão
Previdência - faculdade de ver antecipadamente o futuro
Providência - a suprema sabedoria atribuída a Deus
Rati�car - con�rmar
Reti�car – tornar reto, endireitar
Recrear - divertir
Recriar - criar novamente
Soar - produzir som
Suar – transpirar
Tráfego – trânsito
Trá�co – comércio ilegal
Treplicar - responder a uma réplica
Triplicar - multiplicar por três
Vultoso - volumoso, de grande vulto, enorme
Vultuoso - atacado de vultuosidade, inchado
LISTA DE PALAVRAS HOMÔNIMAS COM SEUS 
SIGNIFICADOS
Homônimas: são palavras escritas e pronunciadas de 
modo idêntico, mas diferentes nos signi�cados. Podem ser:
• Homônimas Homófonas: são aquelas iguais na 
pronúncia, mas diferentes na escrita e na signi�cação.
• Homônimas Homógrafas: são aquelas diferentes na 
pronúncia (timbre fechado e aberto), mas iguais na 
escrita.
Acender: pôr fogo
Ascender: subir
Acento - sinal grá�co, tom de voz
Assento - lugar, superfície onde se senta
Aço – liga de ferro e carbono
Asso – 1ª. pessoa do presente do verbo assar
Acerca de - sobre, a respeito de
Há cerca de – perto de, ou faz (= tempo decorrido)
A�m – que tem a�nidade, ligação
A �m – com intenção ou com �nalidade de
Apreçar – perguntar o preço de
Apressar – impor maior pressa
Caçar – ir ao encalço de, perseguir animais ou aves
Cassar – anular, revogar
Calda – líquido espesso e viscoso, xarope
Cauda – rabo, parte posterior de avião
Cela – pequeno quarto, cômodo de reduzidas dimensões
Sela – peça de couro
Coser: costurar
Cozer: cozinhar
Cheque: ordem de pagamento
Xeque: lance de jogo de xadrez
Censo – recenseamento, dados estatísticos
Senso – juízo claro, raciocínio
Censual – relativo ao censo
Sensual – relativo ao sexo, aos sentidos
Céptico - que duvida ou quem duvida
Séptico - que causa infecção
Cerração – nevoeiro denso
Serração – ato de serrar, de cortar
Cerrar – fechar
Serrar – cortar
Cessão – ato de ceder
Seção ou secção – corte, divisão, repartição
Sessão – espaço de tempo que dura uma atividade
Cesto – balaio
Sexto – ordinal de seis
Chá – bebida
Xá – título do ex-imperador do Irã
Cheque – ordem de pagamento
Xeque – lance de jogo de xadrez, dirigente árabe
Cinta - tira de pano
Sinta - subjuntivo presente e imperativo do verbo sentir
Cocho - recipiente de madeira
Coxo – capenga, manco
Concerto – sessão musical
Conserto – reparo
Coser – costurar
Cozer – cozinhar
Espiar - observar, espionar
Expiar - sofrer castigo
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Empoçar - fazer poças
Empossar - dar posse
Espectador - o que observa um ato
Expectador - que tem expectativa
Esperto - ativo,inteligente, vivo
Experto - perito, entendido
Era - data, época
Hera – planta
Estático - �rme, imóvel
Extático - admirado, pasmado
Estirpe - raiz, linhagem
Extirpe - �exão do verbo extirpar
Estrato - tipo de nuvem
Extrato - resumo, essência
Esterno - osso dianteiro do peito
Externo - que está por fora
Incerto - duvidoso
Inserto - inserido, incluído
Incipiente - que inicia, principiante
Insipiente - ignorante, sem juízo, imprudente
Intercessão - ato de interceder
Interseção - ponto onde duas linhas se cruzam
Paço - palácio real ou episcopal
Passo – marcha
Profetiza - do verbo profetizar
Profetisa - feminino de profeta
Ruço – grisalho, desbotado, situação grave
Russo - da Rússia
Tacha - pequeno prego
Taxa - imposto, preço de um serviço público
Tachar – atribuir defeito
Taxar – �xar taxa
Viagem - substantivo: a viagem
Viajem - forma verbal: que eles viajem
HOMÔNIMAS PERFEITAS: são palavras que possuem 
mesma pronúncia e mesma gra�a, porém apresentam 
sentidos diferentes.
Eu CEDO livros para a biblioteca.
Levantou CEDO para estudar.
TIPOS DE LINGUAGEM
	 	 	 É	 a	 capacidade	 que	 possuímos	 de	 expressar	 nossos	
pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem 
está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há 
comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos 
de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, 
tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais 
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por 
exemplo). Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser 
classi�cada como qualquer sistema de sinais que se valem os 
indivíduos para comunicar-se. 
A linguagem pode ser:
Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras 
para comunicar algo. 
 
As �guras acima nos comunicam sua mensagem 
através da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a 
informação).
Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de 
comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a 
linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem 
corporal, uma �gura, a expressão facial, um gesto, etc.
 
Essas �guras fazem uso apenas de imagens para 
comunicar o que representam.
Elementos da Comunicação
Conheça os principais elementos da comunicação.
Com os elementos da comunicação, é possível usar como 
forma de comunicação, informação, expressão e signi�cados 
os diversos sistemas simbólicos das diferentes linguagem. A 
forma de comunicação está dividida entre:
•	 Emissor – o que emite a mensagem.
•	 Receptor – o que recebe a mensagem.
•	 Mensagem – o conjunto de informações transmitidas.
•	 Código – a combinação de signos utilizados na 
transmissão de uma mensagem. A comunicação só 
se concretizará, se o receptor souber decodi�car a 
mensagem.
•	 Canal de Comunicação – por onde a mensagem é 
transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar…
•	 Contexto – a situação a que a mensagem se refere, 
também chamado de referente.
•	 Ruído – qualquer perturbação na comunicação.
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ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM À SITUAÇÃO COMUNICATIVA
Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e 
da escrita em uma determinada situação comunicativa. O 
emissor e o receptor devem estar em concordância para que 
haja entendimento. Assim sendo, cada ocasião exige uma 
linguagem diferente.
Temos uma norma que rege a língua escrita que é a 
gramática. No entanto, a fala não se trata de uma convenção, 
mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Portanto, a 
língua falada é mais desprendida de regras, e, portanto, mais 
espontânea e expressiva. Por este motivo, está suscetível a 
transformações, diariamente. Assim, a mudança na escrita 
começa sempre a partir da língua falada e, por este motivo, é 
tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não é toda 
alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente 
aquelas que têm signi�cação relevante à sociedade.
O que determinará o nível de linguagem empregado é o 
meio social no qual o indivíduo se encontra. Portanto, para 
cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário, 
um modo de se falar, uma entonação empregada, uma 
maneira de se fazer as combinações das palavras, e assim por 
diante.
A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com 
o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário 
se encontram. Claro, porque você não conversa com o vizinho 
da mesma forma que conversa com o professor ou conversa 
com o representante de sala da mesma forma que conversa 
com o diretor ou com este do mesmo jeito que com os pais.
Então, para cada situação linguística, há uma linguagem 
adequada.
Os níveis de fala compreendem o modo como o falante 
se manifesta nas diversas situações vividas.
O nível culto ou formal obedece às regras da norma culta, 
da	 gramática	 normativa.	 É	 frequente	 em	 ambientes	 que	
exigem tal posicionamento do falante: em discursos, em 
sermões, apresentação de trabalhos cientí�cos, em reuniões, 
etc. Logicamente, a escrita também seguirá padrões quando 
se trata de textos acadêmicos ou de teor cientí�co.
O nível coloquial ou informal é a manifestação 
espontânea da língua. Independe de regras, apresenta gírias, 
restrição de vocabulário, formas subtraídas das palavras. 
Está presente nas conversas com amigos, familiares, pessoas 
com	 quem	 temos	 intimidade.	 É	 muito	 comum	 se	 ver	 o	
coloquialismo sendo utilizado em textos, principalmente da 
internet, como no WhatsApp, blogs, etc.
Pressuposto e subentendido
Pressupostos e subentendidos são informações 
implícitas num texto, não expressas formalmente, apenas 
sugeridas por marcas linguísticas ou pelo contexto. Cabe ao 
leitor, numa leitura pro�ciente, ir além da informação que 
se encontra explícita, identi�cando e compreendendo as 
informações implícitas, ou seja, lendo nas entrelinhas.
Os pressupostos são de mais fácil identi�cação, estando 
sugeridos no texto. Os subentendidos são deduzidos pelo 
leitor, sendo da sua responsabilidade.
Exemplos: 
- Heloísa está cansada de ser professora.
Pressuposto: Heloísa é professora.
Subentendido: Talvez porque o salário é baixo ou há muita 
indisciplina.
- Infelizmente, meu marido continua trabalhando fora do 
país
Pressuposto: O marido está trabalhando fora do país e a 
mulher não está satisfeita com essa situação.
Subentendido: Talvez por ter melhor salário fora do país ou 
por não encontrar trabalho no seu país.
Pressupostos
Os pressupostos são informações implícitas adicionais, 
facilmente compreendidas devido a palavras ou expressões 
presentes na frase que permitem ao leitor compreender 
essa informação implícita. O enunciado depende dessa 
pressuposição para que faça sentido. Assim, o pressuposto é 
verdadeiro e irrefutável.
Exemplos de pressupostos:
- Decidi deixar de comer carne.
Pressuposto: A pessoa comia carne antes.
- Finalmente acabei minha monogra�a.
Pressuposto: Demorou algum tempo para terminar a 
monogra�a.
- Alunos que estudam de manhã costumam ter melhor 
rendimento.
Pressuposto: Há alunos que não estudam de manhã.
- Desde que ela mudou de casa, nunca mais a vi.
Pressuposto: Costumava vê-la antes dela mudar de casa.
Marcas linguísticas que facilitam a identi�cação de 
pressupostos:
•	 Verbos que indicam �m, continuidade, mudança e 
implicações: começar, continuar, parar, deixar, acabar, 
conseguir,...
•	 Advérbios: felizmente, �nalmente, ainda, já, depois, 
antes,...
•	 Pronome introdutório de orações subordinadas adjetivas: 
que
•	 Locuções que indicam circunstâncias: depois que, antes 
que, desde que, visto que,...
Subentendidos
Os subentendidos são insinuações, informações 
escondidas, dependentes da interpretação do leitor. Não 
possuem marca linguística, sendo deduzidosatravés do 
contexto comunicacional e do conhecimento que os 
destinatários têm do mundo. Podem ser ou não verdadeiros 
e podem ser facilmente negados, visto serem unicamente da 
responsabilidade de quem interpreta a frase.
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Exemplos de subentendidos:
- Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco.
 
Subentendido: Está frio lá fora.
- Já tenho a garganta seca de tanto falar.
 
Subentendidos: Quero beber um copo de água ou quero 
parar de falar neste momento.
- Você vai a pé para casa agora?
Subentendidos: Eu posso lhe dar uma carona ou é perigoso 
andar a pé na rua a estas horas.
Variações Linguísticas 
A linguagem é a característica que nos difere dos 
demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar 
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião 
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, 
sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-
se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de 
formalidade e o de informalidade. 
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem 
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo 
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira 
que falamos. 
Quanto ao nível informal, por sua vez, representa-se a 
linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com 
amigos, familiares etc.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, 
estão as chamadas variedades linguísticas, as quais 
representam as variações de acordo com as condições 
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. 
Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, observam-se 
transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante 
representativo é a questão da ortogra�a, se levarmos em 
consideração a palavra farmácia, uma vez que era grafada 
com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a 
qual fundamenta-se pela supressão dos vocábulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles 
e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam 
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os 
janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, 
arrastando a asa, mas �cavam longos meses debaixo do 
balaio.”
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um 
vocabulário antiquado.
Variações regionais: 
São os chamados dialetos, que são as marcas 
determinantes referentes a diferentes regiões. Como 
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, 
recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. 
Figurando também nesta modalidade estão os sotaques, 
ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais: 
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma 
maneira geral e também ao grau de instrução de uma 
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os 
jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário especí�co de certos 
grupos, como os sur�stas, cantores de rap, tatuadores, entre 
outros.
Os jargões estão relacionados ao pro�ssionalismo, 
caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, 
podemos citar os médicos, advogados, pro�ssionais da área 
de informática, entre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para 
entendermos melhor sobre o assunto:
VÍCIO NA FALA
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados. 
Oswald de Andrade
CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela 
E chamei pra passear. 
A gente fomos no shopping 
Pra “mode” a gente lanchar. 
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. 
Até que “tava” gostoso, mas eu pre�ro aipim. 
Quanta gente, 
Quanta alegria, 
A minha felicidade é um crediário nas 
Casas Bahia. 
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. 
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, 
Quando eu estou no trabalho, 
Não vejo a hora de descer dos andaime. 
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger 
E também o Van Damme. 
(Dinho e Júlio Rasec, encarte 
CD Mamonas Assassinas, 1995.)
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Funções da Linguagem 
O linguista russo chamado Roman Jakobson caracterizou 
seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comunicação:
Função metalinguística: 
Quando a linguagem fala dela mesma, se destina à 
explicação das próprias palavras (códigos). 
Função referencial: 
Quando a intenção do emissor é falar objetivamente 
sobre	o	contexto	real.	É	a	linguagem	de	caráter	informativo.
Ex.: Textos de jornal, revistas, livros didáticos, cientí�cos.
Dólar mais alto deixa o brasileiro mais pobre; veja quem 
ganha e quem perde
Sophia Camargo 
Colaboração para o UOL, em São Paulo. 23/09/201506h00
O dólar ultrapassou pela primeira vez a marca de R$4. 
Muitas pessoas acham que isso não as afeta, pois não 
ganham em dólar nem pretendem viajar para o exterior em 
breve. A verdade, porém, é que o dólar mais alto deixou o 
brasileiro mais pobre.
“O impacto da alta do dólar na vida das pessoas vai 
chegar a todos, inclusive à dona de casa”, diz Edgar de Sá, 
economista-chefe da FN Capital.
Um dólar tão valorizado retrata uma economia que está 
em desequilíbrio, segundo o professor da Escola de Economia 
de	São	Paulo	da	FGV	Clemens	Nunes.	
Segundo ele, o Brasil está em situação de desequilíbrio 
�scal, o que mostra que o governo gasta mais do que ganha, 
e os investidores não enxergam uma solução sustentável 
para esse problema num futuro próximo.
“Não há perspectiva de melhora. A consequência disso 
é que o real se desvaloriza e �camos mais pobres. Perdemos 
poder de compra em relação ao resto do mundo.” 
Função poética:
Quando a linguagem revela um cuidado especial com 
o ritmo das frases, com a sonoridade das palavras, com o 
jogo de ideias.
Função conativa (apelo): 
Quando o emissor organiza a mensagem com o 
objetivo de in�uenciar o receptor.
É	muito	usada	em	mensagens	publicitárias.	
Ex.: Não deixe para última hora! Programe suas férias.
(www.jornale.com.br / Acesso em 01/12/2010)
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Função Expressiva ou Emotiva:
Quando a linguagem está centrada no próprio 
emissor, revelando seus sentimentos, suas emoções.
Sonho. Não sei quem sou
Sonho. Não sei quem sou neste momento. 
Durmo sentindo-me. Na hora calma 
Meu pensamento esquece o pensamento, 
 Minha alma não tem alma. 
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo 
Parece que erro. Sinto que não sei. 
Nada quero nem tenho nem recordo. 
 Não tenho ser nem lei. 
Lapso da consciência entre ilusões, 
Fantasmas me limitam e me contêm. 
Dorme insciente de alheios corações, 
 Coração de ninguém.
Função fática: 
Quando a linguagem é usada para con� rmar se de fato 
o	emissor	está	sendo	ouvido.	É	um	canal	de	comunicação.	
Ex.: Você está me entendendo? Certo? Não é verdade?
QUADRO SINTÉTICO DAS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
No processo da comunicação, todos os elementos estão, 
de certa forma, presentes. O que há é uma predominância de 
um sobre os demais; por conta disso, um deles determina a 
função da linguagem.
O PREDOMÍNIO 
DO(A) IMPLICA
FUNÇÃO DA 
LINGUAGEM
Emissor O predomínio da Emotiva (Expressiva)
Receptor O predomínio da Conativa (Apelo)
Canal O predomínio da Fática
Código O predomínio da Metalinguística
Referente O predomínio da Referencial
Mensagem O predomínio da Poética
Campo Lexical e Campo Semântico 
Primeiramente, diferencia-se o que é léxico e semântica 
para facilitar o entendimento de campo lexical e campo 
semântico. Vejamos:
Léxico: é o conjunto

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