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ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA: A COMPREENSÃO DE COMO E ONDE USAR A LÍNGUA A capacidade de conseguir se comunicar através de um código abstrato e complexo como é a língua é o que diferencia a espécie humana das demais espécies. A escrita é uma invenção tecnológica de grande relevância que revolucionou a História da humanidade, chegando ao ponto de dividi-la em História e Pré-História. A partir do registro escrito, era possível documentar e organizar toda a produção científica acumulada ao longo do tempo. Por ser mais duradoura e palpável que a fala, a escrita ganhou prestígio, em detrimento da oralidade – tanto que por muito tempo os estudos linguísticos deixaram a fala em segundo plano embora se saiba que a oralidade preceda a escrita e a prova disso são as sociedades ágrafas (que não possuem escrita). De forma semelhante, a Era Digital vem promovendo outra Revolução, cujas tecnologias interferem direta e significativamente nas vidas das pessoas e nas suas formas de interação, o que vai modificar a maneira como vão utilizar a linguagem, ressignificando e fazendo surgir novos gêneros textuais, textos que mediam a comunicação humana. Mas é preciso ter em mente que a língua é um organismo vivo, que se modifica, evoluindo, absorvendo e acompanhando as mudanças da sociedade e com o tempo surgem novas necessidades, que vão se refletir na língua. Os recursos do meio virtual, como hiperlinks e a possibilidade de poder unir num mesmo ambiente diversas formas de linguagem, como imagens e sons, por exemplo, modificam a escrita convencional. A comunicação simultânea causa a abreviatura das palavras e forma uma linguagem escrita com características de linguagem falada. É preciso ter atenção para não trazer essas características para situações em que elas não cabem, como na escola. É preciso compreender que a língua é como uma roupa: existem vários tipos de roupas, cada uma adequada para uma situação. Não seria adequado usar trajes de banho em uma festa de gala, da mesma forma que não seria adequado utilizar a linguagem da internet numa redação, por exemplo. A situação que determina qual forma de linguagem vai se usar, não se fundamenta na ideia de que a o “Internetês” influencia de maneira negativa a produção escrita dos jovens, como pensam os mais tradicionalistas avessos à tecnologia, mesmo porque pesquisas existentes demonstram que não é assim. A escola não deve continuar com essa aversão e encarar esse processo como algo positivo e aproveitável, pois uma nova geração com novas necessidades surge.
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