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“Os Sertões” é uma das obras mais emblemáticas do escritor pré-modernista Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902.
A obra regionalista narra os acontecimentos da sangrenta Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), que ocorreu no Interior da Bahia, durante 1896 e 1897.
Trata-se de um relato histórico mesclado à literatura, posto que Euclides foi convidado pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos e nesse momento, surgiu sua obra. PorPor esse motivo, "Os Sertões" representa um marco da literatura e na história do Brasil, sendo, portanto, analisada por outras áreas do conhecimento, tal qual: Antropologia, Sociologia, Geografia e História. AA obra possui um caráter crítico e realista nunca antes abordado por um literato do Brasil, donde Euclides por meio de uma linguagem cientificista recrimina o nacionalismo e ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época, mostrando a face cotidiana e realista do país e das pessoas que o compõem.
De tal modo, trata-se de uma prosa científica e artística, acabando com essa visão idealista do índio herói e do negro trabalhador, abordado com entusiasmo pelos escritores do romantismo. A obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha, foi escrita durante a Guerra de Canudos (1896-1897), ocorrida no sertão baiano, o livro denuncia a posição do governo brasileiro, que exterminou muitos inocentes nessa guerra. Fala sobre o líder dos canudenses, Antônio Conselheiro.
Euclides da Cunha (1866-1909) foi um escritor, jornalista e professor brasileiro, autor da obra "Os Sertões". Foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. SeuSeu livro "Os Sertões", narra e analisa os acontecimentos da guerra. Foi eleito em 21 de setembro de 1903 para a cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras.
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudósia Alves Moreira da Cunha, a partir de 3 anos, viveu entre fazendas  na Bahia e o Rio de Janeiro, com tios que o criaram depois que ficou órfão de mãe.
Em 1885, com 19 anos, ingressou na Escola Politécnica, mas por falta de recursos transfere-se para a Escola Militar da Praia Vermelha. Nessa época, escrevia para a revista da escola, "A Família Acadêmica".
Por afrontar o Ministro da Guerra do Império, foi expulso da Academia. Em 1889 segue para São Paulo e publica no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos onde defende os ideais republicanos.
Pode-se dizer que o livro é um misto entre literatura com relato jornalístico e histórico, já que Euclides presenciou parte da Guerra de Canudos como representante do jornal O Estado de S. Paulo e decidiu escrever sobre ela em sua obra. No ano de 1897, Euclides foi mandado para o arraial de Canudos, no norte da Bahia, para cobrir a referida guerra que era liderada por Antônio Conselheiro. Viu muito, pesquisou ainda mais e, por fim, escreveu a obra que se tornaria uma das mais importantes de todo o cenário literário nacional. “Os Sertões” poderia ser considerada apenas uma obra de História, crítica humana, Geografia ou Sociologia, já que tudo isso é retratado, mas graças ao impecável e apurado estilo de escrita de Euclides, ganhou o status de obra literária. O livro é dividido em três partes – A Terra, O Homem e A Luta -, retratando a vida sertaneja com sua labuta, sua busca por melhorias, suas lutas e decepções diárias, além da necessidade de lidar com a incompreensão de muitas elites governamentais. Para entendê-lo bem, é importante que além de ler o livro, leiam-se resumos como este, com linguagem atual e de fácil compreensão.
Primeira parte – A Terra
Euclides utilizou a primeira parte do livro para descrever o cenário em que tudo aconteceu. Com riqueza de detalhes, fala sobre a seca e sobre suas causas, sobre os danos que o homem fez ao ambiente ao longo do tempo, e os danos que o ambiente faz ao homem. Pode parecer confuso, mas a discussão era extremamente acalorada no período em que o livro foi escrito. Discorria-se sobre o papel do homem diante da natureza, um grandioso agente de destruição, praticando agricultura primitiva desde que se é possível obter relatos, ocasionando queimadas atrás de queimadas, arrasando bosques e florestas. Por outro lado, considerava-se o meio que determinou ao homem agir de determinadas formas, especificamente o homem sertanejo no caso.
Segunda Parte – O Homem
Como o próprio nome sugere, nessa etapa o autor discorre sobre a origem das pessoas do local. Especialmente, Euclides estudou o protótipo de jagunço, principalmente o de Antônio Conselheiro, líder deles. Fala sobre as raças que compõe o povo brasileiro, suas constituições, seu modo de pensar e agir. Utiliza por diversas vezes de paradoxos e antíteses. A antropologia estudada pelo autor decreta seu pensamento sobre a impossibilidade de unidade racial, de ter no Brasil uma raça de fato homogênea. Ainda, Euclides descreve minuciosamente os detalhes de modo de vida dos vaqueiros, relatando suas tradições e rotina.
Terceira Parte – A Luta
Chegamos à parte mais relevante e importante da obra de Euclides da Cunha. Aqui são narradas quatro expedições feitas pelo Exército para que sufocassem a rebelião de Canudos. Os cangaceiros e jagunços eram vistos como “bandidos do sertão” e deveriam urgentemente ser reprimidos para evitar uma guerra ainda maior. A Luta divide-se em seis subtítulos: Preliminares, Travessia do Cambaio, Expedição Moreira César, Quarta Expedição, Nova Fase de Luta e Últimos Dias. São completados detalhes e elenco dos personagens esboçados na parte anterior.
Na época em que Euclides da Cunha escreveu e publicou “Os Sertões”, o ufanismo e a visão ingênua do país estavam absurdamente em alta. O autor decidiu por buscar igualdades de fato, e acabou por fazer de “Os Sertões” a primeira obra a se contrapor à eles.
Lembre-se que os detalhes são tão importantes quanto o contexto geral, afinal, eles formam o contexto, dão leveza e fazem o leitor sentir-se dentro da obra que está acompanhando.
Referência: 
https://www.ebiografia.com/euclides_cunha/
https://livroseresumos.com.br/os-sertoes/
Escola SESI Belém
Nova EJA – Presencial
Área de linguagens, literatura
Professora: Socorro Freire
OS SERTÕES
Melquias Favacho do Nascimento
Belém
2019

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