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Gestão de Custos

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Gestão de Custos
???????????
Gestão de Custos
Organizado por Universidade Luterana do Brasil
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA
Canoas, RS
2016
Gabriela de Bem Fonseca
Conselho Editorial EAD
Andréa de Azevedo Eick
Ângela da Rocha Rolla
Astomiro Romais
Claudiane Ramos Furtado
Dóris Gedrat
Honor de Almeida Neto
Maria Cleidia Klein Oliveira
Maria Lizete Schneider
Luiz Carlos Specht Filho
Vinicius Martins Flores
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores 
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da 
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
ISBN: 978-85-5639-198-8
Dados técnicos do livro
Diagramação: Marcelo Ferreira
Revisão: Igor Campos Dutra
Esta obra tem como objetivo apresentar a você alguns conceitos fun-damentais sobre custos e sua gestão, considerando uma abordagem 
inicial no primeiro capítulo com a evolução histórica do tema e suas ter-
minologias, analisando suas classificações com focos diferenciados e to-
dos os conceitos necessário para compreender a dimensão do tema e sua 
importância no contexto empresarial. No Capítulo 2, iremos trabalhar os 
custos de materiais que envolvem a diferenciação entre o preço de com-
pra da Nota Fiscal e o custo de compra nominal, essa diferença é muito 
importante para tornar a empresa mais competitiva no mercado em que 
atua, assim como no capítulo seguinte veremos métodos de avaliação de 
estoques que impactam diretamente no resultado da empresa.
O Capítulo 4 trata do custo de mão de obra, conhecido como “custo 
de pessoal”, tanto horista como mensalista, suas diferenças e semelhanças 
e seu impacto no cálculo no preço de venda, já o Capítulo 5 retrata os cus-
tos patrimoniais e tudo que envolve a depreciação, amortização, exaustão 
e todos os demais acontecimentos com os bens das empresas, refletindo 
seu conhecimento no ganho ou perda de capital. O Capítulo 6 trata dos 
custos indiretos de fabricação também conhecidos como CIF’s e como eles 
são abordados no mapa de localização de custos das empresas.
Na sequência, iremos trabalhar com sistemas de custeio que será abor-
dado no Capítulo 7, dando ênfase ao sistema de custeio por absorção e ao 
sistema de custeio variável e seus impactos nos resultados das empresas. 
O Capítulo 8 vai abordar a relação custo x volume x lucro e todos os seus 
desdobramentos no contexto financeiro, levando em conta as diferentes 
fórmulas de cálculo e suas respectivas análises.
Apresentação
Apresentação v
Por fim, o Capítulo 9 trata da margem de segurança e da alavancagem 
operacional, suas fórmulas e impactos na gestão de custos para interpreta-
ção de resultados e tomada de decisão, culminado no último tópico, que é 
o objetivo principal de todo o nosso aprendizado, a formação do preço de 
venda e a utilização do mark up como ferramentas econômicas financeiras 
essenciais na tomada de decisão, na competitividade e na gestão como um 
todo de todas as atividades empresarias. Bom Estudo!
 1 Conceitos Básicos – Terminologias .........................................1
 2 Custos com Materiais ..........................................................17
 3 Método de Avaliação do Estoque ........................................29
 4 Custos com Mão de Obra ...................................................41
 5 Custos Patrimoniais ............................................................54
 6 Custos Indiretos de Fabricação e Mapa de 
Localização de Custos .........................................................66
 7 Sistemas de Custeio ............................................................79
 8 Relação Custo x Volume x Lucro ..........................................97
 9 Margem de Segurança e Alavancagem Operacional .........110
 10 Preço de Venda e Mark up ................................................119
Sumário
Gabriela de Bem Fonseca1
Capítulo 1
Conceitos Básicos – 
Terminologias
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
2 Gestão de Custos
Introdução
Neste tópico, serão abordadas as terminologias usuais na 
Gestão de Custos, pois muitos termos são bem peculiares para 
o tema e devem ser observados cuidadosamente para a corre-
ta classificação e apropriação dos gastos de forma geral. Você 
irá perceber ao longo deste livro que o entendimento correto 
das terminologias é a base para toda a estrutura da gestão de 
custos.
1 A importância da Contabilidade de 
Custos
Contabilidade Financeira: até a Revolução Industrial (século 
XVIII), quase só existia essa contabilidade, desenvolvida na 
“era” Mercantilista. Nessa época, as empresas viviam pratica-
mente do comércio e não da fabricação.
Contabilidade de Custos: surgiu após a Revolução Indus-
trial devido à necessidade de incorporar ao custo do produ-
to os valores dos fatores de produção utilizados para sua 
obtenção. Essa forma de obtenção tem sido seguida até os 
dias atuais, principalmente por duas razões: 1) a Auditoria In-
terna e Externa, uma necessidade da globalização acabou por 
consagrar essa forma de valorização dos estoques, em que o 
valor de compra é substituído pelo valor de fabricação. 2) O 
advento do Imposto de Renda adotou o mesmo critério para a 
medida do lucro tributável.
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 3
Contabilidade Gerencial: há poucas décadas, com o cres-
cimento das empresas, a contabilidade de custos passou de 
mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros para impor-
tante aliada no controle empresarial e nas decisões gerenciais.
Resumo: a Contabilidade de Custos nasceu da Contabili-
dade Financeira quando da necessidade de se avaliar os es-
toques nas indústrias. E, com a globalização e a necessidade 
de uma gestão mais completa dos processos, entrou em cena 
a Contabilidade Gerencial, que se tornou uma grande ferra-
menta de gestão empresarial.
Evolução da relação de Custos X Preços no Brasil:
1965-1990 Preço = Custo + Resultado (Característica: Preço é 
função do custo)
1990 > Preço = Custo – Resultado (Característica: Preço é fun-
ção do mercado)
2000 > Custo = Preço – Resultado (Característica: Custo é fun-
ção do preço e da taxa de retorno sobre o investimento)
Em termos gerais, podemos afirmar que a contabilidade de 
custos tem duas grandes áreas de atuação que são interliga-
das e possuem a maior parte dos conceitos iguais:
a. CUSTO FISCAL – Custo Contábil: conceitos e técnicas 
voltados para a apuração do custo dos produtos e dos 
serviços para fins de contabilização (lançamento con-
tábil) e atendimento às necessidades legais e fiscais.
4 Gestão de Custos
b. CUSTO GERENCIAL: conceitos e técnicas voltados 
para a gestão econômica dos produtos e serviços da 
empresa, suas atividades, unidades de negócios e seus 
gestores responsáveis, envolvendo as necessidades de 
controle, avaliação do desempenho e tomada de de-
cisão.
2 Abrangência e Finalidade do Cálculo de 
Custos na Atividade Empresarial
Esta abrangência é muito ampla nos dias atuais, em uma sim-
ples averiguação de caráter pessoal, podemos constatar que 
nossas decisões diárias de todos os tipos envolvem em maior 
ou menor escala a variável CUSTOS; nas empresas não é dife-
rente. Existem pelo menos 4 campos distintos de abrangência 
e aplicações dos custos:
 1. Aplicações Contábeis do Custo: as principais aplicações 
contábeis estão relacionadas à avaliação dos estoques e 
CPV (Custo ProdutoVendido), avaliação de imobilizações 
próprias e avaliação de bens de fabricação própria para 
uso futuro na empresa.
 Â Avaliação dos Estoques: no prisma contábil, este é um 
dos aspectos mais importantes do cálculo dos custos nas 
empresas. É necessário ressaltar que a variação de esto-
ques em um período influencia diretamente no resultado 
do mesmo, ou seja, uma variação positiva nos estoques 
implica um aumento do resultado no período. O esto-
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 5
que pode apresentar-se de diversas formas, dependen-
do do ramo de atividade da empresa, em sua forma 
mais ampla, ele se configura nas empresas industriais 
em materiais adquiridos e ainda não utilizados, produ-
tos em fase de elaboração e produtos prontos.
 Â Avaliação de Imobilizações Próprias: em muitas empre-
sas, ocorre a produção própria de bens que integram o 
seu ativo permanente, como ferramentas, móveis, má-
quinas, edificações; nesses casos, deve-se manter um 
documento para controlar e agrupar todos os materiais 
consumidos, assim como a mão de obra agregada. No 
seu encerramento, deve-se imobilizá-lo contabilmente e, 
então, depreciá-lo para efeitos de custos.
 Â Avaliação de bens de fabricação própria para uso fu-
turo: é uma ocorrência possível em algumas organiza-
ções, nesse caso as empresas processam internamente 
produtos que serão utilizados futuramente na atividade 
fim. Também se deve controlar em documento próprio 
todos os materiais consumidos e a mão de obra empre-
gada. Sua transformação em custo ocorrerá por ocasião 
de seu consumo futuro.
 2. Abrangência e Aplicações vinculadas ao planejamento: 
entre as aplicações, destacam-se aplicação relacionada 
ao orçamento, projeção de planos de venda e produção, 
estudos de viabilidade e análise de investimentos.
 Â Para essas abrangências, a utilização adequada do sis-
tema de custeio é fundamental na tomada de decisões e 
6 Gestão de Custos
na gestão empresarial. Tendo nele um poderoso instru-
mento para avaliação de resultados.
 3. Abrangência e Aplicações na gestão Econômico-Financei-
ra, Mercadológica: as aplicações nessas áreas são inú-
meras como: formação do preço de venda, avaliação do 
desempenho de produtos e serviços, formulação das po-
líticas de produtos e preços, formulação de políticas de 
distribuição e segmentação e avaliação do desempenho 
de negociações.
 4. Abrangência e Aplicações voltadas ao controle: custos é 
também, em sua essência, um instrumento de controle que 
pode assumir várias dimensões, dentre elas: controle do 
planejamento, controle dos materiais, controle do proces-
so e da administração e controle do ciclo operacional. 
Planejamento e Controle se complementam em uma boa 
gestão, pois só se justifica o planejamento através de um 
bom controle.
 Â Custo Fabril: custo total de fabricação, ou seja, a soma 
dos custos primários (Matéria-Prima + Mão de Obra 
Direta + Embalagem) com os custos indiretos de fabri-
cação.
 Â Custos de Produção: corresponde à expressão Custo Fa-
bril + Estoque Inicial de Produtos em Processo – estoque 
final de produtos em processo, e representa o valor da 
produção de determinado período.
 Â Custo de Transformação ou Conversão: é o custo total 
do processo produtivo e é representado pela soma da 
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 7
mão de obra direta com os custos indiretos e representa 
o custo de transformação da matéria-prima em produto 
acabado.
3 Terminologias
Gastos: aquisição de um produto ou serviço qualquer, que 
gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacri-
fício esse representado por entrega ou promessa de entrega 
de ativos (normalmente dinheiro). Exceção: custo de oportuni-
dade ou juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não 
implicam na entrega de ativos. Ex.: gasto na compra de MP, 
gasto com honorários da diretoria.
Segundo Martins (2010, p. 22), o termo referido trata-se 
da “compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sa-
crifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse 
representado por entrega ou promessa de ativos (normalmente 
dinheiro)”.
Custos: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na pro-
dução de outros bens ou serviços, portanto custo é tudo aquilo 
que está ligado com a atividade fim da empresa. Ex.: matéria-
-prima.
Já para Megliorini (2011), custos estão relacionados a par-
te dos gastos incorridos no ambiente da fábrica, os quais serão 
absorvidos para a fabricação dos produtos, pela compra de 
mercadorias para a revenda e para a realização dos serviços.
8 Gestão de Custos
Despesas: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente 
para a obtenção de receitas, ou seja, gastos necessários para 
vender e distribuir os produtos ou serviços geralmente ligados 
as áreas administrativas e comerciais. Ex.: comissão do ven-
dedor.
No que se refere às despesas, tudo o que compreende à 
parcela dos gastos consumidos para a administração da em-
presa e na realização das vendas, sendo o que gera receita, 
considera-se despesa. Megliorini (2011).
Investimentos: gasto ativado em função de sua vida útil ou de 
benefícios atribuíveis a futuro período. Podem ser de diversas 
naturezas e de períodos de ativação variados; exceção, a ma-
téria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como 
investimento circulante. Ex.: máquinas.
Bernardi (2010) afirma ainda que investimentos são os 
gastos indispensáveis utilizados nas áreas de produção e ven-
das, que serão beneficiados em períodos futuros, os quais são 
considerados ativos de caráter permanentes e de longo prazo, 
que através da depreciação ou amortização tornarão custos 
ou despesas, de acordo com a sua origem e natureza.
Perdas: são os fatos ocorridos em situações excepcionais que 
fogem à normalidade das operações da empresa. São consi-
derados não operacionais e não devem fazer parte do custo de 
produção. Ex.: perdas com incêndio.
Dutra (2010) complementa que o gasto normal da ma-
téria prima que excedente na produção, ainda que não faça 
parte do produto final, trata-se de um custo, pois foi empre-
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 9
gado esforço para obtenção de receita, já no que diz respeito 
à matéria-prima e demais itens perdidos por acidentes, como 
inundações, incêndios, entre outros, são caracterizados como 
perdas e não custos.
Desperdícios: este conceito pode englobar os custos e as 
despesas utilizados de forma não eficiente, ou seja, todas as 
atividades que não agregam valor e que resultam em gasto de 
tempo e dinheiro. Ex.: sucata.
Desembolsos: pagamento resultante da aquisição do bem ou 
serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da uti-
lidade comprada, portanto defasada ou não do momento do 
gasto.
Segundo Dutra, o pagamento de parte ou do total do ad-
quirido, elaborado ou comercializado, isto é, é a parcela ou o 
todo do gasto que foi pago. Simplificadamente, “desembolsar 
é tirar do bolso, significa pagar ou quitar. Ele ocorre após a 
aquisição da propriedade de um bem ou serviço, porém antes 
ou após sua posse” (2010, p. 17).
4 Classificações dos Custos
 Quanto à tomada de decisões:
Os custos podem ser classificados como relevantes ou não 
relevantes, levando em consideração uma única decisão a ser 
tomada, sendo válida apenas para aquela decisão.
10 Gestão de Custos
Custos Relevantes: são aqueles que se alteram dependen-
do da decisão tomada.
Custos Não Relevantes: são os que independem da deci-
são tomada.
 Quanto à identificação:
Custos Diretos: são os gastos facilmente apropriáveis às 
unidades produzidas, ou seja, são aqueles que podem ser 
identificados como pertencentes a este ou àquele produto, 
sem a necessidade de rateios, bastando haver uma medida 
de consumo (quilogramas de materiais consumidos, horas demão de obra utilizada). Os principais custos diretos são maté-
ria-prima e mão de obra direta.
Custos Indiretos: são os gastos que não podem ser alo-
cados de forma direta ou objetiva aos produtos ou serviços, e 
quando atribuídos são mediante critérios de rateios. Os custos 
indiretos se caracterizam basicamente, por serem de caráter 
genérico e não específicos a produtos finais. Ex.: gastos com 
gerência ou diretoria da fábrica.
 Quanto ao volume de produção:
Custos variáveis: são os custos que estão diretamente 
relacionados com o volume de serviço ou produção em um 
determinado período, ou seja, quanto maior for o volume de 
serviço e produção, maiores serão os custos. Aumentam ou 
diminuem na mesma proporção.
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 11
Custos fixos: são aqueles gastos que, no curto prazo, se 
mantêm constantes, independente da alteração do volume de 
serviço ou produção.
Obs.: custos fixos e variáveis são classificações que não levam 
em consideração o produto, e sim o relacionamento entre o 
valor total do custo em um período e o volume de produção. 
Fixos e variáveis são classificações também aplicadas às des-
pesas, enquanto diretos e indiretos são classificações aplicá-
veis somente ao “custo”.
Recapitulando
Neste capítulo, o principal conceito apresentado foi a diferen-
ça entre custos e despesas, essa diferença será fundamental na 
12 Gestão de Custos
classificação e apropriação dos gastos para formação do pre-
ço de venda e posterior planejamento estratégico de custos.
Referências
BERNARDI, Luiz Antônio. Manual de formação de preços: 
políticas, estratégias e fundamentos. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Pau-
lo: Atlas, 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
Atividades
 1) Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V) à luz da terminologia 
contábil:
 ( ) A contabilidade de custos é mais ampla que a contabi-
lidade gerencial.
 ( ) A falta de conciliação entre Contabilidade de Custos e 
Contabilidade Geral traz distorções para a empresa.
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 13
 ( ) Cada componente do processo de produção é uma 
despesa que, no momento da venda, transforma-se em 
perda.
 ( ) Só existem custos em empresas industriais de manufatu-
ra, nas demais, só há perdas.
 ( ) Gastos com folha de salários da mão de obra, durante 
um período de greve prolongada, são custos de produção 
do período contábil em questão.
 ( ) Não se confunde perda com despesa, uma vez que a 
primeira envolve os conceitos de imprevisibilidade e invo-
luntariedade.
 ( ) Ao comprar matéria-prima, há uma despesa.
 2) Classifique os eventos descritos a seguir, relativos a uma 
indústria de manufatura, em (I) Investimentos, (C) Custo, 
(D) Despesa, (P) Perda ou (DP) Desperdício:
1) ( ) Compra de matéria-prima;
2) ( ) Consumo de energia elétrica na Fabrica;
3) ( ) Salário do pessoal da produção;
4) ( ) Consumo de combustível carros da diretoria;
5) ( ) Salário do pessoal do faturamento;
6) ( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por en-
chente;
7) ( ) Aquisição de máquinas industriais;
14 Gestão de Custos
8) ( ) Depreciação dos computadores do setor comercial;
9) ( ) Honorários da administração;
10) ( ) Consumo de matéria-prima na fabricação de pro-
dutos;
11) ( ) Aquisição de embalagens;
12) ( ) Geração de sucata no processo produtivo;
13) ( ) Consumo de energia elétrica do setor comercial;
14) ( ) Comissões proporcionais às vendas;
15) ( ) Remuneração do tempo dos funcionários em greve.
 3) Dados os seguintes eventos ocorridos no mês de janeiro de 
uma empresa industrial:
 1 – Compra de Matéria-prima R$ 6.000,00;
 2 – Pagamento dos salários relativos ao mês de Dezembro 
sendo: R$ 2.800,00 pessoal da produção e R$ 1.350,00 
pessoal da administração;
 3 – Uma enchente inesperada destruiu R$ 800,00 do esto-
que;
 4 – Energia elétrica consumida R$ 440,00 sendo um ¼ 
para a área administrativa e o restante para a produção;
 5 – Consumo de R$ 3.300,00 da matéria-prima, compra-
da no item 1, na produção da indústria;
 6 – Consumo de R$ 200,00 da matéria-prima, comprada 
no item 1, no setor administrativo;
Capítulo 1 Conceitos Básicos – Terminologias 15
 7 – Aquisição de uma máquina injetora nova por R$ 
48.000,00.
a) Classificar os eventos e calcular o valor total dos cus-
tos, despesas, investimentos e perdas no período.
 4) Classifique os eventos descritos a seguir, relativos a um 
banco comercial, em (I) Investimentos, (C) Custo, (D) Des-
pesa ou (P) Perda:
a) ( ) Compra de impressos e material de escritório;
b) ( ) Gastos com salários do pessoal operacional da 
agência;
c) ( ) Gastos com transporte de numerário (carro forte);
d) ( ) Utilização de impressos para acolher depósitos;
e) ( ) Gastos com envio de talões de cheque aos clientes;
f) ( ) Consumo de material de escritório na administra-
ção;
g) ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral;
h) ( ) Desfalque de valores por fraudes;
i) ( ) Depreciação de prédios de agências.
 5) Dados os seguintes eventos ocorridos no mês de abril de 
uma empresa industrial:
a) Compra de matéria-prima R$ 4.500,00;
16 Gestão de Custos
b) Pagamento dos salários relativos ao mês de março sen-
do: R$ 5.000,00 pessoal da produção e R$ 3.000,00 
pessoal da administração;
c) Uma enchente inesperada destruiu R$ 500,00 da ma-
téria-prima comprada no item “a”;
d) Energia elétrica consumida R$ 800,00 sendo um ¼ 
para a área administrativa e o restante para a produ-
ção;
e) Consumo de parte da matéria-prima adquirida no 
item a, sendo: na administração R$ 2.300,00 e na 
produção R$ 1.000,00;
f) Contabilização da depreciação do mês, sendo: dos 
equipamentos da produção R$ 980,00 e dos veículos 
da diretoria R$ 800,00;
g) Compra de uma máquina para produção no valor de 
R$ 10.000,00.
 Pede-se: Classificar os eventos e calcular o total dos cus-
tos, das despesas, dos investimentos e das perdas.
Capítulo 2
Gabriela de Bem Fonseca1
Custos com Materiais
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
18 Gestão de Custos
Introdução
A relevância dos gastos com matérias no contexto da gestão 
de custos será abordada neste capítulo, detalhando de forma 
prática o que pode e o que não pode ser creditado na forma-
ção do custo de matérias para posterior lançamento e avalia-
ção do estoque.
Na identificação dos custos, falou-se em custos diretos e 
indiretos, você lembra? Agora, quando falarmos em materiais, 
eles podem ser, tanto materiais diretos quanto materiais indire-
tos. Pode-se exemplificar como materiais diretos ou insumos os 
que fazem parte do produto final: matéria-prima, componen-
tes, embalagens. E como materiais indiretos os que são con-
sumidos no processo de fabricação, mas não fazem parte do 
produto final: material de expediente, materiais de manuten-
ção. O ponto referencial para classificar os materiais diretos 
é a sua identificação na estrutura do produto, ou seja, na lista 
de materiais que compõem cada produto final especificado.
Tipos de Materiais:
a. Mercadoria (M): material adquirido externamente que 
não sofrerá nenhuma transformação, sendo apenas 
revendido.
b. Matéria-prima (MP): material adquirido externamente 
a ser transformado em peças.
c. Componentes (C): material adquirido externamente 
que não sofrerá nenhuma transformação interna(man-
tendo-se no padrão do fornecedor), integrando-se ao 
Capítulo 2 Custos com Materiais 19
produto mediante junção, encaixe, fixação ou solda-
gem.
d. Materiais Indiretos: materiais de expediente, materiais 
de limpeza, materiais de manutenção.
O que integra o custo com materiais? Em termos fiscais, é 
importante destacar a diferença entre preço de compra e custo 
de compra, para efeito de controle de estoques e entrada no 
resultado, o que interessa para a análise é o custo da compra. 
Segue a seguir alguns exemplos de composição:
 1. Mercado Interno:
($) Preço de compra inicial
(+) IPI
 (+) Despesas adicionais: fretes, seguros, despesas acessó-
rias
(–) Descontos incondicionais e abatimentos
(=) Preço de Compra Total
(–) Impostos recuperáveis (IPI, ICMS, COFINS e PIS s/NF)
(–) ICMS recuperável sobre o frete
(=) Custo de Compra
 2. Mercado Externo:
($) Preço de compra
(+) II (Imposto de Importação)
20 Gestão de Custos
(+) IPI, ICMS, PIS e COFINS na Importação
(+) Despesas aduaneiras e despesas complementares
(=) Preço de compra da importação
 (–) Impostos recuperáveis: IPI, ICMS, PIS, COFINS e ICMS 
s/frete
(=) Custo da Importação
Para tornar mais claro o cálculo desse custo, segue outro 
exemplo: calcular o preço de compra nominal (fiscal) e o custo 
de compra nominal, utilizando a tabela a seguir, de um ma-
terial para aplicação alternativa como: matéria-prima (insumo 
para industrialização), mercadoria (comércio), investimento 
(imobilizado) e consumo (despesa, sem crédito dos impostos), 
considerando-se as seguintes premissas:
100 unidades ao preço de R$ 1,00 p/un.;
IPI 10%;
ICMS 18%;
Seguro ad valorem: 1%;
Frete ad valorem 5% sobre o total da NF;
ICMS sobre o frete 8%;
COFINS 7,6%;
PIS 1,65%.
Observar que na aplicação para imobilizado e para consu-
mo final, o preço do fornecedor não foi alterado.
Capítulo 2 Custos com Materiais 21
Descrição Base de 
Cálculo
Alíquota Resultado 
em R$
Quantidade comprada x Preço 
Unitário = Preço de compra 
NF
100,00
(+) IPI sobre Compra NF 100,00 10% 10,00
(=) Preço de Compra NF c/IPI 110,00
(+) Seguro sobre Compra NF 110,00 1% 1,10
(+) Frete sobre Compra 110,00 5% 5,50
(=) Preço de Compra Total 116,60
Detalhamento do Cálculo:
A primeira questão a ser observada é que para identificar o 
preço final de compra da Nota Fiscal (NF), é preciso multiplicar 
a quantidade comprada pelo preço de venda unitário, essa é 
a base de todo o cálculo que segue. Na sequência, calcula-se 
o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) sobre o Preço de 
venda, pois ele não é embutido no preço, e sim se soma ao 
valor final da NF.
O ICMS não é somado à parte, pois já está previamente 
embutido no preço de venda e portanto já compõe nosso cál-
culo. Após encontrar o valor do IPI e somar este ao preço de 
compra, temos o Preço de Compra com IPI, que ainda não é 
o valor final da NF, pois precisamos acrescentar o Seguro e o 
Frete como pede o enunciado. Se vocês observarem, tanto o 
seguro como o frete devem ser calculados sobre o valor da 
Nota Fiscal com IPI, para,a partir daí, determinarmos o Preço 
22 Gestão de Custos
de Compra Total, ou seja, o valor que o Contribuinte Pessoa 
Física ou Jurídica pagou pelo produto.
Agora, a partir do preço, vamos calcular o custo de com-
pra nominal para cada aplicação solicitada no enunciado.
a. Aplicação na Indústria
Descrição INDÚSTRIA
Preço de compra nominal Total R$ 116,60
(-) Crédito IPI sobre NF Compra (R$ 10,00)
(-) Crédito ICMS sobre NF Compra (R$ 18,00)
(-) Crédito ICMS sobre Frete (R$ 0,44)
(-) Crédito PIS sobre NF Compra (R$ 1,65)
(-) Crédito COFINS sobre NF Compra (R$ 7,60)
(=) Custo de Compra Nominal R$ 78,91
É possível observar que a indústria aproveita o crédito de 
todos os tributos sobre o preço de compra, inclusive o ICMS 
(Imposto sobre Comércio de Mercadorias e Serviços) sobre o 
frete (sendo a empresa optante por forma de tributação que 
permita esses aproveitamentos). Todos os cálculos são feitos 
com base no preço de compra da NF conforme quadro ante-
rior.
Ex.: crédito de ICMS sobre NF de Compra = R$ 100,00 x 
18% = R$ 18,00
Crédito de ICMS sobre Frete = R$ 5,50 x 8% = R$ 0,44
Capítulo 2 Custos com Materiais 23
b. Aplicação no Comércio
Descrição COMÉRCIO
Preço de compra nominal Total R$ 116,60
(-) Crédito IPI sobre NF Compra -
(-) Crédito ICMS sobre NF Compra (R$ 18,00)
(-) Crédito ICMS sobre Frete (R$ 0,44)
(-) Crédito PIS sobre NF Compra (R$ 1,65)
(-) Crédito COFINS sobre NF Compra (R$ 7,60)
(=) Custo de Compra Nominal R$ 88,91
Já no comércio, nem todos os créditos podem ser aprovei-
tados para o mesmo tipo de empresa, o IPI como crédito não 
pode ser aproveitado no comércio, por ser um tributo sobre 
produto industrializado; somente as indústrias podem se cre-
ditar desse imposto, as demais devem incluir esse valor no seu 
custo diretamente. Com essa alteração, o custo de compra 
nominal já aumentou da indústria para o comércio o montante 
de R$ 10,00.
c. Aplicação como Imobilizado
Descrição IMOBILIZADO
Preço de compra nominal Total R$ 116,60
(-) Crédito IPI sobre NF Compra -
(-) Crédito ICMS sobre NF Compra (R$ 19,80)
(-) Crédito ICMS sobre Frete (R$ 0,44)
(-) Crédito PIS sobre NF Compra -
(-) Crédito COFINS sobre NF Compra -
(=) Custo de Compra Nominal R$ 96,36
24 Gestão de Custos
Primeiramente, é preciso esclarecer o que é imobilizado, 
nesse caso, quando uma compra vai fazer parte do imobiliza-
do da empresa (Ativo Não Circulante), significa que vai fazer 
parte do patrimônio da empresa; por ter essa finalidade, nem 
todos os créditos podem ser aproveitados, apenas os oriundos 
do ICMS. Além desse detalhe, é preciso observar que quando 
a mercadoria é destinada ao imobilizado da empresa o IPI 
soma na base de cálculo do ICMS conforme exemplo:
Ex.: crédito de ICMS sobre NF de Compra = R$ 100,00 + 
R$ 10,00 (IPI) = R$ 110,00 x 18% = R$ 19,80
Crédito de ICMS sobre Frete = R$ 5,50 x 8% = R$ 0,44
d. Aplicação como Despesa
Descrição DESPESA
Preço de compra nominal Total R$ 116,60
(-) Crédito IPI sobre NF Compra -
(-) Crédito ICMS sobre NF Compra -
(-) Crédito ICMS sobre Frete -
(-) Crédito PIS sobre NF Compra -
(-) Crédito COFINS sobre NF Compra -
(=) Custo de Compra Nominal R$ 116,60
Quando a aplicação da mercadoria é destinada ao con-
sumo final, ou seja, será utilizada para uso e consumo na em-
presa, não se pode aproveitar nenhum crédito para reduzir o 
custo da comprar, o preço de compra total é igual ao custo de 
compra nominal.
Capítulo 2 Custos com Materiais 25
Com essa análise, pode-se perceber que, conforme a apli-
cação da mercadoria dentro da empresa, ela terá um custo 
diferente, e o cálculo correto desse custo que futuramente será 
nossa base para formação de preço de venda pode fazer toda 
a diferença no nível de competitividade da empresa.
1 Observações gerais
Observar que o ICMS, via de regra sempre está incluso no pre-
ço do bem ou serviço, aparecendo na NF em destaque apenas 
informativamente. Já os demais itens como IPI, frete e seguro, 
devem ser adicionados a NF pós-preço de venda e devem 
ser destacados em separado na NF em campos específicos. 
Quando o fornecedor cobrar do seu cliente as despesas aces-
sória, deve obrigatoriamente incluí-las na base de cálculo do 
ICMS e do IPI ou considerar como custo a seu encargo. Caso 
o frete seja terceirizado, a base de cálculo do ICMS sobre o 
frete é o valor constante no conhecimento de frete, documento 
fiscal obrigatório mediante qual é feita a comprovação e co-
brança do serviço.
Quando o material se destinar ao imobilizado, ativo não 
circulante do estabelecimento destinatário, ou consumidor fi-
nal, é preciso observarque integra a base de cálculo do ICMS 
além do valor do material o montante do IPI. Nesses casos, 
incluísse o IPI na base de cálculo, pois o adquirente está consi-
derando o IPI como custo, conforme demonstrado no exemplo 
de cálculo anterior. Portanto, ao emitir-se uma NF, tem-se que 
26 Gestão de Custos
saber qual a aplicação que será dada pelo cliente a mercado-
ria vendida.
Além disso, é preciso saber qual a forma de tributação da 
empresa, pois nem todas as formas de tributação aproveitam 
todos os créditos, empresas enquadradas no regime SIMPLES 
não podem efetuar os créditos de PIS (Programa de Integração 
Social) e o COFINS (Contribuição para Financiamento da Se-
guridade Social) nem do IPI, apenas do ICMS na proporção 
em que está enquadrada. Já empresas optantes pelo Lucro 
Presumido, regime não cumulativo, não podem efetuar o cré-
dito de PIS e COFINS sobre a compra de materiais.
Recapitulando
Neste capítulo, aprendemos sobre a diferença entre preço de 
compra total e custo de compra nominal nas diferentes formas 
de tributação, a correta aplicação desse cálculo faz com que 
a empresa conheça de forma clara e objetiva o seu custo, tor-
nando-se mais competitiva na formação do preço de venda e 
consequentemente mais competitiva no mercado atual.
Referências
BERNARDI, Luiz Antônio. Política e formação de preços: 
uma abordagem competitiva, sistêmica e integrada. 2. ed. 
São Paulo: Atlas,1997.
Capítulo 2 Custos com Materiais 27
DAL MOLIN, Luiz. Gestão de Custos. Porto Alegre: imprensa 
Livre, 1. ed. 2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 
9. ed. 2010.
PADOVEZE, Clovis Luis. Curso Básico Gerencial de Custos. 
São Paulo: pioneira, 2. ed. 2006.
Atividades
 1) Calcular o preço de compra nominal (fiscal) e o custo de 
compra nominal de um material para aplicação alterna-
tiva como matéria-prima (insumo para industrialização), 
considerando-se as seguintes premissas: 500 unidades ao 
preço de R$ 1,50 p/un; IPI 15%; ICMS 17%; Seguro ad 
valorem: 2%; Frete ad Valorem 7% sobre o total da NF; 
ICMS sobre o frete 7%; COFINS 7,6%; PIS 1,65%.
 2) Calcular o preço de compra nominal (fiscal) e o custo de 
compra nominal, de um material para aplicação alternati-
va como mercadoria (comércio), utilizando como base os 
dados do exercício anterior.
 3) Calcular o preço de compra nominal (fiscal) e o custo de 
compra nominal, de um material para aplicação alterna-
tiva como imobilizado (patrimônio), utilizando como base 
os dados do primeiro exercício.
 4) Calcular o preço de compra nominal (fiscal) e o custo de 
compra nominal, de um material para aplicação alterna-
28 Gestão de Custos
tiva como uso e consumo, utilizando como base os dados 
do exercício N.1.
 5) Uma empresa industrial compra matéria-prima com tribu-
tação do ICMS, COFINS, PIS, IPI e FRETE. Observação: 
Empresa tributada pelo lucro real:
Dados referentes à nota fiscal:
a) Compra de 1 tonelada da matéria-prima A por R$ 
1.800,00.
b) Alíquota do ICMS referente às matérias-primas de 
12%.
c) Alíquota do COFINS referente às matérias-primas de 
7,60%.
d) Alíquota do PIS referente às matérias-primas de 1,65%.
e) Valor do frete dessa compra é de R$ 129,38.
f) Alíquota do ICMS referente ao frete de 12%.
g) Alíquota do COFINS referente ao frete de 7,60%.
h) Alíquota do PIS referente ao frete de 1,65%.
i) Alíquota do IPI de 15%.
Pede-se: calcular o valor do custo da matéria-prima por 
quilo.
Gabriela de Bem Fonseca1
Capítulo 3
Método de Avaliação do 
Estoque
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
30 Gestão de Custos
Introdução
Após conhecermos as terminologias e a composição do custo 
de compra nominal, vamos abordar neste capítulo os méto-
dos de avaliação de estoques, Custo Médio Ponderado (CMP), 
Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS) e Último que Entra 
Primeiro que Sai (UEPS), entendendo a diferença de cada um 
deles.
Segundo entendimento de renomados autores sobre o 
tema, o termo “estoque” designa o conjunto dos itens ma-
teriais de propriedade da empresa que: são mantidos para 
venda futura; encontra-se em processo de produção; são cor-
rentemente consumidos no processo de produção de produtos 
ou serviços a serem vendidos.
Partindo dessa premissa, é possível identificar alguns tipos 
de ativos que na sua compra são considerados estoques para 
as empresas de forma geral.
Ativos considerados estoques:
 Â Mercadorias para comércio ou produtos acabados (ma-
téria-prima e mercadorias mantidas para venda);
 Â Materiais para produção (materiais comprados com a 
intenção de incorporá-lo ao produto final através do 
processo produtivo);
 Â Materiais em estoque não destinados à produção nor-
mal, chamados também de indiretos, auxiliares ou não 
produtivos (itens fisicamente não incorporados ao pro-
Capítulo 3 Método de Avaliação do Estoque 31
duto final, como ferramenta, material de limpeza e se-
gurança);
 Â Produtos em processo de fabricação ou elaboração (que 
inclui material direto, mão de obra direta e custos gerais 
de fabricação), devem refletir o custo dos produtos em 
processo.
A principal análise do custeio dos estoques e da correta 
seleção do método de custeio mais adequado vem para res-
ponder a seguinte indagação dos gestores da empresa: Sem-
pre que a empresa mantiver materiais estocados e efetuar uma 
nova compra a um custo diferente, depara-se com o questio-
namento: qual o valor do custo do meu estoque?
O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação 
de custos adequados às vendas das mercadorias ou produtos, 
de forma que o lucro apropriado seja calculado de maneira 
adequada. Em adição ao fator lucro, existem outros fatores 
que influenciam as decisões relativas à seleção dos métodos 
de estoque, são eles:
a. Aceitação do método pelas autoridades do IR – Impos-
to de Renda;
b. A parte prática de determinação de custo;
c. Objetividade do método.
32 Gestão de Custos
1 Método CMP – Custo Médio Ponderado
É o critério mais utilizado no Brasil para avaliação de estoques 
pela facilidade de entendimento e aplicação do seu cálculo, 
esse método é aceito pelo fisco (Receita Federal) que é um dos 
fatores importantes para sua determinação. No CMP, a cada 
nova entrada recalcula-se o custo unitário da mercadoria ou 
produto de forma ponderada, isto é, em função das quantida-
des, que resulta na seguinte equação: valor total atual dividido 
pelas quantidades atuais.
Para um melhor entendimento do método, segue um exem-
plo de cálculo e um modelo bem simplificado de ficha e de 
preenchimento da mesma: Ex.: calcular as compras, vendas e 
estoque final pelo método de valorização do estoque de Custo 
Médio Ponderado – CMP:
DATA EVENTO QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO
31/07 Estoque inicial 200 R$ 1,00
04/08 Compra 300 R$ 1,20
08/08 Venda 200 -
15/08 Compra 300 R$ 1,40
18/08 Venda 400 -
21/08 Compra 300 R$ 1,60
25/08 Venda 200 -
29/08 Compra 300 R$ 1,80
CMP ENTRADAS
CUSTO 
MÉDIO
SAÍDAS SALDO FINAL
Data Evento Qtd $u $Total CMP/u Qtd $u $Total
Fís: 
Qt
 $ T
31/07 Est. 
Inicial
200 200,00
04/08
Compra 300 1,20 360,00 500 560,00
08/08
Venda
560,00/500 
= 1,12
200 1,12 224,00 300 336,00
Capítulo 3 Método de Avaliação do Estoque 33
15/08
Compra 300 1,40 420,00 600 756,00
18/08
Venda
756,00/600 
= 1,26
400 1,26 504,00 200 252,00
21/08
Compra 300 1,60 480,00 500 732,00
25/08
Venda
732,00/500 
= 1,46
200 1,46 292,00 300 440,00
29/08
Compra 300 1,80 540,00 600 980,00
TOTAL
1.200 1.800,00 800 1.020,00600 980,00
É possível observar analisando a ficha preenchida que pri-
meiramente deve-se indicar o Estoque Inicial na primeira linha 
da ficha para que a partir deste estoque inicial se faça a apro-
priação das demais compras, sempre o estoque inicial de um 
mês é igual ao estoque final do mês anterior. Na sequência, 
são feitos os lançamentos nas suas respectivas colunas, sendo 
compras na entrada e vendas na saída.
A cada compra efetuada, aumentamos o valor do nosso 
estoque, somando a compra ao valor que tínhamos imediata-
mente anterior à compra, tornando assim nosso estoque mais 
elevado. No momento da venda (saída) da mercadoria, é pre-
ciso registrar a baixa na ficha de estoque e, nesse momento, 
devemos valorar as mercadorias que estão saindo pela média 
ponderada. Ex.: na primeira venda que ocorreu no dia 08/08, 
para obter o valor unitário da saída, dividimos o saldo final 
do estoque imediatamente anterior à saída pela quantidade 
de mercadorias que tinha em estoque, R$ 560,00 / 500 = R$ 
1,12 (valor unitário).
Sendo que nos demais dias do mês o processo se repete 
sempre lançando a entrada pelo custo nominal calculado com 
base na nota fiscal de compra e a saída fazendo a média do 
34 Gestão de Custos
saldo final do lançamento anterior à saída. Ressaltando que 
sempre ao final da ficha de lançamento o saldo final encontra-
do será o saldo inicial do mês subsequente.
2 PEPS (Primeiro que entra, Primeiro que 
Sai) ou FIFO (First-In, First-Out)
Neste critério, ao fazer a saída (venda) do material, ele é cus-
teado pelos preços mais antigos registrados no estoque, per-
manecendo assim as mercadorias com os preços mais recen-
tes sempre em estoque, o método também é aceito pelo fisco 
(Receita Federal) e utilizado por muitas empresas. Como todo 
processo de gestão possui vantagens e desvantagens na sua 
escolha, uma das vantagens da utilização desse método é que 
o movimento estabelecido para os materiais, de forma con-
tínua e ordenada, representa uma condição necessária para 
o perfeito controle dos materiais, especialmente quando es-
tes estão sujeitos à deterioração, decomposição, mudança de 
qualidade, assim temos a certeza de que sempre serão usados 
na venda os produtos mais antigos, evitando que estes venham 
a perder sua validade ainda estando dentro do estoque da 
empresa.
E uma das desvantagens mais conhecidas é que com o uso 
desse método, há uma tendência de que o produto venha a 
ficar avaliado por um custo menor do que quando se usa o 
custo médio, tendo-se em vista a situação normal de preços 
crescentes, essa desvantagem pode de alguma maneira tornar 
Capítulo 3 Método de Avaliação do Estoque 35
menos preciso o método de avaliação de estoque e seu saldo 
final.
Para exemplificar bem a forma do cálculo, vamos utilizar o 
mesmo exemplo anterior de entradas e saídas, tornando, as-
sim, possível comparar o resultado final de ambos os métodos:
DATA EVENTO QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO
31/07 Estoque inicial 200 R$ 1,00
04/08 Compra 300 R$ 1,20
08/08 Venda 200 -
15/08 Compra 300 R$ 1,40
18/08 Venda 400 -
21/08 Compra 300 R$ 1,60
25/08 Venda 200 -
29/08 Compra 300 R$ 1,80
PEPS ou FIFO ENTRADAS SAÍDAS SALDO PARCIAL SALDO ACUM
Data Evento Qtd $u $Total Qtd $u $T Qtd $u $ Total Qt acu $ acum
31/07
Est Inicial A:200 1,00 200,00 200 200,00
04/08
Compra B:300 1,20 360,00
A: 200
B: 300
1,00
1,20
200,00
360,00 500 560,00
08/08
Venda A:200 1,00 200,00 B: 300 1,20 360,00 300 360,00
15/08
Compra C:300 1,40 420,00
B: 300
C: 300
1,20
1,40
360,00
420,00 600 780,00
18/08
Venda
B:300
C:100
1,20
1,40
360,00
140,00 C: 200 1,40 280,00 200 280,00
21/08
Compra D:300 1,60 480,00
C: 200
D: 300
1,40
1,60
280,00
480,00 500 760,00
25/08
Venda C:200 1,40 280,00 D: 300 1,60 480,00 300 480,00
29/08
Compra E:300 1,80 540,00
D: 300
E: 300
1,60
1,80
480,00
540,00 600
1.020,00
TOTAL 1.200 1.800,00 800 980,00 600 1.020,00
Nesse exemplo, para facilitar o entendimento, identifica-
mos cada entrada desde o estoque inicial com uma letra, 
começando pela letra “a”, assim fica mais fácil visualizar de 
qual Nota Fiscal estamos dando baixa a cada registro de saí-
da (venda) da mercadoria. Na primeira venda efetuada em 
08/08, a mercadoria que foi dado baixa no estoque foi as 
que estavam remanescentes do estoque inicial, pois tinham 
36 Gestão de Custos
a quantidade suficiente para completar a saída, ficando no 
estoque apenas as mercadorias mais recentes e com um custo 
nominal mais elevado.
É possível identificar nas demais entradas e saídas como 
exemplo no dia 18/08 que quando não há mercadorias su-
ficientes em uma única nota para atender à venda, utiliza-se 
de mais de uma NF para concretizar o movimento, sendo que 
sempre é preciso primeiro zerar a NF mais antiga para utili-
zar a nota seguinte, restando no estoque muitas vezes apenas 
quantidades parciais de uma nota para atendimento adequa-
do do método. Ao final da ficha, também é possível perceber 
que o saldo final de estoque por esse método é maior que pelo 
CMP, já que o estoque fica valorado sempre pelas notas mais 
atuais, isso aumenta o seu valor.
3 UEPS (Último que Entra, Primeiro que 
Sai) ou LIFO (Last-In, First-Out)
Semelhante ao método do PEPS visto no tópico anterior, este 
abate as quantidades utilizando o custo dos lotes mais recentes 
por ocasião da sua baixa ou venda, mantendo no custo do 
estoque as entradas mais antigas, ou seja, a cada saída ele 
utiliza a última nota fiscal que deu entrada no estoque, per-
manecendo assim no mesmo as notas mais antigas e com isso 
reduzindo o custo nominal do estoque.
Esse método é praticamente o inverso do PEPS e não é 
aceito pela Receita Federal, pois com a adoção do UEPS, há 
Capítulo 3 Método de Avaliação do Estoque 37
tendência é de se apropriar os custos mais recentes aos produ-
tos feitos e vendidos, o que provoca normalmente uma redu-
ção do lucro contábil e consequentemente uma diminuição do 
imposto a pagar sobre o lucro.
Também vamos exemplificar de forma prática esse método 
utilizando a mesma base para que possamos comparar os re-
sultados finais. Seguem os dados de parâmetros:
DATA EVENTO QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO
31/07 Estoque inicial 200 R$ 1,00
04/08 Compra 300 R$ 1,20
08/08 Venda 200 -
15/08 Compra 300 R$ 1,40
18/08 Venda 400 -
21/08 Compra 300 R$ 1,60
25/08 Venda 200 -
29/08 Compra 300 R$ 1,80
Com base nesses dados, vamos preencher e calcular a fi-
cha do UEPS.
UEPS ou LIFO ENTRADAS SAÍDAS SALDO PARCIAL SALDO ACUM
Data Evento Qtd $u $Total Qtd $u $T Qtd $u $ Total Qt. acum $ acum
31/07 Est Inicial 200 200,00
04/08
Compra B:300 1,20 360,00
A: 200
B: 300
1,00
1,20
200,00
360,00 500 560,00
08/08
Venda B:200 1,20 240,00
A: 200
B: 100
1,00
1,20
200,00
120,00 300 320,00
15/08
Compra C:300 1,40 420,00
A: 200
B: 100
C: 300
1,00
1,20
1,40
200,00
120,00
420,00
600 740,00
18/08
Venda
C:300
B:100
1,40
1,20
420,00
120,00 A: 200 1,00 200,00 200 200,00
38 Gestão de Custos
21/08
Compra D:300 1,60 480,00
A: 200
D: 300
1,00
1,60
200,00
480,00 500 680,00
25/08
Venda D:200 1,60 320,00
A: 200
D: 100
1,00
1,60
200,00
160,00 300 360,00
29/08
Compra E:300 1,80 540,00
A: 200
D: 100
E: 300
1,00
1,60
1,80
200,00
160,00
540,00
600 900,00
TOTAL 1.200 1.800,00 800 1.100,00 600 900,00
Nesse exemplo, também utilizamos a sistemática de letras 
para identificar cada NF, facilitando a visualização da utiliza-
ção das NF’s, e percebe-se que é exatamente o inverso do 
cálculo do PEPS, nesse caso as últimas notas que dão entrada 
no estoque são sempre as primeiras a saírem, como demons-
tra o cálculo do dia 08/08 em que a venda foi efetuada da NF 
“b”,sendo que a nota “a” permaneceu no estoque até o final 
do exercício.
Esse método, como dito anteriormente, não é aceito pelo 
fisco exatamente por diminuir o valor de avaliação do estoque, 
como ficou demonstrado ao final do cálculo e preenchimento 
da ficha, sendo que essa ficha terminou com o menor saldo 
final entre os três métodos calculados.
Recapitulando
O importante do ponto de vista de Custos para Avaliação de 
Resultado, é que, depois de adotado um critério, ele não seja 
modificado de exercício para exercício, para não haver alte-
rações forçadas na apuração do lucro, e que a escolha pelo 
método mais adequado seja feita de forma clara com base na 
diferença entre os métodos.
Capítulo 3 Método de Avaliação do Estoque 39
Referências
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade 
de Custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CRUZ, June Alisson Westarb. Gestão de Custos: perspectivas 
e funcionalidades. 1. ed. 2011. Disponível na biblioteca 
virtual.
DAL MOLIN, Luiz. Gestão de Custos. Porto Alegre: imprensa 
Livre, 1. ed. 2008.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 
9. ed. 2010.
PADOVEZE, Clovis Luis. Curso Básico Gerencial de Custos. 
São Paulo: pioneira, 2. ed. 2006.
Atividades
 1) Faça o comparativo do exemplo, do montante monetário 
de compras, saídas e estoque final pelos três métodos cal-
culados.
 2) Montando um DRE sucinto levando em conta apenas o 
CMV, qual dos três métodos de valorização dos estoques 
calculados no exemplo, daria maior lucratividade para a 
empresa, considerando como receita bruta das vendas no 
mês de agosto o valor total de R$ 5.000,00.
40 Gestão de Custos
 3) Suponha um período de preços em ascensão. O que 
acontece ao substituir o critério de custo médio pelo PEPS?
a) Lucro aumenta e estoque diminui.
b) Lucro aumenta e estoque aumenta.
c) Custo aumenta e lucro aumenta.
d) Custo diminui e lucro diminui.
e) Custo diminui e estoque diminui.
 4) Suponha um período de preços em ascensão. O que acon-
tece ao substituir o critério de custo médio pelo UEPS?
a) Lucro aumenta e estoque diminui.
b) Lucro aumenta e estoque aumenta.
c) Custo aumenta e lucro diminui.
d) Custo diminui e lucro aumenta.
e) Custo diminui e estoque diminui.
 5) Analisando o conceito de Custo Médio Ponderado, na 
avaliação de estoques NÃO podemos afirmar que:
a) O preço médio ponderado é calculado cada vez que 
se realiza uma compra com preço diferente do ante-
rior;
b) Trará um resultado bruto menor que o método PEPS;
c) É admitido pelo fisco tanto quanto o método PEPS;
d) A alternativa A é a única errada;
e) A alternativa C é a única errada.
Gabriela de Bem Fonseca1
Capítulo 4
Custos com Mão de 
Obra
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
42 Gestão de Custos
Introdução
Neste capítulo, será trabalhado o custo de pessoal sobre enfo-
ques diferenciados, o fiscal e o gerencial, ambos muito impor-
tantes na estratégia empresarial; com esse aprendizado, será 
possível compreender uma máxima da área empresarial que 
trata do fato de um colaborador custar no mínimo o dobro do 
seu salário, iremos entender de onde surgiu essa teoria.
Nas empresas industriais, costumam-se identificar os custos 
com pessoal em dois grupos: Mão de Obra Direta (MOD) e 
Mão de Obra Indireta (MOI). MOD corresponde à remunera-
ção dos empregados envolvidos diretamente com as opera-
ções produtivas. MOI consideram-se os demais empregados, 
quer estejam alocados nos Centros de Custos (CdC) produti-
vos sem executarem as operações do roteiro de fabricação, 
tais como supervisores e gerentes, pessoal do administrativo e 
do comercial.
1 O que integra o custo com pessoal
Mesmo que no plano de contas da empresa exista uma infini-
dade de proventos e contas ligadas à força de trabalho interna 
da empresa, na área de custos simplifica-se essas contas em:
 Â Remuneração (MOD+MOI): engloba os salários, adi-
cionais, aviso prévio e indenizações;
 Â Horas extras: quando for um montante razoável;
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 43
 Â Pró-labore: remuneração de dirigentes da empresa;
 Â Bolsa-estágio: remuneração a estagiários, não incide 
encargos sociais e provisões trabalhistas com exceção 
de férias que foi incluído o direito pela nova lei do es-
tágio;
 Â Encargos sociais: INSS, FGTS e nas empresas sem fins 
lucrativos PIS sobre a folha de pagamento. (Ex.: asilo 
1%);
 Â Provisões trabalhistas para 13º e férias com abono de 
férias e encargos sociais;
 Â Benefícios com pessoal: alimentação, transporte, assis-
tência médica e social e treinamento.
a. Acréscimos fiscais sobre a folha de pagamento:
São os encargos e provisões aceitos pela Receita Federal 
como custos e despesas para efeito de cálculo do IRPJ:
 Â INSS – 28,8% (risco máximo)
Sendo: 20% para o INSS
 3%, 2% ou 1% Risco de acidente do trabalho em 
função do grau de risco
 5,8% para os fundos do sistema “S” (SESI 1,5%, 
SENAI ou SENAC 1,0%, SEBRAE 0,6%, INCRA 
0,2% e Salário educação 2,5%)
 Â FGTS – 8%
44 Gestão de Custos
Ex.: para exemplificar os encargos e provisões citados an-
teriormente, faremos um cálculo de um empregado contratado 
como mensalista por uma empresa que recebe um salário de 
R$ 1.000,00 por mês, considerando o INSS grau de risco gra-
ve de 28,8%:
Salário - R$ 1.000,00
INSS sobre salário - R$ 288,00
FGTS - R$ 80,00
Provisão de 13º Salário (1/12) - R$ 83,33
INSS s/ Provisão do 13º Salário - R$ 24,00
FGTS s/ Provisão do 13º Salário - R$ 6,67
Provisão de Férias (1/12) - R$ 83,33
Provisão de 1/3 const. de Férias - R$ 27,78 (1/3 sobre 1/12)
INSS s/ Provisão de Férias acrescidas de 1/3 constitucional – R$ 32,00
FGTS s/ Provisão de Férias acrescidas de 1/3 constitucional – R$ 8,89
Custo Total - R$ 1.634,00
Total de Encargos - R$ 634,00
Percentual de Acréscimo dos Encargos sobre o Salário – 64,00%
Nesse exemplo, para um salário de R$ 1.000,00 é possível 
perceber que o funcionários custa para a empresa 64,00% 
além do seu salário, sendo que neste cálculo está incluso ape-
nas os encargos e as provisões, o mínimo necessário para cus-
to, não estamos incluindo multa do FGTS, vale transporte, vale 
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 45
alimentação, uniforme, horas de atestado, convênio médico, 
entre outros gastos que fazem parte do custo total dos funcio-
nários.
2 Custos horista
Para determinar o percentual de acréscimo gerencial de custos 
com o pessoal sobre a folha de pagamento, primeiramente é 
necessário verificar o regime de remuneração contratual: ho-
rista ou mensalista. No salário por hora trabalhada, não está 
embutido o DSR (Descanso Semanal Remunerado), fazendo 
com que o acréscimo sobre à hora trabalhada seja maior.
Exemplo do livro do Eliseu Martins (2010): comparação 
entre um contrato de trabalho por hora trabalhada e um men-
salista, no qual é possível perceber a grande diferença entre as 
duas modalidades:
a. Mensalista: Total 70,81%
 Horas não trabalhadas no ano: 324 horas/ano
- Aviso Prévio: 30 dias/ano x 2 horas/dia = 60 horas/ano
- Férias: 30 dias/ano x 7,3333 horas = 220 horas/ano
- Salário-doença: 04 dias/ano x 7,3333 = 29,3333 ho-
ras/ano (estimativa)
- Outras dispensas remuneradas: 02 dias/ano x 7,3333 
horas/dia = 14,6667 horas/ano (estimativa)
46 Gestão de Custos
 Horas trabalhadas/ano: 2.352,6667 horas/ano
- 365 dias x 7,3333 horas/dia = 2.676,6667 (horas/ano) 
– 324 (horas não trabalhadas/ano) = 2.352,6667 horas/ano
 Incidência de horas não trabalhadas sobre horas traba-lhadas: 13,7716%
- 324 / 2.352,6667 x 100 = 13,7716%
 Previdência Social: 32,7662%
- 28,8% x (100+13,7716) / 100 = 32,7662%
 13º Salário: 9,4810%
- (100 + 13,7716) / 12 = 9,4810%
 FGTS: 14,7903%
- (8% + 50% depósito multa) x (113,7716+9,4810) =
- (0,08 + 0,04) x 123,2526 = 14,7903%
Horista: Total 100,73%
 Horas não trabalhadas no ano: 674,6667 horas/ano
- 52 domingos + 10 feriados (-) 02 feriados que caem em 
domingos = 60 dias/ano x 7,3333 horas/dia = 440 horas/
ano
- Férias: 26 dias/ano x 7,3333 horas/dia = 190,6667 ho-
ras/ano
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 47
- Salário doença: 04 dias/ano x 7,3333 horas/dia = 
29,3333 horas/ano (estimativa)
- Outras dispensas remuneradas e aviso prévio: 02 dias/
ano x 7,3333 horas/dia = 14,6667 horas/ano (estimativa)
 Horas trabalhadas ano: 2.002 horas/ano
365 dias/ano x 7,3333 horas/dia = 2.676,6667 horas/
ano – 674,6667 horas não trabalhadas = 2.002 horas traba-
lhadas/ano
 Incidência de horas não trabalhadas sobre horas traba-
lhadas: 33,6996%
- 674,6667 / 2.002 x 100 = 33,6996%
 Previdência Social: 38,5055%
- 28,8% x (100+33,6996) / 100 = 38,5055%
 13º Salário: 11,1416%
- (100 + 33,6996) / 12 = 11,1416%
 FGTS: 17,3809%
- (8% + 50% depósito multa) x (133,6996+11,1416) =
- (0,08 + 0,04) x 144,8412 = 17,3809%
Para tornar mais claro o cálculo de um funcionário horista, 
faremos o exemplo a seguir do custo de um funcionário con-
tratado por R$ 10,00 por hora, com 44 horas semanais e se-
mana não inglesa (semana de seis dias sem compensação do 
sábado), férias de 30 dias e INSS grau de risco grave (28,8%).
48 Gestão de Custos
Número máximo de horas à disposição por ano
Número total de dias por ano = (1x28) + (4x30) + (7x31) 365 dias
(-) Descanso Semanal Remunerado = (52 domingos – 4 se-
manas)
48 dias
(-) Férias 30 dias
(-) Feriados 12 dias
(=) Número máximo de dias à disposição do empregador 275 dias
(x) Jornada máxima diária em horas 7,33
(=) Número máximo de horas à disposição por ano 2.015,75
Remuneração anual do empregado
Salários (2.015,75 x R$ 10,00) R$ 20.157,50
DSR (48 x 7,33 x R$ 10,00) R$ 3.518,40
Férias (30 dias x 7,33 x R$ 10,00) R$ 2.199,00
13º Salário (30 dias x 7,33 x R$ 10,00) R$ 2.199,00
Adicional de Férias (1/3 x R$ 2.199,00) R$ 733,00
Feriados (12 x 7,33 x R$ 10,00) R$ 879,60
Total R$ 29.686,50
Contribuições que o empregador é obrigado a recolher
INSS (28,8%) R$ 8.549,71
FGTS (8%) R$ 2.374,92
Total R$ 10.924,63
Fechamento
Custo Total para o empregador R$ 40.611,13
Custo Hora R$ 20,15
Acréscimo sobre o salário hora contratado (((20,15/10)-
1)*100)
101,50%
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 49
Obs.: esses são os acréscimos sociais mínimos, sem com-
putar outros gastos como: tempo de dispensa durante o aviso 
prévio, multa do FGTS de 50% na despedida, faltas abonadas 
etc.
A falta de compatibilização entre os critérios da Contabi-
lidade Financeira e os da Contabilidade de Custos pode pro-
vocar distorções, principalmente nos relatórios mensais. Se a 
área de Custos está trabalhando com uma taxa como a cal-
culada anteriormente, está usando um valor que inclui parcela 
relativa a 13º Salário, férias, DSR, INSS e FGTS. Mas se a con-
tabilidade financeira não proceder fazendo a provisão nessa 
base, estará configurando o desequilíbrio entre ambas.
Exemplo: suponhamos que o único custo em uma em-
presa seja a mão de obra, e que a taxa calculada seja, já 
com os encargos, de R$ 20,15.
a. Mês de 30 dias, 04 domingos, 26 dias úteis com tra-
balho aproveitado em todas as horas:
Horas trabalhadas e apropriadas por Custo: 26 dias x 7,33 
horas/dia x R$ 20,15 = R$ 3.840,19
Se 2/3 do trabalho executado tiver sido vendido por R$ 
3.500,00, restando 1/3, teremos um valor final de serviços 
em andamento calculado pela Contabilidade de Custos em = 
R$ 1.280,06.
Se a contabilidade financeira tiver registrado como mão de 
obra apenas os valores efetivamente desembolsados nomes, 
poderemos ter:
50 Gestão de Custos
Salários: 220 horas x R$ 10,00 p/hora – R$ 2.200,00
Contribuições Sociais 36,8% – R$ 809,60
Total do desembolso: R$ 3.009,60
Com esse valor apropriado como custo de produção, a 
apuração do CPV ficaria:
Custo de Produção do Mês............................ R$ 3.009,60
Estoque Final em andamento...................... (R$ 1.280,06) 
obtido de custos
Custo do Produto Vendido ............................. R$ 1.729,54
O resultado apurado seria:
Vendas........................................................R$ 3.500,00
(-) CPV .......................................................R$ 1.729,54
Lucro ......................................................R$ 1.770,46
E na verdade o correto seria: custo do produto vendido – 
2/3 de R$ 3.840,19 = R$ 2.560,13
Vendas.......................................................R$ 3.500,00
(-) CPV ..................................................... R$ 2.560,13
Lucro .....................................................R$ 939,87
Esse exemplo demonstra de forma clara que o cálculo er-
rado do custo de pessoal impacta diretamente na lucratividade 
da empresa, pois se os encargos são computados de forma 
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 51
equivocada, pelo fato de que pagos eles devem ser de igual 
maneira, eles vão sair diretamente do lucro da empresa.
Recapitulando
Neste capítulo, o ponto mais importante que aprendemos é 
que o custo de pessoal é diferente quando o funcionário é 
horista de quando ele é mensalista. E essa composição de 
custo impacta diretamente no resultado final das mercadorias 
ou serviços. Sendo que para ficar gravado na nossa memória 
essa fórmula a seguir é fundamental:
52 Gestão de Custos
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e 
formação de preços. São Paulo: Atlas, 2. ed. 2007.
BORNIA, Antônio Cezar. Análise Gerencial de Custos: apli-
cação em empresas modernas. 3. ed São Paulo: Atlas, 
2010.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade 
de Custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CRUZ, June Alisson Westarb. Gestão de Custos: perspectivas 
e funcionalidades. 1. ed. 2011. Disponível na biblioteca 
virtual.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade 
de custos (contém custeio ABC). 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 
9. ed. 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. São Paulo, 3. 
ed. 2011. Disponível na biblioteca virtual.
PADOVEZE, Clovis Luis. Curso Básico Gerencial de Custos. 
São Paulo: pioneira, 2. ed. 2006.
Capítulo 4 Custos com Mão de Obra 53
Atividades
 1) Tomando como exemplo o exercício desenvolvido anterior-
mente. Para um salário de R$ 1.200,00, calcule o custo 
total e o percentual de acréscimo sobre o salário para o 
grau de risco médio de INSS (27,8%).
 2) Um funcionário é contratado com o salário de R$ 18,35 
por hora. Nessa empresa, os encargos sociais e trabalhis-
tas representam 117,33% dos salários. Determine o valor 
do custo/hora da mão de obra com encargos.
 3) O custo/hora da Mão de Obra de um funcionário é de 
R$ 33,35. O salário/hora do funcionário é de R$ 15,30. 
Determine o percentual de encargos sociais e trabalhistas 
que estão embutidos nesse custo.
 4) Um funcionário é contratado como mensalista, pelo salá-
rio bruto mensal de R$ 960,00. Os encargos dos mensa-
listas dessa empresa montam o equivalente a 86% sobre o 
salário mensal. Determine o custo mensal desse funcioná-
rio.
 5) Considere que no departamento de pintura de uma de-
terminada empresa tenha apenas 02 funcionários clas-
sificados como mão de obra direta. O salário de cada 
funcionário é de R$ 750,00 por mês. O percentual de en-
cargos sociais e trabalhistas correspondea 118% do sa-
lário. Sabe-se que 83% do tempo disponível foi apontado 
como produtivo e o restante como não produtivo. Calcule 
o custo do tempo da MDO produtiva e o tempo da MDO 
não produtivo.
Gabriela de Bem Fonseca1
Capítulo 5
Custos Patrimoniais
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 55
Introdução
Gastos patrimoniais são valores incidentes sobre o ativo não 
circulante da empresa, corresponde ao uso de recursos per-
manentes para a geração do resultado e apropriados men-
salmente de forma direta (despesa) ou indireta (custo). Esses 
gastos são proporcionais à vida útil dos bens e direitos patri-
moniais. Exceto para o grupo de investimentos e terrenos.
a. Tipos de Custos Patrimoniais
Os custos patrimoniais são gastos incidentes sobre o ativo não 
circulante das empresas; entre esses ativos, os mais comuns es-
tão listados no quadro a seguir para facilitar o entendimento, 
assim como a especificação do tipo de incidência que ocorre 
com ele, entre Depreciação, Amortização e Exaustão.
Investimentos Imobilizado Intangível Ativo Diferido
Participações 
Societárias
Obras de Arte
Antiguidades
Ouro
Edificações, Instala-
ções e Benfeitorias,
Máquinas e Equipa-
mentos
Móveis e Utensílios
Veículos
Florestas
Marcas, patentes 
e concessões;
Direitos autorais;
Fundo de comér-
cio (goodwill);
Franquias;
Ágios de Incorpo-
ração
Gastos pré-ope-
racionais
Pesquisa & De-
senvolvimento
(-) Depreciação, 
Amortização e 
Exaustão Acumulada
(-) Amortização 
Acumulada
(-) Amortização 
Acumulada
56 Gestão de Custos
b. Organização Patrimonial – Etapas
Para formular a gestão patrimonial de uma empresa, existem 
algumas etapas do processo que precisam ser levadas em 
consideração, são elas:
a. Levantamento físico dos bens patrimoniais por conta, 
ou por CdC (Centro de Custo);
b. Conciliação física versus contábil dos bens;
c. Codificação dos bens e a elaboração de fichas patri-
moniais (informatizado ou manual);
d. Avaliação do custo patrimonial;
e. Controle dos movimentos patrimoniais (entradas, 
transferências e baixas dos bens);
f. Cálculo do custo patrimonial por centro de custo e 
avaliação do valor.
1 Conceitos
Dentre as diversas formas de avaliação dos custos patrimo-
niais, existem conceitos bem claros e definidos que norteiam 
essa classificação. É muito importante entender a diferença en-
tre essas terminologias para utilizar de forma correta os custos 
patrimoniais dentre a gestão empresarial.
a. DEPRECIAÇÃO: provisão para cobertura do desgaste 
e perda que os bens ativados sofrem em função do 
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 57
uso, da ação do tempo, ou por obsolescência. Esse 
valor pode ser apropriado ao custo, quando da produ-
ção, ou como despesas, quando operacional. Os bens 
podem ser depreciados a partir do mês em que forem 
instalados e postos em uso em condições de produzir.
b. AMORTIZAÇÃO: são os encargos sobre os ativos dife-
ridos e sobre as benfeitorias realizadas em prédios de 
terceiros (imobilizados);
c. EXAUSTÃO: provisão incidente sobre os artigos mine-
rais. Ex.: minas, jazidas e florestas;
d. BVI (Bens e Valores Irrelevantes): bens de natureza per-
manente que podem ser lançados integralmente como 
custos ou despesas que atendam seu objetivo indivi-
dualmente até o valor irrelevante de 394,13 UFIRs 
mensais podem ser considerados como custos e/ou 
despesas; (Ufir 1,0641)
e. BDL (Bens de duração limitada): quando o prazo de 
vida útil não ultrapassar um ano, devem ser lançados 
integralmente como despesas, ou custos;
f. Valor residual: é o montante líquido que a entidade 
espera, com razoável segurança, obter por um ativo 
no fim de sua vida útil, deduzidos os custos esperados 
para sua venda.
58 Gestão de Custos
2 Taxas Fiscais Anuais – conforme IN-162, 
SRF de 31.12.98
Existe uma tabela da Receita Federal, conforme Instrução Nor-
mativa 162, que define as porcentagens que devem ser apli-
cadas sobre os bens para fins de depreciação, mesmo hoje 
podendo-se classificar os bens de acordo com a estimativa 
da própria empresa de vida útil de cada bem, levando em 
consideração informações técnicas do fabricante e questões 
do uso dentro da empresa, ainda assim é importante conhecer 
as taxas da Receita Federal, pois muitas empresas fazem uso 
destas para cálculo.
Nos casos em que a empresa opte por gerenciar a vida útil 
do seu patrimônio de acordo com sua análise técnica, a taxa 
de depreciação será opcional (maior ou menor que a taxa da 
Receita Federal), com isso a empresa tem um controle real da 
desvalorização e valorização dos seus bens.
a. 50% para correias de transmissão e transporte;
b. 33,3% para fornos industriais de vidros, caixas de fun-
dição, moldes;
c. 25% para veículos de transporte de 10 ou mais pes-
soas ou mercadorias, tratores, motocicletas;
d. 20% para computadores, veículos;
e. 10% para móveis e utensílios, aeronaves, transforma-
dores; instalações;
f. 5% transatlânticos, barcos de cruzeiros;
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 59
g. 4% para edificações e construções.
a. Quotas De Depreciações
É preciso atentar para o fato de que a depreciação é dividida 
em quotas mensais, mas que suas taxas são anuais, por isso 
segue uma explicação sobre a forma de cálculo:
a. Anual – multiplicar a taxa anual de depreciação pelo 
valor do bem corrigido até 31/12/1995 (adicionan-
do no valor do bem os custos acessórios como fretes, 
seguros, despesas de instalação). Desde 01/1996 o 
governo determinou a interrupção da correção mone-
tária mensal das contas do balanço;
b. Mensal – dividir a quota anual por 12 meses;
Para melhorar a compreensão do tema, vamos fazer um 
exemplo de cálculo sobre depreciação que ajude a ilustrar 
desde a formação da base de cálculo até o resultado final. Ex.: 
calcular a depreciação mensal, a depreciação acumulada e o 
valor contábil, para os meses de setembro (mês 01), outubro 
(mês 02), mês 24, mês 25, mês 60 e mês 61 de uma empresa, 
considerando a aquisição de um computador em 17/09/2014 
por R$ 5.000,00, mais despesas acessórias como: frete R$ 
200,00, seguro R$ 50,00, instalação R$ 100,00 e com valor 
residual de R$ 500,00. Para esse cálculo, utilizar a taxa da 
tabela da receita federal para computadores.
60 Gestão de Custos
 1. Formar a Base de Cálculo sobre a qual Incide a Alíquota:
Valor da aquisição R$ 5.000,00
(+) Frete R$ 200,00
(+) Seguro R$ 50,00
(+) Instalação R$ 100,00
= Custo da imobilização R$ 5.350,00
(-) Valor residual (R$ 500,00)
= Base da depreciação R$ 4.850,00
Alíquota 20%
 2. Após identificar a base de cálculo, é preciso desenvolver 
cada item solicitado; para auxiliar o entendimento, vamos 
usar uma tabela para demonstrar:
Mês Dep. Mensal Dep. Acumulada Valor Contábil
01 R$ 80,83 R$ 80,83 R$ 4.769,17
02 R$ 80,83 R$ 161,66 R$ 4.688,34
24 R$ 80,83 R$ 1.939,92 R$ 2.910,08
25 R$ 80,83 R$ 2.020,75 R$ 2.829,25
60 R$ 80,83 R$ 4.850,00 Zero
61
Detalhamento:
Depreciação Mensal: (Base de Cálculo x Alíquota) / 12 
meses
=(R$ 4.850,00 x 20%) / 12 meses = R$ 80,83
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 61
Depreciação Acumulada: Quantidade de Meses x Depre-
ciação Mensal
= 1 x R$ 80,83 = R$ 80,83
= 2 x R$ 80,83 = R$ 161,66
Valor Contábil: Base de Cálculo – Depreciação Acumulada
= R$ 4.850,00 – R$ 80,83 = R$ 4.769,17
Obs.: No mês 61, não consta nada no quadro, pois como 
o bem em questão se deprecia 20% ao ano, ele deprecia total-
mente em 5 anos, sendo assim,5 anos são compostos por 60 
meses. Então, nesse caso, no mês 61, o bem já está totalmente 
depreciado para a empresa e com custo contábil de zero.
3 Situações específicas
Depreciação acelerada: só existe a possibilidade de aumentar 
o valor da quota linear de depreciação em função da utiliza-
ção de bens móveis para mais turnos diários de operação. Tem 
regra específica. (A cada novo turno de trabalho, acresce-se 
50% da seguinte forma: para 2 turnos diários de 8 horas multi-
plica-se por 1,5; para 3 turnos diários de 8 h, multiplica-se por 
2). Assim, se a depreciação é de 10%, e a empresa trabalha 
com as máquinas 16 hrs por dia, a taxa passa a ser 15% ao 
ano;
Bem adquirido usado depende do tempo de vida útil maior 
entre duas verificações:
62 Gestão de Custos
a. metade do prazo de vida útil do bem com base no 
novo;
b. restante da vida útil do bem em relação à primeira 
instalação.
Comodato: considera-se comodato os bens cedidos gra-
tuitamente a terceiros quando necessários à atividade da em-
presa, gerando uma depreciação normal na empresa proprie-
tária e não depreciados na empresa comodatária.
Bens das empresas rurais: exceto a terra nua, os demais 
bens são depreciados na escrituração contábil.
NBC T 19.5.6 Terrenos e construções:
19.5.6.1. Terrenos e construções são ativos que devem ser re-
gistrados separadamente, mesmo quando adquiridos em con-
junto.
19.5.6.2. Com algumas exceções, tais como pedreiras e ater-
ros, os terrenos têm vida útil ilimitada e não devem ser depre-
ciados.
19.5.6.3. As construções têm vida limitada e devem ser depre-
ciadas.
19.5.6.4. Um aumento no valor do terreno no qual a constru-
ção está situada não afeta a determinação do valor depreciá-
vel do edifício.
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 63
Recapitulando
Neste capítulo, aprendemos muitas coisas sobre custos patri-
moniais, novos conceitos e nomenclaturas, bens que se depre-
ciam e outros que apenas amortizam, descobrimos que existe 
uma tabela da Receita Federal que nos orienta sobre as alí-
quotas e aprendemos a aplicar essas alíquotas na prática.
Entre todos esses conceitos novos, criou-se algumas fórmu-
las e interpretações que servem para apurar os custos patrimo-
niais, essas dicas estão demonstradas na figura a seguir:
64 Gestão de Custos
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e 
formação de preços. São Paulo: Atlas, 2. ed. 2007.
BORNIA, Antônio Cezar. Análise Gerencial de Custos: apli-
cação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade 
de Custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CRUZ, June Alisson Westarb. Gestão de Custos: perspectivas 
e funcionalidades. 1. ed. 2011. Disponível na biblioteca 
virtual.
DAL MOLIN, Luiz. Gestão de Custos. Porto Alegre: imprensa 
Livre, 1. ed. 2008.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade 
de custos (contém custeio ABC). 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 
9. ed. 2010.
Atividades
 1) Calcular o Ganho ou Perda de Capital e o saldo das con-
tas caso a empresa citada no nosso exemplo efetue a ven-
Capítulo 5 Custos Patrimoniais 65
da do bem por R$ 4.900,00 em 01/10 do mesmo ano da 
compra, antes de contabilizar a depreciação de outubro.
 2) Calcular o ganho ou perda e o saldo das contas caso 
a empresa efetue a venda do bem do exemplo, por R$ 
4.300,00 em 30/10 do mesmo ano, após contabilizar a 
depreciação de outubro.
 3) Em relação a um trator adquirido em 01/06/2006 por R$ 
20.000,00, cuja taxa de depreciação é de 25% ao ano, 
determine:
a) Qual o valor da quota mensal de depreciação com 04 
casas após a vírgula;
b) Qual o valor (custo contábil) do bem em 31.12.2008.
 4) Um bem em comodato deve ser depreciado pelo proprie-
tário do bem ou pelo comandatário?
 5) Calcular sob a abordagem fiscal, a depreciação mensal, a 
depreciação acumulada e o valor contábil para os meses 
02, 09, 24, 38 e 53 de uma máquina industrial adquirida 
em 30/04/2006 por R$ 50.000,00, sendo as despesas 
acessórias frete R$ 800,00, seguro R$ 500,00 (sendo a 
taxa anual para máquinas de 10% ao ano).
Gabriela de Bem Fonseca1
Capítulo 6
Custos Indiretos de 
Fabricação e Mapa de 
Localização de Custos
1 Especialista em Gestão Contábil com Ênfase em Tributária, Contadora, Técnica 
em Plásticos. Atua como professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando disciplinas ligadas às áreas de Finanças e Contabilidade e trabalha 
com Consultoria Financeira.
Capítulo 6 Custos Indiretos de Fabricação e Mapa... 67
Introdução
Neste capítulo, iremos aprender sobre os custos indiretos de 
fabricação que fazem parte da composição do custo total. 
Para serem alocados de forma adequada ao produto final, 
precisam ser rateados de acordo com critérios previamente 
definidos e posteriormente identificados dentro do mapa de 
localização de custos.
1 Custos Indiretos de Fabricação – CIF
De forma geral, a maior parte dos gastos indiretos não apre-
sentam complexidade de cálculo e muitos deles são terceiri-
zados, tais como: energia elétrica, aluguel, telefone, honorá-
rios e combustíveis. Para elencar os gastos correspondentes 
aos custos indiretos (CIF’s), parte-se do plano de contas da 
contabilidade, reagrupando as contas por semelhança ou as 
apropriando por centro de custos (CdC) pela mesma base de 
diluição, uma vez que as contas que aparecem no MLC (Mapa 
de Localização de Custos) são gastos indiretos. Esses gastos 
são agrupados de acordo com alguns critérios previamente 
estabelecidos pela empresa e sempre respeitando o plano de 
contas e a estrutura empresarial da mesma, segue algumas 
formas de agrupamento:
68 Gestão de Custos
a. Setorização dos Gastos
A setorização dos gastos consiste na identificação dos locais 
ou agrupamentos dos locais em setores/CdC onde os gastos 
ocorrem. Uma das principais razões para identificar os custos 
setorialmente é para saber o local específico onde se originam 
ou se aplicam os custos. Para tanto, depende da empresa, se 
ela tiver:
 Â Produtos diferenciados;
 Â Quantidades ou mix diferenciados de produção;
 Â Diferentes insumos operacionais;
b. Grau de Verticalização
Ao decidir implantar ou revisar um negócio, uma das primeiras 
definições a serem tomadas é o grau de verticalização da em-
presa. Verticalmente, decidindo qual será o grau de complexi-
dade produtiva: será uma mera montadora de componentes, 
transformadora de matérias-primas ou uma empresa comer-
cial equiparada à industrial. E na transformação, qual o está-
gio ou grau de complexidade que ela terá, mesmo sendo uma 
montadora, é preciso definir quais processos serão realizados 
internamente e quais externamente. A partir dessas definições, 
serão direcionados os investimentos da empresa.
c. Árvore do Produto ou Explosão do Produto
A árvore do produto é considerada como a representação grá-
fica dedutiva dos estágios da utilização dos materiais e sua 
Capítulo 6 Custos Indiretos de Fabricação e Mapa... 69
agregação pela transformação e junção em partes estocáveis 
e codificadas para cada processo produtivo em que o produto 
avança. Explosão do produto, também denominada de árvore 
do produto ou ficha técnica, consiste na representação do pro-
duto em forma de organograma.
2 Mapa de Localização de Custos (MLC)
O mapa de localização de custos é a forma de demonstrar a 
setorização dos gastos apropriando todos os custos aos pro-
dutos. Esse conceito fica mais claro a partir dos exercícios de 
rateio. O trabalho de localizar os custos ocorridos nos centros 
de custo aos quais eles pertencem é confiado a um instrumen-
to extra contábil denominado Mapa de Localização de Custos 
– MLC.
O MLC, destina-se a apurar

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