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PONTOS CONTROVERSOS NA ALIENAÇÃO PARENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA GUARDA E NO PODER FAMILIAR

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PONTOS CONTROVERSOS DA ALIENAÇÃO PARENTAL DIANTE DA PRÁXIS FORENSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA GUARDA E NO PODER FAMILIAR
Caroline Ireny de Souza Freitas[1: Advogada. Pós-graduação no Curso de Direito Civil e Processo Civil da Universidade Estácio de Sá. Email: carolineisouzafreitas@gmail.com]
RESUMO
O presente artigo busca analisar alguns pontos controversos da alienação parental a partir da práxis forense de profissionais (conselheiros tutelares, psicólogo, assistente social, advogado, defensor público, promotor público e juiz de direito) que atuam com essa temática no município de Porto Seguro-BA e diante disso entender quais são as consequências da alienação parental sob guarda e o poder familiar. Foi utilizada para a fundamentação da discussão a pesquisa bibliográfica e entrevistas qualitativas com os supramencionados profissionais.
Palavras-chave: Alienação Parental; Pontos controversos; Guarda; Poder Familiar;
INTRODUÇÃO
A Lei da Alienação Parental ainda causa bastante controversas no meio jurídico, por ser sucinta e apresentar conceitos amplos e meramente exemplificativos. Diante disso surge na prática forense desses profissionais que atuam diretamente com a alienação parental, diga-se, conselheiros tutelares, psicólogo, assistente social, advogado, defensor público, promotor público e juiz de direito, controversas sobre certos aspectos da Lei. 				Desse modo, busca-se analisar alguns pontos controversos da alienação parental e suas consequências na guarda e no poder familiar, tendo como base também a experiência prática dos supramencionados profissionais entrevistados no município de Porto Seguro-BA.		Assim procura-se discutir as seguintes situações: a) a problemática conceitual da alienação parental; b) A dificuldade na caracterização da alienação parental, tratando ainda de dois assuntos controversos que surgem diante desse complexo contexto: na alienação parental quem é a vítima, quem é o alienado e quem é o alienador? E como as falsas denúncias e as falsas memórias agravam na caracterização da alienação parental.; c) A diferença entre o rito procedimental e a realidade prática dos profissionais entrevistados; d) E por fim esclarecer quais as consequências da alienação parental na guarda e no poder familiar.				A metodologia utilizada foi fundamentação foi Leis, artigos, monografias e outras referências bibliográfica como os doutrinadores Maria Berenice Dias, Carlos Roberto Gonçalves, Ana Carolina Carpes Madaleno e Rolf Madaleno. Foi utilizado ainda entrevistas qualitativas feitas ao Colegiado do Conselho Tutelar, psicólogo, assistente social, advogado, defensor público, promotor público e juiz de direito da Vara de Família, todos atuantes no município de Porto Seguro-BA.									Assim, o tema que será apresentado é de grande relevância para o contexto social local, principalmente. Pois, no município de Porto Seguro-Ba as demandas de caso de alienação parental ainda são pequenas e o tema ainda parece obscuro para os profissionais que atuam com essa temática, sendo interessante se entender a realidade prática para aqueles que utilizam uma Lei que é muito sintética para se interpretar as complexas relações familiares.	
A PROBLEMÁTICA CONCEITUAL DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
A Legislação Brasileira, visando coibir a alienação parental, editou a Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010, onde no caput do artigo 2º:
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. (BRASIL, 2010,p.01)
Entretanto, importante destacar que a ideia da alienação parental não se confunde com o termo Síndrome de Alienação Parental, criado pelo psiquiatra americano Richard Gardner no ano de 1985 ao descrever o que ocorria nas “[...] ações de guarda de filhos nos tribunais norte-americanos em que se constatava que a mãe ou o pai de uma criança a induzia a romper os laços afetivos com o outro cônjuge.” (GONÇALVES, 2017, p. 514).				Melhor explica esta distinção a doutora Priscila M. P. Corrêa da Fonseca:
A síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a mera alienação parental. Aquela geralmente é decorrente desta, ou seja, a alienação parental é o afastamento do filho de um dos genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A síndrome, por seu turno, diz respeito às sequelas emocionais e comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho que se recusa terminante e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores e que já sofre as mazelas oriundas daquele rompimento, a alienação parental relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor da vida do filho. (FONSECA, 2006, p.164 apud BATISTA, 2018, p.09)
Deste modo, nota-se que que o termo alienação parental é relacionado aos atos de interferência na formação psicológica do menor de forma a prejudicar seu vínculo com um de seus genitores, enquanto a síndrome da alienação parental é um distúrbio patológico ocasionado pela alienação parental promovida de forma exacerbada. 						Mas apesar de existir esses dois conceitos, a Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010 adotou somente o termo de alienação parental, uma vez que segundo os autores Ana Carolina Carpe Madaleno e Rolf Madaleno (2018) a conotação de síndrome não é adotada na lei brasileira em virtude de não constar na Classificação Internacional das Doenças (CID), sendo que a lei busca apenas tratar desse ato de alienação e não de seus sintomas e consequências. Entretanto, a doutrina e alguns estudiosos, inclusive os mencionados acima, reconhecem o termo síndrome de alienação parental.								Na prática forense, torna-se mais difícil se interpretar o que seria a alienação parental, visto que o caput do artigo 2º da Lei da Alienação Parental traz um conceito muito flexível, ao ponto de surgir diferentes interpretações. Nesse sentido, foi perguntado a alguns profissionais da área da jurídica e outros que lidam com a área social ou psicológica, no município de Porto Seguro-BA - todos atuantes na proteção de crianças, adolescentes e da Família em relação a alienação parental - qual era a opinião de cada um a respeito do conceito de alienação parental, previsto no caput do artigo 2º da Lei n. 12.318/10, tendo por base a prática profissional e a realidade social percebida por eles.									Em resposta, o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019) - que atua esporadicamente como perito judicial em casos de alienação parental – explica o que [2: ][3: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide pergunta nº 2 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, com exceção do F.]
[...] a lei define como alienação parental deve ser bem interpretado, pois tem que se ter o cuidado de não se caracterizar tudo como uma alienação parental. Por exemplo, tem um casal que se separa, mas todos vão sofrer de alguma forma, pois quando acontece uma briga a criança já é prejudicada de qualquer forma, pois não quer ver os pais separados. Mas nem sempre vai ser um caso de alienação parental. (LIMA, 2019, p.02)
O Colegiado do Conselho Tutelar 1 de Porto Seguro-BA, representado pelos conselheiros Vinícius Lima da Silva e Luciano Moreira Freitas, entende que 
oart 2º da Lei 12.318 (que rege a Alienação Parental) rege todas as necessidades que se possa ter em relação a alienação parental. Ela não deve ser dirimida nem acrescentada em nada, porque já possui todos os requisitos básicos para caracterizar a alienação parental está bem especificado nesse artigo. (SILVA; FREITAS, 2019, p. 02)
		Segundo a advogadaJosiane Pires Bandeira (2019):
[...] é uma catástrofe na vida de uma criança ou adolescente, pois a figura dos pais na vida de uma criança ou adolescente é uma referência de mundo. Os autores do fato fazem uma lavagem cerebral nas “vitimas” digo, criança ou adolescente, fazendo com que essas “vitimas” odeiem um dos genitores sem qualquer fundamento. Os artigos 1632 e 1634 do Código Civil é taxativo em ressaltar a relação dos pais com os filhos [...] O poder familiar é exercido, em proporção de condições, pela mãe e pelo pai, ou seja ambos conferem direitos iguais aos filhos, na forma que dispuser a legislação civil. (BANDEIRA, 2019, p.01)
Já o defensor público da Comarca de Porto Seguro-BA, José Renato Bernardes da Costa (2019, p.02), responde: “nas poucas oportunidades que tive necessidade de recorrer a essa lei eu não me recordo de ter tido problema com esse conceito e o considero adequado para aquilo a que ele se propõe.”
Para a promotora pública da Comarca de Porto Seguro-BA, Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019), a alienação parental vem de uma forma muito clara na Lei:
Já na prática profissional, a gente vê que não é incomum tais casos, mas infelizmente a realidade hoje é que não se formam processos se discutindo na realmente dificilmente instaura-se incidentes ou processos autônomos para se discutir a alienação parental. Tem-se uma dificuldade na Vara de Família com relação ao apoio de psicólogos para fazerem esses laudos circunstanciados dos casos, muito embora, sempre que percebido, adota-se logo providências dentro do processo mesmo visando resguardar a integridade psicológica da criança ou adolescente. (ALEIXO, 2019, p.01-02)
Por fim, entende o Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de Porto Seguro-BA, Rafael Siqueira Montoro (2019), que a definição legal é a definição da psicoterapia:
O nome é extenso e confuso para a maioria das pessoas. A par disso, há que se dizer que sendo um conceito jurídico indeterminado, tem, como qualquer outro, vantagens e desvantagens. Realmente seria difícil o legislador imaginar todos os casos possíveis de alienação parental. A vantagem é que cada caso é especifico e dá liberdade ao julgador; por outro lado, há muitas dúvidas do que seria alienação parental, é comum um mesmo ato ser considerado protetivo pelo Ministério Público, por exemplo, e ser não considerado ato de alienação pelo magistrado, ou vice-versa.(MONTORO, 2019, p.02)
Das opiniões dos profissionais supramencionados, conclui-se que na prática forense a definição de atos de alienação parental, prevista no caput do artigo 2º da Lei de Alienação Parental divide opiniões: há aqueles que concordam que a definição é clara e suficiente para a aplicação prática e outros entendem que a definição é complexa ao ponto de ser um conceito aberto a diversas interpretações (positivas ou negativas), necessitando-se de um maior cuidado na forma de identificar o que seriam os atos de alienação parental. 			Diante dessa dúvida que se emerge sob conceito de alienação parental, por consequência, tem-se a dificuldade na sua identificação ou caracterização, por se tratar de um conceito ‘em branco’, sendo necessário então analisar cada caso concreto.
A DIFICULDADE NA CARACTERIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL
A Lei de Alienação Parental, no parágrafo único do artigo 2º prevê (grifei):
Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:  
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. (BRASIL, 2010,p.01)
Do parágrafo acima mencionado, é perceptível um cuidado do legislador em demonstrar que tal rol é meramente exemplificativo, podendo surgir novos atos de alienação parental a depender do caso concreto. Assim, a lei também estendeu o reconhecimento aos atos assim considerados pelo magistrado ou constatados pela perícia, atingindo os efeitos aos avós e quaisquer outras pessoas que tenham a guarda ou a vigilância (guarda momentânea) do menor (GONGALVES, 2017).
Nesse sentindo, buscando entender um pouco a realidade do município de Porto Seguro-BA, perguntou-se aos entrevistados quais são os casos de alienação parental mais recorrentes perceptíveis na prática jurídica deles. Por unanimidade, o caso mais recorrente é a desqualificação da imagem do genitor, isto é, um genitor falando mal do outro, sendo que causa que desencadeou o conflito foi a separação do casal. A respeito dessa situação específica, bem elucida Dias (2016, p.538) que,[4: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área psicossocial (Assistente Social da Defensoria Pública, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide pergunta nº 3 ou 4 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
Muitas vezes, quando da ruptura da vida conjugal, se um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, com o sentimento de rejeição, ou a raiva pela traição, surge o desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro. Sentir-se vencido, rejeitado, preterido, desqualificado como objeto de amor, pode fazer emergir impulsos destrutivos que ensejam desejo de vingança, dinâmica que faz com que muitos pais se utilizem de seus filhos para o acerto de contas do débito conjugal.
	Os filhos então são utilizados como instrumentos manipuláveis de forma que ocorre uma ‘lavagem cerebral’ ao ponto de rejeitam o outro genitor. Dessa forma, quando a Lei prevê uma infinidade de possibilidades fáticas de se caracterizar a alienação parental, surge então uma dúvida: quais parâmetros, normas ou técnicas esses profissionais que lidam com a alienação parental utilizam para fundamentar sua cognição quanto a caracterização ou não de um ato de alienação parental, visto que a Lei da Alienação Parental somente traz alguns exemplos nos incisos I a VI. 
Para melhor entender esse aspecto, perguntou-se aos entrevistados se ‘existe alguma norma, regulamento, lei ou parâmetro que utilizam para identificar/caracterizar a alienação parental?’É unânime a resposta de que todos utilizam a Lei 12.318/2010, não possuindo internamente no âmbito de seus Órgãos ou Entidades, nenhuma norma, resolução, portaria ou disciplina específica para identificar/caracterizar a alienação parental. [5: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente Social da Defensoria Pública, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide pergunta nº 4 ou 5 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
Desse modo, deduz-se que os profissionais da área jurídica ficam presos aos conceitos e determinações presentes nas normas do Ordenamento Jurídico, que segundo o juiz de direito Montoro (2019, p.02) “até o momento, a norma utilizada é a lei especifica, conjugada com a CF e o ECA”. Nota-se que esse assunto é pouco explorado ou se quer tutelado de forma específica,pois a Lei de Alienação Parental continua sendo o único parâmetro legal utilizado pelos operadores do Direito. Assim surge a necessidade de abordagens multidisciplinares para melhor resolver essa problemática da caracterização desses atos.
É nesse ponto que surgem os psicólogos e assistentes sociais como uma equipe de apoio multidisciplinar aos operadores de Direito. A Lei n. 12.318/10 então dedica seu artigo 5º e seus parágrafos somente para tratar das questões da perícia psicológica ou biopsicossocial, ressaltando se que o parágrafo 2º dirá que a “perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental.”(BRASIL, 2010,p.01)
Corroborando com a Lei, nota-se nos comentários abaixo de alguns entrevistados a relevância na prática forense que se tem o psicólogo e o assistente social, vistos que estes tem a aptidão técnica para diagnosticar os atos de alienação parental:
Explica o Colegiado do Conselho Tutelar 1 de Porto Seguro-BA que 
Os membros do Conselho Tutelar não são compostos por psicólogos ou assistentes sociais, assim não tem especialidade técnica para se identificar ou caracterizar a alienação parental. Então é feito o atendimento do usuário, mas não pode-se julgar se houve ou não um caso de alienação parental, portanto é importante fazer o encaminhamento ao CREAS, onde possui atendimento especializado em detectar a alienação parental, por ser composto de psicólogos e assistentes sociais (SILVA; FREITAS, 2019, p. 02).
O defensor público José Renato Bernardes da Costa (2019) complementa o assunto, trazendo sua realidade profissional, no sentido de que 
[...] por se tratar de uma demanda transversal, a gente tem que contar com a colaboração da equipe de apoio. Aqui em Porto Seguro-BA não temos psicólogo, mas temos um assistente social. Este vem ajudando a fazer estudos sociais e relatórios para avaliar se as relações familiares são saudáveis ou não e se podem se enquadrar como alienação parental dada a demanda (COSTA, 2019, p.02).
Já o assistente social Júlio Felipe da Silva Pinheiro (2019), que atua pela Defensoria Pública Estadual da Bahia na Comarca de Porto Seguro-Ba, expõe que
[...] na prática sinto falta de uma intervenção de um psicólogo atuando juntamente com o assistente social, pois eles trabalham essa parte da terapia e do psicológico da criança e adolescente. Então em casos de sinais de alienação parental meu procedimento é fazer o encaminhamento ao CREAS (PINHEIRO, 2019, p.02).
	Por fim, o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019) responde que 
[...] enquanto perito judicial tenho que estudar a lei da alienação parental e tenho que seguir a lei, para entender o que o juiz está pedindo e saber como responder conforme a lei. Já enquanto psicólogo não há uma lei que fale o que é alienação parental, então uso os conhecimentos da Psicologia para saber identificar a alienação parental.(LIMA, 2019, p.03)
	Interessante esclarecer, que na fala de alguns dos entrevistados acima mencionados, foi citado o CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social - uma “unidade pública da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados” (SECRETARIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2015, p.01). Assim, nota-se que na prática que esses profissionais entrevistados necessitam da colaboração de psicólogos e assistentes sociais para fazer o diagnóstico da alienação parental, e quando necessário, fazem o encaminhamento ao CREAS, por esta unidade ofertar serviços de assistência social e psicológica de forma gratuita.	Ainda, diante dificuldade na caracterização dos atos de alienação parental é importante se abordar dois assuntos controversos que surgem diante desse complexo contexto: a) Na alienação parental quem é a vítima, quem é o alienado e quem é o alienador? b) Como as falsas denúncias e as falsas memórias agravam na caracterização da alienação parental
NA ALIENAÇÃO PARENTAL QUEM É A VÍTIMA, QUEM É O ALIENADO E QUEM É O ALIENADOR?
Retomando a definição de alienação parental disposta no caput do artigo 2º da Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010, onde tem-se que o alienado é a criança ou adolescente. Inclusive o Art. 3º da Lei de Alienação Parental dispõe que 
A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. (BRASIL, 2010,p.01)
A consequência mais evidente é a quebra do vínculo desse menor com um dos seus genitores e nos casos extremos ocorre a chamada síndrome da alienação parental, trazendo complicações em seu desenvolvimento psicológico e nas suas relações sociais, tornando esse menor também uma vítima dos atos de alienação. Segundo Ana Carolina Carpe Madaleno e Rolf Madaleno (2018):
Na área psicológica, também são afetados o desenvolvimento e a noção do autoconceito e autoestima, carências que podem desencadear depressão crônica, desespero, transtorno de identidade, incapacidade de adaptação, consumo de álcool e drogas e, em casos extremos, podem levar até mesmo ao suicídio. (MADALENO, A. & MADALENO, R. 2018, p.1182)
Complementa Dias (2016) que na maturidade essas crianças revelam remorso de terem desprezado seu genitor ou parente, podendo adquirir um forma crônica de desvio comportamental ou moléstia mental, por causa dessa ambivalência de sentimentos. Nesse sentido, de forma a demonstrar como a alienação parental pode ser violenta ás crianças e adolescentes, o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019) traz o seguinte exemplo:
 A criança realmente pode ter diversos transtornos psicológicos e alguns podem não ter cura. Por exemplo, se alguém da família é esquizofrênico e a criança tem um contexto familiar bacana por essa parte hereditária, se ela for bem cuidada pode ser que ela não desenvolva isso. Mas a partir de uma alienação parental nesse exemplo, ela pode desenvolver esquizofrenia e esse distúrbio não tem cura. Então ao meu ver, a alienação parental é muito grave e pode prejudicar a vida da criança ou adolescente para sempre.(LIMA, 2019, p.03)
Mas importante se destacar assim como a criança ou adolescente, o genitor que tem seu vínculo parental quebrado pelos atos de alienação também é vítima na situação. Restando-se evidente quem são as vítimas, busca-se agora identificar o alienador. O caput do art. 2º da Lei de Alienação Parental prevê que os atos de alienação parental podem ser praticados por [...] “um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância [...]” (BRASIL, 2010, p.01). A supracitada Lei reforça ainda no caput do parágrafo único do seu Art. 2º que os atos podem ser “[...] praticados diretamente ou com auxílio de terceiros” (BRASIL, 2010, p.01).
A Lei de Alienação Parental traz então um conceito bem extensivo de quem seria o alienador, podendo incluir outros parentes ou aqueles que sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, incluindo-se nesses casos o auxílio de terceiros. 
Como a Lei não apresenta taxativamente exemplos de alienadores, cabe então a análise do caso concreto para identificá-los.	Foi perguntando aos entrevistados sobre 2 casos hipotéticos para que eles dessem um parecer se tal caso se enquadrava como alienação parental:
O primeiro caso hipotéticoenvolvia a questão se a tia de um menino pode praticar alienação parental em relação ao seu ex-cunhado e se o conhecimento ou concordância da mãe em relação aos atos da tia influenciava no resultado. Em resposta, todos dos entrevistados entenderam que a tia está cometendo atos de alienação parental e caso a mãe do menor saiba dos atos praticados pela sua irmã, ela está agindo conjuntamentena alienação parental.[6: Teor na íntegra do caso hipotético contido no formulário de entrevista: Uma mãe tem guarda unilateral do filho do casal, mas o pai tem o direito de visitas. A mãe durante o período de trabalho deixa o filho aos cuidados da tia. Entretanto, ela nunca gostou de seu ex-cunhado e sempre que seu sobrinho está com ela, a mesma diz: “seu pai é louco, descontrolado e agressivo, evite ficar perto dele o máximo possível.” O pai percebe que o menino o evita e ao questioná-lo a criança comenta o que a tia fala com ele. Agora o pai requer modificação da guarda para unilateral a seu favor, alegando alienação parental. Diante do caso hipotético responda se houve alienação parental, levando em consideração duas situações: a mãe pode ou não ter conhecimento(incentivar) o que a tia fazia.Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente social, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide perguntas nº 6 a 8 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
Já o segundo caso hipotético envolvia o caso se a ex-companheira pode alegar alienação parental em relação ao pai da menina aliená-la para afastá-la do padrasto, com objetivo de desqualificá-lo. Nesse aspecto, o Colegiado do Conselho Tutelar e o psicólogo não entenderam que houve alienação parental, enquanto os demais profissionais sim. [7: Teor na íntegra do caso hipotético contido no formulário de entrevista: Sra. X tem guarda compartilhada da filha com Sr. X. Entretanto este nunca aceitou o divórcio e fica perseguindo a ex-companheira, já ameaçou o atual marido dela e mantém conversas com a filha para que se afaste do padrasto. Cansada dessa situação a Sra. X deseja revisar a guarda para unilateral com visitas mensais. Nesse sentido, conforme seu entendimento, pode nesse caso a mãe alegar alienação parental na situação a respeito do pai desqualificar o padrasto? Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente social, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide perguntas nº 7 a 9nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
Diante dos casos apresentados, não se pode ter uma certeza se houve alienação parental ou não pois é necessário realizar um estudo mais aprofundado dos casos hipotéticos. Mas pelas situações apresentadas deduz-se que:
 Em relação a tia, esta possui autoridade ou vigilância em relação a criança, conforme define a Lei de Alienação Parental, podendo caracterizar a alienação parental caso ela desqualifique seu ex-cunhado. 			
Já no caso do padrasto a situação é mais complexa, pois se deve analisar qual é o papel que ele desempenha em relação ao poder familiar. Por essa situação se tratar de uma família reconstituída (conhecida também como mosaica ou pluriparental): 
A família reconstituída é a estrutura familiar originada em um casamento ou uma união estável de um par afetivo, onde um deles ou ambos os integrantes têm filhos provenientes de um casamento ou de uma relação precedente. (MADALENO, 2018, p. 50)
Nesse mesmo sentido, explica a promotora pública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019, p. 04): “tem que ser ver qual é o papel desse padrasto na vida dessa criança ou adolescente. Se for uma figura bem consolidada que assumiu de certa forma uma paternidade dessa criança, tem sim a alienação parental.”
Pela complexidade na caracterização da alienação parental é perceptível a dificuldade na prática dos profissionais em identificar quem é o alienador ou se houve a alienação parental. De forma a trazer um certo amparo jurídico, a Doutrina já reconhece alguns exemplos de alienadores não previstos em Lei. Por exemplo, Madaleno (2018) entende que a alienação parental por ser feita por uma família acolhedora que detêm a guarda do menor ou por ato de uma babá. Já Dias (2016) exemplifica que pode incidir em qualquer um dos genitores e, num sentido mais amplo, onde o alienador também pode ser o pai, em relação à mãe ou ao seu companheiro, e também pode ser identificado até mesmo em outros cuidadores, como os avós, tios ou padrinhos e até entre irmãos.
Assim, se tem o alienador que busca principalmente a ruptura do vínculo familiar que o menor tem com seu outro genitor, podendo agir de diferentes formas nessa campanha de desmoralização e afastamento parental. O alienador é tratado, como o ‘vilão’, o violador de direitos, mas é importante se fazer uma reflexão: Será que esse alienador pode também ser uma vítima? 
Ana Carolina Carpe Madaleno e Rolf Madaleno (2018) explicam que transtornos comportamentais podem ser verificados com frequência nos alienadores (grifei): 
[...]a)Transtorno de Personalidade Paranoide: a pessoa que revela a predominância desse traço apresenta padrão invasivo de ciúme, desconfiança e suspeita quanto aos outros, de modo que seus motivos são interpretados como malévolos. [...]b) Transtorno Psicótico Compartilhado: também chamado de folie à deux, é caracterizado por uma forte relação íntima em que o transtorno delirante de um indivíduo – que controla a relação e impõe seu delírio – seja partilhado pelo outro. [...] c) Transtorno da Personalidade Limítrofe ou Borderline: a sua característica essencial é um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afetos, além de acentuada impulsividade. [...] d) Transtorno de Personalidade Antissocial: igualmente conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. Os pais portadores desse transtorno põem seus desejos acima da família, e, quando lutam pela guarda de seus filhos, agem unicamente no propósito de utilizá-los a seu favor; [...] e) Transtorno de Personalidade Narcisista: caracterizado por um padrão invasivo de grandiosidade (na fantasia ou no comportamento), por uma necessidade de admiração e falta da empatia, há um sentimento desproporcionado da própria importância (por exemplo, exagera suas realizações e superestima seus talentos, esperando ser reconhecido como superior sem as realizações proporcionais).[...] f) Síndrome de Münchausen: é o transtorno psicológico em que o sujeito, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças.[...](MADALENO, A. & MADALENO, R. 2018, p.1127-1131)
Esses são alguns distúrbios comportamentais perceptíveis nos alienadores, o que demonstra que ao se lidar com famílias que estão passando por alienação parental, deve-se fazer um estudo social e psicológico do contexto familiar, pois pode ser que todos os membros dessa família em conflito sejam vítimas. 
Assim, é perceptível novamente a importância da função do assistente social e do psicólogo no acompanhamento dessas famílias, pois, as vezes, o que está ocorrendo não é uma simples alienação parental e sim a síndrome da alienação parental.
FALSAS DENÚNCIAS E AS FALSAS MEMÓRIAS COMO AGRAVANTE NA CARACTERIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL
A Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010 no inciso VI do parágrafo único do art. 2º prevê como ato de alienação parental “apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente”(BRASIL, 2010, p.01).									A lei apresenta uma situação bem comum na prática em que um dos genitores apresenta uma falsa denúncia, que normalmente envolve relatos de abuso sexual ou maus tratos, para dessa forma conseguir afastar o outro genitor ou parente. A forma que o alienador encontra de manipular a criança ou adolescente de forma a criar falsas lembranças a serem usadas nas denúncias é chamada pela doutrina de falsa memória:
A construção de falsas memórias advém de lembranças implantadas por pessoas que tenham o escuso interesseem prolongar uma tática de persuasão que nem sempre é percebida num primeiro momento. As falsas denúncias ou falsas memórias surgiram como uma ampliação das estratégias destinadas a desvincular um filho do outro genitor e essas estratégias costumam ocorrer em quatro ocasiões: a) às vésperas de uma separação; b) após uma separação; c) às vésperas do ingresso de alguma ação judicial de disputa de guarda e visitas; d) no contexto concreto de uma ação judicial. (MADALENO, 2018, p. 613)
É possível notar que nas situações que envolvem conflito no Poder Judiciário, o genitor alienador utiliza-se da falsa denúncia como uma forma de acelerar a ruptura do vínculo entre o filho e o outro genitor, bem como influenciar no direito de guarda e visitas, e no poder familiar. O que torna a situação mais complexa é que nem sempre os peritos são capazes de identificar se é um caso de alienação parental por falsa denúncia ou realmente está ocorrendo um crime, visto que incidem no contexto familiar as falsas memórias, estas que dificultam ainda mais o diagnóstico. 
A respeito dos meios de prova e falsas memórias, foram feitas duas perguntas aos entrevistados: a) Nos casos de alienação parental os meios de prova (perícia, documentos, testemunhas e depoimento pessoal) devem ser tratados com alguma hierarquia específica para melhor resolver os casos? b) E qual sua opinião sobre a chamada falsa memória e como esse problema influencia como agravante do caso?[8: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente social, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide perguntas nº 10 a 12 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
Em relação a primeira pergunta, foi unânime a resposta de que não deve haver uma hierarquia entre as provas e sim a análise delas de forma harmônica. Mas todos concordam que a prova mais importante nos casos de alienação parental é a prova pericial feita pelo psicólogo, pois ele é quem possui capacidade técnica para diagnosticar a alienação parental. Quanto à segunda pergunta, como resposta os entrevistados reforçaram a importância do perito (psicólogo), pois ele que tem os conhecimentos técnicos para identificar se o que foi relatado é real ou uma falsa memória.
Assim, surge um enorme problema para o Poder Judiciário e os demais operadores de Direito, pois estes necessitam do perito para constatar se a denúncia é real ou um caso de alienação parental e nem sempre os resultados são conclusivos, visto que é difícil de se identificar as falsas memórias. 
Sobre esse aspecto explica Dias (2016) que é complicado reconhecer se está diante de uma alienação parental ou de um real caso de denúncia de abuso, porque muitas vezes, nem os psicólogos conseguem identificar que se trata de sentimento de ódio exacerbado que leva ao genitor ao ponto de programar o filho para reproduzir falsas denúncias.
 E enquanto essa lide no judiciário persiste, essas crianças e adolescentes já estão sofrendo as consequências desses conflitos familiares: 
Sejam as acusações falsas ou verdadeiras, a criança já é vítima de abuso. Sendo verdadeiras, a vítima sofre as consequências devastadoras que este tipo de abuso proporciona. Sendo falsas, ela é vítima de abuso emocional, que põe em risco o seu sadio desenvolvimento. A criança certamente enfrentará uma crise de lealdade e sentimento de culpa quando, na fase adulta, constata que foi cúmplice de uma grande injustiça. (DIAS, 206, p. 540-541)
Portanto, a perícia psicológica, desempenha papel fundamental no processos que envolvem alienação parental, pois são eles que diagnosticam esses atos, mas o problema surge quando as falsas memórias impedem laudos precisos ou conclusivos e nessa briga judicial quem sofre as maiores consequências são as crianças e adolescentes.
RITO PROCEDIMENTO X REALIDADE PRÁTICA
O caput do artigo 4º da Lei de Alienação Parental prevê qual o rito procedimental a ser utilizado nos casos de alienação parental:
Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. (BRASIL, 2010, p.01)
Ou seja, é possível a instauração de procedimento autônomo ou incidental, com tramitação prioritária e participação do Ministério Público, onde o juiz determinará as medidas provisórias necessárias. Nota-se que O juiz pode agir de ofício e o Ministério Publico dispõe de legitimidade para a demanda.										Já o artigo 5º da referida Lei, bem como seus parágrafos dedicaram-se para tratar da questão da perícia psicológica ou biopsicossocial: 
Art. 5º Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
§ 1º O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. 
§ 2º A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental. 
§ 3º O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada. (BRASIL, 2010, p.01)					
Por fim, o artigo 6º da supramencionada Lei prevê em seus incisos medidas que podem ser adotadas pelo juiz quando caracterizado o ato de alienação parental.
É perceptível que a lei é bem sucinta e não previu outros aspectos procedimentais como a questão da tutela de urgência, competência, recursos, etc. Assim faz-se necessário consultar outras normas esparsas como, por exemplo o Código de Processo Civil e o Estatuto da Criança e Adolescente para então aplicar de forma subsidiaria, diante da inexistência de previsão legal na lei específica: 
[...]Na inicial da ação, ou quando o pedido ocorrer de forma incidental, evidenciada a probabilidade do direito e o perigo de dano pode ser requerida tutela de urgência (CPC 300). [...] O foro competente para a propositura de ação é determinada pelo domicílio dos pais (ECA 147, I e CPC 50).[...] A Lei nada prevê quanto à matéria recursal, devendo ser aplicada o regime do CPC e não do ECA. (DIAS, 2016, p. 341-343)
Apesar de existir um procedimento autônomo ou incidental para tratar o casos de alienação parental, parece que não prática do Município de Porto Seguro-BA, esses procedimentos não são muito utilizados, talvez o assunto seja ainda novo e complexo para a realidade local. Na prática profissional explica o juiz da Vara de Família, Rafael Siqueira Montoro (2019):
[...]É importante ressaltar que a alienação parental em âmbito judicial na maior das partes é verificada pelo Juiz ou Promotor no âmbito de ações normais de guarda, divórcio e até alimentos. Poucos os casos em que há uma ação de alienação parental ou um incidente processual específico, com base na lei. Isso não significa que ela não exista nas ações em que ela não é especificamente discutida. (MONTORO, 2019, p.02) 
Complementando essa explanação sobre a realidade do município de Porto Seguro-BA, esclarece a promotorapública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019) que 
[...] na realmente dificilmente instaura-se incidentes ou processos autônomos para se discutir a alienação parental. Tem-se uma dificuldade na Vara de Família com relação ao apoio de psicólogos para fazerem esses laudos circunstanciados dos casos, muito embora, sempre que percebido, adota-se logo providências dentro do processo mesmo visando resguardar a integridade psicológica da criança ou adolescente. (ALEIXO, 2019, p.1-2).
Não se sabe o porquê dessa baixa demanda específica, mas talvez no futuro possa ser que essa percepção mude. Diante da existência, portanto de um procedimento para os casos de alienação parental, e ainda que não seja judicializado conforme prevê a lei, então é interessante é saber como esses casos estão sendo aplicados na prática forense do município de Porto Seguro-BA. 
Foram entrevistados alguns profissionais do referido município de que atuam em casos de alienação parental, sendo eles profissionais da área jurídica, da área social e da área psicológica: o colegiado do conselho tutelar, um psicólogo, um assistente social que atua pela defensoria pública, um advogado, um defensor público, um promotor público e um juiz. Cada um desses profissionais tem seu próprio procedimento ao tratar de casos de alienação parental, sendo interessante mencioná-los:[9: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente social, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo), sendo que foi perguntado: quando ocorre um caso de alienação parental qual o procedimento/encaminhamento feito?.Vide perguntas nº 02 ou 03 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
O Colegiado do Conselho Tutelar 1 de Porto Seguro-BA (2019) explica que [10: A função do Conselho Tutelar é aplica medidas de proteção a partir do momento que o direito da Criança e do Adolescente esteja sendo violado. [...] Então o Conselho Tutelar faz os encaminhamentos para que essa criança ou adolescente tenha esse direito garantido ( SILVA; FREITAS, 2019, p. 01)]
Quando ocorre um caso de alienação parental o Conselho Tutelar aplica os seguintes procedimentos: Primeiro tenta-se o fortalecimento da família que é o encaminhamento para o CREAS para que eles façam visita e todo o acompanhamento psicológico, social, para que desmistifique a alienação parental para que se crie assim um vínculo familiar. Não havendo êxito com o CREAS, o caso é encaminhado ao judiciário, através do Ministério Público, para que este aplique as medidas necessárias para dar-se fim ao conflito. (SILVA; FREITAS, 2019, p.02)
	A advogada Josiane Pires Bandeira (2019) explana que o papel do advogado é:[11: Através do advogado que a proteção da criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide.[...](BANDEIRAS, 2019, p.01)]
[...] propor ação na Vara de Família, obrigatoriamente participação do Ministério Público, essa criança ou adolescente, deve passar por uma perícia, avaliação psicológica. Procedimento é feito com muita cautela, pois tem que ser resguardada a integridade da criança ou adolescente. (BANDEIRA, 219, p.02)
	Para o defensor público José Renato Bernardes da Costa (2019): [12: A Defensoria Pública faz parte da rede de proteção dos direitos da criança e adolescente. Tem-se na Lei Orgânica dispositivos que estabelecem a obrigação de proteção aos direitos individuais, coletivos e difusos da criança e do adolescente.(COSTA, 2019, p.01)]
O procedimento padrão da Defensoria Pública é avaliar os fatos trazidos, passando a pessoa por uma triagem, que é composta por servidores bacharéis em direito, que vão ouvir aquela demanda e transformá-la num colorido jurídico de modo a conseguir dividir a matéria dentre as atribuições dos membros que atuam na Defensoria Pública. Por exemplo, uma história no seguinte sentido de que uma mãe mantém a guarda compartilhada da filho com o ex marido e que ela percebeu um comportamento diferente do filho, e conversando com este percebe que o marido vem exercendo comportamentos, posturas e condutas que em tese esbarrariam no conceito de alienação parental. Então seria feito um agendamento e entrevista com o Defensor Público responsável por essa demanda. A forma de tratar varia conforme o entendimento de cada colega, mas tenta-se sempre primeiramente uma resolução administrativa (conciliatória), ou seja, seria feita uma proposta de acordo as partes, com responsabilização e metas a serem seguidas, orientando eles ainda da possibilidade da alienação parental se caracterizar crime. Não obtendo êxito, então é necessário entrar com as medidas judiciais adequadas, como por exemplo: guarda unilateral, representação para abertura de inquérito, dentre outros dispositivos previstos na Lei de Alienação Parental. (COSTA, 2019, p.02)
 	O assistente social Júlio Felipe da Silva Pinheiro (2019), que atua pela Defensoria Publica, explica que [13: Na Defensoria Pública o papel do assistente social é de assessoramento aos defensores públicos, ou seja, dar orientações, fazer intervenções, fazer encaminhamentos para Órgãos e Entidades, preparação de documentos e pareceres, fazer estudos de casos, dentre outros, tudo voltado para o estudo da família e seu contexto social. (PINHEIRO, 2019, p.01)]
Na Defensoria por enquanto a equipe multidisciplinar ainda não está completa, pois só tem o assistente social. Como não possui outros técnicos, como um psicólogo especializado, o que se faz é o encaminhamento para o CREAS que faz todo o trabalho de relatório, enquanto a gente trabalha com a parte da guarda da criança ou adolescente. Funciona da seguinte forma: a defensora percebe o caso e me passa, eu preparo o encaminhamento ao CREAS e ele faz a intervenção necessária no momento. (PINHEIRO, 2019, p.02)
	A promotora pública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019) relata que [14: O Ministério Público, nos processos de Família, que envolvem interesses de crianças e adolescentes e incapazes em geral, ele atua como fiscal da Lei.(ALEIXO, 2019, p.01)]
Sempre que a gente do Ministério Público tem conhecimento de casos de alienação no processo que constitui um fato grave, buscamos atuar no interesse desse menor para que ele não sofra esse tipo de violência psicológica. Então é pedido uma perícia a ser realizada por psicólogos para que seja feito um laudo e assim subsidiar as medidas a serem adotadas. Tem medidas que são feitas de imediato como advertência, modificação da guarda se for o caso, sempre no intuito de fazer cessar a prática ilegal. (ALEIXO, 2019, p.02)
Já o juiz de direito Rafael Siqueira Montoro (2019), informa que o procedimento feito ao se identificar um caso de alienação parental é encaminhar [a criança ou adolescente] ao profissional da psicologia e, por vezes, conversar com o menor.(MONTORO, 2019, p.02)	Por fim, o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019) - que atua esporadicamente como perito judicial em casos de alienação parental – explica o que [15: O magistrado atua como pacificador e regulador social, sendo um dos mais sensíveis pontos de contato do Estado com a sociedade. (MONTORO, 2019, p.01)][16: A função do psicólogo é cuidar do bem estar de vida de todos os integrantes da família de modo em geral.(LIMA, 2019,p.01)]
Quando atuo como perito para o Poder Judiciário, normalmente quando acontece um caso de alienação parental as partes (pai ou mãe) já vem com um advogado para se proteger perante a lei. Então eu vejo o que está acontecendo, preciso fazer algumas sessões de terapia com a criança para saber o que está acontecendo. No momento que eu entendo que está acontecendo, eu faço um laudo para entregar ao juiz explicando se houve a alienação parental ou não. Ou então, por exemplo ocorre de vir um dos pais com o advogado pedindo para fazer um laudo se está ocorrendo a alienação parental. Eu soubem objetivo: digo se houve ou não a alienação parental e explico, mais ou menos, o porquê do meu parecer. Agora quando não envolve nada da área jurídica, por exemplo a parte vir acompanhada de advogado ou o juiz me nomear como perito, e eu vejo que está acontecendo a alienação parental o que eu faço é conversar com o pai ou mãe está fazendo a alienação e buscar conscientiza-la, pois as vezes eles nem percebem o mal eu estão fazendo. Se o alienador melhorar, se encerra por aí o problema. Mas se ao tentar conscientiza-la ela continua com a mesma postura então busco ou fazer um encaminhamento ao conselho tutelar ou aviso a outra parte sobre a alienação para que ela tome suas medidas judiciais, dependendo do caso.(LIMA, 2019, p.02)
Diante dos procedimentos apresentados pelos entrevistados tem-se as seguintes sínteses: a) Nota-se a importância da designação de perícia que pode ser feita por um psicólogo e/ou assistente social, sendo o melhor ter ambos os profissionais, ou seja, o psicólogo e o assistente social trabalham a serviços de outros dos profissionais listados, visto que são eles que tem a capacidade técnica de se identificar a alienação parental; b) Por questão de hipossuficiência financeira quando a família não pode pagar por um psicólogo, essa família é encaminhada ao CREAS que possui atendimento especializado por psicólogos e assistentes sociais; c) O advogado e o Defensor público possuem o mesmo papel de judicialização da demanda de alienação parental, mas cada um trabalha com um público-alvo diferente; d) O ministério Público nesses casos tem indispensável papel seja como fiscal da lei ou como parte legitimada para tomar algumas medidas; e) O Juiz tem a função de julgar o processo diante dos meios de prova presentes e conforme sua convicção, entretanto necessita indispensavelmente da prova pericial; f) O Conselho Tutelar depende de outras entidades como o CREAS e o Ministério Público para aplicar algumas medidas necessárias, dentre outros;					 Assim, nota-se em seus procedimentos uma harmonia entre os profissionais entrevistados, pois cada um desempenha um papel importante no procedimento de prevenção ou judicialização dos casos de alienação parental, sendo que em determinado momento um necessita do acompanhamento do outro formando-se assim um emaranhado jurídico.
AS CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL SOB A GUARDA E O PODER FAMILIAR
A Lei de Alienação Parental em seu artigo 6º prevê em seus incisos medidas que podem ser adotadas (grifei):
Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. (BRASIL, 2010, p.01).	
	Dentre as medidas previstas acima é notável que no Direito de Família tem-se as possibilidades de inversão ou alteração de guarda e/ou também a suspensão da autoridade parental. Percebe-se que a Lei dispõe que essas medidas podem ser tomadas de forma cumulativa ou não, sem prejuízo da responsabilidade civil e penal. 				Na realidade prática de cada profissional que atua com casos de alienação parental, eles possuem um diferente perspectiva das consequências da alienação parental sob a guarda e poder familiar. Nesse sentido foi perguntado aos entrevistados o seguinte: Diante de sua prática profissional quais as consequências perceptíveis que a alienação parental tem sob a guarda e o poder familiar?											O Colegiado do Conselho Tutelar 1 de Porto Seguro-BA entende que [17: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Defensor Público, Promotora Pública e Juiz) e os profissionais da a área social/psicológica (Assistente social, Colegiado do Conselho Tutelar e Psicólogo). Vide perguntas nº 09 a 11 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A a G, visto que a numeração dessa questão pode variar conforme o formulário.]
[...] o vínculo familiar (principalmente quando se trata do poder familiar) entre a criança/adolescente e sua família é quebrado a partir do momento que ocorre a alienação parental e isso também pode interferir na guarda, pois ambos vão querer modificar/exercer seu direito de guarda e isso causa um embrolho judicial e o maior prejudicado é a criança/adolescente que fica no meio desse conflito pela briga por sua guarda (SILVA; FREITAS, 2019, p. 04).
Segundo o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019): 
Quando atuo como perito, eu uso meu conhecimento da Psicologia porque o Juiz estudou para interpretar a Lei e decidir determinadas coisas. Já o psicólogo estuda o psicológico da criança em relação a alienação parental. Então quando o juiz me nomeia como perito, ele procura saber meu conhecimento técnico da área psicológica. Assim, nesse ponto de vista psicológico, a alienação pode afetar a guarda porque dependendo do meu parecer isso pode influenciar no processo em relação a alteração da guarda. E quanto ao poder familiar, na minha opinião é uma questão que deve ser analisada com cuidado, não deve se retirar o poder familiar, pois deve-se primeiramente tentar tratar a pessoa, porque normalmente a pessoa que faz a alienação pode ter algum trauma ou algum sentimento não resolvido por causa da separação. (LIMA, 2019, p.06)
Já o assistente social Júlio Felipe da Silva Pinheiro (2019) expõe que
Relacionando com minha experiência prática e com o caso que eu intervi antes, infelizmente, pode haver a perda do poder familiar e quanto a guarda deve levar em conta o melhor interesse da criança/adolescente, porque a alienação prejudica o desenvolvimento cognitivo da criança ou adolescente. Mas entendo da seguinte forma a guarda: Se for somente alienação parental, o Conselho Tutelar não pode fazer uma intervenção num primeiro momento, como o caso de aplicar medida de proteção como por exemplo a advertência ao genitor e a alteração do lar. Ele não pode aplicar isso, porque não teve uma intervenção ou avaliação psicológica na criança/adolescente. Agora quando a parte vem a Defensoria requerer mudança de guarda, baseando-se na alienação parental, nós analisamos qual deve ser o tipo de guarda que atenderá o melhor interesse da criança ou adolescente. (PINHEIRO, 2019, p. 04)
	A advogada Josiane Pires Bandeira (2019) nota consequências psicológicas e nos aspectos da vida da criança ou adolescente como a “regressão na escola, caso esteja, stress, agressividade, tristeza e isolamento”(BANDEIRA, 2019, p.04).				Segundo o defensor público José Renato Bernardes da Costa é perceptível a “mudança de guarda, mudança do regime de visitas, como por exemplo visitas acompanhadas e nos casos mais graves pode haver a perda do poder familiar.”(COSTA, 2019, p.04) 				Para a promotora pública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019):
Nos processos de família a gente percebe as consequências gravíssimas que essas questões, em relação a alienação parental, provocam no cotidiano dessas crianças. Quando vai ouvir as crianças e adolescentes, se sente o receio que eles tem de falar a respeito do pai ou da mãe, em relação a optar se quer estar na companhia de umou de outro. Então são muito graves essas consequências, sendo notável esse receio de se magoar os pais. No sentido de mostrar que se tem uma afeição ou preferência em relação a estar com um dos genitores. Nota-se ainda o sofrimento deles, quando estão no meio de um conflito entre os pais em que estão falando mal e denegrindo um ao outro. (ALEIXO, 2019, p.04)
Por fim, entende o Juiz de Direito da Vara de Família, Rafael Siqueira Montoro, que “a lei de alienação parental é um limitador do exercício do poder familiar, e impõe uma guarda colaborativa e solidária” (MONTORO, 2019, p.05)						Diante das opiniões acima expostas deduz-se que em relação a guarda, é possível a imposição ou alteração de seu regime, bem quanto a alteração do regime de visitas, mas sempre deve levar em conta o princípio do melhor interesse da criança ou adolescente ao se escolher qual regime de guarda irá implantar. Entretanto, cabe salientar que o artigo 7º da Lei da Alienação Parental prevê que a “atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada”.(BRASIL, 2010, p.01) 			E inclusive, é importante buscar se impor a guarda de forma colaborativa e solidária, de forma a manter o vínculo dos pais, como por exemplo, o uso da guarda compartilhada como forma de prevenir o conflito, já que pelos dois tomarem decisões conjuntas a alienação parental é mais difícil de ocorrer do que em um regime de guarda unilateral.				Já quanto ao poder familiar, a alienação parental é um limitador de seu exercício, devendo ser aplicado somente em casos mais severos, visto que essa é uma forma de ruptura do vínculo familiar, devendo primeiramente tentar tratar ou aconselhar a família, através do acompanhamento dos assistentes sociais e psicólogos, medida prevista no inciso IV do Art. 6º da Lei nº 12.318/10. 											Por fim, existem as consequências na família e principalmente no menor, onde diante dos conflitos judiciais por sua guarda, as crianças e adolescentes tem receio de magoar seus genitores ao ter que optar por um dos pais. Essas consequências nefastas atingem o desenvolvimento cognitivo, psicológico e social das crianças e adolescentes, influenciando a forma que agem em relação ao mundo (escola, amigos, etc.), bem como lhe são propensos diversos tipos de distúrbios psicológicos, como agressividade, depressão, etc. Importante sempre lembrar que nos casos alienação parental é possível existir uma síndrome oculta, em que todos são as vítimas.										A alienação parental é, portanto, uma realidade complexa de se identificar e principalmente de se coibir. Então além das medidas previstas no art 6º da Lei nº 12.318/10, busca-se então outros meios de prevenção ou proteção.						No âmbito penal, a Lei nº 13.431/2017 - que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a o Estatuto da Criança e do Adolescente – prevê em seu artigo 4º, inc. II, alínea b: [18: O artigo § 1º do Art. 1.583 do Código Civil traz as definições de guarda unilateral e compartilhada, em que “compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns”.(BRASIL, 2002, p.01)][19: O conteúdo do poder familiar encontra sua “gênese no artigo 229 da Constituição Federal, ao prescrever como deveres inerentes aos pais os de assistirem, criarem e educarem os filhos menores, nisso sendo secundado pelo artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando estabelece ser incumbência dos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores”.(MADALENO, 2018, p.907)]
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são formas de violência: [...] II - violência psicológica: [...] b) o ato de alienação parental, assim entendido como a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem os tenha sob sua autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculo com este; (BRASIL, 2017, p.01)
Isto é, a Lei 13.431/2017 passa a reconhecer a alienação parental como uma forma de violência psicológica, “sendo assegurado o direito de, por meio do representante legal, pleitear medidas protetivas contra o autor da violência, à luz do disposto no ECA e na Lei Maria da Penha (artigo 6º e parágrafo único)”(DIAS, 2018, p.01).				Existe, portanto, a possibilidade de responsabilização penal pelos atos de alienação parental, sendo essa a medida considerada a mais severa. Nesse aspecto foi perguntado aos entrevistados se eles acham essa tipificação penal está protegendo ou destruindo família?	Segundo o psicólogo Renato Oliveira Lima (2019) é importante existir a leis no sentido de se conscientizar a população a respeito da alienação parental, mas em relação a tipificação penal deve tudo ser ponderado, porque tem que analisar o contexto da família, no sentido de primeiramente reverter a situação ou tratar o alienador, ao invés de prendê-lo.			Para o juiz de direito Rafael Siqueira Montoro (2019) existem medidas extrapenais mais eficazes, sendo que a tipificação penal deve ser utilizada como ultima ratio. 		Já a advogada Josiane Pires Bandeira (2019) entende que a tipificação penal é necessária e protege as famílias, haja vista que os genitores vão pensar duas vezes em praticar os atos de alienação parental. 											Por fim, a promotora pública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019) também entende que somente a tutela penal vem tornar mais efetiva a responsabilização pelos atos de alienação parental.												Nota-se nas falas dos entrevistados que a sanção penal é necessária, mas deve ser utilizada somente em casos gravíssimos, como última medida. A aplicação de sanção penal implica ainda em consequências para a guarda e poder familiar pois tona-se um fator limitante do exercício desses direitos por aqueles que for considerado réu. É necessário então utilizar ou meios extra-penais como, as próprias medidas previstas na Lei da Alienação Parental, ou também outros meios de resolução de conflito, como a composição (acordo) e mediação. Nesse sentido expressa a promotora pública Darriele Costa Fernandes Aleixo (2019, p.04) “[...] A gente tem que tentar de tudo, principalmente uma composição das partes, para tentar resolver as situações que envolvem questões familiares.”							Assim, nos casos de alienação parental existem diferentes medidas preventivas e protetivas, desde as previstas no 6º da Lei de Alienação Parental, bem como outras formas de resolução como a responsabilização civil, penal e até a possibilidade da composição. Mas todas essas medidas devem ser utilizadas, evitando-se o máximo não desvincular os laços familiares, para assim não reforçar o estrago causado pela ruptura de vínculos parentais, causada pela alienação parental.[20: Foram entrevistados os profissionais da área da jurídica (Advogada, Promotora Pública e Juiz) da área psicológica (Psicólogo). Vide perguntas nº 07 nos formulários de entrevistas dispostos nos apêndices de A, B, D e E.][21: Expressão latina que significa ‘última razão’ ou ‘último recurso’.]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente a Lei de Alienação Parental é a principal e única lei que trata especifica mente desse tema, trazendo seu conceito, caracterização, medidas de proteção e punição, bem como o rito procedimento. Mas por se tratar de uma lei sintética, parece que houve falta de mais conteúdo normativo para tratar esses casos.								Isso reflete na prática profissional daqueles que necessitam dessa Lei e atuam com demandas de alienação parental. Com a grande complexidade do dessescasos e a escassa quantidade de conteúdo normativo esses profissionais, diga-se, conselheiros tutelares, psicólogos, assistentes sociais, advogados, defensores públicos, promotores públicos e juízes de direito se veem perdidos em situações controversas que pairam sobre a alienação parental. E para melhor entender essa pratica forense foi feita entrevista com esses profissionais que atuam no município de Porto Seguro-BA.								Diante da prática forense levantou-se quatro pontos controversos da alienação parental e depois se buscou entender quais as consequências dela para o direito de guarda e o poder familiar.												A primeira questão permeia sobre a dificuldade conceitual do termo alienação parental. Apesar de ter uma definição prevista na Lei de Alienação Parental, a alienação parental não se confunde com a síndrome de alienação parental que que é o distúrbio patológico ocasionado por essa alienação. Mas essa em si não é a questão mais complexa, e sim o próprio conceito de alienação parental que envolve termos muito amplos, que cabem diversas interpretações. Aqueles eu necessitam de utilizar essa definição se veem perdidos em um conceito que parece ser vago. Ao entrevistar os referidos profissionais, alguns consideraram a definição suficiente e clara e já outros concordaram que realmente ela é muita vaga. Mas de qualquer forma, não deixa de ser um assunto controverso.								Quanto a segunda problemática está na questão da caracterização da alienação parental, que como a lei possui um rol meramente exemplificativo cabe então aos profissionais realizarem a identificação dos casos. Nesse momento ocorre a dificuldade em se identificar a alienação em si porque os profissionais tem que utilizar um conceito considerado bem amplo que pode atingir os genitores, parentes e até aqueles que possuem o a guarda, tutela ou vigilância do menor. Nesse aspecto surgem duas questões controversas. 					A primeira está em se identificar os sujeitos da alienação parental. Nesse sentido, tem-se o menor como o alienado. O genitor, parentes ou todos aqueles que possuem a autoridade, guarda ou vigilância como alienador. Assim, o alienador tem que ser identificado pelo caso concreto, pode ser qualquer um outro não previsto em lei, como por exemplo, uma tia, um, padrasto, uma babá, etc. Mas e quem seria a vítima? Analisando a alienação parental enquanto síndrome, deduz-se que todos são vítimas, pois até os alienadores, segundos estudiosos, sofrem também de distúrbios psicológicos.									A segunda questão controversa diz a respeito de como a falsa denúncia e falsa memórias influencias como agravante nos casos de caracterização da alienação parental. A falsa denúncia utilizada pelo alienador como forma de forçar a ruptura do vínculo familiar e ele utiliza das falsas memorias para isso, manipulando o menor a lembranças de falsos abusos. 			Mas a complexidade está no fato do Poder Judiciário e demais profissionais necessitarem das provas periciais para se diagnosticar a alienação parental e muitas vezes os peritos não conseguem identificar a falsa memória, por ser uma temática complexa. E nesse conflito, a mais prejudicada é a criança e o adolescente que tem seu outro genitor afastado por uma falsa denúncia. E na pior das hipóteses, esse próprio menor foi manipulado a contribuir com essa alienação parental.										A terceira problemática, está na diferença entre o rito procedimental utilizado pela Lei de Alienação Parental e a Prática Forense. No município de Porto Seguro-BA, são poucos os casos em que há uma ação de alienação parental ou um incidente processual específico, mas existe a alienação parental sendo discutida em processos de guarda, alimentos e divórcio. Buscou-se também saber um pouco de como é a práxis forense de cada um dos profissionais entrevistados e nota-se a harmonia que existem entre a função que cada um desses profissionais desempenham, e entre os mais importantes encontra-se o psicólogo e o assistente social, visto que possuem a aptidão técnica para diagnosticar a alienação parental. 				A quarta e última discussão importante é entender as consequências que a alienação parental tem sobre a guarda e o poder familiar. A própria Lei de Alienação Parental já prevê em relação a guarda a possibilidade da alteração ou inversão e quanto ao poder familiar pode acorrer sua suspensão, sem prejuízo da responsabilidade civil e penal. Nota-se que quanto a guarda deve se buscar sempre o melhor interesse do menor e de preferência sempre optar pela guarda compartilhada onde as chances de alienação parental são menores. Já a suspensão do poder familiar deve ser visto como uma última alternativa, para casos mais graves, pois não se deve incentivar a ruptura dos vínculos familiares. 							E ainda que exista atualmente a tipificação penal para a alienação parental essa deve ser utilizada também como última medida, buscando assim outras formas de se resolver o conflito como por meio de composições (acordos) ou mediações. Porque é sempre importante ressalvar que há uma linha muito tênue entre a alienação parental e a síndrome da alienação parental. Dessa forma, antes de aplicar medidas mais severas como a criminalização ou a suspensão do poder familiar, deve se analisar o contexto daquela família, acompanhando por meio de psicólogos e assistentes sociais na tentativa de reverter a situação, uma vez que se está ocorrendo uma síndrome de alienação parental então todos os membros daqueles conflito tem de ser vistos como vítimas. 
REFERÊNCIAS	
ALEIXO, Darriele Costa Fernandes. Entrevista a Promotora Pública da Comarca de Porto Seguro-BA. [24 de abril de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice A deste artigo científico.
BANDEIRA, Josiane Pires. Entrevista com a Advogada Josiane Pires Bandeira. OAB-SP 388 874. [24 de janeiro de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice B deste artigo científico.
BATISTA, Michelle Santos. A guarda compartilhada como meio eficaz no combate a alienação parental.2018. 31f. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Direito como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Dr. Daniel Martins Sotelo, Ph.D. Faculdade Alfredo Nasser, Aparecida de Goiânia, 2018
BRASIL. Lei n.13.143, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Site do Planalto. Diário Oficial da União. Brasília, DF, publicado em 5.4.2017.Disponível em<http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm> Acesso em: abr de 2019.
BRASIL. Lei nº 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Site do Planalto. Diário Oficial da União. Brasília, DF, publicado em 11.1.2002. Disponível em<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em: abr de 2019.
BRASIL.Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010.Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Site do Planalto. Diário Oficial da União. Brasília, DF, publicado em 27.8.2010 e retificado no DOU de 31.8.2010.Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm> Acesso em: mar, abr de 2019.
COSTA, José Renato Bernardes da. Entrevista ao Defensor Público da Comarca de Porto Seguro-BA.[11 de abril de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice C deste artigo científico.
DIAS, Maria Berenice. Finalmente, alienação parental é motivo para prisão. Artigo de Opinião disponibilizado no Site Consultor Jurídico. Publicado em 5 de abril de 2018, 10h07. Disponível em <https://www.conjur.com.br/2018-abr-05/maria-berenice-dias-agora-alienacao-parental-motivo-prisao>Acesso em 01 de abril de 2019
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias – De acordo com o novo CPC. 11 ed. rev, atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
GONÇALVES, Carlos Roberto. A proteção da pessoa dos filhos. In: Direito Civil 3: Esquematizado – Responsabilidade Civil/Direito de Família/ Direito das Sucessões. 4 ed. Coord. Pedro Lenza. São Paulo:Saraiva,2017, Cap.16. p.501-518
LIMA, Renato Oliveira. Entrevista ao Psicólogo Renato Oliveira Lima. [16 de Abril de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice D deste artigo científico.
MADALENO, Ana Carolina Carpes; MADALENO, Rolf.Síndrome da Alienação Parental: Importância da detecção – Aspectos legais e processuais. Versão E-Book. 5. ed. ver. atual e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018
MADALENO, Rolf. Direito de família - 8. ed., rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2018.
MONTORO, Rafael Siqueira. Entrevista ao Juiz de Direito da Vara de Família, Sucessões, Órfãos, Interditos e Ausentes da Comarca de Porto Seguro-BA. [24 de abril de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice E deste artigo científico.
PINHEIRO, Júlio Felipe da Silva. Entrevista como assistente social pela Defensoria Pública Estadual da Bahia na Comarca de Porto Seguro-Ba. [12 de abril de 2019]. Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice F deste artigo científico.
SECRETARIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas. Texto publicado em 22/06/2015 15h24. Disponível em<http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/creas> Acesso em 10 de abril de 2019
SILVA,Vinícius Lima da Silva; FREITAS, Luciano Moreira. Entrevista ao Colegiado do Conselho Tutelar 1 de Porto Seguro-BA representado pelos conselheiros Vinícius Lima da Silva e Luciano Moreira Freitas. [10 de abril de 2019].Entrevistadora: Caroline Ireny de Souza Freitas. Entrevista verbal e transcrita na íntegra, encontrando-se anexada no Apêndice G deste artigo científico.

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