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Maria Beatriz Machado SAÚDE MENTAL – AULA TEÓRICA 01 – POLÍTICAS EM SAÚDE MENTAL E EQUIPE INTERDISCIPLINAR 1. INTRODUÇÃO A psiquiatria de hoje é baseada no modelo de psiquiatria italiana criado por Franco Basaglia Basaglia via maus tratos, falta de humanização.. Inicialmente as pessoas diferentes das demais na sociedade eram colocadas como loucas Mendigos, prostitutas, mulheres que engravidavam sem casamento. Esse psiquiatra se recusava a acreditar nisso, e propôs que pensássemos o que era na verdade a doença mental, questionando os conceitos da época. Depois de muito questionar esses conceitos, ele dizia que o papel do manicômio e o saber dos médicos nessa área de saúde mental eram muito frágeis, e que o manicômio mais adoecia do que curava. Ao questionar esse sistema que excluía as pessoas da sociedade, Basaglia não recebeu apoio dos seus colegas de profissão. Quem o apoiou foram os próprios doentes e suas famílias. Ninguém nasce com uma doença mental. Temos sim fatores genéticos, porém elas se desenvolvem mais fortemente pelo ambiente (o ambiente é um fator preponderante para o adoecimento mental) Aqui podemos pensar nas pessoas que usam droga apenas uma vez, e isso basta para desencadear um surto psicótico. Talvez se não tivessem usado nunca, nunca tivessem psicotizado. Por conta destes questionamentos, Basaglia acabou fechando um hospital psiquiátrico em Gorizia com 700 pacientes e depois outro em Tieste com 1101 pacientes, dizendo que eles precisavam ser tratados dentro da sociedade, porque na sociedade eles seriam vistos e conseguiriam retornar a uma vida. Diante disso, ele começou a trabalhar com o conceito de que a loucura/desrazão eram coisas que faziam parte do ser humano, e deviam ser aceitas pela sociedade, não marginalizadas. OBS: Quando temos alguma característica em nós mesmos que nós negamos, acabamos rejeitando isso no outro, por isso os pacientes psiquiátricos nos causam tantos sentimentos “estranhos”. EX: Quando vemos um paciente babando ou alucinando, ouvindo vozes, ficamos incomodados. Isso porque temos dentro de nossa mente o medo de que isso possivelmente ocorra com nós mesmos. Para trabalhar todos estes aspectos, Basaglia acabou conseguindo com ajuda política que fosse criada a Lei 180 na Itália, que proibia a existência de hospitais manicomiais. OBS: O problema na verdade não são os manicômios, porque existem muitos pacientes que precisam de acompanhamento de longa data. Porém, precisamos ser contra qualquer serviço que não respeite condições humanas, e esse é o maior problema dos manicômios, porque a maior parte deles não respeita isso, e acaba sendo um ambiente que tende a tornar o paciente em mais doente ainda. Se tivermos um manicômio arejado, onde o médico conhece todos os pacientes de perto, e onde o enfermeiro consegue fazer um exame mental diário de cada um dos pacientes, então teremos um ambiente adequado. Em 1960 os hospitais foram fechados por meio de um movimento político. Estabeleceu a criação de serviços comunitários, onde o paciente passava um tempo sendo acompanhado e depois retornava para casa. Isso é o que fazemos com qualquer doença. O paciente adoece, vem ao hospital, nós tratamos, e depois ele retorna para casa. Essa era a ideia de Basaglia para fazer com os pacientes psiquiátricos. OBS: Hoje em dia utilizamos o núcleo cuidado, ou seja, além de dar atendimento para os pacientes, devemos preparar a família para lidar com esse tipo de paciente, porque não adianta somente tratar o paciente e manda-lo de volta para casa para que ele seja cuidado sem estrutura. Precisamos entender a dinâmica de vida do paciente, para que assim possamos abordá-lo de forma correta. Maria Beatriz Machado OBS: Foucault estudou muito sobre o poder do discurso do médico, que pode ser destrutivo ou construtivo. Nós médicos temos uma responsabilidade maior que a dos outros profissionais, porque os pacientes e as famílias deles tendem a nos ouvir mais. 2. MODELO DE PSIQUIATRIA DEMOCRÁTICA ITALIANA Aqui está escrito basicamente a mesma coisa que expliquei acima, porém está escrito exatamente como no slide, não minhas palavras explicando. Questiona o conceito de doença mental, o papel do manicômio e o poder exercido pelos médicos em nome de um saber competente. Questiona o sistema social com sua violência e seu processo de exclusão Eclodiu no hospital psiquiátrico de Gorizia com 700 pacientes internados e depois em Trieste em um hospital regional com 1101 pacientes Basaglia fechou esses hospitais. BASAGLIA: A loucura ou a desrazão existe porque faz parte da condição humana e deve ser aceita pela sociedade Foram a psiquiatria e os manicômios que transformaram o louco em doente A internação serve à sociedade como uma garantia à sua segurança caracterizando então um controle social. Submetidos a violência, sem condições de decidir sobre sua vida, o internado acaba perdendo sua dignidade e cidadania. Portanto, a linha do tempo foi assim: Anos 50 na Italia – Hospitais com características de asilos: Violência, pacientes não tinham poder de decisão, perda da dignidade. Em 1960 – Movimento de caráter político por Franco Basaglia: Questiona o conceito de doença mental, manicômio, poder, preconceito e exclusão. Argumentava que a loucura faz parte da condição humana. Em 1970 – Lei nº 180: Proíbe a construção de novos manicômios e redireciona os recursos para construção de hospitais- dia, lares abrigados, pensões e leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Lei 180: Proíbe a constituição e manutenção de manicômios, valoriza a assistência de saúde extra hospitalar ou em pequenas enfermarias psiquiátricas dentro do hospital geral e com internações breves. 3. REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL (LUTA ANTIMANICOMIAL, SOCIEDADE SEM MANICÔMIO) Inspirada no modelo de reforma italiana por Franco Basaglia da luta antimanicomial Esse movimento ganhou força junto com as famílias dos pacientes, e alguns profissionais. Transformou a assistência à saúde mental no país, fechando leitos em hospitais psiquiátricos e criando dispositivos alternativos na comunidade. Foi na década de 70. PRINCIPAL OBJETIVO: Aproximar portadores de transtornos mentais graves da sociedade, permitindo maior integração social e resgatando sua cidadania IMPORTANTE!!! Princípios da reforma psiquiátrica brasileira: Reorganização de modelo assistencial: Mudança na maneira de cuidar Inserção da família no cuidado: Cuidado territorial Não trancar o paciente em um local e deixa-lo, lá, fazer um cuidado com ESF, CAPS, Hospitais.. EX: Paciente é atendido na ESF, se a ESF não consegue cuidar, encaminha para o CAPS, se o CAPS não consegue cuidar, encaminha para o HR. Quando o HR consegue cuidar, o paciente retorna para o CAPS e posteriormente para a ESF. Mudança política e cultural: Gestão participativa, protagonismo do usuário Maria Beatriz Machado No Brasil, o processo de substituição da internação psiquiátrica é iniciado em meados dos anos 80, com a criação dos núcleos de atenção psicossocial (NAPS) e centros de atenção psicossocial (CAPS) A declaração de Caracas 1990: Primeiro documento que falava da psiquiatria reformada IMPORTANTE!!! Início ao processo legal da reestruturação da assistência em saúde mental no país A partir da Declaração de Caracas tivemos a criação da lei 10.216 IMPORTANTE!!! Lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001 – SOCIEDADE E SAÚDE – IMPORTANTE!!! Redireciona o modelo assistencial em saúde mental Assegura os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental Reconhece a responsabilidade do estado paracom a assistência Extingue progressivamente os manicômios no Brasil 4. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL Substituição da ideologia do reparo, de caráter excludente e isolacionista para um modelo assistencial de tratamento extra-hospitalar, próximo da comunidade e da família. Como forma de garantir os direitos das pessoas com transtornos mentais. 4.1. DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL – CUIDADO EM SAÚDE MENTAL Expansão e consolidação da rede: Para fechar os manicômios precisamos abrir outras redes para onde os pacientes podem ser encaminhados (e essas redes precisam dar conta dos pacientes) Integração com atenção básica: É a porta de entrada para a rede de atenção psicossocial (falaremos abaixo). Pensando na rede de atenção psicossocial, foi criada a portaria 3088 para estruturar como essa rede deve ser. Atenção aos usuários de álcool e outras drogas Educação permanente em saúde mental Inclusão social da PTM Família também como foco de cuidado 5. REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – PORTARIA 3088 MS/GM DE 23/12/2011 – IMPORTANTE!!! Essa portaria é responsável por complementar a lei 10.216, e é ela que diz como deve ser cada um dos serviços da rede de atenção psicossocial. Construindo a rede de atenção em saúde mental Fluxo das demandas em saúde mental Histórico do município e da região Critérios epidemiológicos Critérios populacionais Perfil de rede de saúde existente Rede de atenção psicossocial UBS/ESF: Porta de entrada CAPS: Várias modalidades Ambulatório de saúde mental Hospital dia Emergência psiquiátrica Unidade de internação psiquiátrica em hospital geral Unidade de acolhimento Leitos psiquiátricos em hospitais especializados OBS: Quase metade dos brasileiros não tem acesso a esses serviços, continuam recorrendo aos hospitais, sendo que há grande carência de profissionais e de leitos. Maria Beatriz Machado 6. NÍVEIS DE ATENÇÃO 6.1. ATENÇÃO PRIMÁRIA Serviços: ESF e UBS Função: Promoção e prevenção em saúde mental OBS: Pensando na função da atenção primária, devemos criar grupos psicoeducadionais, orientar as pessoas sobre conceitos e situações de risco em saúde mental Atividades de educação e orientação sobre: Princípios de saúde mental Melhores condições de vida Direitos e deveres em relação a si e aos outros Promoção e manutenção da saúde mental OBS: Não existe possibilidade de passar pela vida sem dor. Devemos ressignificar e validar a dor do paciente, e devolvê- la para o paciente de uma forma que ele possa lidar com ela É isso que fazemos na terapia. Nós não saímos de dor, mas aprendemos a lidar melhor com ela. Ações de identificação e avaliação de: Grupos vulneráveis a agravos à saúde mental Fatores de risco Potencial para enfrentamento de situações estressantes Atividade de participação em ações comunitárias e política de saúde mental OBS: A professora disse que se ela der um caso clínico e nos pedir possíveis intervenções, devemos pensar quais as possíveis ações do médico e equipe multiprofissional nesse sentido (devemos responder as ações citadas acima). Funções do profissional: Inclui promoção e manutenção da saúde e prevenção da doença Prevenção em saúde mental não é buscar causas, mas sim fatores ou condições de vulnerabilidade Neste nível de prevenção o profissional tem como objetivo diminuir a susceptibilidade da pessoa, famílias e comunidades aos transtornos mentais Também contribuir com o desenvolvimento de hábitos de enfrentamento das situações conflitantes ou estressantes. Devemos ensinar o paciente e a família como eles devem lidar com a doença (ensinar a família a identificar o pródromo da crise de um paciente, por exemplo) EX: Se um paciente começa a assistir muita televisão, começa a conversar com a televisão ou tomar muitos banhos, etc. IMPORTANTE: Portanto, quando pensamos em atenção primária, devemos pensar em ORIENTAÇÃO. 6.2. ATENÇÃO SECUNDÁRIA Serviços: CAPS, Ambulatório Geral Psiquiátrico e Especializado Função: Assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais. Envolve o trabalho de detecção precoce e assistência imediata à pessoa em situação de crise ou com transtorno mental Tentamos identificar os pacientes que possuem risco de ter um transtorno mental, e aqueles que já possuem o transtorno (porém de maneira precoce, no início da doença). Atualmente necessitam de maior investimento para suprir a demanda emergente. Maria Beatriz Machado Objetivo principal: Continuar o tratamento adequado já realizado Devemos fazer manutenção do tratamento psiquiátrico do paciente, de forma que possamos mantê-los fora de crises. 6.2.1. CAPS É o principal serviço Cabe ao CAPS o encaminhamento para serviços especializados. Deve fornecer assistência médica, serviço de assistência social, psicológicos, serviços ocupacionais, e de lazer. Deve proporcionar um atendimento mais intensivo que o ambulatório tanto em duração como em frequência de atendimento. Funciona como um serviço intermediário entre o ambulatório e a internação. São estruturados em 3 níveis de complexidade CAPS I: Até 50mil habitantes Implantados em cidades de 20 a 70.000 habitantes Faz manutenção do tratamento psiquiátrico (manutenção terapêutica) CAPS II: Até 70mil habitantes Implantados em cidades de 70 a 200.000 habitantes Funciona com atendimento diurno (das 8 as 17) Faz manutenção do tratamento psiquiátrico (manutenção terapêutica) Psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional.. CAPS III: Mais de 70mil habitantes Implantados em cidades de mais de 200.000 habitantes Funciona 24 horas Tem leitos de observação de até 72 horas Faz manutenção do tratamento psiquiátrico (manutenção terapêutica) e pode funcionar como uma pequena emergência psiquiátrica CAPSad – Álcool e drogas (apenas para maiores de 18 anos) CAPSi – Infantil (apenas para menores de 18 anos) 6.2.2. AMBULATÓRIO GERAL PSIQUIÁTRICO E ESPECIALIZADO Eficaz no tratamento e controle das doenças mentais 6.2.3. UNIDADE DE ACOLHIMENTO (ADULTO E INFANTIL) São serviços residenciais transitórios (tempo de permanência determinado até 6 meses) para pessoas com problemas de álcool e drogas. Possuem a função de acolher o indivíduo e prestar cuidado em saúde. São casas que o governo aluga para acolher pacientes que estavam em tratamento de dependência química. Eles podem ficar nessas casas por 6 meses, até que consigam recomeçar sua vida. Existem unidades de acolhimento para menores e maiores de idade (não ficam juntos). Depois de 6 meses o paciente obrigatoriamente precisa sair da casa. Se o paciente volta a utilizar drogas/álcool, ele obrigatoriamente precisa sair da casa. EX: Temos um paciente dependente de drogas que era morador de rua. Ele está em tratamento, mas recebeu alta hospitalar e não tem para onde ir, portanto, ele vai para uma unidade de acolhimento onde pode ficar por até 6 meses. 6.2.4. FUNÇÕES DO PROFISSIONAL NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA Realização de grupos de autoajuda para orientação sobre os transtornos mentais O grupo de autoajuda deve ser direcionado para a psicopatologia, porque não devemos misturar os grupos. Maria Beatriz Machado Criação e desenvolvimento de programas psicoeducacionais Realizado em parceria com o paciente, família, amigos e profissionais, proporcionando elementos e informações para facilitar a convivência ou o manejo da doença, adesão ao tratamento, o enfrentamento dos desafios que surgem no curso da doença, e um melhornível de qualidade de vida. Orientações sobre cuidados no domicílio Criação de associações de famílias e amigos Assim conseguimos contribuir com a reintegração social do paciente OBS: A professora disse que NÃO PODEMOS deixar de identificar em qual nível de atenção se encontra o caso clínico da prova! EX: Paciente teve uma crise e foi para a ESF, o que fazer? (atenção primária) EX: Paciente teve uma crise e foi para o ambulatório, o que fazer? (atenção secundária) 6.2.5. OUTROS SERVIÇOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA Serviço de residência terapêutica (SRT) Diferente de unidade de acolhimento São casas alugadas pelo município e mantidas pelo estado, onde vão morar pacientes que estavam internados em manicômios e perderam o vínculo familiar (vão para essas casas quando os manicômios fecham). Nessas casas temos dois cuidadores 24h/dia (no mínimo), responsáveis pelos pacientes Tipos: Tipo I (lar abrigado): Serviço destinado a pacientes com autonomia, sem necessidade clínica de internação, que não contam com o apoio da família. Os moradores terão como referência um serviço de saúde mental São os pacientes que conseguem lavar louça, varrer a casa, arrumar a própria cama, etc. Tipo II (pensão protegida): Serviço destinado a pacientes com a autonomia comprometida, sem necessidades clínicas de internação, que não contam com o apoio da família. Os moradores terão como referência um serviço de saúde mental Esses pacientes sempre são estimulados a fazer as tarefas (apesar de muitas vezes não conseguirem). Comunidades terapêuticas: São instituições filantrópicas que cuidam de usuários de álcool e outras drogas, e que a grande maioria tem como lema a abstinência. São fazendas financiadas por igrejas, caridade... 6.3. ATENÇÃO TERCIÁRIA Serviços: Enfermaria psiquiátrica em hospital geral, hospital psiquiátrico especializado, unidade de emergência psiquiátrica Funções: Envolve a redução de incapacidade e melhor reabilitação do paciente. Redução de incapacidade do paciente é evitar novas crises A cada vez que o paciente tem crises, ele perde neurônios e fica mais incapacitado perdendo funções cognitivas, intelectuais e emocionais. EX: Se tivermos um paciente diagnosticado hoje com esquizofrenia, aos 20 anos, por exemplo, e não fizermos o manejo clínico adequado dele, daqui um ano, caso ele tenha 10 crises e internações, estará irreconhecível. Os hospitais vão readequar as terapêuticas, intensificar a terapia. Saindo dos manicômios para que se acabe os preconceitos após estabilização do caso. Os pacientes quando ficam melhores, voltam para as outras esferas de atenção (CAPS, ESF, UBS e Ambulatório). O mais importante dos serviços terciários é reduzir a incapacidade. Para que isso ocorra, deve ser preconizado o menor tempo de internação possível. Muitas vezes o paciente nem está tão bem, mas mesmo assim receberá alta para continuar seu tratamento no CAPS ou nos outros serviços da rede. Pois hoje entende-se que, quanto mais tempo o paciente permanece internado, maior o prejuízo para sua reabilitação social (voltar ao trabalho, ao colo da família). 6.3.1. UNIDADE PSIQUIÁTRICA EM HOSPITAL GERAL Serviço destinado a internação de pacientes agudos com ou sem intercorrências clinicas e/ou cirúrgicas. Maria Beatriz Machado 6.3.2. HOSPITAL PSIQUIÁTRICO ESPECIALIZADO (MANICÔMIOS) Para pacientes que necessitam de cuidados intensivos cujo tratamento não é possível ser feito em serviços de menor complexidade. 6.3.3. UNIDADE DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA Aberta em tempo integral (24h/dia), com leitos para acolher pacientes em crise, em curtíssima permanência (até 24h) 6.3.4. OUTROS SERVIÇOS Centros de convivência: Comprometimento, para recreação e convívio. Nestes centros poderão ser utilizadas técnicas de reabilitação, com profissionais de nível superior, a exceção de médicos. Os centros de convivência estariam referenciados a um serviço de assistência de nível secundário. Hospital dia: O paciente fica o dia nesse lugar e vai embora de noite. 6.3.5. FUNÇÕES DO PROFISSIONAL NA ATENÇÃO TERCIÁRIA Criação de serviço na comunidade como oficinas abrigadas, residências terapêuticas, grupos de autoajuda. Organização e participação em programas de ajudem na inserção na comunidade. Esclarecimento da população sobre os recursos existentes na comunidade, sua utilização e a conscientização de seus direitos e deveres. Promoção e reabilitação social do paciente. 7. CONFLITOS ATUAIS (PORTARIA 3588/2017) – NÃO CAI NA PROVA! No dia 21/12/17, saiu a nova portaria que readequa a política de saúde mental. Solicita que as comunidades terapêuticas sejam da rede pública e não só filantrópica. Investimento de 320 milhões em capacitação profissional: Esse investimento seria para os profissionais da área da saúde aprenderem mais e serem melhor capacitados na área de saúde mental. Expansão das comunidades terapêuticas (não faziam parte da RAPS): Elas também passam a fazer parte da RAPS (rede de atenção psicossocial), a portaria lançou um número para criar novas comunidades terapêuticas, e vai incluir as que já existem como serviço da RAPS. Na lei 3088 elas ainda não eram incluídas na rede. Abertura de novos CAPS, novas Unidades de acolhimento, novas Residências terapêuticas e novos leitos em hospitais psiquiátricos: Ampliação das equipes nos ambulatórios: Uma crítica é que os ambulatórios atualmente estão sucateados, e que tinha que investir mais em CAPS. Criação do CAPS ad-IV: Esse CAPS seria criado nas cidades com mais de 500 mil habitantes, e seria próximo a cracolândia. Manutenção dos leitos em hospitais psiquiátricos especializados (manicômios) 8. NOVA TÉCNICA N11/2019-CGMAD/DAPES/SAS/MS O hospital psiquiátrico passa a ser incluído na RAPS e não mais se incentiva o seu fechamento Foram criados dois novos procedimentos para faturamento hospitalar: Um para internações curtas de até 90 dias Um para internações prolongadas de mais de 90 dias ou reinternações antes de 30 dias da última alta hospitalar Prevê hospitais acima de 400 leitos Internação de crianças e adolescentes em unidades psiquiátricas: A melhor prática indica a necessidade de que tais internações ocorram em enfermarias especializadas em infância e adolescência. No entanto, exceções à regra podem ocorrer, sempre em benefícios dos pacientes. Compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia – A quem interessa isso? (já temos em hospitais federais e são poucos os casos onde este recurso é mesmo necessário).
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