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Resumo Direito Administrativo I

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Direito Administrativo 
História do Direito Adm.
Surge no séc. XVIII na França e era um subconjunto do direito civil. Com a revolução francesa, o direito administrativo alcança autonomia e fica independente (fim da monarquia; antes o direito administrativo cuidava apenas dos interesses de quem estava no poder). Criação do conselho de Estado, um grupo de conselheiros (inicialmente, apenas consultivos), para aconselhar / julgar o Estado em situações que o Estado estivesse envolvido (não havia envolvimento do judiciário). Com o passar do tempo, o conselho passa a ser deliberativo, impondo sua vontade ao executivo (Criação de jurisprudência).
Formação do Estado de Direito em cima de quatro pilares:
Tripartição de poderes (fim do absolutismo monárquico)
Legalidade (a lei como guia)
Supremacia constitucional (A constituição acima de tudo)
Universalidade jurisdicional (A justiça aberta a todos)
Caso Agnes Blanco: uma menina que atravessa a rua e atropelada por um automóvel do governo francês. E aí? quem lida? o direito administrativo ou civil? O caso acaba por dar ao direito administrativo a condição de ramo independente do direito.
No Brasil, segunda Maria Sílvia, o direito administrativo é dividido em quatro momentos: Colônia, Império, República e CF/88. Na colônia era praticamente inexistente, cuidado apenas das fronteiras e impostos. No Império, sob inspiração francesa, cria-se também um conselho de estado. Com a república, em especial a CF/34, introduz-se alguns direitos sociais como saúde e saneamento, havendo então demanda para que o estado amplie o leque de serviços públicos.
Mas de fato é com a CF/88 que existe um alargamento dos direitos sociais e obrigações estatais: fundação do Estado Democrático de Direito (estado de direito com participação popular via voto, plebiscito e referendo; ação popular).
Sistema de jurisdição: 
Francês
Contencioso adm ou dualidade jurisdicional
Jurisdição especial (direito administrativo) € faz coisa julgada
Jurisdição comum (direito civil, penal, etc.) € faz coisa julgada
Inglês
Jurisdição única
Poder judiciário € faz coisa julgada
A esfera administrativa não faz coisa julgada
O Brasil adota o sistema inglês (Art. 5, XXXV, CF/88)
No caso de absolvição penal de um servidor público, por inexistência do fato ou por comprovação que não foi ele, ele é absolvido na esfera administrativa.
Se ele for condenado penalmente, com pena acima de 3 anos, reflete na esfera administrativa, ele perde o cargo.
Conteúdo do direito administrativo
Legalistas: o direito administrativo deveria estudar a lei
Serviço Público: Para os franceses, serv. Pub. é tudo que é praticado pelo Estado. Essa visão não é compatível com a visão brasileira de serviço público.
Critério do Poder executivo: estudar tudo que é produzido pelo poder executivo.
Critério teleológico: deve estar as leis e os princípios.
Critério Residual ou negativa: estudar tudo aquilo que não é estudado pelos demais ramos do direito
Escola da administração pública: Helly Lopes Meirelles. O direito deve se preocupar sempre que a administração pública realizar atos, não importa de qual natureza seja.
Fontes do Direito Administrativo
Leis
Jurisprudência
Doutrina
Costumes
Não um código de direito administrativo. Além da Constituição Federal, existem inúmeras legislações esparsas.
Administração Pública
Sentido subjetivo
Sujeitos: entidades políticas, órgãos, agentes públicos, entidades administrativas (União, Estados, DF, Municípios, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas, consórcios públicos).
Sentido objetivo
Atividades desenvolvidas
Fomento
Poder de polícia
Serviço público
Intervenção
O Brasil está mais próximo do sentido subjetivo. Importa quem está realizando o serviço.
Regime jurídico administrativo (RJA) 
Conjunto de regras e princípios atribuídos à administração pública.
O RJA na maioria do tempo está submetido às regras do direito público. Mas a lei em casos determinados, está submetida às regras do direito privado. Mas nunca a administração pública abre mão da preponderância do interesse público.
O RJA está fundado em dois grandes princípios (Celso Antonio Bandeira de Mello)
Supremacia do interesse público ***
Prerrogativas / privilégios da administração pública em comparação aos particulares
Toda vez que houver uma colisão entre o interesse público e o interesse particular, prevalece o interesse público.
Indisponibilidade do interesse público ***
Limites impostos a adm. publica e que não são impostos aos particulares.
A administração pública não pode dispor do direito.
PRINCÍPIOS
Constitucionais ou expressos – Art. 37 da CF/88 - LIMPE
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência (emenda 19)
Legalidade
O Estado só pode fazer / atuar de acordo com aquilo que estiver disposto em lei.
Estado de defesa (Art. 136) e Estado de Sítio (Art. ) – são restrições dos princípios da legalidade, pois o chefe do executivo pode vir a tomar medida para-legais que assegurem a lei e a ordem.
A medida provisória também é uma exceção ao princípio da legalidade.
Impessoalidade
Possui dois aspectos:
Tratamento conferido aos administrados
Garantir a igualdade de tratamento a todos os administrados.
o	Cotas, Precatórios, Concurso público e licitação são exemplos típicos de impessoalidade.
Em relação ao próprio gestor público
O gestor público não se personificar na coisa pública
Art. 37 §1
Moralidade
Moral é a conduta, é probidade, o tido como correto e adequado. É um princípio extremamente fluído. Moral não deve ser entendido como aquilo que o gestor público acredita e sim o aceito pelo grande grupo populacional. É muito cinzento definir o limite entre o moral e o imoral.
Art. 37, II. – Cargos comissionados são de livre nomeação. Súmula vinculante N. 13 – contra o nepotismo.
O difícil do princípio da moralidade é que ele não tem um enquadramento legal. O gestor não pode seguir a moral dele e sim a moral do coletivo.
A súmula 13 não recai sobre cargos comissionados políticos, ou seja, cargos de primeiro escalão, tais como, secretários, ministros, etc. Mas o parente tem que comprovar capacitação técnica na área.
Publicidade
Os atos administrativos, em sua grande maioria, devem ser publicizados. As exceções são atos que comprometam a segurança pública e segredos de estado.
O ato é publicado em meio oficial. Isso não quer dizer diário oficial, pois pequenos municípios não possuem uma imprensa oficial.
O princípio da publicidade tem relação com a produção de efeitos do ato e não com a validade do ato. Ou seja, o ato ser válido, mas não publicizado faz com que o ato não produza efeitos (uma portaria assinada pelo chefe do executivo, mas sem ser publicada não produz efeito).
O foco é transparência.
Eficiência
Eficiência é fazer o mesmo, gastando menos, com a mesma qualidade.
É um viés gerencial da gestão pública. Os demais princípios são burocráticos.
É o instrumento (meios adequados) a ser utilizado para chegar em um resultado. Foi o último princípio adicionado à Constituição via emenda em 1998.
Princípios Infraconstitucionais
Presunção da legitimidade e veracidade
Presume-se legítimos e verdadeiros os atos praticados pela administração pública.
Legitimidade € ato ser praticado de acordo com a lei Veracidade € o ato tem fé pública.
A presunção é relativa, pois é possível fazer prova em contrário.
Razoabilidade e proporcionalidade
Algo razoável e proporcional, é algo equilibrado.
A discricionariedade da administração pública deve, dentro do caso concreto, estabelecer o ato, buscando um equilíbrio com a situação fática.
Assim como a moral, o razoável e proporcional não é a medida do gestor público e sim do coletivo.
Motivação
A administração pública não pode praticar atos sem fundamentação, sem explicação. O ato administrativo deve ser motivado, tanto de direito, quanto de fato.
O ato deve ser motivadode forma verdadeira, o que dá origem à teoria dos motivos determinantes.
Teoria dos motivos determinantes: o ato tem que ser motivado com base na verdade. Caso contrário, o ato pode ser anulado.
Segurança Jurídica
O ato jurídico perfeito não é modificado. A lei quando muda só afeta os atos praticados após sua promulgação.
Continuidade do serviço público
Serviço público é aquele que o estado vai nomear para a demanda da coletividade, mesmo se prestado pela iniciativa privada (como o transporte).
Esse tipo de serviço não pode deixar de ser prestado.
Especialidade
É a criação de entidades administrativas (pessoa jurídica) para atingir objetivos específicos.
Fundação Pública
Autarquia
Sociedade de Economia mista
Empresa Pública
Consórcio Público
Tutela
Essas entidades especializadas, não podem alterar sua especialidade. Elas possuem autonomia, mas ainda são tuteladas (supervisionadas) pela administração direta.
Autotutela
A autotutela é quando a administração pública observa aquilo que ela está praticando. Baseia-se na súmula 473 STF.
Possibilidade da administração publica olhar pra aquilo que produziu e fazer a correção. Divide-se em dois modos:
Anulação
Quando a ato não estiver de acordo com a lei, o ato é ilegal.
Foi praticado sem praticar as formalidades exigidas.
o	O ato pode ser anulado pela própria administração pública (de oficio) ou do judiciário (via provocação)
Os efeitos são ex-tunc
Prazo pra anulação:
Se o ato foi praticado de boa fé e o beneficiário não tinha como se dar conta que havia um equívoco, a administração pública possui 5 anos pra corrigir.
Se o ato foi praticado de má fé, não tem prazo.
Revogação
o	O ato foi feito dentro da lei, mas ele se tornou inconveniente, inoportuno.
Quem praticou o ato pode revogar.
Trata-se de mérito e não de legalidade. Logo, o judiciário não revoga ato administrativo.
Não se pode revogar atos
Que cumpriu seus efeitos (ex: revogar as férias de um servidor que já gozou as férias).
Atos vinculados: atos ligados a lei. Aquele que cumpriu todos os requisitos, o ato deve ser cumprido.
O efeito é ex-nunc
Poderes e deveres da administração pública
Regime Jurídico Administrativo € Supremacia do interesse público + Indisponibilidade do interesse público
A supremacia confere prerrogativas. Isso gera poderes. A indisponibilidade confere limites. Isso gera deveres.
Deveres da administração pública
Dever de agir
A adm. pública tem o dever de agir. Se a legislação determina a conduta de agir, fazer, a adm. pública não pode ser furtar a fazer.
É uma agir dentro da lei. Não pode haver abuso de poder.
Existe abuso se extrapolar os limites de atuação.
Mesmo dentro dos limites, há abuso de poder se for para atender interesse particular.
Dever de ser eficiente
Eficiência é utilização dos instrumentos adequados.
Dever de probidade moral
A administração pública tem o dever de agir conforme a moral, a boa conduta.
Verificar a lei de improbidade administrativa
Dever de publicidade
Os atos praticados pela administração púbica devem ser transparentes, que a população, de forma geral, tome conhecimento.
Poderes da administração pública
Boa parte da doutrina entende que é poder-dever. Posto que não é optativo seu uso.
Características dos poderes
Instrumentais
São instrumentos (meios) para atingir um fim
Obrigatórios
Não se pode deixar de usar
Irrevogáveis
Eles não se acabam com o uso ou o não uso
Indelegáveis
Não podem ser transferidos a terceiros
Poderes em espécie
Hierárquico
Preocupa-se com a organização.
Distribui as atividades, rever, corrigir, atribuir, delegar, avocar, ordenar
Hierarquia só existe dentro das atividades administrativa. Não existe hierarquia entre atividades políticas (estado para município) nem nas atribuições judiciais.
Só existe dentro DA MESMA PESSOA JURÍDICA **
Só sofre poder hierárquico quem tem vínculo funcional.
Disciplinar
Punir, aplicar sanção
Quem sofre?
Quem tem vínculo funcional
Quem tem vínculo contratual (contrato administrativo)
Inclui até mesmo uma punição de um diretor de uma escola pública a um aluno.
o O enquadramento da conduta não é tão rígido e bem caracterizado quanto no código penal. Existe uma margem para o superior hierárquico analisar o caso concreto.
A omissão do superior hierárquico constitui-se crime.
Polícia administrativa
O exercício vem tentar disciplinar o uso e o gozo de alguns bens da vida
Prevista no Art. 78 do CTN
Limitação de uso dos bens
Supremacia do interesse público
Construções
Higiene
Segurança
Transporte
Lazer
Poluição sonora
Poluição visual
Pode ser
Preventiva
Quando a lei estabelece limites explícitos (velocidade, regras de higiene e estocagem, rótulos de alimentos, etc.)
Fiscalizadora
Quando existe uma operação do órgão de polícia administrativa (ex.: operação da vigilância sanitária)
Repressiva
Se na fiscalização for detectado infração da lei, existe a sanção
Sanção
Multa
Interdição do estabelecimento
Destruição de mercadorias
Quem exerce?
Originária
Adm. direta (município, Estado e união)
Delegada
A administração direta delega par Adm. pública indireta de direito público
Autarquias
Fundações públicas
Nunca pode ser delegado para a iniciativa privada
Atributos do poder de polícia
Se o estabelecimento não tiver alvará, a visita habilita o estabelecimento
Discricionariedade
Coercibilidade
Exigibilidade
Autoexecutoriedade
Exceção: a multa não pode ser auto executável
Toda e qualquer pessoa, natural ou jurídica, pode sofrer poder de polícia.
Normativo / Regulamentar
Feita pelo chefe executivo: Art. 84, IV (CF/88)
Objetivo é dar fiel execução a lei
O instrumento é o decreto
Trata-se de ato secundário (porque depende da existência da lei)
A regra geral é que o decreto não pode inovar a ordem jurídica.
Decretos autônomos (Art. 84, VI)
Permite que o chefe do executivo dispor sobre:
Organizar a administração pública desde que não represente custos ou criação e extinção de órgãos públicos
Extinguir cargos públicos vagos
Decretos autônomos podem ser delegados para ministro, procurador geral e advogado geral da união. (§ único)
Discricionário *
Ocorre quando o agente tem a possibilidade de escolher as opções que a lei fornecer.
Não é arbitrariedade (não tem possibilidade de escolha do que está fora da lei)
Análise do conveniente e oportuno (dentro da lei)
Vinculado *
Gestor não tem opção, sendo obrigado a seguir o que diz a lei.
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Atos Administrativos
Introdução
Foco do direito administrativo
Trata-se de ação humana, representando a vontade do estado. É a manifestação da vontade unilateral estatal.
Logo, o silêncio não é ato administrativo. Não existe aceitação tácita, porque ato é ação, movimento. O silêncio, a inércia não é ato, não é ação.
Ato não é contrato. Contrato é bilateral. O ato é unilateral e é a imposição do ato do Estado.
Atos administrativos podem ser examinados pelo judiciário, se incorrer em ilegalidade.
Elementos do ato administrativo
Sujeito / Competência
Não basta ser agente público, deve ter competência prevista em lei para exercer tal ato. Entretanto, competência pode ser delegada e a avocada.
Forma
Trata-se da exteriorização do ato, como ele se apresenta.
Sempre que a forma estiver descrita em lei, deve-se seguir de forma estrita, sob pena de nulidade.
Finalidade
A pratica do ato administrativo precisa atender a finalidade do interesse público.
Motivo
Motivo é o fim imediato, é aquilo que se busca.
Objeto
É o ato em si. A desapropriação, a multa, a interdição, etc.
Sujeito, forma e finalidade estão vinculados em lei. Motivo e objeto são discricionários ou vinculados.
Atributos
Presunção de veracidade e legalidade
Os atos praticados pela adm. pública são verdadeiros.
Trata-se de presunção relativa, pois pode ser feita produção de prova em contrário.
Coercitivo
O ato é imposto. A administração púbica não consulta ninguém sobrese deve ou não praticar o ato.
Exigibilidade
Possibilidade de cobrar
Auto Executoriedade
Não há necessidade de autorização judicial
Outras classificações
Quanto ao grau de liberdade
Discricionário
Quando o gestor escolhe uma das opções dentro da lei
A discricionariedade versa sobre motivo e objeto
Conveniência e oportunidade é analise de mérito. E é feita apenas por quem pratica o ato. O judiciário não analise o mérito do ato. Analisa somente a legalidade.
Vinculado
Quando não há possibilidade de escolha. Os requisitos legais foram cumpridos e o ato administrativo deve ser feito, não cabendo análise de conveniência e oportunidade.
Quanto ao destinatário do ato
Abstrato
Não se destina a pessoa específica
Concurso, licitação
Concreto
Destina-se a pessoa específica
Nomeação a cargo público
Quanto a abrangência
Interno
É de interesse de um grupo interno à administração pública.
Externo
É de interesse de todos, do púbico.
Quanto ao exercício de Prerrogativas
Atos de império
Quando a administração pública exerce a supremacia do interesse público.
Desapropriação, interdição.
Atos de gestão
Quando a administração pública pratica ato de organização, no mesmo patamar de quem sofre os efeitos. Ato externo.
Atos de expediente
São atos utilizados internamente para o desenvolvimento de suas atividades. Ato interno.
Quanto aos efeitos / espécie
Constitutivo
Constitui uma nova situação.
Demissão de serviço público, nomeação de servidor público, promoção.
Enunciativo
Ato que enuncia algo, traz uma opinião.
Parecer.
Declaratório
É ato que simplesmente declara, não cria nada. Registra algo que já existe.
Certidões de negatividade, certidão de tempo de serviço, etc.
Quanto a formação da vontade
Complexo
Depende da vontade de dois órgãos
As duas vontades são tidas como principais
As duas vontades são necessárias.
A lei é um ato complexo, pois depende do legislativo para fazer e do executivo para promulgar.
Composto
Depende da vontade de dois órgãos
Uma vontade principal, uma acessória.
O ato exige a vontade do principal e uma mera ratificação do segundo órgão.
Exemplo: Medida provisória.
Simples
É aquele que depende da vontade de uma pessoa ou um determinado órgão. Mesmo órgãos coletivos como os órgãos legislativos
Quanto à Conteúdo
Licença
É sempre um ato vinculado. Licença pra dirigir, licença profissional, etc. Uma vez preenchido os requisitos, a licença deve ser concedida. Logo, não é possível análise de conveniência e oportunidade.
Uso de bens públicos
Autorização
Existe apenas o interesse do particular. Toda autorização é precária, ou seja, frágil, pode ser revogada pela administração pública a qualquer momento. Pode ser gratuita ou onerosa. E pode ter previsão (ser datada). Mas a revogação de uma autorização datada, existe responsabilização por prejuízo do particular.
Permissão
Permissão de uso de bens públicos tem interesse do Estado, bem como do particular. Existe contrapartida financeira do particular. E o Estado estipula o perfil do particular a conceder a permissão.
Extinção dos Atos Administrativos
Natural
O ato extingue-se por si só.
Ex.: concessão de férias, fechar rua em dia e hora específica.
Subjetiva
Extinguiu o sujeito beneficiário do ato.
Ex.: Morte do funcionário cuja férias foi concedida.
Material / objetiva
Extinção do conteúdo do ato. Perda do objeto
Ex.: Um estabelecimento comercial é interditado. E depois pega fogo. Sem a existência do estabelecimento, extingue o ato.
Renúncia
O beneficiário do ato renuncia.
Ex.: Um professor pede exoneração.
Cassação
O ato foi conferido de acordo com a lei, porém o beneficiário do ato tem conduta incompatível com o praticado.
Caducidade
Dado a existência de uma nova lei, o ato torna-se incompatível com o ordenamento jurídico.
Retirada
É quanto a administração pública retira o ato administrativo. É a concretização do princípio da autotutela.
Anulação
Quando o ato é eivado de vícios. Existe uma ilegalidade no ato original.
O vicio pode ter sido dado causa tanto pela adm. pública quanto pelo particular. Se foi pela adm. pública errar, ela deve indenizar o particular, mas apenas se o particular estiver de boa-fé.
Prazo de 5 anos para correção do vício. Prazo decadencial. Se o particular deu causa, ou estiver de má-fé, não há prazo.
Boa-fé é quando não há contribuição para o vício ou não tinha condições de perceber que o vício ocorreu.
A anulação possui efeitos ex-tunc.
Revogação
Com o intercurso temporal, o ato torna-se inconveniente ou inoportuno. Não há ofensa a lei.
No momento que o ato foi praticado, ele era conveniente e oportuno. Depois, não é mais.
Relaciona-se com o mérito do ato.
Judiciário não revoga ato administrativo. Só quem pode revogar o ato é quem o praticou, com efeitos ex-nunc.
Organização da Administração Pública
Direta
É aquela que deriva da própria Constituição Federal. São elas:
União
Estado
DF
Municípios
Todos os princípios Adm. se aplicam.
Indireta
É indireta porque se originam dos entes da administração direta.
Autarquias
Fundações públicas
Sociedades Econômicas
Empresas Públicas
Consórcios Públicos.
Entidades Administrativas
Criadas a partir da vontade dos entes federativos. Objetivam prestar serviço administrativo especializado Possuem:
Capacidade financeira
Capacidade administrativa
Devem respeitar todos os princípios administrativos Sofrem tutela da administração direta
Prestação de Atividades
Centralização
Quando os próprios entes políticos (União, Estados, DF e Municípios) prestam o serviço diretamente com o auxílio dos órgãos e agentes públicos.
Ex.: Saúde.
Desconcentração
Divisão interna das atividades. Objetivando a melhor organização da prestação do serviço.
Ex.: secretarias de governo.
Descentralização
Ocorre com a administração pública busca auxílio de terceiro para desempenhar suas atividades.
Descentralização por outorga:
Quando a administração pública cria mediante lei entidade administrativa de direito público (da administração indireta):
Autarquia
Fundação autárquica
Consórcio público
Mediante lei a administração direta repassa a prestação do serviço público e a titularidade para a entidade criada. Não há prazo determinado. Justamente devido a passagem da titularidade, que necessita ser de direito público.
Titularidade confere à entidade o mesmo poder do Estado sobre o serviço concedido.
Descentralização por delegação
o Legal
Cria mediante lei entidade administrativa indireta de direito privado, repassa prestação de serviço. Empresa pública, sociedade de economia mista.
Não há prazo.
Ex.: Embasa
o Contratual
Via contrato, repassa a prestação do serviço. O contrato tem prazo de duração.
Não repassa titularidade.
Órgãos Públicos
Quem são
Divisão interna da administração pública
Objetivo
Uma melhor organização a prestação do serviço público. Pode ser uma organização material (secretaria de saúde, educação, etc.), regional (PF Bahia, PF RJ, etc.)
Devem ser criados por lei.
Teorias
Objetiva
O sujeito está personificado dentro do órgão.
Subjetiva
O órgão público é o sujeito. Se o sujeito falece, o órgão perde o sentido. Some.
Moderna
Existe o órgão mas também existe o agente público.
Conceito
Ver conceito de Hely Lopes
Características
Administrativa
Tem
Capacidade Jurídica
Não tem
Capacidade processual
Não tem
Contrato
Contratos de licitações são assinados pelo órgão, mas o gestor do executivo também assina. Ou seja, o prefeito, o govenador, etc.
Classificação
Quanto a pessoa federativa
Federal
Estatal
Municipal
Quanto a composição
Simples
Uma pessoa (governador, presidente)
Coletivo
Câmara de vereadores, etc.
Quanto a Hierarquia
Independente
Origem dentro da CF/88
Presidência, governador, assembleia, câmara, congresso
Autônomos
São aqueles que têm subordinados aos independentes Ministério, secretaria
Superior
Departamentos, procuradoriasSubalternos
Aqueles que obedece ordens de todos acima e não tem ninguém abaixo.
Principais Órgãos
Presidência da República AGU
Ministérios Governadoria Secretarias
Administração Indireta
Representa o fenômeno da descentralização administrativa
É uma outra pessoa jurídica, com autonomia
Objetivo
Prestação de serviço especializado.
Quem pode criar
Qualquer entidade da administração direta (União, Estado, Município, DF). CF cria a Direta. E a direta cria a indireta (por autorização da CF).
Pessoas Jurídicas
Possuem capacidade administrativa e financeira e processual Não tem capacidade de legislar
Seguem princípios adm.
Capital inicial destinado pela entidade criadora
Quem são
Autarquias
Fundações públicas
Empresas públicas
Sociedades de Economia Mista
Consórcios Privados
AUTARQUIAS *** (Base para a maioria das entidades da adm. indireta)
Criação e extinção
Criada e extinta mediante lei ordinária específica. Art. 37, XIX CF /88.
Objetivo
Desburocratizar e dar celeridade à administração pública, prestando o serviço público especializado, presente.
Universidades, Agências reguladoras, Bancos, órgãos ambientais, IPHAN, etc. são autarquias.
Patrimônio
É concedido pelo ente federativo que cria a entidade.
Responsabilidade civil
Possui capacidade processual. A adm. direta só responde subsidiário, apenas se a autarquia não puder responder.
Previsão do Art. 37, §6. CF/88
Trata-se de responsabilidade objetiva. Basta comprovar o nexo causal.
Foro judicial
Art. 109, I. CF/88
Juiz federal julga ações referente às autarquias da União. Exceto falência, acidente de trabalho, justiça do trabalho e eleitoral.
Autarquias estaduais e municipais são julgados pela justiça estadual.
Regime de pessoal
Inicialmente, pela CF/88, a autarquia seguia o regime da entidade que o criou: estatutário, CLTista, etc. Era o chamado regime jurídico único.
Com a EC 19/98, isso foi alterado. Tanto a administração direta ou indireta pode escolher o regime que quiser aplicar (Estatutário ou CLT). Criou-se o regime misto. Essa EC está em julgamento de constitucionalidade no STF.
Em 2007, liminarmente, o STF cessou o regime misto. Súmula 390 TST
Mesmo regido pela CLT, tem direito a estabilidade. Para autarquias.
Nomeação e exoneração
Concurso público
Natureza Jurídica
Direito público. Significa que todas as regras do direito público serão aplicadas a autarquia.
Prerrogativas
Imprescritibilidade
Impenhorabilidade
Prazos Prescritivos são diferenciados. Mais curtos, favoráveis a adm. pub.
Prazos processuais são mais longos, favoráveis a adm.
Agências reguladoras são autarquias
Agência executiva – apenas Inmetro – contrato firmado com Min. Industria e Comercio Conselho de classe – são autarquias (exceto OAB)
Fundações públicas – podem ter duas naturezas: de direito público ou de direito privado. Fundações são feitas para cuidar de alguma coisa. Autarquias para prestar serviço.
Consórcios Públicos
Trata-se de entes federativos, apenas; município, Estados, União, DF. Não pode ter finalidade de lucro.
A finalidade do consórcio pode ser qualquer uma.
A união não pode consorciar com município sem a presença do Estado.
O consórcio é uma pessoa jurídica. Com efeito, tem autonomia, responsabilidade, obrigação, contratar, sofrer fiscalização do Tribunal de Contas.
A criação começa com um protocolo de intenção e cada entre promulga uma lei permitindo a criação do consórcio, para somente após a sua criação ser possível.
A lei também permite que o consórcio público tenha natureza de direito privado, o que o obriga a seguir o código civil.
Se for de direito público, ele é uma autarquia associativa. E faz parte da adm. indireta DE TODOS os entes envolvidos.
Difere da autarquia pelo regime de pessoal. Pode fazer concurso, fazer REDA, etc mas não pode ser estatutário. Tem que ser celetista.
Empresas Estatais
São empresas criadas pelo Estado.
São compostas por dois modelos distintos:
Sociedades de economia mista
Empresas Públicas
As diferenças entre os dois modelos são:
CAPITAL
Empresas públicas tem capital 100% público.
Não necessariamente pertencendo a um único entre federativo.
Comporta também adm. indireta.
Sociedade de economia mista tem % variado entre público e privado.
Capital público deve ser MAIOR QUE 50% (ações com direito a voto)
Só as empresas que NASCERAM a partir da vontade do estado pode ser sociedade de economia mista. A compra posterior de ações não a torna uma empresa pública.
FORMA DE CRIAÇÃO
Empresa pública pode ser criada de qualquer forma admitida no direito brasileiro: ltda, S/A, etc.
Sociedade de Economia Mista só pode ser S/A (Sociedade Anônima)
FORO JUDICIAL (Art. 109 CF/88)
Empresa pública federal € Justiça federal
Sociedade de Economia Mista € Justiça estadual
Criação das Sociedades de Economia Mista
Art. 37, XIX
Necessita lei específica para sociedade de economia mistas. Mas a lei não é suficiente. É necessário que o órgão competente autorize (ex.: Junta Comercial).
Objetivo das Empresas Públicas
Prestar um serviço ou explorar economicamente o mercado (Art. 173. CF) [deve ser excepcional].
Ler Art. 173
Lei 13.303 / 2016 – Definição de empresa pública e sociedade de economia mista
Art. 3 – Empresa pública
Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, com patrimônio próprio e cujo capital é integralmente público (advindos de entes federativos)
Art. 4 – Sociedade de economia mista
Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cuja ações com direito a voto, pertençam a sua maioria à união, estados, municípios ou DF, ou ainda entidade da administração privada.
Diferença entre Estatais Exploradoras e das Prestadoras
BENS
Exploradores
Bens comportam usucapião, penhora e dação em garantia.
Prestadores
Todo bem é protegido, se usado na prestação do serviço público.
RESPONSABILIDADE
Exploradores
Aplica-se o código civil.
Responsabilidade subjetiva: análise de dolo ou culpa.
Prestadores
Art. 37, §6 CF/88 € Respondem a danos causados a terceiros por seus agentes, com direito de regresso posterior. (teoria da imputação)
Responsabilidade objetiva. Regresso apenas com dolo ou culpa.
PARAESTATAL
Não são estatais. São “paralelas” ao Estado, não são adm. direta nem adm. indireta.
Elas andam ao lado do Estado, auxiliando o Estado, mas não são Estado. Nascem da vontade de particulares.
Exemplo: Sistema “S” (Senai, Senac, Sebrae, etc.), Organização Social, OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público) e as entidades de apoio
Organizações Sociais e OSCIP
São criadas por particulares para atender demanda, principalmente, na área social. São entidades sem fins lucrativos.
Repasse de verbas é feito por contrato de gestão.
09/05
AGENTES PÚBLICOS
É o gênero, todos que atuam em nome do Estado.
Quem são
Aqueles que agem em nome do estado.
PF ou PJ?
Sempre pessoa física, ainda que transitoriamente, sem remuneração e sem vínculo (como um jurado ou um mesário).
Há necessidade de permanência
Não. O vínculo pode ser transitório.
Remuneração
Não necessariamente.
Administração direta ou indireta
Ambas.
Agentes públicos podem ser
Sujeitos de responsabilidade civil
Sim.
Sujeitos ativos improbidade
Sim.
Denominações
Agente estatal, agentes administrativos.
Categoria
Servidor público
Contratado por tempo determinado
Empregado público
Agente político
Militares
AGENTES POLÍTICOS
São os representantes do povo: Presidente, governadores, prefeito, seus vices, deputado, senadores, vereadores. Bem como cargos de primeiro escalão: ministros da união e secretários do governo.
Alguns autores também incluem magistrados, membros do TCU, MP. Mas não é um enquadramento unânime.
AGENTES COLABORADORES
São aqueles que colaboram com a administração pública.
Requisitados e nomeados(ou designados)
Aquele que é chamado pelo Estado para prestar serviço público, tais como mesário, conscritos, militares, etc.
Sponte própria
Vontade própria. É aquela que no momento de emergência se disponibiliza a ajudar.
Delegados
Há delegação do cargo, como conselheiros tutelares. São pagos e eleitos pela comunidade.
São também delegados os notários e os tabeliões, bem como tradutor juramentado.
SERVIDORES PÚBLICOS
Estrito
Aquele que exerce atividade na administração direta ou indireta de direito público. Estatutário.
Amplo
Tanto estatutário quanto celetista
Onde exercem atividade
Adm. direta e indireta.
Vínculo Estatutário Estabilidade Sim, após 3 anos.
EMPREGADOS PÚBLICOS
Onde
Administração indireta de direito privado. (Sociedade de economia mista e empresa pública e fundação pública de direito privado).
Vínculo
Celetista
Derrogações normais constitucionais?
Respeita normas constitucionais como concurso, não pode acumular, etc.
Estabilidade
Não.
Dispensa
Sim, com motivação ampla.
REDA
Regime Especial de Direito Administrativo Art. 37, IX.
Contratação temporária por excepcional interesse público. Necessita lei. REDA não tem nem cargo nem emprego. Tem função atípica.
Lei 87.045/93.
2 anos prorrogáveis por mais 2, em geral. Existe também leis estaduais e municipais.
ORGANIZAÇÃO DA ADM. PÚBLICA
Criação e extinção por lei Exceção € cargos do legislativo.
Regime € sempre dentro da adm. direta ou indireta. Estatutário.
NATUREZA DO CARGO PÚBLICO
Efetivo
Sim
Definitivo ou transitório
Definitivo.
Exigência
Concurso público
Estabilidade
Sim
Perda
Mas ver art. 41 CF/88 e Art. 69, §4.
Cargos comissionados
São de livre nomeação e exoneração. Art. 37, II. CF/88
Alguns cargos exigem conhecimento técnico e prévio na área. São usados para direção, chefia e assessoramento.
São pessoas da confiança do gestor que vão comandar grupos de técnicos.
Cargos Vitalícios
Não pode seu cargo modificado nem ser exonerado. Juízes, promotores, membros do TCU, TCE.
Pode haver perda por sentença judicial transitada em julgado.
Função de confiança vs Cargo Comissionado
Cargo comissionado pode ser ocupado por qualquer pessoa, de fora ou de dentro da estrutura administrativa.
Já a função de confiança só pode ser ocupada por servidores efetivos.
Não é necessário terminar o estágio probatório para exercer função de confiança dentro do mesmo local que fez concurso. Mas fora do local somente após o estágio probatório.
Provimento
Preenchimento: como o cargo é ocupado e pode se dar de duas formas:
Originário: mediante concurso
Derivado
O provimento é após a nomeação (publicar no diário oficial) e materializa-se pela tomada da posse.
O prazo para tomar posse é de 30 dias e 15 dias para exercício. Pode ser por procuração específica.
Inicia-se o estágio probatório de 3 anos de efetivo exercício (por exemplo, a gravidez suspende a contagem do prazo).
Procedimento derivado
Aquele que é decorrente do originário
Vertical
Promoção, dentro da carreira a qual ingressou pelo provimento originário.
A súmula 685 STF proíbe a ascensão, ou seja, mudar de um cargo para outro (outra carreira).
Horizontal
Readaptação
Quando a pessoa não consegue mais desenvolver as atividades do cargo, mas pode ser aproveitado em outro cargo.
Aposentar por invalidez é a última possibilidade.
É aplicável tanto para o servidor estável quanto para aquele em estágio probatório.
Aplicável mesmo sem cargo vago. Entra como excedente. Quando o cargo surgir, ele a ocupa.
Reingresso
Retorno de quem estava fora do serviço público. Pode ser via:
Reversão: Art. 25 lei 8.112/90
Aplicável quando há o retorno de quem está aposentado. V (da reversão) de velho.
Pode ocorrer
Invalidez (quando volta a ter condições de laborar)
Insubsistência
Por interesse da adm. publica
A pedido do servidor
Tem que haver cargo vago
Aposentado até 5 anos
Anuência da adm. pública
Aproveitamento. Art. 41, §3 CF e art. 30 lei 8.112/90
Qualquer servidor?
Prazo disponibilidade
R$ aproveitamento
Cargo
Reintegração. Art. 41, §2 e 28 lei 8.112/90
Quando

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