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Mecânica dos Solos e Fundações 1 2 Textura dos Solos 3 Textura A textura de um solo é sua aparência ou “sensação ao toque” e depende dos tamanhos relativos e formas das partículas, bem como da faixa ou distribuição desses tamanhos. Solos granulares: Pedregulhos Areias Solos finos: Siltes Argilas 0.075 mm (USCS) Peneiramento Sedimentação 4 Tamanho de Grão e Distribuição Granulométrica 5 2.1 Tamanho de Grão 4.75 Unit: mm (Holtz and Kovacs, 1981) USCS BS 0.075 2.0 0.06 0.002 USCS: Unified Soil Classification BS: British Standard 6 Classes de tamanho de partículas do solo FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA DIÂMETRO (mm) Matacão > 200 Calhau 200 –20 Cascalho 20 - 2 Areia grossa 2 – 0,2 Areia fina 0,2 – 0,05 Silte 0,05 – 0,002 Argila < 0,002 7 No Campo: A textura é feita por estimativa, esfregando uma massa de solo úmida e homogeneizada entre os dedos Areia Sensação aspereza, não plástico, não pegajoso Silte Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso Argila Sensação sedosidade, plástico, pegajoso Identificação Visual-tátil dos solos A investigação preliminar em campo exige, muitas vezes, uma identificação dos solos sem os recursos de laboratório. A identificação tátil-visual é realizada colocando um punhado de solo na mão e esfregando- o entre os dedos pode-se identificar a areia por uma sensação de aspereza, ao contrário a argila e o silte é extremamente lisa (sobretudo quando umedecida). 8 Identificação Visual-tátil dos solos As argilas são plásticas, permitem ser moldadas, enquanto os siltes e as areias não. Fazendo-se bolinhas de solo e deixando-as secar, pode-se verificar a resistência a pressão dos dedos que nas argilas será elevada e baixa nos solos arenosos e siltosos. Para estimar a quantidade de areia pode-se dissolver o solo em um recipiente com água limpa. A areia irá para o fundo rapidamente e a argila demorará a se decantar. 9 Identificação Visual-tátil dos solos Análise Tátil Visual 10 Identificação Visual-tátil dos solos Caracterização Visual Tátil Solo solto Solo Friável Solo Firme Solo Extremamente Firme 11 12 sedimentação 13 14 Solo muito argiloso Grande concentração de argila Solo argiloso seco 15 Solo arenoso (Bauru) 16 Lama siltosa 17 Distribuição Granulométrica (Das, 1998) (Head, 1992) 18 19 Distribuição Granulométrica (Das, 1998) (Head, 1992) •Peneira 20 Distribuição Granulométrica (Cont.) Solos granulares: Pedregulho Areia Solos finos: Silte Argila 0.075 mm (USCS) 0.06 mm (BS) (Hong Kong) •Ensaios Peneiramento Sedimentação (Head, 1992) 21 Módulo de finura (Mf): é a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. PENEIRAS (mm) MATERIAL RETIDO (g) % SIMPLES % ACUMULADO 4,8 30 3 3 2,4 70 7 10 1,2 140 14 24 0,6 320 32 56 0,3 300 30 86 0,15 120 12 98 Fundo 20 2 100 = 1000g Mf=277/100 = 2,77 22 Os módulos de finura para a areia, variam entre os seguintes limites: Muito fina: MF < 1,71 Fina: 1,72 < MF < 2,11 Média: 2,12 < MF < 2,71 Grossa: MF > 2,71 23 Dimensão Máxima (Dm) : grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura de malha quadrada, em mm, à qual corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. 24 PENEIRAS (mm) MATERIAL RETIDO (g) % SIMPLES % ACUMULADO 4,8 30 3 3 2,4 70 7 10 1,2 140 14 24 0,6 320 32 56 0,3 300 30 86 0,15 120 12 98 Fundo 20 2 100 = 1000g Mf=277/100 = 2,77 25 Classificação das Rochas Britas 26 As britas podem ser classificadas em: Brita 1 (Dm) = 12,5mm Brita 2 (Dm) = 25mm Brita 3 (Dm) = 38mm Brita 4 (Dm) = 76mm Brita 5 (Dm) = 100mm 27 Distribuição Granulométrica (Cont.) Escala logarítmica (Holtz and Kovacs, 1981) Tamanho efetivo D10: 0.02 mm D30: D60: 28 Distribuição Granulométrica Descreve a forma Exempo: Bem graduada Critérios Pergunta Qual é o Cu para um solo com um único tamanho de grão? mmD mmD efetivotamanhommD 9 6.0 ) (02.0 60 30 10 2 )9)(02.0( )6.0( ))(( )( 450 02.0 9 2 6010 2 30 10 60 DD D C curvaturadeeCoeficient D D C deuniformidadeeCoeficient c u mmD mmD efetivotamanhommD 9 6.0 ) (02.0 60 30 10 29 Pergunta Pergunta Qual é o valor de Cu para um solo com um único tamanho de grão? Tamanho de partícula % a cu m al ad a p as sa n te Distribuição granulométrica 1 10 60 D D C deuniformidadeeCoeficient u 30 Distribuição Granulométrica Aplicações na Engenharia Auxilia a “sentir” a textura do solo (que solo é esse) e também será empregada na classificação de solos (próximo assunto). Pode ser usada para definir a faixa granulométrica especificada para filtro de um dreno (para evitar a colmatação do mesmo) . Pode ser um critério de seleção de materiais de enchimento e aterros de barragens, materiais para sub-base e base de pavimentos e agregados para concreto de CP e misturas asfálticas. 31 Forma da Partícula Importante para solos granulares Partículas angulares maior atrito Partículas arredondadas menor atrito Notar que as partículas de argila têm formato lamelar. Arredondada Subarredondada Subangular Angular (Holtz and Kovacs, 1981) Solos granulares 32 Limites de Atterberg e Índices de Consistência 33 Limites de Atterberg Introdução ◦ O comportamento dos solos finos irá depender de diversos fatores, tais como: como sua composição química e mineralógica; sua umidade; sua estrutura e seu grau de saturação. 34 Limites de Atterberg Em função da quantidade de água presente em um solo, podemos ter os seguintes estados de consistência: líquido; plástico; semi-sólido e; sólido: 35 Limites de Atterberg O estado líquido é caracterizado pela ausência de resistência ao cisalhamento e o solo assume a aparência de um líquido. Quando o solo começa a perder umidade, passa a apresentar o comportamento plástico, ou seja, deforma-se com variação volumétrica (sem fissurar-se ao ser trabalhado). Ao perder mais água, o material torna-se quebradiço (semi-sólido). No estado sólido, não ocorrem mais variações volumétricas pela secagem do solo. 36 Limites de Atterberg (Cont.) Limite de Liquidez, LL Estado LíquidoLimite de Plasticidade, LP Estado Plástico Limit de Contração, LC Estado Semi-sólido Estado Sólido Solo seco Mistura fluida solo-água T eo r d e u m id ad e cr es ce n te 37 Limites de Atterberg Os teores de umidade correspondentes às mudanças de estado são denominados: ◦ Limite de Liquidez (LL); ◦ Limite de Plasticidade (LP) e; ◦ Limite de Contração (LC). ◦ O LL é o teor de umidade que delimita a fronteira entre o estado líquido e plástico. ◦ O LP delimita o estado plástico do semi-sólido e; ◦ O LC, o estado semi-sólido do sólido. 38 Limite de Liquidez-LL Materiais Solo passando na peneira No.40 (0,425 mm). Água destilada Método de Casagrande (ASTM D4318-95a) O Professor Casagrande normatizou o ensaio e desenvolveu o aparelho para determinação do limite de liquidez. 39 Método de Casagrande N=25 golpes Abertura da ranhura = 12,7mm (0.5 in) (Holtz and Kovacs, 1981) •Aparelho O Limite de Liquidez é o teor de umidade para o qual a ranhura de solo se fecha com 25 golpes, no aparelho de Casagrande. 40 Limite de Liquidez-LL Método de Casagrande Definição do Limite de Liquidez: teor de umidade para o qual o sulco se fecha com 25 golpes. A resistência que o solo oferece ao fechamento do sulco, medida pelo nº de golpes requeridos, provém de sua “Resistência ao Cisalhamento” correspondente à umidade que apresenta. Experimentalmente, obteve-se no LL, esta resistência que tem o valor de 25 g/cm2 para todos os solos plásticos. 41 4.2.1 Método de Casagrande 42 Limite de Liquidez-LL Método de Casagrande Com os resultados obtidos traça-se a linha de escoamento do material (umidade x nº de golpes). Recomenda-se a determinação de, pelo menos, seis pontos. 43 4.2.1 Método de Casagrande (Cont.) 44 4.3 Limite de Plasticidade – LP NBR 7180 •Limite de Plasticidade •Quando o solo se encontra no estado plástico ele perde a capacidade de fluir conservando a sua forma e podendo ser facilmente moldado. •Se ele continuar perdendo umidade, este estado desaparece até que, para um certo valor denominado Limite de Plasticidade (LP), o solo se desmancha ao ser trabalhado: é o estado semi-sólido 45 Limite de Plasticidade – LP NBR 7180 O limite de plasticidade, LP, é o teor de umidade no qual um cilindro de solo com 3,2 mm de diâmetro começa a trincar quando moldado. (Holtz and Kovacs, 1981) 46 Limite de Plasticidade – LP NBR 7180 47 Limite de Contração - LC Definição do LC: Teor de umidade abaixo do qual o solo não mais muda de volume ao variar seu teor de umidade (Das, 1998) SL 48 Limite de Contração - LC (Cont.) (Das, 1998) Volume de solo: Vi Massa de solo: M1 Volume de Solo: Vf Massa do solo: M2 )100)(()100( (%)(%) 22 21 w fi i M VV M MM wwLC 49 Limite de Contração - LC (Cont.) “Embora o limite de contração fosse bastante usado durante os anos 1920s, é atualmente considerado como sujeito a elevada incerteza e portanto sua determinação não é mais comum.” “Um dos maiores problemas do ensaio de limite de contração é que a magnitude da contração depende não apenas do tamanho do grão mas também da estrutura inicial do solo. O procedimento padrão consiste em iniciar o ensaio com um teor de umidade próximo (mas inferior) ao LL. Entretanto, especialmente nas argilas siltosas e arenosas, isto resulta em valores de LC superiores ao LP, o que não tem sentido. Casagrande sugere que o teor inicial de umidade seja ligeiramente maior do que o LP, se possível, mas reconhece-se que nesta condição é difícil evitar a aprisionamento de bolhas de ar no solo moldados.” (Holtz and Kovacs, 1981) 50 Típicos Valores dos Limites de Atterberg (Mitchell, 1993) 51 4.6 Índices Indice de Plasticidade IP Para descrever o intervalo de teor de umidade em que um solo é plástico IP = LL – LP Índice de Consistência IC LC <0 (A), fratura frágil se cisalhado 0<LC<1 (B), sólido plástico se cisalhado LC >1 (C), líquido viscoso se cisalhado LL Estado Líquido LP Estado Plástico LC Estado Semi- sólido Estado Sólido IP A B C umidade de teor o éw LPLL LPw IP LPw LC 52 4.6 Indices (Cont.) Atividade A (Skempton, 1953) Argilas de atividade normal: 0,75<A<1,25 Argilas inativas: A<0,75 Argilas ativas: A> 1.25 Elevada atividade: Expandem muito ao serem umedecidas Apresentam elevada contração quando secas Muito reativas (quimicamente) •Propósito Tanto o tipo quanto a quantidade de argila nos solos afetarão os limites de Atterberg. Este índice destina-se a separar os tipos de argilas. Mitchell, 1993 mm0,002argila fração (peso)argila fração% IP A 53 Superfície específica de uma partícula de solo ESTADOS FÍSICOS DO SOLO e ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS ESTADOS FÍSICOS DO SOLO e ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS O solo é composto por um grande número de partículas, com dimensões e formas variadas, que formam o seu esqueleto sólido. Esta estrutura não é maciça e por isso não ocupa todo o volume do solo. Ela é porosa e, portanto, possui vazios. Esses vazios podem estar totalmente preenchidos por água (solo saturado), podem estar completamente ocupados pelo ar (solo seco) ou com ambos que é a forma mais comum na natureza. Por isso, de modo geral, dizemos que os solo é composto por três fases: sólida, líquida e gasosa. Carga e = 50% δ = 1,2 Vw = água higroscópica e = 50% δ = 1,5 Vw = água higr. + livre e = 30% δ = 1,2 e = 50% δ = 1,7 Água Vazios (ar) Partículas minerais FASES DO SOLO Alguns conceitos básicos δ = γs /g * Vw e = Vv γw /g * Vs Vs δ = Densidade γs = Peso específico de sólidos γw = Peso específico da água g = aceleração da gravidade Vs = volume de sólidos Vw = Volume de água livre e higroscópica Vv = Volume de vazios e = Índice de vazios Fases físicas do solo Gasosa A água contida no solo pode ser classificada em: a) água de constituição – faz parte da estrutura molecular da partícula sólida. b) água adesiva – película de água que está eletricamente ligada à partícula. c) água higroscópica – permanece num solo seco ao ar livre. d) água livre – preenche os vazios do solo. e) água capilar – sobe além da superfície livre de água pelos canais finos deixados pelas partículas sólidas. Obs.: a água higroscópica só desaparece mediante secagem do solo na estufa, entre 100 e 105ºC. A água contida no solo pode ser classificada em: a) água de constituição – faz parte da estrutura molecular da partícula sólida. b) água adesiva – película de água que está eletricamente ligada à partícula. c) água higroscópica – permanece num solo seco ao ar livre. d) água livre – preenche os vazios do solo. e) água capilar – sobe além da superfície livre de água pelos canais finos deixados pelas partículas sólidas. Obs.: a água higroscópica só desaparece mediante secagem do solo na estufa,entre 100 e 105ºC. RELAÇÕES BÁSICAS ENTRE AS FASES CONSTITUINTES DOS SOLOS (índices físicos) Relações entre volumes a) Índice de vazios (volume de vazios em relação ao volume de sólidos) e = Vv Vs b) Porosidade (porcentagem de vazios de um solo) n = (Vv / V) x 100% Onde V = Vs + Vv c) Grau de Saturação (porcentagem de água contida nos vazios de um solo) S = (Vw / Vv) x 100% Relação entre massas a) Teor de umidade (porcentagem de água existente no solo em relação a parte sólida) w = (Mw / Ms) x 100% Relações entre pesos e volumes a) Peso específico aparente úmido (w ≠ 0) γ = P / V Obs.: este peso específico é conhecido também por peso específico natural do solo. b) Peso específico aparente seco (w = 0) γd = Ps / V c) Peso específico das partículas sólidas (grãos) γs = Ps / Vs Relações entre massas e volumes a) Massa específica aparente úmida (w ≠ 0) ρ = M / V Obs.: Também conhecida por massa específica natural. b) Massa específica aparente seca (w = 0) ρd = Ms / V c) Massa específica das partículas sólidas (grãos) ρs = Ms / Vs b) Peso específico saturado γsat = [(δ + e) / 1 + e] x γw c) Peso específico submerso γsub = γsat - γw a) Densidade relativa das partículas sólidas (grãos) δ = γs / γw γw = 1 gf/cm³ ou 1 tf/m³ Outras relações entre índices físicos Relações entre índices físicos ρ = ρd (1 + w) e = (ρs / ρd) - 1 n = e/ 1 + e S = ρs . W / e . ρw ρd = ρs . S . ρw / S . ρw + ρs . w 68 8. References Main References: Das, B.M. (1998). Principles of Geotechnical Engineering, 4th edition, PWS Publishing Company. (Chapter 2) Holtz, R.D. and Kovacs, W.D. (1981). An Introduction to Geotechnical Engineering, Prentice Hall. (Chapter 1 and 2) Others: Head, K. H. (1992). Manual of Soil Laboratory Testing, Volume 1: Soil Classification and Compaction Test, 2nd edition, John Wiley and Sons. Ifran, T. Y. (1996). Mineralogy, Fabric Properties and Classification of Weathered Granites in Hong Kong, Quarterly Journal of Engineering Geology, vol. 29, pp. 5-35. Lambe, T.W. (1991). Soil Testing for Engineers, BiTech Publishers Ltd. Mitchell, J.K. (1993). Fundamentals of Soil Behavior, 2nd edition, John Wiley & Sons.
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