1 - Dir Civil - Da personalidade e da capacidade

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DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
1- Noções
2- Estado
	
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Introdução
São sujeitos de direito e deveres não só as pessoas naturais, mas também as pessoas jurídicas.
O direito reconhece, de forma supletiva, certos entes despersonificados:
	+ A Massa Falida;
	+ O espólio;
	+ O nascituro ;
	+ A sociedade comum;
* Os entes despersonificados, embora desprovidos de personalidade, também são considerados sujeito de direito de fato.
* Os animais, apesar de serem protegidos pelo direito, não são sujeito de direito.
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
A personalidade
Personalidade é o atributo necessário para ser sujeito de direito.
A personalidade surge concomitante com a capacidade de direito, elevando o indivíduo à condição de sujeito de direito.
Não pode ser medida, ou está presente ou não está, porém, a capacidade pode ser fragmentada conforme a condição de quem a detém.
Não só pessoas naturais tem personalidade, mas também as pessoas jurídicas.
A personalidade é elemento indissociável à pessoa, acompanhando-a por toda a vida.
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Inicio e fim da personalidade
Inicio da personalidade –At 2º do CC
A personalidade da pessoa civil começa com o nascimento com vida;
Ocorre nascimento quando o feto é separado do do ventre.
O marco para afirmar o nascimento com vida é a respiração.
	+ Demonstração desse fato pode ser realizada de 	todos os meios, inclusive pela perícia médico-legal 	denominada Docimasia hidrostática de Galeno.
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Inicio e fim da personalidade
Fim da personalidade – art. 6º do CC
A existência da pessoa natural termina com a morte;
Considera-se morto aquele que teve paralisada de forma permanente e irreversível sua atividades cerebrais (morte encefálica).
Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que e lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
A prova da morte é realizada preferencialmente pela certidão de óbito ou, não sendo possível, pelos meios indiretos de prova.
* Ausente: aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar qualquer notícia ou qualquer representante.
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O Nascituro
Nascituro: produto da concepção em desenvolvimento, que já se fixou na parede do útero materno e ainda não nasceu.
Tem seus direitos reconhecidos desde a concepção, mas são desprovidos de personalidade.
Não são considerados sujeito de direito, detém expectativa de direito.
A legislação brasileira adotou a teoria Natalista.
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Capacidade de direito e capacidade de fato
Capacidade de direito
É a prerrogativa concedida a toda pessoa, indistintamente, para ser sujeito de direito e deveres na vida civil, bastando o nascimento com vida.
Capacidade de Fato (ou exercício) 
Refere-se ao exercício do complexo de direitos/deveres garantidos a todos.
* Capacidade plena: capacidade de direito + capacidade de fato.
	+ Situação em que a pessoa estará em pleno gozo e apta ao exercício de 	seus diretos/deveres, capaz de realizar por si só todos os atos da vida 	civil.
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Incapacidade
A capacidade de fato (ou exercício) pode sofrer algumas limitações.
A lei impede ou restringe o Livre exercício de direito por pessoas que não podem ou não apresentam condições de exercê-los pessoalmente.
As limitações são uma forma de resguardar e garantir direitos.
A incapacidade é dividida em absoluta e relativa, dependendo do grau que a capacidade de discernimento é afetada.
O rol de incapazes é taxativo, visto que apenas a lei pode restringir capacidade de fato de uma pessoa.
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Incapacidade Absoluta
A lei elege como absolutamente incapazes aqueles que não têm discernimento para praticar qualquer ato da vida civil.
Devem ser REPRESENTADOS, sob pena de nulidade do ato.
O representante praticará os atos da vida civil em nome do representado.
A incapacidade absoluta VEDA o exercício das situações jurídicas pessoalmente pelo titular.
A classe dos absolutamente incapazes é preenchida unicamente pelos menores de 16 anos.
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Incapacidade Relativa
São relativamente incapazes aqueles que a lei não aboliu por inteiro a capacidade de fato, apenas restringiu.
A vontade do relativamente incapaz não é de todo ignorada pelo direito.
São incapazes, relativamente a certos atos, ou a maneira de os exercer:
	+ Os maiores de 16 e menores de 18 anos;
	+ Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
	+ Aqueles que, por causa transitória ou permanente, 	não 	puderem exprimir sua vontade;
	+ Os pródigos.
Deverão ser ASSISTIDOS para que possam exercer ser direitos validamente, sob pena de anulabilidade do ato praticado.
Sem assistência o ato praticado não será nulo de plano, mas anulável, ou seja, produzirá todos os efeitos validamente até que seja desconstituído judicialmente.
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Menor de entre 16 e 18 anos
Podem, excepcionalmente, praticar validamente alguns atos sem necessidade de assistência.
	+ Servir de testemunha;
	+ Ser eleitor;
	+ Fazer Testamento;
	+ Aceitar mandato;
	+ Realizar contrato de trabalho.
Se dolosamente ocultar sua idade para prática de um ato, não pode eximir-se da obrigação contraída.*
* Ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza.
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incapacidade do índio
A incapacidade do índio não é regulada pelo Código Civil, mas pela lei especial nº 60001/1973- Estatuto do índio.
São nulos todos os atos praticados entre índios não integrados e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena, quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente.
Qualquer índio poderá requerer ao juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto na lei 6001/73, desde que preencha os requisitos seguintes:
	+ Idade mínima de 21 anos.
	+ Conhecimento da língua portuguesa.
	+ habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
	+ Razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
Mediante decreto do presidente da república, poderá ser declarada a emancipação da comunidade indígena e de seus membros.
	+ Desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e 	comprovada em inquérito realizado pelo órgão federal competente.
- O índio socializado e que tenha total discernimento de seus atos, será considerado capaz.
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Emancipação
É a forma de tornar capaz aquele menor que detêm total capacidade de discernimento, facilmente perceptível pelas responsabilidades que assume nas situações fáticas em que figura.
A emancipação antecipa a plena capacidade civil que somente seria alcançada com a maioridade.
Hipóteses de emancipação:
	+ Concedida pelos pais ou tutores.
	+ Pelo casamento.
	+ Pelo exercício de emprego público efetivo.
	+ Pela colação de grau em curso superior.
	+ Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela relação de 	emprego.
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Emancipação concedida pelos pais
É aquela concedida aos pais ao menor que já tenha 16 anos completos.
A regra é que seja concedida por ambos os pais, mas excepcionalmente pode ser concedida por um deles, na falta do outro (morte ou ausência).
Concedida por escritura pública, independente de homologação.
Se houver divergência entre os pais, o juiz é quem decidirá sobre emancipação.
A emancipação é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados pelo filho que emanciparam.
	+ A emancipação não afasta a responsabilidade dos pais.
O ato é irrevogável, mas é possível anular o ato de emancipação se eivado de vício.
Pode ser revogada, uma vez que seja provado que os assistentes do menor o emanciparamsomente para ficarem livres da responsabilidade de auxiliar o assistido.
A emancipação do menor sob tutela só poderá ser efetuada por sentença judicial (emancipação judicial).
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Emancipação pelo casamento
Mesmo que decorra eventual separação judicial ou morte de um dos cônjuges, a emancipação perdurará.
Se o casamento for declarado nulo não produzirá quaisquer efeitos e a emancipação desaparecerá.
A emancipação persistirá apenas se o matrimônio foi contraído de boa fé, que é o caso do casamento putativo (art.1561 do CC).
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Emancipação pelo exercício de emprego público efetivo
Entende-se que aquele que efetivou em um emprego público tem já condições de gerir seus atos de forma satisfatória.
Mesmo que suceda posterior exoneração, não há que se falarem perda da capacidade adquirida, pois emancipação é irreversível.
Hoje é impraticável, pois para que se assuma emprego público efetivo e necessário que se tenha, no mínimo 18 anos.
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Emancipação pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela relação de 	emprego
É imprescindível que o menor tenha 16 anos completos e que aufira economia própria.
Estabelece-se civilmente o menor que lucra comprando e vendendo algum produto.
São requisitos de uma relação de emprego:
	+ a pessoalidade;
	+ o salário;
	+ não eventualidade.
	+ A subordinação.
A falta de qualquer desses elementos descaracterizará a relação de emprego, logo, não haverá emancipação.
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Extinção da personalidade
A personalidade só termina com a morte.
Morte: paralisação permanente e irreversível das atividades cerebrais (morte encefálica).
Prova-se a morte pelo atestado de óbito.
Morte presumida
Pode ser declarada morte presumida, sem decretação de ausência:
	+ Se for extremamente provável a morte de quem 	estava 	em perigo de vida;
	+ Desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não 	for encontrado até dois anos após o término da guerra.
- Apenas depois de esgotadas as buscas e averiguações é que será possível requer declaração de morte presumida.
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Extinção da personalidade
Ausência
Ausente é aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar notícia.
Não deixa procurador ou representante a quem caiba a administração de seus bens.
O juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomeará curador.
A declaração de ausência tem objetivo eminentemente patrimonial –Administração do patrimônio do ausente.
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Extinção da personalidade
Ausência
Fases
- Arrecadação ou curadoria de bens do ausente:
- Sucessão provisória:
Sucessão definitiva:
	+ Dez anos após sentença que concede a abertura 	da sucessão provisória.
Frutos e rendimentos dos bens do ausente
Descendentes, ascendente e cônjuge que for sucessor provisório fara seus todos os frutos e rendimentos.
Outros sucessores deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos.
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Comoriência
Comorientes são aqueles que falecem em uma mesma ocasião e por conta das circunstâncias fáticas é impossível demonstrar quem veio a falecer primeiro.
Se não for possível provar quem veio a falecer primeiro, a lei presume simultaneamente mortos (art. 8º do CC).
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Estado das pessoas
É o conjunto de atributos que a pessoa detém e desempenha dentro da sociedade.
Características que indicam como a pessoa está inserida no meio social.
Estado político: qualidade do indivíduo tendo em vista sua 
dimensão política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e 
estrangeiro. 
Estado familiar: qualifica as pessoas pelos laços de parentesco e pelo casamento.
Estado individual: modo d e ser da pessoa quanto à idade, sexo, 
cor, altura, saúde ( insano ou incapaz). Influencia sua capacidade civil. 
O estado caracteriza-se por ser:
	+ Indisponível: não deve ser suscetível de comercialização.
	+ Imprescritível: pode ser exercido a qualquer tempo.
	+ Indivisível: cada pessoa é qualificada por apenas um 	estado.
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Atos de registro
Para o bom condicionamento social faz-se necessário que todos os atos jurídicos praticados sejam registrados.
Finalidade: dar-lhes garantia de autenticidade, segurança, eficácia e publicidade.
Somente atos novos serão submetidos a registro, os atos modificativos estão sujeitos à averbação.
Serão registrados em registro público:
	I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
	II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do 	juiz;
	III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
	IV - a sentença declaratória de ausência e de morte 	presumida.
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QUESTÕES DE PROVA