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https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau Pessoa Natural - Cap. 2 Personalidade Jurídica ➢ É a aptidão genérica para ser titular de direitos e contrair obrigações, ou, em outras palavras, é o atributo para ser sujeito de direito. ➢ Art. 1º CC → toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. ➢ Personalidade é atributo de toda a pessoa, sendo natural ou jurídica ➢ Surge com nascimento com vida (art. 2º CC) ➢ Teoria natalista 1. O nascituro ▪ Ente concebido, embora ainda não nascido ▪ O CC protege o nascituro, mesmo que não considerado pessoa ainda, desde a concepção. ▪ teoria da personalidade condicional → entendem que o nascituro possui direitos sob condição suspensiva – não reconhece direito patrimonial, apenas direitos personalíssimos. ▪ Teoria concepcionista → O nascituro adquiriria personalidade desde a concepção, sendo assim considerado pessoa. – Alcança direitos patrimoniais ▪ Teoria natalista → Adotada no Brasil, mas a visão concepcionalista ganha força nas jurisprudências do país. a) Nascituro é titular de direitos personalíssimos (à vida, à proteção) b) Pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos c) Pode ser beneficiado por legado e herança d) Como decorrência da proteção conferida pelos direitos da personalidade, o nascituro tem direito à realização de DNA, para aferir paternidade. ▪ A tutela propugnada pelo CC, em relação ao nascituro, estende-se, observada as suas peculiaridades, ao natimorto. ▪ Nondum conceptus (é a expressão utilizada para se referir a indivíduos ainda não concebidos) ▪ Os bens que lhe são destinados ficam sob a administração de alguém designado pelo próprio testador ou não havendo indicação, de pessoa nomeada pelo juiz. Capacidade ➢ Com a personalidade, possui capacidade de direito ou de gozo ➢ Todo ser humano tem capacidade de Direito, porém nem toda pessoa possui aptidão para exercer pessoalmente seus direitos. ➢ Quem pode atuar pessoalmente, possuem também, capacidade de fato ou de exercício. https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau ➢ Capacidade de fato + Capacidade de Direito = Capacidade civil plena ➢ Capacidade X Legitimidade ▪ O tutor, embora maior e capaz, não poderá adquirir bens móveis ou imóveis do tutelado. Hipótese de impedimento de praticar ato por falta de legitimidade ou capacidade específica para o ato. a) Capacidade de direito = capacidade genérica b) Capacidade de fato/ exercício = Capacidade em sentido estrito c) Capacidade específica = Legitimidade (ausência de impedimentos jurídicos circunstanciais para a prática de determinados atos) ➢ Quando ausente a capacidade de fato, estaremos diante da incapacidade civil, Absoluta ou relativa. 1. Incapacidade absoluta ▪ É impossibilitada a manifestar real e juridicamente a sua vontade. ▪ Deficiente não é mais absolutamente incapaz, é dotado de plena capacidade legal, podendo adotar a tomada de decisão apoiada e extraordinariamente, a curatela. ▪ A única hipótese de incapacidade absoluta a do menor impúbere (menor de 16) 2. Incapacidade Relativa ▪ Zona intermediária a) +16 – 18 b) Ébrios habituais (embriagados) e viciados em tóxicos c) Aqueles que por causa transitória ou permanente não possa exprimir sua vontade d) Pródigos (gasta dinheiro desordenadamente) ▪ A interdição do pródigo somente o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado e praticar, em geral, atos que não sejam mera administração. – Não há restrições em práticas de atos pessoais. Capacidade jurídica dos indígenas ▪ A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial ▪ No estatuto do índio, é considerado absolutamente incapaz. ▪ A lei dos registros públicos determina que os índios, enquanto não integrados, não estão obrigados a inscrição do nascimento, que poderá ser feito em livro próprio do órgão federal de assistência aos índios. ▪ Considerar o indígena, se inserido na sociedade, como plenamente capaz. 3. Suprimento da incapacidade (representação e assistência) ▪ Dá-se através da representação ▪ Art. 115 a 120 CC ▪ Absolutamente incapazes → Representação (pratica ato em nome do representado) ▪ Relativamente incapazes → Assistência (não pratica ato em nome do assistido) ▪ Se o absolutamente ou relativamente atua sem seu representante ou assistente, o ato padecerá de invalidade jurídica. (nulidade absoluta ou relativa) ▪ Representante legal deve praticar ato no interesse do incapaz (art. 119 CC) – prazo decadencial para anulação do negócio firmado contra interesses do representado. (180 dias) https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau ▪ Em qualquer das formas de representação, é essencial a comprovação, pelo representante, da sua qualidade e extensão dos seus poderes. Emancipação ▪ A menoridade cessa com 18 anos (art. 5º CC) a) Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, CC) → Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial. → Ambos os pais, só admitindo em caso da falta de um deles (ex. em coma) → A emancipação é irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados aos filhos que emanciparam b) Judicial (art. 5º, parágrafo único, I, CC) → Por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos. → Falta de ambos os pais → O juiz deverá comunicar a emancipação ao oficial de registro, de oficio, se não constar dos autos haver sido efetuado este em 8 dias. Antes do registro, a emancipação, em qualquer caso, não produzirá efeito. c) Legal (art. 5º, parágrafo único, II, III,IV,V, CC) → Casamento ✓ Mesmo havendo dissolução do casamento, o emancipado não retorna à anterior situação de incapacidade. ✓ Caso de anulação ou nulidade, a emancipação persiste apenas se o casamento for de boa-fé, caso contrário, retorna-se à incapacidade → Exercício de emprego público efetivo ✓ Hipótese de provimento efetivo em cargo ou emprego público ✓ Tem caráter efetivo, afastando cargos comissionados ou temporários → Colação de grau em curso de ensino superior → Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria ✓ A emancipação não se adquire apenas com o contrato de trabalho, devendo ocorrer a existência de economia própria, o que descarta a priori, contratos de aprendizagem e jornada a tempo parcial. ✓ A CTPS assinada seria um documento hábil para comprovar a emancipação legal, que perduraria mesmo que o empregado fosse demitido antes dos 18. ✓ Contratação sem CTPS, não se considera emancipado. https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau Direitos da personalidade ▪ Aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais em si e em suas projeções sociais. ▪ Esfera extrapatrimonial do individuo ▪ Art. 11 a 21 ▪ Titular é o ser humano, mas se estende ao nascituro e pessoa jurídica ▪ Art. 52 → aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. ▪ Os direitos das personalidades são: a) Absolutos: Erga omnes, devendo à coletividade respeita-los b) Gerais ou necessários: Outorgado a todas as pessoas, só pelo fato de existirem c) Extrapatrimoniais: Ausência de conteúdo patrimonial direto d) Indisponíveis: Nem por vontade do individuo pode mudar o titular, sendo, portanto, intransmissíveis e irrenunciáveis e) Imprescritíveis: Inexiste prazo para seu exercício (não se confunde com prescritibilidade da pretensão de reparação (3 anos) f) Impenhoráveis: não pode ser penhorado g) Vitalícios: desde o nascimentoaté a morte (porém após a morte pode requerer a lesão a memoria do falecido art. 12 CC “pode requerer o cônjuge, qualquer parente em linha reta ou colateral até 4º grau) ▪ Assim, sem pretender esgotá-los, classificamos os direitos da personalidade de acordo com a proteção à: a) vida e integridade física (corpo vivo, cadáver, voz); b) integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, privacidade, segredo); d) integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal). ▪ Art. 15 CC → Ninguém poderá ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. ▪ Pode-se recusar ao tratamento, em função da sua integridade física, no caso de impossibilidade de manifestação, cabe ao seu responsável legal. ▪ Admite-se a disposição de partes do corpo, seja em vida ou após morte, desde que com interesse público (sem ser mutilação) e não haja fins lucrativos. ▪ Dispensável autorização judicial para intervenção cirúrgica de mudança de sexo ▪ Direito à honra: ✓ honra objetiva (correspondente à reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta no seio da sociedade); e ✓ honra subjetiva (correspondente ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade). ▪ A proteção dos direitos da personalidade pode ser: https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau a) Preventiva: Ação postulando tutela inibitória b) Repressiva: imposição de sanção civil ou penal em caso de lesão efetivada Extinção da Pessoa natural ➢ Termina a existência da pessoa natural com a morte (art. 6º CC) ➢ A morte será atestada por profissional da Medicina, ressalvada a possibilidade de duas testemunhas o fazerem se faltar o especialista, sendo o fato levado a registro. ➢ Efeitos: Extinção do poder familiar, dissolução do vinculo conjugal, abertura da sucessão e extinção de contrato personalíssimo. ➢ Morte real 1. Morte presumida ▪ Art. 6º CC → Admite-se morte presumida quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza abertura da sucessão definitiva. ▪ Inscrição da sentença declaratória de ausência e morte presumida serão registrados em registros públicos. ▪ Enquanto não houver reconhecimento judicial da morte presumida, os bens do ausente não serão definitivamente transferidos para os sucessores. ▪ Pode ser declarada morde presumida sem declaração de ausência nos casos: a) Extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida b) SE desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não encontrado até 2 anos após termino da guerra. a) Ausência → Pessoa desaparece do seu domicílio sem deixar notícia → Etapas: 1. Pessoa desaparece do domicilio, sem notícia nem representante ou procurador 2. Requerimento de qualquer interessado ou MP → declaração fática da ausência 3. Juiz nomeia curador, que irá gerir os negócios do ausente, também nomeará em caso em que deixa mandatário e este é impossibilitado ou não tenha interesse. 4. Juiz fixará poderes e obrigações do curador. (a nomeação não é discricionária, tendo uma ordem legal: 1) o cônjuge do ausente, se não estiver separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência; 2) pais do ausente (destaque-se que a referência é somente aos genitores, e não aos ascendentes em geral); 3) descendentes do ausente, preferindo os mais próximos aos mais remotos; 4) qualquer pessoa à escolha do magistrado. 5. Após 1 ano ou se ele deixou representante ou procurador 3 anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e abra a sucessão provisória Há exigência de garantia de restituição dos bens, em cuja posse os herdeiros se imitiram provisoriamente. (art. 30 CC) https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau Aquele que tem direito a posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida, será excluído, mantendo-se os bens sob administração do curador ou outro herdeiro designado pelo juiz. (exceção – cônjuges, descendentes e ascendentes) Os imóveis do ausente só poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína (art. 31) Ou antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela união. 6. 180 dias para a produção de efeitos da sentença (publicação pela imprensa) que determina a abertura da sucessão provisória, após o que se procederá à abertura do testamento, ou inventário e partilha, como se o ausente tivesse falecido Os herdeiros empossados, se descendentes, ascendentes ou cônjuges, terão direito subjetivo a todos os frutos e rendimentos dos bens que lhe couberem, os demais sucessores deverão capitalizar metade desses bens acessórios, com prestação anual de contas ao juiz. Se durante a posse provisória, provar falecimento do ausente, converte em sucessão definitiva. 7. 10 anos após o trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória, converte-se em definitiva, em caso o ausente com 80 anos e que 5 anos datam as ultimas notícias dele Ausência é morte presumida, não podendo descartar possibilidade de volta do ausente. Se aparece na fase de arrecadação de bens, não há prejuízo ao seu patrimônio. Se já tiver aberta a sucessão provisória, se a ausência foi voluntaria e injustificada, faz com que o ausente perca em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. Se a sucessão for definitiva, terá o ausente direito aos seus bens, se ainda incólumes, não respondendo os sucessores pela sua integridade. O reconhecimento da dissolução do casamento, somente se dará após a abertura da sucessão definitiva do ausente b) Justificação de óbito ➢ Art. 88 LRP ➢ Procedimento de justificação ➢ Com intervenção do MP ➢ Finalidade de proceder assento do óbito em hipótese de campanha militar, desastre ou calamidade, que não foi possível proceder exame medico no cadáver. ➢ Só pode ser requerida após esgotadas as buscas e averiguações. c) Morte simultânea (comoriência) ➢ Art. 8º CC https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau ➢ Se dois indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão, simultaneamente mortos. https://www.passeidireto.com/perfil/ellicalhau
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