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REDAÇÃO ETAPA 3 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Curso sobre Serviço Social Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Elisabeth Penzlien Tafner Autora Iara de Oliveira Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Letícia Vitorino Jorge Revisão Jóice Gadotti Consatti UNIDADE 3: OS GÊNEROS TEXTUAIS E OS NÍVEIS DE LINGUAGEM Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Diferenciar os gêneros textuais ou do discurso. • Ler adequadamente diversificados gêneros textuais. • Analisar os níveis de linguagem encontrados nos diversos textos. O capítulo 3 apresenta-se dividido em dois tópicos, possibilitando uma melhor compreensão do conteúdo. Ao final há atividades as quais servirão para revisar, fixar e ajudar a construir seu conhecimento sobre o tema, como ocorreu nos capítulos que antecederam a este. Tópico 1: Tipos e gêneros textuais Tópico 2: Os níveis de linguagem e sua relação com a produção de textos escritos 2 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. INTRODUÇÃO O texto, como vimos nos capítulos anteriores, está diretamente relacionado à situação comunicativa que o gera. Além disso, cada momento comunicativo exige um texto específico. Desse modo, vamos, neste terceiro capítulo, dedicar-nos a estudar o que são tipos e gêneros textuais, concentrando nossa atenção nos gêneros notícia, artigo de opinião, crônica e editorial. Também estudaremos os níveis de linguagem e a importância de dominá-los para empregá-los de forma adequada às nossas produções escritas. Vamos em frente! 3.1 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Já vimos que estamos cercados por textos, nossas interações ocorrem por meio de textos. E, mesmo quando não tínhamos nenhum conhecimento formal, acadêmico sobre eles, fomos capazes que escolher o texto mais adequado à situação comunicativa da qual estávamos participando. Ainda que não dominemos as questões teóricas, conseguimos claramente diferenciar um texto do outro. Quer testar? Observe os textos que seguem e diga o que são: FIGURA 11 – DIA DOS NAMORADOS FONTE: Disponível em: <http://www.portalsertaoemfoco.com.br/images/charges/28/20130527213648. jpg>. Acesso em: 19 abr. 2016. 3 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. FIGURA 12 – COCA-COLA FONTE: Disponível em: <http://data3.whicdn.com/images/19980994/large.gif>. Acesso em: 19 abr. 2016. FIGURA 13 – MENSAGEM AOS PESQUISADORES FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/textecc/porlexbras/oficinaescrita/images/Slide7.jpg>. Acesso em: 19 abr. 2016. 4 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Como você classificaria cada um desses textos? Temos certeza de que você chamou de charge o primeiro, propaganda ou anúncio o segundo e e-mail o terceiro. Isso demonstra que, ao longo de nossa experiência como produtores e usuários de textos, construímos uma competência metagenérica, a qual nos permite identificar as diferenças entre os textos. [...] é essa competência que possibilita aos sujeitos de uma interação não só diferenciar os diversos gêneros, isto é, saber se estão diante de um horóscopo, um bilhete, um diário ou de uma anedota, um poema, um telegrama, uma aula, uma conversa telefônica etc., como também a identificar as práticas sociais que os solicitam (KOCH; ELIAS, 2009, p. 55). Ao diferenciarmos os textos e reconhecermos as situações comunicativas que os necessitam, estamos lidando com o que chamamos de gêneros textuais ou gêneros discursivos. Além das diferenças entre os textos, também é possível perceber que eles apresentam estruturas que se repetem em outros escritos. Em vários podemos encontrar fatos sendo “narrados”, em outros, elementos sendo “descritos”, em outros, “ordens” sendo dadas, há, ainda, aqueles que “opinam” sobre algo. Esses processos podem ser encontrados em um anúncio, em um conto, em uma notícia, em um texto científico etc., ou seja, os gêneros textuais ou discursivos trazem características que lhes são atribuídas em virtude de uma construção linguística um tanto fixa a que denominamos de tipos textuais, embora há quem atribua-lhes o nome de sequências textuais. De acordo com as postulações de Adam (2008), Schneuwly e Dolz [199-] de- fendem que todo texto é formado de sequências, esquemas linguísticos básicos que entram na constituição dos diversos gêneros e variam menos em função das circunstâncias sociais. Cabe ao produtor escolher, dentre as sequências dis- poníveis – descritiva, narrativa, injuntiva, explicativa, argumentativa, dialogal – a que lhe parecer mais adequada, tendo em vista os parâmetros da situação (KOCH; ELIAS, 2009, p. 63). Desse modo, resumindo, há os tipos de textos, os quais são classificados em virtude de questões de ordem linguística e estrutural, e os gêneros textuais, classificados com base no contexto em que são produzidos, do público a que se destinam, da finalidade com que são produzidos, do meio por onde circulam etc. 3.1.1 TIPOS TEXTUAIS Os tipos textuais, como vimos anteriormente, constituem-se como conjuntos de enunciados organizados em uma estrutura pré-definida, identificável por caraterísticas preponderantes a cada tipo. Embora haja outros tipos, os mais usuais tipos de texto ou tipo de composição são: narração, exposição, argumentação, descrição e injunção. a) Narração: sua principal característica enfatiza o “ato de contar” algo, uma história, 5 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. real ou ficcional, situada em um tempo e espaço específicos, com personagens e aquele que se responsabiliza por “contar a história”, o narrador. Gêneros como o romance, o conto, as fábulas, as crônicas, as biografias etc. valem-se deste tipo de composição. Leia o exemplo que segue: Conta a lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do prêmio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim, passavam os dias, as semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que no dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva gritou: - Pelo menos, meu filho, compra o bilhete!!! FONTE: Disponível em: <https://adalidzeballos.wordpress.com/2013/04/29/textos-narrativos- descritivos-e-dissertativos/>. Acesso em: 18 abr. 2016. Facilmente reconhecemos no fragmento um exemplo de narração. Há uma espécie de entidade que conta a história (narrador), situando-a em um tempo (dias, semanas, meses e anos), um espaço (Veneza), com a interação de personagens (funcionário público e Santo). b) Exposição: caracteriza-se por apresentar informações sobre um objeto ou uma situação, valendo-se de uma linguagem clara e objetiva. Os gêneros que mais utilizam esse tipo de composição são: reportagem, resumo, fichamento, artigos científicos, seminários, entre outros. O telefone celular A história do celular é recente, mas remonta ao passado –– e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949). Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia. Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da Marinhahaviam sido interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a ideia: um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base 6 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. dos celulares, patenteada em 1940. FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/texto-expositivo.htm>. Acesso em: 8 abr. 2016. O texto apresenta informações sobre determinado objeto, nesse caso, o telefone móvel. Expõe de onde surgiu a ideia, quando, quem foram os responsáveis, tudo sem que haja uma emissão de opinião. A finalidade é informar. ATE NÇÃ O! Todo este Curso caracteriza-se como um texto em que predominam características expositivas. Seu objetivo é apresentar conceitos, características, informações sobre um determinado objeto: o texto. c) Argumentação: também conhecida como texto dissertativo-argumentativo. Caracteriza-se como um texto que apresenta a opinião do escritor, o qual valendo-se de estratégias de argumentação, tenta provar seu ponto de vista e convencer o leitor com seus argumentos. Esse tipo de composição é comum em gêneros como o editorial, carta do leitor, ensaio, dissertação-argumentativa, artigo de opinião etc. O verdadeiro preço de um brinquedo É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam? Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da história. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada. O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. 7 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil. Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil. FONTE: LOPES, Carlos Eduardo. 2014. Disponível em: <https://cursandomedicina.wordpress. com/2015/06/14/redacao-enem-nota-1000-veja-exemplos-de-textos-dissertativos- argumentativos-que-tiraram-nota-maxima/>. Acesso em: 18 abr. 2016. O autor, ao longo do texto, apresenta argumentos que subsidiam seu ponto de vista e com os quais tenta convencer o leitor. No texto, está claro que o marketing abusa da ingenuidade das crianças, fazendo com que pensem que, para serem aceitas em seus grupos de amigos, devem ter o produto; que é preciso ampliar a legislação sobre o assunto, limitando as técnicas de vendas a este público; e, por fim, promover a conscientização. IMP ORT ANT E! � Nos concursos, processos seletivos etc., em que há produção textual, normalmente é solicitada a elaboração de um texto argumentativo ou dissertativo-argumentativo. IMP ORT ANT E! � Se quiser saber um pouco mais sobre o texto argumentativo e como elaborá- lo adequadamente acesse <http://pucrs.br/gpt/argumentativo.php>. d) Descrição: caracteriza-se por descrever o objeto ou a situação de forma objetiva ou subjetiva, dependendo do propósito. É comum encontrar este tipo de composição em gêneros como ata, relatório, relato de viagem, laudo etc. Vejamos um exemplo: 8 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lobrego, nu, lajeado de pedregulho – agora resplandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas decorativas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de Espanha, trabalhados em talha, solenes como coros de catedral. Em cima, na antecâmara, revestida como uma tenda de estofos do Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam- na divãs cobertos de tapetes persas, largos pratos mouriscos com reflexos metálicos de cobre, uma harmonia de tons severos, onde destacava, na brancura imaculada do mármore, uma figura de rapariga friorenta, arrepiando-se, rindo, ao meter o pezinho na água. Daí partia um amplo corredor, ornado com as peças ricas de Benfica, arcas góticas, jarrões da Índia, e antigos quadros devotos. As melhores salas do Ramalhete abriam para essa galeria. No salão nobre, raramente usado, todo em brocados de veludo cor de musgo d'outono, havia uma bela tela de Constable, o retrato da sogra de Afonso, a condessa de Runa, de tricorne de plumas e vestido escarlate de caçadora inglesa, sobre um fundo de paisagem enevoada. Uma sala mais pequena, ao lado, onde se fazia música, tinha um ar de século XVIII com seus móveis enramalhetados de ouro, as suas sedas de ramagens brilhantes: duas tapeçarias de Gobelins, desmaiadas, em tons cinzentos, cobriam as paredes de pastores e de arvoredos. FONTE: QUEIRÓS, Eça. Os Maias. 1888. p. 4. Disponível em: <http://www.livros-digitais.com/eca- de-queiros/os-maias/4>. Acesso em: 18 abr. 2016. O fragmento descreve com detalhes o objeto, nesse caso específico, a casa "O Ramalhete", onde se instala a família Maia. e) Injunção: este tipo de composição tem por característica dar instruções, valendo- se, desse modo, dos verbos no imperativo. Utilizam-se deste tipo de composição os gêneros: receitas culinárias, bulas, editais, manuais de instruções etc. FIGURA 14 – CARTAZ DE COMBATE AO AEDES AEGYPTI FONTE: Disponível em: <http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/styles/full_colunm/public/ atoms_image/zika.png?itok=nYe5ZkJC>. Acesso em: 8 abr. 2016. 9 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. O cartaz dá instruções de como proteger as crianças das doenças transmitidas pelo mosquito. Note que além de instruir (o que pode e o que não pode), utiliza o modo imperativo em “Proteja as crianças do mosquito”. ATE NÇÃ O! Os tipos textuais, embora marcados por características próprias, não são grupos fechados. Há a possibilidade de produzir gêneros textuais que se valem de mais de um tipo de texto. Por exemplo: textos narrativo- descritivos, textos descritivo-argumentativos, e assim por diante. Observe o texto: ATA DA ASSÉMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES DE AMARALINA Aos vinte (vinte) dias do mês de novembro de 2003 (dois mil e três), pelas 22 h (vinte e duas horas), na sede social localizada na Rua Timbó, número 20 (vinte), no bairro de Amaralina, desta cidade de Salvador, reuniram-se em Assembleia Geral Extraordinária, sócios da Associaçãode Pescadores de Amaralina, CNPJ. n. 8009090/0001, representando a totalidade dos associados com direito a voto, conforme se verifica pelas assinaturas colocadas no Livro de Presença. Assumindo a presidência dos trabalhos, na forma prevista no Estatuto, o sócio Figueiras, convidou a mim, sócio Roberto Luis, para secretariar a Assembleia. Formada assim a Mesa, o Sr. Presidente encerrou o Livro de Presenças e declarou aberta a sessão, convocada pelo Aviso do dia 16 (dezesseis) deste corrente mês, publicado no pátio da Creche “Filhos de Peixe”, situada neste bairro de Amaralina. Aviso – “Ficam convidados os senhores sócios para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, em primeira convocação, no dia vinte de novembro corrente, às 22 h, com o quórum declarado no Estatuto, ou às 22h 30min (vinte duas e trinta) minutos, com qualquer número de participantes, na sede social, Rua Timbó, número 20, desta cidade, a fim de avaliarem a proposta da Diretoria, com a seguinte pauta: a) reforma e consolidação do Estatuto; b) o que ocorrer. Salvador, 16 de novembro de 2003. Figueiras – Diretor-Presidente”. Dando prosseguimento aos trabalhos, o Senhor Presidente determinou que se procedesse à leitura da proposta da Diretoria, citada na pauta da convocação. Terminada a leitura do documento de proposta, que foi feita em voz alta, por mim, na qualidade de Secretário ad hoc, o Senhor Presidente submeteu à discussão dos presentes a nova redação da proposta para o Estatuto, artigo por artigo, e, ao final da discussão, como não houve qualquer sugestão ou emenda, foi a matéria posta em votação pelo Senhor Presidente, resultando unanimemente aprovada, em consequência do que ele declarou que o Estatuto da Associação passava, então, a vigorar com a redação constante da 10 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. proposta aprovada. Nada mais havendo a tratar, foi suspensa a reunião para que fosse lavrada esta ata, no livro próprio, a qual, depois de lida e achada conforme, vai assinada por mim que redigi e lavrei, e por todos os presentes, dando o Senhor Presidente por encerrada a Assembleia. FONTE: Disponível em: <http://www.gestaosocial.org.br/conteudo/servicos/modelos-de- documentos/administrativos/ata.doc/download.>. Acesso em: 10 jun. 2016 A ata traz em seu início uma descrição da reunião (local, hora, data etc.), na sequência, apresenta o aviso de convocação (estrutura injuntiva, pois, de certo modo, ordena que os associados venham à reunião), e expõe os assuntos tratados e seus encaminhamentos. Temos, portanto, um gênero textual, ata, no qual predominam estruturas descritivo-expositivas. Esse texto ilustra o que afirmamos: um gênero textual pode constituir-se de vários tipos ou estruturas textuais. 3.1.2 GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS Se os tipos textuais são estruturas com marcas características, os gêneros relacionam-se diretamente com as situações de uso. [...] os gêneros é que constituem textos empíricos, é que constituem textos reais em circulação, os quais são regulados também por tipos de sequências sintáticas e relações lógicas. [...] São definidos por propriedades sociodiscur- sivas, diferentemente, portanto, dos tipos, como vimos, que são definidos por propriedades linguísticas. Cumprem funções comunicativas específicas, quer dizer, realizam-se com propósitos comunicativos determinados e facilmente reconhecíveis pela comunidade em que circulam (ANTUNES, 2010, p. 72) Desse modo, quando pensamos em comunicação não podemos deixar de relacioná-la diretamente aos gêneros de textos. Não há comunicação sem eles. São os gêneros do discurso (textuais), entendidos como práticas sociais dotadas de “[...] propósitos comunicativos [...]”, como afirmou Antunes (2010), que permitem que haja a interação entre os sujeitos sociais. Porque cumprem “propósitos comunicativos”, os gêneros textuais ou discursivos são diversificados e de possibilidades infinitas. São escolhidos “[...]de acordo com as diversas práticas sociais, tendo em vista as esferas de necessidade temática, o conjunto dos participantes e a vontade enunciativa ou intenção do locutor.” (KOCH; ELIAS, 2009, p. 61). Em função disso, de sua amplitude e diversidade, apresentamos o quadro a seguir, o qual mostra apenas um pouco das possibilidades relacionadas aos gêneros discursivos: 11 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. QUADRO 5 – GÊNEROS DISCURSIVOS Aspectos tipológicos Exemplos de gêneros orais e escritos Narrar Conto, fábula, narrativa de aventura, romance, narrativa de ficção científica, crônica literária, romance histórico, narrativa de enigma, novel fantástica, conto maravilhoso, entre outros. Relatar Relato de experiência, diário íntimo, reportagem, crônica social, anedota ou caso, autobiografia, biografia, curriculum vitae, notícia, relato histórico etc. Argumentar Texto de opinião, carta de leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, debate regrado, artigo de opinião, editorial, resenha, assembleia, ensaio, discurso de defesa e de acusação (em se tratando de área jurídica), deliberação formal, entre demais exemplos. Expor Exposição oral, seminário, conferência, palestra, resumos de textos explicativos, relatório científico, relato oral de experiência, palestra, verbete, entre outros. Descrever ações Instruções de montagem, receita, regulamento, instruções de uso, textos prescritivos, regras de jogo, comandos diversos etc. FONTE: Adaptado de: <http://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/03/alguns-generos-orais- escritos(1).jpg>. Acesso em: 8 abr. 2016. Ao conseguirmos traçar um panorama sobre os tipos e gêneros textuais, vamos aprofundar um pouco mais nossos estudos em alguns gêneros específicos, comecemos com a notícia. 3.1.2.1 Notícia Para iniciarmos este item, façamos a leitura do texto que segue: Aos 57 anos, Prince é encontrado morto nos Estados Unidos O ícone do pop Prince foi encontrado morto no complexo em que morava nesta quinta-feira (21) em Minnesota, nos Estados Unidos, segundo o site TMZ. Ainda não há informações sobre a causa da morte do músico. Nas últimas semanas, o cantor passou mal e pediu para fazerem um pouso de emergência em seu jato particular, em Illinois. Mas, no dia seguinte, o artista apareceu em um show para assegurar a seus fãs que ele estava bem. De acordo com fontes próximas ao músico, ele estava lutando contra uma gripe. 12 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Além disso, antes de sua aparição mais recente, Prince cancelou dois shows, um deles foi em Atlanta, devido a problemas de saúde. Carreira Prince tornou-se uma estrela internacional em 1982 após seu primeiro álbum de sucesso "1999". No decorrer da carreira, ele acumulou 7 Grammys, 1 Globo de Ouro e, também, vendeu mais de 100 milhões de discos, além de ganhar o Oscar de Melhor Trilha Original com o single Purple Rain em 1985. Em 2007, o músico se apresentou no Super Bowl, uma de suas maiores e marcantes performances ao vivo de todos os tempos e em 2014 entrou no Rock and Roll Hall of Fame. Prince foi casado duas vezes – a primeira com a dançarina Mayte Garcia e a segunda com Manuela Testolini, de quem se separou em 2006. FONTE: Disponível em: <http://musica.terra.com.br/aos-57-anos-prince-e-encontrado-morto-nos- estados-unidos,4d09163087ef5820cf92516a11223595vqyxyo1p.html>. Acesso em: 23 abr. 2016. Veja que o texto traz uma informação acerca de uma personalidade do meio musical internacional e foi disponibilizado em um portal de notícias (Terra) para que seus leitores tivessem acesso aos fatos. Os textos cujo objetivo é informar por meio de um relato de fatos para atingir um grande número de pessoas são chamados de notícias. A notícia é um gênero discursivoque apresenta o registro de fatos de interesse geral, sem que a opinião de quem escreve a respeito dos acontecimentos seja explicitada. Sua finalidade é informar, por meio de um relato, as circunstâncias em que ocorreram os fatos registrados. Toda notícia apresenta os fatos a partir de uma perspectiva determinada pelo olhar de quem a escreve, pela orientação do jornal ou revista e pelo público-alvo da publicação (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 433). Como sua proposta é informar o maior número possível de cidadãos, uma das questões levadas em consideração é a relevância, ou seja, o que é e o que não é importante para a maioria das pessoas. Assim, os veículos produtores de notícias e os meios em que circulam selecionam fatos que envolvem aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos que dizem respeito à sociedade como um todo. Embora a notícia seja um gênero que apresenta características bem definidas, pode haver variações em virtude do veículo em que circula. Os jornais impressos tendem a apresentar textos maiores com mais detalhes de informação. Os jornais on- line ou os portais de notícias, procurando garantir que o público se inteire do fato quase 13 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. simultaneamente ao seu acontecimento, trazem um texto mais curto, com informações mais gerais que, ao longo do dia, são atualizadas. Como já mencionamos, o gênero textual notícia apresenta características e uma estrutura que lhe são próprias. Toda notícia, basicamente, apresenta um título, elaborado com a finalidade de chamar a atenção do público, o olho, uma espécie de destaque do que é mais importante no texto, e a notícia propriamente dita. O corpo do texto costuma seguir o que se denomina de “pirâmide invertida”: na primeira frase (ou nas duas primeiras) está o “lide” ou “lead”, contendo as informações básicas e responde as questões: quem, o quê e quando. Na sequência, o texto vai desenvolvendo as ideias básicas, procurando destacar como e por quê. Vejamos outro exemplo: Especialistas defendem mudanças no sistema político eleitoral nacional Substituição do modelo proporcional é vista como alternativa para elevar o nível do debate e reduzir a corrupção na Câmara dos Deputados Quando o voto do palhaço Tiririca (PR-SP) é um dos mais sóbrios em uma sessão de impeachment — e depois o deputado debocha dos colegas em vídeo em que simula dedicatória ao cachorro da família — há indício de que algo vai mal. Quando a deputada Raquel Muniz (PSD-MG) homenageia o marido, prefeito de Montes Claros (MG), como exemplo de gestão e ele vai preso em menos de 24 horas, é mais um alerta de que a Casa do Povo está virando palco de piadas prontas. Em 1992, também houve referências familiares e arroubos patrióticos, mas mesmo o voto decisivo para aceitar processo contra Fernando Collor foi comedido. Paulo Romano (PFL-MG) disse: "Pela dignidade, por aquilo que Minas Gerais representa, voto sim. Viva o Brasil". Domingo passado, Bruno Araújo (PSDB-PE) chorou e foi carregado ao completar os dois terços necessários para admitir o impeachment de Dilma Rousseff. Há 24 anos, os deputados entoaram o Hino da Independência. Desta vez, tomaram emprestado das torcidas de futebol os versos "Eu sou brasileiro/ com muito orgulho/com muito amor". A questão que intriga cientistas políticos é como elevar o nível do debate e reduzir a corrupção no parlamento. Para muitos, a saída é uma reforma política ampla. Uma das propostas é substituir o modelo eleitoral proporcional. — Devemos buscar um novo modelo eleitoral e um novo sistema partidário. O sistema deveria ser o distrital misto, e as coligações para o Legislativo tinham de ser banidas — opina Murillo de Aragão. Rubem Cardozo sustenta que o fundamental é reduzir o número de siglas e limitar coligações. O atual modelo estimula alianças oportunistas para ampliar o tempo de propaganda na TV e atingir o quociente mínimo de votos para ocupar uma 14 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. vaga, além de gerar distorções como dar cadeira a candidatos com menos eleitores do que outros. As variações do sistema distrital diminuiriam o peso dos "puxadores de voto", concorrentes cujas supervotações ajudam a eleger correligionários menos votados. Ao somar mais de 1 milhão de votos, Tiririca levou consigo para a Câmara os colegas do PR paulista Capitão Augusto, com 46,9 mil votos, e Miguel Lombardi, com 32 mil. Um novo modelo favoreceria ainda a redução dos partidos com representação na Câmara, cuja proliferação dificulta a governabilidade e fomenta a corrupção como meio de controlar o Congresso. Há uma série de projetos para alterar as regras do jogo político do país, mas não há mudanças radicais em vista até o momento. Outra reforma discutida há tempo, mas sem previsão de sair do papel, é a revisão do número de representantes na Câmara conforme o tamanho do eleitorado de cada Estado. O desafio para reformular o Congresso é que a decisão depende do próprio Congresso. FONTE: GONZANATTO, Marcelo. Especialistas defendem mudanças no sistema político eleitoral nacional. 23 abr. 2016. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/04/ especialistas-defendem-mudancas-no-sistema-politico-eleitoral-nacional-5784459.html>. Acesso em: 23 abr. 2016. O exemplo apresenta um título (Especialistas defendem mudanças no sistema político eleitoral nacional) que procura chamar a atenção para o tema da notícia; um olho (Substituição do modelo proporcional é vista como alternativa para elevar o nível do debate e reduzir a corrupção na Câmara dos Deputados) destacando o assunto principal (mudança no sistema político) e o texto em si. É importante destacar que cada jornalista tem um estilo de escrita que precisa ser respeitado, há uma estrutura que subsidia o gênero notícia, mas há também o estilo de cada um que a escreve. No caso desta notícia específica, os dois primeiros parágrafos apresentam uma espécie de contextualização, recordando fatos recentes (da votação na Câmara de Deputados do processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff) e fatos de nossa história política (Impeachment de Fernando Collor de Melo), para dar destaque ao tema central. No terceiro parágrafo, aparece o lide. As duas primeiras frases indicam quem (Brasil), o quê (reformas políticas), quando (atualidade). Na sequência, o texto traz depoimentos de sociólogos, destacando, assim, o como (mudar o sistema político) e o por quê (diminuir taxa de corrupção e dar mais credibilidade à política brasileira). Note, também, que a notícia emprega uma linguagem de fácil compreensão, clara, direta, objetiva, utilizando a norma culta, frases curtas e em ordem direta (sujeito + predicado + complemento), bem como evita termos que possam marcar um posicionamento do jornalista que a redigiu. Espera-se que uma notícia traga o fato com imparcialidade, visto seu propósito de informar. No caso desta notícia, o jornalista não traz expressões que mostrem seu ponto de vista explicitamente, ele mostra depoimentos de pessoas gabaritadas para reforçar a informação apresentada com a qual pode ou não 15 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. compactuar. 3.1.2.2 Artigo de opinião Vimos que a notícia é um gênero discursivo com o propósito de informar fatos relevantes ao grande público. Há, ainda, gêneros que se propõem a apresentar o ponto de vista do escritor, suas ideias sobre um determinado tema, em geral da atualidade e de relevância. É o que chamamos de artigo de opinião. O artigo de opinião é um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais etc. O caráter argu- mentativodo texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz (ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 256). Em sua estrutura predomina a dissertação: o autor apresentar argumentos com a função de dar consistência ao seu posicionamento. Além de apresentar seu ponto de vista, o faz valendo-se de argumentos que deem consistência ao que defende. Sempre é bom lembrar que em um artigo de opinião as ideias apresentadas são de total responsabilidade do autor, porque representam sua visão dos fatos. É, portanto, um texto de caráter individual porque apresenta o posicionamento do escritor. Como o texto tenta convencer o leitor do ponto de vista do escritor, este faz uso de diversos recursos, dados estatísticos, descrições, afirmações de personalidades sobre o assunto, apelo emotivo, humor, ironia etc. Traz uma linguagem simples, pois destina- se ao público em geral e costuma estruturar-se na primeira pessoa (singular ou plural), trazendo, desse modo, a pessoalidade, a individualidade para o texto. Veja o exemplo que segue: CADA INDIVÍDUO É RESPONSÁVEL POR SUA CONDUTA Atribuir à sociedade como um todo a culpa por certos comportamentos errôneos não parece, em minha maneira de pensar, uma atitude sensata. Costumamos ouvir por aí coisas do tipo “O Brasil não tem mais jeito”, “O povo brasileiro é corrupto por natureza”, “Todas as pessoas são egoístas” e frases afins. Essa é uma visão já cristalizada no pensamento de boa parte de nosso povo. Entretanto, se há equívocos, se existem erros, se modos ilícitos são verificados, eles sempre terão partido de um indivíduo. Mesmo que depois essas práticas se propaguem, somente serão contaminados por elas aqueles que assim o desejarem. Uma corporação que, por exemplo, está sob investigação criminal em decorrência da ação de alguns de seus componentes, não estará necessariamente corrompida em sua 16 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. totalidade. Aliás, a meu juízo, isso é quase impossível de acontecer. É preciso compreender que nem todo mundo se deixa influenciar por ações fraudulentas. De repente o que alguém acha interessante pode ser considerado totalmente inviável por outra pessoa e não acredito que seja justo um ser humano ser responsabilizado apenas por fazer parte de um grupo “contaminado”, mesmo sem ele, o cidadão, ter exercido qualquer coisa que comprometa a sua idoneidade moral. Todos sabemos que um indivíduo é constituído suficientemente para pagar por suas falcatruas. Por isso, não concordo que haja julgamento geral. É preciso que saibamos separar o bom do ruim, o honesto do corrupto, o bom-caráter do mau-caráter, o dissimulado do verdadeiro. Todos têm consciência do que seja certo ou errado e devem carregar sozinhos o fardo de terem sido desleais, incorretos e vulgares, sem manchar a imagem daqueles que, por vias do destino, constituem certas facções que não apresentam, totalitariamente, uma conduta legal. FONTE: Souza, Cassildo. Disponível em: <http://centraldasletras.blogspot.com.br/p/modelos-de- redacao.html>. Acesso em: 23 abr. 2016. Perceba que o texto se constrói para defender a ideia do autor de que cada um deve pagar por seus próprios erros ou atos de corrupção. O exemplo sobre a investigação em uma empresa, a perspectiva ético-filosófica de que todos sabem o que é certo e errado, e a ideia de responsabilidade individual e social, são os argumentos que o escritor utiliza para defender o ponto de vista que já deixa explícito desde o título (Cada indivíduo é responsável por sua conduta). Novamente reforçamos a dimensão de que o estilo de escrita de cada um também agrega marcas ao texto, mas, de forma geral, podemos dizer que um artigo de opinião se estrutura da seguinte forma: 17 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. FIGURA 15 – ESTRUTURA DO ARTIGO DE OPINIÃO FONTE: A autora (2016). Há, portanto, um título que já procura indicar o posicionamento do escritor, uma apresentação do tema, buscando contextualizá-lo, exposição da questão que motivou o tema e qual o ponto de vista defendido; um desenvolvimento, no qual os argumentos são demonstrados; e uma conclusão procurando reforçar o ponto de vista defendido e arrebanhar adeptos. 3.1.2.3 Crônica A crônica como um gênero discursivo pode ser concebida de duas formas: como uma narração de cunho histórico ou como um texto jornalístico, cujo tema vincula-se com a atualidade e o cotidiano. 18 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. ATE NÇÃ O! A palavra crônica, deriva do grego “chronos”, que significa tempo. Ao fazermos essa afirmação, agregamos a este gênero um elemento muito importante: ele é produzido para tratar de assuntos do dia a dia, do cotidiano, por isso sua direta relação com a noção de tempo. Na primeira acepção, a crônica é uma espécie de documento que registra momentos importantes para a construção da história de um determinado lugar. Assim, este tipo de texto narrativo teria a preocupação de manter viva a memória de uma época ou sociedade. Durante o período das grandes descobertas, quando as pessoas ainda desco- briam territórios misteriosos nos quatro cantos do mundo e se aventuravam nas explorações marítimas, era comum haver sempre um cronista que acompanhava essas expedições. Sua função era clara: narrar os acontecimentos de um modo cronologicamente organizado. Naquele momento, portanto, fazer uma crônica significava registrar, de modo fiel, uma série de fatos ordenados no tempo. A finalidade da crônica, nesse caso, era preservar a memória dos acontecimentos e, por isso aproximava-se da história (ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 80). No Brasil, quem melhor representou essa perspectiva da crônica foi Pero Vaz de Caminha. Sua carta sobre o descobrimento do Brasil é um bom exemplo desse tipo de registro. A segunda acepção da palavra crônica diz respeito a um tipo de texto bastante utilizado no jornalismo para abordar assuntos diversos do cotidiano e da atualidade. Esse tipo de crônica surgiu nos chamados folhetins, palavra derivada do francês feuilleton, uma “[...] seção quase que informativa, um rodapé onde eram publicados pequenos contos, pequenos artigos, ensaios breves, poemas em prosa, tudo, enfim, que pudesse informar os leitores sobre os acontecimentos daquele dia ou daquela semana [...]” (SÁ, 2001, p. 8). À medida que a impressa evoluiu, os folhetins foram diminuindo até restar apenas uma seção no jornal dedicada à crônica do dia ou da semana. A crônica pode, portanto, ser definida como uma narrativa breve, de tom leve e linguagem simples, abordando temas do cotidiano. Ou como definem Abaurre e Abaurre (2007, p. 80): A crônica é um gênero discursivo no qual, a partir da observação e do relato de fatos cotidianos, o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que está por trás das aparências ou não é percebido pelo senso comum. Nesse sentido, é finalidade da crônica revelar as fissuras do real, aquilo que parece invisível para a maioria das pessoas, ajudando-as a interpretar o que se passa à sua volta. Como a crônica se pauta nos fatos do cotidiano e podem ocorrem fatos de todas 19 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. as ordens, podemos afirmar que há muitos tipos de crônicas. No entanto, é possível identificar alguns grandes grupos: a) Crônica lírica ou poética: narrativa de flagrantes de ordem sentimental, saudosistas ou descrições de belas paisagens. Um grande representante deste tipo de crônica é Rubem Braga. b) Crônica de humor: é basicamente o registro, de forma bastante irônica, de episódios cotidianos ou de costumes. Hoje, o grande representantedeste tipo de crônica no Brasil é Luís Fernando Veríssimo. c) Crônica-ensaio: narrativa que se aproxima do ensaio. Há um tom bem-humorado, mas, ao mesmo tempo, uma crítica direta e aberta às questões sociais, políticas e ideológicas do país. Nesta vertente temos como representantes: Arnaldo Jabor, Carlos Heitor Cony, entre outros. d) Crônica jornalística: texto que trata de aspectos específicos das notícias ou dos fatos, podendo ser policial, esportiva, política etc. Vamos ler a crônica a seguir: COMO APRENDI A CHAMAR A POLÍCIA Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado. Mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: - Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Passados menos de três minutos, estavam na rua 5 carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: - Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi: - Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível. FONTE: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Disponível em: <http://leiturinhasdavida.blogspot.com. br/2014/06/cronica-como-aprendi-chamar-policia.html>. Acesso em: 23 abr. 2016. 20 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Luís Fernando Veríssimo, com seu estilo bem-humorado, apresenta um fato corriqueiro no mundo atual: chamar a polícia porque se está sendo assaltado ou foi assaltado. Na crônica, o autor não apenas apresenta o fato, o assalto, mas também mostra como essa pode ser uma tarefa difícil, considerando a estrutura político-social que temos no Brasil, hoje. Há a apresentação do fato e uma reflexão sobre ele, levando- nos a pensar sobre questões que estão por detrás de algo de nosso cotidiano. 3.1.2.4 Editorial O editorial é um texto jornalístico com o objetivo de informar, sendo, no entanto, parcial. Isto é, a proposta do editorial é, justamente, informar dizendo de que lugar se está fazendo isso, qual o ponto de vista defendido pelo veículo de comunicação em que os textos circularão. Assim, em um editorial encontramos, normalmente, o fato e a opinião sobre ele. O editorial é um gênero discursivo que tem a finalidade de manifestar a opinião de um jornal (ou algum órgão de imprensa) sobre acontecimento importante no cenário nacional ou internacional. Não é assinado, porque não deve ser associado a um ponto de vista individual. Deve ser enfático, equilibrado e informativo. Além de apresentar os argumentos que sustentam a posição assu- mida pelo jornal, costuma também resumir opiniões contrárias, para refutá-las (ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 262). Leia o editorial que segue: Sem ilusões Independentemente da decisão do Senado sobre o processo do impeachment da presidente da República, a sociedade precisa estar atenta que dias difíceis, dolorosos mesmo, ainda estão por vir, com o agravamento da crise econômica e política que paralisou o país. Mesmo admitindo que o vice-presidente venha a assumir, alguns veículos de comunicação que apoiaram e alimentaram o impeachment já alertavam ontem em seus espaços de opinião que o futuro presidente terá que tomar medidas duras para reativar a economia e uma delas seria o aumento de impostos. Aumento de impostos significa corte nos custos tanto no setor público quanto na iniciativa privada e, consequentemente, mais desemprego. O que seria trágico para o país que já vem acumulando a perda de aproximadamente 10 milhões de postos de trabalho. A mesma tese, aliás, foi defendida ontem por Henrique Meirelles, um dos nomes que vem sendo cogitado para assumir o Ministério da Fazenda. Isso significa que não se pode ter ilusões sobre o que está por vir e, portanto, a sociedade precisa estar preparada para enfrentar a crise por si mesma, com muito 21 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. trabalho e criatividade, como muitos segmentos já vêm fazendo. FONTE: Editorial do A Gazeta, do Acre. 20 abr. 2016. Disponível em: <http://agazetadoacre.com/ noticias/sem-ilusoes-4/>. Acesso em: 23 abr. 2016. Como deve ter percebido, o editorial, como os artigos de opinião, apresenta uma introdução, contextualizando a questão analisada, um desenvolvimento, expondo os argumentos que sustentam a análise realizada e uma conclusão que enfatiza o ponto de vista defendido. No entanto, diferencia-se do artigo de opinião por expressar o ponto de vista defendido por um grupo, normalmente, os que publicam naquele veículo de comunicação, não sendo assinado por um indivíduo, e por ter uma extensão menor que a do artigo, sendo mais condensado. Em relação à linguagem, o editorial, como representante de uma entidade, traz uma linguagem formal, de caráter impessoal (evitam-se marcadores que indiquem 1ª pessoa). Como se dirige ao público em geral, apesar da formalidade, apresenta objetividade e clareza, para maior transparência do posicionamento adotado pela empresa (jornal, revista, portal etc.). Após os estudos dos gêneros textuais, enfatizando alguns mais específicos, vamos abordar um pouco a questão da linguagem empregada nas produções textuais, dando ênfase àquela utilizada no meio acadêmico. 3.2 OS NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS Já sabemos que em nosso cotidiano adaptamos nossa linguagem às diversas situações comunicativas a que somos expostos. Assim, falamos de um jeito quando estamos em casa, relaxados entre nossos familiares, de outro quando estamos com nossos amigos em um lugar de divertimento; de outro quando estamos no ambiente de trabalho e, ainda, de outro quando nos dirigimos a pessoas estranhas ou aos nossos superiores no emprego. Essas mesmas variações vamos encontrar nos textos escritos. Veja os exemplos que seguem: No WhatsApp: Bruno: vc vai hj? Lauro: vou. Bruno: tbem vou. Lauro: blz. Flw. 22 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. No e-mail para um colega de trabalho: Oi, Ana, Poderia verificar se o cliente X enviou a ordem de pagamento? Um abraço, Maria No e-mail para um cliente da empresa onde trabalha: Prezado Sr. X, Segue cópia do contrato para sua apreciação. Qualquer dúvida entre em contato com nosso setor jurídico, no e-mail juridico@ empresaY.com.br. Atenciosamente, Mauro Rodriguez Gerente de relacionamento. Note que em cada uma dessas situações a linguagem foi utilizada de uma forma diferente para estar adequada à situação comunicativa. Não seria possível enviar um e-mail para um cliente utilizando a linguagem abreviada do WhatsApp. Os exemplos mostram que à medida que vamos construindo nossos conhecimentos de mundo e de língua, diferenciamos níveis em nossa linguagem, os quais são empregados nas situações em que forem mais adequados. Assim, também nas produções escritas, dependendo do contexto, do enunciatário, do tema etc., podemos fazer uso de uma linguagem mais informal ou mais formal. Como este caderno destina-se a estudantes de cursos superiores de ensino, vamos enfatizar o uso do nível formal na escrita, uma vez que os textos solicitados no ambienteacadêmico (e mesmo nos ambientes profissionais) exigem um grau de formalidade maior. 3.2.1 A LINGUAGEM FORMAL NA ESCRITA DE TEXTOS Na produção de textos acadêmicos, é importante levar em consideração: a clareza, o escrito deve ser claro, apresentando as informações de forma que o leitor consiga depreendê-las com rapidez e transparência; a objetividade, sendo direto no que quer dizer, sem fazer rodeios desnecessários ou dando voltas para chegar ao assunto; a 23 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. concisão, conseguindo passar o maior número de informações com o menor número de palavras. Esses três elementos são indispensáveis para dar ao texto em nível acadêmico os aspectos necessários à sua adequação. Além deles, o texto em uma linguagem mais formal deve apresentar correção gramatical, fazendo uso adequado das estruturas da língua (ortografia, pontuação, vocabulário, estruturas morfossintáticas etc.); terminologia adequada ao assunto e à área, apresentando os termos técnicos ou jargões necessários à compreensão do tema exposto; imparcialidade, deixando claro o caráter científico do texto (uso de 3ª pessoa ou formas passivas); coesão e coerência, como já estudamos no capítulo 2 deste caderno. Leiamos o fragmento que segue: A geografia linguística do Brasil É por meio da língua que o homem expressa suas ideais, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio [...]. Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal – seu idioleto –, mas também filiá-lo a um determinado grupo. A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos que lhe são peculiares podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional); c) a situação (formal ou informal) em que se encontra. [...] FONTE: Adaptado de: BRANDÃO, Silvia F. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. p. 5-12. 24 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Note que o texto apresenta as características que enumeramos anteriormente. Embora tenhamos exposto apenas um fragmento, ele é claro, objetivo, conciso, correto gramaticalmente, há uma escolha vocabular adequada ao público-leitor (leitores interessados em estudar a língua portuguesa e suas variações), imparcial (preocupado em expor os dados e não opinar sobre eles). Como você percebeu, até agora estivemos nos aprofundando nas questões relativas a como escrever um texto, seu conceito, suas características, gêneros e tipos a que pertence etc. A partir deste momento nos dedicaremos a estudar como ler os textos e interpretá-los de maneira adequada. Esse é o tema de nosso próximo capítulo. RESUMO Neste capítulo vimos: • Tipos textuais são conjuntos de enunciados organizados em uma estrutura pré- definida: Narração: ato de “contar” algo, envolve personagens, narrador, tempo, espaço, enredo. Exposição: escrito que apresenta informações sobre um objeto ou situação. Argumentação: texto que apresenta a opinião, o posicionamento do escritor. Descrição: escrito que faz a descrição em detalhes de determinado objeto ou situação. Injunção: escrito com a finalidade de dar instruções. • Gêneros textuais ou discursivos: estruturas textuais que se relacionam diretamente às situações comunicativas em que são empregadas. o Há uma infinidade de gêneros textuais, mas neste caderno destacam-se: Notícia: registro de fatos do interesse da coletividade sem a opinião de quem o redige. Artigo de opinião: texto argumentativo com o objetivo de apresentar o posicionamento de quem escreve acerca de determinado tema. Crônica: exposição de fatos do cotidiano com o intuído de promover reflexão. Editorial: texto com finalidade de explicitar o ponto de vista, o posicionamento de um grupo ou de um veículo de comunicação. • Cada gênero textual acaba utilizando um nível de linguagem específico. o Informal: utilizado em situações comunicativas informais. o Formal: utilizado em situações comunicativas formais. o No caso dos textos acadêmicos, utiliza-se o nível formal de linguagem. Além disso, devem apresentar: Clareza. Objetividade. Concisão. Imparcialidade. Coesão e coerência. 25 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Correção gramatical. Adequação vocabular. AUT OAT IVID ADE � 1 Leia o seguinte texto: O lobo e o leão Um lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém. No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha. O lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!". O leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?" FONTE: Disponível em: <http://www.ufjf.br/cursinho/files/2015/06/ CPU-Apostila-de-Reda%C3%A7%C3%A3o-Cl%C3%A9o.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2016. Analise as afirmações que seguem: I. O texto está constituído predominantemente em uma estrutura narrativa. II. O texto apresenta uma estrutura injuntiva e argumentativa. III. No texto predomina uma estrutura descritiva. IV. O texto não se enquadra na tipologia textual. Está CORRETA: a) ( ) Apenas I. b) ( ) Apenas II. c) ( ) Apenas III. d) ( ) Apenas IV. 26 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. e) ( ) Nenhuma. 2 Analise as afirmativas e considere-as verdadeiras ou falsas: ( ) Gêneros do discurso são um conjunto de enunciados organizados em uma estrutura pré-determinada. ( ) Gêneros e tipos textuais são sinônimos, ambas as nomenclaturas se referem às produções e sua adequação ao contexto comunicativo. ( ) Gêneros textuais são práticas sociais, estruturadas com um propósito comunicativo. ( ) Os gêneros discursivos são variados, adaptando-se a situações comunicativas nas quais se inserem. ( ) Os tipos textuais porque adaptados a situações comunicativas são mais dinâmicos que os gênerosdo discurso. A sequência CORRETA é: a) ( ) F, F, V, F, V. b) ( ) V, F, F, V, V. c) ( ) F, V, V, F, F. d) ( ) F, F, V, V, F. e) ( ) V, V, F, F, V. 3 Leia o texto que segue: A angústia de cada dia O angustiado é aquele que ficará a vida toda na alternativa, na escolha, mas sem escolher. Por que não se decide? Será possível uma revolução íntima? Sem alternativa. Infelizmente, não há saída nem pela direita nem pela esquerda. De um lado, a angústia foi aceita como regra, sobretudo nas religiões que veneram o sofrimento. De outro, todo o esforço da ciência e da tecnologia se erigiu como combate à angústia. Morrer, perecer, sofrer são momentos importantes da vida. Melhor viver sem eles, pensam os que combatem a angústia. Travam uma espécie de combate do otimismo contra o pessimismo, como se essa oposição tivesse necessariamente que ter um vencedor. Um combate que já nasce fraco, pois não há remédio contra a angústia. A angústia nossa de cada dia cresce como grama que é preciso aparar, torna-se gigantesca e pode até nos engolir de vez, deixar a casa debaixo do matagal. Debaixo da grama selvagem, com paciência, 27 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. um jardineiro, no entanto, constrói seu jardim. FONTE: TIBURI, Márcia. Revista vida simples. 73. ed. p. 64-65, dez. 2008. (Fragmento) Sobre o texto é CORRETO afirmar: a) ( ) O texto apresenta uma estrutura expositiva: apresenta informações sobre a angústia sem opinar sobre ela. b) ( ) O texto apresenta estrutura injuntiva: dá instruções de como o leitor pode se livrar da angústia. c) ( ) O texto apresenta estrutura argumentativa: apresenta o posicionamento do autor sobre o tema. d) ( ) O texto apresenta uma estrutura descritiva: descreve a angústia e como ela se manifesta nos indivíduos. e) ( ) O texto apresenta uma estrutura narrativa: conta a história de uma personagem que sofre com a angústia. 4 Sobre o gênero crônica se pode afirmar: I. A crônica é um gênero discursivo que expõe o posicionamento do autor, trazendo argumentos para convencer o leitor. II. A crônica relata fatos do cotidiano, por isso, seu nome tem relação com a noção de tempo. III. Em função de ser um retrato do cotidiano, é possível afirmar que existe apenas um tipo de crônica, a humorística. IV. A crônica permite mostrar o que está por trás dos fatos, ajudando o enunciatário a refletir sobre a realidade que o cerca. Estão CORRETAS: a) ( ) Apenas I e II. b) ( ) Apenas II e III. c) ( ) Apenas III e IV. d) ( ) Apenas I e III. e) ( ) Apenas II e IV. 28 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 5 Observe o seguinte texto: Nele a estrutura textual predominante é: a) ( ) Narrativa. b) ( ) Injuntiva. c) ( ) Descritiva. d) ( ) Expositiva. e) ( ) Argumentativa. 29 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 1 A 2 D 3 C 4 E 5 B 30 REDAÇÃO Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. REFERÊNCIAS ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de textos: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007. ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. v. 1. São Paulo: Moderna, 2010. ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola, 2010. (Série estratégias de ensino, 21). KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009. SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 2001. Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC Home-page: www.uniasselvi.com.br
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