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REDAÇÃO
ETAPA 3
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Serviço Social
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autora
Iara de Oliveira
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Jóice Gadotti Consatti
UNIDADE 3: OS GÊNEROS TEXTUAIS E OS NÍVEIS DE LINGUAGEM
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Diferenciar os gêneros textuais ou do discurso.
• Ler adequadamente diversificados gêneros textuais.
• Analisar os níveis de linguagem encontrados nos diversos textos.
O capítulo 3 apresenta-se dividido em dois tópicos, possibilitando uma melhor 
compreensão do conteúdo. Ao final há atividades as quais servirão para revisar, fixar 
e ajudar a construir seu conhecimento sobre o tema, como ocorreu nos capítulos que 
antecederam a este.
Tópico 1: Tipos e gêneros textuais
Tópico 2: Os níveis de linguagem e sua relação com a produção de textos escritos
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INTRODUÇÃO
O texto, como vimos nos capítulos anteriores, está diretamente relacionado à 
situação comunicativa que o gera. Além disso, cada momento comunicativo exige um 
texto específico. Desse modo, vamos, neste terceiro capítulo, dedicar-nos a estudar 
o que são tipos e gêneros textuais, concentrando nossa atenção nos gêneros notícia, 
artigo de opinião, crônica e editorial. Também estudaremos os níveis de linguagem e a 
importância de dominá-los para empregá-los de forma adequada às nossas produções 
escritas. Vamos em frente!
3.1 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
Já vimos que estamos cercados por textos, nossas interações ocorrem por meio 
de textos. E, mesmo quando não tínhamos nenhum conhecimento formal, acadêmico 
sobre eles, fomos capazes que escolher o texto mais adequado à situação comunicativa 
da qual estávamos participando. Ainda que não dominemos as questões teóricas, 
conseguimos claramente diferenciar um texto do outro. Quer testar? Observe os textos 
que seguem e diga o que são:
FIGURA 11 – DIA DOS NAMORADOS
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsertaoemfoco.com.br/images/charges/28/20130527213648.
jpg>. Acesso em: 19 abr. 2016.
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FIGURA 12 – COCA-COLA
FONTE: Disponível em: <http://data3.whicdn.com/images/19980994/large.gif>. Acesso em: 19 abr. 
2016.
FIGURA 13 – MENSAGEM AOS PESQUISADORES
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/textecc/porlexbras/oficinaescrita/images/Slide7.jpg>. 
Acesso em: 19 abr. 2016.
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Como você classificaria cada um desses textos? Temos certeza de que você 
chamou de charge o primeiro, propaganda ou anúncio o segundo e e-mail o terceiro. 
Isso demonstra que, ao longo de nossa experiência como produtores e usuários de 
textos, construímos uma competência metagenérica, a qual nos permite identificar as 
diferenças entre os textos.
[...] é essa competência que possibilita aos sujeitos de uma interação não só 
diferenciar os diversos gêneros, isto é, saber se estão diante de um horóscopo, 
um bilhete, um diário ou de uma anedota, um poema, um telegrama, uma aula, 
uma conversa telefônica etc., como também a identificar as práticas sociais que 
os solicitam (KOCH; ELIAS, 2009, p. 55).
Ao diferenciarmos os textos e reconhecermos as situações comunicativas que 
os necessitam, estamos lidando com o que chamamos de gêneros textuais ou gêneros 
discursivos.
Além das diferenças entre os textos, também é possível perceber que eles 
apresentam estruturas que se repetem em outros escritos. Em vários podemos encontrar 
fatos sendo “narrados”, em outros, elementos sendo “descritos”, em outros, “ordens” 
sendo dadas, há, ainda, aqueles que “opinam” sobre algo. Esses processos podem ser 
encontrados em um anúncio, em um conto, em uma notícia, em um texto científico etc., 
ou seja, os gêneros textuais ou discursivos trazem características que lhes são atribuídas 
em virtude de uma construção linguística um tanto fixa a que denominamos de tipos 
textuais, embora há quem atribua-lhes o nome de sequências textuais.
De acordo com as postulações de Adam (2008), Schneuwly e Dolz [199-] de-
fendem que todo texto é formado de sequências, esquemas linguísticos básicos 
que entram na constituição dos diversos gêneros e variam menos em função 
das circunstâncias sociais. Cabe ao produtor escolher, dentre as sequências dis-
poníveis – descritiva, narrativa, injuntiva, explicativa, argumentativa, dialogal 
– a que lhe parecer mais adequada, tendo em vista os parâmetros da situação 
(KOCH; ELIAS, 2009, p. 63).
Desse modo, resumindo, há os tipos de textos, os quais são classificados em 
virtude de questões de ordem linguística e estrutural, e os gêneros textuais, classificados 
com base no contexto em que são produzidos, do público a que se destinam, da finalidade 
com que são produzidos, do meio por onde circulam etc.
3.1.1 TIPOS TEXTUAIS
Os tipos textuais, como vimos anteriormente, constituem-se como conjuntos de 
enunciados organizados em uma estrutura pré-definida, identificável por caraterísticas 
preponderantes a cada tipo. Embora haja outros tipos, os mais usuais tipos de texto 
ou tipo de composição são: narração, exposição, argumentação, descrição e injunção.
a) Narração: sua principal característica enfatiza o “ato de contar” algo, uma história, 
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real ou ficcional, situada em um tempo e espaço específicos, com personagens e aquele 
que se responsabiliza por “contar a história”, o narrador. Gêneros como o romance, 
o conto, as fábulas, as crônicas, as biografias etc. valem-se deste tipo de composição. 
Leia o exemplo que segue:
Conta a lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia 
e noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria 
cujo valor do prêmio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim, passavam 
os dias, as semanas, os meses e anos. E nada acontecia. 
Até que no dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o 
Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva gritou:
- Pelo menos, meu filho, compra o bilhete!!!
FONTE: Disponível em: <https://adalidzeballos.wordpress.com/2013/04/29/textos-narrativos-
descritivos-e-dissertativos/>. Acesso em: 18 abr. 2016.
Facilmente reconhecemos no fragmento um exemplo de narração. Há uma espécie 
de entidade que conta a história (narrador), situando-a em um tempo (dias, semanas, 
meses e anos), um espaço (Veneza), com a interação de personagens (funcionário público 
e Santo).
b) Exposição: caracteriza-se por apresentar informações sobre um objeto ou uma situação, 
valendo-se de uma linguagem clara e objetiva. Os gêneros que mais utilizam esse tipo 
de composição são: reportagem, resumo, fichamento, artigos científicos, seminários, 
entre outros.
O telefone celular
A história do celular é recente, mas remonta ao passado –– e às telas de cinema. 
A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome 
artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e 
Dalila (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com 
um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação desgastante 
foi o interesse pela tecnologia.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que 
alguns torpedos teleguiados da Marinhahaviam sido interceptados por inimigos. Ela 
ficou intrigada com isso, e teve a ideia: um sistema no qual duas pessoas podiam se 
comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base 
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dos celulares, patenteada em 1940.
FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/texto-expositivo.htm>. 
Acesso em: 8 abr. 2016.
O texto apresenta informações sobre determinado objeto, nesse caso, o telefone 
móvel. Expõe de onde surgiu a ideia, quando, quem foram os responsáveis, tudo sem 
que haja uma emissão de opinião. A finalidade é informar.
ATE
NÇÃ
O!
Todo este Curso caracteriza-se como um texto em que predominam 
características expositivas. Seu objetivo é apresentar conceitos, características, 
informações sobre um determinado objeto: o texto.
c) Argumentação: também conhecida como texto dissertativo-argumentativo. 
Caracteriza-se como um texto que apresenta a opinião do escritor, o qual valendo-se 
de estratégias de argumentação, tenta provar seu ponto de vista e convencer o leitor 
com seus argumentos. Esse tipo de composição é comum em gêneros como o editorial, 
carta do leitor, ensaio, dissertação-argumentativa, artigo de opinião etc.
O verdadeiro preço de um brinquedo
É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência 
de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de 
produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, 
tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas 
para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. 
No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da história. A 
imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da 
queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as 
propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de 
eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica 
bem estruturada.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. 
Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas 
temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. 
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Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação 
em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos 
brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável 
de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim 
de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para 
esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é 
preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores que 
abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos 
um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem 
abusiva da ingenuidade infantil.
FONTE: LOPES, Carlos Eduardo. 2014. Disponível em: <https://cursandomedicina.wordpress.
com/2015/06/14/redacao-enem-nota-1000-veja-exemplos-de-textos-dissertativos-
argumentativos-que-tiraram-nota-maxima/>. Acesso em: 18 abr. 2016.
O autor, ao longo do texto, apresenta argumentos que subsidiam seu ponto 
de vista e com os quais tenta convencer o leitor. No texto, está claro que o marketing 
abusa da ingenuidade das crianças, fazendo com que pensem que, para serem aceitas 
em seus grupos de amigos, devem ter o produto; que é preciso ampliar a legislação 
sobre o assunto, limitando as técnicas de vendas a este público; e, por fim, promover 
a conscientização.
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Nos concursos, processos seletivos etc., em que há produção textual, 
normalmente é solicitada a elaboração de um texto argumentativo ou 
dissertativo-argumentativo.
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Se quiser saber um pouco mais sobre o texto argumentativo e como elaborá-
lo adequadamente acesse <http://pucrs.br/gpt/argumentativo.php>.
d) Descrição: caracteriza-se por descrever o objeto ou a situação de forma objetiva ou 
subjetiva, dependendo do propósito. É comum encontrar este tipo de composição em 
gêneros como ata, relatório, relato de viagem, laudo etc.
 Vejamos um exemplo:
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O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lobrego, nu, lajeado de pedregulho – 
agora resplandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, 
plantas decorativas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de 
Espanha, trabalhados em talha, solenes como coros de catedral. Em cima, na antecâmara, 
revestida como uma tenda de estofos do Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam-
na divãs cobertos de tapetes persas, largos pratos mouriscos com reflexos metálicos de cobre, 
uma harmonia de tons severos, onde destacava, na brancura imaculada do mármore, uma 
figura de rapariga friorenta, arrepiando-se, rindo, ao meter o pezinho na água. Daí partia 
um amplo corredor, ornado com as peças ricas de Benfica, arcas góticas, jarrões da Índia, e 
antigos quadros devotos. As melhores salas do Ramalhete abriam para essa galeria. No salão 
nobre, raramente usado, todo em brocados de veludo cor de musgo d'outono, havia uma bela 
tela de Constable, o retrato da sogra de Afonso, a condessa de Runa, de tricorne de plumas 
e vestido escarlate de caçadora inglesa, sobre um fundo de paisagem enevoada. Uma sala 
mais pequena, ao lado, onde se fazia música, tinha um ar de século XVIII com seus móveis 
enramalhetados de ouro, as suas sedas de ramagens brilhantes: duas tapeçarias de Gobelins, 
desmaiadas, em tons cinzentos, cobriam as paredes de pastores e de arvoredos.
FONTE: QUEIRÓS, Eça. Os Maias. 1888. p. 4. Disponível em: <http://www.livros-digitais.com/eca-
de-queiros/os-maias/4>. Acesso em: 18 abr. 2016.
O fragmento descreve com detalhes o objeto, nesse caso específico, a casa "O 
Ramalhete", onde se instala a família Maia.
e) Injunção: este tipo de composição tem por característica dar instruções, valendo-
se, desse modo, dos verbos no imperativo. Utilizam-se deste tipo de composição os 
gêneros: receitas culinárias, bulas, editais, manuais de instruções etc.
FIGURA 14 – CARTAZ DE COMBATE AO AEDES AEGYPTI
FONTE: Disponível em: <http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/styles/full_colunm/public/
atoms_image/zika.png?itok=nYe5ZkJC>. Acesso em: 8 abr. 2016.
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O cartaz dá instruções de como proteger as crianças das doenças transmitidas 
pelo mosquito. Note que além de instruir (o que pode e o que não pode), utiliza o modo 
imperativo em “Proteja as crianças do mosquito”.
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NÇÃ
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Os tipos textuais, embora marcados por características próprias, não são 
grupos fechados. Há a possibilidade de produzir gêneros textuais que 
se valem de mais de um tipo de texto. Por exemplo: textos narrativo-
descritivos, textos descritivo-argumentativos, e assim por diante.
Observe o texto:
ATA DA ASSÉMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES DE 
AMARALINA
Aos vinte (vinte) dias do mês de novembro de 2003 (dois mil e três), pelas 22 
h (vinte e duas horas), na sede social localizada na Rua Timbó, número 20 (vinte), 
no bairro de Amaralina, desta cidade de Salvador, reuniram-se em Assembleia 
Geral Extraordinária, sócios da Associaçãode Pescadores de Amaralina, CNPJ. n. 
8009090/0001, representando a totalidade dos associados com direito a voto, conforme 
se verifica pelas assinaturas colocadas no Livro de Presença. Assumindo a presidência 
dos trabalhos, na forma prevista no Estatuto, o sócio Figueiras, convidou a mim, sócio 
Roberto Luis, para secretariar a Assembleia. Formada assim a Mesa, o Sr. Presidente 
encerrou o Livro de Presenças e declarou aberta a sessão, convocada pelo Aviso do 
dia 16 (dezesseis) deste corrente mês, publicado no pátio da Creche “Filhos de Peixe”, 
situada neste bairro de Amaralina. Aviso – “Ficam convidados os senhores sócios 
para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, em primeira convocação, no 
dia vinte de novembro corrente, às 22 h, com o quórum declarado no Estatuto, ou 
às 22h 30min (vinte duas e trinta) minutos, com qualquer número de participantes, 
na sede social, Rua Timbó, número 20, desta cidade, a fim de avaliarem a proposta 
da Diretoria, com a seguinte pauta: a) reforma e consolidação do Estatuto; b) o que 
ocorrer. Salvador, 16 de novembro de 2003. Figueiras – Diretor-Presidente”. Dando 
prosseguimento aos trabalhos, o Senhor Presidente determinou que se procedesse à 
leitura da proposta da Diretoria, citada na pauta da convocação. Terminada a leitura 
do documento de proposta, que foi feita em voz alta, por mim, na qualidade de 
Secretário ad hoc, o Senhor Presidente submeteu à discussão dos presentes a nova 
redação da proposta para o Estatuto, artigo por artigo, e, ao final da discussão, como 
não houve qualquer sugestão ou emenda, foi a matéria posta em votação pelo Senhor 
Presidente, resultando unanimemente aprovada, em consequência do que ele declarou 
que o Estatuto da Associação passava, então, a vigorar com a redação constante da 
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proposta aprovada. Nada mais havendo a tratar, foi suspensa a reunião para que 
fosse lavrada esta ata, no livro próprio, a qual, depois de lida e achada conforme, 
vai assinada por mim que redigi e lavrei, e por todos os presentes, dando o Senhor 
Presidente por encerrada a Assembleia. 
FONTE: Disponível em: <http://www.gestaosocial.org.br/conteudo/servicos/modelos-de-
documentos/administrativos/ata.doc/download.>. Acesso em: 10 jun. 2016
A ata traz em seu início uma descrição da reunião (local, hora, data etc.), na 
sequência, apresenta o aviso de convocação (estrutura injuntiva, pois, de certo modo, 
ordena que os associados venham à reunião), e expõe os assuntos tratados e seus 
encaminhamentos. Temos, portanto, um gênero textual, ata, no qual predominam 
estruturas descritivo-expositivas. Esse texto ilustra o que afirmamos: um gênero textual 
pode constituir-se de vários tipos ou estruturas textuais.
3.1.2 GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS
Se os tipos textuais são estruturas com marcas características, os gêneros 
relacionam-se diretamente com as situações de uso. 
[...] os gêneros é que constituem textos empíricos, é que constituem textos 
reais em circulação, os quais são regulados também por tipos de sequências 
sintáticas e relações lógicas. [...] São definidos por propriedades sociodiscur-
sivas, diferentemente, portanto, dos tipos, como vimos, que são definidos por 
propriedades linguísticas. Cumprem funções comunicativas específicas, quer 
dizer, realizam-se com propósitos comunicativos determinados e facilmente 
reconhecíveis pela comunidade em que circulam (ANTUNES, 2010, p. 72) 
Desse modo, quando pensamos em comunicação não podemos deixar de 
relacioná-la diretamente aos gêneros de textos. Não há comunicação sem eles. São 
os gêneros do discurso (textuais), entendidos como práticas sociais dotadas de “[...]
propósitos comunicativos [...]”, como afirmou Antunes (2010), que permitem que haja 
a interação entre os sujeitos sociais.
Porque cumprem “propósitos comunicativos”, os gêneros textuais ou discursivos 
são diversificados e de possibilidades infinitas. São escolhidos “[...]de acordo com as 
diversas práticas sociais, tendo em vista as esferas de necessidade temática, o conjunto 
dos participantes e a vontade enunciativa ou intenção do locutor.” (KOCH; ELIAS, 
2009, p. 61). Em função disso, de sua amplitude e diversidade, apresentamos o quadro 
a seguir, o qual mostra apenas um pouco das possibilidades relacionadas aos gêneros 
discursivos:
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QUADRO 5 – GÊNEROS DISCURSIVOS
Aspectos tipológicos Exemplos de gêneros orais e escritos
Narrar Conto, fábula, narrativa de aventura, romance, 
narrativa de ficção científica, crônica literária, romance 
histórico, narrativa de enigma, novel fantástica, conto 
maravilhoso, entre outros.
Relatar Relato de experiência, diário íntimo, reportagem, 
crônica social, anedota ou caso, autobiografia, 
biografia, curriculum vitae, notícia, relato histórico etc.
Argumentar Texto de opinião, carta de leitor, carta de reclamação, 
carta de solicitação, debate regrado, artigo de opinião, 
editorial, resenha, assembleia, ensaio, discurso de 
defesa e de acusação (em se tratando de área jurídica), 
deliberação formal, entre demais exemplos.
Expor Exposição oral, seminário, conferência, palestra, 
resumos de textos explicativos, relatório científico, 
relato oral de experiência, palestra, verbete, entre 
outros.
Descrever ações Instruções de montagem, receita, regulamento, 
instruções de uso, textos prescritivos, regras de jogo, 
comandos diversos etc.
FONTE: Adaptado de: <http://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/03/alguns-generos-orais-
escritos(1).jpg>. Acesso em: 8 abr. 2016.
Ao conseguirmos traçar um panorama sobre os tipos e gêneros textuais, vamos 
aprofundar um pouco mais nossos estudos em alguns gêneros específicos, comecemos 
com a notícia.
3.1.2.1 Notícia
Para iniciarmos este item, façamos a leitura do texto que segue:
Aos 57 anos, Prince é encontrado morto nos Estados Unidos
O ícone do pop Prince foi encontrado morto no complexo em que morava nesta 
quinta-feira (21) em Minnesota, nos Estados Unidos, segundo o site TMZ. Ainda não 
há informações sobre a causa da morte do músico.
Nas últimas semanas, o cantor passou mal e pediu para fazerem um pouso de 
emergência em seu jato particular, em Illinois. Mas, no dia seguinte, o artista apareceu 
em um show para assegurar a seus fãs que ele estava bem. De acordo com fontes 
próximas ao músico, ele estava lutando contra uma gripe.
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Além disso, antes de sua aparição mais recente, Prince cancelou dois shows, 
um deles foi em Atlanta, devido a problemas de saúde.
Carreira
Prince tornou-se uma estrela internacional em 1982 após seu primeiro álbum 
de sucesso "1999". No decorrer da carreira, ele acumulou 7 Grammys, 1 Globo de 
Ouro e, também, vendeu mais de 100 milhões de discos, além de ganhar o Oscar de 
Melhor Trilha Original com o single Purple Rain em 1985.
Em 2007, o músico se apresentou no Super Bowl, uma de suas maiores e 
marcantes performances ao vivo de todos os tempos e em 2014 entrou no Rock and 
Roll Hall of Fame.
Prince foi casado duas vezes – a primeira com a dançarina Mayte Garcia e a 
segunda com Manuela Testolini, de quem se separou em 2006.
FONTE: Disponível em: <http://musica.terra.com.br/aos-57-anos-prince-e-encontrado-morto-nos-
estados-unidos,4d09163087ef5820cf92516a11223595vqyxyo1p.html>. Acesso em: 23 abr. 
2016.
Veja que o texto traz uma informação acerca de uma personalidade do meio 
musical internacional e foi disponibilizado em um portal de notícias (Terra) para que 
seus leitores tivessem acesso aos fatos.
Os textos cujo objetivo é informar por meio de um relato de fatos para atingir 
um grande número de pessoas são chamados de notícias.
A notícia é um gênero discursivoque apresenta o registro de fatos de interesse 
geral, sem que a opinião de quem escreve a respeito dos acontecimentos seja 
explicitada. Sua finalidade é informar, por meio de um relato, as circunstâncias 
em que ocorreram os fatos registrados. Toda notícia apresenta os fatos a partir 
de uma perspectiva determinada pelo olhar de quem a escreve, pela orientação 
do jornal ou revista e pelo público-alvo da publicação (ABAURRE; ABAURRE; 
PONTARA, 2010, p. 433).
Como sua proposta é informar o maior número possível de cidadãos, uma das 
questões levadas em consideração é a relevância, ou seja, o que é e o que não é importante 
para a maioria das pessoas. Assim, os veículos produtores de notícias e os meios em 
que circulam selecionam fatos que envolvem aspectos econômicos, sociais, culturais, 
políticos que dizem respeito à sociedade como um todo. 
Embora a notícia seja um gênero que apresenta características bem definidas, 
pode haver variações em virtude do veículo em que circula. Os jornais impressos 
tendem a apresentar textos maiores com mais detalhes de informação. Os jornais on-
line ou os portais de notícias, procurando garantir que o público se inteire do fato quase 
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simultaneamente ao seu acontecimento, trazem um texto mais curto, com informações 
mais gerais que, ao longo do dia, são atualizadas.
Como já mencionamos, o gênero textual notícia apresenta características e uma 
estrutura que lhe são próprias. Toda notícia, basicamente, apresenta um título, elaborado 
com a finalidade de chamar a atenção do público, o olho, uma espécie de destaque 
do que é mais importante no texto, e a notícia propriamente dita. O corpo do texto 
costuma seguir o que se denomina de “pirâmide invertida”: na primeira frase (ou nas 
duas primeiras) está o “lide” ou “lead”, contendo as informações básicas e responde 
as questões: quem, o quê e quando. Na sequência, o texto vai desenvolvendo as ideias 
básicas, procurando destacar como e por quê.
Vejamos outro exemplo:
Especialistas defendem mudanças no sistema político eleitoral nacional
Substituição do modelo proporcional é vista como alternativa para elevar o nível 
do debate e reduzir a corrupção na Câmara dos Deputados
Quando o voto do palhaço Tiririca (PR-SP) é um dos mais sóbrios em uma 
sessão de impeachment — e depois o deputado debocha dos colegas em vídeo em que 
simula dedicatória ao cachorro da família — há indício de que algo vai mal. Quando a 
deputada Raquel Muniz (PSD-MG) homenageia o marido, prefeito de Montes Claros 
(MG), como exemplo de gestão e ele vai preso em menos de 24 horas, é mais um alerta 
de que a Casa do Povo está virando palco de piadas prontas.
Em 1992, também houve referências familiares e arroubos patrióticos, mas 
mesmo o voto decisivo para aceitar processo contra Fernando Collor foi comedido. 
Paulo Romano (PFL-MG) disse: "Pela dignidade, por aquilo que Minas Gerais 
representa, voto sim. Viva o Brasil". Domingo passado, Bruno Araújo (PSDB-PE) chorou 
e foi carregado ao completar os dois terços necessários para admitir o impeachment 
de Dilma Rousseff. Há 24 anos, os deputados entoaram o Hino da Independência. 
Desta vez, tomaram emprestado das torcidas de futebol os versos "Eu sou brasileiro/
com muito orgulho/com muito amor".
A questão que intriga cientistas políticos é como elevar o nível do debate e 
reduzir a corrupção no parlamento. Para muitos, a saída é uma reforma política ampla. 
Uma das propostas é substituir o modelo eleitoral proporcional.
— Devemos buscar um novo modelo eleitoral e um novo sistema partidário. 
O sistema deveria ser o distrital misto, e as coligações para o Legislativo tinham de 
ser banidas — opina Murillo de Aragão.
Rubem Cardozo sustenta que o fundamental é reduzir o número de siglas 
e limitar coligações. O atual modelo estimula alianças oportunistas para ampliar o 
tempo de propaganda na TV e atingir o quociente mínimo de votos para ocupar uma 
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vaga, além de gerar distorções como dar cadeira a candidatos com menos eleitores 
do que outros.
As variações do sistema distrital diminuiriam o peso dos "puxadores de voto", 
concorrentes cujas supervotações ajudam a eleger correligionários menos votados. 
Ao somar mais de 1 milhão de votos, Tiririca levou consigo para a Câmara os colegas 
do PR paulista Capitão Augusto, com 46,9 mil votos, e Miguel Lombardi, com 32 mil.
Um novo modelo favoreceria ainda a redução dos partidos com representação 
na Câmara, cuja proliferação dificulta a governabilidade e fomenta a corrupção como 
meio de controlar o Congresso. Há uma série de projetos para alterar as regras do 
jogo político do país, mas não há mudanças radicais em vista até o momento. Outra 
reforma discutida há tempo, mas sem previsão de sair do papel, é a revisão do número 
de representantes na Câmara conforme o tamanho do eleitorado de cada Estado. O 
desafio para reformular o Congresso é que a decisão depende do próprio Congresso.
FONTE: GONZANATTO, Marcelo. Especialistas defendem mudanças no sistema político eleitoral 
nacional. 23 abr. 2016. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/04/
especialistas-defendem-mudancas-no-sistema-politico-eleitoral-nacional-5784459.html>. 
Acesso em: 23 abr. 2016.
O exemplo apresenta um título (Especialistas defendem mudanças no sistema 
político eleitoral nacional) que procura chamar a atenção para o tema da notícia; um 
olho (Substituição do modelo proporcional é vista como alternativa para elevar o nível 
do debate e reduzir a corrupção na Câmara dos Deputados) destacando o assunto 
principal (mudança no sistema político) e o texto em si. É importante destacar que 
cada jornalista tem um estilo de escrita que precisa ser respeitado, há uma estrutura 
que subsidia o gênero notícia, mas há também o estilo de cada um que a escreve. No 
caso desta notícia específica, os dois primeiros parágrafos apresentam uma espécie de 
contextualização, recordando fatos recentes (da votação na Câmara de Deputados do 
processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff) e fatos de nossa história política 
(Impeachment de Fernando Collor de Melo), para dar destaque ao tema central. No 
terceiro parágrafo, aparece o lide. As duas primeiras frases indicam quem (Brasil), o quê 
(reformas políticas), quando (atualidade). Na sequência, o texto traz depoimentos de 
sociólogos, destacando, assim, o como (mudar o sistema político) e o por quê (diminuir 
taxa de corrupção e dar mais credibilidade à política brasileira). 
Note, também, que a notícia emprega uma linguagem de fácil compreensão, 
clara, direta, objetiva, utilizando a norma culta, frases curtas e em ordem direta 
(sujeito + predicado + complemento), bem como evita termos que possam marcar um 
posicionamento do jornalista que a redigiu. Espera-se que uma notícia traga o fato com 
imparcialidade, visto seu propósito de informar. No caso desta notícia, o jornalista não 
traz expressões que mostrem seu ponto de vista explicitamente, ele mostra depoimentos 
de pessoas gabaritadas para reforçar a informação apresentada com a qual pode ou não 
15 REDAÇÃO
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compactuar.
3.1.2.2 Artigo de opinião
Vimos que a notícia é um gênero discursivo com o propósito de informar fatos 
relevantes ao grande público. Há, ainda, gêneros que se propõem a apresentar o ponto 
de vista do escritor, suas ideias sobre um determinado tema, em geral da atualidade e 
de relevância. É o que chamamos de artigo de opinião.
O artigo de opinião é um gênero discursivo claramente argumentativo que tem 
por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma 
questão relevante em termos sociais, políticos, culturais etc. O caráter argu-
mentativodo texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições 
arroladas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz 
(ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 256).
Em sua estrutura predomina a dissertação: o autor apresentar argumentos com 
a função de dar consistência ao seu posicionamento. Além de apresentar seu ponto 
de vista, o faz valendo-se de argumentos que deem consistência ao que defende. 
Sempre é bom lembrar que em um artigo de opinião as ideias apresentadas são de total 
responsabilidade do autor, porque representam sua visão dos fatos. É, portanto, um 
texto de caráter individual porque apresenta o posicionamento do escritor.
Como o texto tenta convencer o leitor do ponto de vista do escritor, este faz uso 
de diversos recursos, dados estatísticos, descrições, afirmações de personalidades sobre 
o assunto, apelo emotivo, humor, ironia etc. Traz uma linguagem simples, pois destina-
se ao público em geral e costuma estruturar-se na primeira pessoa (singular ou plural), 
trazendo, desse modo, a pessoalidade, a individualidade para o texto.
Veja o exemplo que segue:
CADA INDIVÍDUO É RESPONSÁVEL POR SUA CONDUTA
Atribuir à sociedade como um todo a culpa por certos comportamentos errôneos 
não parece, em minha maneira de pensar, uma atitude sensata. Costumamos ouvir 
por aí coisas do tipo “O Brasil não tem mais jeito”, “O povo brasileiro é corrupto 
por natureza”, “Todas as pessoas são egoístas” e frases afins. Essa é uma visão já 
cristalizada no pensamento de boa parte de nosso povo.
Entretanto, se há equívocos, se existem erros, se modos ilícitos são verificados, 
eles sempre terão partido de um indivíduo. Mesmo que depois essas práticas se 
propaguem, somente serão contaminados por elas aqueles que assim o desejarem. 
Uma corporação que, por exemplo, está sob investigação criminal em decorrência da 
ação de alguns de seus componentes, não estará necessariamente corrompida em sua 
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totalidade. Aliás, a meu juízo, isso é quase impossível de acontecer. 
É preciso compreender que nem todo mundo se deixa influenciar por ações 
fraudulentas. De repente o que alguém acha interessante pode ser considerado 
totalmente inviável por outra pessoa e não acredito que seja justo um ser humano ser 
responsabilizado apenas por fazer parte de um grupo “contaminado”, mesmo sem 
ele, o cidadão, ter exercido qualquer coisa que comprometa a sua idoneidade moral.
Todos sabemos que um indivíduo é constituído suficientemente para pagar 
por suas falcatruas. Por isso, não concordo que haja julgamento geral. É preciso que 
saibamos separar o bom do ruim, o honesto do corrupto, o bom-caráter do mau-caráter, 
o dissimulado do verdadeiro. Todos têm consciência do que seja certo ou errado e 
devem carregar sozinhos o fardo de terem sido desleais, incorretos e vulgares, sem 
manchar a imagem daqueles que, por vias do destino, constituem certas facções que 
não apresentam, totalitariamente, uma conduta legal. 
FONTE: Souza, Cassildo. Disponível em: <http://centraldasletras.blogspot.com.br/p/modelos-de-
redacao.html>. Acesso em: 23 abr. 2016.
Perceba que o texto se constrói para defender a ideia do autor de que cada um deve 
pagar por seus próprios erros ou atos de corrupção. O exemplo sobre a investigação em 
uma empresa, a perspectiva ético-filosófica de que todos sabem o que é certo e errado, e 
a ideia de responsabilidade individual e social, são os argumentos que o escritor utiliza 
para defender o ponto de vista que já deixa explícito desde o título (Cada indivíduo é 
responsável por sua conduta).
Novamente reforçamos a dimensão de que o estilo de escrita de cada um também 
agrega marcas ao texto, mas, de forma geral, podemos dizer que um artigo de opinião 
se estrutura da seguinte forma:
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FIGURA 15 – ESTRUTURA DO ARTIGO DE OPINIÃO
FONTE: A autora (2016).
 Há, portanto, um título que já procura indicar o posicionamento do escritor, uma 
apresentação do tema, buscando contextualizá-lo, exposição da questão que motivou o 
tema e qual o ponto de vista defendido; um desenvolvimento, no qual os argumentos 
são demonstrados; e uma conclusão procurando reforçar o ponto de vista defendido e 
arrebanhar adeptos.
3.1.2.3 Crônica
A crônica como um gênero discursivo pode ser concebida de duas formas: como 
uma narração de cunho histórico ou como um texto jornalístico, cujo tema vincula-se 
com a atualidade e o cotidiano.
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ATE
NÇÃ
O!
A palavra crônica, deriva do grego “chronos”, que significa tempo. Ao 
fazermos essa afirmação, agregamos a este gênero um elemento muito 
importante: ele é produzido para tratar de assuntos do dia a dia, do 
cotidiano, por isso sua direta relação com a noção de tempo.
Na primeira acepção, a crônica é uma espécie de documento que registra 
momentos importantes para a construção da história de um determinado lugar. Assim, 
este tipo de texto narrativo teria a preocupação de manter viva a memória de uma época 
ou sociedade.
 
Durante o período das grandes descobertas, quando as pessoas ainda desco-
briam territórios misteriosos nos quatro cantos do mundo e se aventuravam nas 
explorações marítimas, era comum haver sempre um cronista que acompanhava 
essas expedições. Sua função era clara: narrar os acontecimentos de um modo 
cronologicamente organizado. Naquele momento, portanto, fazer uma crônica 
significava registrar, de modo fiel, uma série de fatos ordenados no tempo. A 
finalidade da crônica, nesse caso, era preservar a memória dos acontecimentos 
e, por isso aproximava-se da história (ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 80).
No Brasil, quem melhor representou essa perspectiva da crônica foi Pero Vaz de 
Caminha. Sua carta sobre o descobrimento do Brasil é um bom exemplo desse tipo de 
registro. 
A segunda acepção da palavra crônica diz respeito a um tipo de texto bastante 
utilizado no jornalismo para abordar assuntos diversos do cotidiano e da atualidade. Esse 
tipo de crônica surgiu nos chamados folhetins, palavra derivada do francês feuilleton, 
uma “[...] seção quase que informativa, um rodapé onde eram publicados pequenos 
contos, pequenos artigos, ensaios breves, poemas em prosa, tudo, enfim, que pudesse 
informar os leitores sobre os acontecimentos daquele dia ou daquela semana [...]” (SÁ, 
2001, p. 8). À medida que a impressa evoluiu, os folhetins foram diminuindo até restar 
apenas uma seção no jornal dedicada à crônica do dia ou da semana.
A crônica pode, portanto, ser definida como uma narrativa breve, de tom leve 
e linguagem simples, abordando temas do cotidiano. Ou como definem Abaurre e 
Abaurre (2007, p. 80):
A crônica é um gênero discursivo no qual, a partir da observação e do relato de 
fatos cotidianos, o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma 
interpretação que revela ao leitor algo que está por trás das aparências ou não 
é percebido pelo senso comum. Nesse sentido, é finalidade da crônica revelar 
as fissuras do real, aquilo que parece invisível para a maioria das pessoas, 
ajudando-as a interpretar o que se passa à sua volta.
Como a crônica se pauta nos fatos do cotidiano e podem ocorrem fatos de todas 
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as ordens, podemos afirmar que há muitos tipos de crônicas. No entanto, é possível 
identificar alguns grandes grupos:
a) Crônica lírica ou poética: narrativa de flagrantes de ordem sentimental, saudosistas 
ou descrições de belas paisagens. Um grande representante deste tipo de crônica é 
Rubem Braga.
b) Crônica de humor: é basicamente o registro, de forma bastante irônica, de episódios 
cotidianos ou de costumes. Hoje, o grande representantedeste tipo de crônica no 
Brasil é Luís Fernando Veríssimo.
c) Crônica-ensaio: narrativa que se aproxima do ensaio. Há um tom bem-humorado, 
mas, ao mesmo tempo, uma crítica direta e aberta às questões sociais, políticas e 
ideológicas do país. Nesta vertente temos como representantes: Arnaldo Jabor, Carlos 
Heitor Cony, entre outros.
d) Crônica jornalística: texto que trata de aspectos específicos das notícias ou dos fatos, 
podendo ser policial, esportiva, política etc.
Vamos ler a crônica a seguir:
COMO APRENDI A CHAMAR A POLÍCIA
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém 
andando sorrateiramente no quintal de casa. 
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de 
fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era 
muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito 
preocupado. Mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. 
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. 
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. 
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: - Oi, eu liguei há 
pouco porque tinha alguém no meu quintal. 
Passados menos de três minutos, estavam na rua 5 carros da polícia, um 
helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos 
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. 
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de 
assombrado. 
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: - Pensei que 
tivesse dito que tinha matado o ladrão. 
Eu respondi: - Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
FONTE: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Disponível em: <http://leiturinhasdavida.blogspot.com.
br/2014/06/cronica-como-aprendi-chamar-policia.html>. Acesso em: 23 abr. 2016.
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Luís Fernando Veríssimo, com seu estilo bem-humorado, apresenta um fato 
corriqueiro no mundo atual: chamar a polícia porque se está sendo assaltado ou foi 
assaltado. Na crônica, o autor não apenas apresenta o fato, o assalto, mas também 
mostra como essa pode ser uma tarefa difícil, considerando a estrutura político-social 
que temos no Brasil, hoje. Há a apresentação do fato e uma reflexão sobre ele, levando-
nos a pensar sobre questões que estão por detrás de algo de nosso cotidiano. 
3.1.2.4 Editorial
O editorial é um texto jornalístico com o objetivo de informar, sendo, no entanto, 
parcial. Isto é, a proposta do editorial é, justamente, informar dizendo de que lugar se 
está fazendo isso, qual o ponto de vista defendido pelo veículo de comunicação em 
que os textos circularão. Assim, em um editorial encontramos, normalmente, o fato e 
a opinião sobre ele.
O editorial é um gênero discursivo que tem a finalidade de manifestar a opinião 
de um jornal (ou algum órgão de imprensa) sobre acontecimento importante 
no cenário nacional ou internacional. Não é assinado, porque não deve ser 
associado a um ponto de vista individual. Deve ser enfático, equilibrado e 
informativo. Além de apresentar os argumentos que sustentam a posição assu-
mida pelo jornal, costuma também resumir opiniões contrárias, para refutá-las 
(ABAURRE; ABAURRE, 2007, p. 262).
Leia o editorial que segue:
Sem ilusões
Independentemente da decisão do Senado sobre o processo do impeachment da 
presidente da República, a sociedade precisa estar atenta que dias difíceis, dolorosos 
mesmo, ainda estão por vir, com o agravamento da crise econômica e política que 
paralisou o país.
Mesmo admitindo que o vice-presidente venha a assumir, alguns veículos de 
comunicação que apoiaram e alimentaram o impeachment já alertavam ontem em 
seus espaços de opinião que o futuro presidente terá que tomar medidas duras para 
reativar a economia e uma delas seria o aumento de impostos.
Aumento de impostos significa corte nos custos tanto no setor público quanto 
na iniciativa privada e, consequentemente, mais desemprego. O que seria trágico para 
o país que já vem acumulando a perda de aproximadamente 10 milhões de postos de 
trabalho. A mesma tese, aliás, foi defendida ontem por Henrique Meirelles, um dos 
nomes que vem sendo cogitado para assumir o Ministério da Fazenda.
Isso significa que não se pode ter ilusões sobre o que está por vir e, portanto, 
a sociedade precisa estar preparada para enfrentar a crise por si mesma, com muito 
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trabalho e criatividade, como muitos segmentos já vêm fazendo.
FONTE: Editorial do A Gazeta, do Acre. 20 abr. 2016. Disponível em: <http://agazetadoacre.com/
noticias/sem-ilusoes-4/>. Acesso em: 23 abr. 2016.
Como deve ter percebido, o editorial, como os artigos de opinião, apresenta uma 
introdução, contextualizando a questão analisada, um desenvolvimento, expondo os 
argumentos que sustentam a análise realizada e uma conclusão que enfatiza o ponto de 
vista defendido. No entanto, diferencia-se do artigo de opinião por expressar o ponto 
de vista defendido por um grupo, normalmente, os que publicam naquele veículo de 
comunicação, não sendo assinado por um indivíduo, e por ter uma extensão menor que 
a do artigo, sendo mais condensado.
Em relação à linguagem, o editorial, como representante de uma entidade, traz 
uma linguagem formal, de caráter impessoal (evitam-se marcadores que indiquem 
1ª pessoa). Como se dirige ao público em geral, apesar da formalidade, apresenta 
objetividade e clareza, para maior transparência do posicionamento adotado pela 
empresa (jornal, revista, portal etc.).
Após os estudos dos gêneros textuais, enfatizando alguns mais específicos, vamos 
abordar um pouco a questão da linguagem empregada nas produções textuais, dando 
ênfase àquela utilizada no meio acadêmico.
3.2 OS NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE TEXTOS 
ESCRITOS
Já sabemos que em nosso cotidiano adaptamos nossa linguagem às diversas 
situações comunicativas a que somos expostos. Assim, falamos de um jeito quando 
estamos em casa, relaxados entre nossos familiares, de outro quando estamos com 
nossos amigos em um lugar de divertimento; de outro quando estamos no ambiente 
de trabalho e, ainda, de outro quando nos dirigimos a pessoas estranhas ou aos nossos 
superiores no emprego. Essas mesmas variações vamos encontrar nos textos escritos.
Veja os exemplos que seguem:
No WhatsApp:
Bruno: vc vai hj?
Lauro: vou.
Bruno: tbem vou.
Lauro: blz. Flw.
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No e-mail para um colega de trabalho:
Oi, Ana,
Poderia verificar se o cliente X enviou a ordem de pagamento?
Um abraço,
Maria 
No e-mail para um cliente da empresa onde trabalha:
Prezado Sr. X,
Segue cópia do contrato para sua apreciação.
Qualquer dúvida entre em contato com nosso setor jurídico, no e-mail juridico@
empresaY.com.br.
Atenciosamente,
Mauro Rodriguez
Gerente de relacionamento.
Note que em cada uma dessas situações a linguagem foi utilizada de uma forma 
diferente para estar adequada à situação comunicativa. Não seria possível enviar um 
e-mail para um cliente utilizando a linguagem abreviada do WhatsApp.
Os exemplos mostram que à medida que vamos construindo nossos 
conhecimentos de mundo e de língua, diferenciamos níveis em nossa linguagem, os 
quais são empregados nas situações em que forem mais adequados. Assim, também nas 
produções escritas, dependendo do contexto, do enunciatário, do tema etc., podemos 
fazer uso de uma linguagem mais informal ou mais formal.
Como este caderno destina-se a estudantes de cursos superiores de ensino, vamos 
enfatizar o uso do nível formal na escrita, uma vez que os textos solicitados no ambienteacadêmico (e mesmo nos ambientes profissionais) exigem um grau de formalidade maior.
3.2.1 A LINGUAGEM FORMAL NA ESCRITA DE TEXTOS
Na produção de textos acadêmicos, é importante levar em consideração: a clareza, 
o escrito deve ser claro, apresentando as informações de forma que o leitor consiga 
depreendê-las com rapidez e transparência; a objetividade, sendo direto no que quer 
dizer, sem fazer rodeios desnecessários ou dando voltas para chegar ao assunto; a 
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concisão, conseguindo passar o maior número de informações com o menor número de 
palavras. Esses três elementos são indispensáveis para dar ao texto em nível acadêmico 
os aspectos necessários à sua adequação.
Além deles, o texto em uma linguagem mais formal deve apresentar correção 
gramatical, fazendo uso adequado das estruturas da língua (ortografia, pontuação, 
vocabulário, estruturas morfossintáticas etc.); terminologia adequada ao assunto e à 
área, apresentando os termos técnicos ou jargões necessários à compreensão do tema 
exposto; imparcialidade, deixando claro o caráter científico do texto (uso de 3ª pessoa 
ou formas passivas); coesão e coerência, como já estudamos no capítulo 2 deste caderno.
Leiamos o fragmento que segue:
A geografia linguística do Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideais, as ideias de sua 
geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo 
instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui 
para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário 
e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas 
situações com que se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que, na língua, se projeta 
a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele 
que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições 
e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos 
de uma sociedade”, segundo o novo Aurélio [...].
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, 
uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo 
pessoal – seu idioleto –, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas 
construções frasais, os mecanismos morfológicos que lhe são peculiares podem servir 
de índices que identifiquem:
a) o país ou a região de que se origina;
b) o grupo social de que faz parte (seu grau de instrução, sua faixa etária, seu nível 
socioeconômico, sua atividade profissional);
c) a situação (formal ou informal) em que se encontra. [...]
FONTE: Adaptado de: BRANDÃO, Silvia F. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 
1991. p. 5-12. 
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Note que o texto apresenta as características que enumeramos anteriormente. Embora 
tenhamos exposto apenas um fragmento, ele é claro, objetivo, conciso, correto gramaticalmente, 
há uma escolha vocabular adequada ao público-leitor (leitores interessados em estudar a 
língua portuguesa e suas variações), imparcial (preocupado em expor os dados e não opinar 
sobre eles).
Como você percebeu, até agora estivemos nos aprofundando nas questões relativas 
a como escrever um texto, seu conceito, suas características, gêneros e tipos a que pertence 
etc. A partir deste momento nos dedicaremos a estudar como ler os textos e interpretá-los de 
maneira adequada. Esse é o tema de nosso próximo capítulo.
RESUMO
Neste capítulo vimos:
• Tipos textuais são conjuntos de enunciados organizados em uma estrutura pré-
definida:
  Narração: ato de “contar” algo, envolve personagens, narrador, tempo, espaço, 
enredo.
  Exposição: escrito que apresenta informações sobre um objeto ou situação. 
  Argumentação: texto que apresenta a opinião, o posicionamento do escritor.
  Descrição: escrito que faz a descrição em detalhes de determinado objeto ou situação.
  Injunção: escrito com a finalidade de dar instruções.
• Gêneros textuais ou discursivos: estruturas textuais que se relacionam diretamente 
às situações comunicativas em que são empregadas.
 o Há uma infinidade de gêneros textuais, mas neste caderno destacam-se:
		  Notícia: registro de fatos do interesse da coletividade sem a opinião de 
 quem o redige.
		  Artigo de opinião: texto argumentativo com o objetivo de apresentar o 
 posicionamento de quem escreve acerca de determinado tema.
		  Crônica: exposição de fatos do cotidiano com o intuído de promover 
 reflexão.
		  Editorial: texto com finalidade de explicitar o ponto de vista, o 
 posicionamento de um grupo ou de um veículo de comunicação.
• Cada gênero textual acaba utilizando um nível de linguagem específico.
 o Informal: utilizado em situações comunicativas informais.
 o Formal: utilizado em situações comunicativas formais.
 o No caso dos textos acadêmicos, utiliza-se o nível formal de linguagem. Além disso, 
devem apresentar:
		  Clareza.
		  Objetividade.
		  Concisão.
		  Imparcialidade.
		  Coesão e coerência.
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 Correção gramatical.
 Adequação vocabular.
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IVID
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1 Leia o seguinte texto:
O lobo e o leão
Um lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por 
um instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do 
curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, 
sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente 
mudaram de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso 
leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha.
O lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura 
do seu oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: 
"Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me 
pertence!".
O leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu 
concorrente, olhou em volta, mas como o lobo estava longe demais e não 
valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma 
merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por 
acaso a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por 
favor, me diga, como você a conseguiu?"
FONTE: Disponível em: <http://www.ufjf.br/cursinho/files/2015/06/
CPU-Apostila-de-Reda%C3%A7%C3%A3o-Cl%C3%A9o.pdf>. 
Acesso em: 23 abr. 2016.
Analise as afirmações que seguem:
I. O texto está constituído predominantemente em uma estrutura 
narrativa.
II. O texto apresenta uma estrutura injuntiva e argumentativa.
III. No texto predomina uma estrutura descritiva.
IV. O texto não se enquadra na tipologia textual.
Está CORRETA:
a) ( ) Apenas I.
b) ( ) Apenas II.
c) ( ) Apenas III.
d) ( ) Apenas IV.
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e) ( ) Nenhuma.
2 Analise as afirmativas e considere-as verdadeiras ou falsas:
( ) Gêneros do discurso são um conjunto de enunciados organizados em 
uma estrutura pré-determinada.
( ) Gêneros e tipos textuais são sinônimos, ambas as nomenclaturas se 
referem às produções e sua adequação ao contexto comunicativo.
( ) Gêneros textuais são práticas sociais, estruturadas com um propósito 
comunicativo.
( ) Os gêneros discursivos são variados, adaptando-se a situações 
comunicativas nas quais se inserem.
( ) Os tipos textuais porque adaptados a situações comunicativas são mais 
dinâmicos que os gênerosdo discurso.
 
A sequência CORRETA é:
a) ( ) F, F, V, F, V.
b) ( ) V, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) F, F, V, V, F.
e) ( ) V, V, F, F, V.
3 Leia o texto que segue:
A angústia de cada dia
O angustiado é aquele que ficará a vida toda na alternativa, na 
escolha, mas sem escolher. Por que não se decide? Será possível uma 
revolução íntima?
Sem alternativa.
Infelizmente, não há saída nem pela direita nem pela esquerda. 
De um lado, a angústia foi aceita como regra, sobretudo nas religiões 
que veneram o sofrimento. De outro, todo o esforço da ciência e da 
tecnologia se erigiu como combate à angústia. Morrer, perecer, sofrer 
são momentos importantes da vida. Melhor viver sem eles, pensam os 
que combatem a angústia. Travam uma espécie de combate do otimismo 
contra o pessimismo, como se essa oposição tivesse necessariamente que 
ter um vencedor. Um combate que já nasce fraco, pois não há remédio 
contra a angústia. A angústia nossa de cada dia cresce como grama que é 
preciso aparar, torna-se gigantesca e pode até nos engolir de vez, deixar 
a casa debaixo do matagal. Debaixo da grama selvagem, com paciência, 
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um jardineiro, no entanto, constrói seu jardim.
FONTE: TIBURI, Márcia. Revista vida simples. 73. ed. p. 64-65, dez. 
2008. (Fragmento)
Sobre o texto é CORRETO afirmar:
a) ( ) O texto apresenta uma estrutura expositiva: apresenta informações 
sobre a angústia sem opinar sobre ela.
b) ( ) O texto apresenta estrutura injuntiva: dá instruções de como o leitor 
pode se livrar da angústia.
c) ( ) O texto apresenta estrutura argumentativa: apresenta o 
posicionamento do autor sobre o tema.
d) ( ) O texto apresenta uma estrutura descritiva: descreve a angústia e 
como ela se manifesta nos indivíduos.
e) ( ) O texto apresenta uma estrutura narrativa: conta a história de uma 
personagem que sofre com a angústia.
4 Sobre o gênero crônica se pode afirmar:
I. A crônica é um gênero discursivo que expõe o posicionamento do autor, 
trazendo argumentos para convencer o leitor.
II. A crônica relata fatos do cotidiano, por isso, seu nome tem relação com 
a noção de tempo.
III. Em função de ser um retrato do cotidiano, é possível afirmar que existe 
apenas um tipo de crônica, a humorística.
IV. A crônica permite mostrar o que está por trás dos fatos, ajudando o 
enunciatário a refletir sobre a realidade que o cerca.
Estão CORRETAS:
a) ( ) Apenas I e II.
b) ( ) Apenas II e III.
c) ( ) Apenas III e IV.
d) ( ) Apenas I e III.
e) ( ) Apenas II e IV.
28 REDAÇÃO
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5 Observe o seguinte texto:
Nele a estrutura textual predominante é:
a) ( ) Narrativa.
b) ( ) Injuntiva.
c) ( ) Descritiva.
d) ( ) Expositiva.
e) ( ) Argumentativa.
29 REDAÇÃO
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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
1 A
2 D
3 C
4 E
5 B
30 REDAÇÃO
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REFERÊNCIAS
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de textos: 
interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007.
ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. 
Português: contexto, interlocução e sentido. v. 1. São Paulo: Moderna, 2010.
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola, 
2010. (Série estratégias de ensino, 21).
KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2009. 
SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 2001.
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Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
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