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NOVA LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE

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Nova Lei de abuso de autoridade 
Lei 13.869/19 
Prof. Paulo Igor 
www.zeroumconcursos.com.br 
Whatsapp: (61) 99324-7504 
1. INTRODUÇÃO 
No dia 05 de setembro de 2019 foi publicada a nova Lei de Abuso 
de Autoridade, que define os crimes de abuso de autoridade cometidos 
por agente público, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de 
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. 
Dessa forma, a antiga Lei 4.898/65, que versava sobre o mesmo 
tema, foi revogada. O diploma legal revogado sempre teve forte 
presença nas provas de carreiras policiais, fato que certamente será 
mantido em relação à nova legislação. 
Importante observar ainda que a Lei 13.869/19 está em seu 
período de vacatio legis, ou seja, embora já tenha sido publicada, 
somente entrará em vigor 120 dias após sua publicação. 
Portanto, fique ligado nas alterações. 
Pela experiência que temos na caminhada dos concursos 
públicos, saltam aos olhos os pontos da nova Lei que serão cobrados 
de agora em diante na sua prova. E nosso intuito nessa apostila é 
trazer para você de forma esquematizada os detalhes que seu 
examinador passará a explorar a partir de então. 
Nossa análise será realizada em 5 blocos distintos: 
 Disposições gerais; 
 Sujeito ativo do crime; 
 Efeitos da condenação; 
 Penas restritivas de direitos; 
 Crimes em espécie; 
2. DISPOSIÇÕES GERAIS 
Dois pontos são importantes em relação às disposições gerais 
dessa nova Lei: (a) a exigência de dolo específico na prática do delito 
de abuso de autoridade e (b) a proibição de punição de condutas 
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oriundas de divergência de interpretação de Lei ou avaliação de fatos 
ou provas. 
Vamos detalhar cada um deles. 
2.1. Necessidade de dolo específico no crime de abuso 
de autoridade 
Logo em seu art. 1º, § 1º, aduz a Lei 13.869/19: 
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso 
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade 
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo 
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação 
pessoal. 
Desse dispositivo podemos extrair uma importante conclusão 
para sua prova: somente há crime de abuso de autoridade na 
modalidade dolosa (não sendo punível a conduta culposa). 
Ademais, somente resta configurado o crime quando o agente público 
praticar a conduta buscando: 
 Prejudicar outrem 
 Beneficiar a si mesmo ou a terceiro 
 Mero capricho ou satisfação pessoal 
Ausentes quaisquer das finalidades acima descritas, não há que 
se falar em crime de abuso de autoridade. 
2.2. Condutas oriundas de divergência de interpretação 
de Lei ou avaliação de fatos ou provas e o abuso de 
autoridade 
Na sequência, em seu art. 1º, § 2º, a Lei 13.869/19, aduz que: 
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de 
fatos e provas não configura abuso de autoridade. 
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Com essa previsão o legislador buscou refutar as fortes críticas 
ao projeto de lei inicial, as quais se fundavam no argumento de que o 
Congresso Nacional buscava introduzir no ordenamento jurídico o 
famigerado “crime de hermenêutica”, ou seja a criminalização da 
interpretação jurídica que o magistrado dá ao fato que lhe é trazido, 
por meio do processo. 
Neste ponto, muita atenção na sua prova, pois como foi alvo de 
muita polêmica durante todo o processo legislativo, este dispositivo 
será repetidamente cobrado em provas de concursos públicos. 
3. SUJEITOS DO CRIME 
No art. 2º, definiu o legislador quem será o sujeito ativo do delito 
de abuso de autoridade: 
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 
agente público, servidor ou não, da administração direta, 
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, 
compreendendo, mas não se limitando a: 
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles 
equiparadas; 
II - membros do Poder Legislativo; 
III - membros do Poder Executivo; 
IV - membros do Poder Judiciário; 
V - membros do Ministério Público; 
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. 
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta 
Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
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cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos 
pelo caput deste artigo. 
Segundo o dispositivo supramencionado, o sujeito ativo do delito 
de abuso de autoridade será qualquer agente público, servidor ou 
não. 
Nesse ponto, o mais importante para a sua prova, é a 
conceituação de agente público feita pela Lei 13.869/19, segundo a 
qual considera-se agente público todo aquele que exerce: 
 Ainda que transitoriamente ou sem remuneração; 
 Por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer forma de investidura ou vínculo; 
 Mandato, cargo, emprego ou função; 
 Em órgão ou entidade; 
o Da administração direta e indireta; 
o De qualquer ente federativo; 
Lembrando da conceituação de agentes públicos trazida pela 
clássica doutrina administrativista, serão autores do delito de abuso de 
autoridade os agentes políticos, agentes administrativos, agentes 
honoríficos, agentes Delegados e os agentes Credenciados. 
Os agentes políticos são os ocupantes dos altos cargos da 
Administração Pública, descritos dos incisos II a VI, do art. 2º, da Lei 
13.869/19. 
Os Agentes Administrativos são os servidores e empregados 
públicos. 
Os Agentes Honoríficos não são profissionais contratados pela 
Administração Pública. Eles apenas colaboram transitoriamente com o 
Estado, para exercer determinadas funções, por exemplo, jurados no 
tribunal do júri e mesário eleitoral. 
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Os Agentes Delegados são particulares que têm a 
responsabilidade de exercer uma atividade específica por delegação do 
Estado, que deve fiscalizar sua atuação, por exemplo, os leiloeiros de 
bens públicos. 
Por fim, os agentes credenciados, são que pessoas que 
representam o Estado em alguma circunstância, por exemplo, um 
pesquisador que participa de um seminário internacional 
representando o Brasil. 
4. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
Em seu art. 4º, a Lei 13.869/19 elenca os efeitos da condenação 
pelo crime de abuso de autoridade: 
Art. 4º São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo 
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na 
sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; 
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função 
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; 
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. 
Portanto, três serão os efeitos extrapenais de uma condenação 
por crime de abuso de autoridade: 
 Obrigação de reparar o dano; 
 Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função, 
pelo prazo de 1 a 5 anos; 
 Perda do cargo, mandato ou função pública; 
Muita atenção na sua prova para os incisos II e III do art. 4º 
supracitado, isso porquea perda do cargo e a inabilitação para 
ocupação de outro cargo público eram hipóteses de sanção na esfera 
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penal segundo a antiga Lei 4.898/65. E mais! No tocante à inabilitação 
para o exercício de outras funções, o prazo anterior variava de 1 a 3 
anos. 
Ou seja, certamente o seu examinador irá explorar essas 
mudanças promovidas pela Lei 13.869/19, portanto, lembre-se: perda 
do cargo/mandato ou função pública e inabilitação para o exercício de 
outro cargo/função ou mandato atualmente são efeitos extrapenais 
da condenação. E a inabilitação tem duração de 1 a 5 anos. 
# Os efeitos extrapenais previstos na nova Lei de Abuso de 
Autoridade são automáticos? 
 ATENÇÃO com isso em sua prova, este é mais um ponto 
extremamente importante. Segundo o parágrafo único do art. 4º, da 
Lei 13.869/19: 
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III 
do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de 
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são 
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na 
sentença. 
Ou seja, os efeitos extrapenais da perda do cargo e 
inabilitação para o exercício de outro cargo pelo prazo de 1 a 5 
anos não são automáticos e apenas poderão recair sobre os réus 
reincidentes em crimes de abuso de autoridade. 
Ao não condicionar o efeito da obrigação de reparar o dano à 
reincidência do réu e nem exigir a declaração motivada do mesmo em 
sentença, o legislador deixou claro que, a exemplo do que já ocorre no 
código penal, a obrigação de reparar o dano é efeito automático da 
condenação e atinge tanto os réus primários quanto os reincidentes. 
 
 
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Esquematizando: 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 
PERDA DO 
CARGO 
INABILITAÇÃO 
PARA O 
EXERCÍCIO DE 
OUTRO CARGO 
OBRIGAÇÃO 
DE REPARAR 
O DANO 
EFEITO 
AUTOMÁTICO 
NÃO NÃO SIM 
RÉU 
PRIMÁRIO 
NÃO NÃO SIM 
RÉU 
REINCIDENTE 
EM CRIME DE 
ABUSO DE 
AUTORIDADE 
SIM SIM SIM 
 
5. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Sobre as penas restritivas de direitos, aduz o art. 5ª do novo 
diploma: 
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das 
privativas de liberdade previstas nesta Lei são: 
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; 
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, 
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos 
vencimentos e das vantagens; 
III - (VETADO). 
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Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser 
aplicadas autônoma ou cumulativamente. 
De maneira bem simples, duas são as penas restritivas de 
direitos cabíveis aos condenados por crime de abuso de 
autoridade: 
 Prestação de serviços à comunidade; 
 Suspensão do exercício das funções pelo prazo de 1 a 6 
meses, com perda dos vencimentos e vantagens; 
Em relação à suspensão do exercício das funções, muita atenção, 
pois seu examinador vai explorar muito esse ponto em prova. Isso 
porque a referida suspensão era hipótese de sanção na esfera 
administrativa segundo a antiga Lei 4.898/65. E mais! O prazo anterior 
variava de 5 a 180 dias. 
Portanto, lembre-se: atualmente a suspensão do exercício das 
funções é uma pena restritiva de direitos cabível em substituição à 
pena privativa de liberdade, e com prazo que varia de 1 a 6 meses. 
Outro ponto que deve chamar a atenção de seu examinador e 
que, portanto, você deve ter em mente é: quais os crimes de abuso de 
autoridade admitem a substituição da pena privativa de liberdade pelas 
restritivas de direitos? 
Para responder a essa pergunta, precisaremos conhecer, ainda 
que superficialmente, os requisitos para que essa substituição seja 
realizada. Tais requisitos são previstos no art. 44 do código penal: 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro 
anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça 
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à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
Tomando por base os requisitos acima, podemos afirmar que 
apenas 3 figuras delituosas da Lei 13.869/19 não admitem a 
substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de 
direitos nem mesmo aos réus primários: art. 13, art. 22, § 1º, I e art. 
24. 
Essa conclusão decorre do fato de que, embora nenhum dos 
crimes de abuso de autoridade previstos na Lei 13.869/19 possuam 
pena máxima superior a 4 anos, três deles são praticados mediante 
violência ou grave ameaça, fato que impede a concessão do benefício. 
Os crimes que não admitem a referida substituição são: 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, 
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade 
pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não 
autorizado em lei; 
III - (VETADO). 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem 
prejuízo da pena cominada à violência. 
 
Art. 22. (...) 
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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste 
artigo, quem: 
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; 
 
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, 
funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou 
privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha 
ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, 
prejudicando sua apuração: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
 
6. CRIMES EM ESPÉCIE 
Em relação aos crimes em espécie, a maior parte do trabalho 
será com você mesmo. Será necessário ler e reler inúmeras vezes os 
tipos penais, que – em regra – são cobrados em sua literalidade. Por 
essa razão, transcrevo logo abaixo todos eles. 
Mas antes de partir para leitura dos dispositivos, há algo 
interessante e que pode ser explorado pelo seu examinador: dentre 
os vários tipos penais de abuso de autoridade previstos na Lei 
13.869/19, diversos deles são infrações penais de menor 
potencial ofensivo e que, portanto, necessariamente devem 
seguir todo o procedimento estabelecido pela Lei 9.099/95. 
São eles: 
 Art. 12 
 Art. 18 
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 Art. 27 
 Art. 29 
 Art. 31 
 Art. 33 
 Art. 37 
Todos esses dispositivos possuem pena máxima não superior a 
2 anos e, nos termos do art. 39, da Lei 13.869/19, devem seguir o 
procedimento estabelecido na Lei dos juizados especiais – 9.099/95, 
sendo-lhe cabíveis todosos benefícios lá previstos. 
 
Art. 9º (VETADO). 
 
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou 
investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de 
comparecimento ao juízo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Art. 11. (VETADO). 
 
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante 
à autoridade judiciária no prazo legal: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão 
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; 
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II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa 
e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; 
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; 
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão 
temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de 
internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de 
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de 
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou 
legal. 
 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave 
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade 
pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não 
autorizado em lei; 
III - (VETADO). 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo 
da pena cominada à violência. 
 
Art. 14. (VETADO). 
 
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Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, 
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar 
segredo ou resguardar sigilo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. (VETADO). 
 
Art. 16. (VETADO). 
Art. 17. (VETADO). 
 
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período 
de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, 
devidamente assistido, consentir em prestar declarações: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito 
de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da 
legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente 
do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências 
tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a 
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja. 
 
Art. 20. (VETADO). 
 
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Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço 
de confinamento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma 
cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em 
ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
 
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à 
revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, 
ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação 
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste 
artigo, quem: 
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-
lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; 
II - (VETADO); 
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h 
(vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). 
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou 
quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do 
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. 
 
 
 
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ATENÇÃO 1: 
Com a introdução deste dispositivo, prevendo como abuso de 
autoridade a violação de domicílio praticada por agente público, 
revogou-se o § 2º, do art. 150 do código penal que previa 
aumento de pena ao delito de violação de domicílio praticado 
por agente público. 
ATENÇÃO 2: 
Ao § 1º, III, do art. 22, tendo em vista que o legislador agora 
estabelece exatamente o período no qual pode ser cumprido o 
mandado de busca e apreensão domiciliar: entre 5h e 21h. 
 
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de 
investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de 
pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de 
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a 
responsabilidade: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta 
com o intuito de: 
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso 
praticado no curso de diligência; 
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações 
incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do 
processo. 
 
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou 
empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para 
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tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar 
local ou momento de crime, prejudicando sua apuração: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de 
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em 
desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de 
sua ilicitude. 
 
Art. 26. (VETADO). 
 
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento 
investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de 
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito 
funcional ou de infração administrativa: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou 
investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 
 
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com 
a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida 
privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado: 
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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, 
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de 
investigado:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. (VETADO). 
 
Art. 30. (VETADO). 
 
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-
a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo 
para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma 
imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do 
fiscalizado. 
 
Art. 32. (VETADO). 
 
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o 
dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Nova Lei de abuso de autoridade 
Lei 13.869/19 
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo 
ou função pública ou invoca a condição de agente público para se 
eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio 
indevido. 
 
Art. 34. (VETADO). 
Art. 35. (VETADO). 
 
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos 
financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor 
estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a 
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de 
corrigi-la: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de 
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o 
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Art. 38. (VETADO).

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