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* Doença de Aujesky Telissa da Cunha Kassar UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA Viroses dos Animais * Conceito Doença infecto-contagiosa, de etiologia viral, aguda ou superaguda, afetando principalmente suínos e bovinos. Também chamada “peste do coçar”, “pseudo-raiva” ou “paralisia bulbar infecciosa”. * Histórico Reconhecida primeiramente em bovinos e cães 1813 – relato da doença com prurido intenso em bovinos nos EUA 1902 – vírus descoberto na Hungria por Aladar Aujesky 1904 – descrita por Mark em coelhos de laboratórios – paralisia bulbar contagiosa 1909 – reconhecimento do vírus por Weiss * Histórico 1910 – descrito em ovelhas por Schimiedhofer Primeiro diagnóstico no Brasil – 1912 em SP e depois SC 1934 – herpesvírus e depois swine herpes virus 1 – Sabin e Wright Primeiro isolamento viral no Brasil – 1947 Nos anos 60 causou perdas econômicas EUA – sarna louca” * Etiologia Vírus: Herpesvírus suíno 1 (HSV-1) Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesvirinae Vírus envelopado Capsídeo icosaédrico Genoma: DNA de fita dupla linear Tamanho: 150 a 180 nm * Etiologia * Etiologia Resistente: Baixas temperaturas; pH 6-11 (23C) 2-7 semanas ambiente infectado 5 semanas na carne Sensível: Desinfetantes comuns (HCl) Em matéria seca – sensível a luz solar * Epidemiologia Ocorrência: suínos, javalis e acidentalmente outras espécies Distribuição: mundial Alta Prevalência e Incidência tem aumentado Rápida disseminação Países que implementaram programas de controle e erradicação e que são livres da doença: Dinamarca, Inglaterra, Escócia, País de Gales, Finlândia, Áustria, Suécia, Alemanha (noroeste), França (55 departamentos) e 32 estados dos Estados Unidos da América * Epidemiologia Morbidade e mortalidade: leitões (100%), adultos geralmente se recuperam – aumento das criações e cepas mais virulentas. Fatal em cães, bovinos e equinos Humano – prurido nas mãos, braços e antebraços – contato com bovinos infectados Fatores de risco: Hospedeiro: tamanho rebanho, confinamento, infecções concomitantes Ambiente: temperatura favorável, local infectado, lotação Patógeno: cepas de campo são geneticamente distintas (enzimas de restrição) * Vias de infecção: Corrimento nasal e saliva – 7 a 10 dias PI Secreções vaginais (aborto) – excertam por até 8 dias PP Aerossóis Água e alimento Venérea entre suínos selvagens (não via aérea) Carne infectada – causar doença em cães Urina, fezes e leite – pouca importância como via de eliminação Animais que se recuperam – portadores inaparentes para toda a vida – estresse reativa Infecção latente em suínos vacinados Transmissão: Via respiratória, sexual e transplacentária Epidemiologia * Patogenia * Patogenia Local da Infecção Primária: Cavidade Nasal: mais encefalite que prurido local Oral: proliferação mucosa tonsilar – invasão sistêmica – invasão e localização no SNC ao longo de fibras e troncos nervosos periféricos e autônomos Cepas mais virulentas – lesões endotélio uterino e corpo lúteo – afetando fertilidade * Achados Clínicos Período de incubação: curto 1 – 6 dias Suínos: Sistema Respiratório, SNC e Reprodutivo Jovens: febre, incoordenação membros posteriores, decúbito, tremores musculares, pedalagem. Desvio da cabeça, respiração ofegante, vômito e diarréia. Morte após 12 horas Adultos: menos grave – febre, depressão, vômitos, respiratório (espirro, tosse, corrimento nasal), tremores, incoordenação, paralisia e convulsões – pode levar a morte (cepas mais virulentas) Ac detectáveis – 1 a 2 semanas pós-infecções * Achados Clínicos Início da prenhez: corrimento vaginal, aborto e retorno precoce ao cio Final da prenhez: aborto e mumificação Bovinos adultos: Morte súbita sem sinais da doença Prurido local intenso com lambedura, mastigação e esfregação da parte afetada (cabeça, flanco e pés – mais provável se serem contaminados) Convulsões, berros, andar em círculos, paralisia salivação, angústia respiratória Febre, paralisia final e morte (6-48 horas) * Bezerros jovens: encefalite sem prurido, erosão na cavidade bucal e esôfago – alta mortalidade Ovinos: abrasão cutânea, apatia, inapetência e febre. Mordidas constantes, decúbito, tremores e morte (12-24 horas) Cães e gatos: semelhante a bovinos (morte 24 horas) Caprinos: inquietação, gritos, sudorese profusa e espasmos, paralisia em estado terminal. Morte rápida. Achados Clínicos * * Clinico: sintomas e historia clinica - insuficiente Laboratorial: Soroneutralizacao (cepa Shope - padrao outro); ELISA: testes conseguem diferenciar Ac produzidos por reação vacinal ou de infecção; Aglutinacao em látex – sensível e rápida; baixa especificade Deteccao viral: secrecao nasal ou vaginal - cultura de tecido - imunofluorescencia ou preoxidase PCR Diagnostico * Diagnóstico Diferencial Raiva Meningite Encefalopatias (colera suina, peste suina africana, salmonelose, septicemia, erisipela) Intoxicacao pelo sal Doencas respiratorias dificeis de tratar Ineficiencia reprodutiva (enterovirus e parvovirus) Tratamento Não há. Geralmente não dá tempo de tentar tratar. * Controle Infeccao latente dificulta a manutenção de positivos no rebanho Rebanho – Definir prevalência antes de optar Estrategias: Despovoamento e repovoamento - Prev > 50% Despovoa por meses - desinfecta - povoa apos 30 d - testa animais apos 30 d Teste e remocao - Prev < 50% Testa todos - remove positivos - testa apos 30d - ate todos (-) - testa 25% a cada 4 meses Segregacao de filhotes - criar rebanho (-) para repor o infectado - checagem periodica - vacinacao (ate prenhes) - remove filhotes - testa-os apos 4 meses - desinfecta instalacoes - repoe com os novos animais - checa periodicamente * Controle Populaçoes: Restriçao ao movimento de animais Testar rebanhos periodicamente Estabelecer estrategias de controle para o rebanho Se necessario - programa de controle nacional PNSS: DA – regionalização conforme Instrução Normativa n8, 3/4/2007 Adesão de UF – voluntária Verificação – após detecção de foco de até 5km * Profilaxia Vacinaçao: Nao evita infecçao - pode levar a latencia Reduz perdas num rebanho infectado Limita a disseminacao da infeccao Tipo - Aprovada pelo MAPA: Inativada; deleção da glicoproteína E do envelope viral Vantagens: Prenhes- Ac-N transferidos aos leitoes ate 4 meses Em crescimento - 2 doses após 4 meses - melhora imunidade e ganho de peso Pode-se vacinar bovinos – em caso de emergência * Ø Profilaxia Inativação do recombinante PRV vZJ01(del)gE/gI com formalina – preparação da vacina com adjuvante MONTANIDE-ISA 206 – vacina promoveu maior proteção que a vacina Bartha-K61 – para ZJ01 variante letal * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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