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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA DEPARTAMENTO DE CLÍNICA & CIRURGIA VETERINÁRIA DISCIPLINA: DOENÇAS PARASITÁRIAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS PROFESSORA: DRª IVETE LOPES BY FRANCISCO MICHAEL TERESINA, PI 2017 COCCIDIOSES By Francisco Michael Observações Importantes: ► São doenças infecciosas causadas por protozoários de ocorrência intracelular ► Após ser ingerido pelo hospedeiro, o oocisto esporulado libera trofozoítos pela ação do suco gástrico e de enzimas como a pepsina. ► Macrogameta � gameta feminino/Microgameta � gameta masculino ► Tipo de reproduções: gametogonia (reprodução sexuada no trato gastrointestinal de animais invertebrados e vertebrados), esporogonia (reprodução assexuada). ► Formas: oocisto não esporulado; oocisto esporulado (forma infectante) no ambiente após ser eliminado nas fezes; trofozoítos; meronte ou esquizonte I; merozoítos. Técnicas de diagnóstico teste sorológicos para coccidioses � IFI e ELISA ► Morfologia dos oocistos: PARASITA OOCISTO ESPORULADO Neospora 2 esporocistos com 4 esporozoítos no interior de cada Isospora 2 esporocistos com 4 esporozoítos no interior de cada Toxoplasma 2 esporocistos com 4 esporozoítos no interior de cada Eimeria 4 esporocistos com 2 esporozoítos no interior de cada Cryptosporidium 4 esporozoítos livres no seu interior NEOSPOROSE Agente etiológico: Neospora caninum Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomlexa; Classe: Conoidasida; Ordem: Eucoccidiida; Família: Eimeriidae: Gênero: Neospora Epidemiologia: responsável por causar prejuízos econômicos a milhares de produtores de bovinos no brasil e no mundo, devido ao elevado indice de aborto. Além do aborto outras anomalias podem ser detectadas, as quais estão relacionadas com o local de desenvolvimento do cisto, o sistema nervoso central é o local de maior probabilidade de desenvolvimento de cisto de neosporose. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro intermediário: bovinos, caprinos, ovinos, equinos e cervídeos Hospedeiro definitivo: cão, coiotes Estágios de vida do parasita: Oocistos não esporulado (esporulam no ambiente em 24 a 72 horas) � oocisto esporulado que contém 2 esporocistos e 4 esporozoítos em cada esporocisto. Taquizoítos: forma intracelular de multiplicação rápida, forma de lua crescente, globosos. Infecta macrófagos, leucócitos polimorfonucleares, neurônios, fibroblastos, endotélio vascular, miócitos, células tubulares renais, hepatócitos e trofoblastos (placenta). Bradizoítos: forma intracelular de multiplicação lenta que se encista. São delgados com núcleo terminal ou subterminal. Transmissão: Oro-fecal (horizontal): Ingestão de oocistos (hospedeiro intermediário): ingestão de água ou alimentos contaminados com oocistos liberados pelos cães (fezes). Ingestão de cistos teciduais (hospedeiro definitivo): ingestão de alimento contaminado de origem bovina (fetos, membranas fetais e fluidos. Ocorre principalmente em cães de zona rural. Também pode se contaminar pela ingestão de oocistos. OBS: o convívio de cães e bovinos aumenta a prevalência de soropositivos para Neospora caninum em ambas as espécies. Transplacentária (vertical): ocorre também em ovinos, caprinos e cães sendo a principal via de transmissão em bovinos: ocorre principalmente devido a reativação de cistos provocada pela redução de resposta imunológica (produção de interferon gama) durante a gestação � liberação dos bradizoítos � multiplicação dos parasitas na placenta � lesão na placenta � infecção do feto, nutrição e oxigenação insuficiente � aborto. + de 90% dos bezerros que nascem de vacas infectadas apresentam o parasita. Ciclo reprodutivo do Neospora caninum Oocisto não esporulado Eliminado nas fezes no ambiente pelo HD. Meio ambiente Em condições favoráveis esporulam no ambiente em 24 a 72 horas Oocisto esporulado Contendo 2 esporocistos com 4 esporozoítos em cada esporocisto. Hospedeiro intermediário (bovino) Após a ingestão dos oocistos, os esporozoítos desencistam- se e invadem as células do trato intestinal onde fazem reprodução assexuada (esquizogonia). Taquizoítos Migram p/ vários tecidos, entre eles o do SNC, onde ficam encistados. Bradizoítos Sobre a forma de cistos teciduais são ingeridos pelo HD. Hospedeiro definitivo (cão) Epitélio do intestino delgado No ID ocorre reprodução assexuada (esquizogonia) originando merozoítos Esquizonte Gameta ♀ Gameta ♂ Após a reprodução assexuada o esquizonte realiza a reprodução sexuada (gametogonia) originando macrogametas e microgametas Zigoto Fezes Patogenia: após a ingestão dos oocistos pelo hospedeiro intermediário, ocorre a liberação de esporozoítos nas células do epitélio no intestino delgado originando a forma taquizoíta. Ultrapassando a barreira intestinal, o parasita cai na via linfática ou pela corrente sanguínea, ou ainda invade outros tecidos multiplicando-se nas células, provocando necrose e inflamação que caracterizam os sinais clínicos. Pela corrente sanguínea os parasitas transpõem a barreira placentária ocasionando o nascimento de um neonato fraco ou mesmo provocando um aborto (maior importância nos bovinos). Sintomatologia: as manifestações clínicas ocorrem principalmente em animais jovens, porem equinos velhos podem apresentar alterações oculares e cegueira, nos bovinos ocorre abortamento em qualquer época da gestação (fetos autolisados ou mumificados), bezerros apresentando sinais neuromusculares (3 a 20 dias) � com membros anteriores e/ou posteriores em extensão ou problemas oculares. Os bezerros podem nascer infectados e clinicamente sadios. Ovinos e caprinos ocorre abortamento e os fetos apresentam o parasita no cérebro. Diagnóstico: IFI, ELISA, PCR, histológicos, imunohistológicos. OBS: para confirmar se o aborto foi causado por Neospora caninum, o parasita deve ser encontrado nos tecidos fetais. Tratamento: Cão: uso de clindamicina (11-22 mg/kg 2 a 3 vezes ao dia); sulfonamidas potencializadas (15 mg/kg 2 a 3 vezes ao dia); pirimetamina (1mg/kg uma vez ao dia). Bovinos: não existe um tratamento especifico para ficarem livres do parasita, uso de vacina Bovilis Neoguard (taquizoítos inativados) � estudos realizados para verificar a eficiência dessa vacina mostram que esse produto apresenta elevada eficiência na redução do indice de abortos em bovinos. Controle & profilaxia: bloqueio da transmissão entre cães e bovinos (evitar o acesso de cães aos alimentos e fontes de água dos bovinos, manter silos e depósitos de ração fechados e os cães presos, remoção de restos de placentas, fetos abortados e terneiros mortos, bovinos mortos devem ser removidos ou queimados, os cães devem ser alimentados com rações ou carnes cozidas, controle da população de cães errantes. Enviar para o laboratório fetos abortados e placenta para diagnosticar a causa do aborto, fazer a sorologia do rebanho, transferência de embrião, usar somente receptoras soro negativas. EIMERIOSE Agente etiológico: Eimeria sp. Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa, Classe: Sporozoa; Ordem: Eucoccidida; Família: Eimeriidae:Gênero: Eimeria Principais espécies: Eimeria tenella � ceco Eimeria necatrix � intestino delgado Eimeria brunetti � intestino delgado, duodeno Eimeria maxima � intestino delgado, jejuno Eimeria acervulina � intestino delgado, íleo Tipo de ciclo: monoxeno Hospedeiros: aves e mamíferos (ruminantes, suínos, cães). Coccidiose em outras espécies Eimeria zuernii Eimeria bovis � bovinos Eimeria crandallis � bovinos Eimeria ovinoidalis � ovinos Eimeria arloingi � caprinos Eimeria intestinalis � coelhos (enfraquecimento e diarreia) Eimeria flavescens � coelhos (enfraquecimento e diarreia) Eimeria leuckarti � equinos (oocisto muito largo e com parede espessa) Estágios de vida do parasita: oocisto não esporulado, oocisto esporulado, merozoítos, Transmissão: ingestão de oocistos esporulados presentes na água ou principalmente nas pastagens. Ciclo biológico da Eimeria Divide-se em 3 fases: esporulação, infecção e esquizogonia e, finalmente, gametogonia e formação de oocisto. Os oocistos eliminados com as fezes do hospedeiro são imaturos (não esporulados). No meio ambiente ocorre a esporulação dos oocistos, para isso precisa de oxigênio, temperatura de 25 a 30 graus e umidade de 70 a 80%. O tempo de esporulação nessas condições é de dois a três dias. Os oocistos esporulados são infectantes e podem permanecer viáveis por dois a três meses. O hospedeiro se contaminar ao ingerir esse oocisto. Na moela ou estômago o oocisto é destruído, liberando os esporocistos. Depois pela ação da tripsina e da bile ocorre a liberação dos esporozoítos no intestino delgado. Esses esporozoítos penetram nas células da mucosa intestinal, arredondam-se e originam os trofozoítos que passam a esquizontes iniciando assim a reprodução assexuada denominada de esquizogonia ou merogonia. Cada esquizonte (ou meronte) tem em seu interior um número variável de merozoítas (depende da espécie). Esses merozoítas rompem a célula hospedeira atingem a luz do intestino e invadem novas células epiteliais, arredondando-se e formando uma nova geração de esquizontes. Alguns merozoítas da segunda geração penetram em novas células e dão início a terceira geração de esquizontes, outros penetram em novas células e dão início a fase sexuada do ciclo, conhecida com o gametogonia. A maioria desses merozoítas se transforma em gametócitos femininos ou macrogametócitos que vão formar os macrogametas. Outros se transformam em microgametas ou gametócitos masculinos que vão dar origem aos microgametócitos. Os microgametas rompem a célula e vão até o macrogameta para a fertilização. Dessa fertilização resulta o zigoto que desenvolve uma parede dupla em torno de si, dando origem ao oocisto que contém 4 esporocistos (com dois esporozoítos em cada esporocisto). Os oocistos rompem a célula e caem na luz do intestino saindo para o exterior com as fezes em forma não infectante, pois não estão esporulados. Patogenia: produz alterações da mucosa intestinal, cuja gravidade está relacionada à densidade parasitária e à localização dos parasitos na mucosa (profundidade). Com ou sem hemorragia em infecções severas, e em infecções mais leves perda de absorção local. Sintomatologia: fezes aquosas com presença de sangue, muco e fragmentos de epitélio, diminuição na absorção de nutrientes (lesão intestinal), diminuição no apetite, retardo no crescimento e anemia crônica desidratação e perda de peso. Aves jovens apresentam diarreia sanguinolenta � Curso negro Diagnóstico: Clínico: avaliação dos sinais e sintomas apresentados pelos animais suspeitos. Laboratorial: encontro de oocistos nas fezes (Sedimentação Espontânea ou Centrifugo- Flutuação). Tratamento: clindamicina 25mg/kg VO, a cada 12h, por uma a duas semanas para encurtar o tempo de eliminação do oocisto, pirimetamina, sulfonamidas, tetraciclinas, metronidazol. Controle & Profilaxia: diminuição da densidade populacional das criações, rotação de pastagens (a eimeria tem especificidade pelo hospedeiro), melhoria das condições sanitárias das criações, separação dos animais por faixas etárias (adultos portadores), tratamentos dos animais parasitados. ISOSPOROSE Agente etiológico: Isospora sp. Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa, Classe: Sporozoa; Ordem: Eucoccidida; Família: Eimeriidae: Gênero: Isospora Isospora canis, Isospora ohioensis � cão Isospora felis, Isospora rivolta � gato Isospora suis � suíno Tipo de ciclo: monoxeno Hospedeiro: aves, carnívoros, suínos Estágios de vida do parasita: oocisto não esporulado, oocisto esporulado, merozoítos Transmissão: fecal-oral Ciclo reprodutivo da Isospora Patogenia: pouco patogênica. Produz diarreia em filhotes e diminuição no desenvolvimento, porém é autolimitante. Sintomatologia: em leitões (1 – 2 semanas) � enterite grave que pode ocorrer em animais imunocomprometidos, após infecção por Isospora. Diagnóstico: em aves exame Pós-mortem, exame de fezes, histopatológico. Tratamento: clindamicina 25mg/kg VO, a cada 12h, por uma a duas semanas para encurtar o tempo de eliminação do oocisto, pirimetamina, sulfonamidas, tetraciclinas, metronidazol. Controle & Profilaxia: em avicultura promover um bom manejo, uso de compostos anticoccideos na ração ou na água, boa ventilação. Em cães e gatos manter sempre boas condições de higiene, não deixar fezes acumuladas. CRIPTOSPORIDIOSE Agente etiológico: Cryptosporidium sp. Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa, Classe: Sporozoa; Ordem: Eucoccidida; Família: Cryptosporidae: Gênero: Cryptosporidium Tipo de ciclo: monoxeno Hospedeiro intermediário: Hospedeiro definitivo: homem, rato, macaco, bovino, ovino, caprino, equino, suíno, canino, felino. Estágios de vida do parasita: oocisto não esporulado, oocisto esporulado, merozoítos Transmissão: fecal-oral Ciclo reprodutivo do Cryptosporidium Patogenia: a patogenia e o quadro clínico da doença são influenciados por vários fatores que incluem entre eles idade, competência imunológica do indivíduo infectado e a associação com outros patógenos. A infecção por Cryptosporidium spp. causa inflamação e atrofia das vilosidades intestinais resultando em perda da superfície de absorção, desequilíbrio no transporte de nutrientes. A criptosporidiose atinge não somente células do epitélio intestinal como também pode atingir vários outros órgãos, dentre eles: parênquima pulmonar, vesícula biliar, esôfago, faringe e ductos pancreáticos. Sintomatologia: enterite (diarreia aquosa), com desequilíbrio eletrolítico seguido de desidratação, desnutrição (perda de peso), má absorção e morte fulminante. Comprometimento do trato biliar. Diagnóstico: demonstração de oocistos nas fezes, biopsia intestinal ou em material obtido de raspado de mucosa, utiliza-se métodos de concentração, emprega-se técnicas especiais de coloração (auramina, fucsina carbólica e Zhield Nielsen modificada), centrifugação- sedimentação pelo formaldeído-éter, IFI e ELISA. Tratamento: O tratamento para a criptosporidiose, tanto em humanos quanto em animais, é o sintomático. Drogas anticoccídicas utilizadas em animais, de modo geral, não têm apresentado uma reposta satisfatória, apesar dos diversos esquemas testados. Controle & Profilaxia: tratamento dos infectados, evitar contaminação ambiental, cuidados com água e alimentos, cuidados com pessoas susceptíveis, cuidados com vestuários, utensílios e instrumentos utilizados por grupos de riscos, higiene pessoal. TOXOSPLASMOSE É uma zoonosede distribuição mundial, responsável por quadros variados, desde infecção assintomática até manifestações sistêmicas graves. Agente etiológico: Toxoplasma gondii. Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa, Classe: Sporozoa; Ordem: Eucoccidida; Família: Sarcocystidae: Gênero: Toxoplasma Tipo de ciclo: heteróxeno que apresenta duas fases: assexuada e coccidiana ou sexuada. Hospedeiro intermediário: diversos mamíferos. São problemas nas criações de suínos e pequenos ruminantes, nas quais causa prejuízos pelos abortos, infertilidade, além de diminuir a produção dos animais infectados pela via congênita. Hospedeiro definitivo: gato Estágios de vida do parasita: Oocisto: é a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felinos não imunes e são eliminados ainda imaturos junto com as fezes. Após a esporulação no meio ambiente, cada oocisto contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos. Taquizoítos: são as formas de proliferação rápida e presentes em grande número, nas infecções agudas, multiplica-se por endodiogenia. (Habitat: invadem diversos tipos de células como SMF, hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas, musculares, líquidos orgânicos como saliva, leite, sêmen, liquido peritoneal). Bradizoítos: são as formas de reprodução lenta (endodiogenia e endopoliogenia) e presentes em infecções congênitas e crônicas. Encontrados nos tecidos (habitat: tecido muscular esquelético e cardíaco, nervoso, retina). Transmissão: ingestão de água ou de frutas e legumes mal lavados contaminada por oocistos maduros (contendo esporozoítas) eliminados pelas fezes de gatos ou de outros felinos, ingestão de cistos viáveis (contendo bradizoítas) presentes em carne crua ou malcozida (porco, carneiro), ingestão de leite cru (não pasteurizado) contendo taquizoítas, transplante de órgãos ou transfusão sanguínea → taquizoítas, transmissão placentária → rompimento dos cistos no endométrio, taquizoítas livres no líquido amniótico, inoculação acidental de taquizoítas. Hospedeiro intermediário: (homem e outros mamíferos): ciclo assexuado � extra intestinal � formação dos cistos. Esporozoítos dentro dos oocistos ou esporocistos, eliminados nas fezes do hospedeiro. Hospedeiro definitivo: (Felinos): ciclo sexuado � intestinal � formação de oocistos. Bradizoítos encontrados nos cistos (musculatura). Cadeia de transmissão do Toxoplasma gondii: Transmissão entre hospedeiros intermediários � cistos contendo bradizoítos e transmissão congênita. Transmissão entre hospedeiros definitivos � ingestão de oocisto esporulado. Transmissão entre hospedeiro intermediário e definitivo � cistos contendo bradizoítos. Transmissão entre hospedeiro definitivo e intermediário � ingestão de oocisto esporulado. Epidemiologia: ► Cosmopolita, é o parasita mais difundido entre o homem e os animais (eurixeno). ► Os felídeos são considerados hospedeiros definitivos da toxoplasmose por serem o modelo no qual o protozoário realiza gametogonia. ► Prevalência variável de acordo com a região, hábitos alimentares; eliminação de oocistos por gatos; resistência do oocisto – 18 meses e veiculação de oocistos por insetos. ► A grande prevalência de humanos soropositivos é devido a ingestão de cistos contendo bradizoítos na carne contaminada. ► O papel do gato: única fonte de contaminação do meio ambiente, onde há forma sexuada onde contribui para a recombinação genética do parasito. O risco de contaminação não está totalmente ligado ao animal em si, mas sim ao tipo de criação. Ciclo reprodutivo do Toxoplasma gondii: Patogenia: está ligada a fatores como a cepa do parasito, resistência do hospedeiro e o modo pelo qual ele se infectou. A toxoplasmose congênita é a mais grave, e esta gravidade aumenta de acordo como período da gestação. Sintomatologia: infecções frequentes em felinos, porém com sintomatologia rara, enterite, linfonodos mesentéricos aumentados, pneumonia, alterações degenerativas do SNC, encefalites, pode acontecer abortos em ruminantes. Em humanos as infecções em sua maioria são sintomáticas, sendo a infecção congênita do feto humano, através da transmissão placentária a maior ameaça aos seres humanos podendo resultar em abortamento no primeiro trimestre de gravidez, aborto ou parto pré-maturo e anomalias no segundo trimestres; deficiências neurológicas e visuais no último trimestre de gravidez. A toxoplasmose depois da fase aguda inicial, pode revelar uma infecção duradoura, onde os mecanismos imunológicos, regulando e limitando o crescimento das populações parasitárias, asseguram perfeita tolerância reciproca entre o hospedeiro e o parasita. Diagnóstico: clínico, parasitológico, sorológico, PCR, hemaglutinação indireta. Tratamento: clindamicina �25mg/kg VO, a cada 12h, por uma a duas semanas encurtar o tempo de eliminação do oocisto trimetropin + sulfonamidas �30mg/kg VO de 12h em 12h durante 28 dias. Controle & Profilaxia: testes sorológicos em mulheres grávidas (3 a 8 meses) e imunossuprimidos, incinerar fezes de gatos e ter cuidados com as caixas de areias, evitar carne malcozida, crua (carneiro e porco), inativar cistos localizados nas carnes pelo calor (65 º C) ou congelamento (0 º C)., lavar frutas e verduras, proteger alimentos contra insetos. TRISTEZA PARASIÁRIA BOVINA É um complexo de duas enfermidades causadas por agentes diferentes, porém com sinais clínicos e epidemiologia semelhantes: babesiose e anaplasmose. Babesiose: Agente etiológico: Babesia bovis (pequena babesia), Babesia bigemina (grande babesia). Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa; Classe: Piroplasmasida; Ordem: Piroplasmorida; Família: Babesidae: Gênero: Babesia. Estágios de vida babesia: trofozoítos, merozoítos e esporozoítos. Anaplasmose: Agente etiológico: Anaplasma marginale (bactéria). Taxonomia: Reino: Monera; Filo: Proteobacteria; Classe: Alphaproteobacteria; Ordem: Rickettsiales; Família: Anaplasmataceae: Gênero: Anaplasma. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro definitivo: babesiose e anaplasmose � bovinos Hospedeiro intermediário: Babesiose: Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Anaplasmose: Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Stomoxys calcitrans, Culex sp, Tabanus sp. Ciclo evolutivo do Rhipicephalus (Boophilus) microplus (monóxeno): Ciclo: Fêmea ingurgitada cai no solo e leva de 2 a 90 para iniciar a oviposição � Quenógina faz a oviposição: 15 dias ovipõe 2000 a 4000 ovos � Ovos (incubação) � Eclosão: 7 a 10 dias � Larva infestante de 60 dias a 200 dias até subir no animal � Neolarva (1º ao 3º dia) � Metalarva (4º ao 7º dia) � Ninfa (5º ao 13º dia) � Metaninfa (9º ao 16º dia) � vai dar origem ao Macho neandro (13º a 20º dia) ou Fêmea neógina (13º a 20º dia) � Partenógina (16º a 34º dia) � Telógina (18º a 35º) Transmissão: Babesiose: pela forma transovariana, através da picada de carrapatos monoxenos no estágio larval como o Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Por só terem um hospedeiro na vida, a transmissão é da fêmea para seus ovos, as larvas ou ninfas originadas desses irão contaminar outros animais. TRANSMISSÃO TRANSOVARIANA Babesia bigemina Fêmea adulta se infecta Ninfa e larva transmitem Babesia bovis Fêmea adulta se infecta Larva transmite e perde a infecção OBS: O controle excessivo de carrapatos acaba por manter o gado sem contato com os agentes; condições climáticas também podem criar um quadro chamado de instabilidade enzoótica. Ao reduzir drasticamente a população de carrapatos, o criador suprime o contato do rebanho com os agentes da doença, o que leva à redução da imunidadee torna os animais mais suscetíveis, por isso recomenda-se deixar uma parcela de carrapatos nos animais (um pequeno nível de parasitismo até 5 carrapatos por animal) é desejável pois permite a indução da resistência imunológica do animal à TPB). OBS: Babesia bovis. Aparece de 1 a 2 trofozoítos dentro de cada eritrócito. Há 3 tipos de reprodução que acontecem no ciclo da babesia: Merogonia: reprodução assexuada nas hemácias do hospedeiro vertebrado � merozoítos. Gamogonia: terminação da formação e fusão de gametas no tudo digestivo dos carrapatos. Esporogonia: reprodução assexuada nas glândulas salivares dos carrapatos � esporozoítos. Ciclo reprodutivo da Babesia bovis e Babesia bigemina: Ciclo da Babesia bovis, Babesia bigemina: 1. O carrapato ao sugar sangue do hospedeiro vertebrado inocula os esporozoítos presentes em sua saliva na corrente sanguínea do hospedeiro, que penetram nos eritrócitos do animal. 2. No interior do eritrócito, os esporozoítos se transformam em trofozoítos e se dividem (Meronte) assexuadamente por divisão binária (merogonia) originando merozoítos. 3. A hemácia se rompe e os merozoítos são liberados penetrando em novas hemácias e reiniciando a multiplicação. 4. Uma pequena porcentagem dos merozoítos não se divide e se transforma em gametócitos esféricos que, ao serem ingeridos pelo carrapato vetor, iniciarão o ciclo sexuado. 5. Os merozoítos são destruídos no intestino do carrapato, enquanto os gametócitos se diferenciam em gametas masculinos e femininos que se reproduzem por gametogonia formando o oocineto (gameta com motilidade) o qual penetra nas células do intestino do carrapato e se multiplica por divisão binária ou esporogonia originando esporocinetos também chamados de vermículos (organismos claviformes alongados que podem ser detectados na análise microscópica da hemolinfa). 6. Os vermículos circulam pela hemolinfa do carrapato infectando vários órgãos, inclusive os ovários, podendo infectar parte dos seus ovos (transmissão transovariana), resultando na formação dos esporozoítos (corpos piriformes) nas células das glândulas salivares das larvas do carrapato, onde se multiplicam por esporogonia e formam os esporozoítos que serão inoculados nos bovinos pelos carrapatos. Transmissão: Anaplasmose: pela picada do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus na forma transestadial, e mecanicamente através de dípteros hematófagos, tais como tabanídeos, moscas hematófagas e mosquitos, além da transmissão por fômites. Ciclo reprodutivo da Anaplasma marginale: O carrapato se infecta ao ingerir o Anaplasma marginale, logo após migra para as células intestinais do parasito, desenvolve-se e infecta outros tecidos, inclusive as glândulas salivares. Ao fazer o repasto sanguíneo o carrapato transmite a bactéria para o hospedeiro definitivo (A transmissão para o bovino ocorre de estágio para estágio e os machos, por sua maior longevidade e mobilidade, são considerados mais importantes na transmissão da anaplasmose). O Anaplasma é um parasito intraeritrocitário obrigatório, após a penetração no bovino, entra na parede celular do eritrócito e desenvolve um vacúolo, nesse vacúolo muda da forma vegetativa para a forma infectante denominada densa, capaz até de sobreviver fora da célula, esta quando ingerida novamente pelo carrapato, reinicia-se o ciclo. OBS: A transmissão do Anaplasma por insetos hematófagos se faz de forma mecânica, mediante a transferência de hemácias infectadas a um animal susceptível, sendo realizada em poucos minutos, enquanto o sangue permanece fresco no aparelho bucal do inseto. Patogenia: Babesiose bovina: após a penetração dos merozoítos nos eritrócitos (ação mecânica) estes se dividem rapidamente provocando a destruição dos eritrócitos e levando aos quadros clínicos de anemia hemolítica e febre, devido a hemoglobinemia e hemoglobinúria ocorre a redução de oxigênio nos tecidos levando a disfunção múltipla de diversos órgãos como rins, fígado, músculos, pulmão e cérebro levando o animal a óbito. Além disso a Babesia bovis provoca também uma agregação de eritrócitos infectados no leito capilar a nível de cérebro e como consequência, estes podem migrar para os capilares do cérebro produzindo alterações neurológicas nos animais (babesiose cerebral e distúrbios neurológicos) e para os capilares do pulmão causando a síndrome da angústia respiratória. Os mediadores produzidos em infecções por Babesia promove uma vasodilatação periférica com consequente hipotensão e redução da oxigenação tecidual. Anaplasmose: infecção da Anaplasma marginale nos eritrócitos leva a formação de corpúsculos de inclusão levando a fagocitose dessas células infectadas, com a diminuição de eritrócitos ocorre o quadro clinico severo de anemia (hemoglobinemia e hemoglobinúria) ocorrendo a redução de oxigênio nos tecidos levando a disfunção múltipla de diversos órgãos como rins, fígado, músculos, pulmão e cérebro levando o animal a óbito. Sintomatologia: no complexo da tristeza parasitária (babesiose x anaplasmose) bovina envolvendo essas duas enfermidades, geralmente ocorre um quadro assintomático, os sintomas ocorrem em relação aos diferentes agentes etiológicos. As destruições de eritrócitos levam aos sinais clínicos de mucosas pálidas (membranas hipocoradas), febre, taquipneia, taquicardia, hepatoesplenomegalia, icterícia, anorexia e depressão. A infecção por Babesia bovis desencadeia sinais neurológicos (incoordenação motora, andar cambaleante, movimentos de pedalarem, convulsão, opistótono, coma e morte – babesiose cerebral). Diagnóstico: achados de necropsia (fígado, rins, cérebro), histórico e sintomatologia clínica, métodos direto � esfregaço sanguíneo (na fase aguda), PCR. Métodos indiretos � testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica ou assintomáticos com baixa parasitemia), ELISA, IFI, hemaglutinação, fixação de complemento. Tratamento: Babesiose bovina: aceturato de diminazeno 3,5 mg/kg, IM ou dipropionato de imidocarb 2 – 3 mg/kg, SC ambos em dose única. Anaplasmose: tetraciclinas 10 mg/kg, IM em dose única. Controle & Profilaxia: controle dos vetores e em regiões endêmicas, uso de powr on (com avermectinas, cypermetrinas e fipronil), pulverização (com avermectinas, cypermetrinas, fipronil e amitraz), controle químico + rotação de pastagem, quioprofilaxia para a babesiose bovina � cloridrato de imidocarb 3 mg/kg/PV. Prevenção para Babesia bovis (4 semanas), Babesia bigemina (2 meses) e Anaplasma marginale (4 semanas). Uso de vacinas trivalentes produzidas � eritrovac® (refrigerada) e eritrovac® N2 congelada e uso da embravac – hemopar. Premunição dos animais (promover a imunidade dos animais) recém introduzidos no rebanho. É recomendável manter os animais com pequena quantidade de carrapato para manter os animais com resposta imunológica eficaz contra os agentes da TPB. BABESIOSE CANINA Agente etiológico: Babesia canis (grande babesia), Babesia gibsoni (pequena babesia) Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa; Classe: Piroplasmasida; Ordem: Piroplasmorida; Família: Babesidae: Gênero: Babesia. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro definitivo: cão Hospedeiro intermediário: carrapato da espécie Rhipicephalus sanguineus Ciclo evolutivo do Rhipicephalus sanguineus (trioxeno): Estágios de vida do parasita: trofozoítos, merozoítos e esporozoítos. Transmissão: transestadial ocorre nas babesioses transmitidas por carrapatos trioxenos, como Rhipicephalus sanguineus. Pôr a muda ocorrer no solo, a larva infectada passa para ninfa com as formas infectantes e essa então transmite o parasita a outro animal. TRANSMISSÃO TRANSOVARIANA Babesia canis Fêmea adulta se infecta L, N e A transmitem Babesia gibsoni Fêmeaadulta se infecta L, N e A transmitem Ciclo reprodutivo da Babesia canis, Babesia gibsoni: 1. O carrapato ao sugar sangue do hospedeiro vertebrado inocula os esporozoítos presentes em sua saliva na corrente sanguínea do hospedeiro, que penetram nos eritrócitos do animal. 2. No interior do eritrócito, os esporozoítos se transformam em trofozoítos e se dividem (Meronte) assexuadamente por divisão binária (merogonia) originando merozoítos. 3. A hemácia se rompe e os merozoítos são liberados penetrando em novas hemácias e reiniciando a multiplicação. 4. Uma pequena porcentagem dos merozoítos não se divide e se transforma em gametócitos esféricos que, ao serem ingeridos pelo carrapato vetor, iniciarão o ciclo sexuado. 5. Os merozoítos são destruídos no intestino do carrapato, enquanto os gametócitos se diferenciam em gametas masculinos e femininos que se reproduzem por gametogonia formando o oocineto (gameta com motilidade) o qual penetra nas células do intestino do carrapato e se multiplica por divisão binária ou esporogonia originando esporocinetos também chamados de vermículos (organismos claviformes alongados que podem ser detectados na análise microscópica da hemolinfa). 6. Os vermículos circulam pela hemolinfa do carrapato infectando vários órgãos, inclusive os ovários, podendo infectar parte dos seus ovos (transmissão transovariana), resultando na formação dos esporozoítos (corpos piriformes) nas células das glândulas salivares das larvas do carrapato, onde se multiplicam por esporogonia e formam os esporozoítos que serão inoculados nos bovinos pelos carrapatos. OBS: A literatura cita que pode haver transmissão transovariana, se a fêmea adulta se infectar e transmitir o parasita à futura geração. OBS: Babesia canis � Aparece de 1 a 2 trofozoítos dentro de cada eritrócito. Patogenia: após a penetração dos merozoítos nos eritrócitos (ação mecânica) que se dividem rapidamente destruindo os eritrócitos desencadeando quadros clínicos de anemia hemolítica e febre, devido a hemoglobinemia e hemoglobinúria ocorre a redução de oxigênio nos tecidos levando a disfunção múltipla de diversos órgãos como rins, fígado, músculos, pulmão e cérebro levando o animal a óbito. Além disso como consequência da agregação de eritrócitos infectados no leito capilar causando obstrução dos capilares. Sintomatologia: geralmente assintomática, anemia hemolítica (mucosas pálidas, febre, taquipnéia, taquicardia, hepatoesplenomegalia, icterícia, anorexia e depressão), liberação de fatores inflamatórios (coagulopatia, insuficiência renal aguda, hepatopatia, síndrome da angustia respiratória aguda, sinais nervosos, hemoconcentração e choque) Diagnóstico: histórico e sintomatologia, métodos direto � esfregaço sanguíneo (na fase aguda) - Giemsa, PCR. Métodos indiretos � testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica com baixa parasitemia), ELISA (mais utilizado em inquéritos epidemiológicos, RIFI (título 1:80 Babesia canis e 1:320 Babesia gibsoni). Tratamento: transfusão sanguínea, dipropionato de imidocarb 5 mg/kg, SC repetir após 15 dias. Não usar diminazeno pois é tóxico para o cão. Controle & Profilaxia: controle do carrapato vetor, dedetização do ambiente, realização de testes sorológicos em cães doadores de sangue e em animais recém adquiridos. TEILERIOSE EQUINA, BABESIOSE EQUINA OU PIROPLASMOSE EQUINA Agente etiológico: Theileria equi (pequena babesia), Babesia caballi (grande babesia) Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Apicomplexa; Classe: Piroplasmasida; Ordem: Piroplasmorida; Família: Babesidae/Theileridae: Gênero: Babesia/Theileria Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro definitivo: equinos, asininos, bovinos. Hospedeiro intermediário: carrapatos das espécies Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Rhipicephalus sanguineus e Dermacentor (Anocentor) nitens (monoxeno). Estágios de vida do parasita: trofozoítos, merozoítos e esporozoítos. Transmissão: transestadial, pôr a muda ocorrer no solo, a larva infectada passa para ninfa que passa para o adulto que com as formas infectantes, então transmite o parasita a outro animal. TRANSMISSÃO TRANSOVARIANA Babesia caballi Fêmea adulta se infecta L, N e A transmitem Theileria equi Não ocorre OBS: Theileria equi � as larvas do carrapato não transmitem não ocorre a infecção, Babesia caballi � as larvas, as ninfas e adultos do carrapato transmitem. OBS: Theileria equi � geralmente encontradas de 1, 2, 3 ou 4 trofozoítos em forma de cruz de malta dentro do eritrócito (o animal permanece portador por toda a vida) Babesia caballi � aparece de 1 a 2 trofozoítos dentro da hemácia. Ciclo reprodutivo: Patogenia: infecta primeiramente linfócitos e depois eritrócitos de equinos. Sintomatologia: inespecíficos e bastante variados, os animais podem apresentar anorexia, abatimento, perda de peso, temperatura corporal aumentada ou normal ou um aumento nas frequências cardíaca e respiratória, a coloração das mucosas é variável, podendo apresentar-se rosa pálido, amarelo pálido, francamente amarelo ou congestiva, podendo exibir petéquias, casos negligenciados, ou não tratados, tornam-se gravemente anêmicos e apresentam sinais de mau estado geral, tais como pescoço e cabeça pendentes, tropeçar balancear, tremores musculares e decúbito. Diagnóstico: esfregaço sanguíneo Tratamento: dipropionato de imidocarb 4mg/kg, SC, fazer duas aplicações em um intervalo de 10 horas e repetir após 48 a 96 horas. Controle & Profilaxia: uso de vacinas, auto-hemoterapia, DOENÇA DE CHAGAS Agente etiológico: Trypanossoma cruzi Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: Trypanosomatidae: Gênero: Trypanosoma. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro intermediário: insetos hemípteros hematófagos (triatomíneos) conhecido como barbeiro. Principais espécies são: Triatoma infestans, Panstrongylus sp e Rhodnius sp. Hospedeiro definitivo: homem, mamíferos domésticos e silvestres (todos os mamíferos são susceptíveis a infecção). Estágios de vida do parasita: Formas do parasita Hospedeiro Multiplicação Localização Epimastigota Inseto Divisão Binária T.D Médio Tripomastigota M Inseto - T. D Posterior Amastigota Homem Divisão Binária Interior de células Tripomastigota S Homem - Sangue Epimastigota: desenvolve-se na porção posterior do intestino médio do inseto, possui dimensões variáveis e cinetoplasto situado perto do núcleo Tripomastigota metacíclica: é a forma infectante encontrada no intestino posterior do inseto vetor, fino e com cinetoplasto grande, membrana ondulante estreita, possui flagelo livre e tem capacidade invasiva para atravessar mucosas e conjuntivas ou penetrar pelas soluções de continuidade da pele. Amastigota: é a forma encontrada dentro da célula parasitada, é ovoide, não possui flagelo ou membrana ondulante, possui núcleo ovóide e compacto e cinetoplasto com aspecto de disco convexo-côncavo próximo ao núcleo e seu ciclo intracelular dura de 5-6 dias. Tripomastigota sanguínea: é capaz de infectar diferentes tipos celulares (células do sistema fagocítico mononuclear, células musculares lisas, cardíacas e esqueléticas e células nervosas), apresenta cinetoplasto grande e redondo e flagelo representa 1/3 do comp. total. Possui duas formas as finas que penetram rapidamente nas céls do hospedeiro e as largas que não penetram nas céls do hospedeiro e são bastante infectivas para os triatomíneos. Transmissão: Estercorária: os parasitas desenvolvem-se na porção posterior do hospedeiro invertebrado (hospedeiro intermediário – vetor) e são transmitidos nas fezes.Ciclo reprodutivo: Patogenia: a doença possui mais importância em humanos. Multiplicação dos parasitas, atuação de macrófagos nas células infectadas � crescimento de órgãos (hepatoesplenomegalia). 1 O barbeiro pica e defeca ao mesmo tempo eliminando nas suas fezes forma tripomastigota metacíclica 2 Ao se coçar o HD passa a forma tripomastigota invadem as células onde se transformam em amastigotas. 3 As amastigotas multiplicam-se assexuadamente por divisão binária dentro das células. 4 Dentro das células as amastigotas transformam-se em tripomastigotas sanguíneas que destroem a célula saindo para sangue. O barbeiro ingere as formas circulantes tripomastigotas sanguíneas ao picar o hospedeiro contaminado 5 Ao chegarem no intestino do novo vetor as tripomastigotas sanguíneas arredondam-se e transformam-se na porção media em epimastigota. 6 7 No intestino posterior médio multiplicam-se por divisão e migram para o intestino posterior 8 No intestino posterior as epimastigotas aderem a cutícula e se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas (forma infectante eliminadas nas fezes) Sintomatologia: Fase aguda Fase crônica: OBS: Animais atuam como reservatórios. Diagnóstico: esfregaço de sangue periférico, xenodiagnóstico, hemocultura ELISA e IFI, exames complementares (eletrocardiograma, hemograma� anemia, trombocitopenia e leucopenia, bioquímico � ALT e AST). Tratamento: benzonidazol 5 – 8 mg/kg dia VO (até 60 dias) Controle & Profilaxia: a prevenção está centrada no combate ao vetor, o barbeiro, principalmente através: 1) Melhoria das moradias rurais a fim de impedir que lhe sirvam de abrigo 2) Melhoria das condições de higiene nas casas (mantendo limpo o ambiente domiciliar e peridomiciliar). 3) Afastamento dos animais das casas 4) O uso de inseticidas nas habitações infestadas, indicado em zonas endêmicas 5) Controle dos bancos de sangue, ou seja, da transmissão na transfusão de sangue. Forma aparente Forma inaparente Forma indeterminada Forma cardíaca Forma digestiva MAL DE CADEIRAS OU SURRA Agente etiológico: Trypanosoma evansi ou Trypanosoma equinum Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: Trypanosomatidae: Gênero: Trypanosoma Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro intermediário: Stomoxys calcitrans, tabanídeos, morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) Hospedeiro definitivo: equinos, registro em cães, bovinos Estágios de vida do parasita: tripomastigota, amastigota Transmissão: salivaria, os parasitas desenvolvem-se na porção anterior do inseto vetor e são transmitidos na saliva do hospedeiro intermediário (transmissão mecânica). Ciclo reprodutivo: os vetores picam o hospedeiro contaminado e ao se alimentarem adquirem a forma tripomastigota e essa forma é repassada diretamente ao hospedeiro vertebrado, juntamente com saliva (transmissão salivaria) devido a picada do vetor. Não ocorre desenvolvimento do tripanosoma no inseto (no seu aparelho bucal), a transmissão é mecânica. Como a picada do tabanídeo é dolorosa, facilita a transmissão, pois o animal sente logo e se coça. No interior do hospedeiro vertebrado, as formas tripomastigotas sofrem divisão binária (reprodução assexuada), invadem o tecido celular transformando-se em amastigotas. As amastigotas rompem as células e passam para a circulação na forma tripomastigota. Patogenia: o tripanossoma quando na corrente circulatória exerce duas ações: uma antigênica (por apresentar estruturas diferentes do hospedeiro que serão reconhecidas como antígeno) e uma metabólica (pois a partir do momento que o tripanossoma começa a se alimentar, produz e excreta metabólitos). Essas ações antigênica e metabólica vão causar o quadro clinico observado no paciente. Sintomatologia: falta de firmeza nos membros posteriores com paralisia progressiva, febre, anemia, emagrecimento extremo, aumento dоѕ linfonodos е baço. Diagnóstico: durante а fase aguda é fácil, е é feito observando-se no microscópio, uma gota de sangue presente entre uma lâmina, sendo possível а observação do agente em movimento. Posteriormente, pode ѕеr feito um esfregaço que ѕеrá corado реlо Giemsa, раrа que ѕеја observada а morfologia do protozoário. Os períodos de picos febris ѕãо оѕ melhores para a coleta de sangue раrа diagnóstico. Tratamento: para equinos � diminazene 0,5 mg/kg por via endovenosa lenta, para asininos � samorin® (fenantridium) 2mg/kg, para caninos � samorin® (fenantridium) na dose de 1,5 mg/kg e repetir com 25 a 30 dias e para bovinos � cymelarsan® (melaminil tioarsenito) 1mg/kg Controle & Profilaxia: identificação e tratamento de animais doentes, controle de insetos hematófagos (pour on, armadilhas com inseticidas, controle de morcegos hematófagos (pasta vampiricida), utilizar agulhas individuais. MAL DO COITO OU DURINA Agente etiológico: Trypanosoma equiperdum Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: Trypanosomatidae: Gênero: Trypanosoma Tipo de ciclo: monoxeno Hospedeiro intermediário: único não transmitido por vetor invertebrado Hospedeiro definitivo: equinos, asininos, mulas e ocasionalmente zebras. Estágios de vida do parasita: tripomastigota Transmissão: sexual, a transmissão é direta, através do coito ou monta natural (de um hospedeiro para outro sem o auxílio de insetos vetores). Ciclo reprodutivo: após a coita ou monta (transmissão sexual) o parasita invade o hospedeiro pela mucosa, a forma tripomastigota que tem tropismo por macrófagos e monócitos invadem essas células onde se transformam por divisão binária em amastigotas em seguida rompendo essas células migrando para mucosas genitais transformando-se em tripomastigota. Patogenia: afeta principalmente os tecidos, multiplicação dos parasitas com macrófagos e monócitos ao redor das células parasitadas, ocorre o extravasamento de líquido desencadeando tumefação e edemaciação dos órgãos genitais (principal manifestação clínica) e glândulas mamárias, edema nas articulações dos jarretes, erupções cutâneas, incoordenação e paralisia (mais membros posteriores) e flacidez de lábios, nariz e orelhas, raramente são dectectados no sangue. Sintomatologia: em fêmeas úbere e vulva inflamados com partes despigmentadas, secreção excessiva na mucosa genital e edema, metrite e cistite também podem ocorrer e em casos severos pode ocorrer aborto, nos machos excitação e urinam com frequência, apresentando o pênis inchado, com regiões do ânus e órgãos genitais despigmentados. Muitos equinos são portadores assintomáticos. Nos casos crônicos, além do edema há fibrose do escroto e prepúcio. Diagnóstico: a visualização do parasita é difícil, podendo ser encontrado nos linfonodos, fluidos edematosos da mucosa vaginal., ELISA, IFI, radioimunoensaio, IDGA, teste de aglutinação, PCR. Tratamento: cymelarsan® (melaminil tioarsenito) é efetivo e doses de 0,25 mg/kg e 0,5 mg/kg. O tratamento não é recomendado pela OIE, recomendando-se abater os animais de sorologia posistiva para promover a erradicação da doença. Aquisição de animais não infectados, utilizar na reprodução apenas animais negativos. Controle & Profilaxia: higiene das instalações, isolamento de áreas contaminadas. LEISHMANIOSE VISCERAL Agente etiológico: Leishmania (Leishmania) chagasi, Leishmania (Leishmania)donovani, Leishmania (Leishmania) infantum Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: Trypanosomatidae: Gênero: Leishmania. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro intermediário (vetor): insetos dos gêneros Phlebotomus (África, Ásia e Europa) e Lutzomyia (América). Espécie: Lutzomyia longipalpis Características do vetor flebotomíneo: 2 – 3mm, corpo e asas peludas; marrons “luminosos” (oleosidade); asas em v; vivem em regiões tropicais e temperadas (20 a 30graus); fêmea se alimenta de sangue (para nutrir os ovos) ao entardecer/noite, vôo curto (até 100m), baixo e direto e sua picada é dolorida (“bebem” sangue da ferida). Seu habitat é silvestre/peri- domiciares: lixos e escombros, rachaduras externas de habitações, solo úmido em matas ou florestas, cascas de árvores, tocas de roedores silvestres. Ciclo de vida: holometábolo (possui metamorfose completa durante seus estágios de vida). Estágios de vida: Ovo � Larva (L1, L2, L3, L4) � Pupa � Adulto. • Ovo – adulto: 4 a 7 semanas • Adulto vive 15 a 30 dias • Larvas e pupas: habitat úmido, quente e com nutrientes • Difícil encontrar locais de desova, larvas e pupas. Difícil controle. Hospedeiros definitivos: cão, homem e outros mamíferos (parasitas intracelulares obrigatórios de células mononucleares – macrófagos). Estágios de vida do parasita: Amastigota: de forma oval ou esférica, são as formas encontradas no hospedeiro vertebrado, não possui flagelo livre, mas um rudimento presente na bolsa flagelar. Infecta células do sistema mononuclear fagocitário (macrófagos, neutrófilos, células dendríticas) e fazem reprodução por divisão binária. Promastigota: formas alongadas, em cuja região anterior emerge um flagelo livre e possui cinetoplasto situado na extremidade posterior do corpo. São encontradas no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura onde se dividem por divisão binária, migrando para a probóscita do inseto. Promastigota metacíclica: forma infectante do parasita. Transmissão: • Através da picada da fêmea de Lutzomyia longipalpis contaminada com as formas promastigostas metacíclicas da Leishmania (Leishmania) chagasi. • Uso de drogas injetáveis; • Transfusão sanguínea. • Transmissão congênita e acidentes de laboratório já foram relatados, no entanto, são raros. • A manipulação de formas do parasito em laboratório requer cuidados especiais de biossegurança para prevenir a auto-inoculação. Ciclo reprodutivo da Leishmania (Leishmania) chagasi Ciclo no hospedeiro vertebrado: 1. O flebotomíneo ♀ (HI) ingere sangue de um mamífero saudável (HD) injetando com sua saliva (pela picada) leishmanias na forma infectante (promastigotas metacíclicas). 2. No organismo do HD (cão ou homem) as Leishmanias promastigotas metacíclicas podem invadir ativamente ou serem fagocitadas por macrófagos ou neutrófilos. 3. No interior do macrófago as promastigotas metacíclicas transformam-se em amastigotas que resistem a ação do macrófago e se multiplicam intensamente por divisão simples até ocupar todo o citoplasma. 4. O macrófago se rompe, e as amastigotas são liberadas, que vão infectar novos macrófagos, iniciando a reação inflamatória. Ciclo no vetor: 5. O flebotomíneo ♀ pica o vertebrado contaminado para fazer o seu repasto sanguíneo e ingere macrófagos contendo as formas amastigotas da leishmania (transmitidas pela picada). 4. As amastigotas são liberadas dos macrófagos na porção posterior do intestino do vetor diferenciando-se em promastigotas procíclicas, estas se multiplicam e se diferenciam em promastigotas metacíclicas migrando para o aparelho bucal do vetor (faringe). Patogenia: as lesões básicas são focos de macrófagos proliferantes ativados infectados com microrganismos Leishmania, em alguns casos esses parasitas são rodeados por plasmócitos e linfócitos (resposta linfocitica e celular). Os macrófagos infectados são então destruídos, o animal recupera-se e fica imune a reinfecção. A recuperação, contudo, depende da expressão da imunidade celular, em alguns casos as lesões persistem, resultando em dilatação crônica de órgãos como baço, fígado e de linfonodos e em lesões cutâneas permanentes caracterizando a fase de doença crônica que envolve diversos sistemas, desencadeando o processo de infiltração na mucosa intestinal � diarreia e emagrecimento, formação de imunocomplexos � doença renal (nefrite), doença ocular (uveite, conjuntivite, ceratite) e doença articular (artrite). Infiltração de amastigota no tecido ungeal � onicogrifose, multiplicação de amastigota nos histiocitos � dermatopatias, diminuição de proteínas plasmáticas � inversão da relação albumina x globulina originando gamopatias. Alterações bioquímicas séricas em um cão polissintomático: hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, redução da relação albumina/globulina. Sintomatologia: alterações clínicas como linfadenopatia, alterações dermatológicas (ulceras, lesões de pele), mucosas pálidas, emagrecimento, caquexia, onicogrifose, alopecia, hepatomegalia, esplenomegalia, lesões oculares, anemia, ascite, epistaxe. Diagnóstico: punção de fígado e baço, biopsia de pele, biopsia de medula óssea (riscos envolvidos durante o procedimento: desordens hematológicas, infecção na pele no momento do exame, infecção via corrente sanguínea), xenodiagnóstico. RIFI (alta sensibilidade, porém apresentava reações cruzadas com outros tripanossomatídeos), DAT, FAST, RK39, PCR e QBC já foram usados. Atualmente o diagnóstico é feito com o TR DPP e ELISA. Tratamento: no cão é ineficaz, o ministério da saúde proíbe o uso de determinados fármacos utilizados no tratamento. Remonda-se a eutanásia do animal. Controle & Profilaxia: tratamento de todos os casos humanos, eutanásia dos cães infectados, combate ao vetor, vacinação, uso de repelentes e telas de mosquiteiros. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Agente etiológico: Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Leishmania) amazonensis Taxonomia: Reino: Protista; Sub-Reino: Protozoa; Filo: Sarcomastigophora; Classe: Zoomastigophorea; Ordem: Kinetoplastida; Família: Trypanosomatidae: Gênero: Leishmania. Tipo de ciclo: heteróxeno Hospedeiro intermediário (vetor): pequenos insetos da ordem Diptera, família Psycodidae, sub-família Phlebotominae, gênero Lutzomyia. Espécies: Lutzomyia flavicustellata, Lutzomyia whitmani, Lutzomyia umbratilis, Lutzomyia intermedia, Lutzomyia wellcome e Lutzomyia migonei. Características do vetor flebotomíneo: 2 – 3mm, corpo e asas peludas; marrons “luminosos” (oleosidade); asas em v; vivem em regiões tropicais e temperadas (20 a 30 graus); fêmea se alimenta de sangue (para nutrir os ovos) ao entardecer/noite, vôo curto (até 100m), baixo e direto e sua picada é dolorida (“bebem” sangue da ferida). Seu habitat é silvestre/peri- domiciares: lixos e escombros, rachaduras externas de habitações, solo úmido em matas ou florestas, cascas de árvores, tocas de roedores silvestres. Ciclo de vida do flebotomíneo: holometábolo (possui metamorfose completa durante seus estágios de vida). Estágios de vida: Ovo � Larva (L1, L2, L3, L4) � Pupa � Adulto. • Ovo – adulto: 4 a 7 semanas • Adulto vive 15 a 30 dias • Larvas e pupas: habitat úmido, quente e com nutrientes • Difícil encontrar locais de desova, larvas e pupas, além de difícil controle. Hospedeiros definitivos: grande variedade de mamíferos como roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, inclusive o homem. Estágios de vida do parasita: Amastigota: de forma oval ou esférica, são as formas encontradas no hospedeiro vertebrado, não possui flagelo livre, mas um rudimento presentena bolsa flagelar. Infecta células do sistema mononuclear fagocitário (macrófagos, neutrófilos, células dendríticas) e fazem reprodução por divisão binária. Promastigota: formas alongadas, em cuja região anterior emerge um flagelo livre e possui cinetoplasto situado na extremidade posterior do corpo. São encontradas no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura onde se dividem por divisão binária, migrando para a probóscita do inseto. Paramastigotas: formas ovais ou arredondadas com flagelo livre. São encontradas aderidas ao epitélio do trato digestivo do vetor através de hemidesmossomas. Promastigota metacíclica: forma infectante do parasita. Transmissão: Através da picada da fêmea de Lutzomyia flavicustellata, Lutzomyia whitmani, Lutzomyia umbratilis, Lutzomyia intermedia, Lutzomyia wellcome e Lutzomyia migonei. Ciclo reprodutivo: no vetor o inseto pica o vertebrado contaminado para fazer o seu repasto sanguíneo e ingere macrófagos contendo as formas amastigotas do parasito. Ao chegarem ao estômago do inseto, os macrófagos se rompem liberando as amastigotas. Estas sofrem uma divisão binária e se transformam rapidamente em promastigotas, que se multiplicam ainda no sangue ingerido, que é envolto pela membrana peritrófica. Esta membrana se rompe no 3ºou no 4º dia e as formas promatigotas ficam livres. As formas promastigotas permanecem se reproduzindo por divisão binária, podendo seguir dois caminhos, de acordo com a espécie do parasito. As leishmanias do “complexo brasiliensis” vão migrar para as regiões do piloro e do íleo (seção peripilária). Nestes locais elas se transformam de promastigotas para paramastigotas, aderindo ao epitélio do intestino do inseto. Nas leishmanias do “complexo mexicana” o mesmo fenômeno ocorre, porém, a fixação das paramastigotas se dá no estômago do inseto. Novamente se transformam em promastigotas e migram para a região da faringe do inseto. Neste local se transformam novamente em paramastigotas e a partir daí vão se transformando em pequenas promastigotas infectantes, altamente móveis, que se deslocam para o aparelho bucal do inseto. No ciclo do vertebrado o inseto, na sua tentativa de ingestão de sangue, injeta as formas promastigotas no local da picada. Dentro de 4 a 8 horas estes flagelados são interiorizados pelos macrófagos teciduais. Rapidamente as formas promastigotas se transformam em amastigotas, que são encontradas no sangue 24 horas após a fagocitose. As amastigotas resistem à ação destruidora dos macrófagos e se multiplicam intensamente, até ocupar todo o citoplasma. O macrófago se rompe, liberando as amastigotas, que vão penetrar em outros macrófagos, iniciando a reação inflamatória. Patogenia: no início da infecção, as células destruídas pela probóscida do inseto e a saliva inoculada atraem para a área células fagocitárias mononucleares, como os macrófagos. Ao serem fagocitadas, as formas promastigotas se transformam em amastigotas e sofrem divisões binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos para o local, onde se fixam e são infectados. A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e macrófagos na derme, estes últimos abarrotados de parasitos. Um amplo espectro de formas pode ser visto na LTA, variando de uma lesão auto-resolutiva a lesões desfigurastes. Esta variação está intimamente ligada ao estado imunológico do paciente e às espécies de Leishmania. Sintomatologia: apresenta três formas clinicas Cutânea: Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Leishmania) amazonensis Mucocutânea: Leishmania (Viannia) braziliensis Cutânea difusa: Leishmania (Leishmania) amazonensis OBS: quanto mais intensa a resposta do imunológica do tipo Th1, maior a eficiência na eliminação do parasito e quanto mais presente a resposta do tipo Th2, ao contrário, maior será a sobrevivência do protozoário. Diagnóstico: Laboratorial: suspeita clinico-epidemiológica associada, exame parasitológico direto, através de exame do espirado da borda da lesão, “in-print” feito com o fragmento da biopsia (histopatologia), intradermorreação, reação de Montenegro-IRM. Tratamento: atualmente é utilizado um antimonial pentavalente, o Glucantime (somente a forma difusa não responde bem ao tratamento), imunoterapia: a leishvacin, vacina utilizada para imunoprofilaxia, vem sendo usada no tratamento de pacientes que não respondem bem ao tratamento com resultados promissores. Controle & Profilaxia: medidas de atuação na cadeia de transmissão (notificação dos casos humanos quanto à forma clínica, sexo, idade, ocupação e procedência; definir as espécies vetoras, sua dispersão, grau de antropofilia e exofilia, infecção natural; estudos parasitológicos para definir o agente etiológico circulante no foco; estudos ecológicos para determinação dos reservatórios animais envolvidos), aplicação de inseticida (em situações de transmissão peridomicilar e domiciliar; medidas de proteção (uso de mosquiteiros simples ou impregnados com inseticida especifico); controle de reservatórios (necessidade de estudos para melhor evidenciação dos papeis dos reservatórios no ambiente peri e intra domiciliar – cão e equino; medidas educativas; medidas administrativas (as ações de controle da LTA devem ser alvo de uma programação contínua).
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