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VIOLENCIA NO AMBITO HOSPITALAR

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FACULDADE INTERAMERICANA DE PORTO VELHO
CURSO DE DIREITO
ANA PATRÍCIA SILVA PAMPLONA
 VIOLÊNCIA NO ÂMBITO HOSPITALAR: Causas e consequências
PORTO VELHO/RO
2019.1
ANA PATRÍCIA SILVA PAMPLONA
VIOLÊNCIA NO ÂMBITO HOSPITALAR: Causas e consequências
Projeto de pesquisa apresentado como requisito avaliativo da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC I, ministrado pela professora Dra. Tânia Zen, do 7º período do curso de Direito da Faculdade Interamericana de Porto Velho
PORTO VELHO/RO
2019.1
1 TEMA: 
O ambiente hospitalar é considerado como um dos locais que se concentra um turbilhão de emoções, dentre elas a que mais se sobrepõe é a tensão, tanto por parte dos funcionários que ali atuam precisamente em procedimentos de urgência e emergência, quanto pelo acompanhante ou paciente que está em busca de melhora da sua enfermidade. Essa tensão, mais frequentemente vem se externando causando conflitos entre ambos, desde agressões verbais, psíquicas até agressões físicas mais serias. 
A violência no âmbito hospitalar é um tema que cada dia vem ganhando destaque nas mídias televisivas, sociais e mais recentemente no campo jurídico, pois, há um crescente numero de casos de agressão física ou moral praticado contra profissionais da assistência hospitalar em exercício da sua função ou até mesmo em razão dela, deixando sequelas que alguma das vezes é irreparável no caso do óbito.
Atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro não dispõe de normas legais estritamente relacionada a coibir práticas agressivas por parte dos usuários do sistema de saúde, as previsões legais que visam a proteção dos funcionários são limitadas, o código penal (Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), por sua vez prevê em seu Art. 331, que o desacato ao funcionário público no exercício da função ou em razão dela sofrerá uma  pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. No entanto, esse artigo visa primariamente à proteção do Estado como administração publica, e, secundariamente os funcionários públicos no exercício de sua função. 
2 PROBLEMÁTICA: 
Quais os procedimentos que devem ser adotados em caso de violência praticada contra o profissional da saúde no âmbito hospitalar?
3 HIPÓTESES:
Ao buscar e analisar os fatores que contribuem para que ocorra o conflito, podemos compreender, e, posteriormente elaborar métodos de precaução.
Criação de um protocolo de atendimento ao profissional de saúde pós-agressão verbal ou física, para que possa ser adotado no âmbito hospitalar, a fim de que o servidor não venha adquirir traumas psicoemocionais, pois há casos que o impacto se torna tão extremo que pode acarretar diversas comorbidades, também conhecido como doenças psicossomáticas, diminuindo o desempenho funcional, prejudicando também o atendimento ao público. 
Adoção por parte das unidades de pronto atendimento em parceria com os conselhos de enfermagem e secretaria de saúde, politicas de estimulação à conscientização dos usuários a procurar os postos de saúde para os casos em que seu problema possa ser realizado na atenção básica, mais conhecida como Unidades básicas de saúde ou Programas de saúde da Família, a fim de diminuir as filas de espera nas unidades de urgência e emergência, que é um dos fatores que mais contribuem para que ocorra o embaraço.
4 OBJETIVOS:
4.1 GERAL:
Compreender os fatores que contribuem para que ocorra a desarmonia entre pacientes e funcionários no âmbito hospitalar, buscando possíveis soluções que poderão minimizar os casos de violência.
4.2 ESPECÍFICOS
Analisar as leis vigentes que se enquadram ao fato típico delitivo de agressão ao profissional da saúde no exercício da profissão, bem como Fazer uma reflexão substancial acerca do primórdio de todo o conflito, por meio de estudos de obras já publicadas como artigos científicos, monografias e doutrinas.
Realizar um levantamento de dados de quantos profissionais já sofreram violência física ou psíquica em suas atividades laborais ao longo de sua carreira profissional. Sendo que esta pesquisa será restrita as unidades de pronto atendimento de urgência e emergência na cidade de Porto Velho, mais precisamente UPA da Zona Leste, UPA da Zona SUL, José Adelino e Ana Adelaide.
5 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema, violência no âmbito hospitalar, se deu pela crescente onda de agressões tanto psicológicas quanto físicas praticadas contra os servidores que estão desenvolvendo suas atividades laborais. Ultimamente, não mais raro, os conflitos entre pacientes/acompanhantes com os profissionais da saúde acabam extrapolando os limites, onde findam em demandas na esfera penal, que muita das vezes não tem um efeito desejado, em virtude da falta de estrutura jurídica no âmbito nacional acerca do tema em estrito, acaba por ser enquadrada em tipos delitivos como lesão corporal, injúria ou ameaça aplicada à qualquer tipo de pessoa, ou seja, sem a qualificação desta. Diante disso houve-se a necessidade da elaboração de dois projetos de lei que abordasse tais assuntos, são eles: PL nº 6,749/2016 e PL nº 7.269/2017, que tem o intuito de suprir as necessidades atuais da categoria que vem sendo defasados com a onda de ataques, projetos estes que cria causas de aumento de pena para os crimes de lesão corporal, contra a honra, de ameaça e de desacato, quando cometidos contra profissional da área de atenção à saúde no exercício de sua profissão ou em decorrência dela.
Outro aspecto significativo que envolve o tema selecionado é a curiosa carência de protocolos de atendimento aos profissionais vítimas de agressão em nível interno hospitalar. Pois, é necessária uma instrução padronizada nas unidades que visa propiciar um amparo social, moral e psicológico, afim de que os casos sejam devidamente direcionados aos órgãos competentes, e que o agressor seja devidamente penalizado. 
A produção desta pesquisa cientifica será de grande importância acadêmica para trazer novos posicionamentos que ajudem a compreender e minimizar os casos de violência no âmbito hospitalar, além enriquecerá o acervo da biblioteca Juarez Américo do Prado, possibilitando aos acadêmicos que tenham interesse no assunto um estudo aprofundado e técnico.
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6.1 CONCEITOS DE VIOLÊNCIA
A violência abrange um conceito amplo, englobando um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação à outra pessoa, invadindo a autonomia, a integridade física ou psicológica e, até mesmo, a vida do outro, se manifestando através do ato de agredir, violar ou desrespeitar, sendo a vitima induzida a praticar um ato ou omissão pelo temor, ou pelo perigo que a violência oferece.
Nesse diapasão, Filho aponta que [1: FILHO, N. S; CARVALHO, G. Vocabulário Jurídico. 31ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014.]
Juridicamente, a violência é uma forma de coação, ou de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistência do outro como também ato de força exercido contra coisa. Também pode ser entendido como capacidade do próprio corpo de exercer a força através de um impulso. A violência pode ser física (força física, agressão) ou moral (ameaça, medo, intimidação).
Trazendo esses conceitos para o tema proposto, podemos assim relacionar com as diversas formas de violência praticada no ambiente hospitalar contra os servidores, sendo as mais frequentes as agressões de forma física ou moral através de lesão corporal, ameaça ou xingamentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou um estudo muito importante no qual definiu a violência como:[2: BRASIL. OMS. Portal da Saúde. Tipologias e naturezas da violência, 2002.]
[...] uso de força ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.
Tal ato já se tornou uma questão de saúde pública, conformea OMS, a agressão acaba por trazer outros problemas e não apenas aqueles relacionados a integridade física e moral da vítima, mas a insegurança o medo, e as doenças psicossomáticas.
Segundo uma pesquisa realizada por uma iniciativa conjunta do Conselho Regional de enfermagem de São Paulo (Coren-SP), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), e do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) no ano de 2017 com mais de 5.000 (cinco mil) profissionais da saúde do estado de São Paulo, revela que os números diários de violência praticada contra os profissionais da saúde em desenvolvimento de suas atividades apenas vêm crescendo, sendo necessário uma intervenção do poder publico de forma a diminuir tais dados.
7 PROCEDIMENTO METODOLOGICO
Esta pesquisa é cientifica e será de abordagem quantitativa, objetivando gerar conhecimentos para a elaboração do texto científico, como trabalho de conclusão de curso.
 A classificação da pesquisa será do tipo pesquisa exploratória, buscando uma maior familiaridade com o problema visando torna-lo explicito ou a construir hipóteses, pois, explorar é “tipicamente a primeira aproximação de um tema e visa criar maior familiaridade em relação a um fato ou fenômeno”. (SANTOS, 2002, p.26); 
Quanto às fontes dos dados exploratórios a pesquisa será através de conteúdo bibliográfico, a partir de material já publicado como livros, artigos e materiais disponíveis na internet; e pesquisa de campo através de aplicação de formulados com questões fechadas e abertas, de forma restrita aos profissionais da saúde dos serviços de urgência e emergência na cidade de Porto Velho.
8 CRONOGRAMA
O projeto de pesquisa será elaborado e concluído conforme o cronograma a seguir:
	2019.1
	FASE I
	Fevereiro
	Março 
	Abril 
	Maio
	Junho 
	Definição do tema 
	X
	
	
	
	
	Fundamentação teórica
	
	X
	X
	
	
	Elaboração dos procedimentos metodológicos
	
	X
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	Redação do projeto
	
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	X
	
	Levantamento bibliográfico
	
	
	
	X
	
	Entrega do projeto
	
	
	
	
	X
	2019.2
	FASE II e III
	Julho
	Agosto
	Setembro 
	Outubro 
	Novembro
	Dezembro 
	Coleta de dados
	X
	X
	
	
	
	
	Analise dos dados
	
	X
	X
	
	
	
	Organização do roteiro
	
	
	X
	X
	
	
	Redação do artigo 
	
	X
	X
	X
	
	
	Revisão e redação final
	
	
	
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	X
	
	Entrega do Artigo Cientifico
	
	
	
	
	
	X
	Defesa
	
	
	
	
	
	X
REFERÊNCIAS
BATISTA, P. C. P. et al. Violência no trabalho: guia de prevenção para os profissionais de enfermagem, CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO, São Paulo, 2017. 
BRASIL, Código de Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 13 abr. 2019.
BRASIL. OMS. Portal da Saúde. Tipologias e naturezas da violência, 2002.
FERNANDES, C. R. Violência moral na enfermagem. Goiânia: AB, 2007. 
FILHO, N. S; CARVALHO, G. Vocabulário Jurídico. 31ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014
MARZIALE, M.H. P. A violência no setor saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, jan. 2004.
FILHO, L. A. M. Violência ocupacional contra profissionais de saúde em um hospital de urgência, Natal-RN. 2009. 159 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.
SCARAMAL, D.A et al. Violência física ocupacional em serviços de urgência e emergência hospitalares: percepções de trabalhadores de enfermagem. Revista Mineira de Enfermagem, Minas Gerais, v. 21, jan./jun. 2017. 
TOLEDO, Cinthia. Pesquisa mostra que mais da metade dos médicos e enfermeiros de SP sofreu agressão no trabalho. G1, 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/pesquisa-mostra-que-mais-da-metade-dos-medicos-e-enfermeiros-de-sp-sofreu-agressao-no-trabalho.ghtml>. Acesso em: 13 de abr. de 2019.
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