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CADERNO EMPRESARIAL IV - Prof Luís Renato

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EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada 
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
● Atividade organizada: organização dos fatores de produção (capital, mão-de-obra, insumos e 
tecnologia). 
○ A primeira característica do conceito apresentado no artigo, quanto à atividade 
empresarial, é a temporal (continuidade de atividade). 
○ O que caracteriza a atividade empresarial é a atividade mercantil. A atividade deve 
ser reiterada. 
● A forma pela qual o empresário organiza a atividade empresarial: por meio de contratos. 
● Contratos também são necessários para inserção e disponibilização do produto/serviço no 
mercado. 
● Contrato: instrumento indispensável para organização da atividade econômica do 
empresário e para sua atuação no mercado. 
● Contrato Empresarial: empresário - empresário 
○ Escopo bilateral de lucro. 
○ Organização da atividade econômica (inserção do contrato em cadeia econômica)​. 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS EMPRESARIAIS COMO CATEGORIA ANÔNIMA* 
● As peculiaridades dos contratos empresariais fez com que a doutrina passasse a 
desenvolver a teoria geral. 
● Pressupõe-se que os contratos empresariais devem ser vistos separadamente dos demais 
contratos - inclusive os civis. 
● Código Civil de 2002: revogação do Código Civil de 1850 (unificação das obrigações civis e 
comerciais). 
 
VETORES DE FUNCIONAMENTO DO CONTRATO EMPRESARIAL** 
● Escopo de lucro 
○ Todas as partes têm duas atividades voltadas à perseguição de vantagem 
econômica. 
○ Lucro imediato vs lucro mediato: não necessariamente haverá lucro imediata com a 
celebração do contrato, mas esse é sempre um instrumento para obtenção do lucro. 
■ Ex.: empresário celebra, com outro empresário, contrato para recebimento 
de matéria-prima; do lucro mediato será atingido com a celebração do 
contrato (que permitiu que o produto fosse feito e vendido); o lucro imediato 
será atingido com a venda do produto, uma vez que no preço do produto já 
se encontra a margem de lucro do empresário; 
○ inexistência de contratos gratuitos (doação). 
* Teoria Geral dos Contratos Empresariais - Noções Preliminares: https://www.youtube.com/watch?v=BQ_2kIQV640 
 
** Teoria Geral dos Contratos Empresariais - Vetores de Funcionamento I: https://www.youtube.com/watch?v=IjdxCX3xsDQ 
 Teoria Geral dos Contratos Empresariais - Vetores de Funcionamento II: https://www.youtube.com/watch?v=jI4rReSCnjE 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
○ Busca sempre a majoração do lucro. 
● Profissionalismo: 
○ Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente (...) 
○ Inaplicabilidade de institutos tradicionais do direito civil: lesão por inexperiência, 
anulação por vícios de consentimento (erro, dolo, coação). 
○ Erro do empresário: estimula o ambiente de competição e “seleciona” os melhores do 
mercado. 
● Função econômica do contrato: 
○ Produção e/ou circulação de bens ou serviços. 
○ Inserção do contrato na cadeia econômica dos empresário que o celebram. 
○ Necessidade de análise sistêmica (perspectiva jurídica, econômica e social). 
○ Efeito limitado do contrato civil ​vs​ efeito cascata do contrato empresarial 
■ No contrato civil, o inadimplemento afeta só as partes envolvidas. 
■ Empresário A pode sofrer prejuízos por determinado contrato, e isso acaba 
afetando outros contratos que ele tenha feito. 
● Custo da transação: 
○ Contrato como estratégia (make or buy). 
○ Satisfazer necessidade internamente ou satisfazer necessidade por meio da 
contração de terceiros. 
■ Empresário só celebra contrato quando os custos de transação é menor do 
que o próprio empresário produzir o que precisa. 
■ Ex.: empresário atua na construção de móveis de madeira. Vale a pena ele 
atuar na extração da madeira? Não, porque os custos são menores se ele 
contratar uma empresa especializada nesse tipo de processo. 
○ Opção pelo contrato: custos de transação inferiores aos custos de se produzir 
internamente. 
● Oportunismo e Vinculação: 
○ Necessidade de respeito ao ​pacta sunt servanda​ (força obrigatória dos contratos). 
○ Cuidado com cláusulas abusivas. 
■ Funções da boa-fé: Aumentar o vínculo obrigacional, minorar posições 
contratuais ou interpretação contratual a fim de não interpretar a cláusula 
de uma forma a surpreender a outra parte 
■ O espectro de incidência da boa fé é muito maior, pela duração temporal do 
contrato ser maior. Sua funções são exercidas com maior intensidade. 
● Instrumento de alocação de riscos: 
○ Atividade empresarial = atividade de risco. 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
○ Contrato = atenuação dos riscos. 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA MERCANTIL 
● Vendedor e comprador devem ser empresários. 
● Consentimento sobre o objeto e preço. 
○ Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
● Coisa adquirida com o intuito de revender com lucro ou como insumo. 
○ Insumos que um empresário necessita para sua produção, bens duradouros 
(maquinário), venda dos bens produzidos na atividade. 
● Permite que seja atingida a finalidade de lucro 
● Característica básica: duração no tempo (estabilidade e manutenção). 
● Preço: dinheiro em moeda corrente. 
 
Cláusulas especiais à compra e venda 
● Compra e venda por fornecimento: 
○ Não é compra e venda de execução imediata, mas sim de execução duradoura ou 
por trato sucessivo (cadeia temporal onde o adimplemento não é seu fim, mas sim o 
reinício de outra prestação devida). 
○ Uma “costura” de vários contratos de compra e venda. 
○ Garantia de estabilidade de ambas as partes. 
○ Eficácia econômica, barateando custo de produção e de entrega. 
○ Há a aplicação, neste caso, de algumas regras que não são aplicadas a um contrato 
simples de compra e venda, como por exemplo, a possibilidade de fim imotivado do 
contrato, a resilição unilateral (art. 473 CC se aplica à compra e venda por 
fornecimento, não à compra e venda civil) 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o 
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, 
porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois 
de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
● Compra e venda sob amostra: 
○ O bem fornecido deve ter as mesmas qualidades do bem amostrado. 
○ Exacerbação da responsabilidade por vício redibitório, onde este vício, mesmo que 
seja parcial, contamina a integralidade do produto (não é como na venda coletiva, 
onde o defeito de uma parte não contamina a totalidade). 
● Compra e venda a contento ou sujeita à prova​: tem posse, não propriedade. 
○ 509, 510, CC. 
○ Casos de mercado restrito, onde o vendedor tem que provar que seu produto é 
melhor do que o dos demais fornecedores. 
○ Contentoé o arbítrio da prova. Altera a regra básica da compra e venda. Há a 
tradição, mas não há a transferência da propriedade. Condição suspensiva do evento 
incerto de que o produto atenderá as exigências estipuladas no contrato. 
● Compra e venda internacional​: 
○ Em qualquer compra e venda Internacional há o impedimento de que seja 
instantâneo (à exceção de software, por exemplo). 
○ Vendedor precisa realizar o transporte interno (até um porto, aeroporto, fronteira), até 
um segundo porto, e deste, até o comprador. No mínimo três momentos de 
transporte. 
○ CISG (Convenção das Nações Unidas para a Venda Internacional de Mercadorias) e 
INCOTERMS (uso comercial - termos internacionais de comércio, ditados pela 
CCIParis) têm função de realizar a distribuição dos riscos nessa modalidade de 
compra e venda. 
○ No Brasil, na regra de compra e venda nacional, o vendedor responde pelos riscos de 
transferência, uma vez que a venda só se dá com a tradição. Isso não ocorre nas 
vendas internacionais. 
○ Cláusula EXW – Ex Works - o produto e a fatura devem estar à disposição do 
importador no estabelecimento do exportador. Todas as despesas e quaisquer 
perdas e danos a partir da entrega da mercadoria, inclusive o despacho da 
mercadoria para o exterior, são de responsabilidade do importador. Quando 
solicitado, o exportador deverá prestar ao importador assistência na obtenção de 
documentos para o despacho do produto. Esta modalidade pode ser utilizada com 
relação a qualquer via de transporte. 
○ Cláusulas “c”: vendedor se responsabiliza pelo custo de transporte 
■ Cláusula CIF – Cost, Insurance and Freight - modalidade equivalente ao 
CFR, com a diferença de que as despesas de seguro ficam a cargo do 
exportador. O exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio, no 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
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porto de embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do 
exportador cessa no momento em que o produto cruza a amurada do navio 
no porto de destino. Esta modalidade só pode ser utilizada para transporte 
marítimo ou hidroviário interior. 
■ Cláusula CFR – Cost and Freight - o exportador deve entregar a mercadoria 
no porto de destino escolhido pelo importador. As despesas de transporte 
ficam, portanto, a cargo do exportador. O importador deve arcar com as 
despesas de seguro e de desembarque da mercadoria. A utilização desse 
termo obriga o exportador a desembaraçar a mercadoria para exportação e 
utilizar apenas o transporte marítimo ou hidroviário interior. 
○ Cláusulas “f”: comprador assume custos do frete, assumindo os riscos. 
■ Cláusula FOB ( ​free on board) - ​oposto da cláusula CIF. Apenas o primeiro 
transporte. 
■ Cláusula FCA: responsabilidade total do comprador desde o primeiro 
transporte 
○ Cláusulas “d” 
■ DAT ( ​delivery at terminal) 
■ DAP ​(delivery at property) 
● Compra e venda sobre documentos: 
○ Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega 
do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no 
silêncio deste, pelos usos. Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, 
não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou 
do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado. 
○ A compra e venda não é feita com base na mercadoria, mas sobre os documentos 
representativos dessa mercadoria. 
○ Se o produto tiver defeito, não invalida a compra e venda. 
○ Abstração do título (documentos ficam “blindados” em relação ao produto, se 
separam da venda. Se tiver defeito, as partes vão discutir, mas quem comprou os 
títulos documentários não tem responsabilidade). 
○ A propriedade se transfere de forma ficta, baseada nos documentos. 
 
 
 
 
 
 
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CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL 
● Forma de intermediar uma compra e venda 
● Compra e venda não é o objeto do contrato 
● Contrato de representação comercial: é típico mas não está previsto no CC. Previsto 
na lei 4886/25 
○ Ex. Pretendo lançar um produto novo, ninguém conhece. Poderia investir em 
marketing ou conseguir que alguém respeitável em alguma localidade convença os 
outros para comprar o produto etc (embaixador do produto); a cada produto vendido 
se paga uma comissão 
○ Estratégia de venda diferente 
○ Lógica comercial em que o produto precisa ser ​apresentado 
○ As posições de dependência se invertem: preciso do cara pra divulgar, depois não 
mais porque o cliente vai comprar direto 
○ Preciso de uma lei protetiva do representante (4886/25): porque ao fazer o trabalho 
bem feito, torna-se dispensável, visto que a clientela fala direto com o produtor 
○ Representante comercial tem que ter inscrição no conselhos regional de 
representante (?) para ser atividade regular 
● Art . 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, 
sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou 
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas 
ou pedidos, para, transmití-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com 
a execução dos negócios. 
○ Pessoa Jurídica anônima ou jurídica tem que ser empresário 
○ Representante x representado 
○ Sem relação de emprego; às vezes parece que é empregado mas é autônomo 
○ Não tem caráter eventual: porque não me interesse que ele venda só um produto. 
Ele precisa criar a clientela. A mercancia tem caráter permanente (não eventual) 
○ Representante faz gerenciamento de ​pedidos - ​ele não compra e vende, apenas tira 
pedidos. 
● Gera obrigações específicas 
○ Representante: agir ​diligentemente (divulgar muito o produto ex. Fazer rota de 
divulgação, participar de eventos etc) - é a função mais importante; ​tirar pedidos; 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
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seguir as instruções do representado; ​tem que passar ​informações importantes ​para 
o representado (concorrência, clientela reclamando de algo, sobre o cliente que ele 
tá apresentando etc); ​sigilo; ​ele é um empresário, então tem custos conforme o 
negócio (veículos, gasta com divulgação, empregados etc) ​trabalha com custo pago 
por ele porque a empresa dele é representar (diz que é representação mas dá uma 
ajuda de custo, então deixou de ser representação e tornou tipo um gerente); ​dever 
de prestação de contas 
○ Representado: ​pagar pelo serviço que o representante faz (através da comissão) - ​é 
um contrato aleatório (a prestação de um dos lados pode não acontecer e nem por 
isso é inadimplência/ se o cliente não paga, o representante não recebe)​; ​toda 
representação só faz sentido se delimitar o território em que o representante vai 
atuar ​fixar zona de atuação (respeitar esse território é obrigação do representante);exclusividade ​(ideia que só meu produto é representado por ele naquela região) 
■ Corre risco junto porque ele quem apresentou o cliente 
■ Comissão variável: conforme o produto 
■ Comissão fixa: interessa o valor do pedido 
■ Peculiaridades: caso contrato de representação termine e eu ainda tenha 
creditos para receber, é devido ao representante, recebe tudo que tirou de 
pedidos durante o contrato; depois do fim do contrato o cara decide fazer 
pedido aí provo que ele só fez porque eu trabalhei; se alguém vende dentro 
do meu território exclusivo, tenho direito a comissão sobre o direito do que 
vender (se forem feitas pela representada ou não); “a exclusividade não se 
presume” esse Art. Está revogado tacitamente; ​atender os pedidos - atender 
integralmente as condições de venda 
● Extinção do contrato de representação: 
○ Tem uma característica muito semelhantes aos outros contratos que veremos no 
semestre 
○ É um contrato de trato sucessivo, sem que o adimplemento acabe com eles 
■ Quando eu pago, reabro o período em que quero novas prestações 
■ O adimplemento não é suficiente para que eu extinga o contrato 
○ O jeito ruim de acabar com o contrato é não cumprindo 
○ O jeito “normal”: duas hipóteses 
■ Contrato com prazo determinado 
● Se acabar antes do prazo, aí tem indenização; a indenização segue 
a lógica de expectativa limitada pelo prazo, então compensa por 
essa frustração 
 
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Karen Wendler 
 
● **Ver cálculo** 
■ Resilição Unilateral: quando tem prazo indeterminado, aí precisa de um 
instrumento que permita dizer que não quero mais o contrato; hipótese que 
uma das partes, unilateralmente, pode chegar e ​informar que não tem mais 
vontade de ter o contrato (denúncia) ​/ a denúncia pode ser motivada ou 
vazia/imotivada (“quero sair do contrato porque sim”) 
● Esse tipo precisa de aviso prévio, porque a outra parte não pode ser 
surpreendida com a extinção do contrato 
● Quando for imotivada: 90 dias; a lei ainda fala em trinta dias mas o 
CC regula no seu Art720 regula agência, que é onde está a 
representação comercial; mesmo com aviso prévio, dá direito a 
indenização, não podendo ser minorada pelas partes. Art. 27 da lei 
4886, é igual a 1/12 de todas as comissões recebidas; a indenização 
faz com que haja uma compensação entre a mais-valia que o 
empregador se apropriou por todos os anos de trabalho 
● Quando for motivada: não precisa de aviso prévio: não gera dever de 
indenizar; hipóteses de resilição motivada: a lei é taxativa att. 35 
(desídia do representante - não agir com diligência, ato de descrédito 
- ex. Promete a entrega em dois dias, mas foi combinado para vinte 
etc, crime infamante - resquício da ideia de que o crime informava a 
família de quem foi condenado - se o representante cometer um 
crime e isso ultrapassar a pessoa dele, posso romper o contrato; 
inadimplemento; força maior - ex. Vende cigarros e aí vem uma lei 
que proíbe cigarros 
■ Representado vai dando incentivos para o representante sair; Art. 36 o 
representante pode pedir pra sair e ainda ter indenização 
● Redução de área: lugar que faz as vendas; se vem o representante e 
vai diminuindo a área, a comissão diminui junto; por consequência 
gera diminuição numa possível indenização que o representado 
poderia pagar 
● Quebra da exclusividade: tudo que for feito na área, é do 
representante; o representante vai perdendo contato com os 
clientes, então o modo de barrar isso é sair com indenização 
(embora não acha prejuízo eocnomi o pq a exclusividade paga) 
● Fixação de preços abusivos 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
● Não pagante: se não me paga a comissão eu quero ir embora e 
receber indenização 
● Força maior 
○ Morte da pessoa: pois esse tipo de contrato é ​intuito persona (os atributos da pessoa 
são fundamentais para que o contrato ocorra bem) 
 
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO 
● Embora o código mencione, não há uma tipificação desse tipo de contrato. 
● Atípico: é uma alternativa à compra e venda à distância. 
○ Permite que eu que produzo o produto, precise de um intermediário que venda em 
outro local pois não tenho as condições necessárias; 
● Se traduz como um ​fornecedor ​assinando contrato com o ​distribuidor​; 
○ É uma compra e venda, mas isso não é o objetivo central (compra e venda indireta). 
○ Esse contrato cria uma ​obrigação: ​distribuidor tem que revender os produtos para 
outros pontos de venda (estes que têm contato com os consumidores finais). 
○ O objetivo é criar uma rede de consumo. 
Único contrato de distribuição que é típico: ​CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO DE AUTOMÓVEIS 
● Lei 6729/79 - Lei Ferrari 
● Ao invés da distribuidora levar os veículos para outro ponto de venda, elas compram das 
marcas e já fazem contrato com o consumidor final. 
● Na verdade é um contrato de compra e venda; o que acontece é que, para gerar lucro para o 
distribuidor, o fornecedor deve vender por um preço abaixo de mercado (primeira obrigação 
do fornecedor). 
● Obrigação do distribuidor: sustentar as despesas da distribuição. 
● Fornecedor: lógica de escala - menor o preço, maior a quantidade de venda. 
● É um contrato de trato sucessivo. 
● Não cria a situação de dependência igual no contrato de representação; a lógica da 
representação é: quanto mais tempo, menos lucra; o tempo faz com que o distribuidor lucre 
no produto. 
 
Obrigações do distribuidor​: 
● Pagar pelos produtos e revender; 
● Garantir os pagamentos; 
○ Pode ser hipoteca do depósito da distribuição; 
● Seguir as orientações do fornecedor; 
○ Submetendo-se à fiscalização, normas etc. 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
● Manutenção do estoque; 
○ Se não tiver produto no mercado, o consumidor pode acabar comprando de outro, e 
aí se perde mercado. 
○ Essa regra não vale para venda de carros pois ela exige mais cuidados (por isso tem 
lei própria). 
● Arcar com as despesas da distribuição. 
● Obrigação de licenciamento/uso de imagem 
○ Às vezes o distribuidor usa marca do uniforme (uniformes com logo, caminhões etc). 
Obrigações do fornecedor 
● Assegurar a venda com desconto (menor do que o de mercado); 
● Assegurar as quantidades mínimas (para que o distribuidor consiga manter estoque); 
● Respeitar a exclusividade; 
○ No silêncio do contrato, o contrato é exclusivo. 
○ A consequência da presunção da exclusividade, é a necessidade do fornecedor 
respeitar. 
○ A quebra da exclusividade gera prejuízo tão grande pro distribuidor que gera a 
quebra. 
○ A forma de não burlar isso é através de pontos de venda que tem uma força tão 
grande para impulsionar as vendas, que o fornecedor não tem chance de negociar. 
(Ponto de venda direta) 
● Obrigação de promover a publicidade 
○ Porque a marca é do fornecedor. 
Decisão STF 
O distribuidor não tem fundo de comércio 
O fundo de comércio é criado pela marca 
Indenização para o distribuidor 
● Analogia pela contrato de representação 
● E a lei Ferrari prevê indenização(mas pro caso específico) 
● A única indenização devida é aquela para que seja amortizada os investimentos 
○ Contrato tem que durar pelo tempo necessário para que o distribuidor recupere os 
valores que investiu 
○ Art. 473 parágrafo único (90 dias de antecedência) 
○ Art. 720 
Lei interventiva 
● Cria alguns limites 
● Contrato por no mínimo cinco anos 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
Karen Wendler 
 
● Caso houver denúncia (resilição Unilateral): tem que dar aviso prévio, mas esse é maior (120 
dias) 
● Indenização: readquirir os estoques + “ferramental” 
● Se tiver culpa do fornecedor aí tem indenização 
● Se o distribuidor quebrar o contrato, na regra geral não indenização 
○ Na lei, se a culpa for do distribuidor, aí deve indenizar o fornecedor (indenização é 
menor) 
 
SEGUNDA PARTE DO SEMESTRE 
 
CONTRATO DE FRANQUIA (Lei 8.955/94) 
Conceito: 
● É aparentemente regulada pela L8.955/94, uma vez que este dispositivo a conceitua e 
determina as obrigações pré-contratuais a ele. 
● Sistema de circulação de bens. 
● Franquia é o ápice desse sistema porque constrói uma forma de consumir determinado bem 
(comprar, vender, como vender etc). 
○ Cadeias de lojas que proporcionam a mesma experiência de consumo em qualquer 
uma das franquias. 
● É vazio no sentido de efetivamente regular o contrato de franquia. 
● A relação franqueador e franqueado abarca todos os conceitos de contratos já estudados. 
Há uma complexa concepção de produto, marca, serviço, ambiente... É o “suprassumo” do 
contrato do capitalismo moderno - as pessoas adoram-se tratadas do mesmo jeito (e os 
franqueadores sabem disso). É o ápice da relação produtor/vendedor/consumidor - Network 
Contracts. 
● O franqueado é o franqueador são os pólos contratuais. 
○ Num primeiro momento há a cessão da marca/patente para que o franqueador 
possa utilizá-la. Por isso, deve haver, num segundo momento, a revenda do 
produto da marca (contrato de distribuição, com ou sem exclusividade. O 
terceiro momento é aquele onde o franqueador repassa ao franqueado a 
tecnologia, o “know-how”, aprendendo, este último, a como produzir o produto. 
○ Conhecimento de o que e como fazer + como 
vendê-lo. 
● O primeiro contrato de franquia se deu pelas máquinas de costura Singer, nos EUA. O 
segundo foi pela Coca-Cola. 
● O franqueador cede o uso da marca é o franqueado o remunera por isso. Esse 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
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Karen Wendler 
 
pagamento é direto (pelo uso da marca) e indireto (pela compra dos insumos e produtos 
necessárias para a efetivação contratual) 
○ O art. 2º da lei refere que a franquia é um sistema. 
○ Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao 
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição 
exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao 
direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema 
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta 
ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício​. 
Características: 
● Bilateral 
● Oneroso 
● Formal: necessariamente precisam ser escritos; manter o padrão entre os fornecedores. 
○ Se for franquia internacional, precisa ser registrado no INPI. 
● De adesão: 
○ Começa com a circular de oferta de franquia: documento que o franqueado 
recebe do franqueador; precisa saber os envolvimentos que o franqueador 
tem. 
○ Essa circular é obrigatória por Lei. 
● De trato sucessivo 
Elementos e requisitos 
● Consentimento: pelos dois empresários. No direito brasileiro, é neste momento em que entra 
o terceiro contrato. Não há relação de emprego. Intensa dependência do franqueado. 
● Objeto: Múltiplo, ou seja, há inúmeros objetos em cada polo. Marca, tecnologia, 
Know-how... são vários os objetos principais e acessórios. 
● Forma: contrato solene, por escrito, e de adesão pelo franqueado. 
Obrigações da franqueadora 
1. Informação: “Circular de oferta de franquia”, uma declaração unilateral de vontade, da fase 
pré-contratual. O oferta é feita a partir de um conjunto de informações dadas ao futuro 
franqueado, que tem 10 dias para analisá-las. Visa a paridade de informações entre os 
empresários na hora de contratar. É uma ferramenta para proteger o contratante. A partir 
do consentimento, o risco é totalmente dele. A ausência de qualquer uma das informações 
gera anulabilidade do contrato (prescreve em 2 anos). 
○ Art. 3o Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de 
 
EMPRESARIAL IV - 2019/1 
PROF. LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA 
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franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma 
circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo 
obrigatoriamente as seguintes informações: I - histórico resumido, forma societária e 
nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja 
diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços; II - 
balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois 
últimos exercícios; III - indicação precisa de todas as pendências judiciais em que 
estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, 
patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, 
questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir 
a impossibilitar o funcionamento da franquia; IV - descrição detalhada da franquia, 
descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo 
franqueado; V - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, 
nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou 
preferencialmente; VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na 
operação e na administração do negócio; VII - especificações quanto ao: 
a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e 
entrada em operação da franquia; b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de 
franquia e de caução; e c) valor estimado das instalações, equipamentos e do 
estoque inicial e suas condições de pagamento; VIII - informações claras quanto a 
taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou 
a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que 
as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o 
seguinte: a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos 
serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties); b) 
aluguel de equipamentos ou ponto comercial; c) taxa de publicidade ou semelhante; 
d) seguro mínimo; e e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a 
ele sejam ligados; IX - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e 
subfranqueadores da rede, bemcomo dos que se desligaram nos últimos doze 
meses, com nome, endereço e telefone; X - em relação ao território, deve ser 
especificado o seguinte: a) se é garantida ao franqueado exclusividade ou 
preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que 
condições o faz; e b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar 
serviços fora de seu território ou realizar exportações; XI - informações claras e 
detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços 
ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, 
apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao 
franqueado relação completa desses fornecedores; XII - indicação do que é 
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a: a) 
supervisão de rede; b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado; c) 
treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos; d) 
treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de franquia; f) auxílio na 
análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e g) layout e padrões 
arquitetônicos nas instalações do franqueado; XIII - situação perante o Instituto 
Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará 
sendo autorizado pelo 
franqueador; XIV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de 
franquia, em relação a: a) know how ou segredo de indústria a que venha a ter 
acesso em função da franquia; e b) implantação de atividade concorrente da 
 
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atividade do franqueador; XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também 
do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, 
inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade. 
 
2. Prover serviços e produtos 
● Precisa vender para dar lucratividade 
● Não tem obrigação de formar estoque 
3. Treinar 
● Tem que dar as instruções de produção 
 
4. Orientar 
● Mais amplo 
● Orientações mais gerais: Temporada que vende melhor, como vai apresentar a loja, 
como essa vai ser construída, marketing 
 
5. Território: estipulam-se cotas, estabelecendo quantidade de produtos que determinada loja 
pode comprar, além da quantidade de clientes que aquela loja pode ter. 
● Tem que estar prevista 
 
Obrigações do franqueado​: 
1. “ Front money ”: Pagamento direto. Valor fixo (1x) para a franquia. “Ticket de entrada” para se 
ter a franquia. 
2. Pagamento indireto/ : De trato sucessivo. Pode ser Royalties (pelo uso de marca ou 
patente), aluguel (de máquinas para a produção, por exemplo), lucros (fornecimento de 
treinamento, por exemplo) Podem ser mensais, anuais. 
3. Aquisição de produtos - remuneração indireta 
4. Seguir orientações dadas pelo franqueador. 
5. Confidencialidade 
6. Fiscalização pelo franqueador 
Modalidades 
● Franquia de distribuição - produtos comprados da distribuidora e são apenas 
revendidos (Panvel, O Boticário). Há o Know-how da venda. 
● Franquia de industrialização - o que é cedido não é a marca, mas sim a patente. Há a 
industrialização do produto, que pode ser vendido de diversas formas, seja por distribuição ou 
por outras franquias (Coca-Cola). 
● Franquia de serviços - O que se ensina é o método, como o franqueado ​deve fazer algo 
 
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(Cursos de línguas). 
● Franquia de negócios (business franchising) - industrialização, distribuição e serviço. Tudo 
junto (McDonald's). 
 
CONTRATO DE COMISSÃO 
Conceito: 
● Contrato tipicamente mercantil, embora previsto no Código Civil. 
● Está na origem do Direito empresarial. 
○ “​Cometo ao cara contratado em vender/vendia em nome próprio mas não era o 
beneficiário”. 
○ Quem faz o negócio é o comissário. 
● O contrato de compra e venda em bolsa na verdade é um contrato de comissão. 
○ A corretora de valores compra/vende em nome próprio, mas cliente que está dando 
ordens e ninguém sabe quem é ele. 
Características 
● Bilateral 
● Oneroso 
● Não solene 
● Intuitu personae: ​ tem que ter um elemento de confiança em relação ao comissário. 
○ Art. 702: a morte extingue o contrato. 
● Execução sucessiva 
 
Elementos e requisitos:​ Igual aos demais contratos mercantis 
Obrigações do Comissário: 
● Vender e comprar segundo as instruções do comitente 
● Instruções podem ser imperativas (bem determinadas; comissário não pode não cumprir); 
indicativas (estabelecem limite - espaço onde o comissário pode agir de forma 
discricionária); facultativas (comissário escolhe o que fazer). 
● Na falta de instruções, o comissário deve usar os usos e costumes do local, justificando a 
vantagem pro comitente. 
● Agir com diligência: diligência de resultado; não dar prejuízo ou dar lucro. 
● O comissário só pode dar prazo diverso do que for estabelecido se tiver autorização; 
instruções imperativas que pode se transformar em facultativa. 
● Prestar contas. 
 
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● Indenizar os prejuízos a que der causa. 
● Segurar as mercadorias (não é determinação legal, mas sim de praxe). 
● Conservar os bens confinados. 
● Comunicar as avarias. 
 
Obrigações do Comitente: 
● Executar o contrato concluído 
● Pagar a comissão uma vez concluído o negócio 
● Suportar as despesas da operação. 
● Caso haja extinção sem justa causa, pagar pelos negócios realizados + perdas e danos. 
 
Modalidades: 
● Contrato consigo mesmo 
○ Não é possível porque se tu vai vender pra si mesmo, já é proprietário do bem. 
● Comissão ​dal credere 
○ O risco do negócio é do comitente. 
○ Se houver perda no processo, o comissário não assume os riscos. 
○ As partes podem convencionar que o comissário assumirá os riscos (cláusula dal 
credere). 
○ Se houver essa cláusula, a comissão deve ser maior. 
○ Cláusula de distribuição de riscos. 
● OBS: ​comissário é credor com privilégio geral na falência 
 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
● A história dos títulos de crédito é uma história de desenvolvimento técnico-jurídico do direito 
comercial. 
○ A teoria dos títulos de créditos trouxe conceitos básicos para o direito comercial. 
● Direito comercial surge a partir da necessidade prática dos comerciantes de terem 
instrumentos para darem segurança jurídica nas transações comerciais. 
 
HISTÓRICO 
● TÍTULOS DE CRÉDITOS PASSARAM POR QUATRO PERÍODOS: 
● Período Italiano: séc. XII a séc. XVII 
 
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○ Feira medieval - comerciantes tinham medo de serem atacados/assaltados pelos 
miseráveis; contexto de pós-peste ​negra​ bubônica. 
○ Na entrada da feira havia um cidadão que trocava as moedas estrangeiras pela local 
(realizava o câmbio). 
○ O comerciante ficava andando com as moedas locais; viu que isso era muito 
cansativo; 
○ Começou a deixar as moedas com o cidadão do câmbio, visto que este tinha 
seguranças; 
○ Comerciante negociava e dava um papel para quem fechasse acordo. Depois a 
pessoa ia até o cambista e pegava a quantidade de moedas que tinha direito(câmbio manual). 
○ Isso se estende para as feiras: sacador (recebe o dinheiro e emite uma carta que 
simbolizava o valor recebido); banco: pagava para o domador uma quantia em 
dinheiro em troca de receber uma carta; 
● Período francês: séc. XVII a séc. XIX 
○ O título tinha que ter força suficiente para ultrapassar os problemas entre credores e 
devedores; 
● Período alemão: 
○ 1868 - ordenança: legislação alemã para tentar regular os vários tipos de títulos de 
créditos que já existiam. 
○ Definiu que o título se caracteriza por ser abstrato; fica blindado da relação que lhe 
deu origem. 
○ Revestir a circulação de abstração, de modo que houvesse garantia de que o 
documento que estava circulando não seria contaminado pelos vícios da relação 
passada. 
● Período Moderno: fim do séc. XIX até então 
○ Precisava que as legislações entre os países fossem parecidas. 
○ Uniformização legislativa. 
○ É alcançada através da Lei Uniforme de Genebra (LUG). 
○ BR easier signatário da LUG desde 1966. 
 
CONCEITO 
● Art. 887. O título de crédito, ​documento​ necessário ao exercício do ​direito literal​ e 
autônomo​ nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
○ Suporte documental que traduz a titularidade do crédito. Atualmente é bastante 
discutido devido aos meios eletrônicos. 
 
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○ Literalmente: o que tá escrito é o meu direito. 
○ Autônomo porque se desprende da relação negocial que o gerou. 
TIPOS 
● Títulos de créditos próprios: 
○ Desde que são emitidos guardam a autonomia e literalidade. 
○ Letra de câmbio e nota promissória. 
● Títulos de crédito impróprios/cambiaformas: 
○ Começam em uma relação que existe entre duas pessoas. 
○ Cheque. 
○ Impróprios porque a abstração/autonomia deles nasce quando circulam. 
○ Vira autônomo para proteger terceiros. 
 
CARACTERÍSTICAS MATERIAIS ​(necessárias para que o título exista): 
● Documentalidade 
● Incorporação​: não é um documento probatório; ele incorpora o direito; consequência - a 
posse do título acarreta a propriedade; 
● Literalmente​: vistas de 2 ângulos - o título é meu direito (extensão do direito); o título é só o 
meu direito (não posso receber mais do que está escrito). 
● Formalismo​: tem que ter a forma que a lei determina. 
● Circulabilidade​: os títulos de créditos devem necessariamente a capacidade de circular; 
posso estabelecer um fim para a cadeira circular, mas não posso impedir a circulação desde 
o início. 
CARACTERÍSTICAS PROCESSUAIS​ (quando o título começa a circular e “ganha vida”) 
● Autonomia/Abstração: ​o terceiro que recebe o título que está em circulação não tem vínculo 
com a relação originária; ​inoponibilidade das exceções cambiárias; ​é a circulação do título 
que cria essa autonomia; 
● Solidariedade: ​a solidariedade cambiária é diferente da solidariedade civil. 
○ Todos que estão na cadeia cambial são solidários; 
○ A solidariedade é ABSOLUTAMENTE PRESUMIDA; 
○ É cobrada a integralidade da dívida, depois se chama ao processo o outro envolvido 
na cadeia cambial e, novamente, se paga a integralidade, até voltar ao sacado: 
REGRESSO PELA TOTALIDADE. 
○ Se pular alguém da cadeia, os que estão na frente deixam de ser solidários. AÇÃO 
DE REGRESSO. 
● EXECUTIVIDADE: ​Não precisa entrar com ação de cobrança; entra com ação de execução; 
 
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REQUISITOS DE VALIDADE ESSENCIAIS​ (essência do título) 
● Denominação do título​: princípio da tipicidade; a denominação indica qual regulamentação 
do título; 
● Estrutura do título 
○ Promessa​: prometo que vou pagar o que está escrito no título; essa promessa cria a 
emissão​ do título; negócio bilateral exemplo - nota promissória; 
○ Ordem​: ​saque​ de uma ordem contra alguém; negócio trilateral (sacado, sacador e 
tomador); exemplo - cheque. 
● Expressar a quantia devida: ​o que está no título é o que vale; se houver divergência entre o 
numeral e o número por extenso, vale o por extenso; se tem dois valores por extenso, vale o 
menor; 
● Nome do devedor 
● Identificação do devedor: ​para evitar problemas por onomios 
● Data de criação (emissão da promissória ou saque da ordem): ​a data de criação serve para 
avaliar requisitos de validade como se a parte é capaz parar assinar, por exemplo. 
● Assinatura: ​eventualmente pode ser feito por procuração, desde que o documento possuía 
poderes específicos. 
 
REQUISITOS DE VALIDADE NÃO-ESSENCIAIS​ (facultativos) 
● Local de pagamento: ​lei prevê que é no domicílio do devedor; 
● Data de vencimento: ​lei prevê que vence imediatamente quando da apresentação, vencido à 
vista; 
● Nome do beneficiário: ​se não tiver, aquele que portar o título tem o direito de cobrar; cheque 
é o único que tem obrigatoriedade nesse requisito; 
 
CLASSIFICAÇÃO 
● Quanto a estrutura: Considera a estrutura do bem (ordem ou promessa): número de pessoas 
● Quanto à criação: título de crédito causal (se cria por força de lei) ou título de crédito limitado 
(precisa de operação de crédito por trás); títulos não causal (não precisa de nenhuma 
justificativa anteriores) nota promissória 
● Quanto à circulação 
○ Portador: não tem nome do destinatário; 
○ Nominativo à ordem: o proprietário assina o título cada vez que quer fazer circular 
 
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(endosso); 
○ Nominativo não à ordem: bloqueio a circulação; não deixa de ser título de crédito 
porque não está circulando, visto que sempre nascem circulando; 
● Declaração cambiária 
○ Principais ou necessárias: sem as quais o título não surge (mando pagar/ prometo 
pagar) 
○ Acessórias: aceite (precisa comunicar para que o devedor não pague errado, 
autoriza autorização); endosso (assinar para circular o título); aval (garantia do 
terceiro para o devedor do título, que pagará caso ele não pague/ fiança do título de 
crédito);

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