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TRANSTORNOS ALIMENTARES DA ATUALIDADE - SÍNDROME DE PICA E

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
Anatomia Humana
Professora: Kérlyta Kyarely Gonçalves de Carvalho
TRANSTORNOS ALIMENTARES DA ATUALIDADE: 
SÍNDROME DE PICA E BULIMIA
KATLYN JAYDA T. M. G. OLIVEIRA
MARIANA CUNHA NASCIMENTO
Goiânia
2019
INTRODUÇÃO
	No presente trabalho discorreremos sobre transtornos alimentares (TA) da atualidade, que são considerados doenças psiquiátricas caracterizadas por perturbações graves e persistentes da conduta alimentar.
	A prevalência de transtornos alimentares é estimada entre 3,5 e 7% na população geral e 1% entre gestantes. São considerados fatores de risco períodos de profunda mudança corporal, tal como puberdade e gravidez, momentos de mudanças significativas na vida e críticas relacionadas ao peso corporal.
	Primeiramente, falaremos de um transtorno que não é muito conhecido, porém é de extrema importância, que é a Síndrome da Pica, definida como a ingestão compulsiva de alimentos não nutritivos. Não há concordância a respeito de sua etiologia, no entanto admite-se a influência de fatores sociais, culturais, psicológicos, biológicos e comportamentais. 
	Em seguida, discorreremos a respeito da bulimia nervosa, que está entre os transtornos mentais que mais tem ganhado visibilidade na era contemporânea – é o terceiro transtorno mais comum entre as mulheres em todo mundo. É um transtorno caracterizado por episódios recorrentes e incontroláveis de consumo de grandes quantidades de alimento em curto período de tempo, seguidos de comportamentos compensatórios inadequados a fim de evitar o ganho de peso. Esta pode trazer sérias consequências físicas e psicológicas ao indivíduo, podendo levar à morte.
SÍNDROME DE PICA
Características gerais
A Síndrome de Pica, também conhecida como alotriofagia, é uma condição rara definida pela necessidade de ingerir continuamente substâncias que não são nutritivas, como tecidos, cabelo, papel, parede, sabão, terra, pedras, detergente, e até mesmo gelo.
A palavra pica deriva do nome em latim do pássaro pega (magpie, em inglês), conhecido pelo hábito de reunir objetos variados em seu ninho para saciar sua fome. É um pássaro de hábitos alimentares peculiares, caracterizado por não distinguir substâncias nutritivas de não nutritivas. 
O primeiro caso documentado de pica é de uma gestante que ingeria terra e foi descrito por Aetius, médico da corte de Justiniano I de Constantinopla. No século X, Avicena, que era considerado o “Príncipe dos Médicos”, orientava que deficiências nutricionais poderiam levar a comportamentos de pica e poderiam ser supridas se o ferro fosse embebido no vinho. 
A manifestação da síndrome inclui uma lista grande de substâncias ingeridas, sendo algumas delas:
	FORMA DE PICA
	SUBSTÂNCIA CONSUMIDA
	Amilofagia
	Goma de lavanderia
	Cautopirofagia
	Fósforos
	Coniofagia
	Polvilho
	Caprofagia
	Fezes
	Estacofagia
	Cinza de cigarro
	Geomelofagia
	Batata frita congelada
	Geofagia
	Terra ou argila
	Gooberfagia
	Amendoim (grandes quantidades)
	Lectofagia
	Alface (grandes quantidades)
	Litofagia
	Pedras
	Pagofagia
	Gelo
	Papirofagia
	Papel
	Plumbofagia
	Casca de tinta, esmalte
	Tricofagia
	Cabelo, pelo
	Xilofagia
	Palito de dente, madeira
	Emetofagia
	Vômito
	Formas sem nome
	Desinfetante, sabão, grãos de café, notas de dinheiro, plástico, pasta dental, naftalina, giz, entre outros.
Sendo assim, embora suas causas específicas sejam desconhecidas, várias teorias sugerem a existência de aspectos emocionais relevantes e deficiência de ferro e zinco.
Aspectos Clínicos (sintomas)
São várias as complicações clínicas que podem ocorrer, dentre elas estão: obstrução intestinal, obesidade pelo valor energético, infecções, desnutrição e toxidade, que é muito comum, podendo se apresentar por meio de sintomas neurológicos como irritabilidade, letargia, descoordenação, dores de cabeça, além de sintomas gastrointestinais, como obstipação ou diarreias, dores abdominais, cólicas, vômitos e anorexia.
Causas
Conforme relatado anteriormente, várias teorias sugerem a existência de aspectos emocionais relevantes. Alguns autores sugerem que a pica pode ser uma manifestação da deficiência de ferro e zinco, minerais muito relacionados ao crescimento infantil e que na deficiência pode alterar o paladar. Tal alteração poderia levar à falta de discriminação alimentar e à pica, mas não existem ainda evidências cientificas que corroborem essa ideia. 
Os indivíduos que possuem essa síndrome normalmente descreve o motivo para consumir determinadas substâncias como: “tem um sabor bom”, “eu gosto disso”, “cheira bem”, “é seco e crocante”, “me deu vontade” ou “passei a gostar disso”. 
Sabe-se que a indiferença e a má supervisão dos pais fazem com que alguns hábitos se perpetuem entre crianças. Muitas vezes a ingestão de substâncias estranhas é menosprezada e outras raras vezes, oferecidas pelos pais, como ocorre no Oeste Africano, a fim de que mascassem para substituir a comida. Vale destacar ainda que em crianças e adolescentes, fatores estressores como separação dos pais e abuso sexual poderiam predispor ou desencadear o quadro. 
No caso de mulheres grávidas, sugere-se que estas possuem o olfato mais aguçado durante a gestação, uma perversão do apetite, o que poderia desencadear compulsões por alimentos não desejados em outros momentos da vida. Alguns autores sugerem que o aumento do estresse materno no primeiro trimestre da gravidez pode estar relacionado ao problema, visto que a vontade de controlar a alimentação durante a gestação poderia ocasionar muita ansiedade e irritação, repercutindo na ingestão de alimentos não nutritivos.
Portanto, muitas vezes a pica está correlacionada à situação socioeconômica desvantajosa, sem uma rede social de suporte ou desorganização familiar; à transtornos psiquiátricos; aspectos emocionais e ainda à deficiência de ferro e zinco no organismo. 
Diagnóstico
A dificuldade em diagnosticas a pica ocorre por conta da necessidade do relato do paciente. Quando o tipo da pica é aquele em que o paciente ingere substâncias que não são alimentares, como cinza, fezes, terra, papel, etc., o paciente costuma esconder pela vergonha e medo de julgamento.
Já, quando se trata da ingestão de alimentos de forma obsessiva, o diagnóstico é mais fácil, visto que ingerir alimentos estranhos e muitas vezes de forma descontrolada pode ser considerado uma preferência alimentar. 
Insta salientar que para que a pessoa esteja com altriofagia, é preciso que ela repita o comportamento de comer itens sem teor nutritivo ao corpo durante um mês ou mais tempo.
Sendo assim, o profissional deve estar sempre atento aos pacientes que se queixam de problemas gastrointestinais, com anemia ferropriva, gestantes, crianças e indivíduos com retardo mental. E, sempre que necessário, o médico deverá solicitar exames laboratoriais para detectar se há a deficiência de algum nutriente, incluindo hemograma completo, ferro sérico, ferritina, eletrólitos, chumbo sérico, exames de função hepática e de parasitoses, radiografia abdominal e endoscopia. 
Tratamento
O tratamento dessa síndrome deverá abranger a psicologia, a psiquiatria e a nutrição, tendo em vista que incluirá mudanças na dieta, suplementação de nutrientes (em casos de deficiência) e suporte psicológico.
Além disso, muitas vezes é necessário um tratamento farmacológico, que sempre deverá levar em consideração o estado do paciente. No caso de gestantes, por exemplo, deve-se considerar o uso de drogas com menor risco fetal. E, durante o aleitamento materno, o custo-benefício sobre o bebê também deverá ser levado em consideração. Porém, vale destacar que ainda não há comprovação de que algum medicamento específico possa curar a aliotrofagia.
Portanto, a atenção nutricional é importante a fim de reduzir os danos no organismo do indivíduo. O tratamento para a pica deverá incluira remoção das causas do comportamento do indivíduo, a introdução de uma alimentação nutricionalmente adequada, assim como encontrar uma forma de fazer com que as substâncias de escolha do indivíduo tornem-se inacessíveis.
Prevenção
Pelo fato da síndrome de Pica ser uma condição multifatorial, não existe apenas uma maneira de preveni-la. Sendo assim, em geral, ela pode ser evitada se houver o consumo apropriado de nutrientes, mais especificamente do zinco e do ferro, visto que a deficiência de ambos podem ser a causa da alotriofagia.
BULIMIA
Características gerais
A bulimia nervosa é um dos tipos prevalentes de transtorno alimentar, caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos por comportamentos compensatórios como, por exemplo, a provocação de vômito. Há dois tipos de bulimia nervosa. O purgativo, no qual acontecem episódios de vômitos auto induzidos e abusivo de laxantes, diuréticos e o não purgativo, no qual o indivíduo realiza intensos jejuns e exercícios físicos excessivos, sem a ocorrência de vômitos e outros comportamentos compensatórios.
Aspectos Clínicos (sintomas)
Os sinais e sintomas clínicos da bulimia nervosa são mais difíceis de detectar porque os pacientes geralmente apresentam massa corporal adequada e são reservados quanto ao seu comportamento. Quando ocorrem episódios de vômitos, pode haver evidências clínicas como: feridas no dorso da mão utilizada para estimular o reflexo da ânsia, conhecido como sinal de Russell; glândula parótida aumentada e erosão do esmalte dental com aumento das cáries dentárias, resultante da presença frequente de ácido gástrico na boca.	
As alterações endócrinas e o nível basal de hormônio do crescimento pode estar aumentado, hipercortisolemia, elevação no cortisol livre urinário, alterações ósseas e do crescimento, alterações hidroeletrolíticas, alterações hematológicas, alterações renais, variações cardiovasculares, alterações pulmonares como a taquipneia que pode ocorrer da acidose metabólica devido ao uso de laxantes e ainda a bradipnéia devido a alcalose metabólica em decorrência frequente alta de indução do vomito.
A constipação também é uma das manifestações frequentes no paciente com bulimia, devido ao uso de laxante que, se utilizado em longo prazo, podem levar a danos irreversíveis ao cólon intestinal. Pacientes com bulimia podem sofrer de irregularidade menstrual e apresentar amenorreia.
Causas
A causa exata da bulimia ainda é desconhecida, mas têm-se que nos tempos atuais a mídia estimula que o corpo magro é o corpo perfeito, definindo e classificando os corpos, apontando os “pontos imperfeitos”, apontando onde melhorar, descrevendo então alternativas para corrigir esses desvios como dietas e privações alimentares, sujeitando a pessoa à busca pela imagem ideal e perfeita. Esta busca leva indivíduos a tentarem opções extremas e por muitas vezes prejudiciais à saúde. Caso haja ainda alguma pré-disponibilidade à vulnerabilidades psicológicas e emocionais, o paciente fica ainda mais suscetível a desenvolver a bulimia.
Diagnóstico
Pessoas com bulimia, em geral, possuem uma visão bastante distorcida da sua aparência física. Preocupam-se excessivamente com o peso corporal, o que pode afetar diretamente a autoestima de acordo com a forma como se auto avaliam. As características de personalidade de um paciente com bulimia nervosa são compostas por instabilidade de humor, frustração, ansiedade e impulsividade, esses traços são consistentes com o descontrole e a purgação.
Tratamento
A bulimia deve ser tratada por uma equipe multiprofissional, a psicoterapia deverá ser feita individual ou familiar. A maioria dos pacientes bulimicos devem ser tratados em nível ambulatorial exceto em casos mais graves que exigem intervenções mais intensivas. A internação é necessária quando tem depressão com risco de suicídio, perda de peso com sério comprometimento do estado geral de saúde. O aconselhamento nutricional também auxilia na melhora do paciente.
Prevenção
A educação nutricional é uma boa estratégia para prevenção de bulimia, uma vez que abrange conceitos de uma alimentação saudável, funções, tipos e fontes dos nutrientes, recomendações nutricionais, consequências da restrição alimentar e das purgações.
Além disso, para os pais, é necessário trabalhar desde cedo a ideia de um corpo saudável, independente da silhueta ou peso. 
CONCLUSÃO
	Sendo assim, podemos concluir que a pica e a bulimia são transtornos difíceis de ser identificados, visto que em ambos os casos, os pacientes não se sentem confortáveis ao falar para o profissional sobre as suas preferências pelo consumo de substâncias não nutritivas, ou no caso da bulimia, de seu descontrole ou práticas de purgação. Dessa forma, o médico ou nutricionista deverá averiguar para conseguir identificar as inadequações alimentares e transtornos emocionais que se evidenciam através da alimentação.
	O tratamento da pica deverá ser multiprofissional, incluindo na equipe médicos, psicólogos e nutricionistas, para que o indivíduo tenha a devida suplementação nutricional, assim como a orientação nutricional e o tratamento psicológico, a fim de que se alcancem melhores resultados.
	Já, a prevenção da bulimia passa pela manutenção de hábitos de visa saudáveis e pela identificação precoce de qualquer sinal desta condição. No caso dos mais jovens, a avaliação pediátrica regular permite uma identificação precoce dos distúrbios alimentares. A criação de uma percepção adequada da imagem corporal por parte dos pais desempenha também um papel muito importante na prevenção da bulimia. 
	Portanto, em ambos os casos, para que a doença seja tratada é preciso que o próprio paciente admita para si mesmo que é doente e que precisa de ajuda. Após isso, tratamentos nutricionais e psicológicos são feitos em conjunto a fim de fazer com que o conjunto de fatores que desencadeou a doença seja revertido. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KACHANI, A. T.; CORDÁS, T. DA ÓPERA-BUFA AO CAOS NOSOLÓGICO: PICA. INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. P. – 162-169, 2009.
APPOLINÁRIO, J.; CLAUDINO, A. TRANSTORNOS ALIMENTARES. REVISTA BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. VOL. 2. P 28-31, 2000.
ALVARENGA, M.S. Bulimia nervosa: avaliação do padrão e comportamento alimentares. 2001. Tese de doutorado - Interunidades em Nutrição Humana Aplicada, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSM-IV-TRTM: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado. 4a ed, 2002.
MORGAN, C. M. et al. Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Revista Brasileira Psiquiatria. v.24, n.3, p. 18-23, 2002.
RICCIARDELLI L. A; MCCABE M.P Children’s body image and eatings disturbance, a review of literature. CLINICAL PSYCHOLOGY REVIEW. v. 21, n. 3, p. 325-44, 2001.

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