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ZOOLOGIA.indb 1 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 2 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 3 29/05/12 12:02
 
SOBRE O CURSO 
DE CIÊNCIAS 
BIOLÓGICAS
 O Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas na Modalidade de Educação a 
Distância foi idealizado de forma a ofertar 
gratuitamente um Curso de qualidade com 
a possibilidade de formação de Biólogos 
e Professores capazes de atuarem na 
Educação básica. O Curso faz parte do 
Programa Universidade Aberta do Brasil-
UAB-que foi implementado pelo Ministério 
da Educação, em 2005, com o objetivo 
de ampliar, em caráter experimental, a 
oferta do ensino superior gratuito e de 
qualidade no Brasil. Tem como público alvo 
Professores vinculados ao sistema público 
de ensino que não possuem Licenciatura. O 
candidato deve ser aprovado no processo 
de seleção da Instituição Pública vinculada 
ao Sistema Universidade Aberta do Brasil-
UAB e atender a todos os requisitos exigidos 
para poder ingressar no sistema nacional de 
educação superior a distância como aluno 
regularmente matriculado.
 O Curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas objetiva-se a formar professores 
e capacitar profissionais para um contexto 
educacional de mercado, pautado em uma 
ética, cujo propósito final seja a melhoria 
qualitativa da educação básica no País. O 
curso permite ao licenciando a formação 
específica da área de biologia, mas também 
uma formação geral articulada à prática 
docente, assegurando ao futuro licenciado 
uma visão global do processo educativo.
ZOOLOGIA.indb 4 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores 09
1. Informações prévias 11
2. Classificação dos seres vivos 13
3. Reino Protozoa 14
3.1. Protozoários (grego: protos - primeiro; zoon - animal) 16
4. Características gerais dos animais 28
4.1. Simetria 29
4.2. Diferenciação celular 30
4.3. Camadas germinativas 31
4.4. Cavidades corporais 32
5. Filo Porifera 32
5.1. Características gerais 32
5.2. Tipos morfológicos 35
5.3. Reprodução 35
5.4. Classes do Filo Porifera 38
6. Filo Cnidaria 43
6.1. Características gerais 43
6.2. Classificação e reprodução 46
7. Filo Platyhelminthes 55
7.1 - Características gerais 55
7.2 - Classificação e reprodução 58
8. Filo Nematoda ou Nemathelminthes 66
8.1- Características gerais 66
8.2 - Classificação 70
Glossário 75
Referências 78
UNIDADE 2
Zoologia de Invertebrados Superiores 79
1. Filo Mollusca 82
1.1 - Características gerais 82
1.2 - Classificação 89
1.3 - Importância do estudo de moluscos 98
2. Filo Annelida 106
2.1 - Características gerais 106
2.2 - Classificação 113
3. Filo Arthrophoda 122
3.1 - Características gerais 122
3.2 - Classificação 125
4 - Grupo dos Lofoforados 150
4.1 - Filo Phoronida 151
4.2 - Filo Bryzoa 152
4.3 - Filo Brachiopoda 152
5. Filo Chaetognatha 164
6. Filo Equinodermata 164
6.1. Características gerais 164
6.2. Classificação 168
Glossário 179
Referências 182
SUMÁRIO
ZOOLOGIA.indb 5 29/05/12 12:02
Prezado estudante, a proposta deste material é levar ao 
aluno de Ciências Biológicas o entendimento científico (teórico e 
prático) de um dos grupos biológicos mais interessantes existentes na 
Terra. É pela zoologia, no entanto, que se permite, essencialmente, 
o estudo descritivo e sistematizado dos invertebrados, mas nada 
nos impede de o fazermos sob as abordagens evolutivas e ecológicas 
quanto ao desenvolvimento das estruturas, que desempenham 
funções específicas, bem como o papel destes organismos no 
ambiente. Então, não há dúvida de que este conteúdo é essencial 
para a sua formação profissional.
O grupo dos invertebrados é bastante diverso e de 
distribuição cosmopolita, abrangendo os ambientes aquáticos 
(dulcícolas e marinhos) e terrestres. Dentro desse grupo, existem 
alguns animais que são comuns no nosso cotidiano, como, por 
exemplo, os caracóis, as minhocas e os insetos, de um modo 
geral; outros, já são menos comuns, como as esponjas e as águas-
vivas. Por causa desta diversidade pouco compreendida é que 
os invertebrados ainda geram tantas confusões entre as pessoas 
(quase todo mundo acha que aranha é inseto, não é mesmo?). 
Por esta razão, a fim de diminuir substancialmente as 
dúvidas recorrentes sobre este grupo, mas considerando ainda o 
vasto conteúdo de Zoologia de Invertebrados, este material foi 
preparado didaticamente em duas unidades, contendo informações 
básicas primordiais, baseadas em bibliografias científicas clássicas 
sobre o assunto. Na primeira unidade, estudaremos os Invertebrados 
Inferiores e, na segunda, os Invertebrados Superiores, ambas nos 
seus aspectos morfológicos, fisiológicos, sistemáticos, ecológicos e 
evolutivos. Para que haja uma compreensão adequada do assunto, 
sugiro que leia atentamente todo o material e que faça todas as 
atividades propostas, porque muito o auxiliarão no seu aprendizado. 
Desta forma, tenha um ótimo proveito deste material e 
bom estudo!
ZOOLOGIA.indb 6 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 7 29/05/12 12:02
ZOOLOGIA.indb 8 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
9
ZOOLOGIA.indb 9 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
10
INTRODUÇÃO
Caro estudante, seja bem vindo ao início do estudo sobre a Zoologia de Invertebrados. 
Nesta unidade, começaremos a observar as principais características zoológicas inerentes 
aos invertebrados que, didaticamente, classificamos como inferiores. Veremos, além das 
características morfo-fisiológicas, alguns fatores evolutivos e ecológicos que contribuíram 
para que este grupo tivesse sucesso no nosso ambiente, ao longo das diversas transformações 
por que a Terra passou. 
A Unidade tem por objetivo:
 @ Entender o porquê dos invertebrados inferiores receberem esta denominação;
 @ Conhecer o funcionamento das principais características morfológicas dos 
invertebrados inferiores;
 @ Identificar as principais características evolutivas e ecológicas deste grupo;
 @ Conhecer os principais aspectos médicos e econômicos relacionados aos 
invertebrados inferiores.
ZOOLOGIA.indb 10 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
11
1. INFORMAÇÕES PRÉVIAS
Vamos começar o estudo deste conteúdo com o seguinte questionamento: quando 
falamos em Animais Invertebrados, você pensa em quê? Certamente, logo nos remetemos 
àquele antigo conceito aprendido ainda no ensino fundamental, de que “animais invertebrados 
são aqueles que não possuem vértebras”. Daí, pensamos logo naqueles animais que, segundo 
a maioria das pessoas, são vistos como inimigos “asquerosos”, que, às vezes, nem têm 
aparência de animal.
Antes de prosseguirmos, vamos entender, primeiramente, o que é um animal! 
Considerando que os invertebrados são seres vivos classificados como pertencentes 
ao Reino Animal, como poderíamos, então, definir um ser vivo “animal”? Para um organismo 
ser classificado como animal, ele deve ser eucarionte, pluri celular e se alimentar através 
da ingestão.
Já é sabido que o Reino Animal (ou Animalia) é subdivido em dois grupos: os 
Invertebrados e os Vertebrados. Embora sejamos mais familiarizados com os animais 
vertebrados (p.e.: jacaré, peixe, cachorro, pássaro, etc), os invertebradossão o maior 
grupo, correspondendo a aproximadamente 95% de todo o Reino Animal. Esta subdivisão se 
dá pela característica inerente aos vertebrados: a presença da coluna vertebral (também 
conhecida como espinha dorsal), que passa a ser referência de comparação de todo o Reino 
Animal. 
Por esta razão, alguns autores consideram esta classificação artificial, especialmente 
manifesta quando se observa a vasta heterogeneidade de grupos que são amontoados nesta 
categoria, porque não há uma única característica positiva comum a todos os invertebrados 
(RUPPERT; BARNES, 1996). É imensa a variação no tamanho, na diversidade e na adaptação 
a diferentes modos de existência deste grupo.
Como há uma enorme diversidade de espécies reunidas dentro de invertebrados, 
podemos dividi-lo, ainda, em invertebrados inferiores e invertebrados superiores. 
Então, atenção a este comentário!
Vamos deixar claro, antes de qualquer coisa, que esta classificação é 
meramente didática e não está correta sob o ponto de vista evolutivo. Este 
tipo de expressão (“superior” e “inferior”) é usado mais frequentemente 
do que deveria nas áreas das ciências biológicas, infelizmente, e não 
tem respaldo na sistemática moderna e muito menos na compreensão do 
ponto de vista evolutivo. O ideal seria usarmos os termos “primitivo” e 
“derivado”, porque esta dicotomia marca apenas qual destes estados, 
uma característica qualquer (por exemplo: morfológica) se modificou, 
ou seja, a ideia é de uma característica mais ancestral e uma mais 
nova, tendo-se a segunda “derivado” da mais “primitiva”, a primeira.
ZOOLOGIA.indb 11 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
12
Neste caso, consideraremos como invertebrados inferiores (Figura 1), os 
organismos mais simples que os demais, em estrutura morfológica e fisiológica, como: os 
poríferos, cnidários, platelmintos e nematelmintos, que são os organismos que trataremos 
individualmente nesta unidade. Os invertebrados que consideraremos superiores (Figura 2) 
(moluscos, anelídeos, artrópodes e equinodermos) serão trabalhados na segunda unidade. 
Figura 1 - Os invertebrados inferiores são grupos com organização simples. As esponjas 
(A) são poríferos filtradores. A anêmona (B), um cnidário, possui tentáculos venenosos 
para captura de suas presas. Entre os platelmintos, a planária (C) é de vida livre, já 
a tênia (D) é parasita. Nos nematelmintos encontramos o Ascaris (E), um parasita 
humano.
 
Figura 2 - Os invertebrados superiores são grupos com grau de desenvolvimento maior 
que os invertebrados inferiores. Nos anelídeos, a minhoca (A) apresenta importância 
na fertilização do solo. Os moluscos, como o caracol (B) e o polvo (C) apresentam o 
corpo mole. Nos artrópodes, com patas articuladas, encontramos os insetos (D) e os 
aracnídeos (E). Já os equinodermos são representados pela estrela-do-mar (F) e pelo 
ouriço-do-mar (G).
ZOOLOGIA.indb 12 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
13
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
A classificação dos seres vivos, de modo simplificado, é o agrupamento dos organismos 
vi vos com base na descrição de suas características e similaridades encontradas. Os padrões 
envolvidos na distribuição dos caracteres entre os organismos é que vão determinar tal 
processo classificatório. 
A necessidade de agrupar os seres vivos em categorias, deu-se, então, graças à 
imensa diversidade de organismos vivos existentes na Terra, numa tentativa de universalizar 
os nomes e minimizar as mudanças que, geralmente, ocorriam de um lugar para outro. Assim, 
o principal objetivo da classificação é contribuir para identificar (determinar) e dis tinguir, 
de forma precisa e unânime, cada grupo biológico, através do estudo de suas propriedades.
 Por causa disto, foi criado um sistema de classificação dos organismos, baseado 
numa nomenclatura internacional de designação dos seres, de forma a organizá-los para 
facilitar a identificação e, consequentemente, seu uso. O mentor deste sistema foi o sueco 
Carl von Linné (ou simplesmente Lineu), que propôs regras para classificar e denominar 
animais e plantas. Segundo este sistema de classificação, cada organismo seria conhecido por 
dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Desta forma, surgiu a nomenclatura binomial, 
a qual é ainda hoje utilizada.
Lineu criou uma série de categorias taxonômicas que definem níveis hierárquicos de 
agrupamento, na qual, a espécie, é um agrupamento de indivíduos considerado de menor 
abrangência. Atualmente, são reconhecidas as seguintes categorias taxonômi cas: Espécie, 
Gênero, Tribo, Família, Ordem, Classe, Filo (ou Divisão para plantas) e Reino (Figura 3). 
Existem, ainda, categorias intermediárias formadas pela adição dos prefixos: Super, Sub e 
Infra.
Figura 3: Categorias taxonômicas atuais.
Fonte: http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/category/zoologia/taxonomia/
ZOOLOGIA.indb 13 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
14
Precisamos ter uma noção básica a respeito desta distribuição 
taxonômica para começarmos a nos familiarizar com estes termos que 
aparecerão em todo o material. Convido a todos, então, a iniciarmos o 
estudo particular de cada grupo de animais invertebrados inferiores! 
Antes de começarmos o estudo de cada grupo invertebrado, acesse os 
links abaixo e assista aos vídeos. Estes vídeos fazem uma introdução 
muito interessante sobre a vida no mundo dos invertebrados. Divirta-
se!
• http://www.youtube.com/watch?v=U2EyYnTAZC0
• http://www.youtube.com/watch?v=RPQiD6fENZA&feature=fvwrel
• http://www.youtube.com/watch?v=kpah7x0WNjc&feature=related
3. REINO PROTOZOA
Estudante, caso não tenha observado, em nenhum momento até então os organismos 
protistas foram mencionados no texto, mas, como são tradicionalmente estudados dentro de 
Zoologia de Invertebrados, faremos aqui uma apresentação deste grupo. 
Já vimos anteriormente que o Reino Animal se divide em dois grandes grupos: 
invertebrados e vertebrados. Dentro de cada um destes grupos, existem categorias 
inferiores, de Filo, que representam modelos estruturais organizacionais básicos, claramente 
diferenciados na literatura científica. Mas, infelizmente, a classificação do mundo animal 
não é definitiva e está longe de ser. Quanto mais os pesquisadores se aprofundam nos estudos 
da zoologia, mais surgem dúvidas e mudanças na posição de alguns grupos. Por esta razão, 
surgem grupos de posição duvidosa, seja pela apresentação de caracteres híbridos entre 
dois ou mais tipos, seja por apresentar características próprias, mas cujo peso específico, do 
ponto de vista taxonômico, ainda não está claro. Assim, dependendo do autor que se está 
estudando, tais informações podem variar.
Neste contexto, surgem os protistas (Figura 4), que englobam organismos eucariontes, 
unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino, ainda, são colocadas as algas inferiores: 
euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são protistas 
autótrofos (fotossintetizantes), que não serão tratadas, neste material. Pelo fato de serem 
organismos fotossintetizantes, as algas são geralmente estudadas dentro do Reino Vegetal 
(ou Plantae), em disciplinas como Sistemática Vegetal, mas atenção: não são pertencentes 
ao Reino Vegetal, mas ao Reino Protista (WHITTAKER, 1969). Segundo os sistemas lineanos 
de classificação, os protistas heterotró ficos são agrupados como protozoários dentro do Reino 
Animalia e os protistas autotróficos como algas, no Reino Plantae. Os protozoários, por sua 
vez, são protistas heterótrofos.
ZOOLOGIA.indb 14 29/05/12 12:02UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
15
Figura 4: Exemplos de organismos protistas.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/bioprotista.php
O Reino Protista é definido, ainda, como eucariontes uni celulares (WHITTAKER, 
1959), devido às características estruturais dos protistas comporem a organiza ção estrutural 
de uma célula eucarionte: membrana citoplasmática (plasmalema), organelas membranares 
(complexo de Golgi, vacúolos, dictiossomos, mitocôndrias, plastos, membrana nuclear), 
presença de núcleo, etc. Tais componentes celulares são estudados na disciplina de Biologia 
Celular.
O núcleo dos protistas é bem típico ao de um eucarionte, apresentando um envoltório 
membranoso, conhecido como carioteca. A maioria dos protis tas tem um ou vários núcleos 
monomórficos (com o mesmo tama nho e forma). Entretanto, outros, como os ciliados, 
possuem núcleos dimórficos, possuindo um macronúcleo (de função vegetativa) e um mi-
cronúcleo (de função reprodutiva). 
A forma de vida tipicamente unicelular, inerente aos protistas, estabelece restrições 
e condições únicas, muito específicas a este grupo e, isto, acaba refletindo diretamente na 
estrutura corporal destes organismos. Desta forma, veremos, por partes, cada uma de suas 
características.
ZOOLOGIA.indb 15 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
16
3.1. PROTOZOÁRIOS (GREGO: PROTOS - PRIMEIRO; ZOON - ANIMAL)
3.1.1. ASPECTOS GERAIS
Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 80 mil organismos, 
que surgiram na Terra há, aproximadamente, 3,5 bilhões de anos, na forma de procariontes 
fermentadores. O nível de organização celular é a única característica comum a todos os 
protozoários. Nos demais aspectos, é um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a 
partir de algas unicelulares. 
A maioria dos protozoários é microscópica, entretanto, alguns deles podem ser 
vistos a olho nu. Podem ser encontrados como células isoladas ou em colônias, mas existem, 
ainda, aqueles que são de vida livre, podendo ser encontrados em qualquer lugar que tenha 
umidade. Também existem as espécies que são parasitas, comensais e mutualistas. A troca 
de gases respiratórios do protozoário se processa em toda a superfície celular.
3.1.2. PRINCIPAIS ORGANELAS DOS PROTOZOÁRIOS
A maioria dos protozoários apresenta um corpo composto por uma única célula, que 
pode variar de poucos micrômetros (nos coanoflagelados) a até muitos centímetros (alguns 
dinoflagelados, foraminíferos ou amebas). Esta arquitetura corpórea do protozoário é limitada 
pela membrana celular. A flexibilidade ou rigidez do corpo e de sua forma são dependentes 
do citoesqueleto, localizado logo abaixo da membrana celular. Assim, o citoesqueleto e a 
membrana formam uma “película”, que é como uma “parede corporal” destes organismos.
As organelas locomotoras dos protozoários, são tão importantes que servem 
como características para definir os grupos dos protozoários: podem ser flagelos, cílios ou 
pseudópodos (extensões fluidas do corpo). Estes grupos e suas estruturas locomotoras serão 
discutidos a fundo daqui a pouco. 
Salvo algumas características específicas em cada um dos grupos de protozoários, 
de um modo geral, o alimento ingerido ocupa uma vesícula ou vacúolo alimentar, que se 
conjuga e se funde aos lisossomos primários já presentes na célula. À medida que a fusão 
ocorre, são liberadas no interior do vacúolo ácidos lisossômicos e enzimas hidrolíticas. 
Os produtos da digestão intracelular (porque ocorreu dentro de uma organela, no caso, 
o vacúolo) difundem-se do vacúolo para o citoplasma celular, onde podem ser utilizados 
no metabolismo por outras organelas ou armazenados em formas como o glicogênio e o 
lipídio. O material que não é digerido pela célula, ou seja, a excreta, é liberado para o seu 
exterior também por meio da fusão de vesícula (agora, denominada vesícula residual) com 
a membrana celular. Este processo final é conhecido como exocitose (Figura 5). Os resíduos 
sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, 
ou num ponto determinado da membrana, denominado citopígeo ou citoprocto (Figura 6).
ZOOLOGIA.indb 16 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
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Figura 5: Esquema da digestão de um protozoário.
Fonte: http://lidjajessica.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
Figura 6: Esquema da digestão de um protozoário, evidenciando o citopígeo.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/bioprotista2.php
O processo de excreção pode ocorrer também através de uma organela especializada 
denominada vacúolo pulsátil ou contrátil, que está presente nos protozoários de água doce e 
também possui a função de regulação osmótica ou osmorregulação da célula. Os protozoários 
de água doce são hipertônicos em relação ao meio em que se encontram e por isso ocorre, 
por osmose, uma entrada contínua de água por seu interior. Para evitar que o protozoário 
ZOOLOGIA.indb 17 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
18
inche e estoure, o vacúolo contrátil bombeia continuamente o excesso de água para fora do 
protozoário (Figura 7). 
Figura 7: Esquema da digestão de um protozoário
.
Fonte: http://lidjajessica.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
3.1.3. REPRODUÇÃO
Na maioria dos protozoários, a reprodução ocorre assexuadamente (mitose) por: 
i) fissão (ou divisão) binária (ou cissiparidade, ou divisão simples, ou bipartição), quando 
a divisão do organismo resulta em duas células-filhas semelhantes (Figura 8); em ii) 
brotamento, quando uma célula-filha é muito menor que a outra ou por iii) esquizogonia 
(ou fissão múltipla), após divisões nucleares múltiplas dentro da célula-mãe, visto que ela 
divide-se em um número variável de células-filhas (Figura 9). 
 Figura 8: Esquema da reprodução assexuada por fissão binária do protozoário Paramecium. 
 Fonte: http://bio-portefolio.blogspot.com/2008/10/reproduo-assexuada.html
ZOOLOGIA.indb 18 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
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Figura 9: Esquema da reprodução assexuada 
por esquizogonia. 
Fonte: http://bio-portefolio.blogspot.com/2008/10/reproduo-assexuada.html
A reprodução sexuada também ocorre em algumas espécies, podendo ser por: i) 
conjugação, na qual ocorre união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais 
nucleares (Figura 10) e ii) singamia (ou fecundação), onde a união de um microgameta com 
um macrogameta origina um ovo ou zigoto, o qual poderá dividir-se. 
Figura 10: Esquema da reprodução sexuada por conjugação. Os dois ciliados fusionados são denominados 
conjugantes. Esta fusão pode durar horas e somente os micronúcleos funcionam na conjugação, já que o 
macronúcleo se desintegra durante o processo sexuado.
Fonte: http://www.infoescola.com/reino-protista/ciliados/
3.1.4. CLASSIFICAÇÃO
Os quase vinte filos de protistas podem ser estudados, didaticamente, em quatro 
grupos artificiais: os ameboides, os flagelados, os ciliados e os parasitas formadores de 
esporos (Figura 11). Estes organismos são classificados, especialmente, pela forma que se 
locomovem ou pela forma que se reproduzem. Então, vamos por partes!
ZOOLOGIA.indb 19 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
Zoologia de Invertebrados Inferiores
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
20
 Figura 11: A classificação dos protozoários segundo o sistemalocomotor.
 Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/protozoarios.htm
Os protozoários se locomovem por meio de três estruturas principais: pseudópodos, 
flagelos e cílios. Além disso, algumas espécies podem desenvolver um movimento de 
deslizamento por flexões do corpo, sem o uso de estruturas especializadas.
A. FILO RHIZOPODA OU SARCODINA
Os principais representantes deste filo são as amebas, protozoários que se 
locomovem por meio de expansões citoplasmáticas, os pseudópodos (do grego pseudos: falso 
e podos: pé). Esta estrutura é uma projeção temporária de parte do citoplasma daqueles 
protozoários que não apresentam uma película rígida. É utilizado pelas amebas (sarcodina) 
para locomoção e captura de alimento (Figura 12). Estes organismos apresentam vacúolo 
alimentar, também chamado de fagossomo, que se une ao lisossomo e se transforma em 
vacúolo digestivo, durante o processo digestivo.
Figura 12: Esquema de uma ameba.
Fonte: http://www.infoescola.com/reino-protista/
protozoarios-ameboides-rizopodes/
ZOOLOGIA.indb 20 29/05/12 12:02
UNIDADE 1
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ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS
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21
O termo “Sarcodina” (do grego sarkos: carne) refere-se ao aspecto “carnudo”, 
consistente, das amebas, que são os principais representantes do grupo. Já o termo 
“Rhizopoda” (do grego rhiza: raiz) refere-se ao aspecto, às vezes, ramificado, dos pseudópodos 
de certas amebas.
As amebas incluem espécies de vida livre, típicas de ambientes aquáticos ou úmidos, 
que podem ocorrer no corpo do homem e de outros animais, como parasitas (por exemplo: 
Entamoeba histolytica) ou não (por exemplo: Entamoeba coli). 
Existem algumas amebas que possuem 
uma carapaça revestindo a célula externamente, 
denominadas tecamebas (Figura 13), que podem 
ser encontradas na água doce e em solos úmidos. 
Suas carapaças podem ser secretadas pela própria 
célula ou formadas por pequenas partículas que se 
aglutinam ao redor de suas células.
Os foraminíferos (do latim foramem: buraco, furo) são sarcodíneos principalmente 
marinhos planctônicos, que possuem carapaça secretada pelo organismo ou aglutinada 
(grãos de areia ao redor da célula), formada por várias câmaras. Estas carapaças são 
bastante vistosas, feitas de calcário (carbonato de cálcio) ou sílica. O formato das carapaças 
é bastante diverso e varia entre espécies. O estudo destes organismos é muito importante, 
porque servem como indicadores da existência de jazidas de petróleo no fundo do mar 
devido à imensa presença de representantes fósseis (Figura 14).
Figura 14: Foraminíferos.
Figura 13: Tecameba
Fonte: http://www.naturamediterraneo.
com/forum/topic.asp?TOPIC_
ID=77050&whichpage=2
ZOOLOGIA.indb 21 29/05/12 12:02
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22
Prezado estudante, você quer saber mais sobre os foraminíferos? Quer 
saber qual é a importância ecológica dele no nosso mundo? Então, 
acesse o artigo “Abordagens faunísticas e geoquímicas em microfósseis 
calcários e suas aplicações à paleoceanografia e paleoclimatologia”, 
no link: http://scielolab.iec.pa.gov.br/pdf/bmpegcn/v3n2/v3n2a02.pdf e 
tenha uma ótima leitura. O artigo é atual e tráz informações muito 
interessantes sobre a utilização de foraminíferos em estudos ecológicos. 
Outros representantes do filo Sarcodina são os heliozoários (do grego helios: Sol) 
e os radiolários (do grego radio: raio), que recebem tais denominações por apresentarem 
pseudópodos afiados, projetando-se como raios em torno da célula (Figura 15). Esses 
protozoários possuem um esqueleto intracelular constituído de sílica, responsável por sua 
forma bem definida e característica. A maioria dos heliozoários é de água doce, mas os 
radiolários são exclusivamente marinhos.
 Figura 15: Radiolários
Fonte: http://bioiva.blogspot.com/2010_05_01_archive.html
B. FILO MASTIGOPHORA (FLAGELADOS)
Os flagelados (mastix: flagelo; phoros: portar, ter) são protozoários que possuem 
flagelo (Figura 16). Este filo é convenientemente dividido em fitoflagelados e zooflagelados. 
Os fitoflagelados possuem cloroplastos, geralmente têm um ou dois flagelos e contêm a 
maioria dos membros de vida livre, como Euglena e Chlamydomonas. Os zooflagelados 
possuem de um a muitos flagelos, não têm cloroplastos, são heterótrofos e, a maioria dos 
organismos, é comensal, simbiótica ou parasita de outros animais (por exemplo, artrópodes 
e vertebrados).
ZOOLOGIA.indb 22 29/05/12 12:02
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Figura 16: Esquema de um organismo flagelado.
 O flagelo é a principal característica responsável 
pela locomoção destes protozoários, pois sofre 
ondulações que tanto empurram como puxam o corpo 
do animal. O flagelo dos protozoários tem estrutura 
interna semelhante a dos flagelos das células dos 
demais eucariontes.
Os flagelados são o grupo de protozoários 
que apresentam a maioria das espécies de vida livre, 
locomovendo-se na água através dos flagelos (por 
exemplo: Euglena, que possui clorofila e realiza 
fotossíntese); algumas formas são sésseis, fixas ao 
substrato; enquanto outras formas vivem em colônias. 
Alguns zooflagelados apresentam uma 
característica distinta: presença de um “colarinho” 
de microvilos ao redor da base do flagelo único. Este 
colarinho serve para a captura de partículas alimentares 
e têm estrutura muito semelhante aos coanócitos, 
células típicas das esponjas, que veremos a seguir nesta 
unidade. Estes organismos são, portanto, chamados 
coanoflagelados (Figura 17), que podem viver solitários 
ou em colônias, livre-natantes ou sésseis. 
 
 Figura 17: Coanoflagelado.
Este filo apresenta muitos 
organismos que são parasitas de 
humanos (por exemplo: Leishmania 
braziliensis, Trypanosoma cruzi, 
Giardia lamblia e Trichomonas 
vaginalis), que serão vistos a fundo 
no conteúdo de Parasitologia. 
C. FILO CILIOPHORA
Os ciliados (Figura 18) são o filo maior e mais homogêneo dentro dos protozoários. 
São seres especializados que apresentam distribuição cosmopolita, presentes em ambientes 
Fonte:http://seteantigoshepta.blogspot.
com/2009/09/flagelo-bacteriano-teoria-
de-michael.html
Fonte: http://www.fotolog.com/roseagu/41843759/
ZOOLOGIA.indb 23 29/05/12 12:02
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de água doce, marinhos e solo úmido. A maioria das espécies vive como ecto e endocomensais 
ou parasitas.
 Figura 18: Esquema de um organismo ciliado.
 Fonte: http://2.profandrea.com/?conteudo=883&noticia=10&id_cad=13386
Os cílios, assim como os flagelos, são as estruturas de locomoção deste grupo, bem 
como para captura de alimento, porém, é mais curto e menos móvel que os flagelos. Uma 
característica distinta dos ciliados é a presença de um sistema infraciliar, composto de 
corpos basais celulares ou cinetossomos, localizados abaixo do nível da superfície celular e 
associados a fibrilas que ocorrem em várias direções. 
O ciliado mais comumente estudado, encontrado em lagos e poças de água doce, é o 
Paramecium. Ele é um ciliado de vida livre e sua forma é bastante característica, parecendo 
uma sola de chinelo (Figura 6). Eles acabam se deslocando muito mais rapidamente que os 
flagelados e as amebas por causa dos inúmeros cílios que se projetam da parede do corpo.
A ingestão de alimentos pelo paramécio ocorre através de um sulco (chamado sulco 
oral) e de localização constante na célula. O alimento entra neste sulco (que também é 
ciliado) através da batida coordenada do cílio, passando pelo citóstoma (cito: célula; stoma:boca), localizado no final do sulco oral. Há a formação do vacúolo digestivo que passa a 
circular pelo citoplasma, distribuindo o alimento digerido. Os restos não aproveitados pela 
célula são eliminados por uma região específica, denominada citopígeo, citoprocto ou poro 
anal (Figura 6).
Os ciliados apresentam reprodução assexuada e sexuada. A reprodução assexuada se 
dá por fissão binária. A reprodução sexuada se dá por conjugação (Figura 10). 
ZOOLOGIA.indb 24 29/05/12 12:02
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D. FILO SPOROZOA (APICOMPLEXA)
Os esporozoários são também conhecidos como aplicomplexos, por causa da presença 
de um complexo de organelas filamentosas, tubulares e anelares na extremidade apical do 
corpo, visível apenas ao microscópio eletrônico, que ainda não tem função bem definida.
Os esporozoários formam esporos e compreendem os protozoários que não possuem 
estruturas locomotoras, por isso tornam-se infectantes. Apresentam representantes de 
ciclos de vida complexos, com algumas fases se desenvolvendo num hospedeiro e outras 
em hospedeiros diferenciados. O ciclo de vida envolve uma fase assexuada e uma sexuada. 
A reprodução assexuada ocorre por divisão múltipla, ou esquizogonia. Lembra que falamos 
desta divisão no início? Quando as divisões nucleares são interrompidas, uma membrana 
plasmática circunda cada núcleo, juntamente com parte do protoplasma da célula inicial. 
São formadas, então, várias células-filhas com um só núcleo de tamanho pequeno, que são 
liberadas. 
A esporogonia é um tipo de reprodução, característica dos esporozoários, (daí o 
nome do grupo), na qual são formadas várias células que lembram esporos (denominadas, 
desta maneira, esporozoítos). Esse tipo de reprodução ocorre logo após a formação do zigoto, 
durante o ciclo reprodutivo dos esporozoários. O zigoto sofre um encistamento e, após uma 
divisão meiótica, originam-se quatro esporozoítos com metade do número cromossômico 
do zigoto. Essas células multiplicam-se, por mitoses sucessivas, originando muitos outros 
esporozoítos, que são finalmente liberados do cisto. Este desenvolvimento do esporo, por 
esporogonia, explica grande parte de muitos ciclos biológicos de doenças parasitárias que 
acometem os seres humanos e outros animais.
Os esporozoários se alimentam por absorção direta dos nutrientes dos organismos 
que parasitam. 
Estudante, agora é que entraremos no estudo do Reino Animal, 
propriamente dito. Antes de continuarmos, dê uma paradinha para 
resolver os exercícios abaixo a respeito do que vimos até agora. Lembre-
se de que resolver exercícios é sempre importante para fixarmos os 
conteúdos que foram vistos!
ZOOLOGIA.indb 25 29/05/12 12:02
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1. Por que alguns autores consideram a divisão do Reino Animal em Invertebrados 
e Vertebrados uma classificação artificial? 
2. Por que é feita a divisão dos grupos biológicos da Zoologia de Invertebrados 
em: Invertebrados Inferiores e Invertebrados Superiores?
3. Porque não é correto usar os termos “inferior” e “superior” para os organismos 
vivos, do ponto de vista evolutivo?
4. Para um organismo ser considerado como pertencente ao Reino Animal, quais 
características ele tem de apresentar?
5. Marque I nas alternativas que correspondem aos invertebrados inferiores e S 
para os invertebrados conhecidos como superiores.
( ) Platelmintos ( ) Moluscos
( ) Equinodermos ( ) Cnidários
( ) Poríferos ( ) Anelídeos
( ) Artrópodes ( ) Nematelmintos
ATIVIDADES
ZOOLOGIA.indb 26 29/05/12 12:02
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6. Qual é o principal objetivo de classificar os seres vivos?
7. Defina espécie.
8. Um organismo, para pertencer ao Reino Protista, tem que ter quais características 
biológicas?
9. Quais são as principais organelas típicas de um protozoário? 
10. Quais são os tipos mais comuns de reprodução entre os protozoários? 
Exemplifique.
11. Faça uma tabela comparativa entre os quatro filos de protozoários trabalhados 
nesta unidade. Destaque as características intrínsecas a cada um dos filos. 
Esquematize cada estrutura. 
ZOOLOGIA.indb 27 29/05/12 12:02
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12. Veja a charge abaixo e observe atentamente cada ação:
 Fonte: http://amebaverde.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
Responda:
a) Identifique qual filo dos protozoários pertencem os organismos da charge.
b) Que tipo de reprodução está acontecendo na figura?
c) Explique o porquê da ameba “fêmea” ficar com esta expressão de decepção?
ZOOLOGIA.indb 28 29/05/12 12:02
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4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ANIMAIS
Caro estudante, antes de começarmos o estudo do Reino Animal, vamos parar um 
pouquinho para vermos as características gerais dos animais, que os diferem, obviamente, 
dos protistas que acabamos de estudar.
As características primordiais que classificam um animal (ser eucarionte, pluri-
celular e se alimentar por ingestão), já foram vistas no início da unidade. Porém, o velho 
ditado: - “para toda regra tem uma exceção”, cabe bem neste contexto. Existem animais, 
por conta das suas estratégias de vida ou pelo meio que habitam, nessa imensa diversidade 
biológica, que não apresentam uma ou outra característica animal. Por exemplo, existem 
alguns endoparasitas (como as tênias) que perderam a capacidade de ingerir nutrientes, 
passando a obtê-los por absorção direta. Isto é facilmente explicável pelo ambiente em que 
vivem. 
Desta forma, a arquitetura de um animal vai muito além das características físicas. 
Todas as estruturas e processos descritos até hoje são resultados de milhões de anos de evolução 
das respostas adaptativas em níveis que ultrapassam as condições básicas de sobrevivência 
de um indivíduo (MOREIRA, 2009). Algumas destas características são encontradas apenas 
durante o desenvolvimento embriológico dos animais e não somente num organismo adulto. 
Vamos ver brevemente, a seguir, cada uma destas características.
Estudante, quando me refiro às características gerais dos animais, 
que acabam diferenciando-os de outros tipos de seres vivos, em que 
você pensa? Quais características você acha que seriam essenciais para 
distinguir um invertebrado, por exemplo, de um protozoário? A seguir, 
conceituaremos alguns termos essenciais para este entendimento.
4.1. SIMETRIA
Simetria é um conceito relacionado com a forma do corpo, em que é estabelecida, 
de forma imaginária, uma divisão do corpo de um organismo em metades especulares 
(idênticas) ou, em um ou mais planos de simetria. Assim, um ser vivo que pode ser “cortado” 
por, pelo menos, um plano de simetria, é considerado simétrico. Se isto não é possível, o 
animal é chamado, então, de assimétrico, como é o caso das amebas e os poríferos (que 
veremos mais tarde) (Figura 19). 
ZOOLOGIA.indb 29 29/05/12 12:02
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Figura 19: Exemplos de animais assimétricos: (A) ameba e (B) poríferos.
Existem vários tipos de simetria, mas as mais comumente relatadas são as simetrias 
radial e bilateral (Figura 20). Um animal que tem simetria do tipo radial vai apresentar 
mais que um plano de simetria, como é o caso dos pólipos de cnidários, algumas esponjas e 
equinodermos.Neste caso, planos longitudinais passam pelo centro do corpo do animal e o 
divide em partes iguais. Os que 
têm simetria do tipo bilateral, 
vai haver apenas um único 
plano de simetria possível a 
ser traçado, ou seja, haverá 
apenas um plano dividindo o 
corpo em partes iguais (lado 
direito e lado esquerdo), 
encontrado na maioria dos 
animais. As peculiaridades 
sobre os diferentes tipos de 
simetria serão abordadas ao 
longo do estudo dos animais 
invertebrados.
 
 
4.2. DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Os protistas são considerados seres vivos unicelulares, com organização corporal 
simples e nunca formarão tecidos verdadeiros. Já os animais (conhecidos também por 
“Metazoa”) são pluricelulares e, por causa disto, têm presença de tecido verdadeiro, o 
que os distinguem claramente dos organismos unicelulares. O grande detalhe é que dentro 
do Reino Animal, existe uma hierarquia de acréscimo de complexidade estrutural, onde 
Figura 20: Esquema representando as simetrias radial (à esquerda) e 
bilateral (à direita).
Fonte: http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/
zoologia/simetria/simetria.html
ZOOLOGIA.indb 30 29/05/12 12:02
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nem sempre é encontrado o tecido verdadeiro. Por esta razão, existem as classificações em 
graus “Mesozoa” e “Parazoa”, que atingem o nível de pseudotecido, muito semelhantes aos 
protistas mais complexos. O nível de tecido verdadeiro é apenas atingido nos organismos de 
grau “Eumetazoa” (MOREIRA, 2009; RUPPERT et al., 2006). 
Organismos correspondentes ao grau “Mesozoa” são aqueles que não apresentam 
tecidos verdadeiros. Apresentam apenas tecidos com diferenciação celular incompleta. 
Na fase embrionária, chegam ao máximo ao estado de blástula. Os representantes dos 
mesozoários são Filo Placozoa, Rhombozoa e Ortenectida, pouco conhecidos.
O grau “Parazoa” (para: ao lado; zoa: animal) também é composto por animais sem 
tecido verdadeiro e diferem-se dos mesozoários por possuírem uma grande complexidade 
estrutural, pela presença de um intrincado de canais internos e várias camadas com tipos 
de pseudotecidos diferentes. Além disso, o desenvolvimento embrionário pode ultrapassar o 
estágio de blástula. O filo dos poríferos é o único representante atual dos parazoários. 
O grau “Eumetazoa” (eu: verdadeiros, metazoa: animal) é composto por animais 
que, no período embrionário, desenvolvem sempre a gastrulação, levando à formação de 
camadas de tecidos verdadeiros. Este grupo encontra-se dividido em dois graus, de acordo 
com o número de folhetos embrionários: diploblásticos e triploblásticos. 
4.3. CAMADAS GERMINATIVAS
A formação das camadas germinativas durante o desenvolvimento embrionário está 
relacionada com o crescimento do corpo e a complexidade estrutural. Podemos distinguir, 
então, os animais em dois grupos: diploblásticos ou triploblásticos (Figura 21). Os diploblásticos 
(ou somente diblásticos) possuem dois folhetos germinativos: a ectoderme, mais externa e 
a endoderme, mais interna. O único representante deste grupo são os cnidários. Os animais 
triploblásticos (ou simplesmente triblásticos) formam uma camada intermediária entre 
a endoderme e a ectoderme, chamada mesoderme, derivada da endoderme. Neste tipo 
de tecido ocorre maior grau de diferenciação celular, dando origem às arquiteturas mais 
complexas. 
Figura 21: Folhetos embrionários: (A) diblásticos e (B) triblásticos. 
ZOOLOGIA.indb 31 29/05/12 12:02
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4.4. CAVIDADES CORPORAIS
O celoma é uma cavidade corporal que se forma na mesoderme (o terceiro folheto 
embrionário), utilizado como referência de classificação dos animais. Os animais triblásticos 
têm simetria bilateral e, dependendo do tipo de cavidade corporal, podem ser divididos 
em três níveis (Figura 22): acelomados (não possuem cavidade corporal além do aparelho 
digestório, por exemplo: Filo dos Platelmintos); pseudocelomados, atualmente chamados 
blastocelomados (possuem uma cavidade corporal além do aparelho digestório, mas a 
cavidade ainda não é um celoma verdadeiro, é um resquício da blastocele embrionária) e 
celomados ou eucelomados (maioria dos animais). 
Figura 22: O esquema mostra cortes transversais esquemáticos em organismos acelomados, pseudocelomados e 
celomados.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/embriologia/reproducao12.php
5. FILO PORIFERA (DO LATIM, PORUS: PORO; FERRE: POSSUIR)
5.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os representantes do filo dos poríferos são conhecidos também como esponjas. 
Como foi mencionado acima, estes animais pertencem ao grau Parazoa, caracterizado pela 
ausência de tecido verdadeiro. Seu corpo é constituído por um grande número de células que 
tendem a ser totipotentes, que mudam de forma e função à medida que há necessidade. 
Estes organismos são exclusivamente aquáticos, podendo ser marinhos ou dulcícolas. 
Apresentam simetria radial, mas os adultos são assimétricos. São organismos sésseis. Por esta 
característica, por muito tempo confundiu os naturalistas, que achavam que tais organismos 
se tratavam de plantas. 
As esponjas são animais filtradores que possuem um corpo formado por um sistema 
de canais e câmaras por onde passa a água. As paredes internas do corpo das esponjas são 
revestidas por coanócitos, células que possuem um “colarinho”, responsáveis pela nutrição 
ZOOLOGIA.indb 32 29/05/12 12:02
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do animal (Figura 23). Os coanócitos são células flageladas e, por causa do movimento 
sincronizado dos flagelos, é possível ocorrer corrente de água dentro da esponja.
Figura 23: O esquema mostra o corpo de uma esponja presa a um 
substrato. Além disso, está evidente a estrutura de um coanócito, sua 
posição nas paredes internas da esponja e os poros, por onde a água 
entra na esponja. 
Fonte: http://biologia.laguia2000.com/biologia/coanocito
O design corpóreo da esponja é constituído de três camadas: pinacoderme, 
coanoderme e meso-hilo. A pinacoderme (formada por células denominadas pinacócitos) 
é a camada externa, a coanoderme (sob a qual se encontram dispostos os coanócitos) é a 
interna e o meso-hilo (ou mesênquima), uma camada intermediária. O corpo da esponja é 
sustentado por elementos esqueléticos minerais na forma de espículas, que podem ser de 
formas variadas, formadas por sílica ou carbonato de cálcio (calcárias). Além disso, estão 
presentes elementos esqueléticos orgânicos, como fibras de colágeno, chamadas esponginas. 
Os poros da superfície dos poríferos são formados pelos porócitos, tipo celular que 
tem a forma de um tubo, estendendo-se da superfície externa até o átrio. Esta cavidade do 
tubo forma os poros, ou óstios, que podem abrir-se e fechar-se por contração. O porócito é 
derivado de um pinacócito, através do surgimento de uma perfuração intracelular (Figura 
24). 
ZOOLOGIA.indb 33 29/05/12 12:02
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Figura 24: Estrutura de um espongiário.
Fonte: http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm
O meso-hilo é uma camada localizada abaixo da pinacoderme, constituída por uma 
matriz proteica gelatinosa onde estão imersos o material esquelético e as células amebóides. 
As células amebóides são células que possuem movimento amebóide e detêm a característica 
de totipotência, ou seja, são capazes de se diferenciarem em outros tipos celulares. Neste 
contexto, existem os arqueócitos, células grandes e móveis, que sãoamebócitos ainda 
indiferenciados (capazes de se diferenciar em outro tipo de célula). Estas células têm como 
função principal a digestão e o transporte de alimentos, podendo participar também de 
outros processos dentro do corpo do animal.
A grande maioria das espécies de esponjas parecem vasos decorados, com cores 
fortes e vistosas. O tamanho é variável, determinado, principalmente, pela estrutura 
interna dos organismos. Assim, toda vez que nos referirmos a estes organismos, sempre será 
apresentado um padrão corpóreo básico, baseado no exemplar mais simples (Figura 24). 
Na superfície corpórea estão presentes algumas pequenas aberturas (denominadas 
poros, de onde deriva o nome do filo), que se abrem na cavidade interior, denominada átrio. 
O átrio (ou espongiocele ou paragáster) é a cavidade interna oca das esponjas que se abre 
para o exterior através do ósculo, abertura localizada na parte superior da esponja. O fluxo 
da água que entra pela esponja segue, então, o seguinte caminho: ambiente externo --> 
poros --> átrio (trazendo nutrientes) --> ósculo (eliminando excretas) --> ambiente externo. 
Os poríferos realizam trocas gasosas e excretam restos metabólicos (particularmente 
a amônia) por difusão simples, e tais processos ocorrem na coanoderme. Desta forma, não 
apresentam sistema circulatório. Não existe sistema nervoso, nem mesmo células nervosas 
diferenciadas nos poríferos, mas são capazes de responder a estímulos ambientais através 
da transmissão de sustâncias mensageiras por difusão no meso-hilo por células amebóides se 
locomovendo. 
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5.2. TIPOS MORFOLÓGICOS
Existem três tipos de arquiteturas morfológicas nas esponjas (Figura 25), variando 
de acordo com a complexidade do sistema aquífero que possuem (MOREIRA, 2009).
Asconoide (Ascon) – caracterizada por uma coanoderme simples e contínua, 
revestindo uma grande cavidade atrial. Neste tipo morfológico, no sistema aquífero, a água 
entra pelos óstios, passa pelos porócitos, chega ao átrio e é expelida pelo ósculo.
Siconoide (Sicon) – a coanoderme sofre dobras e forma canais flagelados (ou de 
coanócitos). No sistema aquífero, a água entra pelos poros, passa por canais aferentes e 
atinge os canais flagelados; em seguida, passa para o átrio e sai para o exterior pelo ósculo.
Leuconoide (Leucon) – o sistema aquífero é muito complexo e aumentado devido 
a um grande número de canais internos, nos quais a coanoderme é confinada, formando 
inúmeras câmaras flageladas. A água penetra através de poros, passa por condutos aferentes 
que desembocam nas câmaras flageladas que, a partir destas, é levada por condutos eferentes 
e sai pelo ósculo. Este tipo morfológico pode apresentar vários ósculos devido ao número e 
à complexidade dos canais internos.
Figura 25: Representação dos tipos morfológicos das esponjas.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/esponjas/esponjas-3.php
5.3. REPRODUÇÃO 
5.3.1. ASSEXUADA
As esponjas podem apresentar alguns tipos de reprodução assexuada: gemulação, 
brotamento e regeneração. A gemulação (Figura 26) é comum em esponjas de água doce, 
mas pode ocorrer em algumas espécies marinhas. Esta reprodução ocorre pela formação 
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de gêmulas, estruturas de resistência, que são aglomerados de amebócitos e arqueócitos 
envolvidos por uma membrana rígida formada por espículas e por micrópila (material 
semelhante à espongina, que deixa uma pequena abertura). As gêmulas conferem proteção às 
esponjas quando em condições adversas do ambiente (secas extremas, baixas temperaturas, 
etc). O brotamento (Figura 27) ocorre pela formação de brotos, que são expansões laterais 
do corpo, podendo se desprender do corpo da esponja e, depois, se fixar em um substrato. 
Por fim, a regeneração (Figura 28) ocorre quando parte da esponja fragmenta-se e os pedaços 
dão origem a novos indivíduos. 
Figura 26: Reprodução assexuada por gemulação.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-porifera/
filo-porifera-16.php
 Figura 27: Reprodução assexuada por brotamento.
 Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
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Figura 28: Reprodução assexuada por regeneração. As esponjas possuem extraordinário poder de 
regeneração, a tal ponto que, se passarmos uma esponja por uma peneira, cada pedaço resultante 
pode se regenerar e dar origem a uma nova esponja.
Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
5.3.2. SEXUADA
A maioria dos poríferos é hermafrodita, mas também podem apresentar sexos 
separados. Os gametas (óvulos ou espermatozóides) são originados das células amebócitos e 
arqueócitos. Os gametas masculinos (espermatozóides) saem da esponja através do ósculo, 
seguindo o fluxo de água. Em seguida, penetram em outra esponja através dos poros, carregada 
pela corrente de água. Os coanócitos captam, então, os espermatozóides, modificam-se em 
células amebóides e o transportam até o óvulo presente no meso-hilo, onde a fecundação 
ocorre. A fecundação é considerada, portanto, interna. Após a fecundação, o zigoto é retido 
e passa a receber nutrientes da esponja, até haver a liberação de uma larva ciliada, que 
irá abandonar o corpo da esponja, nadar e se fixar em um substrato, originando um novo 
indivíduo (Figura 29). Os poríferos produzem larvas planctônicas, móveis por muitos flagelos, 
que são de dois tipos: as anfiblástulas e as parenquímelas.
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Figura 29: Reprodução sexuada. 
Fonte: http://escoladabiologia.blogspot.com/2010/06/os-poriferos.html
5.4. CLASSES DO FILO PORIFERA
Os poríferos são subdivididos em três classes principais: Classe Demospongiae (com 
espículas silicosas de vários tipos, exceto hexactinais), Classe Calcárea (com espículas 
calcárias) e Classe Hexactinellida (com espículas silicosas hexactinais).
5.4.1. CLASSE CALCAREA
Os representantes deste grupo são conhecidos como esponjas calcárias por possuírem 
espículas de carbonato de cálcio. Nessa classe, encontram-se esponjas dos tipos Ascon, Sycon 
e Leucon. São esponjas pequenas (menos de 10 cm de altura) e vivem em águas rasas. 
5.4.2. CLASSE DEMONSPOGIE
A esponja desta classe contém 90% das espécies distribuídas em águas rasas e 
profundas e, entre elas, estão as esponjas de banho cujo esqueleto é composto apenas por 
espongina. Possuem espículas silicosas, fibras de espongina ou ambas em seu esqueleto. 
Todas são leuconóides e apresentam formatos irregulares. Há uma família deste grupo, 
Spongidae, que contém as famosas esponjas de banho. Spongia e Hippospongia são dois 
gêneros de valor comercial coletadas em importantes fundos de pesca de esponjas no Golfo 
do México, Caribe e Mediterrâneo.
5.4.3. CLASSE HEXACTINELLIDA
Os membros deste grupo possuem espículas silicosas e, na maioria das vezes, essas 
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espículas formam uma rede que se assemelha a vidro quando seca, por isso são conhecidas 
como esponjas-de-vidro. O nome da classe é dado devido às espículas serem do tipo com seis 
pontas ou hexáctinas. A forma siconóide é dominante. Os organismos vivem principalmente 
em águas profundas e sãoexclusivamente marinhos. 
Uma curiosidade sobre este grupo! A malha de espículas similares a treliças confere 
grande beleza a estes organismos. Representantes do gênero Euplectella são chamados de 
cesta de flores de Vênus. Sua estrutura favorece uma relação ecológica bem interessante. Um 
casal de camarões juvenis (Spongicola) penetra na estrutura da esponja de vidro, crescem 
e não podem mais sair. Eles passam a vida como “prisioneiros do amor” e, por esta razão, a 
esponja e seus hóspedes são um presente de casamento tradicional no Japão, como símbolo 
de união eterna.
Prezado estudante, agora que terminamos nossa discussão sobre 
o primeiro grupo de invertebrados inferiores, acesse o link abaixo e 
assista a vídeo-aula. Aproveite para revisar o conteúdo para não passar 
nenhuma dúvida. 
• http://www.youtube.com/watch?v=LjSKjab2hUM
Gostou do vídeo? Depois de assistido, responda: O processo de 
regeneração pode mesmo ser considerado um tipo de reprodução 
assexuada?
1. Invertebrados sésseis, sem órgãos e sem tecidos, com digestão exclusivamente 
intracelular, são classificados como:
(Disponível em: <http://www.unificado.com.br/novo/didatico/228_file_arquivo.pdf>. Acesso em: 02 de março 
de 2012.)
a) esponjas. b) anêmonas-do-mar. c) lírios-do-mar. 
d) cracas. e) mexilhões.
2. Os poríferos, assim como ocorre em outros animais, têm grande capacidade 
de regeneração. Essa regeneração ocorre pela presença de células totipotentes 
capazes de se multiplicar originando outras células. Qual o nome dessas células?
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
a) porócito b) amebócito c) coanócito
d) escleroblasto e) espongina
ATIVIDADES
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3. Explique o processo de nutrição de um porífero.
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
4. O filo Porifera é representado pelas esponjas. Na figura abaixo, as letras A, B e C 
referem-se aos aspectos reprodutivos destes animais. Marque V, para alternativas 
verdadeiras e F, para as falsas.
(Disponível em:<http://colegio.uirapuru.edu.br/UirapuruColegio/Upload/Fase/Download/3_serie_ensino_
medio_poriferos_e_cnidarios.pdf>. Acesso em: 02 de março de 2012, adaptada.)
( ) A representa um tipo de reprodução assexuada. 
( ) B representa um tipo de reprodução sexuada. 
( ) C representa, pela presença de células sexuais, a reprodução sexuada. 
( ) A é denominado brotamento. 
( ) Para a formação do ovo, em C, deve ocorrer a fecundação. 
( ) Em A e B, os organismos produzidos por estes mecanismos possuem diferenças
 genéticas em relação ao indivíduo que lhe deu origem. 
( ) O fenômeno apresentado, em C, possibilita o aumento da variabilidade entre 
as esponjas.
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 5. Observe o desenho e responda:
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012, adaptada)
a) O que é átrio ou espongiocele?
b) O que é ósculo?
c) Quais os diferentes tipos de células presentes 
nos poríferos e quais suas funções?
6. Nos poríferos existem estruturas denominadas gêmulas. Explique o que são 
tais estruturas e para quê servem. 
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
7. O que são coanócitos? 
a) células reprodutivas dos poríferos;
b) células características dos cnidários;
c) células características dos espongiários (poríferos); 
d) formas jovens dos poríferos;
e) sinônimo de cnidoblastos
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8. Nos poríferos, o mesênquima é uma massa gelatinosa, onde estão imersos 
elementos de sustentação, e os __________ são células de formato irregular que 
se movimentam por pseudópodos. Dentre outras funções, essas células participam 
na formação do esqueleto através dos(das) __________ e na distribuição dos 
nutrientes obtidos na digestão executada pelos __________. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. 
(Disponível em: <http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Poriferos%20-%20Esponjas>. Acesso 
em: 02 de março de 2012.)
a) coanócitos - espículas - pinacócitos 
b) amebócitos - pinacócitos - coanócitos 
c) amebócitos - espículas - coanócitos 
d) pinacócitos - amebócitos - porócitos 
e) porócitos - pinacócitos – amebócitos
9. As esponjas possuem diferentes formas, algumas mais simples e outras mais 
complexas. Observe o desenho e dê o nome de cada uma das formas.
(Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-poriferos.htm>. Acesso em: 02 de 
março de 2012.)
10. Um exame dos diferentes tipos celulares que formam o corpo de uma esponja 
nos revela que o revestimento externo destes animais está formado por células 
genericamente denominadas:
(Disponível em: http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Poriferos%20-%20Esponjas>. Acesso em: 
02 de março de 2012.)
a) coanócitos. 
b) amebócitos. 
c) pinacócitos. 
d) arqueócitos. 
e) fibrócitos.
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6. FILO CNIDARIA 
 Caro estudante, o link abaixo se trata de uma vídeo-aula sobre os animais 
cnidários. Antes de começarmos o estudo deste grupo, propriamente 
dito, acesse o link abaixo e assita ao vídeo. Aproveite a apresentação 
dos conteúdos antes de começar a leitura. 
http://www.youtube.com/watch?v=5Osi8-AEg6A&feature=related.
6.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os cnidários são os primeiros animais com tecidos verdadeiros, estrutura corporal 
típica que os caracteriza como Eumetazoa. Estes organismos, por muito tempo, foram 
erroneamente conhecidos como celenterados (“Coelenterata”: o prefixo “coe” se lê “ce”), 
comumente utilizados como sinônimo de Cnidária. Atualmente, o termo “Coelenterata” é 
empregado para abranger dois filos distintos de animais: o Filo Cnidaria e o Filo Ctenophora. 
Desta forma, o termo celenterado passa a não ter mais valor taxonômico de filo, sendo 
apenas utilizado como um coletivo do grupo. Como o filo Ctenophora é pequeno, com poucas 
espécies conhecidas, nosso estudo se restringirá apenas ao filo Cnidaria. 
O filo Cnidaria apresenta representantes dulcícolas, mas a grande maioria é marinha, 
incluindo as hidras, medusas, anêmonas-do-mar e corais. É um grupo definido dentro do grau 
diblástico (consistindo, no entanto, dois tecidos: ectoderme – também denominada epiderme 
e endoderme – também denominada gastroderme), com simetria radial. Apresenta uma boca 
circundada por tentáculos e uma cavidade digestiva (denominada cavidade gastrovascular), 
que evolutivamente é muito importante, pois garante que os alimentos serão ingeridos 
em maiores proporções e digeridos na cavidade antes de penetrarem nas células. Desta 
forma, maior parte dos cnidários é carnívora, 
com digestão extracelular, inicialmente, e depois 
intracelular. Possuem, ainda, estruturas celulares 
de defesa características, chamadas cnidócitos, 
que acabou dando nome ao filo.
Os cnidócitos são células especializadas, 
responsáveis pela defesa e pela captura de 
alimentos, localizados por toda a epiderme, mas 
abundantes nos tentáculos (Figura 30). Estas 
células são constituídaspor uma cápsula de forma 
arredondada com uma abertura num dos lados, 
tapada por um opérculo. No seu interior, existe um 
tubo oco, longo e enrolado, chamado nematocisto, 
que durante a descarga é projetado explosivamente 
para o exterior da cápsula (processo que demora 
Figura 30: Esquema de um cnidócito.
Fonte:http://www.biorede.pt/page.asp?id=950
ZOOLOGIA.indb 43 29/05/12 12:02
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cerca de três milisegundos). Cada nematocisto é utilizado apenas uma vez. Posteriormente, 
é reabsorvido e substituído.
Os cnidários estão entre os organismos mais peçonhentos que se conhecem, devido 
à presença dos cnidócitos, que são células urticantes causadoras de queimadura na pele, 
ocasionando danos ao homem. Apesar da pouca atenção dada a este tipo de acidente 
no litoral brasileiro, os estudos existentes mostram que sua ocorrência é significativa. 
Caro estudante, acesse o link: 
http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n1/22.pdf 
Leia o artigo “Levantamento de registros dos acidentes com cnidários 
em algumas praias do litoral de Pernambuco (Brasil)” para que você 
tenha esclarecimento sobre tais acidentes comuns no litoral do Brasil.
 
Na fase adulta, os cnidários apresentam duas morfologias, o pólipo (forma séssil) e 
a medusa (forma planctônica, de vida livre), podendo variar em dimensões microscópicas a 
metros (Figura 31). A superfície oral dos pólipos é voltada para cima, enquanto nas medusas 
é voltada para baixo; desta forma, as medusas têm forma de sino ou guarda-chuva e os 
pólipos uma forma mais cilíndrica. 
Figura 31: Esquema das morfologias pólipo e medusa.
Fonte: http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=
perguntas&perguntas=13
Eles podem viver solitários ou em colônias. A respiração, a circulação e a excreção 
ocorrem através de difusão direta de substâncias com o meio circundante. O sistema nervoso 
já aparece neste grupo, mesmo que ainda seja bastante primitivo. Diz-se que o sistema 
nervoso é difuso pelo corpo, no qual os neurônios são organizados em uma rede nervosa na 
base da epiderme e da gastroderme (Figura 32). 
ZOOLOGIA.indb 44 29/05/12 12:02
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Figura 32: Célula nervosa primitiva dos cnidários.
Fonte: http://biodiversidadecientifica.blogspot.com/
A parede do corpo dos cnidários é formada por três camadas: epiderme (composta por 
um epitélio que reveste todo o corpo externamente, onde se encontram células intersticiais, 
de defesa e sensoriais), mesogleia (intermediária, composta por uma fina membrana acelular 
ou uma camada espessa de material gelatinoso) e gastroderme (é o epitélio que reveste toda 
a cavidade gastrovascular, onde há células de nutrição que produzem pseudópodos para 
englobar os alimentos e células enzimáticas que secretam enzimas digestivas). 
Nos pólipos, a capacidade de locomoção é reduzida, podendo ser do tipo “mede-
palmos” ou “cambalhota” (Figura 33). Nas medusas, a locomoção é mais ativa, podendo 
ser realizada por um mecanismo denominado jato propulsão, em que as bordas do corpo se 
contraem e a água, acumulada na fase oral da medusa, é expulsa em jato, provocando o 
deslocamento do animal no sentido oposto.
Figura 33: Deslocamento tipo mede-palmos.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario.php
ZOOLOGIA.indb 45 29/05/12 12:02
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6.2. CLASSIFICAÇÃO E REPRODUÇÃO
O filo Cnidaria é classicamente dividido em três classes: Anthozoa (maior classe), 
Scyphozoa e Hydrozoa. A classe Anthozoa é caracterizada pela ausência de metagênese. 
Não apresenta nenhuma forma medusóide, apenas polipóides, e apresenta simetria radial 
modificada em birradial. Exemplares deste grupo são as anêmonas-do-mar (Figura 34 A), os 
corais escleratínicos produtores de exoesqueleto calcário, responsáveis pela formação dos 
recifes de corais (Figura 34 B) e octocorais característicos com oito tentáculos. 
 Figura 34: Exemplares da classe Anthozoa: (A) Anêmona-do-mar e (B) Corais.
A Grande Barreira de Corais da Austrália é o grande espetáculo animal existente no 
planeta. É formada por uma infinidade de anéis como em uma corrente, estendendo-se por 
milhares de Km (aproximadamente 2.200 Km), que pode ser vista por um astronauta da Lua! 
Equivocadamente ao que se pensa, a barreira não é contínua. São milhões de formações de 
corais com várias formas diferentes umas próximas das outras, mas que, na maior parte de 
sua extensão, não se tocam, e, muitas vezes, estão até mesmo a dezenas de quilômetros de 
distância da sua vizinha. Também a Grande Barreira não é uma única linha. 
De um modo geral, a reprodução assexuada dos cnidários ocorre por brotamento ou 
fissão binária e a sexuada envolve a formação de gametas (fecundação). Nos antozoários, 
a reprodução pode ser sexuada ou assexuada, mas sem alternância de gerações (Figura 
35). A reprodução assexuada dos corais é simples e ocorre quando, por exemplo, pequenos 
fragmentos de corais se rompem de alguma forma (ou durante a alimentação ou durante algum 
evento ambiental, como tempestades) e são levados pelas correntes de água para diferentes 
locais, onde poderão se fixar, podendo colonizar novos ambientes. Neste caso, os pólipos 
que serão gerados são clones idênticos daquelas que lhes deram origem. À medida que os 
pólipos, ou unidades de corais, vão se dividindo, a colônia cresce. Na reprodução sexuada, os 
corais produzem óvulos e espermatozóides, liberados diretamente na água. Existem espécies 
que são hermafroditas (possuem os dois sexos dentro de um mesmo indivíduo) e espécies que 
A B
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produzem indivíduos com sexos separados. Desta última, os óvulos fecundados darão origem 
a uma larva de vida livre, chamada plânula, que vai se aderir a um substrato e se transforma 
em um pólipo. Este pólipo ao dividir-se, assexuadamente, produzirá vários indivíduos que 
formam uma colônia. O estágio larval móvel no ciclo de vida destes animais possibilita uma 
melhor distribuição espacial destas espécies no ambiente em que vivem.
Figura 35: Clico reprodutivo dos corais.
Fonte: http://www.geocities.ws/lavmbr/
corais_reproducao.htm
Caro estudante, pare um instante para acessar o link abaixo: 
http://preservblog.blogspot.com/2011/05/os-recifes-de-corais-e-
emissao-de-gases.html
Leia a reportagem e reflita sobre os efeitos ecológicos da emissão dos 
gases estufa sobre os recifes de corais. Lembre-se de que recifes de 
corais são formações rochosas calcárias que dão suporte a um amplo 
conjunto de plantas e animais marinhos.
Na classe Scyphozoa, os membros apresentam predominantemente a forma 
medusóide no seu ciclo de vida, com indivíduos geralmente maiores do que os da classe 
Hydrozoa e com complexidade maior. A forma de pólipo é restrita ao estágio larval. O 
representante mais conhecido são as águas-vivas (Aurelia) (Figura 36). 
ZOOLOGIA.indb 47 29/05/12 12:02
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Figura 36: Água-viva.
Fonte:http://petmag.uol.com.br/noticias/agua-viva-possui-
o-segredo-da-imortalidade/
Quanto à reprodução, a fecundação é interna. A plânula nada durante certo tempo 
e origina um pequeno pólipo fixo (cifístoma – geração assexuada). Este, por sua vez, dá 
origem, por estrobilação, a medusas jovens denominadas éfiras (reprodução assexuada, 
ainda). Estas,mais tarde, poderão se reproduzir sexuadamente, desenvolvendo a larva 
(plânula) que adquirirá forma polipóide, fechando o ciclo (Figura 37).
Figura 37: Reprodução da classe Scyphozoa.
Fonte: http://fabiologicamente.blogspot.com/2010/11/
os-cnidarios-algumas-informacoes.html
A classe Hydrozoa reúne um grande número de cnidários pequenos e pouco 
conhecidos. É a única classe que abriga representantes de água doce. Podem apresentar as 
formas polipóides e medusóides ou as duas, dependendo da fase do ciclo de vida. A Hydra 
(Figura 38) é um dos membros mais comuns desta classe. Ela é dulcícola e não possui o 
ZOOLOGIA.indb 48 29/05/12 12:02
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estágio medusóide. Outro representante é a Obelia, com os dois estágios durante seu ciclo 
de vida e, por fim, a caravela portuguesa (Physalia), que é uma colônia natante de estrutura 
flutuante cheia de gás, apresentando medusas e pólipos modificados e um único tentáculo 
longo para a captura de alimento. 
 Figura 38: Hidra (A) e caravela portuguesa (B).
Alternância de gerações ou metagênese é um tipo de reprodução que ocorre em 
algumas espécies de cnidários que apresentam ciclo de vida complexo. Neste processo, se 
alternam gerações de pólipo e de medusa (como o próprio nome sugere). Em algumas espécies, 
a forma predominante no ciclo de vida é o pólipo, já em outras, a forma predominante é 
a medusa. No hidrozoário colonial Obelia, o ciclo é alternante, com predomínio de formas 
polipóides.
As hidras são 
dióicas (sexos separados) e 
apresentam desenvolvimento 
direto, ou seja, não há fase 
larval entre ovo e adulto. 
A hidra-macho lança os 
espermatozóides na água, 
enquanto a hidra-fêmea 
retém o óvulo maduro na 
superfície do corpo. O zigoto 
sofre as primeiras clivagens 
ainda preso ao corpo materno, 
originando um embrião, 
que logo se liberta e origina 
uma hidra jovem, a qual, na 
maturidade, repetirá o ciclo 
(Figura 39).
Figura 39: Reprodução sexuada das hidras.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-cnidaria/filo-
cnidaria-16.php
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Ainda há a reprodução assexuada por brotamento, onde brotos laterais ligados à 
hidra-mãe, dela se destacam dando origem a organismos idênticos à célula que lhe deu 
origem (Figura 40).
Figura 40: Reprodução assexuada por brotamento das hidras. 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario2.php
Uma colônia de Obelia possui dois tipos de pólipo: gastrozóides (pólipos alimentares) 
e gonozóides (pólipos reprodutores). Quando maduros, os gonozóides produzem medusas 
masculinas e femininas, por brotamento. Estas, depois de maduras, produzem gametas. A 
fecundação ocorre externamente e os zigotos formados se desenvolvem em larvas ciliadas, 
denominadas plânulas. Depois de nadar por algum tempo, as plânulas se fixam e originam 
pólipos, que formam novas colônias (Figura 41).
Figura 41: Reprodução por alternância de gerações na Obelia.
Fonte:http://fabiologicamente.blogspot.com/2010/11/os-cnidarios-algumas-informacoes.html
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1. Quais são os animais pertencentes ao filo Cnidaria? Em quais ambientes eles 
podem ser encontrados?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
2. Quais são os dois padrões morfológicos dos cnidários? Considerando a locomoção, 
como esses dois tipos se diferenciam um do outro?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
3. Considerando a complexidade dos tecidos, qual a diferença entre os cnidários 
e os poríferos?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
4. Quais são os tecidos embrionários presentes nos cnidários? Quais tecidos do 
animal eles originam?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
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5. Por que o sistema digestório destes animais é denominado incompleto?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
6. Qual é o tipo de digestão que ocorre nos cnidários?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
7. O que são cnidócitos? Qual o nome da cápsula presente no interior do cnidócito? 
Qual a função biológica destas estruturas?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
8. Como se organiza o sistema nervoso nos cnidários?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
9. Sobre a reprodução dos cnidários, responda:
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012, adaptada.)
a. Quais são os tipos de reprodução presentes nos cnidários? 
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b. Qual o tipo de reprodução assexuada que ocorre nas hidras?
c. O que é metagênese? Qual o outro nome deste processo?
10. Qual o nome da larva dos corais e das anêmonas? Qual a importância biológica 
do estágio larval?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
11. Quais são as principais classes que formam o filo Cnidaria? Quais são os 
representantes de cada uma delas e em qual forma corporal (pólipo ou medusa) 
elas são encontradas?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
12. O que são corais?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
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13. Como os cnidários são caracterizados quanto aos aspectos básicos da 
morfologia, tipo de simetria, presença de celoma, sistema digestório, sistema 
respiratório, sistema circulatório, sistema excretor, sistema nervoso e tipo de 
reprodução?
(Disponível em: <http://www.sitedojubi.com.br/index.php?s=biologia&p=perguntas&perguntas=13>. Acesso 04 
de janeiro de 2012.)
14. Os acidentes em que as pessoas são “queimadas” por cnidários ocorrem com 
frequência no litoral brasileiro. Esses animais possuem cnidoblastos ou cnidócitos, 
células que produzem uma substância tóxica, que é composta por várias enzimas 
e fica armazenada em organelas chamadas nematocistos. Os cnidários utilizam 
essa substância tóxica para sua defesa e a captura de presas.
(Disponível em: <http://downloads.passeiweb.com/fuvest/2011/correcao_terceiro_dia/questao_03_biologia_
anglo.pdf>. Acesso 04 de janeiro de 2012.)
a) Em que organela(s) do cnidoblasto ocorre a síntese das enzimas componentes 
da substância tóxica?
b) Após a captura da presa pelo cnidário, como ocorremsua digestão e a distribuição 
de nutrientes para as células do corpo do animal?
15. Uma colônia de pólipos forma, por brotamento, pequenas medusas. Estas 
liberam gametas no ambiente, onde ocorre a fecundação. Do zigoto, surge uma 
larva ciliada, que dá origem a uma nova colônia de pólipos. A descrição anterior 
refere-se a um:
(Disponível em: <http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Celenterados>. Acesso 04 de janeiro 
de 2012.)
a) cnidário, que apresenta alternância de gerações.
b) cnidário, que apresenta exclusivamente reprodução sexuada.
c) espongiário, que apresenta exclusivamente reprodução sexuada.
d) espongiário, que apresenta alternância de gerações.
e) platielminte, que apresenta reprodução sexuada e assexuada, sem alternância 
de gerações.
ZOOLOGIA.indb 54 29/05/12 12:02
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16. A figura 37 do material mostra o ciclo de vida da hidra. A análise da figura leva 
às seguintes considerações:
I. A hidra reproduz-se tanto sexuada como assexuadamente.
II. As larvas ciliadas têm vida livre.
III. No ciclo de vida da hidra só existe a fase de pólipo.
Dessas considerações, APENAS:
a) I é correta.
b) III é correta.
c) I e II são corretas.
d) I e III são corretas.
e) II e III são corretas.
7. FILO PLATYHELMINTHES (DO GREGO PLATY: ACHATADO; 
HELMINTHES: VERMES)
7.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Organismos do filo dos platelmintos são eumetazoários mais complexos, com simetria 
bilateral de origem triblástica. Este tipo de desenvolvimento é determinado pela formação 
da mesoderme como o terceiro folheto embrionário, desenvolvido entre a ectoderme e a 
endoderme (Figura 40). A presença de simetria bilateral e de mesoderme pela primeira vez 
são consideradas novidades evolutivas. 
Figura 42: Esquema de um organismo de origem triblástica.
Fonte: http://embriologiabio.webnode.com/folhetos-embrionarios/
ZOOLOGIA.indb 55 29/05/12 12:02
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A simetria bilateral, aquela que 
divide o corpo de um animal em duas 
partes idênticas, define a complexidade 
estrutural de um organismo em grau 
“acoelomata” (acelomados) e grau 
“eucoelomata” (eucelomados). O 
filo dos platelmintos é o verdadeiro 
representante dos acelomados. Nos 
acelomados, a mesoderme origina 
a musculatura e o mesênquima ou 
parênquima (tecido frouxo, com grande 
quantidade de líquido entre as células, 
responsável pelo preenchimento e 
sustentação corporal) (Figura 43).
A simetria bilateral ainda 
marca outro avanço evolutivo 
importante compartilhado 
com muitos eumetazoários: a 
cefalização, claramente visualizada 
já em organismos simples, como os 
acelomados platelmintos. A cefalização 
é evidenciada pela formação de gânglios 
cerebróides anteriores e cordões 
nervosos longitudinais. É observável nas 
planárias, platelmintos de vida livre, a 
concentração de receptores na região 
anterior, onde se localizam órgãos 
receptores mais evidentes: os ocelos 
(fotorreceptores). 
O desenvolvimento de protonefrí dios é outra novidade evolutiva compartilha da 
com muitos eumetazoários. São tubos em fundo cego que terminam em “células flama”, e 
consistem de duas unidades celulares, em que uma é tubular e a outra em forma de capuz, 
com dois ou mais flagelos. Esta estrutura é pouco corretamente designada como excretora, 
porque tal estrutura está mais relacionada com funções osmorreguladoras do que excretoras 
propriamente ditas (Figura 44).
Figura 43: Representação dos animais acelomados, 
pseudocelomados e celomados.
ZOOLOGIA.indb 56 29/05/12 12:02
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Figura 44: Protonefrí dios.
Fonte: http://carteiraa9adelita.blogspot.com/2011/06/platelmintos.html
Os platelmintos são comumente conhecidos como vermes achatados dorso 
ventralmente, como uma consequência da ausência dos sistemas circulatório e respiratório. 
Assim, as trocas gasosas ocorrem por difusão. Incluem espécies de vida livre, aquáticas e 
terrestres, e espécies parasitas de animais (Figura 45). É baseado nesses padrões que a 
arquitetura dos platelmintos pode ser mais bem compreendida. 
Figura 45: Exemplos de organismo do filo dos platelmintos. Planária de vida livre à direita e tênia ou solitária, 
parasita do intestino delgado do ser humano, à esquerda.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/platelmintos.php
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7.2 - CLASSIFICAÇÃO E REPRODUÇÃO
Tradicionalmente, o filo é dividido em três clas ses: Turbellaria, Trematoda e 
Cestoda. Porém, uma modificação da sistemática que tem ganhado aceitação é a retirada 
da Or dem Monogenea de Trematoda, elevando-a à categoria de Classe. Neste novo sistema, 
os platelmintos ficam compostos por quatro Classes: Turbellaria (planárias), Monogenea, 
Trematoda e Cestoda (MOREIRA, 2009). 
A classe Turbellaria apresenta uma arquitetura relacionada ao estilo de vida livre, 
onde encontramos as planárias de água doce (Dugesia e Geoplana), enquanto que as demais 
classes já apresentam modificações corpóreas individualizadas concernentes aos estilos de 
vida parasita. A vida de parasita promove algumas restrições, como simplificações estruturais, 
adaptações especiais para viver dentro de hospedeiros e desenvolvimento de ciclos de vida 
complexos. As características estruturais dos parasitas, bem como suas doenças relacionadas 
são estudadas em Parasitologia.
Então, vamos ver cada classe separadamente, incluindo-se os aspectos reprodutivos:
A. TURBELLARIA
A parede do corpo dos turbelários é dividida em três camadas: epitélio ciliado de 
origem ectodérmica (que auxilia na locomoção), musculatura e mesênquima, de origem 
mesodérmica. Na superfície ventral, são presentes células glandulares que secretam grande 
quantidade de muco para facilitar a locomoção. As estruturas epidérmicas têm o formato 
de bastonetes, denominadas rabdoides, produzidas e estocadas na camada epitelial. Os 
rabdoides liberam bastante muco sob o epitélio, auxiliando na proteção do animal contra o 
dessecamento ou na defesa contra predadores. Rabdoides, quando produzidos por células 
glandulares do mesênquima, passam a ser chamados de reabditos, que são acumulados 
também na epiderme, contribuindo para a produção de muco. Estas estruturas liberam 
substâncias tóxicas de defesa.
Os turbelários apresentam aparelho digestivo incompleto, com presença apenas de 
uma abertura única no trato digestivo (a boca), localizada no meio da superfície ventral. 
Antes de o alimento chegar ao intestino, uma faringe muscular móvel, chamada de protrátil, 
é usada para capturar o alimento. A digestão, no entanto, é inicialmente extracelular e, 
posteriormente, intracelular. Estes organismos são predominantemente carnívoros e a presa 
pode ser engolida quase que inteira. Neste caso, a faringe pode auxiliar, sendo projetada 
para dentro do corpo da presa, eliminando enzimas proteolíticas. Depois que o conteúdo 
estiver parcialmente digerido, este é bombeado para o interior do intestino através de 
peristaltismos (Figura 46).
ZOOLOGIA.indb 58 29/05/12 12:02
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Figura 46: Estrutura corpórea de um turbelário.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-platelmintos/filo-platelmintos-12.php
 Existe, ainda, no corpo dos turbelários a presença de projeções dotadas de 
receptores ciliares responsáveispela recepção de partículas químicas, chamadas aurículas, 
além de ocelos perceptíveis. Existe um par de gânglios nervosos ventrais localizados na 
cabeça, de onde saem cordões nervosos longitudinais (Figura 47).
Figura 47: Sistema nervoso dos turbelários.
 Os turbelários apresentam 
reprodução assexuada, por divisão 
binária com bipartição transversal, 
devido à sua alta capacidade de 
regeneração (Figura 48) e sexuada. 
Na reprodução sexuada, as 
planárias são hermafroditas, mas 
raramente ocorre autofecundação. 
Elas, geralmente, realizam cópula 
com dois indivíduos colocando 
em contato seus poros genitais e 
ocorrendo fecundação interna. Os 
ovos resultantes são eliminados e 
deles saem planárias jovens, que 
não passam por estágio larval, 
desta forma, o desenvolvimento é 
direto (Figura 49).
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/
filo-platelmintos/filo-platelmintos-1.php
ZOOLOGIA.indb 59 29/05/12 12:02
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Figura 48: Reprodução assexuada dos turbelários. Figura 49: Reprodução sexuada dos turbelários.
Nas classes parasitas Monogenea, Trematoda e Cestoda, o epitélio ciliado larval foi 
perdido na metamorfose, substituído, então, por um tegumento protetor secretado pelo 
mesênquima. Tal tegumento é uma novidade evolutiva compartilhada pelas três classes. A 
função deste tegumento é proteger o parasita adulto contra as defesas do hospedeiro, bem 
como realizar trocas de gases e metabólitos com o meio. 
Para se movimentarem dentro do hospedeiro, os parasitas dependem totalmente 
de sua musculatura. Existem também algumas estruturas que favorecem a fixação destes 
organismos, como: ventosas, ganchos, glândulas adesivas. Porém, eles também contam com 
as contrações corporais do próprio hospedeiro. 
B. MONOGENEA
Representantes deste grupo são parasitas que possuem apenas um único hospedeiro. 
Alimentam-se de fluidos e tecidos dos hospedeiros, de forma bem semelhante aos turbelários.
C. TREMATODA
Os membros deste grupo são conhecidos como facíolas, um dos principais grupos 
de parasitas de outros animais. Outro representante bastante comum é o Schistossoma 
mansoni. Apresentam certa semelhança aos turbelários, apesar de serem parasitas. Este 
grupo é caracterizado pela presença de uma estrutura de fixação ao hospedeiro, chamada 
acetábulo ou ventosa ventral (Figura 50). Este órgão único não é compartilhado com nenhum 
outro animal, considerado, no entanto, uma sinapomorfia da classe. Pode ser encontrada 
também ventosa oral.
Fonte:http://wwwcfb2011cmpa.blogspot.
com/2011/09/filo-platelminto.html
Fonte:http://biocurioso.blogspot.com/2010/08/voce-
conhece-planaria.html
ZOOLOGIA.indb 60 29/05/12 12:02
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 Figura 50: Ventosa ventral presente nos trematódeos.
 Fonte: http://html.rincondelvago.com/platelmintos_1.html
A ausência de órgãos dos sentidos e a produção de uma grande quantidade de ovos 
na reprodução têm o objetivo de facilitar a sobrevivência e a infestação efetiva de novos 
hospedeiros. Apresentam digestão parcialmente extracelular, também se alimentando pelo 
bombeamento de fluidos através da faringe protrátil. 
Os trematódeos podem ser hermafroditas ou possuírem sexos separados. Durante 
o processo reprodutivo, os espermatozóides saem dos testículos e se armazenam numa 
vesícula seminal. Vai haver uma cópula mútua, com fertilização interna e cruzada. O ciclo 
de vida pode envolver 
vários hospedeiros. No 
caso da esquistossomose, o 
hospedeiro intermediário 
é o caramujo planorbídeo 
do gênero Biomphalaria. Os 
embriões são ciliados e se 
deslocam na água à procura 
do hospedeiro intermediário 
(caramujo). O Schistosoma 
mansoni desenvolve-se até 
a fase de larva (cercária) no 
caramujo, que penetra na 
pele humana e vai terminar 
o desenvolvimento nas veias 
do intestino e do fígado 
(Figura 51). 
Figura 51: Ciclo biológico do Schistossoma mansoni
Fonte: http://iaci.com.br/xistose.htm
ZOOLOGIA.indb 61 29/05/12 12:02
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D. CESTODA
Todos os membros são endoparasitas, incluindo as solitárias (Taenia), com pouca 
capacidade de locomoção dentro do hospedeiro, porém são um pouco mais especializadas 
que as demais classes. Para isto, algumas ondulações corporais podem ser realizadas. A região 
anterior do corpo possui uma estrutura denominada escólex, com ventosas e/ou ganchos 
que são presos às paredes do intestino hospedeiro (Figura 52). Seguida desta estrutura, há 
uma região denominada colo, da qual se originam vários segmentos individuais arranjados 
linearmente. Tais segmentos são chamados proglótides e compõem a maior parte do corpo 
do animal (Figura 52). À medida que o cestoda amadurece, as proglótides aumentam de 
tamanho e se posicionam em direção à região posterior do animal. As mais jovens ficam mais 
próximas ao colo. 
 Figura 52: Esquema de um animal da Classe Cestoda.
Fonte: http://www.ub.edu/crba/practiques/zoologia/practica2/part6.htm
Os cestodas não possuem nenhum vestígio de boca ou aparelho diges tório, assim, 
todos os nutrientes são absorvidos diretamente pelo tegu mento. Esta é uma característica 
interessante, que confirma aquilo que discutimos no início da unidade, em relação às 
características de um ser vivo animal. Neste caso, os cestódeos não precisam de um sistema 
digestivo, porque recebem o alimento já digerido pelo seu hospedeiro. O sistema nervoso 
(massa nervosa localizada no escólex e dois cordões longitudinais laterais que se estendem 
por trás) e os protonefrídios se estendem ao longo das proglótides. Quanto à reprodução, 
em cada proglótide encontram-se os aparelhos reprodutores masculino e feminino, assim, 
são todos hermafroditas. Depois que ocorre a fecundação, o útero se enche de ovos, daí a 
proglótide passa a ser chamada de grávida ou gravítica; esta é a porção do organismo que 
se desprende e é eliminada do corpo juntamente com as fezes de um hospedeiro infectado.
ZOOLOGIA.indb 62 29/05/12 12:02
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1. Com base em alguns conceitos básicos de Anatomia e Embriologia é possível a 
separação dos animais em diferentes grupos. Preencha o quadro a seguir indicando 
a classificação dos grupos animais de acordo com a característica solicitada.
(Disponível em: <http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/biologia/platelmintes.php>. Acesso em: 05 
de janeiro de 2012).
Grupo animal Simetria Nº de folhetos embrionários
Presença ou ausência 
de celoma
Cnidários
Platelmintos
2. Explique o porquê dos platelmintos serem considerados eumetazoários 
verdadeiros?
3. Qual é o maior avanço evolutivo encontrado nos platelmintos que é compartilhado 
com maioria dos eumetazoários?
4. É correto dizer que protonefrídios são estruturas de excreção? Descreva esta 
estrutura.
ATIVIDADES
ZOOLOGIA.indb 63 29/05/12 12:02
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5. Os platelmintos são conhecidos como “vermes achatados”. Qual é a 
consequência desta expressão para a vida deste animal?
6. Os platelmintos são tradicionalmente divididos em três classes: Turbellaria, 
Trematoda e Cestoda. Descreva as principais características que distinguem cada 
uma destas estruturas, incluindo informações sobre a reprodução.
7. No processo evolutivo foram selecionados os seres de fecundação externa que 
liberam uma grande quantidade degametas para o meio ambiente. As hidras, 
no entanto, reproduzem-se rapidamente, embora lancem um pequeno número 
de gametas na água. A explicação para esse fato é que as hidras apresentam um 
acelerado processo de reprodução:
(Disponível em: <http://www.professor.bio.br/provas_topicos.asp?topico=Celenterados>. Acesso em: 05 de 
janeiro de 2012.)
a) assexuada por divisão binária.
b) assexuada por esporulação.
c) assexuada por brotamento.
d) sexuada por autofecundação.
e) sexuada por partenogênese.
8. “Quanto à reprodução, são hermafroditas. Cada proglótide, ou seja, cada 
segmento (gomo) do animal, possui os dois sexos, sendo fecundadas e depois 
eliminadas através das fezes do hospedeiro”. Esta afirmação diz respeito à 
reprodução de qual classe dos platelmintos?
ZOOLOGIA.indb 64 29/05/12 12:02
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9. As figuras a seguir esquematizam o sistema nervoso de uma hidra e de uma 
planária.
(Disponível em: <www.sistemapueridomus.com.br/.../FileDownload.EZTSvc.asp?>. Acesso em: 05 de janeiro de 
2012.)
Com base nesses esquemas, fizeram-se as afirmações abaixo:
I. O sistema nervoso da planária pode ser considerado mais avançado que o da 
hidra.
II. A hidra possui um centro nervoso, que envia ordens para todas as partes do 
corpo, enquanto a planária não apresenta centralização do sistema nervoso.
III. O sistema nervoso da hidra é difuso e o da planária é ganglionar.
Dessas afirmações, somente:
a) I e III estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I é correta.
d) II é correta.
e) III é correta.
ZOOLOGIA.indb 65 29/05/12 12:02
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8. FILO NEMATODA OU NEMATHELMINTHES
Prezado estudante, já chegamos ao último filo de invertebrados 
inferiores e você já deve estar se perguntando o porquê de se 
estudar tantos grupos biológicos. Especialmente o estudo dos vermes 
platelmintos e nematelmintos, causadores de tantas epidemias no nosso 
país, é importante para podermos compreender quais são as implicações 
em termos econômicos, sociais e de saúde pública envolvidas no nosso 
cotidiano. Não pense que estes organismos são apenas vilões. Não 
são! Tanto os platelmintos quanto os nematelmintos apresentam uma 
importância ecológica relacionada à associação parasitária, que além 
de poder controlar a relação entre a população de predadores e presas 
em um determinado ecossistema, podem ser relativamente frágeis e 
se tornar ótimos bioindicadores ambientais. Eles têm implicações nas 
áreas das ciências médicas, já que as principais endemias parasitárias 
relatadas pelo sistema de saúde pública são decorrentes das infecções 
desencadeadas por estes organismos. Assim, não menospreze estes 
animais!
8.1- CARACTERÍSTICAS GERAIS
A palavra Nematoda vem das palavras gregas nematos, que significa fio e eidos, 
forma. Ao longo da história, este filo recebeu vários nomes diferentes: Nematoidea, Nemata 
e Nematoda. 
Os nematelmintos (nema: fio; helminthes: vermes) são vermes cilíndricos considerados 
eumetazoários, triblásticos, blastocelomados, de simetria bilateral. Atualmente, o termo 
“pseudoceloma” (falso celoma) tem perdido força dentro dos estudos embrionários. Antes, 
um animal para ser “pseudocelomado” tinha que ter a presença da cavidade corporal, mas 
esta ainda não era o celoma verdadeiro. Atualmente, estes organismos têm sido chamados 
blastocelomados, porque possuem uma cavidade corporal, que ainda não é um celoma 
verdadeiro, mas um resquício da blastocele embrionária. No entanto, os platelmintos e os 
blastocelomados podem ser considerados animais acelomados.
O blastocele é uma cavidade que se forma durante o estágio embrionário de 
blástula, mas desaparece após a gastrulação no desenvolvimento embrionário da maioria 
dos eumetazoários triblásticos e a cavidade que permanece, sendo preenchida pelo terceiro 
folheto embrionário que se forma. Num grau de complexidade ainda maior, é evidente o 
desenvolvi mento de um celoma verdadeiro intimamente relacionado com a mesoderme. 
Porém, em alguns animais como os nematelmintos, observa-se que a cavidade existente é 
apenas um vestígio da blastocele inicial, por isso passam a ser chamados blastocelomados. 
O celoma, como cavidade corporal interna, destaca-se como novidade evolutiva da 
maioria dos ani mais. O significado disto é confirmado por um esqueleto hidrostático que, 
ZOOLOGIA.indb 66 29/05/12 12:02
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além da sus tentação, promove movimentos antagônicos entre as musculaturas do corpo. No 
entanto, a grande contribuição desta cavidade é que permitiu a individualização de parte da 
cavidade celomá tica para formar o sistema circulatório e outras estruturas individualizadas 
nos eumetazoários. 
Os nematelmintos são, em maioria, de vida livre, incluindo espécies muito pequenas 
e, às vezes, pouco conhecidas. Os represtantes do grupo que são parasitas (de animais 
e plantas) apresentam um tamanho corporal maior e, por apresentarem grande interesse 
médico e veterinário, acabam sendo mais conhecidos e, por conseguinte, mais estudados. 
Estes organismos podem ser encontrados nos mais diversos ambientes aquáticos e terrestres.
De modo prático, os nematelmintos são uma estrutura de extremidades afiladas em 
forma de tubo, contendo no seu interior, outro tubo, baseada num hidroesqueleto de alta 
pressão, que mantém a forma cilíndrica destes animais (Figura 53). Possuem uma cutícula 
que limita o volume do verme, mas permite alterações na sua forma; são muito resistentes e 
não permitem perda de água para o meio externo. Eles variam muito de tamanho, podendo 
ter medidas microscópicas até mesmo atingir metros. 
 Figura 53: Nematelminto (Ascaris lumbricoides).
Os nematelmintos de vida livre se alimentam de pequenos organismos (animais, 
protistas e bactérias) e, ao contrário dos platelmintos, possuem tubo digestório completo, 
com boca e ânus (Figura 54). Apresentam uma faringe alongada que produz enzimas digestivas. 
Assim, a digestão nestes animais começa extracelularmente e termina intracelularmente, 
nas células do intestino. Esta característica é compartilhada com outros organismos 
blastocelomados e todos os eucelomados. Então, é um avanço evolutivo, vocês não acham?
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Figura 54: Sistema digestivo de um nematelminto.
Fonte: http://www.infoescola.com/animais/sistema-digestivo-dos-nematelmintos
Estes organismos não apresentam sistema circulatório, nem respiratório. Os fluidos 
corporais e os gases são transportados por difusão, de forma semelhante ao que acontece 
com os platelmintos. Dependendo do ambiente em que se encontram, podem ser anaeróbicos 
facultativos, especialmente nos nematódeos parasitas, que precisam desta qualidade para 
sobreviver. 
Já o aparelho excretor é uma peculiaridade desses animais, sendo encontrado, 
então, apenas nos nematódeos. O que é detectado neste grupo é a conexão do sistema 
proto nefridial (como vimos em platelmintos) com o sistema circulatório, que modifica a 
função dos protonefrídios de osmorreguladores para excretores. Assim, o sistema excretor é 
formado por uma ou duas células glandulares ventrais, chamadas células renete, dispostas 
de maneira que uma célula, em parte, se sobrepõe à outra, como a disposição de telhas em 
um telhado (Figura 55A), dentro do blastoceloma, com uma ampola terminal abrindo-se para 
o exterior através de um poro, que pode estar ou não ligado a sistema tubularem “H” (Figura 
55B). O sistema tubular recebe este nome devido ao formato em que é disposto dentro do 
corpo dos nematelmintos. A maioria destes animais excretam amônia e outra função que as 
células renete podem ter é a osmorregulação. 
 
 Figura 55: Sistema excretor do nematelminto: (A) Célula renete e (B) Túbulo em “H”.
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Os nematódeos apresentam gânglios 
cerebroides, que estão dispostos na forma de um 
anel nervoso circunfaringeal associado a gânglios 
(ver Figura 54). Anteriormente ao corpo do animal, 
estende-se uma coroa de nervos sensoriais e motores 
inervando todos os órgãos sensitivos cefálicos e 
estruturas bucais. O anel nervoso se conecta aos 
cordões nervosos que se estendem para trás através 
de vários gânglios. Existem quatro cordões nervosos 
que se estendem longitudinalmente envoltos por 
cordões epidérmicos aprofundados entre a camada 
muscular. Os órgãos sensoriais mais comuns neste 
grupo são papilas, setas e espículas, desempenhando 
funções táteis (mecanorreceptores). 
Os nematódeos são organismos dioicos (sexos 
separados) e apresentam dimorfismo sexual, em que 
as fêmeas são maiores que os machos (Figura 56). 
Fonte: http://www.euachei.com.br/educacao/
biologia/filo-nematelmintos/index.php
A fêmea possui um aparelho reprodutor constituído por um par de ovários alongados 
que faz o papel do oviduto, onde se alarga na forma de útero (Figura 57). Os dois úteros 
convergem para uma vagina curta que se abre para o exterior por um gonóporo (separa 
do ânus). Este, por sua vez, abre-se na superfície ventral, aproximadamente na região 
mediana do corpo. Já os machos, além de ser menores, são recurvados na extremidade 
posterior do corpo. O aparelho reprodutor masculino (Figura 57) se abre na cloaca (junto ao 
ânus), podendo apresentar um órgão copulador, e é composto por dois testículos tubulares 
diferenciados em zona germinativa, 
zona de crescimento e zona de 
maturação. Em seguida, o testículo 
se abre num ducto espermático, 
estendendo-se até a região posterior 
do corpo, onde se alarga numa 
vesícula seminal. Uma ou duas 
espículas, estruturas sensoriais 
anteriormente mencionadas, 
formam o aparelho copulador que 
é inserido no gonóporo da fêmea 
durante a cópula. Por esta razão, 
a fecundação é interna (ocorre no 
útero), com formação de zigoto, 
que será envolto por uma carapaça 
grossa depositado no ambiente em 
que se desenvolverá.
Figura 56: Dimorfismo sexual dos nematódeos 
(à esquerda, o fêmea e à direita, a macho).
Figura 57: Sistema reprodutor masculino e feminino dos 
nematódeos.
Fonte:http://www.infoescola.com/animais/sistema-
reprodutor-dos-nematelmintos/
ZOOLOGIA.indb 69 29/05/12 12:02
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8.2 - CLASSIFICAÇÃO
O filo Nematoda é dividido em duas classes distintas: Adenophorea (ou Aphasmida) e 
Secernentea (ou Phasmida). A primeira classe reúne a maioria dos nematódeos de vida livre, 
compreendendo quase todas as espécies aquáticas, tanto de água doce como oceânicas, 
parte das espécies do solo, parte das parasitas animais e alguns parasitas dos vegetais. Os 
representantes desta classe são dotados de um aparelho excretor simples. As características 
taxonômicas deste grupo estão baseadas na presença (anfídios – quimiorreceptores cefálicos) 
e na ausência (fasmídios - quimiorreceptores caudais) de órgãos sensoriais. A segunda classe 
compreende parte das espécies que habitam o solo, a maioria das parasitas animais e quase 
todos os parasitas dos vegetais, raramente aquáticos. O sistema excretor destes organismos 
é mais complexo. Além disso, marca-se a presença de estruturas sensoriais (anfídios e 
fasmídios). Entre os fasmídos encontram-se os Ascaris, oxiúros e filárias, endoparasitas do 
ser humano e de outros animais.
Prezado estudante, acesse os vídeos abaixo e assista as vídeo-aulas 
como forma de revisão dos conteúdos a respeito dos invertebrados 
platelmintos nematelmintos que vimos, em seguida, responda os 
exercícios abaixo sobre o filo Nematoda.
• http://www.youtube.com/watch?v=Kjnd4RprzfE
• http://www.youtube.com/watch?v=-a8g4Yw9GPk&feature=related
• http://www.youtube.com/watch?v=EbdaN58lx54&feature=related
1. Nematódeos são animais vermiformes de vida livre ou parasitária encontrados 
em plantas e animais, inclusive no homem. Sobre as características presentes em 
nematódeos, considere as afirmativas a seguir. 
(Disponível em: <http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/biologia/q_complementares_ap4.
php#questao35>. Acesso em: 07 de janeiro de 2012, adaptada.)
I. Corpo não segmentado coberto por cutícula 
II. Sistema digestório completo 
III. Órgãos especializados para circulação 
IV. Blastoceloma (ou pseudoceloma) 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e III b) I e IV c) II e III d) I, II e I
ATIVIDADES
ZOOLOGIA.indb 70 29/05/12 12:02
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2. Analise as alternativas abaixo e indique a característica que NÃO distingue 
platelmintos de nematelmintos.
a) Tubo digestório completo com boca e ânus
b) Presença de cílios 
c) Existência de sistema circulatório 
d) Excreção por célula flama 
e) Presença de blastoceloma 
3. Sobre nematelmintos responda:
I. Todos os nematelmintos são monoicos.
II. Nenhuma espécie de nematelminto apresenta dimorfismo sexual. 
III. A fecundação dos nematelmintos é interna.
a) Apenas a frase I está correta. 
b) Apenas as frases I e II estão corretas. 
c) Apenas as frases I e III estão corretas. 
d) Apenas as frases II e III estão corretas. 
e) Apenas a frase III está correta. 
4. Cite quatro características evolutivas e embrionárias dos nematelmintos.
5. Por que atualmente os nematelmintos têm sido chamados de blastocelomados 
em substituição ao termo pseudocelomado?
6. Qual é o habitat dos nematelmintos?
ZOOLOGIA.indb 71 29/05/12 12:02
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7. Porque os nematelmintos, assim como os platelmintos, têm importância 
médica?
8. Se te perguntarem o que é um animal nematelminto, o que você responderia?
9. Descreva os sistemas corporais dos nematelmintos abaixo.
a. Digestório
b. Excretor 
c. Nervoso
d. Reprodutor
ZOOLOGIA.indb 72 29/05/12 12:02
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Caro estudante, terminamos o estudo dos invertebrados inferiores que foram tratados 
nesta primeira unidade. Vimos os conceitos básicos para o entendimento de cada grupo e 
do Reino Animal em si. Fizemos uma abertura para estudarmos os protozoários, uns dos 
representantes do Filo Protista, didaticamente incluido dentro de Zoologia de Invertebrados. 
Abordamos individualmente cada grupo de invertebrados inferiores, contemplando suas 
principais características evolutivas, morfólogicas e estruturais. Vimos que os poríferos são 
considerados os animais mais simples deste grupo por não apresentarem tecidos verdadeiros, 
característica esta que já aparece nos cnidários. Os platelmintos, por sua vez, são os vermes 
achatados mais complexos contendo três folhetos embrionários. Os nematelmintos, por 
fim, já apresentam estruturas mais bem desenvolvidas e destaca o aparecimento de uma 
cavidade celômica, mas sem preenchimento (denominada blastoceloma). O entendimento 
desta organização é muito importante para darmos continuidade à nossa segunda unidade, 
onde estudaremosos invertebrados superiores. Para isto, é necessário que você responda 
as atividades propostas, assista aos vídeos indicados e leia os materiais complementares 
sugeridos. Não se esqueça de realizar aulas práticas sobre cada animal, para que você veja na 
prática o que trabalhamos teoricamente. Feito isso, estaremos preparados para prosseguir. 
Aguardo você na segunda unidade. Bons estudos!
ZOOLOGIA.indb 73 29/05/12 12:02
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Agora que você compreende melhor o mundo dos animais invertebrados, assita ao 
filme “Procurando Nemo” (Pixar, 2003), uma das melhores animações produzidas 
até os dias atuais. Neste filme, há uma verdadeira aula de biologia marinha, 
contemplando aspectos zoológicos e ecológicos muito interessantes. Desta forma, 
torna-se um ótimo recurso didático para ser abordado em aulas de zoologia, tanto 
para jovens quanto para adultos. Pelo papel pedagógico que o filme representa, 
imagine você, futuro professor de Ciências, que esteja contemplando tais assuntos 
em sala de aula e que queira fechar ou abrir suas aulas utilizando este filme como 
recurso didático. Como bom professor, você precisa, antes de qualquer coisa, 
assistir ao filme e analisá-lo à risca, para confirmar se será ou não pertinente 
trabalhá-lo com seus alunos. Por esta razão, faça uma resenha crítica sobre o 
filme, baseada nas normas da ABNT, contemplando aspectos negativos e positivos 
que o filme apresenta, do ponto de vista educacional. Por fim, julgue se o filme 
poderá ou não ser trabalhado com seus alunos. 
Para ajudá-lo com a resenha, fique atento às seguintes situações abaixo quando 
estiver assistindo à animação:
1) Observar as características do ambiente marinho.
2) Identificar os diferentes animais invertebrados e vertebrados. 
3) Observar algumas das relações ecológicas existentes, bem como sua importância. 
4) Repare nos invertebrados que aparecem no desenho e veja a qual filo pertencem.
5) Observe algum fato ou informação que você achou curiosa.
6) Identifique uma falha no filme, se houver.
 
SISTEMATIZAÇÃO DE APRENDIZAGEM
ZOOLOGIA.indb 74 29/05/12 12:02
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Blástula - Normalmente é uma camada esférica de células (o blastoderma) em 
torno de uma cavidade cheia de fluido (o blastocele). Quando na clivagem do embrião 
produzir mais de 100 células, o embrião é chamado de blástula.
Caracteres - (Singular: caráter) São todas e quaisquer características ou atributos 
de um organismo ou conjunto destes.
Comensal - Comensalismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre 
indivíduos de espécies diferentes), caracterizada por ser benéfica para uma das partes, sem 
causar prejuízo para a outra parte, em situações que envolvam alimentos, tais como restos 
de alimentos ou metabolismo. É denominado comensal, a espécie que se alimenta dos restos 
da outra espécie.
Cosmopolita - É o organismo que tem distribuição mundial, ou seja, pode ser 
encontrado em quase todos (ou em todos) os continentes do planeta, independentemente 
da sua prevalência. 
Dulcícolas - Seres vivos que vivem em água doce.
Especulares - Imagens especulares são aquelas onde uma imagem se parece a 
da outra no espelho.
Espongina - Substância orgânica que constitui as fibras proteicas de espongina de 
algumas espécies de esponja e que é semelhante ao colágeno.
Espécie - (Do latim specere: significa aquilo que é distinguível). Agrupamento 
mais restrito de indivíduos em uma classificação biológica. É um grupo de indi víduos que não 
são distinguíveis facilmente, isto é, são muito semelhantes. Indivíduos da mesma espécie 
compartilham caracteres essenciais que caracterizam um nível de semelhança muito elevado.
Eucarionte - É o ser vivo com núcleo verdadeiro (eu = verdadeiro + carion = 
núcleo + onte = ser); o DNA é envolto pela membrana nuclear e o citoplasma possui um 
sistema de membranas que forma organelas (retículo endoplasmático, complexo de Golgi 
vacúolos, mitocôndrias e cloroplasto).
ZOOLOGIA.indb 75 29/05/12 12:02
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Gastrulação - Nome do processo pelo qual ocorre uma invaginação nos tecidos 
do embrião, formando os folhetos embrionários. Na maioria dos animais, a gastrulação dá 
origem a um disco embrionário com três lâminas, ou três folhetos germinativos: endoderme, 
mesoderme e ectoderme, sendo caracterizados como triblásticos.
Hospedeiro intermediário - É aquele que abriga o parasita na fase larval ou 
durante a reprodução assexuada.
Ingestão - Processo alimentar onde o alimento é ingerido, para dentro de uma 
cavidade digestiva.
Microvilos - (Ou microvilosidades) São projeções da célula com a função de 
aumentar a superfície de absorção. São encontrados revestindo órgãos que têm função de 
absorção como o intestino, por exemplo: aumentando a superfície, melhora a absorção.
Mutualista - Mutualismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre 
indivíduos de espécie diferentes) em que ambos se beneficiam, de forma que se tornam 
dependentes um do outro. A relação entre os seres é íntima e duradoura. 
Osmorregulação - É a capacidade que alguns animais possuem em manter 
a pressão osmótica constante independentemente da pressão osmótica do meio externo, 
dentro de uma determinada faixa de variação. É um controle hídrico natural.
Planctônicos - Animais que vivem no plâncton, à deriva nas correntes de águas 
superficiais.
Pluricelular - Um organismo formado por conjuntos de células semelhantes e 
interdependentes, que desempenham uma ou mais funções. 
Pseudotecido - Pseudo; do grego: falso, errôneo.
Simbiótico - É quando dois organismos de diferentes espécies vivem em contato 
físico próximo para o benefício de ambos.
Sinapomorfia - (Sin: junto + apomorfia) É uma apomorfia compartilhada entre 
grupos de seres vivos. Se um determinado caráter se apresenta em dois estados: um deve 
ser mais antigo (plesiomorfia), sobre o qual ocorrem modi ficações formando outro estado, o 
estado derivado (apomorfia, a novidade evolutiva).
Sistemática - É a ciência responsável por inventariar e descrever a biodiversidade 
e compreender as relações entre os organismos. 
Sésseis - São animais que vivem fixos no substrato e que, portanto, não se 
locomovem.
Tecido - é um agregado de células morfologicamente similares e organizadas para 
uma função particular.
ZOOLOGIA.indb 76 29/05/12 12:02
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Totipotentes - É a capacidade de uma única célula se dividir e produzir todas as 
células diferenciadas no organismo, incluindo os tecidos extraembrionários. Esta habilidade 
é típica de uma célula-tronco.
Urticantes - Substâncias que produzem uma sensação igual à causada pela urtiga: 
irritação na pele ou queimaduras.
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REFERÊNCIAS 
MOREIRA, A.P.T. Zoologia de Invertebrados I. Florianópolis: BIOLOGIA/EAD/UFSC, 2009. 213 
P.
RUPPERT, E.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados, 6ª ed. São Paulo: Ed. Roca, 1996.
RUPPERT, E.E.; FOX, R.S.; BARNES, R.D. Zoologia dos inver tebrados. São Paulo: Ed. Roca, 
2006.
WHITTAKER, R. H. On the broad classification of organisms. Q. Rev. Biol., v. 34, p. 210-226, 
1959.
WHITTAKER, R. H. New Concepts of Kingdoms of Organisms. Science, vol. 163, p. 150-163, 
1969.
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INTRODUÇÃO
Na primeira unidade, aprendemos que os invertebrados ditos “superiores” recebem 
esta denominação por mera conformidade didática. Assim, separar os organismos em 
“inferiores” e “superiores” resolve apenas um problema pedagógico, mas não um problema 
biológico conceitual. Então, é necessário ter bastante atenção em relação a isto, para não 
nos deixar cair em contradições em relação à utilização errônea de certos termos.
Nos invertebrados superiores podem ser ressaltadas estruturas mais especializadas 
que não são observadas nos invertebrados inferiores, como: órgãos dos sentidos mais 
desenvolvidos, adaptações morfológicas, fisiológicas e comportamentais particulares 
(ligadas às variações ambientais) e órgãos de alimentação e reprodução mais elaborados 
que, de alguma forma, favoreceram o sucesso ecológico destes animais no Planeta. Tais 
especificidades estão diretamente relacionadas ao aumento da complexidade funcional, a 
grande responsável pela imensa diversidade destes organismos, e não a uma medida de 
superioridade ou inferioridade pura e simples.
Alguns autores afirmam também que “invertebrados superiores” são animais 
triblásticos, dotados de celoma, que é a cavidade corpórea embrionária totalmente revestida 
pela mesoderme. Os animais que apresentam estas características são os moluscos, os 
anelídeos, os artrópodes, os equinodermos e os cordados não vertebrados (ou hemicordados, 
não vistos neste material). A formação do celoma nesses animais pode ocorrer de formas 
diferentes (Figura 58). Os organismos em que o celoma se forma a partir de fendas da 
mesoderme, são chamados de esquizocelomados (moluscos, anelídeos, artrópodes) e quando 
o celoma se forma a partir de bolsas que surgem na região superior do arquêntero, são 
chamados enterocelomados (equinodermos e hemicordados).
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Figura 58 - Representação esquemática das origens enterocélica e esquizocélica. 
Fonte: http://andreibsc.wordpress.com/2011/08/18/biologia-introducao-ao-reino-animalia-capitulo-9/
 Uma característica fundamental que subdivide os animais eumetazoários de simetria 
bilateral é a formação embrionária do blastóporo, em boca ou em ânus. Esta estrutura surge 
na fase embrionária de gástrula, quando começa a diferenciação celular. É uma abertura 
que se forma no ponto de invaginação da gastrulação, que serve de comunicação na fase 
embrionária, colocando a cavidade digestiva (denominada arquêntero, delimitada pelo 
endoderma) em contato com o meio externo (Figura 59).
Figura 59 - Desenvolvimento embrionário enfatizando a formação do blastóporo. 
 
Fonte: http://embriologiabio.webnode.com/gastrula%C3%A7%C3%A3o/
Em alguns animais, quando o blastóporo origina apenas a boca, os animais são 
chamados protostômios (ou protostomados, do grego protos: primeiro, primitivo e stoma: 
boca). Este grupo reúne os moluscos, os anelídeos e os artrópodes. Caso o blastóporo origine 
o ânus apenas, os animais são chamados deuterostômios (ou deuterostomados, do grego 
deuteros: segundo, depois e stoma: boca), como é o caso dos equinodermos, hemicordados 
ZOOLOGIA.indb 81 29/05/12 12:02
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e cordados (estes dois últimos não são vistos neste material).
Compreender conjuntamente estes aspectos biológicos, e os demais vistos na 
unidade anterior, é importante para entendermos o funcionamento e as adaptações dos 
invertebrados superiores nos diversos ecossistemas do planeta. 
Objetivos da Unidade
 @ Compreender o funcionamento das principais características morfológicas dos 
invertebrados superiores;
 @ Identificar as principais características evolutivas e ecológicas que garantiram o 
sucesso de cada grupo dos invertebrados superiores na Terra;
 @ Conhecer os principais aspectos médicos e econômicos relacionados aos 
invertebrados superiores.
1. FILO MOLLUSCA (DO LATIM MOLLUSCUS: MOLE)
Não existe um ser humano na Terra que nunca tenha visto (ou comido) um molusco. 
Concorda? Alguém pode até não saber que o bicho recebe este nome, mas o reconhece 
facilmente. Os moluscos são bastante comuns no nosso dia-a-dia, seja na nossa alimentação, 
seja nos nossos jardins ou em certas questões médicas. Você já parou para observar, por 
exemplo, como é mole o corpo dos caracóis e das lesmas? Caso nunca tenha prestado atenção 
nesta característica, agora é o momento.
1.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
O ramo da biologia que estuda os moluscos é chamado Malacologia. Os moluscos 
modernos reúnem quase 100 mil espécies e os representantes mais comuns são os caracóis, 
as lesmas, os polvos e as lulas. Em sua maioria, são organismos bentônicos, de pequeno 
(microscópicos) a médio porte (escala de cm), sendo raros os casos de gigantismo, como é 
o caso das lulas gigantes (Architeuthis) que podem atingir cerca de 21 metros e 250 Kg e a 
ostra gigante (Tridacna gigas), que pode atingir até 1,5 metros e 250 Kg.
Pelo que já se conhece previamente sobre este grupo, os moluscos são animais 
predominantemente marinhos, apresentando também representantes terrestres e de 
água doce. São animais de vida livre, com raras formas parasitas. Antes mesmo de nos 
aprofundarmos neste grupo, considerando apenas a visualização mental que temos destes 
animais, podemos observar a tamanha diversidade morfológica envolvida entre os moluscos 
(Figura 60). A grande diversidade é atribuída ao sucesso evolutivo desse grupo como 
colonizador de diferentes tipos de ambientes, tanto de marinhos e de água doce, quanto 
terrestres. A variação de formas e tamanhos de fato é muito grande, mas, apesar disso, 
existem características básicas compartilhadas por todos os organismos deste filo. 
ZOOLOGIA.indb 82 29/05/12 12:02
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Figura 60 - Diversidade morfológica dos moluscos.
De um modo geral, os moluscos são animais de corpo mole, geralmente, curto, 
formado por uma massa visceral e circundado por uma fina parede denominada manto. 
A maioria dos moluscos apresenta uma concha externa calcária, secretada pelo manto e 
responsável pela proteção das vísceras do animal. Em alguns moluscos, como as lulas, a 
concha está presente, mas ela é reduzida e localizada internamente na massa muscular do 
bicho.
O molusco generalizado 
é um organismo triblástico, 
protostomado, de simetria 
bilateral, que, pela primeira vez, 
apresenta celoma (embora o 
celoma seja reduzido a pequenas 
cavidades em torno do coração, 
nefrídios e gônadas) (Figura 61). 
Um molusco generalizado tem o 
corpo dividido em três partes: 
cabeça (pouco definida, localizada 
na região anterior), massa visceral 
(ou páleo, na região dorsal) e pé 
(localizado na região ventral, 
muscular, amplo e achatado dorso-
ventralmente, por onde o animal 
se prende ao substrato) (Figura 
62). Este modelo básico serve 
como referência para observações 
das diversas variações morfológicas 
existentes e que veremos ao longo 
desta unidade.
Fonte: http://www.uab.unimontes.br/zoologiadeinvertebrados1/
cadernos/paginas/unidade7.htm
Figura 61 - Desenho esquemático de um organismo celomado.
ZOOLOGIA.indb 83 29/05/12 12:02
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Figura 62 - Morfologia geral de um molusco generalizado. Em verde, sistema digestivo, em 
vermelho sistema circulatório; emazul, sistema nervoso; e, em amarelo, sistema reprodutivo. 
Legenda: 1. Rádula; 2. Boca; 3. Concha; 4. Estômago; 5. Gônadas; 6. Coração; 7. Celoma; 8. 
Nefrídio; 9. Manto; 10. Cavidade do manto; 11. Ânus; 12. Brânquias; 13. Pé; 14. Hemocele; 15. 
Cordão nervoso podal; 16. Intestino; 17. Cordão nervoso visceral; 18. Anel nervoso.
Fonte:http://www.uab.unimontes.br/zoologiadeinvertebrados1/cadernos/paginas/
unidade7.htm
A concha é uma estrutura característica dos moluscos, que varia muito em cor, 
tamanho e forma. Ela é uma estrutura rígida e calcária, secretada por áreas específicas do 
manto (parede do corpo dos moluscos, localizado na região dorsal sobre a massa visceral), 
que tem como função primordial o revestimento e a proteção dos órgãos internos, que, 
juntamente com os músculos, funciona como exoesqueleto, possibilitando a sustentação do 
corpo do animal.
A concha é formada por três camadas: i) perióstraco: camada mais externa e 
colorida, composta da proteína conchiolina, tem função protetora das demais camadas; ii) 
camada prismática ou óstraco: é a camada mais espessa formada por carbonato de cálcio 
e material de origem orgânica; esta camada é secretada por células da camada externa do 
manto e iii) camada nacarada ou madrepérola: mais interna, é formada por uma fina camada 
de carbonato de cálcio e material orgânico, secretada por células localizadas ao longo de 
toda a borda do epitélio do manto, é responsável pelo crescimento da concha em espessura 
(Figura 63).
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Figura 63 - Representação esquemática da organização de uma concha de molusco, cujos componentes são 
secretados por glândulas presentes no manto.
Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/2008_09_01_archive.html
A epiderme do molusco é a parte do corpo que não está nem em contato com a 
concha e nem com o manto. Ela reveste o corpo do molusco com uma fina cutícula contínua 
e tem função sensorial e importante função respiratória. A maioria dos moluscos se locomove 
pelo pé muscular ventral, achatado e ciliado, que, além desta função, desempenha a fixação 
do animal ao substrato, bem como a captura de alimentos (como ocorre nos cefalópodes). A 
locomoção dos moluscos é bastante variada, dependendo da classe à qual pertence.
Na cavidade do manto do molusco generalizado ocorrem trocas gasosas através 
de vários pares de brânquias com forma semelhante a um pente, denominadas ctenídios 
(Figura 62). As brânquias são estruturas lamelares, ricamente irrigadas, ligada a um sistema 
de vasos (vaso aferente, vaso eferente e capilares lamelares) que funcionam em contra-
corrente (cílios lamelares movimentam a água contra o fluxo sanguíneo, o que otimiza 
as trocas gasosas). No caso dos moluscos terrestres, a cavidade do manto é umedecida 
e irrigada por numerosos capilares, funcionando como pulmões e, assim, ocorrem trocas 
gasosas diretamente entre o sangue e o ar através de uma mucosa irrigada e úmida.
Os moluscos apresentam hábitos alimentares variados. Alguns são herbívoros, que 
raspam algas presas ao substrato. Já outros são carnívoros, podendo se alimentar, inclusive, de 
outros moluscos. Outros se alimentam de partículas suspensas na água, através da filtração. 
O molusco generalizado apresenta um sistema digestivo completo (com boca e ânus), dividido 
em três regiões: intestino anterior (boca, faringe e esôfago), intestino médio (estômago) e 
intestino posterior (Figura 62). A faringe se alarga e contém uma estrutura situada na base 
da cavidade bucal, chamada rádula, que se assemelha com uma placa dentária, cuja função 
é raspar o seu alimento preso no substrato. A rádula fica dentro de uma bolsa, chamada 
saco da rádula, que é projetado por músculos protratores e retratores. A rádula é um órgão 
glossiforme (em forma de língua), adaptado a diferentes tipos de alimentação, composta 
ZOOLOGIA.indb 85 29/05/12 12:02
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por uma fileira quitinosa com dezenas de milhares de dentículos, que está assentadasobre o 
odontóforo cartilaginoso. Alguns músculos estão associados ao odontóforo o movimentando-a 
para dentro e para fora da cavidade bucal. A rádula corre sobre o odontóforo num sentido de 
vaivém graças à presença de músculos associados a ela (Figura 64).
As partículas nutritivas são 
selecionadas na porção mais anterior do 
intestino. O tubo digestório pode apresentar 
glândulas salivares, cecos digestivos e 
tiflossole (dobra da parede do intestino) 
para aumentar a superfície de absorção 
dos nutrientes. O ânus abre-se na porção 
mais posterior da cavidade do manto. O 
hepatopâncreas é uma glândula digestiva, 
que lança secreções digestivas dentro 
do estômago, onde tem início a digestão 
do alimento. No intestino, o alimento 
parcialmente ingerido é absorvido pelas 
células intestinais, no interior das quais 
a digestão se completa. Por esta razão, 
os moluscos apresentam digestão extra e 
intracelular.
 A excreção dos moluscos ocorre 
por metanefrídios, que são um ou dois tubos 
que se abrem na cavidade pericárdica e no 
manto. Cada metanefrídio possui um ducto 
com duas aberturas: uma para a cavidade 
pericárdica, chamada nefróstoma (tubo 
ciliado, localizado na região anterior), de 
onde o metanefrídio retira suas excretas, e 
outra para o poro excretor, que se abre na 
cavidade do manto, chamado nefridióporo 
(tubo enrolado que leva até uma bexiga), 
por onde saem as excretas (Figura 65). 
Os moluscos terrestres apresentam o rim, 
como órgão excretor, o qual se abre na cavidade pericárdica através do canal renopericardial 
e secreta urina. É bom lembrar que este rim não apresenta qualquer homologia com o rim 
dos vertebrados.
Fonte: http://www.uab.unimontes.br/
zoologiadeinvertebrados1/cadernos/paginas/unidade7.
htm
Figura 64 - Estrutura geral da rádula de um molusco, 
exemplificado por um gastrópode: e = esôfago; m = boca; 
mx = maxila; o = odontóforo; op = músculo protactor 
do odontóforo; r = rádula; rp = músculo protactor da 
rádula; rr = músculo retrator da rádula
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 Figura 65 - Sistema excretor de uma ostra.
 Fonte: http://www.infoescola.com/animais/sistema-excretor-dos-moluscos/
A presença de sistema circulatório nos moluscos é uma novidade, mas é um sistema 
circulatório aberto (exceto nos cefalópodes), porque nem todo o trajeto do sangue é 
percorrido dentro de vasos. O sangue dos moluscos é chamado de hemolinfa, que inclui 
várias células. O pigmento respiratório presente na hemolinfa é a hemocianina (à base 
de cobre, por isso a coloração é azulada). Os moluscos apresentam um coração dorsal de 
onde partem vasos que desembocam em cavidades chamadas hemocele (também chamados 
seios ou lacunas). O sangue, no entanto, dirige-se para as hemoceles, localizadas na massa 
visceral ou no manto, e retorna quando o coração relaxa, através de orifícios chamados 
ostíolos (Figura 66).
 Figura 66 - Sistema circulatório dos moluscos.
 Fonte: http://www.infoescola.com/animais/sistema-circulatorio-dos-moluscos/
ZOOLOGIA.indb 87 29/05/12 12:02
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88
O sistema nervoso dos moluscos é composto por um anel nervoso anterior que 
circunda o esôfago (gânglio), com dois pares de cordões nervosos longitudinais, onde um 
atende a massa visceral e o outro se estende pelo pé, como cordões nervosos ventrais (Figura 
67). Os moluscos apresentam estruturas sensoriaisexclusivas, como os osfrádios, situados nas 
brânquias, que controlam a quantidade e a pressão interna da água circulante na cavidade 
visceral. Estas estruturas são responsáveis por detectar a qualidade física e química da água 
que, quando desfavorável, paralisa os batimentos dos cílios das brânquias, impedindo a 
entrada de água dentro do corpo do molusco. Outra estrutura sensorial presente em todos os 
moluscos é o estatocisto, responsável pelo equilíbrio do animal. Alguns moluscos apresentam 
ainda tentáculos e olhos bem desenvolvidos.
Figura 67 - Anatomia interna de um bivalve: ênfase para sistema nervoso.
Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/2008_09_01_archive.html
O molusco generalizado reproduz-se sexuadamente, com fecundação externa 
e desenvolvimento indireto da larva trocófora, livre natante. Os organismos são dioicos 
gonocóricos, ou seja, de sexos separados com liberação de gametas na água. Outro tipo 
larval exclusivo de moluscos é a véliger. Alguns grupos já apresentam sistema reprodutor 
mais elaborado para fecundação interna, com desenvolvimento direto. Alguns organismos são 
hermafroditas, como é o caso dos gastrópodes terrestres. Mais detalhes sobre a reprodução 
dos moluscos serão vistos separadamente em cada classe, a seguir.
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1.2 - CLASSIFICAÇÃO
Os moluscos são divididos em sete classes distintas, apresentando organismos 
diferenciados, mas que compartilham características básicas comuns, como foi visto 
anteriormente. Cada classe apresenta peculiaridade e estas serão vistas adiante.
1.2.1 - CLASSE APLACOPHORA 
(A = SEM; PLACO = VALVAS; PHORA = PORTADOR)
Os aplacóforos são animais pouco conhecidos e formam um pequeno grupo de 
moluscos marinhos aberrantes com corpo semelhante ao dos vermes. Não apresentam 
conchas, porém, a epiderme apresenta espículas calcárias. A maioria destes organismos é 
muito pequena, com tamanho menor a cinco milímetros (Figura 68).
Figura 68 - Organismos da Classe Aplacophora.
Caro estudante, para conhecer mais informações sobre a Classe 
Aplacophora, acesse o link abaixo e leia o texto: “Pesquisadora descobre 
quatro espécies de moluscos a mil metros de profundidade”.
http://unbagenciana62sbpc.blogspot.com/2010/07/pesquisadora-
descobre-quatro-especies.html
1.2.2 - CLASSE POLYPLACOPHORA 
(POLY = MUITOS; PLACO = VALVAS; PHORA = PORTADOR)
Os poliplacóforos mais conhecidos são os quítons, podendo, desta forma, ser 
popularmente reconhecidos por este nome. Estes organismos são marinhos e habitam 
especialmente substratos rochosos. De um modo geral, suas estruturas são similares ao 
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molusco generalizado. O corpo é aplainado no sentido dorsoventral, com cabeça reduzida e 
separada do tronco. O manto tem uma cutícula espessa, que pode suportar espinhos, escamas 
ou cerdas. A concha, a principal diferença deste grupo em relação aos demais, é composta 
por oito placas arranjadas linearmente e superpostas, de forma que cobrem toda superfície 
dorsal, chamada valvas da concha. As brânquias são encontradas em pares, situadas na 
cavidade do manto, sob a concha. Os poliplacóforos apresentam um órgão denominado sub-
radular, que é peculiar a este grupo, que tem função quimiossensorial (Figura 69).
Figura 69 - O poliplacóforo Lepidochitona cinerea, à esquerda e a anatomia do quíton, à direita.
Fonte: http://www.bumblebee.org/invertebrates/MOLLUSCAa.htm
1.2.3 - CLASSE MONOPLACOPHORA 
(MONO = UMA; PLACO = VALVA; PHORA = PORTADOR)
Até 1952, a classe foi considerada extinta. Os monoplacóforos correspondem a um 
pequeno grupo de espécies marinhas diminutas que habitam águas profundas. Esta classe, 
juntamente com as demais que serão vistas adiante, forma um táxon chamado Conchifera, 
ou seja, todos os organismos são dotados de concha (MOREIRA, 2009). Estes moluscos, no 
entanto, apresentam corpos achatados dorsoventralmente, com concha única em forma de 
escudo, a qual apresenta uma pequena curvatura na região anterior do corpo. Vários órgãos 
são encontrados repetidamente: 8 pares de músculos retratores, 5 ou 6 pares de brânquias, 
6 pares de nefrídeos e 2 pares de aurículas. Um representante conhecido desta classe é 
Neopilina (Figura 70).
Figura 70 - O monoplacóforo Neopilina: vista ventral, à esquerda e vista dorsal da concha, à direita.
Fonte: http://www.bumblebee.org/invertebrates/MOLLUSCAa.htm
ZOOLOGIA.indb 90 29/05/12 12:02
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1.2.4 - CLASSE GASTROPODA 
(GASTER = ESTÔMAGO; POUS, PODOS = PÉ)
Os representantes desta classe são os caracóis, as lesmas e os caramujos. As lesmas 
terrestres e as lesmas marinhas (ou nudibrânquios) são gastrópodes sem concha (Figura 71).
 Figura 71 - Lesma terrestre (à esquerda) e lesma marinha (à direita).
Os organismos desta classe apresentam uma concha calcária única, bastante variável 
(dependendo da espécie, Figura 72), tipicamente espiralada (em forma helicoidal), de forma 
que o corpo do molusco se acomode totalmente dentro dela (Figura 73). A concha sofre 
acresção, principalmente nas bordas da abertura, para acompanhar o desenvolvimento do 
organismo. A concha é a parte mais estudada pelos paleontólogos, porque é que se mantém 
preservada nos sedimentos, pois a parte mole se decompõe logo após a morte do animal.
O manto e a massa visceral, acoplados dentro da concha, exibem algum grau de 
torção que, juntamente a uma forte musculatura existente, mantém o corpo do animal 
Figura 72 - Diversidade morfológica das conchas de 
gastrópodes.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/
filo-mollusca/filo-mollusca-13.php
Figura 73 - Caracteres morfológicos das conchas 
dos gastrópodes.
Fon te :h t tp : // fo s s i l . u c .p t /pag s/ fbm_
gastropoda.dwt
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dentro da concha. Esta torção ocorre durante o desenvolvimento embrionário, que faz com 
que a massa visceral sofra uma rotação de 180º no sentido anti-horário. Esta rotação permite 
que a abertura da cavidade paleal (ou visceral) e o ânus fiquem localizados sobre a cabeça 
no animal adulto (Figura 74). A grande consequência desta torção é que o sistema digestivo 
assume uma distribuição na cavidade paleal em forma de U e os cordões nervosos se cruzam 
em forma de X (ou 8), havendo, no entanto, perda da simetria bilateral. Esta estrutura 
corporal típica faz com que este molusco fique protegido dentro da concha contra ataques 
de predadores e contra condições ambientais adversas.
 Figura 74 - Ilustração do processo de torção em um gastrópode.
 Fonte: CORGOSINHO et al. (2010).
Nas espécies que têm tal comportamento, há a presença de um opérculo, que 
tapa a entrada da concha quando o animal se recolhe. O pé é achatado e a cabeça é bem 
desenvolvida (Figura 75).
Figura 75 - Órgãos internos de um gastrópode (à esquerda). Visualização do opérculo (à direita). 
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1.2.4.1 - REPRODUÇÃO DOS GASTRÓPODES
A maioria dos gastrópodes é monoica, isto é, um mesmo organismo apresenta os 
aparelhos reprodutores feminino e masculino. No interior do saco visceral, geralmente no 
ápice da concha, há uma gônada hermafrodita, chamada ovoteste, que produz tanto óvulos 
quantoespermatozóides. Tanto o pênis quanto a vagina comunicam-se com o exterior por 
uma abertura comum, denominado poro genital, normalmente situado perto da cabeça. 
Como não há autofecundação, dois gastrópodes sexualmente maduros copulam encostando os 
poros genitais e introduzindo, cada um, seu pênis no poro genital do parceiro. A transferência 
de espermatozóides é recíproca e os parceiros se separam. Nos gastrópodes terrestres o 
desenvolvimento é direto, em que emergem pequenos caracóis dos ovos semelhantes aos 
pais. Na maioria dos gastrópodes aquáticos, o desenvolvimento é indireto, com a formação 
de duas formas larvais: trocófora e véliger. A larva trocófora é a primeira a surgir e, mais 
tarde, transforma-se em véliger (Figura 76).
Figura 76 - Reprodução dos gatrópodes. (A) Cópula de caracóis – fecundação cruzada. (B) Ovos de caracóis 
terrestres. (C) Larva véliger, do desenvolvimento de espécies aquáticas.
Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/2008_09_01_archive.html
1.2.5 - CLASSE CEPHALOPODA 
(KEPHALE = CABEÇA; POUS, PODOS = PÉ)
Os cefalópodes compreendem a 
maioria dos moluscos nadadores por excelência, 
tendo o pé dividido em tentáculos ou braços. 
Representantes deste grupo são os polvos, 
as lulas, as sépsias e os amonitas (Nautilus). 
São organismos exclusivamente marinhos, na 
maioria pelágica e carnívora. A movimentação 
dos cefalópodes é bem característica. Os polvos 
e as lulas, por exemplo, se movimentam por 
jato-propulsão, em que a cavidade do manto 
é preenchida por água e, por pressão dos 
músculos internos, a água é expelida pelo sifão 
(que é móvel) ou funil que fica junto à cabeça, 
permitindo a mobilidade das lulas para qualquer 
direção (Figura 77).
Figura 77 - Esquematização do corpo de um polvo.
Fonte:http://ciencia.hsw.uol.com.br/polvos1.htm
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A cabeça é grandemente desenvolvida, claramente separada da massa visceral, com 
dois olhos complexos, um de cada lado da cabeça. O sistema nervoso é, então, desenvolvido, 
podendo apresentar funções de memorização e aprendizagem, o que não acontece com 
os demais moluscos e que revela certo grau de inteligência destes animais. Os pés são 
transformados em tentáculos, localizados, em número variável, ao redor da cavidade bucal, 
providos ou não de ventosas adesivas. No caso dos polvos, existem oito tentáculos, já as lulas 
10; os Nautilus têm cerca de 40, mas não apresentam ventosas (Figura 78). Estes tentáculos 
atuam na captura de alimento.
Figura 78 - Polvo, lula (à esquerda) e náutilo (à direita).
Os náutilos são os únicos que apresentam concha externa. A concha é bem 
desenvolvida, enrolada em espiral e, normalmente, dividida por um septo em câmaras, com o 
animal vivo ocupando apenas a última, que é a mais nova. As demais câmaras são denominadas 
câmaras de ar. Dentro das câmaras de ar está presente um tubo calcário fino, denominado 
sifúnculo, que é um 
prolongamento da 
massa visceral e 
que secreta gás no 
interior das câmaras 
vazias, permitindo 
que o animal 
flutue e controle 
sua flutuabilidade 
(Figura 79). Nos 
demais cefalópodes, 
a concha é interna 
(no caso, da lula) 
ou, simplesmente, 
ausente (no caso, o 
polvo).
 
 
Figura 79 - Nautilus em corte sagital.
Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/2008_09_01_archive.html
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Os cefalópodes, como eficientes predadores que são, apresentam mandíbulas 
córneas, semelhante ao bico do papagaio, associado a glândulas digestivas (Figura 77). Estes 
animais apresentam também uma bolsa de tinta, que é um órgão excretor especial, que se 
abre ao lado do ânus e secreta uma substância negra de defesa. O polvo e a lula utilizam esta 
estratégia para fugir de seus predadores, de forma que ele esguicha um jato de tinta preta 
para turvar a água e aproveita para fugir quando tudo fica escuro. Como recurso de defesa, 
ainda, alguns moluscos contam com a camuflagem. Ao mudarem de cor são confundidos com 
o ambiente. O sistema circulatório desta classe é fechado, ao contrário dos outros moluscos. 
O polvo apresenta três corações que bobeiam a hemolinfa por todo o corpo (Figura 77). 
1.2.5.1 - REPRODUÇÃO DOS CEFALÓPODES
Todos os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e o 
desenvolvimento é direto. No caso do polvo, uma fêmea produz, em duas semanas, 
aproximadamente, 150 mil ovos ricos em vitelo, cada um deles envolto por uma cápsula 
transparente. Como o polvo tem cuidado parental, pelos próximos 50 dias, a fêmea protege 
os ovos depositados lançando-lhes jatos de água para oxigená-los e limpá-los. Como a fêmea 
não se alimenta neste período, ela morre, após a desova única, com dois anos de idade.
1.2.6 - CLASSE BIVALVIA 
(ANTIGO PELECYPODA OU LAMELLIBRANCHIA) 
(BI= DUPLICADO; VALVA = PORTA DE DUAS FOLHAS, VALVA)
Os moluscos bivalves são as ostras, os mariscos e os mexilhões. O corpo destes 
animais é aplainado lateralmente, com concha composta por duas valvas laterais conectadas 
por ligamentos e músculos adutores, e por esta razão, recebem o nome de bivalves. A 
maioria dos representantes é marinha. As conchas não deslizam umas sobre as outras, nestes 
organismos, por causa da presença de dentes na charneira, uma adaptação especial na 
área dorsal abaixo do umbo (porção superior da concha, é o vértice) dos músculos bivalves, 
permitindo a articulação das valvas entre si como uma dobradiça (Figura 80).
 Figura 80 - Morfologia dos bivalves.
Fonte:http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/obino/revista/c11_matelmintos/moluscos.html
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A cabeça dos bivalves é reduzida, 
rudimentar e sem olhos. Já a massa visceral 
é bem desenvolvida, com pé retrátil, 
claviforme ou lameliforme. Como estes 
animais são filtrados, não apresentam rádula. 
Eles apresentam uma glândula, chamada 
glândula secretora do bisso, que prende os 
bivalves ao substrato (Figura 81). 
1.2.6.1 - FORMAÇÃO DA PÉROLA
Os bivalves apresentam uma grande importância econômica que é a capacidade de 
produzir pérolas, que atingem alto valor comercial. Os moluscos produtores de pérolas mais 
importantes são as ostras, em águas salgadas e os mexilhões, em águas doces. As pérolas, ao 
contrário da maioria dos minerais, não necessitam de lapidação ou polimento para revelarem 
a sua beleza e poderem ser utilizadas em joalharia. As pérolas podem ser classificadas como 
naturais ou cultivadas. As naturais se formam quando um corpo estranho (um grão de areia, 
um ovo de peixe ou fragmento de concha) entra numa ostra, causando-lhe tamanha irritação 
que a faz produzir uma substância chamada nácar, para cobrir o corpo estranho, isolando-o 
(Figura 82). Este processo ocorre naturalmente sem a intervenção humana. Já as cultivadas 
são produzidas pelos moluscos da mesma forma que as naturais, porém com uma diferença: 
o corpo estranho é inserido na ostra pelo homem (cultivo).
Figura 82 - Formação da pérola dentro da ostra.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/perolas/perolas.php
1.2.6.2 - REPRODUÇÃO DOS BIVALVES
Existem espécies hermafroditas, mas a maior parte dos bivalves tem sexos separados, 
ou seja, são dioicos. Machos e fêmeas eliminam os gametas na água. Nos mexilhões, por 
exemplo, os sexos são distinguidos pela coloração das gônadas: amarelas, nos machos e 
rosas ou alaranjadas, nas fêmeas. A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, 
com a formação de uma larva ciliada, denominada Véliger,que nada durante algum tempo e 
depois afunda, terminando o desenvolvimento sobre o fundo ou presa a substratos submersos 
(Figura 83).
Figura 81 - Mexilhão exibindo filamentos de bisso.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bisso
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Figura 83 - (A) Distinção entre mexilhões machos e fêmeas e (B) larva véliger.
Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/2008_09_01_archive.html
1.2.7 - CLASSE SCAPHOPODA 
(SKAPHE = PÁ; POUS, PODOS = PÉ)
Os dentálios (Dentalium) são os representantes deste grupo. O nome desta classe 
faz referência ao pé, que o molusco utiliza para escavar e se enterrar no substrato. Estes 
organismos, então, são marinhos escavadores, tendo uma concha em forma de presa de 
elefante que se abre em cada extremidade do corpo (Figura 84).
Figura 84 - Esquema de um escafópodo (à esquerda) e a forma como 
ele fica enterrado na areia (à direita).
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-mollusca/filo-mollusca-10.php
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A concha é cilíndrica, mais estreita em uma extremidade do que na outra. A 
extremidade final (local em que o pé se projeta para fora), geralmente, é enterrada na lama 
ou na areia. A parte mais estreita fica de fora, por onde a água entra e sai. Estes animais não 
têm ctenídios e as trocas gasosas ocorrem sobre a superfície do manto. O tamanho varia entre 
2-250 mm de comprimento e são inteiramente marinhos, podendo ser encontrados desde 
ambiente rasos até águas profundas. Eles têm um pé que constroem galerias, uma cabeça 
com rádula filamentosa, uma probóscide e um captáculo, que são pequenos tentáculos 
filiformes situados junto à boca, para coletar a matéria orgânica utilizada na alimentação. 
Não possuem olhos ou tentáculos sensoriais. São organismos dioicos.
1.3 - IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE MOLUSCOS
Já vimos que os moluscos são animais bem diversos no mundo animal. Por causa 
desta diversidade, diverso também é o interesse do ser humano neste filo. Alguns moluscos 
são usados na gastronomia, como é o caso dos gastrópodes (caracóis), cefalópodes (polvos) 
ou dos bivalves (amêijoas). Estes organismos são também importantes para a economia, 
especialmente em relação ao comércio de pérolas ou na fabricação outras peças artesanais, 
como botões e pentes de madrepérola, ou ainda na aquicultura de moluscos. Os moluscos 
também têm uma grande importância ecológica, pois alguns representantes podem atuar 
como bons bioindicadores, por serem pragas em jardins e hortas, ou por serem vetores 
de parasitas de humanos ou animais domésticos. Alguns, ainda, são bem conhecidos por 
serem vetores de doenças de importância médico-veterinária, como a esquistossomose e a 
fasciolose.
Prezado estudante, antes de responder os exercícios propostos, acesse 
o link abaixo e assista ao vídeo como uma revisão das principais classes 
do Filo Mollusca que acabamos de estudar. Isto vai facilitar, inclusive, 
você responder os exercícios.
http://www.youtube.com/watch?v=HVgdmOOHm-E&feature=fvst
ZOOLOGIA.indb 98 29/05/12 12:02
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1. Os moluscos bivalves (ostras e mexilhões) são organismos economicamente 
importantes como fonte de alimento para o homem, por possuírem alto valor 
nutritivo. Eles conseguem filtrar grandes volumes de água em poucas horas, daí 
serem comumente chamados “organismos filtradores”, mas, em consequência, 
podem acumular no seu trato digestivo, altas concentrações de microrganismos e 
compostos químicos tóxicos, eventualmente presentes na água onde vivem, assim 
pondo em risco a saúde pública e exercendo grande impacto social e econômico 
nas áreas de sua criação.
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 20 de 
fevereiro de 2012.)
Assinale a afirmação correta.
a) Os moluscos não possuem sistema digestivo.
b) Os moluscos não possuem sistema nervoso ganglionar.
c) Os mexilhões possuem concha com apenas uma valva.
d) Nos mexilhões, as brânquias têm função respiratória e importante papel na 
nutrição.
e) Os moluscos são sempre hermafroditas.
2. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos moluscos.
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 20 de 
fevereiro de 2012.)
a) São animais diploblásticos acelomados.
b) Têm respiração braquial ou “pulmonar”.
c) Possuem o corpo constituído, basicamente, por cabeça, pé e massa visceral.
d) Têm excreção através de nefrídios.
e) São de sexos separados ou hermafroditos.
3. Os invertebrados que possuem olhos estruturalmente semelhantes aos dos 
vertebrados são os:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 20 de 
fevereiro de 2012.)
a) insetos.
b) aracnídeos.
c) crustáceos.
d) gastrópodes.
e) cefalópodes.
ATIVIDADES
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4. Na história evolutiva aceita pela maioria dos zoólogos, o primeiro grupo de 
animais a apresentar simetria bilateral acompanhada de processo de cafalização 
é o dos: (Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) poríferos.
b) cnidários.
c) artrópodes.
d) platelmintos.
e) equinodermos.
5. São características dos moluscos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) endoesqueleto calcário (concha), dois folhetos embrionários e celoma.
b) endoesqueleto calcário (concha), três folhetos embrionários e sistema 
 circulatório aberto.
c) exoesqueleto calcário (concha), três folhetos embrionários e sistema circulatório
 fechado.
d) exoesqueleto calcário (concha), sistema circulatório aberto e celoma.
e) exoesqueleto calcário (concha), pseudoceloma e rádula.
6. Dentro do Filo Mollusca são encontrados diversos indivíduos, distribuídos em 
seis classes. Identifique, nas alternativas abaixo, quais os animais citados que 
possuem as seguintes características: corpo com cabeça diferenciada; um ou dois 
pares de tentáculos cefálicos; pé em forma de sola musculosa; geralmente com 
concha espiralada; encontrado em todos os habitats.
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) polvo e lula
b) mexilhão e ostra
c) sernambi e sururu
d) nautílus e argonauta
e) lesma e caramujo
ZOOLOGIA.indb 100 29/05/12 12:02
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7. (Unisinos-RS) A área de Zoologia da UNISINOS iniciou estudos sobre a criação 
comercial de caramujos do gênero HeIix, que é componente de um prato muito 
famoso, o “escargot”. Este animal possui corpo mole, com concha externa 
univalve, produzida por dobra da epiderme denominada manto; corpo dividido 
em cabeça - com estruturas sensoriais bem desenvolvidas (olhos e tentáculos) e 
com estrutura raspadora denominada rádula na região bucal - massa visceral e pé.
 Tal animal pertence ao filo ____________ e à classe _______________.
As lacunas são corretamente preenchidas, respectivamente, por:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) Mollusca; Gastropodab) Mollusca; Cephalopoda.
c) Mollusca; Bivalvia.
d) Gastropoda; Mollusca.
e) Equinoderma; Gastropoda.
8. Quem fala que um dado animal apresenta a cavidade do manto muito 
vascularizada e servindo de um “pulmão”, está-se referindo a um:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) molusco.
b) equinoderma.
c) crustáceo.
d) anelídeo.
e) aracnídeo.
9. Lula, ostra, mexilhão e polvo têm em comum:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) sistema nervoso formado por grande massa ganglionar cerebral.
b) concha externa.
c) estômago com grande ceco.
d) cromatóforos.
e) respiração branquial.
ZOOLOGIA.indb 101 29/05/12 12:02
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10. O celoma é a cavidade delimitada diretamente:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) apenas pelo endoderma.
b) pelo ectoderma e mesoderma.
c) apenas pelo mesoderma.
d) pelo endoderma e mesoderma.
e) apenas pelo ectoderma.
11. As pérolas que se formam dentro dos moluscos bivalves originam-se de:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) partículas ingeridas e não-digeridas pelos moluscos marinhos.
b) tumores benignos que crescem após mutações induzidas por radiações.
c) gânglios linfáticos que secretam anticorpos sob a camada nacarada da concha.
d) pequenos corpos estranhos que se alojam entre o manto e a concha.
e) cristais de carbonato que se depositam sob o periostraco dos gastrópodos.
12. A produção de pérolas requer a introdução artificial de pequenas partículas 
estranhas no manto. Este circunda o corpo estranho e secreta camadas sucessivas 
de nácar sobre ele. Os animais são mantidos em cativeiro por muitos anos até 
que as pérolas sejam formadas. Os animais utilizados nesse processo pertencem, 
respectivamente, ao filo e à classe:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) Mollusca e Gastropoda.
b) Arthropoda e Crustacea.
c) Arthropoda e Insecta.
d) Mollusca e Cephalopoda.
e) Mollusca e Pelecypoda.
13. Qual dos seguintes animais está filogeneticamente mais relacionado à lula?
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) Caramujo.
b) Lombriga.
c) Planária.
d) Minhoca.
e) Tatuzinho.
ZOOLOGIA.indb 102 29/05/12 12:02
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14. Todas as características abaixo pertencem ao filo Mollusca, exceto:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) presença de brânquias.
b) presença de concha externa.
c) presença de rádula.
d) presença de manto.
e) ausência de celoma.
15. A rádula é um órgão ralador dos alimentos nos moluscos. Está ausente nos 
representantes da classe:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) Amphineura.
b) Gastropoda.
c) Cephalopoda.
d) Pelecypoda.
e) Scaphopoda.
16. Os moluscos que apresentam a cavidade paleal adaptada à respiração aérea 
são os:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) polvos.
b) ostras.
c) aranhas.
d) caracóis.
e) mexilhões.
17. Trocófora e véliger são dois tipos de larvas de:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) anelídeos.
b) moluscos.
c) equinodermos.
d) insetos.
e) cnidários.
ZOOLOGIA.indb 103 29/05/12 12:02
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18. Qual grupo de invertebrados, dentre os seguintes citados, apresenta o sistema 
nervoso mais próximo dos vertebrados quanto à organização e funcionamento?
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) anelídeos
b) aracnídeos
d) crustáceos
c) cefalópodos
e) insetos
19. Com relação aos Moluscos Gastrópodes, pode-se afirmar que apresentam:
I - Corpo mole, não metamerizado; a maioria das espécies é provida de concha de 
 carbonato de cálcio e sistema sanguíneo aberto.
II - Corpo não-segmentado, coberto por uma concha e sistema sanguíneo fechado.
III - Corpo mole, sustentado por um endoesqueleto ou exoesqueleto, e sistema 
 sanguíneo aberto.
IV - Corpo mole, metamerizado, todas as espécies providas de concha de carbonato 
 de cálcio e sistema sanguíneo aberto.
Na questão acima, assinale:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) se apenas as afirmativas III e IV forem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e II forem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e IV forem corretas.
d) se apenas as afirmativas I e III forem corretas.
e) se apenas a afirmativa I for correta.
20. As “conchas” revestem-se de grande importância porque são utilizadas:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
1. pelos moluscos, como elemento de defesa contra os inimigos.
2. nos estudos de filogenia, através dos fósseis.
3. como matéria-prima, na obtenção de calcário.
4. como proteção, pelos próprios moluscos, contra a perda de água por evaporação.
5. nos estudos da classificação dos moluscos.
6. nos estudos arqueológicos, através dos grandes acúmulos das mesmas 
(sambaquis) deixadas por populações primitivas.
ZOOLOGIA.indb 104 29/05/12 12:02
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Assinale:
a) se apenas uma estiver correta.
b) se apenas duas estiverem corretas.
c) se apenas três estiverem corretas.
d) se todas estiverem corretas.
e) se apenas cinco estiverem corretas.
21. Assinale a afirmativa falsa:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 20 de fevereiro de 2012.)
a) O opérculo é uma estrutura que ocorre na classe Gastropoda, tendo função de
 proteção ao animal quando ele está totalmente no interior da concha.
b) Os Bivalva são moluscos que possuem uma concha com duas valvas e não
 possuem cabeça diferenciada.
c) Os Bivalva possuem rádula.
d) A locomoção dos Cephalopoda pode ser feita por jato-propulsão.
e) Os tentáculos e olhos dos Gastropoda têm função sensorial.
ZOOLOGIA.indb 105 29/05/12 12:02
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2. FILO ANNELIDA
Caro estudante, ao dar continuidade ao estudo dos invertebrados superiores, 
observamos que o nível de complexidade morfofisiológica sempre aumenta. Percebemos, no 
tópico anterior, várias características interessantes que fazem do Filo Mollusca ser tão grande 
e diverso. Vamos ver agora, as características do Filo Annelida. Será que esta tendência se 
mantém?
Todos nós temos (ou tivemos) contato com representantes deste filo pelo menos 
uma vez na vida. Quem foi criança um dia ou se pescou com os pais em algum momento, pelo 
menos uma vez entrou em contato com estesbichos, como isca para fisgar os peixes. Quem 
nunca viu ou nunca manuseou uma minhoca? Algumas pessoas, inclusive, acham-na muito 
asquerosa, mas, pelo contrário. Pense agora, na forma de uma minhoca. Faça isso antes de 
começarmos o estudo mais aprofundado destes animais tão interessantes e fundamentais 
para a natureza.
2.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os anelídeos são considerados vermes segmentados. Mas, como assim, vermes?! Pelo 
que vimos, na unidade 1, os animais conhecidos como vermes são os organismos alongados 
e/ou achatados, como os platelmintos e nematelmintos, não é mesmo? Mas a ideia é esta 
mesma. O grupo dos vermes foi criado para reunir todos aqueles organismos que são mais 
longos do que largos (MOREIRA, 2009). Mais uma vez, este é um grupo artificial, criado 
para reunir organismos que não tem relações filogenéticas, mas que compartilham uma 
semelhança morfológica muito grande. Dentro deste grupo, então, encontramos os anelídeos 
poliquetos, bem como os organismos dos Filos Equiúrios e Sinpúnculos, considerados vermes 
celomados. Nesta segunda unidade, estudaremos apenas o Filo Annelida, propriamente dito, 
que compreende as classes Polichaeta, Oligochaeta e Hirudinea.
Dizer que um animal é segmentado significa dizer que o corpo do animal é 
dividido em partes, sejam estas semelhantes (no caso dos anelídeos) ou distintas (no caso 
dos artrópodes). Em outras palavras, ocorre a repetição seriada de segmentos corpóreos 
semelhantes ao longo do eixo longitudinal do corpo. Em relação aos anelídeos e artrópodes 
(este último, falaremos mais tarde nesta unidade), há uma sequência de segmentos onde 
cada um deles é chamado metâmero (ou somito). Nos anelídeos, os metâmeros apresentam 
septos internos que os separam uns dos outros; nos artrópodes, ocorre a redução dos septos 
internos. 
De um modo geral, então, podemos dizer que o corpo dos anelídeos é vermiforme, 
metamérico (ou metamerizado) em anéis, triblástico e celomado (Figura 85). Dentre os 
invertebrados vermiformes, os anelídeos atingem o maior tamanho e apresentam a maior 
diferenciação estrutural. Apenas a cabeça (ou ácron) e o pigídio (parte terminal do corpo 
onde se encontra o ânus) não são segmentados (Figura 86). A formação de novos segmentos 
ZOOLOGIA.indb 106 29/05/12 12:02
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num animal metamérico ocorre exatamente em frente ao pigídio e os segmentos mais velhos 
do corpo são, portanto, anteriores e os mais novos, posteriores.
 Figura 85 - Esquema do corpo de um anelídeo.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-anelideos/filo-anelideos-5.php
 Figura 86 - Vista geral de um anelídeo.
 Fonte: http://200.17.232.45/AtlasPoliquetas/ListaPoliquetas/Ampharetidae
Os anelídeos apresentam representantes marinhos (poliquetas), terrestres 
(minhocas) e de água doce (sanguessugas). O oligoqueto terrestre mais conhecido é a minhoca 
(Lumbricus terrestris). As espécies de Nereis são um exemplo de poliqueto marinho, enquanto 
as sanguessugas (Hirudo medicinalis e a gigante Haementeria ghilhiani da Amazônia, com 30 
cm de comprimento) é um hirudíneo de água doce (Figura 87).
ZOOLOGIA.indb 107 29/05/12 12:02
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 Figura 87 - Representantes do filo dos anelídeos.
Certamente, você já viu como uma minhoca se movimentar. Como os anelídeos são 
dotados de cavidade celomática verdadeira, o fluido celomático funciona como um esqueleto 
hidráulico (ou hidrostático), exercendo pressão contra os músculos longitudinais e circulares, 
que agem para mudar a forma do corpo. Tal movimento gera ondas de contração peristáltica 
que percorrem o corpo causando o alongamento e depois o encurtamento de um número 
de segmentos contidos nas ondas. Isso ajuda o animal a deslocar-se de um local para outro, 
escavar galerias, 
realizar trocas 
gasosas e eliminar 
excretas (em 
algumas espécies). 
Há também a 
presença de 
cerdas quitinosas 
laterais, dispostas 
aos pares em cada 
segmento, que 
aumentam a tração 
com o substrato 
(Figura 88), já 
os poliquetos 
se utilizam dos 
parapódios para 
isto (Figura 89). 
Figura 88 - Disposição das cerdas no corpo do anelídeo.
Fonte:http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/obino/revista/c11_anel/c11_
anelideos.html
ZOOLOGIA.indb 108 29/05/12 12:02
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Figura 89 - Parapódios dos poliquetas.
 O sistema digestivo dos 
anelídeos é completo, tem formato tubular, 
apresentando regiões diferenciadas: faringe, 
papo (parece uma grande câmara) e moela 
(por onde o alimento é triturado), com o 
intestino longo que termina no ânus (situado 
no último anel do corpo) (Figura 90). O 
hábito alimentar é bastante diversificado, 
contendo organismos que são carnívoros, 
dotados de mandíbulas que capturam o 
alimento (poliquetas); outros são herbívoros, 
alimentando-se de vegetais em decomposição (minhocas) e com presença de tiflossole que 
aumentam a superfície de absorção do intestino. Existem ainda os que são necrófagos e 
predadores de minhocas, como as sanguessugas, que possuem ventosas para sugar o sangue 
de outros animais.
O sistema circulatório fechado 
aparece pela primeira vez nos anelídeos. Este 
sistema circulatório é muito mais eficiente, 
porque todo o percurso do sangue, dotado 
de pigmentos respiratórios denominados 
hemoglobina, é feito dentro de vasos. Como 
este pigmento é à base de ferro, a cor do 
sangue é vermelha (como a cor do sangue dos 
vertebrados). O sangue circula através de 
dois vasos longitudinais principais, um dorsal 
(onde o sangue circula de trás para frente) e 
outro ventral (onde o sangue circula no sentido 
oposto). Estes vasos são ligados por vasos 
laterais de menor calibre, com disposição 
circular em volta do tubo digestivo, que se 
ramificam em redes de capilares, de modo 
que todos os órgãos sejam irrigados, inclusive 
a pele, onde ocorrem as trocas com o fluido 
intersticial ou ar. Na região dorsal, existe um 
vaso pulsátil que funciona como o coração, 
impulsionando sangue através de contrações. Na região anterior, existem cinco a sete pares 
de corações laterais ou arcos aórticos que impulsionam o sangue para o vaso ventral (Figura 
91).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1pode
Figura 90 - O sistema digestivo dos anelídeos.
Fonte: http://dalijuh.blogspot.com/
ZOOLOGIA.indb 109 29/05/12 12:02
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 Figura 91 - Sistema circulatório dos anelídeos.
 Fonte: http://curlygirl.no.sapo.pt/circulacao.htm
A respiração dos anelídeos varia de acordo com o ambiente em que vivem, podendo 
ser por meio de brânquias (nos ambientes aquáticos), como em alguns habitantes de tubos, 
como os poliquetas, que apresentam estruturas muito variáveis (Figura 86), ou pela epiderme 
(respiração cutânea), onde o oxigênio do ar penetra por difusão e é transportado pelo sangue 
para todas as partes do corpo. O dióxido de carbono, por sua vez, é recolhido e eliminado, 
também por difusão, através da cutícula fina e irrigada da epiderme (Figura 92).
 Figura 92 - Respiração cutânea dos anelídeos.
Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=5&letter=R&
min=30&orderby=titleA&show=10
ZOOLOGIA.indb 110 29/05/12 12:02
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111
A excreção destes animais ocorre por meiode nefrídios (ou metanefrídios). Em cada 
metâmero do anelídeo está presente um par de nefrídios, que são estruturas especializadas 
na remoção de resíduos nitrogenados do metabolismo (Figura 93), bastante comuns em 
animais de simetria bilateral que não precisam conservar água.
 Figura 93 - Sistema excretor dos anelídeos.
 Fonte: http://dalijuh.blogspot.com/
O sistema nervoso é composto por uma cadeia nervosa ventral, com um par de 
gânglios bem desenvolvidos em cada metâmero. Os dois gânglios do primeiro metâmero são 
mais desenvolvidos e constituem o cérebro. Em todos os representantes do grupo existem 
órgãos sensoriais como: terminações nervosas livres, células sensoriais com cílios terminais 
e células fotorreceptoras (para percepção de luz), olhos e papilas sensoriais (para percepção 
de paladar e tato) (Figura 94).
 Figura 94 - Sistema nervoso dos anelídeos. 
Fonte: http://professormarcello.com/index.php?option=com_content&task=view&id=590&Itemid=54
ZOOLOGIA.indb 111 29/05/12 12:02
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As formas de reprodução variam muito entre as espécies de anelídeos, podendo 
ser monoicas (as minhocas) ou dioicas (muitos poliquetas marinhos), com desenvolvimento 
direto (com cópula e formação de casulo) fecundação cruzada (minhocas), ou indireto (com 
formação da larva do tipo trocófora).
A reprodução das minhocas é algo bastante característico (Figura 95). Como a 
fecundação é recíproca (ou cruzada), os espermatozóides eliminados pelas vesículas seminais 
são lançados nos receptáculos seminais de outra minhoca. Após a troca de esperma, as 
minhocas se separam. Assim que os óvulos amadurecem, eles são lançados no casulo, que 
se desloca pelo corpo do animal e, quando passa pelos receptáculos seminais, recebe os 
espermatozóides do parceiro. Neste momento, há a fecundação e, em seguida, a formação 
dos ovos. O casulo continua o movimento pelo corpo do animal até deixá-lo no solo. Os ovos 
ali vão se desenvolver e formar filhotes.
As sanguessugas (hirudíneos) e as minhocas (oligoquetos) são organismos clitelados, 
que compartilham o hermafroditismo, mas com a ausência da autofecundação. O clitelo, no 
entanto, é um anel esbranquiçado, correspondendo a segmentos mais espessos do corpo, 
cuja função é secretar um material viscoso para a cópula e que forma o casulo, no qual são 
depositados os óvulos.
 
 Figura 95 - Reprodução dos anelídeos (à esquerda) e evidência ao clitelo.
Fonte: http://dalijuh.blogspot.com/ e http://www.minhobox.com.br/materias3-jm.htm
ZOOLOGIA.indb 112 29/05/12 12:02
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2.2 - CLASSIFICAÇÃO
2.2.1 - CLASSE POLYCHAETA 
(POLI = MUITO; QUETO = CERDAS)
Os anelídeos desta classe são marinhos, com presença de parapódios laterais, um 
prostômio bem desenvolvido que contém olhos, antenas e um par de palpos, na parte anterior 
dos vermes. Os representantes deste compreendem os poliquetas pelágicos, tubícolas, 
cavadores, perfuradores, comensais e raras espécies parasitas (Figura 96).
Figura 96: Exemplos de poliquetas. À direita está o poliqueta espirógrafo (Spirographis spallanzani).
Fonte: http://www.usp.br/agen/repgs/2002/pags/280.htm e http://www.oceanario.pt/cms/522/
2.2.2 - CLASSE OLIGOCHAETA 
(OLIGO = POUCO; QUETO = CERDAS)
Os oligoquetas compreendem os anelídeos de água doce e as minhocas terrestres.
Com presença de cerdas (Figura 97). O prostômio (lábio musculoso) é geralmente um pequeno 
lobo arredondado ou um pequeno cone sem apêndices sensoriais. Os representantes são 
oligoquetas cavadores, arborícolas, comensais e pelo menos um é parasita (por exemplo: 
naidídeo Schmardaella, que vive nos ureteres de pererecas). O clitelo é uma estrutura 
reprodutora característica dos oligoquetos, que inclui alguns segmentos adjacentes nos quais 
a epiderme se apresenta bastante intumescida, com glândulas unicelulares que formam um 
cinturão (ou um anel) que envolve parcial ou totalmente o corpo do verme, da porção dorsal 
para baixo.
A grande importância ecológica das minhocas está na sua capacidade de escavação 
do solo, que proporciona a drenagem e a aeração solo, bem como à produção de húmus 
(Figura 97). As minhocas também apresentam importância comercial, pois são produzidas 
para finalidades de pesca, atividade que as utilizam como isca para atrair peixes.
ZOOLOGIA.indb 113 29/05/12 12:02
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Figura 97 - Minhoca (à esquerda) e o excremento das minhocas (à direita).
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Clitelo e http://www.minhobox.com.br/materias3-jm.htm
2.2.3 - CLASSE HIRUDINEA
Estes anelídeos são bastante conhecidos: sanguessugas, que são vermes hematófagos 
e ectoparasitas muito especializados (Figura 98). O corpo destes animais é achatado dorso-
ventralmente e frequentemente afilado na parte posterior, com os segmentos de ambas 
as extremidades modificadas para formar ventosas. A metameria é reduzida e o número 
de segmentos é fixo (33 segmentos) em todas as espécies, diferindo dos outros anelídeos. 
Somente nas sanguessugas, então, a cavidade do corpo é única, ou seja, não ocorrem septos 
intersegmentares. Estes organismos apresentam adaptações morfológicas e fisiológicas 
específicas do tudo digestório, apresentando as ventosas (como já foi mencionado), glândulas 
secretoras de substâncias anestésicas, substâncias anticoagulantes, cecos intestinais e ânus 
se abrindo dorsalmente em frente à ventosa.
Por apresentar glândulas secretoras de substâncias anestésicas e substâncias 
anticoagulantes, as sanguessugas foram utilizadas por muito tempo nas medicinas oriental 
e ocidental (nas sangrias), com o objetivo de auxiliar a circulação sanguínea em membros, 
com possibilidade de gangrena, considerando que a sua ação sugadora força o sangue a 
circular, ajudando a manter vivas as células. Este método não é muito convencional e não é 
aceito pela medicina convencional (Figura 98).
Como não possuem cerdas, eles utilizam as ventosas também para se locomoverem. 
Na porção dorsal, a cabeça possui diversos olhos. Há a presença de uma probóscide muscular 
para introduzir no hospedeiro. Há a presença de pênis na transferência de espermatozóides, 
que são introduzidos na vagina, a qual provavelmente atua também como centro de 
armazenamento. 
ZOOLOGIA.indb 114 29/05/12 12:02
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Figura 98 - Sanguessuga (à esquerda) e tipo de terapia não convencional utilizando sanguessugas.
 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioanelideos3.php e http://diariodebiologia.
com/2011/04/terapias-loucas-tratamento-com-sanguessugas/
Estudante, finalizamos o estudo sobre o Filo Annelida. Para 
concretizarmos nossos conhecimentos, acesse o link abaixo e assista às 
vídeo-aulas, que apresentam uma revisão muito interessante sobre este 
filo. Em seguida, responda às questões da atividade proposta e veja se 
você, de fato, consegue reconhecer as características destes animais. 
• http://www.youtube.com/watch?v=g2drm-QYyH0&feature=related
• http://www.youtube.com/watch?v=LndSUR4dWfM&feature=related
Nos diversos filos de invertebrados, encontramos estruturas distintas relacionadas 
com a função de coordenação nervosa e dos sentidos. Associe os representantes 
de invertebrados (coluna 1) com seu sistema nervoso e órgãos dos sentidos (coluna 
2). (Disponível em: <http://djalmasantos.wordpress.com/2010/11/15/testes-de-sistema-nervoso-24/>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de2012.)
COLUNA 1 COLUNA 2
I. Planária
1. Sistema nervoso glanglionar; dois cordões nervosos ventrais; 
ocelos.
II. Minhoca
2. Sistema nervoso difuso; células sensoriais ciliadas na 
epiderme.
III. Nematódeo
3. Pares de gânglios ligados entre si por cordões nervosos; 
células sensoriais epidérmicas.
IV. Hidra
4. Dois cordões nervosos, dorsal e ventral; anel nervoso que 
circunda a faringe.
ATIVIDADES
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Assinale a alternativa que indica a sequência correta dessa associação, em ordem 
crescente de evolução biológica.
1º 2º 3º 4º
a) IV-2 I-4 II-3 III-1
b) IV-2 I-1 III-4 II-3
c) I-1 IV-2 II-3 III-4
d) I-4 II-3 III-2 IV-1
e) III-3 IV-2 I-1 II-4
Num passado, não muito distante, um tipo de animal era vendido em barbearias 
e em boticários para fazer sangria. Acreditava-se que a sangria feita por esses 
animais podia curar uma grande série de males que afligissem uma pessoa. Que 
animal era utilizado e a qual o filo pertence?
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 23 de 
fevereiro de 2012.)
a) lesma, do filo Molusca
b) minhoca, do filo Annelida
c) lesma, do filo Artrópoda
d) sanguessuga, do filo Annelida
e) amarelão, do filo Asquelminte
3. Os anelídeos têm em comum:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 23 de 
fevereiro de 2012.)
a) o habitat
b) as ventosas
c) a segmentação
d) os parapódios
e) as cerdas
4. Quanto aos anelídeos, podemos afirmar:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) são triblásticos, acelomados e com metameria.
b) são diblásticos, celomados e com ciclomeria.
c) são triblásticos, celomados e com metameria.
d) são triblásticos, pseudocelomados e com metameria.
e) são diblásticos, acelomados e com ciclomeria.
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5. Assinale a alternativa que relaciona corretamente o animal ao seu respectivo 
órgão excretor:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) Protozoários - glândulas verdes.
b) Celenterados - túbulos de Malpighi.
c) Platelmintos - vacúolos contráteis.
d) Insetos - células-flama.
e) Anelídeos - nefrídios.
6. Os anelídeos são animais com o corpo formado por muitos segmentos ou 
metâmeros e que apresentam como característica obrigatória:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) habitat aquático
b) sistema excretor com um par de nefrídios por segmento
c) respiração branquial
d) hermafroditismo
e) um par de cerdas por segmento
7. A qual dos animais abaixo refere-se a descrição a seguir?
“O sangue circula em vasos; no intestino, recebe os alimentos digeridos 
e os distribui às células do corpo; na epiderme, absorve oxigênio do 
ar e desprende gás carbônico; transporta as excretas nitrogenadas a 
uma série de tubos que se abrem em poros na superfície do corpo.”
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.
pdf>. Acesso em: 23 de fevereiro de 2012, adapatada)
a) Planária
b) Minhoca
c) Caracol
d) Polvo
e) Nematódeo
8. Nas minhocas, a fecundação e o desenvolvimento são:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) interna — direto
b) externa — indireto
c) interna — indireto
d) externa — direto
e) interna — indireto com larva trocófora
ZOOLOGIA.indb 117 29/05/12 12:02
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9. Quanto à reprodução, as minhocas (Classe Oligochaeta) são:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) monoicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgãos sexuais masculinos como 
femininos.
b) monoicas, isto é, cada animal apresenta apenas órgãos sexuais masculinos ou 
femininos.
c) dioicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgãos masculinos como femininos.
d) dioicas, isto é, cada animal apresenta apenas órgãos masculinos ou femininos.
e) protândricos, isto é, os órgãos masculinos desenvolvem-se antes dos femininos.
10. Quanto à reprodução, as minhocas podem ser classificadas como:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) dioicas com fecundação cruzada e desenvolvimento direto.
b) dioicas com fecundação cruzada e desenvolvimento indireto.
c) monoicas com autofecundação e desenvolvimento indireto.
d) monoicas com fecundação cruzada e desenvolvimento direto.
e) monoicas com fecundação cruzada e desenvolvimento indireto.
11. (Unisinos-RS) A área da Edafologia da UNISINOS estuda a importância da 
minhoca na recuperação do solo, uma alternativa de baixo custo e bastante 
eficiente para refertilização dos solos brasileiros, já bastante pobres. Assinale a 
característica que pode ser atribuída às minhocas (Anelídeos – Oligoquetas):
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) marinhos, com projeções laterais denominadas parapódios.
b) com ventosas na região anterior e posterior do corpo.
c) são de sexos separados.
d) respiração branquial.
e) respiração cutânea.
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12. No passado, anelídeos do grupo dos hirudíneos foram usados para fazer sangria 
em doentes. Essa medida “terapêutica” consistia em fixar o verme, através de 
suas ventosas, à pele do paciente. Outros exemplos de anelídeos são o Nereis e a 
minhoca. O grupo dos anelídeos apresenta sistema circulatório:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) fechado e constituído por um feixe de numerosos vasos longitudinais, que se 
comunicam por nefrídios, que formam os corações laterais.
b) fechado e constituído por dois grandes vasos longitudinais, que se comunicam 
por vasos laterais, que constituem os corações laterais.
c) semi-aberto e constituído por um conjunto de corações laterais, que bombeiam 
sangue diretamente lançado nos poros excretores.
d) semi-aberto e constituído por um coração localizado num dos metâmeros 
próximos ao clitelo.
e) aberto e constituído por um feixe de numerosos vasos longitudinais, que se 
comunicam com os poros excretores e com corações laterais.
13. A minhoca apresenta respiração ( I ) e circulação ( II ). Para completar 
corretamente a frase acima, I e II devem ser substituídos, respectivamente, por:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) cutânea e aberta
b) cutânea e fechada
c) branquial e aberta
d) branquial e fechada
e) traqueal e fechada
14. Analise as seguintes afirmativas sobre grupos de animais.
I - A organização do corpo em metâmeros e a presença de um celoma 
compartimentalizado são características dos anelídeos.
II - Os nematódeos têm em comum com os platelmintos um trato digestivo completo 
e a ausência de um sistema circulatório.
III - O pé muscular, a rádula e o manto são características dos moluscos.Quais afirmativas estão corretas?
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.
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15. A estrutura indicada na ilustração abaixo pela letra X denomina-se __________, 
e é responsável pela excreção dos ___________.
a) pelo absorvente – vegetais
b) célula flama – platelmintos
c) nefrídio - anelídeos
d) tubo de Malpighi - insetos
e) vacúolo pulsátil - protozoários
16. Vem aumentando consideravelmente o número de pessoas envolvidas com 
a "minhocultura". Assim, as minhocas recuperaram sua devida importância na 
produção agrícola. Sobre esses animais, é CORRETO afirmar que (mais de uma 
alternativa pode estar correta):
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012, adaptada.)
a) solos que os possuem são compactados e com dificuldade de penetração da água.
b) possuem corpo dividido em anéis, daí serem denominados anelídeos.
c) são hermafroditas sem, contudo, realizarem a autofecundação.
d) promovem a formação do húmus, com a transformação da matéria morta que cai 
no solo.
e) escavam galerias que proporcionam um maior arejamento do solo.
f) são nocivos ao homem quando tocados.
ZOOLOGIA.indb 120 29/05/12 12:02
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17. Os anelídeos podem ser caracterizados por:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) terem simetria bilateral e corpo achatado; serem acelomados e triblásticos.
b) serem acelomados, diblásticos; terem corpo alongado e ciclomeria.
c) terem simetria bilateral, corpo alongado, cilíndrico e segmentado; serem 
triblásticos e celomados.
d) serem diblásticos, acelomados; terem corpo cilíndrico com metameria.
e) serem celomados, pseudocelomados, triblásticos e com metameria.
18. Assinale a característica que não pode ser atribuída aos anelídeos.
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
a) sexos separados
b) respiração branquial
c) corpo segmentado
d) ausência de aparelho circulatório
e) sistema nervoso ganglionar
19. Se você escavasse a areia da praia e encontrasse um animal segmentado, cuja 
cabeça tivesse tentáculos e cujos anéis apresentassem cerdas e brânquias, diria 
tratar-se de um:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012, adaptada.)
a) nematelminto
b) poliqueta
c) oligoqueto
d) hirudíneo
e) platelminto
20. Critérios anatômicos, fisiológicos e embrionários servem também de base 
para estabelecer o grau de parentesco entre os seres e, consequentemente, sua 
origem evolutiva. Sendo assim, permitem seu enquadramento nas categorias 
taxonômicas.
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 23 de fevereiro de 2012.)
Assinale a opção que NÃO apresenta uma justificativa correta no enquadramento 
dos Anelídeos como seres mais evoluídos que os Cnidários.
ZOOLOGIA.indb 121 29/05/12 12:02
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a) O sistema circulatório nos Anelídeos é fechado, enquanto que os Cnidários são 
desprovidos desse sistema.
b) Anelídeos apresentam respiração cutânea indireta (com auxílio de sangue), já 
nos Cnidários, as trocas gasosas se realizam por difusão.
c) Anelídeos são animais triblásticos, enquanto que Cnidários são diblásticos.
d) Presença de tubo digestivo completo em Anelídeos e incompleto em Cnidários.
e) Presença de sistema nervoso difuso nos Anelídeos e ganglionar nos Cnidários.
21. Clitelo é uma estrutura esbranquiçada semelhante a um anel, cuja função 
é secretar o casulo na reprodução de quais animais? Aproveite e explique como 
ocorre este tipo de reprodução.
3. FILO ARTHROPHODA (ARTHROS = ARTICULAÇÃO; PODOS = 
PÉ)
3.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os artrópodes são considerados os animais ecologicamente mais bem sucedidos no 
planeta Terra, pois são capazes de colonizar quase todos os tipos de ecossistemas, tanto em 
riqueza (número de espécies) quanto em abundância (número de indivíduos) elevadas. Eles 
podem ser encontrados nos topos das mais altas montanhas até nas maiores profundezas 
dos oceanos. Esta alta capacidade de colonização se dá pela enorme diversidade adaptativa 
que apresentam, e isto faz com que este grupo seja bem popular, com mais de um milhão 
de espécies conhecidas, totalizando mais de 75% de todos os animais (fósseis e vivos). Os 
artrópodes são, portanto, os grandes responsáveis por elevar a proporção dos invertebrados 
a mais de 95% de todo o Reino Animal, como foi visto na primeira unidade. Este é o único 
dos grandes filos dos invertebrados com muitos membros adaptados à vida terrestre, 
independentemente se o ambiente for úmido; e os insetos são os únicos invertebrados 
capazes de voar. 
Os artrópodes, assim como os demais invertebrados superiores, são de origem 
ZOOLOGIA.indb 122 29/05/12 12:02
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protostômica e, provavelmente, tiveram origem a partir de um tronco primitivo de poliquetas 
ou de um ancestral comum a ambos. Assim como os anelídeos, os artrópodes são metaméricos, 
característica evidente no desenvolvimento embrionário de todos os organismos. Em cada 
segmento, os artrópodes possuem um par de apêndices, similarmente aos anelídeos, que 
têm um par de parapódios ou cerdas em cada metâmero. Em ambos os grupos, o sistema 
nervoso é ganglionar, com um cérebro dorsal e anterior, seguido de um cordão nervoso 
ventral em cada segmento. 
Este filo compreende um conjunto bastante diverso de animais, que incluem os 
caranguejos, os camarões, as cracas e outros crustáceos (Subfilo Crustacea); os insetos 
(Classe Insecta); as aranhas, escorpiões, carrapatos e correlatos (Classe Arachnida); as 
centopeias e lacraias (Classe Chilopoda); os piolhos-de-cobra (embuás ou gongolôs - Classe 
Diplopoda); os pouco conhecidos límulos (ou caranguejo-ferradura - Classe Merostomata) e 
os fósseis trilobitas (Subfilo Trilobitomorpha).
Os organismos do filo dos artrópodes são caracterizados, portanto, como bilatérios, 
triblásticos, metaméricos, presença de apêndices articulados, que são encerrados em um 
exoesqueleto quitinoso. Estas duas últimas características serão vistas com mais detalhes 
adiante.
Embora a diversidade morfológica dos artrópodes seja grande, existem características 
básicas comuns a todos os organismos, como a presença de um exoesqueleto quitinoso 
(duro) e apêndices articulados. Já comentamos que o corpo dos artrópodes é segmentado 
semelhante ao dos anelídeos, mas a diferença é que alguns segmentos apresentam um padrão 
de fusão diferenciado, originando os tagmas, através do processo conhecido como tagmose. 
O resultado da tagmose é a formação de regiões ou unidades integradas como cabeça, tórax, 
cefalotórax e abdome. Os apêndices articulados, dependendo do animal, modificam-se 
formando antenas, apêndices locomotores, cavadores, nadadores, escaladores, corredores 
e ainda auxiliam na reprodução. A adaptação ao voo é uma das estratégias de locomoção 
mais importante dos artrópodes da classe dos insetos e esta habilidade ocorre em apenas 
umaetapa do ciclo de vida da maioria das espécies aladas.
A característica mais notável dos artrópodes é a presença de um exoesqueleto 
resistente, secretado pela camada subjacente de células epiteliais tegumentares, conhecida 
como hipoderme. O sucesso destes animais no meio terrestre se dá, principalmente, devido 
à presença deste exoesqueleto, que é impermeável, evitando, assim, a desidratação. O 
exoesqueleto é uma cutícula, que cobre todo o corpo do animal, formado, predominantemente, 
por quitina e proteína, mas pode receber impregnação de carbonato de cálcio, tornando-se 
bastante rígido. O movimento é possível graças à divisão da cutícula em placas separadas. 
O exoesqueleto cuticular dos apêndices, como o do corpo do animal, encontra-se dividido 
em segmentos tubulares, unidos entre si por membranas articulares, criando, deste modo, 
uma articulação em cada ponto de união, como se fossem alavancas. O filo recebe este 
nome (significa: pés articulados), portanto, por causa da capacidade das articulações em 
tornarem-se passíveis aos movimentos dos segmentos dos apêndices e do corpo. 
ZOOLOGIA.indb 123 29/05/12 12:02
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Apesar das vantagens locomotoras, de revestimento e de suporte de um esqueleto 
externo, ele apresenta problemas ao animal em crescimento. A solução para este problema, 
desenvolvida pelos artrópodes ao longo de milhares de anos de evolução, consiste no 
desprendimento periódico do exoesqueleto, processo chamado de muda ou ecdise. Neste 
processo, a camada epidérmica (hipoderme) se desprende do esqueleto e secreta uma nova 
cutícula. As inserções musculares e as conexões nervosas não são afetadas e o animal pode 
continuar a se mover. O animal fica alojado em dois esqueletos, um velho e um novo, o 
esqueleto velho se rompe em uma exúvia e o animal sai. Enquanto a nova cutícula ainda 
estiver mole e expansível, o artrópode expande seu corpo através de bombeamento de ar 
ou de água, os quais depois são substituídos por um verdadeiro crescimento de tecidos. 
Você já viu, por exemplo, a “casquinha” da cigarra jogada próxima ou presa às árvores? 
Esta estrutura é a exúvia da cigarra, que foi perdida para o animal crescer. Este processo de 
ecdise ou muda está representado graficamente na Figura 99. 
 Figura 99 - Representação gráfica da ecdise ou muda. 
Fonte: http://guia.bio.br/?pasta=disciplinas&pasta2=zoo&pasta3=invertebrados&pagina=arthropoda1
É possível observar no gráfico que o crescimento dos artrópodes é contínuo, embora 
o aumento em tamanho e peso seja descontínuo. Proteínas e outros compostos orgânicos são 
sintetizados durante o período de intermuda (período de intervalo entre mudas), repondo 
fluídos absorvidos após a ecdise. Todo o ciclo da muda é controlado pelo sistema endócrino. 
Pelo menos dois hormônios atuam nele, a ecdisona, também chamada hormônio da muda 
(secretada pelas glândulas protorácicas em insetos), que inicia o ciclo e outro que inibe a 
muda (neotenina).
Os estágios entre as mudas são conhecidas como instars e, à medida que o animal 
envelhece, a duração dos instars se torna maior. Alguns artrópodes, como as lagostas e a 
maioria dos caranguejos, continuam sofrendo mudas durante toda a vida. Outros artrópodes, 
tais como os insetos e as aranhas, têm um número mais ou menos fixo de instars, este último 
ZOOLOGIA.indb 124 29/05/12 12:02
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alcançado com a maturidade sexual. 
Os artrópodes são muito importantes para o ser humano e estão relacionados a várias 
questões, como, por exemplo, em problemas de saúde pública (em relação à veiculação de 
doenças); em questões econômicas, pois podem ser utilizados na alimentação, mas também 
estão ligados diretamente no controle de pragas em lavouras. Em consequência disto, os 
aspectos ecológicos estão diretamente relacionados.
Para facilitar a compreensão das características morfofisiológicas, elas serão tratadas 
separadamente em cada grupo durante o estudo sobre a classificação dos artrópodes.
3.2 - CLASSIFICAÇÃO
Os artrópodes modernos são classificados em cinco subfilos: Trilobitomorpha, 
Chelicerata, Crustacea, Hexapoda e Miriapoda, segundo vários critérios no que abrangem a 
organização corporal, a quantidade e tipo de apêndices torácicos e a presença e número de 
antenas. 
3.2.1 - SUBFILO TRILOBITOMORPHA
 Os trilobitas são os únicos representantes deste subfilo e já são animais extintos 
(Figura 100). Eles habitaram o planeta do período Cambriano, quando surgiram, até o 
Permiano, quando foram extintos (aproximadamente, 540-250 milhões de anos). Estes 
animais compõe o grupo mais diverso preservado em registro fóssil. Anteriormente, eram 
classificados como sendo uma classe do subfilo Chelicerata. 
Os trilobitas eram animais marinhos, de hábito geralmente bentônico, que se 
alimentava por filtração de partículas suspensas no lodo ou na lama. Eles apresentavam 
um par de antenas e todos os outros apêndices pós-orais similares. O corpo era dividido 
por dois sulcos longitudinais em três lobos, com cabeça distinta e abdome dotado de 2 a 29 
segmentos. Apresentavam uma placa caudal fundida e todos os segmentos, exceto o último 
(pigídio), possuíam extremidades em birremes (bifurcação nos apêndices). Tinham olhos 
compostos complexos.
 
 Figura 100 - Trilobitas fossilizados, à esquerda, e principais características corporais, à direita. 
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3.2.2 - SUBFILO CHELICERATA 
(CHELE = GARRA; KEROS = CORNO) 
Os organismos quelicerados compreendem as aranhas, os carrapatos, os escorpiões 
e o carangueijo-ferradura. Depois dos insetos, é considerado o grupo mais importante. O 
grande interesse neste grupo gira em torno da interferência que estes organismos exercem 
na saúde pública humana como, por exemplo, as picadas de aranhas e de escorpiões, e as 
lesões epidérmicas causadas por carrapatos e sarnas. 
Os quelicerados evoluíram e perderam os segmentos cefálicos, com isso, as antenas 
não existem. Não apresentam mandíbulas (caráter distintivo) também e para suprir esta 
falta, os primeiros apêndices cefálicos pós-orais são um par de quelíceras, para apreensão 
de alimento, geralmente seguido por um par de pedipalpos (Figura 101).
 
O corpo é composto de cefalotórax e abdome 
distintos (exceto em Acarina). O cefalotórax (prossoma) 
contém quelíceras, pedipalpos e quatro pares de 
pernas locomotoras, todas inseridas no cefalotórax. 
As peças bucais e o trato digestivo são adaptados 
principalmente para sugar. Alguns organismos podem 
apresentar glândulas venenosas (como algumas aranhas 
e escorpiões) e a maioria das espécies é terrestre e 
solitária. De um modo geral, são predadores de vida 
livre ou parasitos. Possuem olhos na superfície dorsal do 
cefalotórax em até quatro pares. Os quelicerados são 
divididos em três classes: Merostomados e Picnogônidos 
(marinhos com poucas espécies) e Aracnídeos (grande 
diversidade, com maioria das espécies terrestres). A 
classe dos aracnídeos compreendem as principais ordens: 
Ordem dos Escorpiões, Ordem das Aranhas, Ordem dos 
Ácaros, Ordem Amblipygi, Ordem Uropygi e Ordem dos 
Pseudoescorpiões. Em algumas destas ordens serão dadas mais destaque.
3.2.2.1 - CLASSE MEROSTOMATA 
Os merostomados reúnem dois grupos: límulos ou carangueijos-ferradura (xifosuros) 
e euriptéridos fósseis (Figura 102). Os xifosuros são quelicerados marinhos e os euriptéridos, 
já são extintos e se parecem com os escorpiões. Estes últimos são os maiores artrópodes 
que já existiram na Terra. Apresentam cefalotóraxlargamente ligado ao abdome, no qual há 
cinco ou seis pares de extremidades, com olhos compostos laterais.
Figura 101 - Quelíceras e pedipalpos 
dos quelicerados.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.
com.br/alfa/filo-artropodes/filo-
artropodes-5.php
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Figura 102 - Exemplares de artrópodes euriptéridos (à esquerda) e xifosuros (à direita).
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Chelicerata
3.2.2.2 - CLASSE ARACHNIDA
Os aracnídeos são uma ampla classe e compreendem os famosos escorpiões, 
aranhas, piolhos e ácaros. Não somente as aranhas, como muitos pensam. Eles são o grupo 
de maior sucesso entre os quelicerados e o mais importante, sob o ponto de vista humano. A 
maioria dos representantes é terrestre, mas acredita-se que evoluíram de formas aquáticas 
semelhantes aos euriptéridos e, provavelmente, podem ter sido os primeiros deste filo a 
habitar a terra seca. Como resultado desta transição, ocorreram certas modificações na 
anatomia e na fisiologia do grupo, como no sistema reprodutor, que foi modificado para 
evitar a perda de água. A fecundação tornou-se, então, interna e os ovos são depositados em 
cavidades úmidas, de forma que ficam protegidos da dessecação. Além disso, os ovos ficam 
retidos na fêmea ou ficam presos por um envoltório externo. Os estágios larvais ocorrem no 
interior do ovo, necessitando de grandes quantidades de vitelo. Algumas espécies podem 
viver também parasitando outros animais (ácaros). 
Outras adaptações que ocorrem nos aracnídeos incluem o desenvolvimento de 
um exoesqueleto mais impermeável, para reduzir a perda de água, e a transformação das 
brânquias foliáceas originais em pulmões foliáceos ou em um sistema traqueal de respiração 
aérea. Além disso, os apêndices adaptaram-se melhor para locomoção terrestre. Duas 
inovações evolutivas marcantes neste grupo são o desenvolvimento de glândulas produtoras 
de seda por parte das aranhas, dos pseudoescorpiões e de alguns ácaros, e de glândulas 
produtoras de veneno em escorpiões, aranhas e pseudoescorpiões. 
Nos aracnídeos existem dois pares de peças bucais (quelíceras e pedipalpos) e 
quatro pares de patas articuladas; as espécies em sua maioria são terrestres, o que os difere 
das outras classes de quelicerados. As quelíceras das aranhas e o aguilhão dos escorpiões têm 
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a função de injetar veneno na presa para imobilizá-la e, em seguida, ingeri-la (Figura 103). 
A digestão, então, é parcial e extracorpórea, e os tecidos dissolvidos passam para dentro 
do corpo por uma cavidade pré-oral. Em seguida, são sugados por um estômago sugador e 
depois para o final do tubo digestório, com ânus no télson (órgão inoculador de veneno). 
Algumas aranhas produzem teias como armadilhas. Mas de onde vêm os fios? Os fios são 
secreções de glândulas especiais, localizadas no final do abdome (fiandeiras) (Figura 103). 
 Figura 103 - Aguilhão dos escorpiões (à esquerda) e glândulas produtoras de seda (à direita)
3.2.2.2.1 - PRINCIPAIS ORDENS DE ARACNÍDEOS
A. ORDEM SCORPIONES
Os escorpiões são, geralmente, de hábitos crípticos e de vida noturna, ocultando-se 
durante o dia debaixo de troncos, pedras, em galerias no solo e associados com a vegetação. 
Frequentemente são encontrados próximos a moradias e o costume que existe de inspecionar 
os sapatos, pela manhã representa uma precaução oportuna em algumas regiões. 
O corpo do escorpião consiste de um cefalotórax (prossomo) coberto por uma 
carapaça única e de um abdome (opistossomo) longo que termina em um aguilhão pontiagudo, 
preso à parte posterior do último segmento e consta de uma base bulbar e uma ponta curva 
aguda que injeta o veneno (Figura 104).
Figura 104 - Características do corpo do escorpião
o.
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Fonte: http://planetavida11.blogspot.com/2011/01/escorpioes.html
As quelíceras são pequenas, triarticuladas e queladas, projetando-se em direção 
anterior. Os pedipalpos são bastante grandes e formam um par de pinças destinadas a 
capturar presas. Os opérculos genitais estão localizados atrás do esterno, no lado ventral do 
primeiro segmento abdominal. Atrás das placas genitais, e inseridas no segundo segmento 
abdominal, destaca-se um par de apêndices sensoriais conhecidos como pentes, que são 
peculiares dos escorpiões (Figura 105).
 Figura 105 - Opérculo genital e pente.
 Fonte: http://www.biomax-mep.com.br/pragas/78-escorpioes
O veneno da maioria dos escorpiões, embora suficientemente tóxico para matar 
muitos invertebrados, não é prejudicial ao homem, mas existem espécies que possuem 
um veneno neurotóxico capaz de matar o homem, como o dos organismos Androctonus 
e Centuroides. A ação do veneno é muito dolorosa e pode causar paralisia dos músculos 
respiratórios ou parada cardíaca em casos fatais. 
Os escorpiões são absolutamente carnívoros e alimentam-se de invertebrados, 
principalmente insetos. O sistema circulatório é aberto (lacunar), dorsal e formado por um 
coração dorsal, de forma tubular, o qual envia sangue pelos vasos a todas as partes do corpo. 
A hemolinfa dos aracnídeos possui o pigmento respiratório hemocianina. As trocas gasosas 
são realizadas apenas pelos pulmões foliáceos (Figura 106). A difusão dos gases ocorre entre 
o sangue circulante no interior da lamela e o ar dos espaços interlamelares, que se abrem de 
uma câmara (átrio) em aberturas chamadas de estigmas.
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Figura 106 - Pulmões foliáceos (ou filotraqueias).
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioartropodes4.php
A guanina é o mais importante produto de excreção nitrogenada dos aracnídeos. 
A excreção ocorre através da ação de dois pares de túbulos de Malpighi e um único par de 
glândulas coxais, que se abrem na coxa do terceiro par de pernas. Exibem pouco dimorfismo 
sexual, apesar dos machos poderem ser um pouco maiores que as fêmeas. A característica 
mais útil na distinção sexual é o gancho presente nas placas operculares do macho. Antes 
do acasalamento, os escorpiões executam um longo ritual de corte. Todos os escorpiões são 
ovovivíparos ou autenticamente vivíparos, isto é, incubam seus ovos no trato reprodutivo 
feminino. Ao nascerem, os jovens têm poucos milímetros de comprimento e imediatamente 
se arrastam sobre o dorso da mãe, onde permanecem até a primeira muda. Os filhotes 
abandonam a mãe gradualmente e se tornam adultos, aproximadamente, depois de um ano 
e cerca de sete mudas (Figura 107). 
Figura 107 - A fêmea do escorpião carregando os filhotes no dorso.
Fonte: http://www.biomax-mep.com.br/pragas/78-escorpioes
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B. ORDEM ARANEAE 
As aranhas constituem a ordem mais ampla de aracnídeos. Muitas adaptações das 
aranhas tornam-nas animais especialmente interessantes: a grande variedade de usos aos 
quais se destina a seda em diferentes famílias, seus hábitos alimentares, a utilização de 
veneno, a visão bem desenvolvida em algumas aranhas caçadoras e as modificações dos 
pedipalpos, no macho, para formar um órgão copulador.
 As aranhas variam muito de tamanho. A carapaça convexa geralmente possui 
oito olhos anteriores. Os pedipalpos dafêmea são curtos e semelhantes a pernas, mas no 
macho eles se modificaram, formando órgãos copuladores. As pernas, de tamanho variável, 
geralmente constam de oito segmentos. O abdome globoso ou alongado não é segmentado, 
salvo em alguns grupos de aranhas primitivas. As aberturas reprodutoras e os estigmas dos 
pulmões foliáceos estão localizados em uma depressão transversal conhecida como sulco 
epigástrico. Na extremidade do abdome, destaca-se um grupo de apêndices modificados 
conhecidos como fiandeiras (Figura 108).
 Figura 108 - O corpo de uma aranha.
 Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioartropodes4.php
 A seda das aranhas é uma proteína composta de glicina, alanina, serina e tirosina 
e é similar à seda das lagartas. A maioria das aranhas produz mais de um tipo de seda e os 
vários tipos são secretados por dois a seis tipos diferentes de glândulas sericígenas. A seda 
desempenha um importante papel na vida das aranhas e é utilizada para vários fins, como 
captura de presas, como fio de guia, para construção de ninhos, envolvimento dos ovos e 
proteção. Cada espécie produz uma arquitetura diferenciada de teia, podendo servir como 
característica taxonômica do grupo. 
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As aranhas, como a maioria dos outros aracnídeos, são predadores e alimentam-
se em grande parte de insetos, embora pequenos vertebrados possam ser capturados por 
espécies grandes de aranha. As aranhas picam sua presa com as quelíceras, que podem 
também macerar os tecidos durante a digestão. Estas quelíceras são providas de veneno que 
se abrem na ponta da garra. O veneno da maioria das aranhas não é tóxico ao homem, mas 
algumas espécies têm picadas perigosas. Esta é a grande importância deste grupo.
Quase todas as outras aranhas possuem apenas um par de pulmões foliáceos, já que 
o par posterior converteu-se em traqueias. As glândulas coxais em muitas aranhas foram 
reduzidas como órgãos excretores. Os dois túbulos de Malpighi que estão ligados à câmara 
cloacal na parte posterior do abdome são mais importantes funcionalmente como órgãos 
excretores. Os resíduos de guanina são excretados não apenas pelas células dos túbulos de 
Malpighi, mas também pela parede cloacal (Figura 109).
Figura 109 - O corpo de uma aranha: evidência para túbulos de Malpighi.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioartropodes4.php
Os olhos de algumas aranhas são muito desenvolvidos. Geralmente, existem oito 
olhos dispostos em duas fileiras de quatro cada uma ao longo da borda anterior dorsal da 
carapaça. Em algumas não existem órgãos visuais, mas apresentam estruturas sensitivas, 
como pelos tubulares quimiossensíveis nas extremidades dos apêndices.
Nas aranhas, os machos desenvolvem, na extremidade dos pedipalpos, uma dilatação 
bulbosa onde armazena os espermatozóides, utilizada para fecundar a fêmea. As fêmeas 
põem os ovos fecundados no interior de sacos de seda construídos por elas, que eclodem em 
jovens semelhantes aos adultos. O desenvolvimento, então, é direto. 
C. ORDEM ACARIFORMES
Esta ordem inclui ácaros e carrapatos, que são importantes sob o ponto de vista 
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da economia humana, pois numerosas espécies são parasitas do homem (causando sarnas e 
alergias), de seus animais domésticos e de suas plantações, podendo destruir alimentos e 
outros produtos (Figura 110).
Figura 110 - Carrapato (A e B) e ácaro (C).
 Os membros desta ordem são tão diversificados morfologicamente e apresentam 
tão poucas características que se torna difícil unificá-los. A maioria das espécies de ácaros 
adultos tem em média um milímetro ou menos de comprimento, apesar de muitos serem 
bem maiores chegando a três centímetros de comprimento. A característica mais notável é 
a aparente falta de divisões do corpo. A segmentação abdominal desapareceu e o abdome 
fundiu-se com o prossomo. Coincidindo com esta fusão, o corpo todo se tornou coberto de 
um só escudo (ou carapaça) esclerosado em muitas formas. Outra característica geral do 
grupo é a mudança que ocorreu na região da cabeça portadora das peças bucais, região que 
recebe o nome de capítulo ou gnatossomo.
Os ácaros exibem uma enorme diversidade e especialização de dietas e hábitos 
alimentares. Embora em alguns ácaros os órgãos de trocas gasosas tenham desaparecido 
por completo, a maioria dos ácaros possui traqueias. As cerdas são provavelmente, os mais 
importantes dos órgãos sensoriais. O sistema reprodutor masculino consiste de um par de 
testículos lobulados, localizados na região média do corpo, sendo às vezes muito volumosos. 
Na maioria dos ácaros, os espermatozóides são transferidos diretamente. Após um período de 
incubação de duas a seis semanas, uma larva de seis pernas eclode do ovo. O jovem recém-
eclodido difere do adulto, principalmente, por não ter o quarto par de pernas (adquirido 
após uma muda). Os carrapatos machos, geralmente, são menores que as fêmeas.
3.2.2.3 - CLASSE PYCNOGONIDA
Este classe inclui, geralmente, organismos marinhos de pequenos ou diminutos 
tamanhos, com corpo curto e fino. Apresentam boca sugadora que se alonga em uma 
probóscide. As patas são extremamente alongadas. O representante mais comum é o 
pantópodo ou aranha-do-mar.
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3.2.3 - SUBFILO CRUSTACEA (CRUSTA= CARAPAÇA DURA)
Crustáceos são animas muito comuns e muito utilizados na nossa alimentação, 
dominantes no ambiente aquático. Provavelmente todos já experimentaram, pelo menos 
uma vez, o camarão, não é mesmo? Quem já foi à praia, certamente experimentou uma 
“casquinha de siri” ou o viu passeando pela areia. Os representantes deste grupo são mais 
abundantes nos litorais, aparecendo em todos os habitats oceânicos, como cracas, os 
camarões e os caranguejos, mas também podem ser encontrados em ambientes dulcícolas e 
em ambientes terrestres úmidos (tutuzinho-de-jardim). A grande maioria das espécies é de 
vida livre, porém, a maioria dos microcrustáceos é ectoparasita. As cracas são os crustáceos 
marinhos mais surpreendentes, pois, quando adultos, têm o exoesqueleto calcificado, 
composto por várias placas que definem uma forma cônica. Elas se fixam na superfície das 
rochas, em cascos de navios ou em outros animais e filtram o plâncton marinho. Outros 
crustáceos são comensais ou parasitos de vários animais aquáticos, inclusive de baleias. 
Algumas espécies parasitas são tão modificadas que sua posição de crustáceo é mostrada 
somente em seus estágios larvais. 
Os crustáceos também são um grupo muito antigo com muitos registros fósseis e 
retêm muitas formas primitivas viventes. Esta grande diversidade morfológica, a presença 
de muitas formas primitivas e a grande radiação adaptativa refletem-se diretamente na 
taxonomia do grupo. Por esta razão, a única característica que todos os organismos 
compartilham é a presença de dois pares de antenas, em pelo menos um estágio da vida. 
Na cabeça, além das antenas, existe um par de mandíbulas laterais para mastigação 
e dois pares de maxilas. O tronco é variável, com tórax apresentando de dois a 60 segmentos, 
distintos ou diversamente fundidos. Os segmentos abdominais geralmente são distintos, com 
télson, na extremidade final, apêndices e ânus. Frequentemente existe uma carapaça, que 
pode cobrir total ou parcialmente todo o corpo, como um escudo dorsal. As extremidades 
pares são diversamente modificadas, algumas, porém, geralmente birremes (ou birramosas), 
podendo exercerdiferentes funções dependendo do grupo. 
Os crustáceos são dioicos, os testículos e os ovários são estruturas ocas e trilobadas 
em ambos os sexos e localizados embaixo do seio pericárdico. Há presença de cópula em 
alguns animais, com fecundação geralmente interna ou externa, com posterior incubação dos 
ovos. Em camarões, as larvas que eclodem são chamadas de náuplio, exclusiva de crustáceos, 
cujo corpo não é segmentado, tem três pares de apêndices e um olho naupliar (Figura 111). 
Após algumas mudas, o náuplio alcança os estágios de metanáuplio e protozoea (sete pares 
de apêndices e segmentos iniciais), e a última forma larval chama-se zoea (com cefalotórax 
e abdome distintos, oito pares de apêndice e mais seis começando). Uma próxima muda 
origina o adulto, com 19 pares de apêndices e segmentos definidos.
 
 
ZOOLOGIA.indb 134 29/05/12 12:02
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 Figura 111 - Larvas náuplio (à esquerda) e zoea (à direita).
 Fonte: http://www.oficinacientifica.com.br/downloads/Artropodes_Crustacea.pdf
Os crustáceos têm a 
capacidade de auto-amputação das 
pernas torácicas em um plano definido 
de ruptura, com o objetivo de escapar 
dos predadores. A digestão ocorre 
com auxílio de glândulas digestivas 
(duas grandes, hepatopâncras ou 
“fígado”). Como o grupo é muito 
diverso, diverso também é o hábito 
alimentar. A respiração ocorre através 
de brânquias que são projeções 
delicadas e plumosas da parede do 
corpo. A excreção ocorre por duas 
grandes glândulas verdes, ventrais 
na cabeça e anteriores ao esôfago, 
com uma região glandular e um 
ducto ventral, de onde é excretada 
a amônia (Figura 112). As cavidades 
dos órgãos excretores e genitais são 
chamadas de hemocelos.
3.2.3.1 - CLASSE CEPHALOCARIDA E REMIPEDIA
Os cefalocáridos e os remipédios são a classe de organismos mais primitivos e 
diminutos semelhantes a camarões, que têm todos os apêndices e as maxilas semelhantes a 
trirremes, ou seja, o tronco é composto por muitos segmentos (Figura 113).
Figura 112 - Glândulas verdes dos crustáceos.
Fonte:http://fisiologiadavida.blogspot.com/2011/05/
excrecao-nos-animais.html
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 Figura 113 - Cefalocáridos e remipédios.
 Fonte: http://www.oficinacientifica.com.br/downloads/Artropodes_Crustacea.pdf 
3.2.3.2 - CLASSE ANOSTRACA
Os anóstracos compreendem a maioria de animais de 
água doce. São crustáceos pequenos, morfologicamente diversos, 
que compartilham o tronco achatado com estruturas foliáceas 
(denominados filopódios). Estes organismos podem ser utilizados 
como fonte de alimento de camarões durante o cultivo desses 
animais (Figura 114). 
3.2.3.3 - CLASSE PHILOPODA
 Os filópodos são microcrustáceos, 
componentes importantes do zooplâncton de águas doces. As 
formas mais comuns são pelágicas, empregando seus apêndices 
foliáceos birremes na locomoção, na respiração e na filtração 
do alimento. Esta classe compreende as pulgas da água, os 
cladóceros (Daphnia), os notostracos e os conchostracos. Estas 
duas últimas são ordens menos representativas, presentes em 
água doce e no mar. Estes organismos possuem olho composto 
e o tronco protegido entre duas valvas. A reprodução é diversa, 
mas destaca-se por haver partenogênese, com formação de 
ovos de resistência que suportam longos períodos de estiagem 
(Figura 115).
Figura 114 - Anóstraco 
artémia.
F o n t e : h t t p : / / w w w.
oficinacientifica.com.br/
downloads/Artropodes_
Crustacea.pdf
Figura 115 - Daphnia.
F o n t e : h t t p : / / w w w .
o f i c i nac i en t i f i c a . com.b r/
d o w n l o a d s / A r t r o p o d e s _
Crustacea.pdf
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3.2.3.4 - CLASSE MALACOSTRACA 
3.2.3.4.1 - ORDEM LEPTOSTRACA
Os leptostrácos (ou nebaliáceos) são um grupo pequeno de crustáceos bentônicos 
diminutos, que difere dos demais malacostrácos por possuir antênula com estrutura 
semelhante a escama, segundo par de antenas unirremes, maxilas com palpo longo para 
limpeza e oito segmentos abdominais. Os ovos também são incubados com desenvolvimento 
direto (Figura 116).
Figura 116 - Leptostraco (Nebalia).
Fonte: http://www.oficinacientifica.com.br/downloads/Artropodes_Crustacea.pdf
3.2.3.4.2. ORDEM STOMATOPODA
Os estomatópodos são um grupo pequeno de crustáceos que podem atingir grande 
porte. São organismos não explotáveis, ou seja, não tiram proveito da exploração de recursos 
naturais. São organismos alongados, com segmentação visível e com carapaça que não cobre 
o animal. As primeiras antenas são trirremes e os primeiros apêndices são raptoriais (Figura 
117).
Figura 117 - Estomatópodo.
Fonte: http://www.oficinacientifica.com.br/downloads/Artropodes_Crustacea.pdf
ZOOLOGIA.indb 137 29/05/12 12:02
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3.2.3.4.3 - ORDEM DECAPODA
Os crustáceos decápodos são os mais conhecidos, por agruparem organismos muito 
utilizados na gastronomia e, por isso, têm uma importância comercial e econômica muito 
grande para os seres humanos. Dentre os decápodos temos os siris, os caranguejos, as 
lagostas, os hermitões e os camarões (pitus) (Figura 118).
Figura 118 - Exemplares de decápodos.
Estes organismos possuem oito segmentos torácicos fusionados cobertos por 
carapaça. Existem câmaras laterais branquiais bem definidas sob a carapaça. As extremidades 
torácicas geralmente são unirremes e os primeiros três apêndices torácicos são maxilípedes 
(incorporados à boca, é a característica morfológica distinta dos decápodos), que participam 
da coleta e da ingestão dos alimentos (Figura 119). A carcinicultura é a criação de camarões.
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 Figura 119 - Corpo de um decápodo.
 
 Fonte: http://dc457.4shared.com/doc/yz270Vi2/preview.html
 
3.2.3.4.4 - ORDEM PERICARIDA
Esta ordem engloba, aproximadamente, um terço de todas as espécies de crustáceos 
existentes e, por isso, é um grupo muito diverso. Estes pequenos crustáceos são os anfípodos 
(pulgões de praia) e os isópodos (tatuzinho-de-jardim e baratinhas-da-praia). Anfípodos são 
geralmente marinhos, com corpo achatado lateralmente e não possuem carapaça. O abdome 
é dobrado ventralmente entre o terceiro e quarto segmentos. O télson é usualmente distinto 
(Figura 120).
 Figura 120 - Vista geral (à esquerda) e vista lateral de um anfípoda.
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Os isópodos são microcrustáceos achatados dorso-ventralmente encontrados 
em habitats marinhos (parasitando peixes), terrestres (tatuzinho-de-jardim, com 
pseudotraqueias) e de água doce, abrangendo também alguns representantes parasitas. A 
maioria tem um tórax de sete segmentos similares com um par de patas similares em cada 
segmento (Figura 121). 
 Figura 121 - Vista ventral (1), dorsal (2) e geral (abaixo) de um animal isópodo.
3.2.3.5 - CLASSE COPEPODA
Os copépodes são crustáceos microscópios planctônicos amplamente distribuídos na 
água doce e no mar e, por isso, talvez constituam o grupo mais importante do zooplâncton 
dos oceanos e de água doce. Apresentam olhoscompostos ausentes, mas há um único olho 
simples mediano. As primeiras antenas são longas e conspícuas, devido ao hábito planctônico. 
Muitas espécies são ectoparasitas de peixes e possuem muitas modificações a ponto de serem 
reconhecidos como copépodes apenas em seus estágios larvais (Figura 122). 
 Figura 122 - Foto (à esquerda) e esquema (à direita) de um copépode. 
 
 Fonte: http://copepoda.seebyseeing.net/
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3.2.3.6 - CLASSE CIRRIPEDIA
As cracas e as lepas são os crustáceos desta classe (Figura 123). Estes organismos 
são marinhos, apresentando um alto nível de modificação dentre os crustáceos, nos quais os 
adultos são hermafroditas e encerrados em uma concha calcária, que tem o formato de um 
cone. As cracas apresentam hábitos sésseis, fixando-se em rochas ou em navios, outras em 
caranguejos, tubarões, tartarugas ou baleias e, ainda, podem ser parasitas de equinodermos, 
corais e outros crustáceos. As lepas são pedunculadas, vivendo aderidas a subtratos duros, 
através de um pedúnculo. 
 Figura 123 - Cracas (à esquerda) e lepas (à direita).
 
 Fonte: http://www.ephemera.blog.br/2011/05/19/cracas-expressivas/
 e http://www.glaucus.org.uk/Barnacles.html 
3.2.3.7 - CLASSE OSTRACODA
Os ostracodes incluem um grande número de pequenos crustáceos completamente 
encerrados em uma concha 
bivalve quitinosa. São constituídos 
principalmente de segmentos 
e apêndices da cabeça, onde 
as primeiras antenas são muito 
grandes e usadas para a locomoção 
deste microcrustáceos, sendo o 
tronco drasticamente reduzido em 
tamanho e número de segmentos. 
São marinhas, mas existem muitas 
espécies de ostracodes presentes 
no zooplâncton de água doce. Eles 
alimentam-se selecionando os 
detritos e os resíduos orgânicos, diz-
se então que eles são detritívoros 
seletivos (Figura 124). 
Figura 124 - Ostracode.
Fonte:http://www.aqualiment.info/album/displayimage.
php?album=11&pid=338
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3.2.3.8 - CLASSE BRANCHIURIA 
Os branquiúros são pequenos (dois a 30 mm) ectoparasitas da pele e do interior da 
câmara branquial de peixes. Por causa disto, apresentam apêndices cefálicos modificados em 
forma de escudo. Podem ser um problema em tanques de confinamento de peixes, porque o 
infestam rapidamente (Figura 125). 
 Figura 125 - Branquiúro. 
 
 Fonte: http://www.flogao.com.br/verafauna/19986531
3.2.3.9 - CLASSE PENTASTOMIDA
Os pentastômidos também são formas parasitas do sistema respiratório de cobras 
e crocodilos. São animais muito modificados e vermiformes, podendo chegar até a 16 cm 
(Figura 126).
 Figura 126 - Foto (à esquerda) e esquema (à direita) de um animal pentastômido.
 
 
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Pentastomida e http://www.bumblebee.org/invertebrates/
PENTASTOMIDA.htm
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3.2.4 - SUBFILO HEXAPODA (OU INSECTA)
Prezado estudante, antes de começarmos a conhecer o funcionamento 
fisiológico dos hexápodes, vamos parar para pensar um pouco sobre 
a tamanha relevância que este grupo representa, não só para a vida 
humana. Compreender os insetos, e toda a zoologia dos invertebrados, 
alerta-nos sobre o nosso verdadeiro papel aqui na Terra. Depois que 
vimos esta diversidade de grupos biológicos, podemos perceber que 
existe muito mais vida ao nosso redor do que imaginamos egoisticamente. 
Os insetos, neste caso, são velhos conhecidos nossos e, qualquer pessoa, 
não precisa ser um biólogo, para saber que determinado bicho é um 
inseto. Depois que estudamos os aracnídeos, estamos satisfeitos e 
convencidos de que aranha e escorpião, por exemplo, não são insetos, 
não é mesmo? Este é um engano recorrente e fácil de ser sanado! Os 
insetos apresentam uma importância econômica imensa, diretamente 
relacionada com o tipo de produto que o animal nos fornece. O mel, o 
própolis, a cera e a geleia real fornecidos pelas abelhas, e a seda, que 
provém do bicho da seda, são os exemplos mais clássicos. Imaginemos, 
então, o papel ecológico que estes animais representam na natureza. 
Dentre vários, a polinização é a mais perceptível aos nossos olhos e 
fundamental para o funcionamento de sistemas ecológicos harmônicos 
e pela manutenção da vida de muitas espécies de plantas e animais, 
envolvidos direta ou indiretamente neste processo. Cerca de dois 
terços de todas as plantas que dão flores dependem de insetos para 
sua polinização. O animal precisa se alimentar e vai à busca do néctar 
das flores, daí, faz a realização da polinização indiretamente. Os 
principais atuantes neste processo são abelhas, vespas, borboletas, 
mariposas e moscas. As três ordens representadas por estes insetos 
coevoluíram com as plantas que dão flores. Estes animais auxiliam 
demasiadamente diversas áreas da ciência (como botânica, biologia 
molecular e ecologia), por apresentarem ciclos de vida relativamente 
curtos. Os insetos apresentam uma relevância considerável em questões 
de saúde pública, pois participam de ciclos de diversas doenças, como 
veiculadores diretos ou indiretos de microorganismos (protozoários, 
vírus ou bactérias). Os insetos, ainda, são utilizados na alimentação 
de muitas comunidades orientais, compondo uma grande variedade de 
pratos. Sem contar na beleza estética, concebida em pinturas, músicas e 
poesias que alguns grupos representam há séculos, como as borboletas, 
que despertam tanto interesse no homem. Depois de toda esta reflexão, 
vamos entender o que um animal precisa ter para ser classificado como 
tal.
O nome deste subfilo remete à quantidade de apêndices locomotores que os animais 
possuem (três pares). Assim, nesta característica entram gafanhotos, moscas, piolhos, 
borboletas, besouros, abelhas, mosquitos, pulgas e uma infinidade de pequenas criaturas 
semelhantes constituem a classe Hexapoda ou Insecta (do latim: seccionado, em partes 
distintas). Estes organismos perfazem mais de um milhão de espécies, o que explica a alta 
abundância e o fato de serem espalhados por todos os animais terrestres. Os insetos, então, 
são os invertebrados mais importantes e os únicos com capacidade de voo. 
Umas das explicações da ubiquidade destes insetos é o revestimento quitinoso do 
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corpo, que protege os órgãos internos contra danos e perda de umidade, pelas extensões 
deste revestimento, que formam as asas, e pelo sistema de tubos traqueiais, que 
possibilitam aos insetos respirar o ar. O sucesso dos insetos pode ser atribuído a vários 
fatores, mas, certamente, a evolução do voo dotou estes animais de uma distinta vantagem 
sobre os invertebrados terrestres, porque facilitou a dispersão para qualquer lugar, a fuga 
de predadores, o acesso ao alimento, encontrar parceiros sexuais, ou melhores condições 
ambientais. 
Existe um grupo de insetos, conhecidos como entognados (isto é, possuem as peças 
bucais afundadas em uma depressão na cabeça), que não possuem asas. Por esta razão, são 
chamados apterigotos (ou apenas ápteros). Estes animais são muito pequenos e com corpo 
dotado de um exoesqueleto menos duro. Eles vivem em ambientes úmidos com acúmulo de 
matéria orgânica. 
 3.2.4.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Todo inseto, apesar da variedade 
morfológica, apresenta uma arquitetura 
básica, formada por três tagmas: cabeça, 
tórax e abdome distintos(Figura 127). Na 
cabeça está presente um par de antenas 
(exceto nos Protura). As peças bucais 
são modificadas para mastigar, sugar 
ou lamber, consistindo de mandíbulas, 
maxilas e lábio (segundas maxilas 
fundidas). Alguns tipos bucais são usados 
para perfurar e sugar seiva (ou sangue) 
de outros organismos; outros, para a 
predação (herbivoria e carnivoria). O 
tórax possui três segmentos com três 
pares de pernas articuladas (patas) e 
geralmente dois (um ou nenhum) pares 
de asas, especialmente, desenvolvendo-
se na fase adulta. O abdome apresenta 
11 segmentos ou menos e as partes 
terminais são modificadas em genitália. O tamanho dos insetos é muito variado, podendo 
apresentar organismos com 0,25 (besouros, colêmbolos) a 260 mm (besouro venezuelano).
A maioria dos insetos é de vida livre e são abundantes em todos os habitats, exceto 
no mar. Vários tipos vivem em águas doces ou salobras, no solo, em plantas de todos os 
tipos e sobre ou dentro de outros animais. Espécies diferentes comem todos os tipos e 
partes de plantas. Outros utilizam os tecidos, líquidos e excreções de animais e os insetos 
Figura 127 - Anatomia de um inseto.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/
abelhas/anatomia.php
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necrófagos consomem plantas e animais mortos. A explicação para imensa variação de formas 
corporais e formas alimentares, especialmente com relação à polinização, é que o corpo e 
as peças bucais evoluíram juntamente com a evolução das flores (processo que chamamos 
de coevolução) ou vice-versa, pois ambos obtiveram vantagens com esta relação simbionte.
Outra questão relacionada ao inseto é o parasitismo, que se desenvolveu por várias 
vezes dentro da evolução dos insetos. Insetos parasitos vivem sobre ou dentro de outros 
animais e plantas, vivendo às custas do organismo hospedeiro, porém, frequentemente, 
não os matam. Os insetos parasitoides depositam seus ovos nos ovos, nas larvas, nas pupas 
ou nos adultos de outros insetos e suas larvas consomem o hospedeiro, emergindo depois 
como indivíduos de vida livre. Em alguns grupos, apenas os jovens são parasitas (varejeiras), 
em alguns, apenas os adultos (pulgas), e em outros, tanto os jovens quanto os adultos são 
parasitas (piolhos). Como seus ciclos vitais são geralmente curtos, eles podem multiplicar-
se rapidamente em condições favoráveis. Uma elevada organização social (colonial) 
desenvolveu-se em duas ordens, os Isoptera (cupins) e Hymenoptera (formigas, abelhas e 
vespas), com uma grande variedade na complexidade da organização social. A formação dos 
formigueiros e dos vespeiros ocorre, também, devido à comunicação química, na forma de 
feromônios, que garantem a coesão e o aumento populacional. 
O sistema digestivo dos insetos é completo, com boca, faringe anterior, esôfago, 
papo, proventrículo (moela com dentes ou uma simples válvula), intestino anterior, válvula 
estomodeal, cecos gástricos, intestino médio e posterior (Figura 128). A boca possui glândulas 
salivares (mucos, pectinase, veneno, anticoagulantes e antígenos) e glândulas mandibulares. 
Possuem hemolinfa, geralmente de cor esverdeada ou incolor, fluindo no sentido póstero-
anterior, com ostíolos laterais. Não apresentam capilares ou veias. 
Figura 128 - Sistema digestivo de um inseto.
Fonte: http://www.geocities.ws/apotecionegro/artro.html
A respiração ocorre por traqueias ramificadas, revestidas por cutícula, as quais 
transportam oxigênio de estigmas pares (geralmente com mecanismo de fechamento para 
reduzir as perdas de água), dos lados do tórax e abdome (ligados a sacos aéreos) (Figura 
129). Algumas formas aquáticas possuem brânquias traqueiais, sanguíneas ou abdominais 
(larvas de zigópteros e de efemérides), e em mosquitos existem tubos respiratórios. Dentro 
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do sistema traqueal, o transporte de gases se faz por difusão ao longo de um gradiente de 
concentração ou através de um gradiente de pressão que promove um fluxo de ar ou por uma 
combinação de ambos. A excreção ocorre em túbulos de Malpighi finos, fixos na extremidade 
anterior do intestino posterior (exceto em Collembola). A excreção do ácido úrico reduz a 
perda da água devido a metabolismo de proteínas.
 Figura 129 - Sistema respiratório da maioria dos insetos.
 
 Fonte: http://www.geocities.ws/apotecionegro/artro.html
Os insetos possuem diversos tipos de órgãos sensitivos (sensilas) geralmente nas 
antenas, nas pernas e nas peças bucais. Possuem fotorreceptores como olhos simples e 
compostos, quimiorreceptores para olfato nas antenas e para paladar perto da boca e pelos 
tácteis variados; alguns com meios para produção e recepção de sons.
Os insetos são dioicos, com gônadas de túbulos múltiplos com um ducto mediano 
na porção posterior. As fêmeas possuem vagina, espermateca, bolsa copuladora e um par 
de glândulas acessórias (Figura 130). Os machos, um par de testículos, um par de ductos 
laterais e um ducto mediano que se abre em um pênis ventral, ducto ejaculatório, vesícula 
seminal, e clásperes nos machos das libélulas, moscas verdadeiras, borboletas e mariposas. 
A fecundação é interna, com cópula (que, às vezes, ocorre durante o voo) e a fertilização 
ocorre conforme os óvulos vão passando pelo oviduto na época da postura. Muitos insetos 
acasalam-se apenas uma vez durante a sua vida e nenhum inseto acasala-se mais do que 
umas poucas vezes. 
ZOOLOGIA.indb 146 29/05/12 12:02
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 Figura 130 - Corpo de inseto: evidência para órgãos reprodutores.
 
Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/biologia/biologia_animal/artropodes/
artropodes_3_insetos
O desenvolvimento dos insetos passa por um processo de metamorfose, que varia 
dependendo do inseto. Os insetos holometábolos (“com metamorfose total”) são aqueles 
que no decorrer da sua vida passaram por estágios morfologicamente distintos. Esses 
estágios são na maioria formas assexuadas, como larvas e pupas de moscas e lagartas de 
borboletas, que cumprem uma etapa da vida do organismo até atingir o estado adulto, o 
qual será sexualmente maduro. A vantagem de uma espécie possuir estágios ao longo da vida 
significa, por um lado, ocupar diferentes nichos ecológicos (o que reduz a competição) e, por 
outro, fazer que um mesmo indivíduo, em diferentes fases da vida, utilize diversos recursos 
naturais (MOREIRA, 2009). Não é por coincidência que os quatro táxons com maior número 
de espécies de insetos (besouros, borboletas, formigas e moscas) são holometábolos (Figura 
131).
Figura 131 - Metamorfose dos insetos: (A) ametábolo (carrapato), (B) hemimetábolo, (gafanhoto) 
e (C) holometábolo (borboleta).
 
Fonte: http://questoesbiologicas.blogspot.com/2011/12/biologia-uern.html
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Os apterigotos jovens (colêmbolas) são como os adultos, menores no tamanho e na 
maturidade sexual (desenvolvimento ametábolo). Em outros insetos (hemípteros, plecópteros, 
efemerópteros), a forma adulta é atingida gradualmente através de sucessivas mudas, 
ocorrendo uma metamorfose gradual ou incompleta (desenvolvimento hemimetábolo). Nas 
abelhas, vespas, moscas e besouros, os rudimentos das asas desenvolvem-se internamente 
e, no adulto, as asas começam a surgir repentinamente, com uma metamorfose completa 
(desenvolvimento holometábolo) que consistede três estágios distintos: ovo, larva jovem, 
larva terminal, pupa e adulto. 
Como a classe dos insetos é muito diversa, serão apenas citadas as principais ordens 
e os representantes mais comuns de cada uma dessas ordens, como um resumo sistemático 
deste grupo, para que você tenha uma noção básica de orientação, em relação a este grupo.
SUBCLASSE APTERYGOTA (insetos não alados)
 @ Ordem Protura: proturos 
 @ Ordem Thysanura: traças-de-livros
 @ Ordem Collembola: colêmbolas
SUBCLASSE PTERYGOTA (insetos alados)
 @ Ordem Ephemeroptera: efêmeridas
 @ Ordem Odonata: libélulas
 @ Ordem Orthoptera: gafanhotos, grilos, louva-deus, baratas e bicho-pau
 @ Ordem Isoptera: cupins
 @ Ordem Plecoptera: plecópteros (ou mosca da pedra)
 @ Ordem Anoplura: piolhos
 @ Ordem Hemiptera: percevejos verdadeiros 
 @ Ordem Homoptera: cigarras e afídeos.
 @ Ordem Neuroptera: formigas-leão
 @ Ordem Coleoptera: besouros, brocas
 @ Ordem Trichoptera: tricópteros 
 @ Ordem Lepidoptera: borboletas e mariposas
 @ Ordem Diptera: moscas verdadeiras, mosquitos, mutucas
 @ Ordem Hymenoptera: formigas, abelhas e vespas
 @ Ordem Siphonaptera: pulgas
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3.2.5 - SUBFILO MYRIAPODA
Os miriápodes vivem em folhiço e debaixo de pedras, troncos e cascas de árvores. 
Muitas das características estruturais são adaptadas para a locomoção. A circulação é dorsal do 
tipo aberto (lacunar). As trocas gasosas ocorrem através de traqueias e a excreção por túbulos 
de Malpighi. Apresentam um par de gânglios anterodorsais e um cordão nervoso ventral. Os 
olhos podem estar totalmente ausentes, ou pode haver ocelos perto das antenas em uma 
ou várias fileiras transversais ou em dois grupos laterais. Há a presença de fotorreceptores 
no tegumento, pelos táteis, projeções quimiorreceptoras e órgãos com função olfativa. 
Na reprodução, os miriápodes transferem os espermatozóides indiretamente, envolvendo 
espermatóforos (quilópodes) ou há partenogênese (diplópodos).
Os miriápodes são divididos em duas principais classes: i) Chilopoda (centopeias ou 
lacraias) e Diplopoda (piolhos-de-cobra e embuás). Estes organismos são muito interessantes 
e causam certo medo, por parte dos humanos. Todos os miriápodes possuem longos troncos 
com muitos segmentos e apêndices, e o exoesqueleto não possui uma epicutícula cerosa. 
3.2.5.1 - CLASSE CHILOPODA
Possuem um par de apêndices locomotores por segmento. Em muitos grupos, o 
tronco foi reforçado para correr por meio de 
tergitos sobrepostos ou tergitos de tamanhos 
desiguais, os maiores se estendendo sobre 
os segmentos adjacentes (Figura 132). São 
animais predadores, principalmente, de 
invertebrados. Para isso, utilizam forte 
mandíbula, ligada às glândulas de veneno, 
que é a modificação do apêndice locomotor 
anterior. É comum haver acidentes em 
humanos. Apresentam um órgão sensorial 
na cabeça sensível a vibrações e umidade, 
chamado órgão de Tomosvari. Os machos 
secretam seda para a construção de um local 
em que se possa depositar um espermatóforo, 
já que a fêmea o pega e o acomoda no 
seu receptáculo. Apresentam um tipo de 
estratégia de proteção que é a capacidade de enrolar-se como uma bola.
Figura 132 - Lacraia.
Fonte:http://cap21.blogspot.com/2012/01/lacraias-
ou-centopeias.html
ZOOLOGIA.indb 149 29/05/12 12:02
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3.2.5.2 - CLASSE DIPLOPODA
Possuem dois pares de apêndices 
locomotores por segmento, uma condição 
derivada da fusão de dois segmentos originais, 
desde o embrião. São organismos detritívoros, 
contribuindo para a decomposição da matéria 
orgânica. São cilíndricos e o tronco ganha força de 
impulso gerada por um grande número de pernas 
(Figura 133). Possuem glândulas repugnantes 
que se abrem em poros na base dos tergitos do 
tronco, como mecanismo de defesa.
Prezado estudante, finalizamos o estudo dos artrópodes e iniciaremos 
o estudo dos invertebrados equinodermos, nosso último grupo dos 
invertebrados superiores. É importante comentarmos que nesse 
intervalo, veremos brevemente informações sobre um grupo de 
invertebrados que reúnem três filos de animais aquáticos, agrupados 
pela simples presença de uma estrutura, que só eles têm, chamada 
lofóforo.
4 - GRUPO DOS LOFOFORADOS
Este grupo compreende animais invertebrados celomados, de simetria bilateral, 
que recebem tal nome devido a uma coroa de tentáculos ocos (lofóforo) que circunda a 
boca, total ou parcialmente (Figura 134). Este grupo reúne três filos: Phoronida, Brachiopoda 
e Bryozoa. São animais aquáticos, podendo ser exclusivamente marinhos (os dois primeiros 
filos) e apresentar representantes marinhos e de água doce, como os briozoários. Os 
três filos são agrupados dentro deste grupo por compartilharem a presença de lofóforo, 
que é uma estrutura localizada na região anterior destes bichos, formado por tentáculos 
ciliados e preenchidos por celoma. O lofóforo é utilizado na alimentação, para captura de 
alimentos,portanto, estes organismos são filtradores. 
Figura 133 - Piolho de cobra.
Fonte: http://diplopodes.blogspot.com/2010/08/
diplopodes.html
ZOOLOGIA.indb 150 29/05/12 12:02
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Figura 134 - Lofóforo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lof%C3%B3foro e http://www.phoenix.org.br/Phoenix23_Nov00.html
Além do lofóforo, estes organismos compartilham um revestimento de exoesqueleto 
secretado, em forma de concha ou tubo, com uma única abertura. Esta abertura faz a 
comunicação da boca (localizada dentro do lofóforo), ânus, nefridióporos e gonóporos com 
o meio externo. O tubo digestivo tem forma em “U”.
4.1 - FILO PHORONIDA 
 Os foronídeos compreendem animais vermiformes marinhos, pouco conhecidos, 
que secretam um tubo coriáceo (quitina) onde vivem. São sedentários e alongados (Figura 
135). A base de inserção dos tentáculos do lofóforo tem forma de ferradura ou é espiralada. 
São dotados de capacidade de regeneração. Apresentam desenvolvimento embrionário 
com clivagem radial. Este conjunto de características forma uma mistura de caracteres de 
deuterostômios com protostômios. Há a formação de uma larva chamada actinotroca, livre-
natante planctônica. 
 Figura 135 - Foronídeo: órgãos internos (à esquerda).
 
Fonte: http://paleopolis.rediris.es/Phoronida/WHAT/EsPho.htm e http://naturalezamotril.blogspot.
com/2011/06/foronideo-phoronis-australis.html
ZOOLOGIA.indb 151 29/05/12 12:02
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4.2 - FILO BRYZOA
Briozoários (“animais musgo") são microscópicos, coloniais e sésseis. O corpo está 
no interior de um exoesqueleto gelatinoso ou mais comumente quitinoso ou ainda quitinoso e 
calcário. Em geral, formam colônias fixas e ramificadas, que estabelecem relações epifíticas 
com outros organismos, como as algas. Os indivíduos desta colônia são chamados zooides. 
Têm ânus e celoma. Conservam as larvas em bolsas especiais de cria. Maioria dos organismos 
é marinha, com poucos de água doce. A morfologia das larvas planctônicas, cujo nome é 
sifonauta, varia muito (Figura 136).
Figura 136 - Briozoários e outros organismos incrustantes (à esquerda) e diagrama esquemático de uma colônia 
(à direita).
 
Fonte: http://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/3905/ e http://www.phoenix.org.br/Phoenix24_Dez00.html 
4.3 - FILO BRACHIOPODA
Os braquiópodes são animais de corpo fixo por um pedúnculo ou por uma das conchas 
quando adultos, que obtêmalimentos por meio de tentáculos ciliados. Possuem duas valvas 
(conchas) calcárias desiguais, orientadas dorso-ventralmente, lembrando bivalves (não 
são laterais como a dos moluscos), onde está encerrado o lofóforo. São animais sésseis, 
filtradores (Figura 137).
Figura 137 - Braquiópodes.
Fonte: http://fossil.uc.pt/pags/fbm_braquipode.dwt
ZOOLOGIA.indb 152 29/05/12 12:02
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Caro estudante, concluímos nosso estudo a respeito dos artrópodes. 
Para você sedimentar o conhecimento recém-adquirido sobre este 
grande grupo de animais invertebrados, acesse os links abaixo e assista 
às vídeo-aulas. Estas são uma ótima forma de você revisar os conteúdos. 
Em seguida, responda a todos os exercícios do estudo dirigido.
• http://www.youtube.com/watch?v=LmuZ60Hs_78&feature=related
• http://www.youtube.com/watch?v=J-Qg5qJXzvk&feature=related
1. Cite pelo menos duas características dos artrópodes que são compartilhadas 
pelos anelídeos.
2. Sobre os artrópodes responda:
a) Qual é a principal vantagem e a principal desvantagem do exoesqueleto 
quitinoso dos artrópodes?
b) O exoesqueleto, de fato, representa uma desvantagem para o animal? 
c) Qual foi a estratégia evolutiva desenvolvida para solucionar este problema?
ATIVIDADES
ZOOLOGIA.indb 153 29/05/12 12:02
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3. O quadro abaixo resume as características mais importantes dos cinco grandes 
grupos de artrópodes. Preencha-o como se pede.
Artrópodes Insetos Aracnídeos Crustáceos Quilópodes Diplópodes
Exemplos
Patas
Antenas
Divisão do 
corpo
Respiração
Excreção
4. Assinale a alternativa que representa, corretamente, o crescimento de um 
artrópode. (Disponível em: <http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-
biologia/esqueleto>. Acesso em: 04 de março de 2012.)
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5. Em relação ao tipo de desenvolvimento dos animais abaixo, pergunta-se:
(Disponível em: <http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-biologia/
esqueleto>. Acesso em: 04 de março de 2012.)
a) Qual é ametábolo? Justifique.
b) Qual é o hemimetábolo? Justifique.
c) Qual é homometábolo? Justifique.
6. “As aparências enganam”. Uma aranha pode ser confundida com uma borboleta?
(Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/vestibular/provas/upe_bio2.pdf>. Acesso em: 04 de março de 
2012.)
Níquel Náusea – Fernando Gonsales
Sobre as diferenças e/ou as semelhanças entre esses animais, analise as afirmativas 
a seguir.
ZOOLOGIA.indb 155 29/05/12 12:02
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I. Tanto as borboletas como as aranhas são Artrópodes, animais de corpo 
metamerizado, pernas articuladas, exoesqueleto de quitina, que, por ser rígido, 
os obriga à muda ou ecdise. São triblásticos, celomados e de simetria bilateral.
II. As borboletas pertencem à Classe Insecta, animais de corpo dividido em 
cabeça, tórax e abdome. Na cabeça, apresentam 1 par de antenas, 1 par de olhos 
compostos, 3 olhos simples e apêndices bucais, adaptados ao tipo de alimentação. 
Possuem 3 pares de pernas torácicas.
III. As aranhas pertencem à ordem Arachnida e apresentam o prossoma (cefalotórax) 
ligado ao opistossoma (abdome). No prossoma, existem entre 5 a 8 olhos simples, 
um par de quelíceras, que inocula o veneno, e 1 par de pedipalpos ao redor da 
boca. Elas não possuem antenas, nem mandíbulas nem asas, possuindo 4 pares 
de pernas.
IV. As aranhas e as borboletas são insetos dioicos, de sexos separados e de 
fecundação externa. No entanto, nas aranhas, o desenvolvimento é direto; já nas 
borboletas, o desenvolvimento é indireto com metamorfose completa.
V. Tanto nas aranhas como nas borboletas, a excreção é realizada pelos túbulos 
de Malpighi e pelas glândulas coxais localizadas próximas à base da perna. Essas 
estruturas filtram as excretas nitrogenadas que são lançadas no intestino, sendo 
eliminadas junto com as fezes.
Assinale a alternativa correta.
A) Apenas I, II e III estão corretas.
B) Apenas I, III e V estão corretas. 
C) Apenas II, III e V estão corretas. 
D) Apenas IV e V estão corretas.
E) Apenas a V está correta.
7. As aranhas se diferenciam dos insetos, pois:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 08 de 
março de 2012.)
a) possuem um esqueleto externo.
b) possuem patas articuladas.
c) não possuem antenas.
d) são carnívoros.
e) são terrestres.
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8. As características abaixo, de artrópodes, estão presentes em qual animal?
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 08 de 
março de 2012.)
I - Corpo dividido em cefalotórax e abdome.
II - Quelíceras e pedipalpos.
III - Ausência de antenas.
IV - Quatro pares de patas.
a) em todos os aracnídeos.
b) somente nas aranhas e escorpiões.
c) somente nas aranhas.
d) somente nos ácaros.
e) somente nos ácaros e carrapatos.
9. Os ácaros domésticos são animais microscópicos, normalmente parasitas da 
epiderme humana. Vivem no pó acumulado em tapetes, carpetes, cortinas e 
roupas de cama onde, normalmente, se alimentam de descamações epidérmicas 
humanas e de outros animais domésticos, sendo capazes de provocar alergia. 
Alguns deles podem mesmo provocar lesões na pele humana como a sarna e o 
cravo de pele. A respeito desses animais, é correto afirmar, EXCETO:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 08 de 
março de 2012.)
a) São insetos microscópicos.
b) Apresentam exoesqueleto quitinoso.
c) São heterótrofos e realizam respiração celular.
d) Possuem quatro pares de patas e não apresentam antenas.
10. O canal de televisão fechada “National Geographic Channel” divulgou um 
documentário que trata de artrópodes, indicando que o grupo dos insetos era o 
mais desprestigiado do reino animal, por apresentar espécies que causam repugna 
ao homem. Dos exemplares relacionados abaixo, o único a NÃO ser apresentado 
no documentário, por tratar-se de um aracnídeo, ao invés de um inseto, é:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 08 de 
março de 2012.)
a) o cupim.
b) o percevejo.
c) a pulga.
d) o carrapato.
e) a barata.
ZOOLOGIA.indb 157 29/05/12 12:02
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11. Associe o artrópode com o seu órgão inoculador de veneno.
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 08 de 
março de 2012.)
I - aranha
II - escorpião
III - abelha
IV - lacraia
Assinale a alternativa que dá a associação correta:
a) I - B; II - C; III - D e IV - A
b) I - C; II - D; III - A e IV - B
c) I - B; II - C; III - A e IV - D
d) I - D; II - C; III - A e IV - B
e) I - D; II - B; III - A e IV – C
12. Assinale a opção que associa corretamente os grupos do Filo Arthropoda 
apresentadas na coluna adiante, em algarismos arábicos, com as características 
morfológicas apresentadas a seguir, em algarismos romanos:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 10 demarço de 2012.)
1 - Insetos
2 - Crustáceos
3 - Aracnídeos
4 - Quilópodes
5 - Diplópodes
I. corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, hexápodes.
II. corpo dividido em cabeça e tronco: um par de patas por segmento do corpo.
III. corpo dividido em cefalotórax e abdome: aparelho bucal mandibulado.
IV. corpo dividido em cefalotórax e abdome: quelicerados.
V. corpo dividido em cabeça e tronco: dois pares de patas por segmento do corpo.
a) I - 1; II - 4; III - 2; IV - 3; V - 5.
b) I - 3; II - 2; III - 4; IV - 1; V - 5.
c) I - 1; II - 5; III - 3; IV - 2; V - 4.
d) I - 2; II - 4; III - 1; IV - 5; V - 3.
e) I - 2; II - 5; III - 1; IV - 3; V - 4.
A - ferrão
B - garra
C - quelícera
D - agulhão
ZOOLOGIA.indb 158 29/05/12 12:02
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13. Um aluno foi a um jantar onde havia camarão, ostra, lula e lagosta. Esta 
refeição continha, portanto:
(Disponível em: <http://portalbio.files.wordpress.com/2011/01/invertebrados-geral.pdf>. Acesso em: 10 de 
março de 2012.)
a) apenas peixes
b) apenas crustáceos
c) apenas moluscos
d) apenas crustáceos e moluscos
e) apenas peixes e moluscos
14. As figuras a seguir representam dois animais invertebrados, o 
nereis (um poliqueto marinho) e a centopeia (um quilópode terrestre). 
 
Apesar de apresentarem algumas características comuns, tais como: apêndices 
locomotores e segmentação do corpo, estes animais pertencem a filos diferentes.
Assinale a alternativa CORRETA.
(Disponível em: <http://www.aprendaki.webcindario.com/testes/teste6.htm>. Acesso em: 10 de março de 
2012.)
1. O nereis é um artrópode, a centopeia é um anelídeo e ambos apresentam 
circulação fechada.
2. O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode e ambos apresentam 
circulação aberta.
3. O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode, mas apenas a centopeia 
apresenta exoesqueleto.
4. O nereis é um asquelminto, a centopeia é um platelminto e ambos não 
apresentam sistema circulatório.
5. O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode e ambos apresentam 
exoesqueleto.
ZOOLOGIA.indb 159 29/05/12 12:02
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15. Assinale a alternativa que contém uma característica que surgiu entre os 
anelídeos e foi mantida pelos animais que apareceram mais tarde no processo 
evolutivo.
1. Simetria bilateral
2. Notocorda
3. Fendas branquiais
4. Mesoderma
5. Celoma verdadeiro
16. Os artrópodes apresentam, entre outras características, pernas articuladas. 
Entre eles, os que têm o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, e três pares 
de pernas são os:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) crustáceos
b) miriápodes
c) aracnídeos
d) insetos
e) escorpiões
17. O sistema circulatório dos insetos não permite rápida circulação do sangue, 
mas esses animais podem conseguir grandes quantidades de energia rapidamente, 
porque: (Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.
pdf>. Acesso em: 04 de março de 2012.)
a) são anaeróbicos.
b) contêm pigmentos exclusivos para o transporte de oxigênio.
c) só armazenam alimentos na forma de carboidratos.
d) as lacunas do seu sistema circulatório armazenam ar.
e) suas células não dependem do sangue para receber oxigênio.
18. A excreção nos insetos é efetuada através de:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) nefrídios.
b) tubo de Malpighi.
c) células-flama.
d) rins.
e) bexiga
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19. Todas as afirmativas sobre o filo Artrópode estão corretas, exceto:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) O exoesqueleto quitinoso favoreceu seu sucesso evolutivo.
b) A excreção se faz por túbulos de Malpighi ou glândulas especiais.
c) Formas parasitas são encontradas em diversas de suas classes.
d) O sistema nervoso é dorsal, com gânglios cefálicos.
e) A circulação é aberta contendo, ou não, no sangue, pigmentos respiratórios.
 
20. O que é que a minhoca tem e a mosca também?
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) sistema circulatório fechado 
b) metameria 
c) respiração cutânea 
d) hermafroditismo
e) desenvolvimento direto 
21. Um par de antenas, dois pares de antenas e ausência de antenas são 
características, respectivamente, dos seguintes grupos de artrópodes:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) insetos, aracnídeos e crustáceos.
b) crustáceos, insetos e aracnídeos.
c) aracnídeos, crustáceos e insetos.
d) insetos, crustáceos e aracnídeos.
e) aracnídeos, insetos e crustáceos.
22. Em crustáceos, os resíduos orgânicos do sangue das cavidades do corpo são 
retirados e excretados por estruturas denominadas:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) túbulos de Malpighi
b) glândulas verdes
c) protonefrídios
d) células-flama
e) glândulas coxais
ZOOLOGIA.indb 161 29/05/12 12:02
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23. “Agosto e setembro são os meses em que mais aparecem escorpiões, pois 
é justamente nesses meses que eles têm seu período de reprodução. O inseto 
se refugia nos mais diferentes lugares, como amontoados de madeira, pedras, 
entulhos, fendas na parede ou atrás de móveis”. Diariamente, pelo menos uma 
pessoa picada por escorpião é atendida no Centro de Toxologia do hospital João 
XXIII. (Estado de Minas, 17/08/1990)
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
Essa matéria sobre o escorpião incorre em erro ao:
a) descrever seu comportamento.
b) indicar seu hábitat.
c) indicar seu período de reprodução.
d) referir-se à sua classificação taxonômica.
e) referir-se à sua nocividade.
24. “... tropeço em uma pedra, escavo a cavidade descoberta e uma aranha 
imensa de pelo vermelho me olha fixamente, imóvel, grande como caranguejo... 
Um besouro dourado me lança sua emanação mefítica enquanto desaparece como 
um relâmpago seu radiante arco-íris...”. Nesse trecho, Neruda não cita animais 
do grupo dos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) crustáceos
c) aracnídeos
d) diplópodes
e) insetos
25. A alternativa INCORRETA é:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) Os crustáceos apresentam 2 pares de antenas.
b) Os quilópodes têm o corpo formado pela cabeça e vários segmentos corporais; 
apresentam um par de patas por segmento.
c) Os diplópodes apresentam o corpo formado de cabeça e vários segmentos 
corporais; cada segmento contém 2 pares de patas.
d) Os aracnídeos não possuem antenas.
e) Os insetos têm o corpo dividido em cefalotórax e abdome.
ZOOLOGIA.indb 162 29/05/12 12:02
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26. Não é característica dos crustáceos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>.Acesso 
em: 04 de março de 2012.)
a) apresentarem simetria bilateral.
b) serem triblásticos.
c) terem segmentação metamérica.
d) possuírem respiração por brânquias.
e) serem pseudocelomados.
27. Quem são os organismos conhecidos como lofoforados? Por quê recebem este 
nome? 
Caro estudante, atenção a este comentário! Até o momento, todos os 
invertebrados que vimos (tanto na unidade 1, quanto na unidade 2) são 
protostômios, ou seja, no desenvolvimento embrionário a boca se forma 
primeiro. Quando o ânus é formado primeiramente neste processo, 
o animal é chamado deuterostômio, e os únicos animais que entram 
nesta classificação são os pertencentes ao filo dos Quetognatos e ao 
filo dos Equinodermos (ou Equinodermados). Estes animais apresentam, 
ainda, mesoderma e celoma desenvolvendo-se pela formação de bolsas 
enterocélicas a partir do intestino primitivo (blastocele), por isso o 
celoma também é chamado enteroceloma. Estes dois grupos possuem 
clivagem do óvulo do tipo radial, que difere do modelo de clivagem 
comum a todos os animais protostômios. Os adultos, porém, podem 
perder essa característica e apresentar plano corporal completamente 
diferente das larvas.
A partir de então, todos os animais são deuterostômios, inclusive nos 
cordados. Desta forma, de todos os invertebrados estudados até agora, 
os equinodermos são os nossos “parentes” mais próximos na escala 
evolutiva.
Para que você entenda melhor a origem da deuterostomia, leia o artigo, 
cuja referência está abaixo. 
ROCHA, R.M.; TAVARES, Y.A.G. ; SILVA, G.S. ; METRI, R. Origem e Evolução 
de Deuterostomia. In: Monteiro Filho. E.L.A.; Aranha, J.M.R. (Org.). 
Revisões em Zoologia I. 1 ed.: SEMA, Curitiba, p. 199-215, 2006.
ZOOLOGIA.indb 163 29/05/12 12:02
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5. FILO CHAETOGNATHA
Os quetognatos são animais marinhos planctônicos de vida livre, com simetria 
bilateral e corpo muito reduzido em forma de flecha, apresentando nadadeiras lateral (aos 
pares) e (única) caudal (Figura 138). O corpo é dividido em cabeça (oval, dotada de espinhos 
para captura de presas no plâncton marinho), tronco e cauda pós-anal achatada. A parede 
do corpo é coberta por uma epiderme estratificada e cutícula que só cobre a cabeça. Esta 
última, por sua vez, apresenta uma depressão ventral onde se encontra a boca, chamada 
vestíbulo. Possuem cílios sensoriais na superfície do corpo. São animais de trato digestivo 
completo, hermafroditas.
Figura 138 - Quetognatos: imagem real (à esquerda) e esquema (à direita) do corpo.
Fonte: http://dicciomed.eusal.es/palabra/quetognatos e http://www.geocities.ws/mundodosinvertebrados/
quetognatos.html. 
6. FILO EQUINODERMATA (EQUINO = ESPINHO; DERMATA = 
DERME)
6.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os equinodermos são todos animais marinhos, com maioria de vida livre, muito 
visíveis devido aos diversos tamanhos, formas e cores (Figura 139). O que mais chama a 
atenção nestes animais é o plano corporal, disposto ao longo de um eixo oral-aboral (Figura 
140). Neste eixo, em alguns organismos apresentam a boca ventral, voltada para o fundo 
do mar (por exemplo, estrelas-do-mar, ofiúros e ouriços-do-mar), outros possuem a boca 
voltada para o lado contrário (para cima, como os crinoides) ou, ainda, apresentando o eixo 
ZOOLOGIA.indb 164 29/05/12 12:02
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do corpo paralelo ao substrato (como as holontúrias). A simetria bilateral é presente apenas 
nos estágios larvais.
 Figura 139 – Representantes do filo dos equinodermos.
 Fonte: http://beim.us.es/ecoantha/ECOANTHA/EXTRAS/SALVA/0_salvapant.html
 Figura 140 - Simetria radial de um ouriço-do-mar. 
Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=5&min=1010&orderby=titl
eA&show=10
ZOOLOGIA.indb 165 29/05/12 12:02
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A característica peculiar dos equinodermos é a presença de cinco raios (ou braços), 
como as estrelas-do-mar que possuem simetria radial, sob uma base pentâmera (pentarradial); 
ou braços múltiplos de cinco, como os crinoides e os ofiúros. Outra característica exclusiva 
é a presença de um sistema interno de canais preenchidos com água, denominado sistema 
aquífero, que desempenha funções fundamentais no bicho.
A parede do corpo contém ossículos dérmicos de carbonato de cálcio, apresentando 
usualmente espinhos que se projetam para fora e que dá nome ao grupo (Figura 140). Estes 
são recobertos por uma epiderme simples e ciliada, envolvendo o corpo do animal como 
em um endoesqueleto, em forma de caixa, constituído por placas calcárias fixas ou móveis. 
Os ossículos possuem uma microestrutura, formada por finas redes calcárias que formam o 
estereoma (estrutura que tem a função mecânica de dar suporte físico), composta por tecidos 
e células. Cada placa do esqueleto é um cristal calcário, muito fino e bem estruturado. Existem 
estruturas epidérmicas, em forma de pinça, derivadas do ossículo calcário que tem a função 
de defesa, limpeza e apreensão de alimento, denominadas pedicelárias (Figura 141). Há a 
presença de paxilas, espinhos modificados, com extremidades achatadas, assemelhando-se 
a um guarda-chuva, que recobrem pápulas nos asteroides (proteção das brânquias).
Figura 141 - Anatomia interna de um ouriço-do-mar.
Fonte: http://www.passei.com.br/topico.php?file=biologia/Equinodermos.html
A locomoção dos equinodermos é muito lenta. Eles se arrastam no fundo do mar 
através dos pés ambulacrais (ou ambulacrários) ou pódios (Figura 142). Os pódios são projeções 
musculares do sistema ambulacral para fora do corpo do animal, dotados de ventosas, com 
funções de fixação, locomoção, proteção, excreção e respiração. O equinodermo só se 
locomove devido ao funcionamento do sistema aquífero, que termina nos pódios, formando 
o sistema ambulacrário. O transporte interno também ocorre pelo sistema aquífero (ou 
ZOOLOGIA.indb 166 29/05/12 12:02
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sistema hemal – sistema circulatório dos equinodermos), que se abre para o meio externo 
por meio de uma placa perfurada, chamada placa madrepórica ou madreporito. 
 Figura 142 - Anatomia de uma estrela-do-mar.
 Fonte: http://panaceiabiologica.wordpress.com/reino-metazoa-animal-invertebrados/
O sistema ambulacrário consiste na entrada da água do mar no corpo do indivíduo 
através da placa madrepórica (circular, com vários poros), e circular em canais (chamados 
pétreos) dentro do corpo. Cada canal emite numerosas ampolas, das quais partem os pés 
ambulacrais. A água penetra pela placa madrepórica, percorre todo o sistema e é eliminada 
pelos terminais dos canais radiais. Ao passar pelas ampolas, pode ser forçada a entrar nos 
pés ambulacrais (por pressão com os músculos), que se estufam para frente. Como esses pés 
possuem ventosas nas extremidades, isso pode permitir ao animal fixar-se num substrato 
ou reter um alimento. A contração de outros músculos pode devolver a água às ampolas, 
determinando a retração dos pés ambulacrários (RUPPERT et al., 2006) (Figura 142).
O sistema digestivo é completo, abrindo-se na boca (lado oral da maioria dos 
organismos) e finaliza no ânus (lado aboral). A digestão é extracelular, com pés ambulacrais 
participando também da alimentação. Alguns animais, como as estrelas-do-mar, apresentam 
pequenas bolsas formadas por projeção do celoma, recobertas por epiderme, localizadas na 
região aboral, denominadas pápulas, responsáveis pelas trocas gasosas.Os ouriços possuem 
brânquias; os ofiúros, bolsas respiratórias e as holotúrias, a cloaca, para a realização de 
trocas gasosas. As excretas são absorvidas por amebócitos e eliminadas através das pápulas. 
O sistema nervoso é baseado num anel nervoso peribucal com nervos radiados, considerando 
que estes animais não apresentam uma cabeça definida para a cefalização. Desta forma, 
ZOOLOGIA.indb 167 29/05/12 12:02
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qualquer parte do corpo do animal pode captar mudanças no ambiente e reagir a estímulos. 
Possuem sexos separados, liberando seus gametas na água, assim, a fecundação é externa e 
o desenvolvimento indireto, com formação de larva livre-natante. 
6.2. CLASSIFICAÇÃO
Os equinodermos são divididos em cinco classes distintas: Crinoidea, Asteroidea, 
Ophiuroidea, Echinoidea e Holothuroidea. Cada uma dessas classes será vista separadamente.
6.2.1. CLASSE CRINOIDEA
Crinoides são os líris-do-mar, que podem assumir formas pedunculadas ou não. Nos 
que são apedunculados, os animais se fixam às rochas através de garras, chamadas cirros, 
que são apêndices articulados presentes na base do cálice. Nos pedunculados, há a presença 
de muitos cirros (Figura 143). Crinoides vivem fixos, porém algumas espécies desprendem-se 
do substrato e podem rolar no fundo do mar, até um novo local. Possuem sulco ambulacral 
com os pódios estendendo-se desde o tégmen (membrana que cobre a superfície oral do 
disco central) até as pínulas (fileiras de projeções). Nos crinoides, o tubo digestivo curva-
se em U e o ânus está no mesmo lado que a boca. Apresentam a capacidade de regenerar 
braços perdidos. São dioicos com gônadas nas pínulas, que se rompem para liberar gametas 
maduros. 
Figura 143 - Exemplos de crinoides pedunculados (superior) e apedenculados (inferior).
ZOOLOGIA.indb 168 29/05/12 12:02
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6.2.2. CLASSE ASTEROIDEA
As estrelas-do-mar são equinodermos predadores de mexilhões em fundos rochosos. 
Possuem braços com pouca mobilidade, pois se articulam amplamente com o disco central. 
Os pódios emergem do amplo sulco ambulacral. A digestão é externa, com lançamento do 
estômago dotado de enzimas digestivas, pelas valvas do mexilhão, que digerem as partes 
moles na própria concha. Também apresentam a capacidade de regenerar braços perdidos, 
desde que nestes pedaços do corpo esteja presente um fragmento da placa madrepórica 
(Figura 142). A maioria dos organismos é dioica, com liberação dos gametas na água e 
formação de larva planctônica.
6.2.3. CLASSE OPHIUROIDEA
Os ofiuroides são as serpentes-do-mar (Figura 144), que recebem este nome porque 
tem movimento do corpo semelhante ao de uma cobra. Estes animais apresentam braços 
nitidamente distintos do disco. A maioria dos braços é de ossículos vertebrais, mas apresentam 
placas de revestimento ósseo. São animais predominantemente detritívoros. Apresentam 
uma estrutura com função respiratória e reprodutiva, denominada bursa, localizada entre as 
bases dos braços. Nos ofiuroides falta o ânus. 
Figura 144 – Serpente-do-mar.
Fonte: http://flachciencias.blogspot.com.br/2011/09/filo-dos-equinodermos.html
6.2.4. CLASSE ECHINOIDEA
Os equinoides compreendem os ouriços-do-mar e bolachas-da-praia, que possuem 
uma carapaça de ossículos fundidos em cinco fileiras ambulacrais pareadas e cinco fileiras 
ZOOLOGIA.indb 169 29/05/12 12:02
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interambulacrais pareadas, gerando uma morfologia corporal globosa e achatada no dorso 
(Figura 145). Possuem um par de poros em cada pé ambulacral: periprocto (dez ossículos ao 
redor do ânus). 
 Figura 145 – Bolacha-da-praia (superior) e ouriço-do-mar (inferior).
A presença da Lanterna de 
Aristóteles é a característica mais conspícua 
nos equinoides (Figura 146). Esta estrutura 
é formada por cinco dentes que emergem 
da membrana peristomial, os quais são 
sustentados por um conjunto de músculos e 
ossículos específicos. 
As bolachas-da-praia recebem este 
nome porque têm corpo achatado, parecido 
com uma bolacha. Os espinhos também são 
curtos e achatados. Elas são detritívoras e 
vivem aderidas a fundos arenoso-lodosos. Os 
ouriços-do-mar são herbívoros, alimentando-
se de macroalgas nos fundos das rochas 
(Figura 145). 
Figura 146 – Lanterna de Aristóteles
Fonte: http://www.infoescola.com/biologia/filo-
echinodermata-equinodermos/
ZOOLOGIA.indb 170 29/05/12 12:02
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6.2.5. CLASSE HOLOTHUROIDEA
Os pepinos-do-mar são os equinodermos holoturoides, que podem passar despercebidos 
no fundo do mar (Figura 147). Eles apresentam o eixo oral-aboral paralelamente ao substrato. 
A pele é espessa, com presença de minúsculos ossículos. Apresentam árvores respiratórias 
internas ligadas à cloaca. Quando ameaçados por predadores, eles se comportam de uma 
maneira muito interessante, para tentar espantá-los. Eles expulsam um ou vários órgãos 
para fora da cavidade do corpo (processo chamado evisceração), mas regeneram todos os 
órgãos perdidos depois. Possuem órgãos específicos de defesa chamados túbulos de Cuvier, 
que ficam pegajosos, atrapalhando a ação de predadores quando eviscerados. 
Figura 147 – Pepino-do-mar. 
Caro estudante, antes de fazer as atividades propostas a respeito do 
filo dos equinodermos, acesse o link abaixo e assista ao vídeo, como 
revisão de todo o conteúdo. 
• http://www.youtube.com/watch?v=0dOggydy2xs&feature=related. 
ZOOLOGIA.indb 171 29/05/12 12:02
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1. Os desenhos abaixo ilustram representantes de diferentes filos animais. Sobre 
eles, podemos afirmar corretamente que:
(Disponível em: <http://questoesbiologicas.blogspot.com/2011/12/biologia-uern.html>. Acesso em: 09 de 
março de 2012.)
a) 1, 3, 5 pertencem a filos exclusivamente marinhos.
b) 5 é, filogeneticamente, mais próximo do ser humanos do que 3.
c) Massa visceral, manto e pés ambulacrários são características próprias de
 animais do filo de 3.
d) Dentre estes representados, 2 é, filogeneticamente, o mais próximo de 4.
2. Os equinodermos, à primeira vista, estão mais relacionados com os invertebrados 
inferiores. No entanto, estão evolutivamente relacionados aos cordados porque:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) são deuterostômios.
b) são diblásticos celomados.
c) a epiderme é monoestratificada.
d) o sistema digestivo é completo.
e) possuem sistema ambulacral.
3. Lanterna-de-aristóteles, espongiocele e manto ocorrem, respectivamente, em:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) equinodermos, poríferos e moluscos.
b) poríferos, equinodermos e celenterados.
c) moluscos, poríferos e artrópodes.
d) cnidários, equinodermos e insetos.
e) aracnídeos, platelmintos e moluscos.
ATIVIDADES
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4. Quem sou eu?
1. Sou celomado, tenho exoesqueleto quitinoso e 8 patas.
2. Sou acelomado, prefiro ambientes pouco iluminados e excreto por células-flama.
3. Sou celomado, deuterostômio e respiro por brânquias.
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>.Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
A alternativa em que os animais estão apresentados na ordem das características 
acima é:
a) Aranha, pIanária e ouriço-do-mar.
b) Planária, ouriço-do-mar e aranha.
c) Ouriço-do-mar, planária e aranha.
d) Aranha, ouriço-do-mar e planária.
5. Alunos de uma escola de Belo Horizonte realizaram uma coleta de seres vivos 
nas águas do Córrego da Ressaca. Ao fazerem o relatório, citaram a ocorrência 
de alguns grupos de organismos. Todas as alternativas apresentam classificação 
possível, exceto.
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) Algas e crustáceos.
b) Bactérias e fungos.
c) Equinodermas e poliquetas.
d) Insetos e anelídeos.
e) Moluscos e platelmintos.
6. Assinale a única afirmativa correta:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) Os únicos animais com sistema ambulacrário são os moluscos.
b) Nos equinodermos, ocorre endoesqueleto calcário; nos artrópodes, 
exoesqueleto quitinoso.
c) Entre os invertebrados, há muito mais moluscos do que artrópodes.
d) Bivalves, cefalópodes e gastrópodes são classes de equinodermos.
e) Tanto os artrópodes como os equinodermos e moluscos apresentam patas 
articuladas.
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7. A presença do sistema ambulacral aquífero é característica exclusiva de:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) Crustacea.
b) Annelida Polychaeta.
c) Mollusca Gastropoda.
d) Insecta de vida aquática.
e) Echinodermata.
8. Indique, respectivamente, a que filos pertencem os animais cujas principais 
características estão relacionadas abaixo:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
1. Corpo dividido em cabeça, pé e massa visceral; manto secretor de 
concha; rádula; habitam ambientes aquáticos (alguns terrestres).
2. Corpo, em geral, com simetria pentarradiada; esqueleto dérmico 
interno; pés ambulacrais; espinhos; habitam exclusivamente os 
mares.
a) equinoderma; anelídeo
b) anelídeo; nematódeo
c) molusco; porífero
d) celenterado; equinoderma
e) molusco; equinoderma
9. Simetria bilateral no embrião e pentarradiada na fase adulta, celoma, esqueleto 
interno e sistema digestivo completo são características apresentadas pelos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) equinodermos.
b) artrópodes.
c) moluscos.
d) celenterados.
e) poríferos.
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10. Assinale a(s) alternativa(s) que associa(m) corretamente o grupo a algumas de 
suas características:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012, adaptada)
( ) Equinodermas - lanterna-de-aristóteles e madreporito 
( ) Moluscos - rádula e manto 
( ) Poríferos - cnidoblastos e nematocistos 
( ) Celenterados - coanócitos e espículas 
( ) Anelídeos - clitelo e parapódios 
( ) Artrópodos - tubos de Malpighi e ecdises 
( ) Asquelmintos - exoesqueleto quitinoso e células-flama 
11. No filo Echinodermata são encontradas as classes Echinoidea, Asteroidea, 
Crinoidea, Holothuroidea e Ophiuroidea, exemplificadas, respectivamente, por:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) ouriço-do-mar, estrela-do-mar, lírio-do-mar, pepino-do-mar e serpente-do-mar.
b) lírio-do-mar, medusa, estrela-do-mar, holotúria e ouriço-do-mar.
c) pólipo, medusa, holotúria, pepino-do-mar e caravela.
d) embuá, ostra, lírio-do-mar, marisco e pepino-do-mar.
e) ouriço-do-mar, estrela-do-mar, serpente-do-mar, pepino-do-mar e lírio-do-mar.
12. A presença de mesogleia, manto, parapódios e sistema ambulacrário são 
constatados, respectivamente, nos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) poríferos, cnidários, insetos e anelídeos.
b) cnidários, moluscos, anelídeos e equinodermos.
c) anelídeos, crustáceos, insetos e poríferos.
d) moluscos, equinodermos, aracnídeos e crustáceos.
e) equinodermos, moluscos, crustáceos e poríferos.
13. Um biólogo, em uma coleta marinha, encontrou um animal desconhecido, fixo 
ao substrato, a 20 m de profundidade. Após observá-lo externamente, constatou 
a existência de espinhos na superfície corporal, de simetria radial e a presença de 
boca e ânus em regiões opostas do corpo. A partir disto, ele resolveu identificar tal 
exemplar em um catálogo de animais marinhos e, para tanto, escolheu o volume 
referente aos:
(Disponível em: <http://www.osvaldoelobo.com.br/ARQUIVOQUESTOES/EXERCICIOS_ZOOLOGIA.pdf>. Acesso 
em: 09 de março de 2012.)
a) peixes. 
b) equinodermados.
c) crustáceos.
d) poríferos.
e) celenterados.
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14. Com relação ao sistema nervoso dos diferentes grupos animais, faça a 
associação entre os números referentes aos grupos de animais (Coluna I) com as 
letras correspondentes às características dos sistemas nervosos (Coluna II).
(Disponível em: http://www.planetabio.com. Acesso em: 10 de março de 2012.)
COLUNA 1 COLUNA 2
1. Cnidários a. Possuem sistema nervoso rudimentar formado por um anel nervoso, do qual partem nervos radiais.
2.Platelmintos e 
anelídeos
b. Têm sistema nervoso dorsal protegido por estruturas ósseas 
ou cartilaginosas. Além do encéfalo bem desenvolvido, possuem 
medula espinhal no interior da coluna vertebral.
3. Cefalópodes c. Possuem sistema nervoso difuso. Seus neurônios estão distribuídos em rede por todo o corpo.
4. Equinodermos
d. Têm o sistema nervoso constituído, fundamentalmente, por 
um par de gânglios cerebrais na região anterior do corpo, dos 
quais pastem cordões nervosos ventrais para a região posterior.
5. Vertebrados e. Possuem gânglios nervosos que se agrupam em um grande cérebro protegido por uma cápsula, de onde saem os nervos.
Marque a alternativa correta.
a) 1 – c; 2 – e; 3 – d; 4 – a; 5 – b.
b) 1 – c; 2 – d; 3 – e; 4 – a; 5 – b.
c) 1 – a; 2 – e; 3 – d; 4 – c; 5 – b.
d) 1 – a; 2 – d; 3 – e; 4 – c; 5 – b.
15. Observe a tira abaixo:
O invertebrado, observado por Mafalda, pertence ao filo que, evolutivamente, é 
o mais próximo dos cordados, por apresentarem: 
a) hábitat marinho. 
b) mesoderme. 
c) deuterostomia. 
d) fecundação externa. 
e) simetria radial.
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16. O grau de semelhança entre os organismos sempre foi o principal critério 
para os seus agrupamentos. Com o advento da ideia de evolução entre os seres 
vivos, o grau de semelhança também passou a significar grau de parentesco 
evolutivo. O grau de parentesco evolutivo entre os metazoários é determinado 
por semelhanças exclusivas fundamentais que caracterizam os grupos. As letras 
A, B e C representam as seguintes características, RESPECTIVAMENTE: 
(Disponível em: http://www.planetabio.com. Acesso em: 10 de março de 2012.)
a) Simetria bilateral; Boca derivada do blastóporo; Presença de notocorda 
b) Simetria radial; Boca derivada do blastóporo; Tegumento quitinosoc) Simetria bilateral; Ausência de celoma verdadeiro; Presença de um pseudoceloma 
d) Presença de celoma; Metamerizados; Ausência de apêndices articulados 
e) Simetria radial; Com três folhetos germinativos; Ausência de metameria
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Caro estudante, terminamos o estudo dos invertebrados superires, proposto para esta 
segunda unidade e, com ele, encerramos também o conteúdo de Zoologia de Invertevrados. Na Unidade 
2, tratamos exclusivamente dos invertebrados moluscos, anelídeos, artrópodes e equinodermos, 
no que diz respeito aos aspectos morfológicos, fisológicos, ecológicos e evolutivos, bem como as 
questões que despertam o interesse do ser humano sobre estes animais. Cada grupo foi tratado de 
acordo com as suas características peculiares e compartilhadas, de forma que pudemos entender um 
pouco da ligação evolutiva entre estes grupos a partir de um ancestral comum. Tal ligação pode ser 
visualizada na Figura 148, que evidencia a posição filogenética de todos os invertebrados de acordo 
com o desenvolvimento embrionário. É importante dizer que toda a abordagem feita neste material 
foi apenas uma breve descrição dos principais filos e das principais discussões que movimentam a 
ciência do animais invertebrados. Este material servirá como um ótimo guia didático, mas a utilização 
das obras clássicas que norteiam este conhecimento zoológico há décadas carece sempre de serem 
consultadas. É válido lembrar, ainda, que, como as pesquisas sobre estes animais é sempre contínua e 
complexa, por algum motivo, podem ocorrer desencontros ou mudanças de sistemática, dependendo 
do autor que for consultado. De qualquer forma, para nossa vida prática, de biólogos, ou não, é bom 
ter claro o cenário da diversidade dos grupos animais e ensiná-lo para as pessoas, com o objetivo 
de colaborar para o entendimento da vida no ambiente que nos cerca. Assim, faça um bom proveito 
deste material para a sua vida acadêmica.
Figura 148 - Filogenia dos animais invertebrados em relação à evolução de suas características embrionárias.
Fonte: www.cmpa.tche.br/educacional/secoes_ensino/site_sec.../Zoo1.ppt (adaptado)
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Aberrante - É algo que contraria a lógica ou a verdade ou a norma ou a ideia ou um 
padrão, comportamento aberrante. Exemplo: cor aberrante = cor muito viva. Diz-se também 
cor berrante.
Adutores - Músculo que traz, que aproxima, que produz movimento de adução.
Aquicultura - É a produção (para fins comerciais) de organismos aquáticos, como 
a criação de peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios e o cultivo de plantas aquáticas para uso 
do homem.
Bentônico - Referente ao ambiente ou habitat marinho (ou dulcícola) do fundo, 
onde fixam, caminham ou arrastam-se seres vivos de diversas espécies de animais.
Birremes - São estruturas corporais que têm dois ramos.
Bisso - É o nome dado ao feixe de filamentos pelos quais moluscos bivalves, como 
o mexilhão, fixam-se ao substrato. Apresenta uma textura similar à seda e é secretado por 
uma glândula situada na base do pé.
Cambriano - O Cambriano marca um ponto importante na história da vida na Terra, 
pois é o período de tempo em que a maioria dos grupos principais de animais apareceu no 
registro do fóssil. Este evento é chamado, às vezes de, “a explosão cambriana”, por causa 
do tempo relativamente curto (sobre) em que esta diversidade de espécies aparece.
Cerdas - Peças duras de origem epidérmica, feitas de quitina, na maioria das vezes. 
Tem como principal função dar tração ao verme quando este se desloca pelo fundo do mar.
Claviforme - Que tem forma de clave (sinal musical que indica a entonação).
Conspícuas - É uma característica notável em que o caráter permite a identificação 
da espécie, do grupo, etc., ou de fósseis, sedimentos e outros.
Correlatos - É algo correlacionado, o mesmo que correlativo, correspondente, 
relacionado.
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Exúvia - Exoesqueleto antigo, descartado ao final do processo de muda ou ecdise 
dos artrópodes.
Filiforme - É alguma estrutura tão delagada ou fina como um fio, ou seja, tem o 
formato de um fio.
Filogenéticas - Filogenia (ou filogênese) (grego: phylon = tribo, raça e genetikos 
= relativo à gênese = origem) é o termo comumente utilizado para hipóteses de relações 
evolutivas (ou seja, relações filogenéticas) de um grupo de organismos, isto é, determinar 
as relações ancestrais entre espécies conhecidas (ambas: as que vivem e as extintas). 
Sistemática Filogenética é o estudo filogenético desses grupos, geralmente com a finalidade 
de testar a validade de grupos e sua taxonomia. De acordo com esta abordagem, somente são 
aceitos como naturais os grupos comprovadamente monofiléticos. A Sistemática Filogenética 
é uma base sobre a qual diversos métodos foram desenvolvidos, dos quais o dominante 
atualmente é a Cladística.
Gangrena - É uma complicação de uma necrose isquêmica, pela falta de suprimento 
sanguíneo e pela consequente falta de oxigênio nas extremidades do corpo (braço, mão, 
perna, pé). É seguida de invasão bacteriana e putrefação. 
Húmus - Produto da defecação das minhocas, um material fertilizante com 
propriedades coloidais, que auxilia no uso e na conservação dos solos.
Lamelares - É alguma estrutura que apresenta a forma semelhante a lâminas.
Odontóforo - Formação muscular da cavidade faríngea (bulbo bucal) de muitos 
moluscos, que suporta a rádula e põe esta em movimento.
Opistossomo - Região posterior do corpo, é segmentado e é condição primitiva. 
Nos escorpiões, ocorre uma divisão do opistossoma em um pré-abdome (ou mesossoma) e 
um pós-abdome.
Ostíolo - Em biologia, refere-se a uma pequena fenda ou abertura num tecido.
Parapódio - É o nome dado a cada um dos dois apêndices que emergem das laterais 
de cada segmento que compõe o corpo dos anelídeos.
Partenogênese -É um tipo de reprodução assexuada que formam organismos 
haploides. É a capacidade do óvulo se desenvolver sem ter sido fecundado pelo gameta 
masculino.
Permiano - O período permiano ocorreu entre 286 a 245 milhões de anos, foi o 
último período da era Paleozoica. A separação entre o paleozoico e o mesozoico ocorreu 
no fim do Permiano, na grande extinção maciça, a maior registrada na história da vida 
da Terra. A extinção afetou muitos grupos de organismos em ambientes variados, mas 
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afetou as comunidades marinhas com mais intensidade, causando a extinção da maioria 
dos invertebrados marinhos do Paleozoico. Alguns grupos sobreviveram à extinção maciça 
permiana em números extremamente diminuídos, porém nunca mais alcançaram outra vez o 
domínio ecológico que tiveram.
Probóscide - (Ou probóscida) É um apêndice alongado que se localiza na cabeça de 
algumas espécies de animais, como anelídeos, gastrópodes e insetos dípteros. 
Prossoma - Região anterior do corpo, formado pela fusão de dois tagmas: cabeça 
e tórax.
Raptoriais - Órgão ou apêndice utilizado para raspar, capturar. 
Simbionte - É uma relação vantajosa de pelo menos um dos organismos vivos de 
espécies diferentes.
Ubiquidade - Propriedade ou estado do que é ubíquo. Do que está ao mesmo tempo 
em toda parte; onipresença.
Ventosas - São estruturas circulares, musculares, que têm função de fixação e 
locomoção e representa fusão de segmentos anteriorese posteriores.
ZOOLOGIA.indb 181 29/05/12 12:02
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REFERÊNCIAS
CORGOSINHO, P.H.C.; BORGES, M.A.Z.; NEVES, F.S. Zoologia de Invertebrados: Ciências 
Biológicas, 3º Período. Montes Claros/MG: Editora Unimontes, 2010. 105 p.
MOREIRA, A.P.T. Zoologia de Invertebrados I. Florianópolis: BIOLOGIA/EAD/UFSC, 2009. 213 
p.
RUPPERT, E.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados, 6ª ed. São Paulo: Ed. Roca, 1996.
RUPPERT, E.E.; FOX, R.S.; BARNES, R.D. Zoologia dos inver tebrados. São Paulo: Ed. Roca, 
2006.
STORER, T.I.; USINGER, R.L.; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J.W. Zoologia Geral. 6ª ed. São 
Paulo: Ed. Nacional, 1986. 816 p.
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