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CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA CÍVEIS 
FALIMENTARES, DE LIQUIDAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, 
 DAS FUNDAÇÕES E DO TERCEIRO SETOR 
 
 
Av. Mal. Deodoro. 1028 – Edifício Baracat – 4º andar – FONE: (41) 3363-1344 1
CONSULTA N.º 47 – CAOP Cível e Fundações 
OBJETO: Possibilidade de desistência da curatela. 
INTERESSADA: Sra. LEIA ROSA 
 
 
 
 
 
CONSULTA N. 47/2012: 
 
 
 
1. Cuida-se de consulta redirecionada pelo senhor 
Damtom G. P. Silva, via e-mail, em 13.11.2012, a respeito da 
possibilidade de desistência da curatela concedida à irmã da pessoa 
incapaz. O questionamento foi encaminhado pela senhora Leia Rosa, em 
12.11.2012. 
 
Consta do relato, que a postulante é curadora do irmão 
portador de deficiência física e mental há, aproximadamente, seis meses, 
e em razão de que pretende e necessita voltar a trabalhar não tem mais 
condições de cuidar do interditado. 
 
Narra que os pais são ausentes e que tem outros seis 
irmãos, os quais embora auxiliem nos cuidados com o incapaz, por 
trabalharem durante o dia, nenhum deles tem disponibilidade para 
cuidar do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA CÍVEIS 
FALIMENTARES, DE LIQUIDAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, 
 DAS FUNDAÇÕES E DO TERCEIRO SETOR 
 
 
Av. Mal. Deodoro. 1028 – Edifício Baracat – 4º andar – FONE: (41) 3363-1344 2
Acrescenta, ainda, que já faz um ano que a família busca 
uma pessoa que possa assumir os cuidados com o incapaz ou então 
uma clínica na qual ele possa ser internado – todavia, sem sucesso. 
 
É o que cumpria relatar, passo à manifestação. 
 
2. A curatela é um encargo público conferido à 
determinada pessoa pelo Poder Judiciário, para que ela se encarregue de 
dirigir e defender os interesses do interdito, bem como de administrar os 
seus bens. 
 
Trata-se de uma imposição legal que possui caráter 
obrigatório, ou seja, escolhido o curador e assumido o encargo, ele 
não pode desistir ou se eximir do dever. 
 
Referido rigor existe em razão da máxima necessidade de 
proteção dos interesses da pessoa interditada, os quais devem ser 
ressaltados diante de quaisquer outras questões. 
 
Admite-se, todavia, em situações excepcionais, que o 
curador solicite dispensa da curatela se sobrevier à nomeação escusa 
legítima (cf. art. 1.764 c/c 1.781 do Código Civil). 
 
Por escusas legítimas entendem-se aquelas situações 
consideradas pelo legislador capazes de impedir o exercício adequado do 
encargo. Confira-se (cf. art. 1.736 do CC): 
 
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: 
I - mulheres casadas; 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA CÍVEIS 
FALIMENTARES, DE LIQUIDAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, 
 DAS FUNDAÇÕES E DO TERCEIRO SETOR 
 
 
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II - maiores de sessenta anos; 
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; 
IV - os impossibilitados por enfermidade; 
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a 
tutela; 
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
VII - militares em serviço. 
 
Em que pese o respeito conferido à situação narrada pela 
solicitante - com a qual, inclusive, compadecemo-nos muito -, ela não se 
amolda a nenhum dos casos previstos na lei. 
 
A solicitante aduz que é casada, porém, considerando 
que ela também afirma que possui uma filha de quatro anos e que 
assumiu a curatela do irmão há seis meses, pode-se concluir que ela já 
era casada no momento em que concordou com o encargo. Desse modo, 
o casamento não pode ser utilizado como justificativa para eventual 
pedido de dispensa da curatela. 
 
A necessidade, ainda que imperiosa, de o curador 
trabalhar para arcar com o seu sustento e de sua família – o que o 
impossibilitaria de cuidar do incapaz durante o dia – não é considerada 
pelo legislador motivo capaz de ensejar o pedido de dispensa do encargo. 
 
Por outro lado, convém esclarecer que incumbe à 
família, primordialmente, zelar pelos seus membros (cf. art. 227 da 
CF). A responsabilidade do Estado existe apenas quando não há 
familiares vivos ou em condições de assumir o dever. 
 
 
 
 
 
 
 
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FALIMENTARES, DE LIQUIDAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, 
 DAS FUNDAÇÕES E DO TERCEIRO SETOR 
 
 
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No caso em debate, o interditando possui a curadora e 
outros seis irmãos, aos quais competem, concorrentemente, à 
responsabilidade com os seus cuidados – em primeiro plano à curadora 
e, após, aos demais irmãos. 
 
Muito embora não haja, à primeira vista, possibilidade de 
a solicitante se eximir da curatela do irmão, aconselhamos que ela 
procure o d. Promotor de Justiça responsável pela fiscalização do 
processo de interdição do incapaz, a fim de que ele tome 
conhecimento dos fatos e, se julgar conveniente, reúna todos os irmãos, 
buscando conciliar – eventualmente – o tempo e os recursos despendidos 
por cada um deles para os cuidados com o interditado. 
 
É possível, inclusive – mas como medida extrema, que a 
curadora, na condição de representante legal do incapaz, requeira 
alimentos em face dos demais irmãos diante da sua impossibilidade 
financeira de suportar os ônus do encargo e da necessidade de 
pagamento de um terceiro para cuidar do interditado durante o dia, 
enquanto a curadora trabalha. 
 
3. Diante do questionamento formulado e dos dados 
fornecidos a esta coordenadoria do Centro de Apoio Operacional das 
Fundações e Terceiro Setor, são esses, em tese, os esclarecimentos que 
se entende adequados. 
 
Persistindo quaisquer dúvidas, poderá a solicitante 
encaminhar novos questionamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA CÍVEIS 
FALIMENTARES, DE LIQUIDAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, 
 DAS FUNDAÇÕES E DO TERCEIRO SETOR 
 
 
Av. Mal. Deodoro. 1028 – Edifício Baracat – 4º andar – FONE: (41) 3363-1344 5
Curitiba, 14 de novembro de 2012 
 
 
TEREZINHA DE JESUS SOUZA SIGNORINI 
Procuradora de Justiça – Coordenadora 
 
 
 
Maria Clara de Almeida Barreira 
Assessora Jurídica 
 
 
Samantha Karin Muniz 
Estagiária de Direito

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