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Bacias Hidrográficas Profa.: Mirella Gonçalves Bacia Hidrográfica ▪ Uma região em que a chuva ocorrida em qualquer ponto drena para a mesma seção transversal do curso- d’água. ▪ Área de captação natural das precipitações, que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída: o exutório. ▪ Para definir uma bacia: • Curso d’água • Seção transversal de referência (exutório) • Informações de topografia. Definição • Bacia Hidrográfica: área definida topograficamente, drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’água, de modo que toda a vazão efluente seja descarregada através de uma saída simples. Bacias Hidrográficas - Brasil Lei 9.433 (1997) estabelece como um dos princípios a definição da bacia hidrográfica como unidade territorial para implementação da PNRH. Bacias Hidrográficas - ES Fonte: IEMA (2014) A bacia é constituída por um conjunto de superfícies vertentes – terreno sobre o qual escoa a água precipitada – e de uma rede de drenagem formada por cursos d’água que confluem até resultar no exutório. ▪ Diferenciar áreas que contribuem para um ponto Definição de Bacia Hidrográfica ▪ Identificar para onde escoa a água sobre o relevo usando como base as curvas de nível. Definição de Bacia Hidrográfica • A água escoa na direção da maior declividade. • Assim, as linhas de escoamento são ortogonais às curvas de nível. adaptado do original de Francisco Olivera, Ph.D., P.E. Texas A&M University Department of Civil Engineering Fontes de dados de topografia Seção de referência, ou exutório Divisor não corta drenagem exceto no exutório. Divisor passa pela região mais elevada da bacia, mas não necessariamente pelos pontos mais altos. Delimitação da bacia hidrográfica: -A linha passa pelas elevações periféricas -Sempre ortogonal às curvas de nível - Cruza apenas uma vez o curso d’água (no exutório) Exemplo delimitação de bacia: Bacia Hidrográfica Bacia Hidrográfica • A bacia do rio dos Sinos é uma sub-bacia da bacia do rio Guaíba. A bacia do rio Paranhanha é uma sub-bacia da bacia do rio dos Sinos. • Bacias hidrográficas são compostas por sub-bacias hidrográficas. Cada sub-bacia é uma bacia hidrográfica que pode ser subdividida em sub-bacias, etc. Bacia Hidrográfica Sub - bacia ➢ divisor superficial x divisor subterrâneo Divisor: Bacia Hidrográfica • O principal interesse em estudar a bacia hidrográfica é de que suas características constituem um sistema natural de transformação de chuva em vazão. Dados Físicos • Consideram-se dados fisiográficos de uma bacia todos aqueles que podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas e imagens de satélite. Sendo basicamente os fatores que influenciam no escoamento superficial como: ➢ Uso do solo; ➢ Tipo de solo; ➢ Área da bacia; ➢ Forma da bacia; ➢ Sistema de drenagem (Densidade de drenagem, Extensão média do escoamento superficial, Sinuosidade da bacia); ➢ Relevo da bacia (Declividade média da bacia e Altitude média). Dados Físicos - Uso do Solo • Um dos fatores mais importantes e que afetam o escoamento da água é o uso do solo. Exerce influência direta no escoamento superficial. Dados Físicos - Tipo do Solo • O escoamento superficial é largamente influenciado pelo tipo predominante de solo, devido à capacidade de infiltração dos diferentes solos. Porosidade; Dados Físicos - Tipo do Solo ✓ Solos arenosos = menos escoamento superficial; ✓ Solos argilosos = mais escoamento superficial; ✓ Solos rasos = mais escoamento superficial; ✓ Solos profundos = menos escoamento superficial Algumas convenções importantes em hidrologia: Características da Bacia Hidrográfica: • Área de drenagem • Comprimento da bacia • Comprimento do rio principal e do talvegue • Declividade média • Perfil longitudinal • Fator de forma • Coeficiente de compacidade • Densidade de drenagem • Densidade de canais • Ordenamento de canais • Cobertura vegetal e uso do solo • Característica mais importante da bacia • Reflete o volume total de água que pode ser gerado potencialmente na bacia • Bacia impermeável e chuva constante: • Q = P . A • Se A = 60 km2 (60 milhões de m2) • e P = 10 mm/hora (2,7 . 10-6 m/s) • Q = 166 m3/s Área da Bacia Hidrográfica • Uma vez definidos os contornos (divisor), a área pode ser calculada por uma integral numérica (SIG) ou por métodos manuais (planímetro, contagem, pesagem). Área da Bacia Hidrográfica • Dados: Em escala 1:50.000 1cm² no mapa = 0,25km² real ▪ Comprimento da bacia ▪ Comprimento do rio principal Comprimento da Bacia Hidrográfica • Os comprimentos da bacia e do rio principal são importantes para a estimativa do tempo que a água leva para percorrer a bacia. • Lt (comprimento do talvegue é a medida em LINHA RETA entre os pontos inicial e final do curso d’ água principal). Sinuosidade do curso d’água (Sin) • É a relação entre o comprimento do rio principal (L) e o comprimento do talvegue (Lt). • Fator controlador da velocidade do escoamento. Para a Bacia do Riacho do Faustino: valores de sinuosidade bem próximos a 1, indicam que o canal tende a ser retilíneo. valores maiores que 2 indicam canais tortuosos. Valores entre 1 e 2 apontam para formas transicionais, regulares e irregulares. Índice de sinuosidade • Is= (L-Lt).100 L Onde: L = Comprimento do canal principal Lt = Comprimento do talvegue Is= (10500-8450).100 10500 Is = 19,53% • Tem relação com a velocidade com a qual ocorre o escoamento. • Diferença de altitude entre o início e o fim da drenagem dividida pelo comprimento da drenagem. Declividade da Bacia Hidrográfica Ponto mais alto: 300 m Ponto mais baixo: 20 m Comprimento drenagem = 7 km Declividade = 0,04 m/m ou 40 m por km Perfil típico: alto médio baixo Distância ao longo do rio principal A lt it u d e d o l e it o Valores típicos: Baixa declividade: alguns cm por km Alta declividade: alguns m por km Perfil Longitudinal Formas da bacia influencia no escoamento superficial. Existem vários índices utilizados para relacionar a forma das bacias, procurando relacioná-los com formas geométricas conhecidas: • Fator de forma (Kf) - Kf é o fator de forma; - L é o comprimento da bacia; ou comprimento do rio principal (varia de autor). • Índice de Compacidade (Kc) - Kc é o coeficiente de compacidade; - P é o perímetro da bacia; e - A é a área da bacia. 2LAKf = ▪ I alto: cheias mais rápidas ▪ I baixo: cheias mais lentas 2LAKf = L Índice de conformação ou fator de forma: ▪ Relação entre o perímetro da bacia e o perímetro que a bacia teria se fosse circular. mede mais ou menos a mesma coisa que o fator de forma Índice de compacidade Coeficiente de compacidade Quanto mais próximo da unidade for este coeficiente, mais a bacia se assemelha a um círculo. Assim, pode-se interpretá-lo da seguinte forma: • 1,00 – 1,25 = bacia com alta propensão a grandes enchentes • 1,25 – 1,50 = bacia com tendência mediana a grandes enchentes • > 1,50 = bacia com menor propensão a grandes enchentes Fator de forma O fator de forma pode assumir os seguintes valores: • 1,00 – 0,75.: sujeito a enchentes • 0,75 – 0,50.: tendência mediana • < 0,50.: menor tendência a enchentes Tempo de Concentração (tc) • É o tempo gasto para que toda a bacia contribua para o escoamento superficial na seção considerada. • O tempo de concentração pode ser estimadopor vários métodos, os quais resultam em valores bem distintos. Dentre eles, destacam- se: Método Gráfico, Equação de Kirpich , Equação de Ventura, etc. • Equação de Kirpich :) ' (57 385,0 3 onde H L tc = L = extensão do curso d´água em km. H = Desnível entre a cabeceira do rio até o local da obra “ponto” em metros ( m ). Obs.: SEGUIR SEMPRE AS UNIDADES São Francisco Outras: Tietê; Paranapanema; Tocantins. Exemplos: Alongadas Taquari Antas - RS Rio Itajaí - SC Exemplos: Circular Exemplos • Fator de forma Bacia ribeirão do Lobo L=20,1 km A= 177,25 km² Kf = 177,25 / (20,1)² Kf = 0,439 Bacia não sujeita a enchentes. 2LAKf = • Coeficiente de compacidade Bacia ribeirão do Lobo P = 70 km A= 177,25 km² Kc = 0,28 x 70/13,32 Kc = 1,47 Bacia não sujeita a enchentes. Fator de forma Coeficiente de compacidade • Coeficiente de compacidade Bacia A P = 25 km A= 20 km² Kc = 0,28 x 25/4,47 Kc = 1,57 Bacia não sujeita a enchentes. • Coeficiente de compacidade Bacia B P = 15 km A= 20 km² Kc = 0,28 x 15/4,47 Kc = 0,94 Bacia sujeita a enchentes. DAS ALTERNATIVAS ABAIXO, INDIQUE OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA QUE UMA BACIA APRESENTE UMA MAIOR TENDÊNCIA A PICOS DE ENCHENTES: a) Menor área, menor coeficiente de compacidade (Kc), maior fator de forma (Kf), menor tempo de concentração (Tc), menor densidade de drenagem (Dd); b) Maior área, maior coeficiente de compacidade (Kf), menor fator de forma (Kf), menor tempo de concentração (Tc), maior densidade de drenagem (Dd); c) Menor área, menor coeficiente de compacidade (Kf), menor fator de forma (Kf), menor tempo de concentração (Tc), maior densidade de drenagem (Dd); Então... • Este índice também indica a maior ou menor tendência para enchentes de uma bacia. Uma bacia com Kf baixo, ou seja, com o L grande, terá menor propensão a enchentes que outra com mesma área, mas Kf maior, ou seja, com o L menor. Isto se deve ao fato de que, numa bacia estreita e longa (Kf baixo), haverá menor possibilidade de ocorrência de chuvas intensas cobrindo simultaneamente toda a sua extensão. Densidade de drenagem ou de canais • fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia. Quanto maior esta relação, mais eficiência de drenagem tem a bacia. Apesar da pouca informação existente a respeito deste índice, pode-se afirmar que varia de 0,5 km/km², para bacias com drenagem pobre, a 3,5 ou mais, para bacias excepcionalmente bem drenadas. Em que: LTotal – comprimento total dos cursos d’água de uma bacia. A – Área da bacia Classificação dos Cursos d’água • Método de Horton Esta metodologia pode ser resumida da seguinte forma: - Cursos d’água de 1ª Ordem: são aqueles que não possuem tributários; - Cursos d’água de 2ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais cursos de 1ª ordem; - Cursos d’água de 3ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais cursos de 2ª ordem, podendo receber cursos d’água de 1ª ordem. ‘ Método de Strahler - Cursos d’água de 1ª Ordem: são todos os canais sem tributários, mesmo que corresponda à nascente dos cursos d’água principais; - Cursos d’água de 2ª Ordem: são formados pela união de 2 ou mais cursos de 1ª ordem, podendo ter afluentes de 1a; - Cursos d’água de 3ª Ordem: são formados pela união de 2 ou mais cursos de 2ª ordem, podendo receber cursos d’água de 2ª e 1ª ordens. Classificação do Escoamento O escoamento é efêmero quando o nível do lençol freático sempre fica abaixo da calha do rio; O escoamento só acontece após a precipitação e só há contribuição do escoamento superficial. Exemplos: os rios de regiões bastante secas, com solo sem capacidade de armazenamento. P Qs Qss Lençol Efêmero Classificação do Escoamento O escoamento é intermitente ocorre logo após as chuvas, porém nível do lençol freático pode variar (subindo ou descendo) podendo contribuir para o escoamento total na seção do rio. Exemplos: os rios do Nordeste em geral. Intermitente P Qs Lençol Qss Qb 1) chuvoso 2) estiagem Classificação do Escoamento O escoamento é dito perene quando o nível do lençol freático fica sempre acima do leito do rio, mesmo durante o período de estiagem (2). Exemplos: os grandes rios como Amazonas, Nilo, Danúbio, Reno, Maioria dos Rios do Espirito Santo, etc. Perene P Qs Lençol QssQb 1) chuvoso 2) estiagem Meandro Grandes rios têm a forma sinuosa que caracterizam sua idade (velhos). As causas desta forma são complexas, envolvendo transferência de energia da água (entre potencial e cinética), visto que os rios tendem a distribuir sua energia igualmente ao longo do canal enquanto caminha para o oceano. A água resiste a uma mudança de direção e então força incessantemente qualquer margem em curva; eventualmente isto forma o padrão de meandros. ▪ Maior profundidade de raízes = água consumida pela evapotranspiração pode ser retirada de maiores profundidades do solo. ▪ Florestas: maior interceptação; maior profundidade de raízes. ▪ Maior interceptação = escoamento demora mais a ocorrer. Cobertura Vegetal ▪ Substituição de florestas por lavoura/pastagens ▪ Urbanização: telhados, ruas, passeios, estacionamentos e até pátios de casas ▪ Modificação dos caminhos da água • Aumento da velocidade do escoamento (leito natural rugoso x leito artificial com revestimento liso) • Encurtamento das distâncias até a rede de drenagem (exemplo: telhado com calha) Uso do solo ▪ Agricultura = compactação do solo • Redução da quantidade de matéria orgânica no solo • Porosidade diminui • Capacidade de infiltração diminui • Raízes mais superficiais: Consumo de água das plantas diminui Uso do solo ▪ Solos arenosos = menos escoamento superficial ▪ Solos argilosos = mais escoamento superficial ▪ Solos rasos = mais escoamento superficial ▪ Solos profundos = menos escoamento superficial Tipos de solos Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Em relação às características fisiográficas de bacias hidrográficas, é INCORRETO afirmar que: a) A declividade média da bacia tem relação importante com processos hidrológicos, como infiltração e escoamento superficial. b) O índice de compacidade representa a ordem de cada canal na bacia. c) A erosão e a pedologia local têm relação direta com a densidade de drenagem de uma bacia. d) O fator de forma pode explicar a tendência de inundação de uma bacia. e) Fatores de forma próximos a unidade indicam tendência da bacia à inundação. 1) Suponha que, planimetrando-se as áreas compreendidas igual a 658 Km2 e perímetro igual a 142,50 Km, em um mapa na escala 1:50.000, calcule: a) Coeficiente de compacidade b) Fator de forma c) Densidade de drenagem
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