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A IMPORTÂNCIA DO METODO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
Kelen Karine Teixeira Cruz[2: Graduanda em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, São Paulo.]
Ana Paula Freitas[3: Professora, Docente e orientadora, no curso em Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, São Paulo.]
RESUMO
O presente trabalho buscou analisar a importância de se aplicar o método lúdico e sua contribuição para o desenvolvimento da criança. Também, conhecer a importância de atividades lúdicas os jogos e das brincadeiras para o desenvolvimento físico, intelectual ou mesmo moral das crianças. As brincadeiras dão a oportunidade das crianças refletirem sobre o mundo. É através do lúdico que ela ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo. A brincadeira dá à criança a oportunidade de partilhar suas emoções, seus limites e lhe propõe novos desafios. O jogo e a brincadeira poderão desenvolver na criança capacidades importantes para a sua vida social. São muitas as vantagens de se aprender de forma lúdica. As brincadeiras direcionadas proporcionam às crianças um ambiente agradável e interessante, possibilitando assim o aprendizado de várias habilidades úteis a sua vida social e afetiva. Foi utilizada pesquisa bibliográfica, e uma pesquisa informal com algumas professoras as e comprados com vários autores. A importância do método lúdico na aprendizagem. A ludicidade aplicada de forma correta é de suma importância para o desenvolvimento da criança e estes contribuem significativamente para sua aprendizagem, pois para a criança viver é brincar e brincar é viver num mundo de aprendizado.
Palavras-chave: lúdico; brincadeira; jogo.
INTRODUÇÃO
É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Conforme Antunes (2005, p.33) “as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.
Quando se aprende de forma lúdica as crianças podem ter um entendimento melhor e trazer mais benefícios para as elas. As brincadeiras direcionadas ofertam às crianças um ambiente agradável e interessante; possibilitando assim, o aprendizado de várias habilidades úteis a sua vida social e afetiva.
Conforme, Carneiro (1995, p.66) destaca que “todas as pessoas têm uma cultura lúdica, que é um conjunto de significações sobre o lúdico”. Assim, é possível dizer que a cultura lúdica é produzida pelos indivíduos, a qual se constrói a todo tempo, por meio de brincadeiras que a criança começa desde cedo.
 Antunes (2005, p.34) retrata que a concepção da cultura lúdica é uma noção historicamente construída ao longo do tempo e, consequentemente, foi mudando conforme as sociedades, não se mantendo da mesma forma dentro das sociedades e épocas.
O lúdico é importante para o desenvolvimento psicomotor e afetivo da criança. A atividade lúdica deve ser utilizada como uma ferramenta didática nas mãos do professor como forma de tornar a aprendizagem mais prazerosa e eficaz.
O conhecimento através do lúdico pode auxiliar a criança a obter melhor desempenho na sua aprendizagem, o contato com o mundo a relação com a sociedade. São tantas as vantagens de se educar ludicamente e, dentre elas, podemos citar: a melhoria da capacidade cognitiva da criança, a potencialização da sua capacidade psicomotora, bem como, da sua capacidade de relacionar-se com seu grupo de igual para igual.
O lúdico na educação infantil deve dar ao professor a oportunidade de compreender os significados e a importância das brincadeiras e dos jogos para a educação. Jean Piaget (apud ANTUNES, 2005, p.25) “retrata que os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.”.
O professor ao inserir o lúdico na sua forma de educar faz com que este tenha consciência das vantagens de se educar brincando. Sneyders (1996 p.36) afirma que "Educar é ir em direção à alegria". É de extrema importância o uso de jogos e brincadeiras ao longo do processo pedagógico porque os conteúdos podem ser passados de forma agradável e cativante.
Quando se coloca um brinquedo nas mãos da criança o sorriso vem em seguida e sem um brinquedo pode ficar apática, triste e sem vida. O brinquedo está para a criança, assim como a água está para o peixe. O ato de brincar dá a criança mais uma oportunidade de ser feliz.
Este trabalho visa à importância de se aplicar o lúdico, mostrar sua relevância para o desenvolvimento da criança, mostrando o desenvolver da criança através de brincadeiras para dar mais significado ao ato de educar.
REFERENCIAL TEÓRICO 
O LÚDICO
Neste capítulo apresenta-se, de maneira breve, a definição do lúdico e de três métodos lúdicos: os jogos, os brinquedos e a brincadeira 
A palavra lúdica significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos, e divertimentos e é relativa também a conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. Com isso estudiosos renomados perceberam por sua vez a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão.
Segundo Feijó (1992) “O lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”.
Portanto é importante que o professor descubra e trabalhe a dimensão lúdica que existe em sua essência, no seu trajeto cultural, de forma que venha aperfeiçoar a sua prática pedagógica. 
“A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula”. Campos (1986 p.10)
Marcellino (1989) afirma que o lúdico não pode ser definido deste modo, como por exemplo, relacionando-o com o jogo, a brincadeira e o brinquedo. Para o autor, o lúdico tem que ter uma abordagem como um componente da cultura historicamente situada, sem tentar definir em qual atividade ele se encontra (jogo, brinquedo, brincadeira). 
O lúdico está relacionado com a vida e desta forma está relacionado com o desenvolvimento do ser humano, principalmente no período da infância. No caso do desenvolvimento infantil (o psicológico, o físico, o social e o cognitivo) seu alicerce está no lúdico. Para Marcellino (1989) é por meio do lúdico que a criança consegue se expressar. Sempre teve a utilização de jogos e brincadeiras na escola, principalmente na pré-escola e assim nas salas de aulas, para que a criança se desenvolva e aprenda. E, com base nisto, o autor traz que é por meio da atividade lúdica que ocorre a integração entre o desenvolvimento da criança e o desenvolvimento educacional. 
Quando o conhecimento é construído através do lúdico a criança aprende de maneira mais fácil e divertida, estimulando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a curiosidade, pois faz parte do seu contexto naquele momento o brincar e jogar, garantindo uma maturação na aquisição de novos conhecimentos.
É muito importante que as crianças se expressem ludicamente deixando aflorar sua criatividade, frustrações, sonhos e fantasias, para aprender agir e lidar com seus pensamentos e sentimentos de forma espontânea. No entanto, a ludicidade não é apenas entretenimento, ou um brincar por brincar é algo que deve ser trabalhado pelo professor de forma clara e objetiva.
 A EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo Santos (2008) destacam que a modalidade de ensino, denominada como Educação Infantil surgiu no Brasil graças a mudanças ocorridas no núcleo familiar. Com isso, a inserção da mulher no mercado de trabalho instaurou-se a necessidade da criação de instituições que prestassem assistências aos filhos dessas famílias, para tanto foram criadas as creches com objetivo meramente assistencialista.
Dessa forma, Abramovicz; Wasjkop (1995, p.33) destacam que “essas instituições passaram por grandes modificações a partir da década de 1970, pois a sociedade civil organizada passou a exigir das autoridades uma melhor qualificaçãono processo de educação infantil”. Assim passaram de meras instituições assistentes e higienistas, para escolas propriamente ditas, com a preocupação da formação integral do individuo
Sob essa linha de reflexão, é importante mencionar que a Constituição Federal de 1988 transformou em lei os desejos dos movimentos sociais, fazendo constar em seu texto original como sendo um dever do Estado o direito à creche e pré-escola às crianças de o a 6 anos de idade, conforme o artigo 208, parágrafo IV.
Nesse contexto, em dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reafirmando mudanças e estabelecendo de forma incisiva o atendimento às crianças de 0 a 6 anos e estabelecendo dois níveis de educação, Educação Básica e Educação Superior, inserindo a educação infantil na primeira etapa da Educação Básica. E estabelecendo um prazo de três anos a contar da publicação dessa Lei para sua efetivação legal nos estabelecimentos de ensino da rede regular de ensino de todo o país.
Portanto, além de enfatizar a gratuidade do ensino, a LDB (BRASIL, 1996) “pretende qualificar esse processo tornando obrigatório que a docência seja exercida por profissionais graduados em cursos superiores”. Desse modo, pode-se considerar que a inserção curricular na esfera da educação infantil significa um avanço para a educação brasileira.
Assim, conclui-se dizendo que não adianta simplesmente transferir as creches para o âmbito da educação, existem outras exigências necessárias para o bom andamento desta. Rever as concepções de criança e educação, níveis de formação e função dos profissionais envolvidos, diferenças salariais, estrutura e funcionamento dos equipamentos infantis, financiamentos e objetividade são algumas das necessidades de evolução do sistema educacional infantil.
Dessa forma, cabe mencionar que a aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações. 
Nesse sentido, o processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Assim, nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento.
II REFERENCIAL 
 LÚDICO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 
A educação traz muitos desafios para quem trabalha e aos que se dedicam à sua causa, atualmente a educação no Brasil está bem difícil. Pensar em Educação é pensar no ser humano, em sua totalidade, em seu ambiente, nas suas preferências. A esse respeito, Friedmann (2003) expõe que no processo da Educação, o papel do educador é primordial, pois é ele quem cria espaços, oferece os materiais e participa das brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento. 
Desse modo, devem-se selecionar materiais adequados, o professor precisa estar atento à idade e as necessidades de seus alunos para selecionar e deixar a disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam, pelo material de que são feitos. Outra função do professor é permitir a repetição de jogos. Assim, na visão de Moyles (2002) as crianças sentem grande prazer em repetir jogos que conhecem bem, sentem-se seguros quando percebem que contam cada vez mais habilidades em responder ou executar o que é esperado pelos outros. 
O educador é mediador, possibilitando, assim, a aprendizagem de maneira criativa e social possível. Para que o ensino seja possível é necessário que o aluno e o educador estejam engajados, o educador deve ser o mediador/ facilitador do processo ensino-aprendizagem infantil. Com isso, Teixeira (1995) menciona que cabe ao educador oferecer inúmeras oportunidades para que se torne prazerosa a aprendizagem por meio dos jogos e brincadeiras.
OS JOGOS
Quando se fala dos jogos vamos pensar que são importantes para descontrair e fazem bem para a saúde física, mental e intelectual de todos. Para a criança, os jogos ajudam desenvolver a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima. Para o autor Piaget (apud Almeida 1975, p 25), “os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual”. Conforme o autor diz:
O jogo caracteriza a atividade lúdica do homem com certa superioridade indo além de uma simples necessidade biológica, ou seja, a brincadeira infantil constitui-se em uma atividade em que as crianças sozinhas ou em grupos procuram compreender o mundo e as ações humanas nas quais se inserem cotidianamente. (COSTA, 1991, p. 188).
È através dos jogos que as crianças começam a ser preparadas para serem cidadãos capazes de enfrentar desafios e participar da construção de um mundo melhor. Por isso se configura adequado para ser utilizado como ferramenta para a aprendizagem escolar em todas as áreas de conhecimento. O autor Santo (2000, p. 37), relata que o jogo na escola:
Ganha espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a descobrir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998) afirma que, por ser tão importante para o desenvolvimento das crianças o jogo (ou lúdico) é um assunto de interesse para os profissionais da educação:
O jogo tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores como decorrência da sua importância para a criança e da ideia de que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção ou potencialização de conhecimentos. (BRASIL, 1998, p.210).
Segundo Kishimoto (1999), o jogo utilizado em sala de aula na maioria das vezes vai além das brincadeiras e se torna uma ferramenta para o aprendizado. Para que o jogo seja um aprendizado e não uma obrigação para a criança, é interessante deixar que o aluno escolha com qual jogo queira brincar e que ele mesmo controle o desenvolvimento do jogo sem ser coagido pelas normas do professor. Para que o jogo tenha a função educativa não pode ser colocado como obrigação para a criança, tem que deixá-la a vontade, assim ela encara com mais seriedade.
O autor, Huizinga (2004) caracteriza os jogos infantis como atividades realizadas na seriedade, porque a partir do momento em que as crianças começam a brincar se transportam para um mundo de fantasia, no qual elas são atores interpretando uma realidade que por ser realizada intensamente acaba se tornando uma atividade séria. Entretanto, as crianças sabem que essa realidade é um jogo e é por isso que ele é caracterizado como sério. Com base nisso, o autor afirma que “os jogos infantis possuem a qualidade lúdica em sua própria essência, e na forma mais pura dessa qualidade” (p. 21).
Figura 1: Jogos utilizados na Educação Infantil.
Fonte: Google
Enfim para os autores Adamus, Batista e Zamberlan (apud Costa 2006), os jogos, brinquedos e brincadeiras na infância são atividades essenciais para instigar a curiosidade, mexer com a mente, a auto-estima e a iniciativa da criança, com isso desenvolver a linguagem, o aprendizado, o pensamento, além da atenção e concentração.
 AS BRINCADEIRAS
Na mente das crianças a brincadeira está relacionada com a ação de brincar. Essa ação está relacionada ao jogo porque ao brincarmos e jogarmos nos divertimos (Silva, 2007). As brincadeiras são caracterizadas como atividades livres, têm um enfoque individual, segundo Winicott (apud Marcellino,1989), e possuem um fim em si mesmo. Por isso as brincadeiras “são organizadas apenas por recreação e divertimento”, sendo consideradas atividades lúdicas (VITAL, 2003, p. 39). 
Para a autora Rosa (2002) a brincadeira é “como uma atividade separada e independente da criança que brinca” (p. 40). A autora relaciona esse sentido da brincadeira com o sentido de brincar, de Winnicott, que atribui à palavra brincar “uma experiência num continuum espaço-tempo, uma forma básica de viver” (p. 40). Vital (2003) traz que a brincadeira é um “recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa; o brinquedo educativo encontra-se exemplificado no quebra-cabeça, nos brinquedos de tabuleiro” (p. 41). 
Oliveira (2002) também faz a relação do brincar com o desenvolvimento. A autora comenta que ao brincar a criança se desenvolve, pois seus processos psicológicos são acionados e desenvolvidos. Para ela a “brincadeira infantil beneficia-se de suportes externos para sua realização: rituais interativos, objetos e brinquedos” (p.231). Outra visão de brincadeira é a trazida por Vygotsky (apud Reis, 2010), na qual o faz-de-conta auxilia na experimentação do mundo pela criança e também contribui para o seu desenvolvimento. Mello (2003) afirma que é por meio da brincadeira que as crianças conseguem expressar “suas fantasias, seus sentimentos, suas ansiedades e suas experiências (p. 30) de forma a construir uma identidade e conhecimento”. 
Friedmann (1998) apresenta um raciocínio parecido quando afirma que e a partir da socialização e experimentação das situações a criança aprende. Portanto com as brincadeiras, as crianças desenvolvem a expressão corporal, gestos e postura, até relacionamentos com a família, são mais afetivo quando se brinca. 
A relação que se estabelece entre o corpo, a mente da criança e o seu ambiente tem uma enorme importância para seu desenvolvimento. Assim a brincadeira como atividade específica há muito tempo foi reconhecida como “interessante e produtiva estratégia de ensino especialmente na educação infantil” (ROSA, 2002, p. 57).
Figura 2: Brincadeiras utilizadas na Educação Infantil.
Fonte: Google
Para realizar as brincadeiras as crianças devem ter o espaço adequado a sua expressão lúdica, tanto em termos físicos quanto temporais. Separar um tempo entre outras atividades para brincar é preocupar-se com o desenvolvimento saudável da criança. É preciso encarar a toda a fantasia interna das crianças como forma de posicionamento perante o mundo. Através de comportamentos como imitação do mundo adulto, as crianças se reconhecem e se constroem enquanto seres humanos
O BRINQUEDO
O brinquedo é essencial dinâmico e possibilita o surgimento de comportamentos espontâneos de qualquer criança. Nesse sentido, Vygostky (1998) ressalta que no brinquedo, a criança cria uma situação imaginária, isto é, é por meio do brinquedo que essa criança aprende a agir uma esfera cognitiva, é promove o seu próprio desenvolvimento no decorrer de todo o processo educativo.
O brinquedo é a essência da infância para toda a criança; ele é o transporte para o crescimento, é também um meio muito natural que permite à criança explorar o mundo, possibilitando-lhe descobrir-se, conhecer seus sentimentos e sua forma de agir e reagir. Segundo Piaget (1998, p.62), “o brinquedo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”.
De acordo com estudiosos da Educação Infantil que estudam o comportamento do brincar das crianças, o brinquedo é influenciado pela idade, sexo, presença de companheiros, surpresa, portanto, cabe ao professor valorizar o brinquedo para encorajá-los educando-os, sem achar que está perdendo tempo.
Figura 3: Brinquedos utilizados na Educação Infantil.
Fonte: Google
Portanto, o brinquedo é um do fator utilizado nas atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Os brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos ou ferramentas bastante enriquecedores para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, a criança encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Assim, Campos (2011) destaca que os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar, as crianças progridem com mais facilidades em sua vida.
A IMPORTÂNCIA DO MÉTODO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
A educação infantil vem trazendo muitos desafios aos que nela trabalham e aos que se dedicam a sua causa. Educar não é uma tarefa fácil, pois seu foco principal é o ser humano. Então, pensar em educação é pensar no ser humano, em sua totalidade, em seu corpo, em seu meio ambiente, nas suas preferências, nos seus gostos, nos seus prazeres, enfim, em suas relações vivenciadas. 
Com isso, a Educação pela vida da ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando, inspirando numa concepção de educação para além da instrução. Para Almeida (1995, p.41): 
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.
Para Szymanski (2006), ao trabalhar com o lúdico partindo de ações pedagógicas que valorizam jogos, brinquedos, histórias infantis, música e poesia, para que as crianças desenvolvam a representação simbólica, são fundamentais no processo de aprendizagem. Para que isso aconteça é preciso que os profissionais da educação reconheçam o real significado do lúdico para aplicá-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender. 
O professor tem que se preparar ter uma conduta excelente frente às crianças. Conforme Santos (1997) possibilita ao educador conhecer-se como pessoa, saber suas possibilidades e limitações, ter visão sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, jovem e do adulto.
 Sendo assim, o que realmente importa é criar um ambiente agradável e de situações que promovam o desenvolvimento de habilidades variadas com o objetivo de alcançar um maior  aprendizado. Para tanto, o professor deve compreender a importância das tentativas desenvolvidas com atividades lúdicas que conduzem ao desenvolvimento do raciocínio. O professor é um transmissor de informações e conhecimentos sistemático, mas como mediador desse conhecimento, deve oportunizar condições para que por meio do desenvolvimento dessas atividades, a criança possa construir de forma autônoma o seu próprio conhecimento. “A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula”. Campos (1986 p. 15)
De acordo com o Referencial Curricular da Educação Infantil (1998, p.23):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. 
Entender que educar ludicamente não é encher lições nas crianças e sim é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo não somente orientar, mastambém deve observar como as crianças realizam as atividades, por meio da utilização do lúdico e claro com muita sabedoria. É saber seduzir o ser humano para o prazer de conhecer. É resgatar o verdadeiro sentido da palavra "escola", local de alegria, prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento. A autora Rosa (2002) comenta que se nem o aluno nem o professor tiverem a capacidade de brincar não haverá um “espaço potencial” (p. 57), não haverá a comunicação necessária para o desenvolvimento da aprendizagem.
Para atingir esse fim, é preciso que os professores repense o conteúdo e a sua prática pedagógica, substituindo a rigidez e a passividade pela vida, por alegria, por entusiasmo de aprender, pela maneira de ver, pensar, compreender e reconstruir o conhecimento através de jogos brincadeiras, ou seja, educar brincando.
Figura 4: Brincadeiras utilizadas na Educação Infantil.
Fonte: Google
Por fim através do lúdico é possível melhorar o desenvolvimento social, pessoal e cultural em qualquer fase da vida do homem, pois é de conhecimento geral que os jogos e brincadeiras fazem parte da vida de todos, melhorando a comunicação e a socialização do individuo na sociedade. 
METODOLOGIA
O presente artigo científico procura conceituar o lúdico, o jogo, a brincadeira a importância do lúdico no aprendizado demonstrar sua importância no desenvolvimento infantil. Na educação, o lúdico é uma ferramenta que pode dar mais vida e prazer ao processo de ensino-aprendizagem, sendo aplicado de maneira seria. Foram utilizados livros, artigos e materiais disponibilizados na Internet. 
Em relação à sua natureza, foi desenvolvida uma pesquisa informal e uma análise qualitativa, pois, a mesma permite trabalhar com os sentimentos e falas dos envolvidos no estudo, pois, de acordo com Minado (1994, p.21 e 22): A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não pode ser reduzidos à operacionalização de variáveis. 
a) Sujeitos
A pesquisa foi realizada em uma escola da Rede Municipal de Educação, localizada na zona urbana do município de Canitar/SP. A escolinha possui uma filosofia de trabalho direcionada a sociedade e oferece diariamente um ensino de qualidade, envolvendo a participação de toda a comunidade escolar, respeitando as diferenças e valorizando a ética, implantando ações inovadoras, que a cada dia diversificam o plano pedagógico desenvolvido no seio escolar.
b)Instrumentos
Para a coleta de dados utilizou-se como instrumento uma entrevista informal com questões abertas, no qual foram feitas observações com as professoras entrevistados na única escolinha da cidade. No decorrer da conversa frente às questões educativas abordei a importância da utilização do lúdico no decorrer da prática pedagógica na Educação Infantil e sua contribuição no desenvolvimento infantil. As professoras pesquisadas de forma alguma, responderam as perguntas de forma individual e espontânea. 
A entrevista é uma ferramenta que possibilita um maior contato com o entrevistado e possibilita um vínculo de confiança entre as pessoas envolvidas. Os momentos de observação possibilitaram conhecer melhor um pouco do trabalho das professoras entrevistadas. Primeiro foi feita a observação e em seguida, a entrevista com algumas professoras. Segundo MONTI (1998, p. 57), cabe ao profissional da área a responsabilidade de fazer atividades concretas envolvendo objetos e o próprio corpo da criança sendo atividades motoras que possibilitem expor à criança a atividades gráficas.
c) Procedimentos 
Após a coletada as informações foram analisados os dados e realizados uma análise qualitativa dos resultados obtidos na parte teórica culminando com a parte de estudo que resultou na produção da descrição composta no trabalho e logo após as considerações finais.
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