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STJ - RECURSO ESPECIAL 1 227 240 - SP - Sociedade Simples x Sociedade Empresarial

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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.227.240 - SP (2010/0230258-0)
RECORRENTE : JOSÉ CARLOS DE CASTRO GOPFERT - ESPÓLIO E OUTRO
ADVOGADO : CLITO FORNACIARI JÚNIOR E OUTRO(S)
RECORRIDO : JANETE DE FLORES ALVES E OUTROS
ADVOGADOS : FLÁVIO OSCAR BELLIO E OUTRO(S) 
JEFFERSON FRANCISCO ALVES E OUTRO(S) 
FLÁVIO CHRISTMANN REIS E OUTRO(S)
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO:
 
1. Janete de Flores Alves e outros ajuizaram ação de extinção de condomínio 
(e-fls. 6-11) em face do Espólio de José Carlos de Castro Gopfert para que se realizasse a 
divisão do patrimônio comum de Joaquim Francisco Alves e José Carlos de Castro, 
constituído em razão de sociedade de advocacia, e mantido por ambos até o falecimento de 
um dos sócios. 
Por meio de reconvenção, o Espólio de José Carlos de Castro Gopfert 
requereu, além da repartição do patrimônio - composto por bens móveis e imóveis -, a 
dissolução da sociedade, assim como a apuração dos haveres, direitos e interesses 
decorrentes do próprio escritório de advocacia. 
O Juízo de piso julgou extinta sem resolução de mérito a reconvenção e 
procedente o pedido de extinção de condomínio, determinando fosse realizada a divisão dos 
bens, na forma requerida pelos autores na inicial (e-fls. 3.988-4.023).
O Espólio, réu e reconvinte, interpôs apelação (e-fls. 4198-4294). Analisado o 
recurso, julgou-se improcedente a apelação, nos termos da ementa abaixo transcrita (e-fl. 
4.549):
Ementa: Sociedade de Advogados - Dissolução - Sentença julgou 
procedente a ação como sendo de extinção de condomínio apenas, 
extinguiu reconvenção e medida cautelar - Partes herdeiras de dois 
advogados, sócios de um escritório, cuja sociedade foi encerrada após a 
morte de um deles, mas cujo patrimônio não veio a ser dividido - Requerida 
a divisão de apenas parte do patrimônio - Reconvenção necessária para 
que a separação fosse total - Extinção da reconvenção afastada - 
Procedimento contencioso, conexão patente, pois todos os bens têm origem 
no exercício em sociedade de advocacia - Mantida a exclusão da lide de 
dois advogados que não eram sócios da sociedade em dissolução, nem 
herdeiros dos sócios - Provas pretendidas pelos apelantes poderão ser 
produzidas em liquidação - Impossibilidade de admitir a existência de fundo 
de comércio, pois sociedade de advogados não tem feição mercantil - 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 1 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Inaplicabilidade da lei de locação - Resultado a ser dividido diz respeito às 
ações movidas até a dissolução real com a morte do sócio - Dúvidas sobre 
o valor descontado dos clientes a serem resolvidas na liquidação com a 
produção de provas - Não se justifica desconto das quantias pagas aos 
herdeiros do sócio falecido a título de taxa de administração - Nomeação 
necessária de liquidante - Injustificável a intervenção da OAB e do Ministério 
Público - Apelações parcialmente procedentes para os fins expostos. 
Sobreveio recurso especial (e-fls. 4.622-4.645), interposto com fulcro na alínea 
"a" do permissivo constitucional, sob alegação de violação aos arts. 535, I do CPC; 221 do 
CC e 16 da Lei n. 8.906/1994 – Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.
Afirma que houve afronta à legislação federal, quando da determinação pelo 
acórdão recorrido quanto à forma de dissolução da sociedade, mais especificamente no que 
diz respeito à clientela, remuneração dos sócios a partir do produto das ações ajuizadas pelo 
escritório e o pagamento devido ao ora recorrente pelos serviços prestados ao escritório, cujo 
produto fora utilizado posteriormente ao seu falecimento.
Assevera que a proibição do art. 16 da Lei n. 8.906/1994 consistente na 
impossibilidade de a sociedade de advogados assumir características mercantis e qualquer 
dos tipos societários próprios daquelas atividades, não significa proibição de lucro pela 
advocacia, tendo em vista ter a sociedade caráter profissional, e não beneficente, e por 
serem os serviços prestados onerosos, pelos quais se deve remunerar.
Argumenta que a expressão econômica de um escritório da envergadura do de 
titularidade dos sócios a que se referem os autos não pode ser desconsiderada no momento 
da dissolução da sociedade.
Contrarrazões apresentadas às e-fls. 4.674-4.689.
O recurso especial recebeu crivo negativo de admissibilidade na origem (e-fl. 
4.713-4.715).
Interposto agravo de instrumento pelo recorrente para análise desta Corte, ao 
recurso deu-se provimento, determinando-se a subida dos autos.
É o relatório.
 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 2 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.227.240 - SP (2010/0230258-0)
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
RECORRENTE : JOSÉ CARLOS DE CASTRO GOPFERT - ESPÓLIO E OUTRO
ADVOGADO : CLITO FORNACIARI JÚNIOR E OUTRO(S)
RECORRIDO : JANETE DE FLORES ALVES E OUTROS
ADVOGADOS : FLÁVIO OSCAR BELLIO E OUTRO(S) 
JEFFERSON FRANCISCO ALVES E OUTRO(S) 
FLÁVIO CHRISTMANN REIS E OUTRO(S)
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E SIMPLES. 
SOCIEDADES DE ADVOGADOS. ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO 
EMPRESARIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS INTELECTUAIS. 
IMPOSSIBILIDADE DE ASSUMIREM CARÁTER EMPRESARIAL. LEI N. 
8.906/1994. ESTATUTO DA OAB. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO DO 
ACÓRDÃO RECORRIDO AFASTADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE 
DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. SÚMULAS 5 E 7 DO STJ.
1. Não há falar em omissão ou contradição no acórdão recorrido quando 
embora rejeitados os embargos de declaração, a matéria em exame tiver 
sido devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, com 
pronunciamento fundamentado, ainda que em sentido contrário à 
pretensão da parte recorrente.
2. De acordo com o Código Civil, as sociedades podem ser de duas 
categorias: simples e empresárias. Ambas exploram atividade econômica 
e objetivam o lucro. A diferença entre elas reside no fato de a sociedade 
simples explorar atividade não empresarial , tais como as atividades 
intelectuais, enquanto a sociedade empresária explora atividade 
econômica empresarial, marcada pela organização dos fatores de 
produção (art. 982, CC).
3. A sociedade simples é formada por pessoas que exercem profissão do 
gênero intelectual, tendo como espécie a natureza científica, literária ou 
artística, e mesmo que conte com a colaboração de auxiliares, o exercício 
da profissão não constituirá elemento de empresa (III Jornada de Direito 
Civil, Enunciados n. 193, 194 e 195).
4. As sociedades de advogados são sociedades simples marcadas pela 
inexistência de organização dos fatores de produção para o 
desenvolvimento da atividade a que se propõem. Os sócios, advogados, 
ainda que objetivem lucro, utilizem-se de estrutura complexa e contem 
com colaboradores nunca revestirão caráter empresarial, tendo em vista 
a existência de expressa vedação legal (arts. 15 a 17, Lei n. 8.906/1994).
5. Impossível que sejam levados em consideração, em processo de 
dissolução de sociedade simples, elementos típicos de sociedade 
empresária, tais como bens incorpóreos, como a clientela e seu 
respectivo valor econômico e a estrutura do escritório. 
6. Sempre que necessário o revolvimento das provas acostadas aos 
autos e a interpretação de cláusulas contratuais para alterar o julgamento 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 3 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
proferido pelo Tribunal a quo, o provimento do recurso especial será 
obstado, ante a incidência dos enunciados das Súmulas 5 e 7 do STJ.
7. Recurso especial a que se nega provimento.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator): 
2. Primeiramente, afastam-se a violação ao art. 535, I, do CPC e alegações de 
omissão e contradiçãodo acórdão recorrido.
Isso porque, embora rejeitados os embargos de declaração, a matéria em 
exame foi devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem, que emitiu pronunciamento de 
forma fundamentada, ainda que em sentido contrário à pretensão do recorrente.
De fato, a Corte local apreciou a lide, discutindo e dirimindo as questões fáticas 
e jurídicas que lhe foram submetidas. O teor do acórdão recorrido resulta de exercício lógico, 
ficando mantida a pertinência entre os fundamentos e a conclusão. 
3. Quanto ao mérito, a questão principal em discussão é determinar quais os 
bens, corpóreos e incorpóreos, formam o patrimônio de uma sociedade constituída entre 
advogados, e que devem ser considerados numa eventual dissolução. Outrossim, o caso 
permite investigar se a decisão que não considera a expressão econômica da clientela e a 
"estrutura do escritório", quando realizada a dissolução, viola os preceitos do art. 16 da Lei n. 
8.906/1994.
Ao examinar a questão, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo se 
manifestou como a seguir (e-fls. 4.555): 
Sociedades de advogados não se formam para a auferição de lucros. O 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 4 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
objetivo delas é a prestação de serviços advocatícios por vários advogados 
em conjunto, sobrevindo, em decorrência da atividade, o recebimento de 
remuneração a ser dividida entre sócios e colaboradores. Ao ser 
constituída, não se forma empresa com fins lucrativos que possa ser 
vendida ou locada. Há colaboração no trabalho e nos resultados, mas o 
direito aos segundos, salvo convenção em contrário, somente existe para o 
advogado que prestou serviços que os deram origem. Conferir a 
escritório de advocacia ou a sociedade de advogados o caráter de 
estabelecimento lucrativo é absurdo, pois depende da admissão de 
que eles são estabelecimentos com o objetivo de lucro. "Não faça de 
sua banca balcão", disse Ruy há quase um século. O conselho continua 
atual e a ética profissional pune quem assim age. A dignidade da nobre 
classe impede que se aceite a qualificação de comércio aos seus 
atos profissionais, única que pode justificar a formação de 
"estabelecimento", seja ele classificado como civil ou comercial. Na 
hipótese contrária, se falecidos os dois sócios sem deixar herdeiros 
advogados, teríamos de admitir que herdeiros pudessem vender a 
sociedade incluindo em seus ativos a clientela e os serviços prometidos a 
ela. O art.16 do Estatuto da Advocacia é claro ao impedir que 
sociedade de advogados tome a feição mercantil. Impossível, assim, 
admitir a existência de fundo de comércio. Não se aplica ao caso a 
disposição da lei de locação que assegura renovação de contrato a 
empresas civis, porque a sociedade de advogados não tem fins lucrativos. 
Confiram-se o teor dos dispositivos abaixo, para melhor compreensão da 
controvérsia: 
CAPÍTULO IV
Da Sociedade de Advogados
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de 
serviço de advocacia, na forma disciplinada nesta lei e no regulamento 
geral.
Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as sociedades 
de advogados que apresentem forma ou características mercantis, que 
adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à 
advocacia, que incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente 
proibido de advogar.
Art. 17. Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e ilimitadamente 
pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da 
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possa 
incorrer.
4. A meu juízo, a solução da questão impõe, antes de mais nada, a 
conceituação e o esclarecimento de institutos do direito empresarial capazes de auxiliar a 
solução da controvérsia. 
Assim, num primeiro momento, mister desvendar o conceito de sociedade na 
doutrina especializada, para que se possa, posteriormente, identificar as características da 
sociedade de advogados, é o caso dos autos.
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 5 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
As sociedades são entidades dotadas de personalidade jurídica, com 
capacidade de adquirir direitos e assumir obrigações, com patrimônio próprio, distinto dos 
sócios que as compõem e exercem atividade negocial com o fim de obter lucro e distribuí-lo 
aos sócios. 
André Luiz Santa Cruz preleciona:
São pessoas jurídicas de direito privado, decorrente da união de pessoas, 
que possuem fins econômicos, ou seja, são constituídas com a finalidade de 
exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre seus 
membros.
São justamente a finalidade econômica e o intuito lucrativo as 
características que diferenciam as sociedades das associações. Com 
efeito, ambas são pessoas jurídicas de direito privado decorrentes da união 
de pessoas, mas o traço diferencial entre elas é o fato de que a sociedade 
exerce atividade econômica e visa à partilha de lucros entre seus sócios 
(art. 981 do Código Civil), enquanto a associação não possui fins 
econômicos e, consequentemente, não distribui lucros entre seus 
associados (art. 53 do Código Civil). (RAMOS, Andre Luiz Santa Cruz. 
Direito empresarial esquematizado . Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
Método, 2010. p. 159-160). 
Percebe-se, pois, que a finalidade lucrativa, o objetivo de auferir lucro é 
característica própria da sociedade , sendo, inclusive, elemento diferenciador em relação as 
outras pessoas jurídicas de direito privado indicadas pelo diploma material civil, tais como as 
associações, as fundações, os partidos políticos e as organizações religiosas. 
5. No que diz respeito às sociedades, interessa saber que essas pessoas 
jurídicas podem ser de duas categorias: simples e empresárias, e que ambas possuem em 
comum o fato de explorarem atividade econômica e objetivarem o lucro. O que as 
diferencia, de fato, é a natureza da atividade econômica que exploram. A sociedade simples 
explora atividade não empresarial , tais como as atividades intelectuais, próprias das 
sociedades uniprofissionais. Já as sociedades empresárias exploram atividade econômica 
empresarial e caracterizam-se, fundamentalmente, pela organização dos fatores de 
produção para o exercício daquela atividade. 
Confira-se:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 6 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Nesse sentido: 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
RECURSO ADMINISTRATIVO. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. ISS. 
CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. EMPRESA. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE 
ECONÔMICA. FINALIDADE LUCRATIVA. ENQUADRAMENTO 
NÃO-CARACTERIZADO.
1. Nos casos em que o ato questionado pelo contribuinte for objeto de 
recurso administrativo, a contagem do prazo para aforamento do writ 
somente tem início com a decisão final naquele procedimento, data a partir 
da qual se torna exeqüível o ato impugnado.
2. O novo Código Civil Brasileiro, em que pese não ter definido 
expressamente a figura da empresa, conceituou no art. 966 o 
empresário como "quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou 
de serviços" e, ao assim proceder, propiciou ao interprete inferir o 
conceito jurídico de empresa como sendo "o exercício organizado 
ou profissional de atividade econômica para a produção ou a 
circulação de bensou de serviços".
3. Por exercício profissional da atividade econômica, elemento que 
integra o núcleo do conceito de empresa, há que se entender a 
exploração de atividade com finalidade lucrativa.
4. Em se tratando o ECAD de associação civil, que não explora de fato 
qualquer atividade econômica, visto que desprovida de intento lucrativo, 
não se subsume, à toda evidência, no conceito de empresa, razão por que 
não é ele contribuinte do imposto sobre serviço de qualquer natureza 
tipificado no art. 8º do Decreto-Lei n. 406, de 31.12.68.
5. Recurso especial a que se nega provimento.
(REsp 623.367/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA 
TURMA, DJ 09/08/2004)
6. Na linha desse raciocínio, Modesto Carvalhosa conceituou as sociedades 
empresárias como organizações que desenvolvem atividade econômica de maneira 
coordenada e com intuito lucrativo. Ressaltou o autor: 
Superada a teoria do ato de Comércio, adota o Código Civil de 2002 a 
teoria da empresa , criando uma categoria comum de empresário ou 
sociedades empresariais, na qual se inserem todas as pessoas que (art. 
966): (I) desenvolvam uma atividade econômica , ou seja, que envolva 
circulação de bens e serviços; (2) realizem essa atividade de forma 
organizada , ou seja, reunindo e coordenando os fatores de produção, 
quais sejam, trabalho, capital e natureza e, por fim; (III) realizem essa 
atividade em caráter profissional , ou seja, pratiquem-na 
habitualmente, em nome próprio e com intuito lucrativo . 
(CARVALHOSA, Modesto. Comentários ao código civil; direito de empresa . 
v. 13. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 49)
Com efeito, para que uma atividade econômica seja qualificada como 
empresária, a organização dos fatores de produção será elemento indispensável. E esses 
fatores de produção são o capital, o trabalho e todo acervo de bens necessários à execução 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
da atividade econômica. Diz-se que são organizados, porque coordenados por seu 
respectivo titular, o empresário.
É de Rubens Requião a explicação abaixo reproduzida do que seria uma 
empresa:
O empresário organiza sua atividade, coordenando os seus bens (capital) 
com o trabalho aliciado de outrem. Eis a organização. Mas essa 
organização, em si, o que é? Constitui apenas um complexo de bens e um 
conjunto de pessoal inativo. Esses elementos – bens e pessoal – não se 
juntam por si; é necessário que sobre eles, devidamente organizados, atue 
o empresário, dinamizando a organização, imprimindo-lhe atividade, que 
levará à produção; tanto o capital do empresário como o pessoal que irá 
trabalhar nada mais são isoladamente do que bens e pessoas. A empresa 
somente nasce quando se inicia a atividade sob a orientação do 
empresário. (REQUIÃO, Rubens. Curso de direito falimentar . v.2. São Paulo: 
Saraiva, 1975. p. 56-57). 
7. Noutro ponto, as sociedades simples, outrora chamadas de sociedades 
civis, são aquelas formadas por profissionais intelectuais e a atividade econômica por elas 
explorada é a própria profissão intelectual de seus sócios, inexistindo, nesse caso, a 
organização dos fatores de produção.
De fato, a sociedade simples é formada por pessoas que exercem profissão do 
gênero intelectual, tendo como espécie a natureza científica, literária ou artística, e mesmo 
que conte com a colaboração de auxiliares, o exercício da profissão não constituirá elemento 
de empresa. 
Seguindo esse raciocínio, a sociedade celebrada entre quem exerce 
atividade intelectual ou entre profissionais liberais tendo por objeto atividade 
que não é própria de empresário – ou, por outra, não tendo por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário – deve ser classificada como 
sociedade simples (GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Temas de direito 
societário e empresarial contemporâneos. Sociedade para o exercício de 
trabalho intelectual. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 49).
Nessa ordem de ideias, importante salientar que a sociedade simples deve se 
limitar ao exercício da atividade específica para a qual foi criada, relacionada à habilidade 
técnica e intelectual dos sócios, não podendo exercer serviços estranhos àquele mister, sob 
pena de configurar o elemento de empresa, capaz de transformá-la em empresária.
Acerca de sua constituição, saliente-se que a sociedade simples pode ser 
organizada por mais de uma forma. Pode sujeitar-se às normas que lhe são próprias 
previstas nos arts. 997 a 1.038 do CC, sendo denominada pela doutrina, nestes casos, como 
sociedade simples pura, ou pode organizar-se sob a forma de uma sociedade limitada, de 
uma sociedade em nome coletivo ou em comandita simples. 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 8 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Nunca revestirá, no entanto, a forma de sociedade anônima e de comandita por 
ações por expressa vedação legal (parágrafo único do art. 982 do CC). 
Com efeito, são estas as orientações do Código Civil:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode 
constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o 
fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade 
em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis 
especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a 
constituição da sociedade segundo determinado tipo.
Merecem destaques, da mesma forma, os Enunciados referentes à matéria 
aprovados na III Jornada de Direito Civil, realizada em 2002, bastante elucidativos e que vão 
ao encontro do que afirmamos até o momento:
193 – Art. 966: O exercício das atividades de natureza exclusivamente 
intelectual está excluído do conceito de empresa.
194 – Art. 966: Os profissionais liberais não são considerados empresários, 
salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a 
atividade pessoal desenvolvida.
195 – Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação 
econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores 
da organização empresarial.
Dessarte, as sociedades simples constituem-se com o fim precípuo de dar 
suporte ao exercício de determinada profissão intelectual. O patrimônio intelectual daqueles 
que compõem a sociedade possui papel de extrema relevância em relação aos investimentos 
materiais. Há evidente destaque dos esforços pessoais, quando comparados ao capital.
8. Nessa linha, ressai nítida a grande diferença entre as sociedades simples e 
as sociedades empresárias, que não está no fato de uma possuir finalidade lucrativa e a 
outra não. O que realmente distingue uma sociedade empresária de uma sociedade simples 
é o objeto social . A sociedade empresária tem por objeto o exercício de empresa (atividade 
econômica organizada de prestação ou circulação de bens ou serviços); enquanto a 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 9 de 13
 
 
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sociedade simples tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial.
No caso concreto, a sociedade em dissolução é uma sociedade de advogados, 
que explora atividade econômica intelectual, típica das sociedades simples. 
De fato, as sociedades de advogados seguem a regra consistente na 
inexistência de organizaçãodos fatores de produção para o desenvolvimento da atividade a 
que se propõem. 
O Código Civil atual, seguindo os passos do Código Civil italiano de 1942, 
considera, como regra, que o profissional intelectual exerça sua atividade sem ser 
empresário, ainda que objetive lucro e que conte com a colaboração de alguns auxiliares. 
No caso dos profissionais da advocacia, o Estatuto da Ordem dos Advogados, 
Lei n. 8.906/1994, enuncia que a sociedade formada por aqueles profissionais é sociedade 
civil de prestação de serviço de advocacia , com regulação específica ditada pela própria lei. A 
organização prevista para esse tipo específico de sociedade simples é a forma em nome 
coletivo, respondendo os sócios pelas obrigações sociais solidária e ilimitadamente.
Alfredo de Assis Gonçalves Neto informa, com base nos ensinamentos de 
Orlando Giacomo Filho, que os primeiros registros de existência de sociedades de 
advogados datam de 1950, mas que sua expansão somente se tornara realidade com a 
regulamentação do Estatuto em 1963. Esclarece o autor que as incompatibilidades entre 
esse tipo de associação para o trabalho e regras básicas norteadoras do exercício da 
advocacia, tais como a proibição de mercantilização e a prática de angariar clientela, foram 
por muito tempo limitadoras da constituição das sociedades. (GONÇALVES NETO, Alfredo 
de Assis. Temas de direito societário e empresarial contemporâneos. Sociedade para o 
exercício de trabalho intelectual. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 47)
Atualmente, a regulamentação das sociedades de advogados encontra-se 
disciplinada, sob inúmeras condicionantes, nos artigos 15, 16 a 17 do Estatuto, acima 
transcritos. 
Nesse ponto, cabe asseverar que as sociedades simples, genericamente 
consideradas, ainda que adotem um dos tipos previstos para as sociedades empresárias, 
continuam sendo sociedades simples. Isso porque, como exaustivamente afirmado, o que 
define como empresária determinada sociedade é a atividade por ela desenvolvida, que deve 
ter caráter empresarial. 
Nesses termos, o Enunciado n. 57 aprovado na Jornada de Direito Civil pela 
Comissão de Direito de Empresa:
57 – Art. 983: A opção pelo tipo empresarial não afasta a natureza simples 
da sociedade. 
Documento: 48091638 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 10 de 13
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Dessa forma, a interpretação a contrario sensu sinaliza que a sociedade 
simples, mas que exerce atividade empresarial, com organização dos fatores de produção, 
será, de fato, empresária.
Com efeito, a sociedade simples de profissionais liberais poderá ser 
transformada em empresária, quando seu objeto for atividade econômica própria de 
empresário e a profissão intelectual estiver apenas inserida naquele objeto como elemento 
para o seu exercício.
Nas palavras do professor Andre Luiz Santa Cruz, 
(...) seguindo a diretriz do art. 966, parágrafo único, do Código Civil, nos 
casos em que o exercício da profissão intelectual dos sócios das sociedade 
uniprofissionais (que compõem o seu objeto social) constituir elemento de 
empresa, ou seja, nos casos em que as sociedades uniprofissionais 
explorarem seu objeto social com empresalidade (organização dos fatores 
de produção), elas serão consideradas empresárias. (Op. cit.)
Acontece que, no que respeita especificamente às sociedades de advogados, a 
possibilidade de revestirem caráter empresarial é expressamente vedada pelo 
ordenamento jurídico vigente. 
Nesses exatos termos, a lição de Alfredo de Assis:
A sociedade de advogados não pode adotar 'forma ou características 
mercantis' (Lei 8.906/1994, art. 16) e, por isso, não há possibilidade de ser 
transformada em nenhum dos tipos de sociedade empresária (CC, art. 
2.037), devendo ser constituída como sociedade simples, portanto, e assim 
ser mantida. (GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Temas de direito 
societário e empresarial contemporâneos. Sociedade para o exercício de 
trabalho intelectual. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 49).
Por oportuno, o art. 16 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
estabelece peremptoriamente, uma vez mais transcrito:
Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as 
sociedades de advogados que apresentem forma ou características 
mercantis, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades 
estranhas à advocacia, que incluam sócio não inscrito como advogado ou 
totalmente proibido de advogar.
Na linha do que preceitua o Estatuto, o Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil resolveu, por meio do Provimento n. 112/2006, que:
Art. 1º As Sociedades de Advogados são constituídas e reguladas segundo 
os arts. 15 a 17 do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB) - EAOAB, os arts. 37 a 43 do seu Regulamento Geral e as 
disposições deste Provimento.
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Art. 2º O Contrato Social deve conter os elementos e atender aos requisitos 
e diretrizes indicados a seguir:
(...)
X - não são admitidas a registro, nem podem funcionar, Sociedades 
de Advogados que revistam a forma de sociedade empresária ou 
cooperativa, ou qualquer outra modalidade de cunho mercantil;
Mais uma vez, valho-me das pertinentes ponderações de Alfredo de Assis 
Gonçalves Neto em Sociedade de Advogados:
Por não poder revestir-se de forma ou características mercantis e por não 
comportar profissionais de outras áreas no seu quadro social (EAOAB, art. 
16), a sociedade de advogados não pode adotar nenhum dos tipos de 
sociedade empresária (em nome coletivo, em comandita simples ou por 
ações ou limitada) nem ser enquadrada como tal em razão da atividade e 
organização semelhantes às de uma empresa. Ou seja, jamais poderá a 
sociedade de advogados ser enquadrada como sociedade 
empresária. (GONÇALVES NETO. Alfredo de Assis. Sociedade de 
advogados. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Lex Editora, 2006. p. 39-40).
9. Assim, pode-se concluir que, ainda que um escritório de advocacia 
apresente estrutura complexa, organização de grande porte, conte com a colaboração de 
auxiliares e com considerável volume de trabalho, prestado, inclusive, de forma impessoal, a 
sociedade existente não deixará de ser simples, por expressa determinação legal.
Dessa forma, no caso dos autos, o pleito dos recorrentes não encontra 
guarida no ordenamento jurídico, sendo, portanto, inadimissível a consideração da 
clientela e sua expressão econômica e do bem incorpóreo a que os pretendentes 
chamaram de "estrutura do escritório", elementos típicos de sociedade empresária.
De fato, a clientela é elemento íntima e necessariamente ligado ao 
Estabelecimento Empresarial , mais especificamente ao Ponto de Negócio, que, em síntese, 
nada mais é que o local onde o empresário exerce sua atividade e se encontra com sua 
clientela. A clientela não é elemento do estabelecimento, mas qualidade ou atributo dele.
Na conceituação de André Luiz Santa Cruz Ramos, clientela é a "manifestação 
externa do Aviamento, significando todo conjunto de pessoas que se relacionam 
constantemente com o empresário". (RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial 
esquematizado. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2010. p. 89)
O aviamento, por sua vez, é a aptidão que determinado estabelecimento 
possui para gerar lucros ao exercente da empresa. É atributo do estabelecimento 
diretamente responsável por sua valoração econômica.
Não pode, pois, ser levado em conta para a avaliação e partilha, no caso de um 
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escritório de advocacia.
No REsp n. 958.116/PR, cuja relatoria do acórdão ficou a cargo do em. Ministro 
Raul Araújo, esta Quarta Turma analisou hipótese assemelhada:RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE APURAÇÃO DE HAVERES. RESOLUÇÃO 
DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO A UM SÓCIO. SOCIEDADE NÃO 
EMPRESÁRIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS INTELECTUAIS NA ÁREA DE 
ENGENHARIA. FUNDO DE COMÉRCIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. 
EXCLUSÃO DOS BENS INCORPÓREOS DO CÁLCULO DOS HAVERES. 
RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(REsp 958.116/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ 
Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
22/05/2012, DJe 06/03/2013)
 
10. Por derradeiro, saliente-se que a alegação de afronta ao art. 221 do Código 
Civil também não prospera. 
Quanto ao ponto, o recorrente alega que "ao afastar a determinação de 
pagamento pela organização do escritório, sua clientela e a infinidade de ações em 
andamento" o acórdão recorrido teria violado o dispositivo acima referido, por desconsiderar o 
que as próprias partes teriam ajustado sobre a liquidação da sociedade de advocacia.
Assevera que há nos autos documento intitulado "Termo inicial de dissolução 
da sociedade de advogado Corpo de Assistência Jurídica Alves e Gopfert - Advocacia", por 
meio do qual os sócios disciplinaram a forma como se daria eventual apuração de haveres.
Elenca as disposições desse documento e acusa o acórdão de tê-las 
desrespeitado.
Impossível o provimento da impugnação, uma vez que para alterar o julgamento 
proferido pelo Tribunal a quo seria necessário o revolvimento das provas acostadas aos 
autos e a interpretação das cláusulas de referido documento, o que é vedado, ante a 
incidência dos enunciados das Súmulas 5 e 7 do STJ.
11. Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.
É o voto.
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