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Trabalho Relatório de Entrevista e Observação no CRAS.

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO: PSICOLOGIA / MATUTINO
Psicologia Comunitária
(Prof. Thiago Petra)
Relatório de Entrevista e Observação no CRAS.
Alunos:
Julliany Maria Silva RA:N164AJ4 Turma PS5A30
Lanna Beatriz Ribeiro RA:D43ACI3 Turma PS5B30
Lohrany Rego Chaves França RA:D38GJA0 Turma PS5B30 
Maria Elzineide de Sousa RA:N201665 Turma PS5B30
Renã Vieira Rocha RA:D29CCG3 Turma PS5B30
Rita de Cássia Barbosa Oliveira RA:N2271H3 Turma PS4B30
Sandriely Silva Brzezowski RA:D3771G4 Turma PS5B30
Silvia costa Viana RA:N1124C2 Turma PS5B30
Brasília,2019.
SUMÁRIO 
 
 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................3
 2. ENTREVISTA...................................................................................................................5
 3. OBSERVAÇÃO ...............................................................................................................9
 4. CONSIDERAÇOES FINAIS..............................................................................................11
 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................13 
 Anexo Roteiro de Entrevista .............................................................................................14
 Carta de Apresentação......................................................................................................15
 
1-Introdução 
 O presente trabalho foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social– CRAS, na cidade do Riacho fundo I – DF. Participaram deste trabalho todos os integrantes do grupo e a Psicóloga do local. Utilizou-se o roteiro de entrevista com perguntas indicadas pelo professor Thiago Petra, além de algumas outras elaboradas pelo grupo e acrescentadas ao questionário. Foi feito primeiramente um levantamento e a leitura de artigos sobre o tema para o desenvolvimento e melhor desempenho na atividade e logo depois realizamos a visita técnica à Instituição, tendo em mãos uma carta de apresentação do grupo a instituição. O maior objetivo da pesquisa é o de conhecer a ação e o trabalho desempenhado pelos profissionais que atuam na Instituição CRAS - Centro de Referência de Assistência Social da cidade do Riacho fundo I – DF, para que dessa forma, possamos relacionar as teorias da Psicologia Comunitária estudadas em sala de aula com as atividades desenvolvidas no CRAS. 
 Quando pensamos em política pública de seguridade social, o que vêm à mente são ações que objetivam diminuir as diferenças sociais pela implantação de modificações que atendam diretamente a população que se encontra à margem da sociedade, oferecendo a estes sujeitos, autonomia, dignidade e principalmente identificá-los como indivíduos de direitos e deveres (ANDRADE & ROMAGNOLI, 2009). A partir da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - sancionada em dezembro de 1993 – que dispõe acerca da Política Nacional de Assistência Social, foi possível estabelecer critérios para o atendimento, bem como, assegurar que todas as ações fossem garantidas legalmente. Desde então, todos os serviços prestados à população, estão padronizados e são fiscalizados para que atendam a demanda reprimida de forma igualitária e com qualidade (SILVA & CORGOZINHO, 2011). Para tanto, a Política de Assistência Social define como regulador destas ações, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que é um modelo de gestão descentralizado e participativo, que se constitui através da regulação e organização dos benefícios socioassistenciais, executados por pessoas jurídicas de direito público (MOTTA, CASTRO, PIZZINATO, 2015). 
 A Proteção Social Especial pode ser dividida em média e alta complexidade. A primeira consiste no acolhimento de famílias e indivíduos que se estão em risco pessoal e social, como por exemplo: maus-tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, trabalho infantil, entre outros. Esta é atendida pelo Centro de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS), que tem por finalidade orientar e encaminhar esses indivíduos a outros serviços. A Proteção Social Especial de alta complexidade tem a função de atender pessoas que não disponham da proteção de seus familiares, oferecendo serviços como: casa lar, república, casa de passagem, albergue e família acolhedora, entre outros. (REIS & CABRERA, 2013). O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é a instituição pública que se enquadra na forma de proteção social básica, atuando na prevenção de situações de risco e incentivos para melhores relações familiares e sociais. Este atua com uma equipe multidisciplinar e deve ficar obrigatoriamente situados nos territórios onde existe vulnerabilidade social, sendo assim responsável pela execução de serviços, programas e projetos que devem potencializar a unidade familiar como referência, reconhecendo as diferentes formas de família, suas particularidades e fortalecendo seus vínculos. Além disso, prevê a participação de profissionais de diversas categorias, não somente do assistente social, e é neste espaço, que também se insere o psicólogo como trabalhador da assistência (REIS & CABRERA, 2013). A psicologia no contexto do CRAS se dá em meio a intervenções realizadas por uma equipe multiprofissional através da promoção de saúde, prevenções de situações de risco e visitas domiciliares, convocam -se e são realizadas atuações fora dos consultórios. Com isso, os profissionais são convidados a lançar novos olhares sobre a Psicologia inscrita nos espaços públicos, fruto inclusive da desestabilização a que esses profissionais são arremessados em seu cotidiano de trabalho (ANDRADE & ROMAGNOLI, 2009). 
 Segundo Góis (1988), nos dias de hoje a presença do psicólogo no CRAS é de grande importância, a Psicologia Comunitária vem estudar todo o processo de uma vida em comunidade, visando o desenvolvimento da consciência dos indivíduos como sujeitos participantes da sociedade. Uma ciência comprometida com a realidade de um povo e que mantêm uma ligação com os trabalhos oferecidos pelo CRAS, que atua com pessoas e grupos inseridos na comunidade, visando o acolhimento, proteção social e a convivência em família. A psicologia comunitária é voltada principalmente para aquele grupo que por algum motivo é excluído da sociedade, ajudando-os a reconhecer suas capacidades e a mudar sua própria realidade. (TEIXEIRA, 2010) Os trabalhos oferecidos pelo CRAS são principalmente executados em grupos, baseando-se na solidariedade, qualidade de vida, garantia dos direitos humanos e se igualando mais uma vez a Psicologia Comunitária que se fundamenta nestas propostas, visando à valorização do indivíduo. (SILVA & CORGOZINHO, 2011). 
 Ao se inserir em uma comunidade o psicólogo deve considerar toda a história de vida da população que está inserida em uma realidade sócio-histórica-cultural. Portanto, todo o trabalho deve ser construído juntamente com os indivíduos pertencentes à comunidade. Segundo o artigo Psicologia Social Comunitária e SUAS/CRAS: um diálogo necessário, 2011 , o profissional deve se inserir efetivamente no grupo construindo um vínculo com a comunidade e não se portar como alguém que detém o poder e sim como um integrante da comunidade que irão orientá-los e ajudá-los a exercer suas ideias e vontades. (SCARPARO & GUARESCHI, 2007). 
2-Entrevista
12.Como é a participação da família nos projetos socioassistenciais que o CRAS oferece? 
R: Então, é complicado às vezes algumas participam,às vezes não, depende muito, a gente tenta ao máximo desenvolver projetos, mas isso não garante a participação de todos.
 R: Não acontece, a gente tem um fundo por ser de políticas públicas pra gente receber esses recursos a gente tem que cumprir requisitos que a lei estabelece e teria que ter mais servidores e acessibilidade tanto que aqui no DF de 26 ou 27 CRAS acho que apenas 2 ou 3 cumprem todos os requisitos, então hoje a gente tá com esse recurso bloqueado como por exemplo a gente tem carro que está na garagem e não chegou hoje até aqui para auxiliar e não me pergunte o motivo pois realmente não sei. Mas isso não é apenas aqui, em vários lugares acontece também como por exemplo na saúde, eles não podem destinar esse dinheiro pra outro lugar porque o dinheiro tá “carimbado” então fica lá parado enquanto aqui cai aos pedaços. 
17.Como o trabalho do CRAS é visto pela comunidade? 
 R: Eu costumo dizer que não fui eu que escolhi essa carreira , que foi ela que me escolheu porque na verdade quando eu estava na faculdade eu escolhi um estágio que não tinha nada a ver com o que eu faço hoje , era até na área organizacional só que eu passei em um processo seletivo em uma empresa de ônibus aí acabou que entrou em greve e eu estava nos primeiros lugares e fui para o último ai eu fui para uma instituição que era de adolescente em situação de risco e também adolescente carente para o mercado de trabalho aí acabou que eu fui fazer estágio supervisionado lá aí fui aprovada e fui ficando, fiz mestrado e doutorado nessa área, então a minha motivação pessoal para essa área é muito grande. 
24. Deseja fazer alguma consideração final?
3-Observação	
 A entrevista foi realizada no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) da cidade do Guará I – DF, depois de termos percorrido algumas instituições sem sucesso. A visita foi remarcada várias vezes alegando falta de tempo ou profissional competente que pudesse nos atender. A burocracia nessas instituições é muitas vezes imposta pelos próprios profissionais, muitas vezes por medo de denúncias ou coisa do tipo, que possam expor a instituição. Apesar dos contratempos o grupo foi muito bem recebido e recepcionados pela psicóloga efetiva do CRAS. 
 Primeiramente explicamos os objetivos do trabalho e apresentamos a carta de recomendação do grupo para darmos início às perguntas do questionário. Utilizamos uma sala pequena, com alguns móveis um pouco gasto. A iluminação ambiente estava ótima e o lugar estava arejado, pois possuía uma janela aberta. 
 A estrutura do CRAS concernente a demanda do atendimento possuem muitas dificuldades, entre elas estão à falta de uma estrutura melhor, equipamentos e profissionais para atender o público, inclusive um gestor que é essencial conforme nos relata a psicóloga, se esse problema fosse resolvido segundo ela conseguiriam atender toda a demanda da comunidade, mas por enquanto atendem como é possível, principalmente através de grupos. Ressaltando a grande importância do acolhimento, em trazer as pessoas para perto contando com as parcerias interdisciplinares já mencionadas, para conhecer e trabalhar a realidade de cada situação. Vindo do amor ao que faz a sua maior motivação e nos diz ter nascido para isso. 
 Sobre o trabalho interdisciplinar no CRAS, a Psicóloga nos explica que a maior proximidade é com os serviços sociais e de educação. No CRAS não se faz atendimento clínico, apenas ao detectar alguma vulnerabilidade ou dificuldade que se chama para conversar, ou quando os participantes chegam e pedem para falar um “pouquinho”. Há um trabalho em parceria com as unidades de Programa de Saúde da Família (PSF), em que os agentes de saúde são parceiros e estão instruídos ao perceberem alguma vulnerabilidade direcionarem a demanda à equipe do CRAS. Na instituição trabalham uma equipe multidisciplinar que estão sob a gestão de uma pessoa que é uma espécie de gerente do local, pois, ainda não nomearam o Gestor que será responsável em administrar e direcionar as verbas que chegam para cada ação que será realizada dentro dessa Instituição.
 As pessoas que chegam ao CRAS são das mais variadas etnias, raças ou religiões. Todos são recebidos de igual modo e ajudados conforme a demanda de cada serviços. A Psicóloga acredita que apesar dos grandes problemas que enfrentam, todos no grupo do CRAS fazem a diferença na vida dessa comunidade e isso é o que dá qualidade ao seu serviço, esse é o prazer que todos tem ao fazer algo pelo outro que não tem condição de fazer por ele próprio. E é gratificante quando esse trabalho é efetuado dessa forma, de uma maneira boa, sem ter que forçar a comunidade vem buscar o acolhimento e os profissionais de alguma maneira tentam amenizar essa necessidade, pois muitos são os casos em que esse benefício traz um certo alivio para alguns, mas como se mudam muito os profissionais fora de época e a cada quatro anos, cada uma tem um pensamento, uma visão diferente. Algumas pessoas são mais fáceis de compreender e outras controladoras obsessivas. O que faz com que a Psicóloga tenha que se virar com o que tem, ser criativa e ter muita força de vontade. Tem que gostar e amar o que faz e ter olhos voltados para o outro, e além desse olhar tem que “enfiar a mão na massa”. Essa experiência ensinou-nos principalmente a necessidade da criatividade, do pensamento estratégico para conseguir desempenhar tarefas com o menor gasto possível.
 Um ponto que podemos destacar é o empenho dos profissionais em resolver problemas através de projetos, porem existe o lado negativo que é a falta da liberação recursos por falta do Gestor, falta de profissionais ou voluntariado e instituições dispostas a ajudar como patrocinadores dessas instituições. 
 A comunidade tem uma aceitação favorável ao trabalho do CRAS, as pessoas gostam e aderem os projetos propostos, são frequentes e esse critério que determina a qualidade – “Percebemos a qualidade do serviço pela frequência”, pois muitas delas contam com o que podemos oferecer, pois essas mulheres tem uma situação muito dificil, pois são muito pobres. A Psicóloga nos quantificou que mais de 120 famílias frequentam o CRAS, uma pessoa indica para a outra que acaba inserindo-se também nas atividades. Porém existe uma rotatividade grande, pois assim que é encerrada a vulnerabilidade a própria pessoa se desliga ou é desligada. Porque há uma porcentagem para cada perfil em prol de atendimento. Com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), para pessoas idosas, com mais de 65 anos, que moram sozinhas e não tiveram aposentadoria ou para pessoas que tem alguma deficiência e a renda da família é um quarto do salário. 
 “Nem tudo o que a gente quer a gente consegue”. Foi nos dito pelo psicólogo, uma empresa pública, é muito diferente do particular, para toda compra que vai fazer necessita de licitação. É um processo muito, lento e depende muito da gestora (que é a diretora do departamento que está em falta). Nem sempre a ideia que é exposta é acatada, seja por falta de verba, por falta de vontade ou porque não se vê a necessidade. Geralmente as atividades que não demanda custo se consegue fácil, então não fazemos mais por não termos condições de pressionar. Pois a pessoa que está como gestora pensa de forma diferente e além disso não tem autonomia pra liberar verbas, a Psicóloga vê o lado mais humano, a gestora olha mais para os números. Ela citou os eventos que antes eram feitos e que esse ano não foram possíveis ainda, até porque antes era aberto a todos os frequentadores e comunidade do CRAS e suas famílias, mas hoje, quando acontece algo é mais restrito. Por se tratar de uma instituição voltada para a população os recursos deveriam ser melhores administrados assim como um maior empenho dos órgãos afim de buscarem parcerias para viabilizar com mais rapidez as necessidades da comunidade, mas infelizmente não acontece assim. Enfim, todo esse empenhoaberto ao público é para motivar as atividades que são realizadas no CRAS. 
 A visita ao CRAS foi de grande Valia para todos do grupo, pois nos reportou a realidade da prática da disciplina de Psicologia Comunitária, no contexto de comunidade e os desafios que os profissionais que entram por esse caminho precisam enfrentar, em especial aqui o psicólogo. A necessidade de um bom preparo e a força de vontade para os desafios fazem desse caminho um diferencial para a futuro atuando na comunidade.
4-Considerações Finais
 No decorrer do trabalho podemos ver a importância que se dá o regimento de políticas públicas em prol da seguridade dos direitos de modo mais justo e igualitário para todos. Essas que objetivam trazer indivíduos que estão à margem da sociedade para lhes mostrar e assegurar um caminho diferente a ser seguido, onde possam estar cientes de seus direitos, proporcionando sua própria autonomia e uma vida mais digna. 
 De modo geral essas políticas são voltadas as famílias e indivíduos que estão em alguma situação de vulnerabilidade social. Essas causadas por pobreza, falta de oportunidades no mercado de trabalho, ausência de vínculos afetivos, de pertencimento social e nas inter-relações familiares e comunitárias. O CRAS vem então, com a intenção de suprir essas necessidades, incluindo ações preventivas, de convivência e socialização, inserção e acolhida, capacitação e inserção produtiva, apoio e acompanhamento familiar, onde as pessoas são encaminhadas para a rede de serviços socioassistenciais, tais como educação, saúde, obtenção de documentos, lazer, atividades profissionalizantes, auxílios, entre outras. 
 Em relação às ações de proteção social básica, no CRAS do Guará. são desenvolvidas as seguintes modalidades de serviço: Cadastro Único (CadÚnico) – que consiste no registro de informações que servem de referência e participação em programas sociais de concessão de benefícios, como: Bolsa Família, Tarifa Social, Energia Elétrica e Água, Carteira do Idoso e Telefone Popular; Proteção e atendimento integral à família (PAIF) – ações socioeducativas em parceria com órgãos Distritais, entidades sociais e instituições privadas que promovem e desenvolvem a autoestima, autonomia, protagonismo, diferenciação e criatividade; Atendimento social – está voltado para a acolhida e entrevistas, visitas domiciliares, solicitação para concessão de benefícios eventuais (como Auxílio Natalidade e Funeral), elaboração do plano de ação e acompanhamento de cada família com prioridade às beneficiárias dos Programas de Transferência de Renda, busca ativa das famílias prioritárias nos serviços e articulação com encaminhamentos para a rede socioassistencial; Convivência social e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários para todas as idades, que acontecem a partir da participação de famílias e/ou indivíduos nas atividades de grupos de convivência e de incentivo ao protagonismo; pessoas com deficiência e idosas recebem uma atenção especial, principalmente as que recebem o Benefício de Prestação Continuada. Porém, essas modalidades na cidade não são serviços prestados pelo CRAS, mas sim pelo Departamento de Assistência Social.
 Podemos ver também a importância da inserção da psicologia no CRAS. No caso do Guará, vimos que alguns dos projetos desenvolvidos são de autoria da psicóloga ou contam com o seu suporte, na realidade ela tem participado até em situações que não seria necessariamente sua função, como entregar as senhas de atendimento diário, correr atrás do concerto do banheiro entre outras coisas, mas os seus projetos são os que tem maior aceitação pela comunidade, que comparece aos encontros assiduamente. Projetos esses, que são desenvolvidos a partir da imersão da psicóloga dentro da comunidade, direta ou indiretamente, buscando compreender o seu contexto para atender de forma mais eficiente as demandas existentes, indo de encontro com o que é previsto em seu papel de psicóloga como uma intermediadora na promoção de autonomia e dignidade humana. Outras dificuldades na pratica diária estão a falta de espaço físico para realização de projetos ou a insuficiência do transporte, partindo da própria psicóloga fazer esse serviço algumas vezes por vontade própria. Porém a mais importante delas é a burocracia que é imposta principalmente em relação à verba que é destinada a instituição que embora seja mandada como é previsto por lei, muitas vezes são colocados impedimentos de todos os lados, que podem ou não acatar aos pedidos realizados pelo CRAS, ou exigindo-lhes licitações que demoram meses para serem acatadas, deixando os profissionais a mercê de seu discernimento ou “boa vontade”. Isso nos mostra um eventual erro por parte dos gestores, que poderiam proporcionar aos profissionais uma total autonomia para decidiram a melhor forma de conduzir seus projetos, pois estes estão inseridos na comunidade e sabem de sua realidade e o que é preciso ser feito para a mudança desse contexto.
 Por fim, de certo modo, podemos entender então como se dá a atuação do psicólogo e demais profissionais dentro dessas políticas públicas. Com exceção de alguns casos especiais em que são feitos alguns aconselhamentos ou orientações individuais, vimos que o trabalho do psicólogo é feito em moldes completamente fora do contexto tradicional (clínico) da psicologia. Que mesmo sendo uma área de conhecimento relativamente nova, a psicologia comunitária está em constante expansão e exige do profissional pensar voltado para o outro e a sensibilidades para um trabalho voltado para a cidadania e direitos humanos. Embora lidar com questões de vulnerabilidade em âmbito coletivo seja um tanto quanto difícil, parece ser a que mais nos coloca a par da verdadeira realidade que nos cerca, nos trazendo para fora das paredes de um consultório, nos inserindo na comunidade, e talvez até, evidenciando nosso lado mais humano.
5-Referências Bibliográficas 
ANDRADE, L. F.; ROMAGNOLI, R. C. O Psicólogo no CRAS: Uma cartografia dos Territórios Subjetivos. Psicologia Ciência Profissão, v.30, n. 3, p.604-619, 2010. 
REIS, R. G.; CABREIRA, L. As políticas públicas e o campo: e o Psicólogo com isso? Psicologia Ciência e Profissão, v.33, n. spe, p.1414 -9893, 2013. 
SENRA, C. M. G. & GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade, v.24, n.2, p.293-299, 2012. 
SILVA, J. V.; CORGOZINHO, J. P. Atuação do Psicólogo, SUAS/CRAS e Psicologia Social Comunitária: possíveis articulações. Psicologia & Sociedade, v.23, n. spe, p.12-21, 2011. 
TEIXEIRA, S. M.; CASTRO. T. G. Trabalho Interdisciplinar nos CRAS: um novo enfoque e trato à pobreza? Textos & Contextos (Porto Alegre), v.9, n.2, p.286 -297, 2010. 
Questionário de perguntas de Psicologia Comunitária.
1-Como a instituição se originou? 
2.Quais são os princípios e objetivos da instituição?
3.Quantas pessoas ao todo trabalham na instituição e quantas são recebidas/atendidas? 
4.Qual o perfil (gênero, raça e renda) dos frequentadores da instituição? 
5.Como a instituição divulga seu trabalho e atrai a população? 
6.A instituição trabalha com a comunidade? 
7.Caso sim, como é feito esse trabalho e quais os benefícios? 
8.Caso não, quais as dificuldades em alcançar e trabalhar com a comunidade?
9.A instituição atualmente apresenta alguma outra dificuldade? 
10.Por último, na sua opinião, o que é comunidade? 
11. Quais são as diferenças nos trabalhos realizados com crianças, adultos e idosos?
12. Como funcionam os trabalhos interdisciplinares no CRAS e com os profissionais participam dosprojetos da instituição? 
13.Como é a participação da família nos projetos socioassistenciais que o CRAS oferece? 
14.Como é a inserção do Psicólogo nos projetos sociais e de que maneira são realizados os atendimentos? 
15.Quais são as dificuldades encontradas na viabilização dos projetos para a comunidade? 
16.Como o Psicólogo colabora para reverter às situações de vulnerabilidade e risco enfrentados pelas famílias atendidas? 
17.O recebimento de verbas governamentais destinas a instituição realmente acontece como proposto por lei? E como são distribuídos esses recursos? 
18.Como o trabalho do CRAS é visto pela comunidade? 
19.As pessoas apresentam algum tipo de resistência aos projetos propostos? 
20.Quais são os projetos desenvolvidos pelo CRAS, em que se obtêm melhores resultados? 
21. Quais as condições de trabalho dos Assistentes Sociais e Psicólogos? 
22.O CRAS possui estrutura suficiente para atender toda a demanda da comunidade? 
23. Qual a sua motivação pessoal para dar continuidade a suas atividades? 
24. Deseja fazer alguma consideração final?

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