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NOTAS PREFÁCIO 1. Joyce Appleby, Lynn Hunt e Margaret Jacob, Telling the Truth about History (Nova York, 1994). 2. Citado em Charles Issawi (ed. e trad.), An Arab Philosophy of History: Selections from the Prolegomena of Ibn Khaldun of Tunis (1332-1406) (Londres, 1950), pp. 26-7. 2. O SENTIDO DO PASSADO 1. Sou grato à esplêndida biograƘa Zapata, escrita por John Womack (Nova York, 1969), onde encontrei detalhes sobre o movimento de Morelos. 2. Essas aspirações pseudo-históricas não devem ser confundidas com as tentativas de restabelecer regimes historicamente remotos de sociedades tradicionais, que quase com certeza levam isso ao pé da letra: os levantes camponeses peruanos até os anos 1920, por exemplo, que por vezes visaram restabelecer o Império inca, os movimentos chineses, registrados pela última vez na metade do século XX, para restaurar a dinastia Ming. Para os camponeses peruanos, os incas, de fato, não eram historicamente remotos. Eram “ontem”, separados do presente apenas por sucessão imediatamente condensada de gerações camponesas repetindo-se na realização daquilo que seus antepassados haviam feito na medida que assim o permitissem os deuses e os espanhóis. Aplicar a cronologia aos mesmos é introduzir anacronismo. 3. Valeria a pena analisar dessa maneira o estilo de argumentação dos regimes revolucionários após o triunfo de suas revoluções. Poderia esclarecer a aparente indestrutibilidade de “sobrevivências burguesas” ou teses como as da intensificação da luta de classes muito tempo depois da revolução. 4. Claro que se admitirmos que “aquilo em que se estiver se tornando é correto”, ou pelo menos inevitável, podemos aceitar os resultados da extrapolação com ou sem aprovação, mas isso não elimina o problema. 5. Ver, por exemplo, Alan B. Cobban, “Medieval Student Power”, Past and Present, 53 (novembro de 1971), pp. 22-66. 6. A ênfase dada pela popularização histórica russa à primazia dos inventores russos durante os últimos anos de Stálin, excessiva a ponto de provocar escárnio no exterior, ocultava na verdade as conquistas no geral extraordinárias do pensamento científico e tecnológico russo do século XIX. 7. A magia numérica que parece ser um subproduto natural pelo menos das cronologias escritas, mesmo em sociedades bastante soƘsticadas, talvez mereça ser investigada: ainda hoje os historiadores acham difícil fugir à unidade “século” ou outras unidades arbitrárias de datação. 3. O QUE A HISTÓRIA TEM A DIZER-NOS SOBRE A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA? 1. Times Literary Supplement, 16 de março de 1984. 6. DA HISTÓRIA SOCIAL À HISTÓRIA DA SOCIEDADE 1. Ver os comentários de A. J. C. Rueter em IX Congrès International des Sciences Historiques (Paris, 1950), vol. 1, p. 298. 2. George Unwin, Studies in Economic History (Londres, 1927), pp. xxiii, 33-9. 3. J. H. Clapham, A Concise Economic History of Britain (Cambridge, 1949), introdução. 4. Duas citações do mesmo documento (Economic and Social Studies Conference Board, Social Aspects of Economic Development, Istambul, 1964) podem ilustrar as motivações divergentes por trás dessa nova preocupação. A do presidente turco da assembleia: “O desenvolvimento ou crescimento econômico nas áreas economicamente atrasadas é uma das questões mais importantes enfrentadas atualmente pelo mundo [...] Os países pobres Ƙzeram dessa questão do desenvolvimento um elevado ideal. O desenvolvimento econômico para eles está associado à independência política e a um sentido de soberania”. A de Daniel Lerner: “Uma década de experiência global com mudança social e desenvolvimento econômico jaz atrás de nós. A década foi repleta de esforços, em toda parte do mundo, para induzir o desenvolvimento econômico sem produzir caos cultural; para acelerar o crescimento econômico sem perturbar o equilíbrio societário; para promover a mobilidade econômica sem subverter a estabilidade política” (pp. xxiii, 1). 5. A queixa de sir John Hicks é típica: “Minha ‘teoria da história’ [...] estará consideravelmente mais próxima do tipo de coisa intentado por Marx [...]. Muitos [daqueles que acreditam que as ideias possam ser usadas pelos historiadores para ordenar seu material, de sorte que o curso geral da história possa ser devidamente traçado] [...] utilizariam as categorias marxistas, ou alguma versão modiƘcada das mesmas; uma vez que se dispõe de pouca coisa no sentido de uma versão alternativa, não é de admirar que o façam. Apesar disso, é extraordinário que cem anos depois de Das Kapital, após um século durante o qual ocorreram enormes progressos na ciência social, tão pouca coisa mais tenha surgido”: A Theory of Economic History (Londres, Oxford e Nova York, 1969), pp. 2-3. 6. Dessa forma, a amostragem de Marc Ferro dos telegramas e resoluções enviados a Petrogrado nas primeiras semanas da Revolução de Fevereiro de 1917 é claramente o equivalente a um levantamento retrospectivo de opinião pública. É de se duvidar que pudesse ter sido pensada sem o prévio desenvolvimento da pesquisa de opinião para Ƙns não históricos. M. Ferro, La Révolution de 1917 (Paris, 1967). 7. Na conferência sobre Novas Tendências em História, Princeton, Nova Jersey, maio de 1968. 8. Não acham que pertencem à história os artifícios para introduzir nas sociedades um sentido de “complexidade crescente”. Podem, naturalmente, ser legítimos. 9. P. Baran, The Political Economy of Growth (Nova York, 1957), cap. 2. 10. Para uma versão em inglês desse importante artigo, ver Social Science Information 9 (fevereiro de 1970), pp. 145-74. 11. Cf. “Numa visão mais ampla da história urbana está em jogo a possibilidade de considerar como central ao estudo da mudança social o processo societário de urbanização. Devem-se fazer esforços no sentido de conceituar a urbanização de modo a representar efetivamente a mudança social”: Eric Lampard em Oscar Handlin e John Burchard (eds.), The Historians and the City (Cambridge, Mass., 1963), p. 233. 12. Sobre as possíveis divergências entre realidade e classiƘcação, ver as discussões sobre as complexas hierarquias sociorraciais da América Latina colonial: Magnus Mörner, “The History of Race Relations in Latin America”, em L. Foner e E. D. Genovese (eds.), Slavery in the New World (Englewood Cliffs, 1969), p. 221. 13. Ver A. Prost, “Vocabulaire et typologie des familles politiques”, Cahiers de Lexicologie, 14 (1969). 14. T. Shanin, “The Peasantry as a Political Factor”, Sociological Review 14 (1966), p. 17. 15. A. Dupront, “Problèmes et méthodes d’une histoire de la psychologie collective”, Annales: Economies, Sociétés, Civilisations 16 (janeiro-fevereiro de 1961), pp. 3-11. 16. Por “encaixar” quero dizer estabelecer uma ligação sistemática entre componentes diferentes, e por vezes aparentemente desvinculados, de uma mesma síndrome — as crenças da burguesia liberal clássica do século XIX, por exemplo, tanto na liberdade individual quanto em uma estrutura familiar patriarcal. 17. Aguardamos ansiosamente o momento em que a Revolução Russa propiciará aos historiadores oportunidades comparáveis para o século XX. 18. R. Braun, Industrialisierung und Volksleben (Erlenbach e Zurique, 1960); Sozialer und kultureller Wandel in einem ländlichen Industriegebiet [...] im 19. und 20. Jahrhundert (Erlenbach e Zurique, 1965); J. O. Foster, Class Struggle and the Industrial Revolution (Londres, 1974). 19. Eric Stokes, que está fazendo isso, tem consciência de estar aplicando resultados de pesquisa da história africana: E. Stokes, “Traditional Resistance Movements and Afro-Asian Nationalism: The Context of the 1857 Mutiny-Rebellion in India”, Past and Present, 48 (agosto de 1970), pp. 100-17. 20. Centre Formation, Nation-Building and Cultural Diversity: Report on a Symposium Organized by UNESCO (cópia de versão preliminar, s/d). O simpósio foi realizado de 28 de agosto a 1 o de setembro de 1968. 21. Embora o capitalismo tenha se desenvolvido como um sistema global de interações econômicas, as unidades concretas de seu desenvolvimento têm sido determinadas unidades territoriais e políticas — economias inglesa, francesa, alemã, norte-americana — talvez devido a acidente histórico mas também (a questão continua em aberto) ao papel necessário do Estado no desenvolvimento econômico, mesmo na era do mais puro liberalismo econômico. 7. HISTORIADORES E ECONOMISTAS: I 1. Joseph A. Schumpeter, History of Economic Analysis (Nova York, 1954), pp. 836-7. 2. R. W. Fogel, “ScientiƘc History and Traditional History”, em R. W. Fogel e G. R. Elton, Which Road to the Past? (New Haven e Londres, 1983), p. 68. 3. A. G. Hopkins, resenhando T. B. Birnberg e A. Resnick, Colonial Development: An Econometric Study (Londres, 1976), em Economic Journal, 87 (junho de 1977), p. 351. 4. Ver Hans Medick, Naturzustand und Naturgeschichte der bürgerlichen Gesellschaft (Göttingen, 1973), p. 264. 5. J. R. Hicks, resenhando J. K. Whitaker (ed.), The Early Economic Writings of Alfred Marshall (1867-1890), em Economic Journal, 86 (junho de 1976), pp. 368-9. 6. E. von Böhm-Bawerk, “The Historical vs the Deductive Method in Political Economy”, Annals of the American Academy of Political and Social Science, 1 (1980), p. 267. 7. Joseph A. Schumpeter, Das Wesen und der Hauptinhalt der theoretischen Nationalökonomie (Leipzig, 1908), p. 578. Ver também seu Economic Doctrine and Method: An Historical Sketch (Londres, 1954), p. 189. 8. H. W. Macrosty, The Trust Movement in British Industry (Londres, 1907). 9. Schumpeter, History of Economic Analysis, p. 10. 10. Fogel and Elton, Which Road to the Past?, p. 38. 8. HISTORIADORES E ECONOMISTAS: I 1. J. R. Hicks, A Theory of Economic History (Londres, Oxford e Nova York, 1969), p. 167. 2. Elaborada em R. Fogel e S. Engermann, Time on the Cross (Londres, 1974). 3. M. Lévy-Leboyer, “La ‘New Economic History’”, Annales: Economies, Sociétés, Civilisations, 24 (1969), p. 1062. 4. Joel Mokyr, “The Industrial Revolution and the New Economic History”, em Joel Mokyr (ed.), The Economics of the Industrial Revolution (Londres, 1985), p. 2. 5. Ibid., pp. 39-40. O assunto é discutido mais extensamente em “Editor’s Introduction: The New Economic History and the Industrial Revolution”, em J. Mokyr (ed.), The British Industrial Revolution: An Economic Perspective (Boulder, San Francisco e Oxford, 1993), pp. 118-30, esp. 126-8. 6. Jon Elster, Logic and Society: Contradictions and Possible Worlds (Chichester e Nova York, 1978), pp. 175-221. 7. Ibid., p. 204. 8. Robert Fogel, Railroads and American Economic Growth (Baltimore, 1964). 9. Hicks, Theory of Economic History, p. 1. 10. Mokyr, The Economics of the Industrial Revolution, p. 7.
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