Buscar

Estudo Dirigido- Instrumentais Técnicos do Serviço Social PARA PROVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL– EaD
Estudo Dirigido: Instrumentais Técnico-operativo do Serviço Social
O debate sobre a instrumentalidade do Serviço Social ganhou espaço principalmente na década de 1990. A profissão, na década de 1980, ganhou “maioridade intelectual” (NETTO, 1996, p. 275) com produções que trouxeram avanços para o Serviço Social, ao repensar a intenção de ruptura com o tradicionalismo e buscar a superação do seu exercício fragmentado e paliativo. 
O Serviço Social vem se afirmando como sendo uma profissão que intervém de forma pensada na realidade social, assim como vem desenvolvendo a sua competência intelectual como forma de refletir a realidade social e nela a sua inserção. Logo, a relação entre a teoria e prática tem sido indispensável para uma visão de totalidade da profissão.
A instrumentalidade visa uma atuação focada na totalidade da realidade com suas múltiplas expressões da questão social, buscando um fazer profissional crítico e comprometido com a classe trabalhadora. Suguihiro (2006, p.03) corrobora tal declaração ao afirmar que na própria ação cotidiana dos profissionais é “que se busca resgatar as categorias particulares empíricas que dão movimento à sua intervenção, o que implica ir além da visão limitante e aparente do cotidiano, reconstruindo o objeto da intervenção, que antes parecia descontínuo, dando-lhe uma dimensão histórica”. 
De acordo com Guerra (2002), a instrumentalidade é uma condição necessária para a reprodução dos seres humanos, no sentido em que se estabelece na relação de transformação do homem na natureza, num processo de busca pela satisfação das suas necessidades materiais e espirituais, isto é, pelo trabalho. Para a autora, o trabalho humano difere do trabalho realizado pelos demais seres na natureza devido à teleologia, a qual explica a capacidade que o ser humano possui de projetar intelectivamente o seu trabalho e de atribuir as suas ações de objetivos e finalidades. 
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Serviço Social (ABEPSS, 1996), a intervenção do assistente social deve ser composta de três dimensões: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Essas dimensões constituem níveis diferenciados de apreensão da realidade da profissão, mas, são imanentes entre si, formando uma unidade, apesar de suas particularidades (GUERRA, 2002).
 Para Guerra (2002) A primeira dimensão se refere à capacidade de apreensão do método e das teorias e sua relação com a prática. Neste sentido, a dimensão teórico-metodológica é fundamental para a formação profissional, pois a teoria vai subsidiar o significado social da ação, ultrapassando, dessa forma, o conhecimento do senso comum. A segunda dimensão se refere aos objetivos e finalidades das ações do profissional de Serviço Social e os princípios e valores humano-genéricos que os guiam. Portanto, a dimensão técnico-operativa deve ser concebida além das capacidades técnicas e instrumentais, objetivando à consecução de uma determinada finalidade. Esta dimensão deve ser entendida como um elemento consciente e sistemático do trabalho do assistente social quanto ao seu objeto de intervenção, a questão social e suas expressões, buscando alcançar os objetivos propostos (GUERRA, 2002). A terceira dimensão explana sobre a capacidade de o profissional articular meios e instrumentos para materializar os objetivos, com base nos valores concebidos. 
Os instrumentais técnico-operativos são abordados pela dimensão técnico-operativa da profissão, na qual se encontram também “estratégias, táticas, instrumentos, técnicas, conhecimentos específicos, procedimentos, ética, cultura profissional e institucional, particularidades dos contextos organizacionais” (SANTOS, 2013, p.20). Fazem parte dessa dimensão, portanto, os instrumentais mais técnicos do Serviço Social. Porém, para que o assistente social saiba escolher qual o melhor instrumento durante seu trabalho a fim de alcançar o melhor resultado, ele precisa realizar uma avaliação, ou seja, um planejamento. Portanto, considerando seu objetivo de trabalho, o assistente social irá retomar as dimensões do Serviço Social a fim de refletir sobre qual procedimento deve ser adotado. De forma geral, a dimensão técnico-operativa abarca os procedimentos e instrumentos interventivos utilizados pelo assistente social, a fim de operacionalizar seu trabalho. Desta forma, os procedimentos se referem às ações profissionais que têm uma abrangência maior e expressam o fazer profissional, que são procedimentos como o relacionamento, a observação, a abordagem, o plantão social, a entrevista, as visitas domiciliares, a perícia social e os instrumentais de trabalho com grupos e coletividade (os quais serão abordados detalhadamente nas próximas aulas) (LAVORATTI; COSTA, 2016). 
O INSTRUMENTAL TÉCNICO-OPERATIVO RELACIONAMENTO O relacionamento, assim como os demais instrumentais do Serviço Social, pertence à dimensão técnico-operativa, mas não pode ser apreendido a partir de seu agir imediato. Logo, os instrumentais não podem prescindir de um aporte teórico que os fundamente, bem como que de subsídios para uma prática profissional crítica e reflexiva. Esta importância do aporte teórico para os instrumentais pode ser identificada na utilização do relacionamento pelo Serviço Social. 
O homem é determinado pelas relações sociais, neste sentido, o Serviço Social desde seu surgimento sempre atuou diretamente sobre essas relações através do relacionamento com os indivíduos para os quais prestava atendimento. Entretanto, a abordagem do instrumental relacionamento pelo Serviço Social modificou-se no decorrer de sua história. No surgimento do Serviço Social, a profissão utilizou o relacionamento no atendimento de casos, tendo como enfoque o cliente, e não a relação deste com a sociedade e com os demais indivíduos. Neste sentido, o relacionamento se tratava de uma dimensão afetiva para “ajudar” os clientes a se “adequarem” à sociedade, ou seja, este instrumental era utilizado no agir imediato do assistente social (SARMENTO, 2016). Para Sarmento (2016) tal situação se modifica quando o Serviço Social assume uma postura crítica marxista, que oferece o aporte teórico necessário para o instrumental do relacionamento.
 Desta forma, o assistente social passa a se posicionar politicamente na defesa da classe trabalhadora, especificamente na mediação entre classes sociais. Portanto, o relacionamento tem sido um instrumental muito presente na atuação dos assistentes sociais. Entretanto, este passou por enfoques diferentes de acordo com o período histórico. Num primeiro momento, estava voltado para ajudar os clientes; já no segundo momento, passou a ter um aporte teórico que refletiu em uma prática profissional crítica focada na mediação das relações entre as classes sociais. 
A INTENCIONALIDADE DAS AÇÕES PROFISSIONAIS ACERCA DA OBSERVAÇÃO E DA ABORDAGEM Conforme Iamamoto (2007), os espaços sócio-ocupacionais do serviço social retratam as condições e relações de trabalho na sociedade brasileira e constituem um produto histórico. Logo, para analisar o exercício profissional e sua intencionalidade é preciso pensar em um conjunto de determinantes históricos que o compõem. 
Neste sentido, os instrumentos por si só não particularizam o exercício profissional, senão se submeteria ao tecnicismo. Esta visão tecnicista esteve muito presente na história do serviço social até a apropriação do referencial marxista, no qual se questionava o serviço social tradicional.
 O serviço social é uma profissão histórica que se constrói na produção e reprodução das relações sociais da sociedade capitalista, estando inscrito na divisão sócio técnica do trabalho (IAMAMOTO, 2003). Portanto, a profissão se materializa considerando determinantes sociais, econômicos, políticos e 3 culturais de determinado período histórico no qual está inserida, ultrapassando a premissa de vontade e intensões individuais. 
A dimensão técnico-operativa não deve ser estudada isoladamentedas dimensões teórico-metodológica, ético-política, pois elas são concebidas de forma intrínseca. Nesse sentido, os instrumentos do exercício profissional não são meros instrumentos técnicos pautados em si mesmo, eles envolvem, segundo Portes e Portes (2016, p. 64), “a correlação entre as demandas institucionais, as demandas apresentadas pelos usuários e a própria demanda profissional”, ou seja, possuem diversos determinantes que influenciarão na intencionalidade da ação profissional. 
Logo, para identificar tais intencionalidades é preciso questionar para quais finalidades os instrumentais estão sendo utilizados. Quais as intenções? Onde se pretende chegar? Quais os objetivos? A intencionalidade na utilização dos instrumentais, como a observação e a abordagem, vai além da mera aplicação do instrumental pelo assistente social. Há compreensão dos instrumentos como integrantes da dimensão técnico operativa, que está diretamente conectada às demais dimensões profissionais: dimensões teórico-metodológica e ético-política. Ou seja, o profissional precisa compreender que o serviço social é uma profissão histórica que possui dimensões conectadas entre si. 
A OBSERVAÇÃO A observação não é um instrumento profissional exclusivo do assistente social, ela é utilizada por diversos outros profissionais. Este instrumental não se dá de forma acidental, ele envolve uma ação planejada e refletida de onde se quer chegar e o que se quer conhecer com sua utilização. Segundo Cruz Neto (2004) observar é mais do que meramente ver ou olhar, mas é estar atento, é direcionar o olhar, é saber para onde se olha. Assim, é de fundamental importância que este instrumental seja planejado para que se atinja os objetivos pretendidos com a observação. 
Para Sarmento (2013, p. 121) a observação pode ser compreendida: Como um instrumento importante no levantamento de dados qualitativos e que possibilita a participação conjunta dos usuários e do assistente social. Para tanto, requer do profissional, clareza (acerca dos elementos teóricos com que está operando seu conhecimento) e segurança (quanto aos objetivos pretendidos) na direção que dá ao conhecimento compreensivo e explicativo que vai desenvolvendo no processo de observação. Um esforço conjunto entre assistente social e usuários, para refletir criticamente os mecanismos de produção e reprodução social das relações nas quais estão inseridos, reconstruindo as mediações, em uma perspectiva de totalidade e historicidade.
 Segundo Martinelli (1994), o profissional deve buscar entender os usuários conhecendo seus modos de vida, suas vivências, suas inquietações. Assim, a observação, quando utilizada com esta finalidade, supera o tecnicismo e se configura como um instrumento consciente e refletido da realidade. Portes e Portes (2016, p. 70) ainda identificam a observação a partir de dois níveis: (...) primeiro, enquanto instrumento de intervenção, no atendimento direto aos usuários através dos atendimentos sociais realizados; segundo, enquanto ferramenta para ação investigativa, que não se limita à pesquisa acadêmica. Diante disso, ressalta-se que a observação está presente nos demais instrumentos técnico-operativos, operacionalizando-se em conjunto. 
A ABORDAGEM De acordo com Portes e Portes (2016), a abordagem é de fundamental importância na relação entre o assistente social e o usuário, pois subsidia a tomada de decisões das ações a serem realizadas pelo profissional, interferindo no cotidiano dos usuários e no planejamento do assistente social. Para as autoras, a caracterização da abordagem como instrumento não é um consenso na categoria profissional, pois alguns autores como Back; Filho e Santos (2013) compreendem a abordagem como um canal de comunicação com a população, que faz parte dos procedimentos do trabalho profissional, mas não se caracteriza como instrumento. 
Já Sarmento (2013, p. 121) define a abordagem como: Um contato intencional de aproximação através do qual é criado um espaço de diálogo crítico, para a troca de informações e/ou experiências para a aquisição de conhecimento e/ou de um conjunto de particularidades necessárias à ação profissional e/ou o estabelecimento de novas relações de interesses dos usuários. Assim, abordar o usuário exige acolhimento, escuta qualificada, ética e respeito, sem julgamento de valores. 
A abordagem é uma estratégia de escuta e aproximação com a história de vida do usuário. Vale ressaltar, que o assistente social não é apenas ouvinte, trata-se de escuta qualificada, ou seja, o profissional é “um sujeito participante de todo processo de atendimento do usuário com responsabilidades e funções a desempenhar (...)” (PORTES E PORTES, 2016, p. 74).
 O INSTRUMENTAL PLANEJAMENTO O instrumental e o serviço social são históricos e diretamente relacionados ao contexto social, econômico e cultural no qual estão inseridos. Eles também envolvem a intencionalidade presente nos diversos campos de atuação. Dessa forma, para definir os instrumentais que 6 serão utilizados em uma atuação tão dinâmica como a do assistente social, o planejamento é de fundamental importância. O planejamento permite a reflexão, decisão, controle e avaliação das ações profissionais. O assistente social pode refletir sobre determinada situação e levantar os objetivos e finalidades do atendimento; ordenar as demandas do usuário, da instituição e da profissão e elencar as intenções da atuação. A partir desse levantamento, o profissional faz sua (re)definição de instrumentos e técnicas de trabalho que aplicará em cada caso (BAPTISTA, 2002). O planejamento permite, portanto, a escolha de alternativas de utilização dos instrumentais do serviço social de acordo com a demanda apresentada, ele é a ferramenta para pensar e agir dentro de uma sistemática analítica própria, estudando as situações, prevendo seus limites e suas possibilidades. 
SOBRE O INSTRUMENTAL ENTREVISTA A entrevista é um instrumental utilizado por diversas profissões, mas no Serviço Social ela possui papel fundamental na atuação profissional. Ela está presente desde a origem da profissão, mas foi se adaptando de acordo com o contexto histórico do Serviço Social. Para Lavoratti (2016, p. 82), a entrevista é um instrumental técnico-operativo que “permite realizar uma escuta qualificada e estabelecer uma relação dialógica intencional com o usuário, através da qual se busca conhecer a realidade social, econômica, cultural e política onde este está inserido e que incide direta ou indiretamente sobre as suas demandas”. Assim, esse instrumental envolve um diálogo com um entrevistado e um entrevistador, o qual visa aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto ou demanda.
 Para Lavoratti (2016), a finalidade da entrevista deve estar articulada com as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa da 3 profissão. Essas dimensões são articuladas organicamente e não de forma isolada. Segundo Sarmento (1994), a entrevista expressa uma relação de comunicação com uma visão de homem e mundo e, dessa forma, orientada por uma Teoria Social: a entrevista é sempre uma relação face-a-face entre duas ou mais pessoas, sendo que a diferenciação em seu uso é dada pela maneira e a intenção de quem a pratica, mas reconhecendo que é uma relação de distância e envolvimento, conhecimento e ação, pensamento e realidade, interação e conflito, mudar e ser mudado. (Sarmento, 1994, p. 287).
 Desse modo, é importante que o assistente social saiba ouvir o usuário, reconhecer as particularidades das demandas, refletir e construir conjuntamente com ele as estratégias de enfrentamento das situações vivenciadas. Portanto, entrevistar é mais do que apenas conversar ou dialogar, requer um rigoroso conhecimento teórico-metodológico, a fim de possibilitar um planejamento sério da entrevista, bem como a busca por alcançar os objetivos estabelecidos para sua realização (Silva, 1995). 
OBJETIVOS E CLASSIFICAÇÃO DAS ENTREVISTAS Com relação à classificação das entrevistas, elas podem apresentar alguns tipos de acordo com suascaracterísticas e objetivos específicos, sendo as principais: entrevista estruturada, não estruturada ou semiestruturada. 
A entrevista estruturada é mais utilizada para análises quantitativas, baseia-se em repostas padronizadas e questionário fechado, indicada para uso da estatística, sendo ideal para levantamentos sociais, pois não permite captar sentimentos, motivações e outros elementos essenciais para o trabalho do assistente social. Segundo Lavoratti (2016), esse tipo de entrevista é mais utilizado em instituições para traçar o perfil socioeconômico dos usuários, desenvolver avaliação e identificar características específicas do atendimento ou dos usuários.
 A entrevista não estruturada busca compreender sentimentos, motivações e razões, assim é mais utilizada para pesquisas qualitativas. Ela é o tipo mais livre, porém enfoca um tema bem específico, que exige que o entrevistador esteja atento para conduzir a entrevista dentro desse tema, mas sem influenciar o entrevistado. Segundo Lavoratti (2016), esse tipo de entrevista é o mais utilizado pelo assistente social, podendo ser considerada uma primeira abordagem do profissional com o usuário, no entanto, dependendo do objetivo, poderão ser utilizadas outras modalidades de entrevistas ou outros instrumentais. 
A entrevista semiestruturada, que possui questões norteadoras e objetivos preestabelecidos, mas deixa espaço para o surgimento de outros aspectos não previstos pelo entrevistador. Para Lavoratti (2016), esse tipo de entrevista também é muito utilizado pelos assistentes sociais quando precisam elaborar um estudo social, um parecer ou um relatório sobre determinada situação.
 ETAPAS DAS ENTREVISTAS As etapas de uma entrevista variam conforme os objetivos e finalidades dela, mas, em geral, seguem algumas etapas básicas: planejamento, operacionalização e registro. O planejamento da entrevista é de fundamental importância para que se atinjam os objetivos esperados, assim Lavoratti (2016, p. 91) afirma que “No planejamento da entrevista se faz necessário levar em conta os objetivos do profissional, os objetivos institucionais e as necessidades dos usuários para decidir qual a melhor modalidade de entrevista e se ela deverá ser individual ou grupal”. Outro fator relevante nessa etapa é a escolha do instrumento de coleta de dados, o local da entrevista, o agendamento e o preparo prévio das perguntas.
 A operacionalização é a execução da entrevista, que deve envolver muitos cuidados como: vocabulário utilizado, acolhimento, segurança, tranquilidade, cuidados com a interação, compreensão do silêncio e de emoções, estabelecimento de um diálogo ético, envolvimento do usuário no planejamento das providências e estabelecimento de um compromisso. 
O registro é a última etapa da entrevista, sendo para Lavoratti (2016) o processo de sistematização das informações produzidas para documentar a evolução do atendimento realizado ao usuário, bem como compartilhar tal conhecimento com outros profissionais, de acordo com as questões éticas e de sigilo. Portanto, a entrevista é um instrumental muito versátil e útil para o assistente social; além disso, existem diferentes tipos, modalidades e roteiros, que podem ser utilizados pelo profissional de acordo com a finalidade e os objetivos da entrevista. 
O QUE É UMA VISITA DOMICILIAR? A vista domiciliar é um dos instrumentais mais utilizados pelos assistentes sociais em seu cotidiano profissional. Segundo Freitas e Freitas (2003, p. 60-61), a visita domiciliar consiste na coleta de dados observando no próprio local de vida familiar, onde há maior espontaneidade, pois os envolvidos estão em seu território, o que permite captar elementos que revelam o modus vivendi, e que ainda expressa a valorização do local do núcleo físico do grupo. Uma vez que permite uma observação dinâmica do indivíduo na relação com seu meio social: padrões culturais (usos e costumes) e atendimento da necessidade básica de abrigo e segurança. A visita domiciliar permite ao assistente social se aproximar da realidade do usuário, conhecendo suas condições e modo de vida expressos em seu cotidiano familiar e comunitário.
 Os dados coletados na entrevista devem ser registrados em formulário próprio ou em cadastros ou fichas, que devem ser preenchidos adequadamente e de forma clara e ética, para evitar retornos desnecessários à residência do usuário. Portanto, a visita domiciliar permite o contato direto do assistente social com a realidade local do usuário. Logo, ela possibilita dar outro significado aos dados coletados na instituição, a partir de uma análise mais contextual. 
O GRUPO E A FUNÇÃO DO INDIVÍDUO NO PROCESSO GRUPAL Existem diversas definições de grupo apropriadas de outras áreas pelo Serviço Social, como da psicologia, da sociologia e da educação. Para Rivièri (1988, p. 177), o grupo constitui um “conjunto de pessoas, ligadas entre si por constantes no tempo e no espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, de forma explícita ou implícita, uma tarefa que constitui sua finalidade”. Para o autor, o grupo deve estar focado na tarefa que seria a cura ou aprendizagem.
 Nesse sentido, Vileirini (2016, p. 133) afirma que o assistente social pode se apropriar desse conceito modificando o sentido da tarefa, a qual passa a ter “uma conotação eminentemente social, ligada à necessidade de transformação das pessoas e da realidade através da convivência grupal”. Assim, o papel do assistente social é propiciar a formação de cidadãos de direito conscientes de seu papel na sociedade. 
O grupo é uma estrutura baseada nos vínculos entre seus membros, os quais se baseiam na confiança e na segurança. O trabalho em grupo permite ao assistente social uma aproximação com a realidade vivida pelas pessoas individuais, através de relatos que vêm carregados de significado do cotidiano, propiciando condições para perceber situações sociais que eram anteriormente desconhecidas. O assistente social pode então olhar o ser humano histórico individual numa relação intrínseca com seu meio ambiente.
 O QUE É TRABALHO COM GRUPOS? Segundo Vileirini (2016, p. 130), o trabalho com grupos é uma necessidade comum no cotidiano do Serviço Social. “A necessidade de 4 organizar pessoas através do trabalho com grupos exige do profissional reflexão e planejamento, resinificando os instrumentais no contexto das relações sociais na atualidade”. Para o autor, o assistente social deve desenvolver o trabalho com grupos a partir de uma perspectiva emancipatória dos sujeitos. 
O trabalho em grupo envolve reflexão, planejamento e busca conhecer a realidade dos indivíduos. Assim, exige do profissional constante capacitação e atualização profissional, bem como o domínio de diversos instrumentais. O profissional deve ter compromisso explícito com a transformação, visando ao rompimento com práticas alienantes, imediatistas e assistencialistas. 
O QUE É UM PLANTÃO SOCIAL De acordo com Sousa (2004, p. 48), “os plantões sociais foram instrumentos utilizados pelos assistentes sociais pioneiros, implantados pelas entidades norteamericanas, quando perceberam a necessidade de sistematizar os atendimentos assistenciais, que foram divididos em casos imediatos e casos continuados”. Para o autor, os casos imediatos ocorriam em situações de vulnerabilidade, sendo estas rápidas, enquanto os casos continuados constituíam problemas mais graves, que necessitavam de um contato mais prolongado entre o assistente social e o usuário.
 Para Souza Brito (2005), “o plantão social é um meio pelo qual historicamente tem ocorrido a triagem e seleção de demandas para inclusão de atendimentos sociais, aplicado tanto pela organização estatal quanto em ações sociais privadas”. Logo, o plantão oferece respostas às múltiplas expressões da questão social. 
Atualmente, os plantões têm sido mais discutidos na área de saúde, porém, verifica-se uma diferença essencial entre o plantão social na política de assistência social e o plantão na saúde. na assistência há um limite inerente à naturezada política em que se insere, qual seja, a seleção de seu público, e, na saúde, destina-se a todos. A dificuldade de um consiste em eleger critérios para acesso de seu público aos serviços assistenciais e a do outro em garantir o acesso de todos aos serviços de saúde. (Dias; Camatari, 2016, p. 184) 
LIMITES E POSSIBILIDADES DO PLANTÃO SOCIAL Dias e Camatari (2016) elencam como principais limites do plantão social: espaço físico precário, que dificulta o atendimento e sigilo profissional; prática profissional pautada pelos interesses da instituição empregadora; ausência de retorno das demandas após o atendimento; estabelecimento de critérios de elegibilidade e atuação imediatista e acrítica. Tais limites, segundo os autores, dificultam uma atuação de qualidade e com enfoque nas necessidades e realidade dos usuários, com vistas à superação da situação de vulnerabilidade. 
Com relação às possibilidades, os autores afirmam que a prática do plantão social é um desafio para o assistente social, mas, se ela estiver pautada pela luta de efetivação dos direitos dos usuários, pode trazer ganhos para a profissão. O plantão é um espaço de criação de indicadores sociais, a partir de suas estatísticas de atendimento. Com esses dados, o assistente social pode traçar um perfil dos usuários e desenvolver planos e projetos que atinjam as demandas levantadas. 
O QUE É UM PROCESSO DE PERÍCIA SOCIAL? O processo de perícia social não é apenas utilizado no âmbito jurídico, ele tem sido utilizado no âmbito das políticas públicas para reforçar decisões na concessão de benefícios, comprovar aspectos econômicos e sociais, realizar avaliação de diversas situações que envolvem os usuários, entre outros. 
De acordo com o CFESS (2004, p. 43), a perícia diz respeito “a avaliação, exame ou vistoria solicitada ou determinada sempre que a situação 5 exigir um parecer técnico ou científico de uma determinada área do conhecimento, que contribua para a tomada de decisão”.
A perícia inicia-se com a busca de obter o conhecimento sobre aquilo que está sendo requisitado por profissionais ou autoridades das mais diversas áreas. Assim, busca-se a finalidade da perícia, o levantamento de documentos e dados já existentes acerca da situação que será analisada (Costa; Oliveira, 2016). Portanto, a perícia exige um planejamento de sua execução com o intuito de atingir os objetivos e finalidades de sua requisição. 
Assim, o objetivo principal do estudo social para os autores é a possibilidade de apresentar diferentes aspectos de uma situação social, contextualizá-la e indicar possibilidades de ação. O CFESS (2004, p. 42) apresenta o estudo social com a “finalidade de conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma determinada situação ou expressão da questão social”. Após a finalização do estudo social, é desenvolvido o parecer social, que constitui um “instrumento de realização do compromisso profissional com os usuários visando à equidade, à igualdade e à cidadania, indispensável ao novo fazer profissional em especial na área de benefícios sociais confirma-se como um significativo campo de atuação profissional (Silva, 2000, p. 35)”. 
Dessa forma, o parecer deve apresentar o posicionamento do profissional que teve contato com a realidade social, organizando dados e apontando aspectos para a viabilização de direitos. Portanto, o parecer deve ser conclusivo a respeito da opinião profissional sobre a situação demandada. Por fim, o laudo é um documento que retrata uma situação específica “num determinado momento, por meio do qual a perícia social foi realizada, sendo que a clareza, a objetividade, a responsabilidade ética, a consistência e a estrutura formal são imprescindíveis neste documento e espelham a maturidade do perito nas suas competências e especialidades” (Costa; Oliveira, 2016, p. 213). Portanto, a perícia social enquanto processo envolve o processo de realização do estudo social, a emissão do parecer social e a confecção do laudo social.

Continue navegando