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Resumo do Livro 'Dos Delitos e das Penas' de Cesare Beccaria

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FACULDADE DO VALE DO ITAPECURU - FAI
Adriana Myrla Andrade Ferreira 
Alaanny Borba Santos
Sâmila Kevilen Rodrigues Silva
Rivaldo Brito Serra
RESUMO DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS” DE CESARE BECCARIA 
Caxias - MA
2019
RESUMO DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS” DE CESARE BECCARIA 
APRESENTAÇÃO 
A obra “Dos Delitos e das Penas” de autoria do escritor italiano Cesare Beccaria, publicada na cidade de Milão em 1764. Foi o marco inicial do movimento filosófico humanitário do século XVIII. Em sua tese Beccaria manifestou-se contra o sistema criminal de sua época, criticando sua severidade. Para ele as penas constituíam uma espécie de vingança coletiva, o que levava a aplicação de punições com consequências muito mais severas que o delito praticado. Buscando por meio de sua obra promover novas leis e melhoras nas instituições sociais.
SOBRE O AUTOR 
Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, nasceu em 15 de março de 1738, na cidade de Milão, Lombardia, ainda dominada pelos austríacos. Sendo filho de Giovanni Severio Beccaria Bonesana e Maria Vistonti, vale ressaltar que os dois eram membros da aristocracia. A relação com seu pai não era nada boa, e se tornou cada vez mais frágil quando em 1761, casou-se com Teresa di Blasco, a qual foi julgada por não pertencer a uma classe boa. 
Na sua formação básica, Beccaria estudou na Escola Jesuíta de Parma e, posteriormente, graduou-se em Direito pela Universidade de Pavia, em 1758. Beccaria em vida sempre criticou os anos em que passou aos cuidados dos jesuítas, para ele o modelo educacional era “fanático”, por esse modo de pensar acabou se rebelando contra seus professores e acabou por ter uma visão desmotivadora e nada inspiradora, um dos motivos os quais as matérias consideradas importantes para um aristocrata não lhe causaram nenhum interesse. 
Graduado, Beccaria retornou a Milão e começou a desenvolver interesse em trabalhos filosóficos, como o Lettres persanes de Montesquieu, sátira das instituições políticas e religiosas que despertou nele interesse neste tipo de discussão. Com isso, Beccaria passou a ler mais obras filosóficas, principalmente as dos enciclopedistas franceses. Além da filosofia, a literatura também passou a ser alvo de sua atenção. O interesse em penalogia e crime, entretanto, foi despertado a partir do seu contato e associação com os irmãos Pietro e Alessandro Verri, que também se deu quando Beccaria tinha cerca de 20 anos.
Em 1764 escreveu o livro “Dos Delitos e das Penas”, influenciado pelas ideias dos filósofos Montesquieu, Diderot, Rousseau e Buffon, se colocava contra a tradição jurídica e invocava a razão e o sentimento. 
Sua obra inspirou reformas jurídicas, entre elas, a abolição da tortura e da pena capital em diversos países. 
Beccaria morreu de apoplexia no dia 28 de novembro de 1794, com 56 nos. Foi sepultado na Itália no Cimitero della Mojazzann, na cidade de Milão. 
DOS DELITOS E DAS PENAS – CESARE BECCARIA 
INTRODUÇÃO
O autor inicia sua obra propondo-se a criticar e examinar os abusos que ocorreram e ocorrem no âmbito criminal no decorrer dos séculos. Ele elucida a importância da elaboração de leis que promovam a ordem social, evitando injustiças e abusos na sociedade. Beccaria afirma que deva existir uma divisão igualitária das vantagens entre todos os membros da sociedade, buscando assim “proporcionar todo o bem-estar possível para a maioria.” 
ORIGEM DAS PENAS E DIREITO DE PUNIR
Neste capitulo o autor, afirma que a moral política e as leis são fundadas sobre os “sentimentos indeléveis do homem”. De tal modo que para encontrar os princípios do direito de punir deve-se apenas consultar o coração humano.
Baseado na Teoria do Contrato Social ele atribui o direito de punir de uma sociedade ao pacto inicial de seus membros, que se viram forçados a se unirem para garantir sua sobrevivência, abrindo mão de parte da sua liberdade. A união dessas liberdades cedias pelos indivíduos constituiriam o poder soberano de um Estado. No entanto, os homens teriam que proteger o deposito de suas liberdades, da usurpação por parte de particulares. Para isso criaram-se leis, para punir aqueles que não respeitassem o pacto social. Portanto, pode-se dizer que o que uniu os homens, primeiramente, foram as leis.
Porém, quando as penas que ultrapassam a necessidade de conservar o depósito da salvação pública, são injustas por sua natureza.
CONSEQUÊNCIAS DESSES PRINCÍPIOS
Beccaria afirma que a fixação das penas por cada delito, deveriam estar expressas anteriormente na legislação. Ele também deixa claro que direito de fazer leis penais estar somente na pessoa legislador, uma vez que o mesmo representa as vontades e os anseios da sociedade. 
Ao soberano caberia apenas o papel de criar leis gerais aos quais todos devem submeter-se, não estando em seu poder, julgar quem as infringiu. Por conseguinte, surge da necessidade de um mediador entre o soberano e o acusado, o papel do magistrado.
.
DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS
Neste capitulo, referente a quem tem o papel de interpretar as leis. O autor ressalta o que papel de interprete das leis estaria a cargo do soberano e não do juiz; cujo dever consistiria em encaixar ou não o caso específico na lei geral e decidir se o julgado praticou ou não o delito. Portanto, aos magistrados não cabe o dever de interpretar as leis penais, tendo em vista que as leis não seriam heranças recebidas dos magistrados pelos antepassados da sociedade, as leis advêm da sociedade atual.
Beccaria continua o capitulo, mostrando a importância de seguir o texto da lei, para que se evitasse a arbitrariedade. Para ele a lei deve ser cumprida estritamente, pois apenas assim garantiria segurança e previsibilidade das consequências das ações. De modo que, os cidadãos poderiam planejar suas ações de acordo com leis fixas, sabendo o resultado e consequência delas.
DA OBSCURIDADE DAS LEIS
Neste capítulo, o autor demonstra a importância de ser ter leis claras, precisas, escritas em uma linguagem que abrangesse todas as classes sociais. Ele demonstra o grande papel da imprensa na propagação do código das leis e que a ela devemos a diminuição dos crimes que assombravam aquela época.
DA PRISÃO
Somente a leis deve definir as situações em que as prisões devem ser aplicadas como forma de sanção. A lei deve, ainda, prever expressamente quais são os indícios de delitos que permitem a um acusado ser submetido a interrogatório. 
Por fim, Beccaria faz menção ao triste costume de sua época, de lançar pessoas em prisões horríveis, sem indícios, sem critérios legais. Muitas o acusado não fazia ideia do porque estava sendo acusado, preso ou interrogado, passando por um verdadeiro processo kafkiano. 
DOS INDÍCIOS DO DELITO E DA FORMA DOS JULGAMENTOS
Aqui, o autor descreve uma forma de se medir a certeza ou não dos fatos em relação aos seus indícios. Segundo ele existem dois tipos de provas quanto à quantidade, as de um fato que se apoiam todas entre si, e as que independem uma das outras. Às primeiras não importam a quantidade de provas que existam, pois, anulando uma as outras falham por um processo de cadeia. No segundo tipo, quanto mais provas melhor. Quanto à qualidade, Beccaria fala sobre provas perfeitas, ou seja, irrefutáveis, e provas imperfeitas, as quais não excluem a possibilidade de inocência do acusado.
Ao juiz cabe a constatação dos fatos, quando a lei é clara e exata; quando necessárias destreza e habilidade na investigação das provas, o bom senso é suficiente ao magistrado. É importante também que o acusado seja acusado por seus semelhantes, e não por pessoas muito diferentes dele. Isso evitaria julgamentos preconceituosos ou influenciados por diferenças sociais.
DAS TESTEMUNHAS
O autor defende a importância das testemunhas para a resolução do caso, porém, alega que é importante que toda legislação saiba o grau de importância que deve ser dada a seus depoimentos deve variar de acordo com a quantidade de motivosque esse homem tiver para não dizer a verdade.
DAS ACUSAÇÕES SECRETAS
	Beccaria faz uma crítica as acusações secretas, alegando que seriam um abuso consagrado em vários governos pela fraqueza de sua constituição. Ele levanta questões a respeito da finalidade e do papel da mesma. Alegando que não há possibilidade de defesa da calúnia quando se trata de uma acusação sigilosa. 
DOS INTERROGATORIOS SUGESTIVOS 
Nesta parte, o autor faz uma crítica aos interrogatórios que utilizam a dor como meio de se obter informações, pois, não haveria nada mais sugestivo e aliciador do que a dor infligida a uma pessoa com intuito de buscar uma resposta. Para ele o único interrogatório deve ser sobre a forma do cometimento do crime e de suas circunstâncias. Quem se negar a responder o interrogatório ao juiz deve sofrer pena estabelecida pela lei.
DOS JURAMENTOS
Para o autor exigir do acusado que faça um juramento alegando dizer a verdade é algo contraditório sendo que é natural que este homem não tenha interesse algum em fazê-lo. Visto que para o individuo seria mais atraente infringir as leis divinas às dos homens. Por este motivo, entre outros, o juramento é uma mera formalidade.
DA QUESTÃO OU TORTURA
O autor se posiciona totalmente contra castigos, alegando que é inaceitável exigir que um homem acuse si mesmo, ainda mais sob tormentos físicos, como se fosse a única maneira de se conseguir a verdade. Ou o crime é certo ou incerto.
Muitas vezes, pode o inocente alegar que é culpado somente para que cessem tais tormentos, e em outras vezes, poderá o culpado aguentar tais dores pra ser inocentado, não provando sua inocência, mas sim sua resistência a dor. 
DA DURAÇÃO DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO
Em relação a duração dos processos, quando uma sentença define que o delito foi cometido e as provas são concretas, o acusado deve obter um tempo para justificar-se e/ou defender-se. Cabendo as leis delimitar o espaço de tempo que o julgado terá pra apresentar sua defesa.
Neste capítulo, Beccaria divide os crimes em duas espécies, crimes atrozes, o homicídio e suas espécies, e crimes menos hediondos do que o homicídio. Propondo que os crimes atrozes, tenham um processo rápido, visto que, a culpa do acusado é improvável. Já os crimes menos atrozes, por serem mais prováveis poderiam ter um processo mais longo.
DOS CRIMES COMEÇADOS; DOS CÚMPLICES; DA IMPUNIDADE
O autor ressalta que assim como os crimes consumados, as tentativas de crimes também devem ser punidas, porém de forma mais branda, por se tratar apenas de uma vontade de cometer um crime. Uma vez que é importante prevenir os delitos e não somente puni-los depois de consumados. 
Outro ponto abordado neste capitulo é a importância de se punir não apenas quem executou o delito, mas também seus cumplices, dessa forma prevenindo que as pessoas auxiliassem nos delitos, evitando sua impunidade.
DA MODERAÇÃO DAS PENAS
Cesare Beccaria discorre sobre a historicidade de nações em que as penas mais severas, e chega à conclusão que os lugares onde se cometeram o maior numero de crimes atrozes, foram onde verificaram-se as penas mais cruéis. Uma que a crueldade é um desvio da finalidade principal das penas, castigar o culpado e prevenir futuros crimes.
O autor chega a conclusão que para que as penas alcançarem o fim a qual se destinam, é necessário que sejam proporcionais aos e delitos, e seu rigor deve ser baseado no estado atual da sociedade. 
DA PENA DE MORTE
Apesar do autor apresentar um posicionamento favorável em relação a pena de morte, ele impõe diversos argumentos sobre a viabilidade de implantá-la ou aplicá-la. Ele afirma que somente uma sociedade que possui um governo bem organizado, a pena de morte se mostraria útil e justa. Porém, ressalta que está sociedade é uma exceção e que a prática da pena capital, em sociedades que fugissem a regra, ela seria prejudicial ao exercício da aplicação das leis. Visto que a privação da liberdade de um ser humano se mostra muito mais eficaz a fins de prevenção.
DO BANIMENTO E DAS CONFISCAÇÕES
Beccaria sustenta que as penas de banimento podem ser aplicadas, mesmos sem certeza absoluta de um crime. Para ele, é justo prevenir a sociedade de tal indivíduo, que perturba a tranquilidade publica, mesmo que não esteja absolutamente comprovada sua conduta criminosa. Porém, o autor questiona a pena de confiscação de bens para o que não for provado culpado. A confiscação seria uma pena muito pior que o banimento; poderia fazer famílias irem à ruína, tornar um inocente mendigo, pedinte ou bandido. Assim ocorrendo sua “morte natural e política.".
DA INFÂMIA
As penas que envolvem a desonra, para Beccaria devem ser imputadas aqueles que cujas ações, mesmo criminosas, são tidas como heroicas e bem vistas pelo povo. A desonra além de abalar a confiança que a sociedade possuía naquele individuo, é mais eficaz que outras penas, que poderiam realçar o caráter heroico do criminoso. 
DA PUBLICIDADE E DA PRESTEZA DAS PENAS
Neste capitulo, Beccaria discorre sobre o processo, para ele uma pena será justa e útil quanto mais perto estiver do delito, evitando qualquer incerteza. A rapidez do julgamento é de suma importância, pois, o autor defende que a prisão se faz necessária apenas para impedir a fuga ou comprometimento das provas. Evitando qualquer tipo incomodo ao acusado, visto que, o Estado deve proporcionar ao individuo os menores males possíveis. 
QUE O CASTIGO DEVE SER INEVITÁVEL 
Beccaria defende a ideia de que o que evita os crimes não seria a severidade da pena, mas sim o caráter coercitivo do ordenamento jurídico do Estado. Para o autor é inevitável que exista um castigo moderado, para que não haja sinônimos de impunidade.
DOS ASILOS
Para o autor, há pouca diferença entre impunidade e asilo, que é abrigo contra a ação das leis. Ele afirma que o asilo de criminosos geraria um sentimento de impunidade, cabendo aos soberanos fazer a permutação para que os criminosos sejam julgados nos países em que o crime foi cometido. 
DO USO DE PÔR A CABEÇA A PRÊMIO
Segundo autor, isso demonstra a fragilidade da soberania da nação, que por não ter forças nem capacidade, necessita “criar mais de cem crimes para prevenção de um.”.
QUE AS PENAS DEVEM SER PROPORCIONADAS AOS DELITOS
Neste capítulo, Beccaria propõe que o meio utilizado pela legislação para prevenir o crime deve partir de uma razão, ou seja, ser diretamente proporcional ao dano causado ao bem público. Em busca que este delito se torne mais raro 
Vale lembrar que o legislador é o responsável por estabelecer tal proporção na distribuição das penas para que não ocorram injustiças do tipo: aplicar a mesma sanção para um crime grande e um menor.
DA MEDIDA DOS DELITOS
O autor, ao afirmar que a exata medida é o prejuízo causado à sociedade. A intenção não infere na grandeza do crime, pois esse sentimento varia a cada indivíduo. Ele também demonstra que alguns magistrados partem da ideia de que a dignidade da pessoa ofendida deve ser o ponto de partida para medir a gravidade do delito.
No entanto pode-se chega a conclusão de que a verdadeira medida de um delito é o grau de instabilidade que causa na sociedade 
DIVISÃO DOS DELITOS
São considerados delitos as ações que tendam contra a sociedade ou ações que afetam o cidadão de modo a lesar sua honra, vida e direitos. Atos que não se encaixarem nessas classes não devem ser considerados como delitos. A moral e o direito são imprescindíveis na vida social, pois eles sancionam os atos de cada cidadão.
DOS CRIMES DE LESA-MAJESTADE
Os crimes de lesa-majestade são crimes que envolvem traição contra sua majestade, o soberano, Estado e seus representantes. A punição para tal delito muitas vezes envolve a tortura pública e o infrator teria seus bens tomados como propriedade da Coroa. Tudo depende da proporcionalidade do dano causado. 
DOS ATENTADOS CONTRA A SEGURANÇA DOS PARTICULARES E, PRINCIPALMENTE, DAS VIOLÊNCIAS
Existem atentados contra existência, contra honra e contrapropriedade. Beccaria inclui no primeiro grupo violências por parte da nobreza e dos juízes. O autor afirma por mais que exista desigualdade no meio social, as penas devem se manter iguais a todos os cidadãos desde o mais miserável até o mais rico. 
DAS INJÚRIAS
As injurias são punidas através da infâmia, uma vez que a punição tem força advinda da opinião pública. A injuria fundamenta-se na honra, no entanto a ideia de honra se se confundiu com outras ideias no decorrer dos séculos. O Direito surge como garantia a dignidade e a imagem de cada individuo perante a outro 
DOS DUELOS
Os duelos são práticas comuns em sociedades que prevalecem a desordem no ordenamento jurídico. Sua origem advém da vontade de se fazer justiça com as próprias mãos e está ligada a defesa pessoal da honra. Segundo o autor, quem incitou o duelo deve ser castigado, enquanto o outro participante não, pois estaria apenas, defendendo sua honra.
DO ROUBO
Beccaria defende a ideia de que só deve ser punido com uma pena pecuniária o roubo realizado sem uso de qualquer violência. Por que as penas pecuniárias não podem ser utilizadas para os outros roubos? Pois elas somente serviriam para multiplicar o número de roubos.
A pena mais “justa” para o roubo será a escravidão temporária para que fique bem claro para o culpado o dano que causou a sociedade e o transtorno que a violação do pacto social pode causar.
Já se tratando do roubo acompanhado de violência, é “justo” acrescentar a servidão as penas físicas, ou seja, além do dano patrimonial, deve-se acrescentar o dano a pessoa física.
DO CONTRABANDO
Apesar de o contrabando[8] ofender não somente o soberano, mas também a nação, sua pena não deve ser grave porque a opinião pública não presta nenhuma infâmia a essa espécie de delito.
Podemos classificar o contrabando como um delito emanado pelas próprias leis, porque quanto mais se aumentam os direitos, tanto maior é a vantagem do contrabando.
DAS FALÊNCIAS
Neste capítulo, Beccaria faz uma distinção entre o falido de boa fé e o falido de má fé, deixando clara a sua posição perante a penalidade, sendo esta: o falido de má fé deve ser severamente punido assim como um moedeiro falso, já o falido de boa fé deve ser tratado com menor rigor, pois pode ser que a fortuna[9] não estivesse do seu lado (penalidade a ser apurada de acordo com as provas apresentadas pelo acusado).
É claro que o falido de boa fé não será imune a obrigação de cumprir com sua dívida, ressalta o autor. Ele simplesmente não sofrerá com o cárcere, porém, ainda assim, terá que arcar com outras consequências penais.
DOS DELITOS QUE PERTURBAM A TRANQUILIDADE PÚBLICA
O autor apresenta os delitos que perturbam o repouso e a tranquilidade pública como a terceira espécie de delitos analisados. O vandalismo e a desordem prejudicam a tranquilidade e harmonia social, portanto, devem sofrer punições os que praticarem tal delito.
Para que se previna tal desordem, é necessária uma vigilância ostensiva, isto é, uma vigilância rígida, contínua e feita" de perto ". É necessária também a criação de leis de silêncio, de ordem, entre outras.
DA OCIOSIDADE
Ressalta-se que cabe exclusivamente e somente às leis definirem quais tipos de delitos baseados na ociosidade devem ser punidos (de acordo com a finalidade pública do Estado e sem ferir a liberdade individual de cada indivíduo).
É imprescindível que se encontre um equilíbrio entre a finalidade pública e a liberdade individual. Beccaria, ainda, afirma que a ociosidade é contrária ao fim político de estado social.
DO SUICÍDIO
É mister considerar que não existe penalidade para o suicídio vez que ele recairá sobre um corpo não mais vivo e não seria nada justo a penalidade recair sob os ombros da família do suicida (tal ato seria odioso e tirânico). [10]
Deve-se encontrar alguma maneira de" deter a mão "do suicida, porém não é através das penalidades que se alcançará tal objetivo. A este delito, cabe somente a Deus julgá-lo e puni-lo.
O autor afirma que, mesmo que o cidadão se mate, ele faz menos mal a sociedade que o cidadão que renuncia a sua pátria para viver em outra. Discute, ainda, se é útil ou perigoso deixar a livre arbítrio do cidadão se quer ou não abandonar a sua nação.
A maneira mais eficaz de prender os cidadãos em seu país é simples: investir no bem estar de cada indivíduo, o que abrange segurança e boas condições de vida.
DE CERTOS DELITOS DIFÍCEIS DE CONSTATAR[11]
Os delitos que se encaixam ao título do capítulo são: adultério, pederastia e o infanticídio.
Começaremos pelo adultério: é um delito de instante que só ocorre com tanta frequência, pois as leis não são fixas e porque os dois sexos são"naturalmente"atraídos um pelo outro. É muito mais difícil ao legislador puni-lo que preveni-lo.
A pederastia é severamente punida pelas leis e inclusive, para este delito, são permitidas as torturas atrozes.
A única maneira encontrada de prevenção do infanticídio foram a criação de leis eficazes, posto que este é um delito difícil de se prevenir de outra maneira.
DE UMA ESPÉCIE PARTICULAR DE DELITO
O autor deixa bem explícito que não pode analisar a natureza do delito de liberdade religiosa, pois a época e o lugar onde vivera não o permitiram. Assim, afirma que só trata dos delitos relacionados ao homem natural e os que violam o contrato social.
DE ALGUMAS FONTES GERAIS DE ERROS E DE INJUSTIÇAS NA LEGISLAÇÃO
O autor afirma que existem muitas fontes de injustiça na legislação, sendo o conceito de" utilidade "parte delas. São falsas ideias de utilidade as que separam o bem geral dos interesses particulares, sacrificando às coisas as palavras.
Exemplifica uma injustiça: O Estado, ao invés de armar a sociedade, os deixa a mercê dos criminosos, os entregando sem defesa aos golpes destes.
DO ESPÍRITO DE FAMÍLIA
Diz que, além das falsas ideias de utilidade, o espírito de família também é considerado outra fonte de injustiça na legislação.
Faz uma diferenciação entre o espírito de família e o espírito público, sendo que este" vê os fatos com visão segura, coordena-os nos lugares respectivos e sabe tirar deles consequências úteis ao bem da maioria ", já aquele, consiste num espírito de minúcia limitado pelos mais insignificantes pormenores.
Ressalta, ainda, que dentro da entidade familiar a autoridade é inteiramente dos pais enquanto nas repúblicas (em que todos os homens possuem direitos e deveres: isonomia de direitos), a subordinação da família ao Estado é efeito de um contrato social.
OBS: A moral familiar só inspira a submissão e o medo, ao passo que a moral pública inspira coragem a liberdade.
DO ESPÍRITO DO FISCO
Segundo o autor, o julgamento tornou-se um negócio civil tendo em vista que o magistrado[12] analisava e julgava, o fisco recebia o dinheiro que o culpado deveria pagar pelo crime e o reendereçava para a Coroa.
DOS MEIOS DE PREVENIR CRIMES
Uma boa legislação possui o dever de proporcionar aos cidadãos o maior bem-estar possível e preservá-los de todos os sofrimentos que estes possam vir a sofrer. Portanto, conclui o autor, que é necessário que os magistrados procurem, antes de reparar o delito, impedi-lo.
A solução para a prevenção dos crimes é simples: além de elaborar leis coercitivas, simples, igualitárias e claras e, preparar a nação para respeitar e fazerem valer tais leis, isto é, fazer uso do aparato jurídico quando estas forem violadas.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a pena deve ser exclusivamente pública, necessária e pronta para que não seja considerado um ato de violência contra os cidadãos. A pena deve, ainda, ser proporcional ao delito cometido e estar expressamente determinada em lei anterior.

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