Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II DIREITO ADMINISTRATIVO II Aula 9: Controle da administração pública AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II A perda do cargo via processo administrativo disciplinar Exoneração dos servidores estáveis para a adequação da despesa com pessoal O procedimento da sindicância Denúncia anônima no processo administrativo disciplinar Fluxograma Explicativo do Processo Administrativo Disciplinar Posicionamento jurisprudencial sobre à prova emprestada AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II Análise do conceito • A autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade do serviço público é obrigada a instaurar sindicância (art. 143, Lei 8.112/90), de ofício, sob pena de cometimento de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal). • A sindicância é preliminar ao processo administrativo e pode punir, mas somente sanção leve, advertência ou suspensão de até 30 dias. • Devem constar no processo administrativo disciplinar uma relação taxativa da descrição dos fatos, a tipicidade e a pena cabível à espécie. • A doutrina e a jurisprudência se posicionam de forma favorável à “prova emprestada”, não havendo que suscitar qualquer nulidade, tendo em conta a utilização, por exemplo, de cópias do inquérito policial que corra contra o servidor AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II • Por ocasião da instauração do processo administrativo detectar crime em face da Administração, a autoridade instauradora está obrigada a remeter cópia, comprovando o ilícito, para o Ministério Público. • Ausência de cópia da sindicância ao MP, a autoridade competente responde por crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal). • É de suma importância observar que a comissão só faz o inquérito, não instaura, não tem o poder de julgar. • Pode o servidor recusar uma nomeação para fazer parte de uma comissão de inquérito? A resposta é, como regra geral, não, por estar subordinado em uma estrutura administrativa, possuindo deveres a cumprir. Art. 116, da Lei 8.112/90. • O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente que indicará o seu presidente, ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou de nível de escolaridade igual ou superior ao indiciado. • Não há o rigor de que todos os integrantes venham a estar no mesmo nível daquele que está sendo acusado. • Somente o presidente da Comissão cumprirá tal exigência. Os restantes não precisam ser do mesmo nível, podendo ser subordinados àquele que está sendo acusado. Lembretes importantes AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II Atenção Observação de suma importância enfocar é que durante a apuração da falta do servidor, o mesmo não poderá ser colocado em disponibilidade, a título de punição. • Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. • O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual, cessarão os efeitos ainda que não concluído o processo AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II • A fase de instrução é erradamente chamada de fase de acusação. • A instrução não tem o propósito de acusar ninguém, mas apurar, tudo em obediência ao princípio da verdade material (art. 161, da Lei 8112/90). • A instrução não tem o propósito de acusar ninguém, mas apurar, tudo em obediência ao princípio da verdade material. Importante é a leitura do art. 161 da Lei 8112/90. Julgamento MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AUSÊNCIA DE DEFESA POR ADVOGADO E DEFENSOR DATIVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. I – “A presença obrigatória de advogado constituído ou defensor dativo é elementar à essência mesma da garantia constitucional do direito à ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, quer se trate de processo judicial ou administrativo, porque tem como sujeitos não apenas litigantes, mas também os acusados em geral” (Precedentes). II – Independentemente de defesa pessoal, é indispensável a nomeação de defensor dativo, em respeito à ampla defesa. II – Ordem concedida. (MS 10.565-DF, 3ª. Seção, Min. Rel. Felix Fischer). Anote AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II Dica Não há que se falar de que todas as provas produzidas no Processo Administrativo Disciplinar, a partir da juntada da cópia integral do Inquérito Policial são nulas de pleno direito, por constituir prova emprestada, o que as torna inválidas. Anote ”A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Com a aprovação da 5ª Súmula Vinculante, o Supremo Tribunal Federal entende ser inaplicável o posicionamento do STJ. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II Fique ligado – Julgamento Terminado o relatório, a comissão processante de inquérito remete o processo para autoridade que o instaurou. Quem instaurou tem competência de julgar, mas não necessariamente. A prova disso está no art. 167, que cita o julgamento, no § 1º, da Lei. 8.112/90. • O relatório é de suma importância: ocasião em que a comissão se reúne, pela última vez, para exteriorizar e externar seu posicionamento. • A comissão não julga e não instaura. • Quem vai julgar é a autoridade superior a princípio, a mesma que instaurou, porque existem infrações em que a autoridade instauradora não tem competência para aplicar sanção. AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II • A autoridade é livre para contrariar o relatório, desde que este contrarie a prova dos autos. • Neste caso, a modificação deverá ser motivada. • Por oportuno, vale observação de que o julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo. A reformatio in pejus: A lei 9.784/99 que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Federal tratou do referido princípio em duas regras: Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II Dica da Hora – É importante Permite-se à autoridade competente, quando da apreciação do recurso administrativo, inclusive, agravar a situação do recorrente, desde que, para tanto, lhe seja dado ciência, a fim de possibilitar a apresentação de suas razões, antes da tomada de decisão. Neste caso, a reformatio in pejus foi admitida, mesmo que de forma mitigada. AULA 10: CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Direito administrativo II AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Controle externo e a fiscalização exercida pelo Congresso Nacional sobre a Administração Pública; A sustação dos atos administrativos advindos do Poder Executivo; Atribuições do Tribunal de Contas da União; Controle de legalidade, de legitimidadee de economicidade.
Compartilhar