Falando sobre Nóvoa

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Nada substitui o bom professor!
De acordo com o texto de Nóvoa : 
“Os professores têm perdido prestígio, a profissão docente é mais frágil hoje do que era há alguns anos. Eis um enorme paradoxo. Como é possível a escola nos pedir tantas coisas, atribuir-nos tantas missões e, ao mesmo tempo, fragilizar nosso estatuto profissional.”
O primeiro desafio é a ideia de uma melhor organização da profissão. 
Com o passar dos anos os professores não evoluíram de maneira satisfatória no quesito organizacional, ficarem retidos em outro plano (não menos essencial) que é sobre questões salariais e demais conquistas dos professores porém, com foco maior nesse plano, a questão de organização dos professores acabou por ser deixada de lado.
Mas como mudar e melhorar isso?
É preciso modificar e buscar modelos que melhorem essa organização dentro da escolas.
Primeiramente acredita-se que seja necessário iniciar uma mudança nos hábitos dos próprios professores, principalmente no quesito colaboração com os próprios companheiros de profissão.
Professores iniciantes na carreira são vistos sem empatia dos colegas mais antigos de profissão, iniciam suas carreiras nas piores escolas, nas piores condições de trabalho e quando se vêem “sozinhos” nesse cenário acabam por perpetuar essa individualização, o que é algo negativo, pois, para que ocorra uma melhoria é necessário que todos do corpo docente se reúnam e trabalhem juntos, e essa melhoria não precisa ocorrer somente na questão salaria, mas também nas questões organizacionais internas.
O segundo desafio fala das formações centradas na prática.
Esse desafio fala sobre algo que nós, alunos universitário, vemos ocorrer muitas vezes com alguns professores.
O professor chega em sala de aula, após sua formação, com muitas teorias, teses, autores, textos, porém não conseguimos vê-lo transformas tudo isso de forma satisfatória em prática. Com isso suas aulas acabam sendo muito voltadas para a teoria, o que torna a aulas menos interessantes para os alunos, pois, aulas com prática prendem mais a atenção do que uma aula teórica.
Por conta disso Nóvoa defende que há uma necessidade de formação mais centrada em práticas para os professores e diz que essas práticas devem ser realizadas com os mesmos, para que eles possam levar isso para dentro de sala de aula. É desafiador um professor aprender tudo de forma teórica e colocar de forma prática com os alunos.
Nóvoa relata no texto que aos 25 anos precisou trabalhar em uma escola normal, isso jamais tinha se passado por sua cabeça. Após um tempo assistindo aula de uma de suas ex-alunas se surpreendeu, pois a aula da mesma era totalmente voltada para um ensino tradicionalista, diferente do que o mesmo havia dado em teoria em suas aulas, e ao conversar com essa aluna, ele entendeu que apesar de teorizar bastante outra forma de ensino, a que o mesmo praticava em sala ainda era muito voltada para o tradicionalismo, isso fez com que seus alunos se espelhassem em um ensino mais tradicional, assim como ele e outros professores praticavam. Isso marcou Nóvoa fazendo com que ele saísse da escola normal e fosse em busca de formação com outra ordem de ensino, algo mais prático e menos teórico.
“Não é a prática que é formadora, mas sim a reflexão sobre a prática. É a capacidade de refletirmos e analisarmos. A formação dos professores continua hoje muito prisioneira de modelos tradicionais, de modelos teóricos muito formais, que dão pouca importância a essa prática e à sua reflexão.”
Credibilidade da profissão
Por diversos motivos atualmente a profissão na área de educação vem perdendo sua credibilidade, é necessário que nós profissionais aceitemos certas críticas e comecemos a mudar esse cenário.
Muitas vezes o professores trabalham com colegas de profissão que possuem condutas inadequadas, mas nada é feito para que isso possa mudar. É necessário que se desenvolvam mecanismos para mudança da própria classe, se não partir de nós, irá partir de fora, e isso diminui a credibilidade dessa profissão.
Os professores possuem uma grande liderança sindical, porém a liderança profissional dos mesmos é falha, os professores veem falhas de outros colegas de profissão e se calam. 
Lembrando que para melhorar não é necessário criticar o colega,para que ocorram melhorias é necessário união dos professores,um colega que ajuda o outro não se torna menos capacitado,o colega que é ajudado passa a admirar aquele profissional que o ajudou a enxergar algo necessário para sua melhoria como profissional.
Em nossa sociedade atual vivemos em um período muito midiático, com isso os professores devem, ao invés de se calar mediante esses problemas, expor os fatos para que a partir dai possam ocorrer mudança e melhorias.
Quanto maior a capacidade comunicativa de uma classe, maior a credibilidade dela de alcançar a população, sendo assim os professores não podem se calar mediante a visualização de problemas, mesmo que esses partam de colegas da própria profissão, quanto maior a movimentação para melhorias, melhor o desenvolvimento da classe profissional dos professores. É necessário buscar espaço público para a educação e isso só poderá partir dos profissionais da área.
“Não haverá futuro melhor, sem a presença forte dos professores e da nossa profissão.”
É possível realmente adotar todas essas mudanças que são necessárias para uma melhoria na área educacional? Sim! Porém é um longo caminho a ser percorrido, é necessário esforço dos profissionais de educação para que isso ocorra. De acordo com Nóvoa isso é sim possível, não há a necessidade de criar ilusões, porém devemos ter esperanças de melhorias.
Nossas esperanças não podem deixar de existir somente por denunciarmos erros que ocorrem na área, pelo contrário, devemos continuar cultivando esperanças e mudanças para ultrapassarmos esse atual desafio.