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Conhecimentos_Especificos_Enfermeiro

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conhecimentos específicos
Didatismo e Conhecimento 1
CONEHCIMENTOS ESPECÍFICOS / Enfermeiro
1 ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE 
ENFERMAGEM. 
1.1 PROCESSO SOCIAL DE MUDANÇA 
DAS PRÁTICAS SANITÁRIAS NO SUS E 
NA ENFERMAGEM. 
1.2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
E ENFERMAGEM. 
1.3 NORMAS, ROTINAS E MANUAIS, 
ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO NA EN-
FERMAGEM. 
1.4 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS 
DE ENFERMAGEM. 
1.5 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO 
DOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM. 
1.6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
EM NÍVEL AMBULATORIAL. 
A administração é uma ciência multidisciplinar visto que os conhecimentos da mesma se advêm e se aplica em diversas áreas, 
no qual a importância desta ciência nos serviços de enfermagem também são preciosismos. Com este estudo tentou-se explorar a 
aplicação da ciência da administração no cotidiano dos profi ssionais de enfermagem, especifi camente a aplicação do conceito chave 
da administração no processo gerencial do enfermeiro. Para isso foi realizada uma revisão de literatura na qual abordou temas como: 
teorias da administração, administração em enfermagem e processo gerencial do enfermeiro. No fi nal entendeu-se que os conceitos 
de administração estão fortemente entrelaçados com ao processo gerencial do enfermeiro. Observou-se que os conceitos analisados, 
ao serem aplicados por esses profi ssionais eles se dão de uma forma simultânea, não ordenada e variando relativamente com as cir-
cunstâncias específi cas de cada hospital. 
Olhando a administração como um corpo de conhecimentos organizados, esta “arte-ciência” vem ganhando espaço em todas 
as espécies de organizações; ainda tendo em vista que a administração se desmembra em diversas partes, o processo administrativo 
embora seja visto de uma forma específi ca ele está associado a todos os aspectos da vida humana, tanto na esfera profi ssional, quanto 
no familiar e no social.
Tomando como apoio o fato de que a administração se aplica em todos os departamentos da vida, a enfermagem também se in-
clui nessa globalização. A enfermagem é formada por uma equipe onde se encontra profi ssionais auxiliares de enfermagem, técnicos 
em enfermagem e o enfermeiro que por sua vez é o líder da equipe, ele tem como objetivo de conduzir os membros de sua equipe à 
realização de determinadas tarefas onde se espera a efi ciência e a efi cácia da mesma e é dessa forma que se observa a administração 
na enfermagem.
O presente trabalho buscou discorrer sobre o conceito de administração no processo gerencial do enfermeiro; analisando a aplica-
bilidade da ciência da administração nesta esfera da saúde, fazendo uma correlação teoria e prática dos dois campos de atuação, onde 
o corpo de conhecimentos da primeira serve de base para melhorar o desempenho desses profi ssionais de saúde na execução da suas 
tarefas. Mais especifi camente, trouxe a discussão das quatro palavrinhas que é apresentado ao se defi nir a administração (organizar, 
planejar, executar e controlar) para o processo gerencial do enfermeiro.
Uma breve revisão da teoria geral da administração
Segundo Chiavenato, a palavra administração originou-se do latim, sendo, ad (direção, tendência para) e minister (subordinação 
ou obediência) e tem como signifi cado a realização de uma função sob o comando de outrem, ou seja, a prestação de um serviço a 
outro.
Didatismo e Conhecimento 2
conehcimentos específicos / enfermeiro
Já como disciplina, Masiero entende que Administração pode ser compreendida como integração e coerência entre o conheci-
mento das diferentes áreas da atividade humana, aplicadas às organizações, tendo em vista a sua sobrevivência, sua eficiência e sua 
eficácia. E o Raymundo, caracteriza a administração como um conjunto de atividades multicientífico e multidisciplinar, ou seja, uma 
ciência que se aplica em todas os departamentos da vida antiga e moderna.
Procurando trazer uma definição para o ambiente macro das empresas ou organizações, Maximiano, define administração como 
o processo de tomada de decisões utilização de recursos para realização de objetivos. Para o autor o processo de decisão não é sim-
plesmente tomar decisões sem nenhuma estrutura, mas sim a partir dos recursos disponíveis no momento da decisão. Raymundo 
acrescenta que administrar é o processo que conduz as pessoas à realização de determinados trabalhos, pois é necessário que exista 
no administrador a capacidade de influenciar as pessoas a realizarem suas tarefas. 
Ainda Maximiano, acreditar que administrar é agir, é o processo de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco pro-
cessos principais: organização, planejamento, execução, liderança, e controle (sublinhados acrescentados). Estes são os principais 
elementos que caracterizam a definição da administração, é o principal conceito adotado neste artigo, visto que a intenção é correla-
cionar esta definição com o processo gerencial do enfermeiro. Demonstrar-se-á, mais a frente, como esses elementos se enquadra no 
trabalho do enfermeiro.
Com essa breve conceituação da ciência da administração, será apresentada logo a seguir as principais teorias desta disciplina e 
mais tarde se retornará a definição da administração:
Teoria da Administração Científica: Quando se fala desta primeira corrente da administração como ciência o destaque vai para 
o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Ele observou ao longo de sua carreira a deficiência das produções fabris, 
tais como: ausência de noção clara de divisão de responsabilidades; muitos trabalhadores não cumpriam seu dever; as decisões dos 
administradores eram baseadas em intuições e palpites; os departamentos das empresas não eram integrados, aos trabalhadores eram 
delegadas funções onde não possuíam habilidade, dentre outras deficiências. 
Tendo em vista os problemas das produções fabris, Taylor achou por bem desenvolver o “estudo sistemático e científico do tem-
po”, o que consistia em cronometrar o tempo em que os funcionários produziam determinados produtos no maior ritmo possível. Este 
estudo tinha como objetivo analisar o tempo necessário para o desenvolvimento de determinadas tarefas e o salário correspondente.
Ao passar dos anos Taylor observou que a questão do tempo e salário unicamente não solucionaria o problema. Então desenvol-
veu uma nova pesquisa que visava o aprimoramento dos métodos de trabalho. Assim sendo ele apresenta uma nova concepção dos 
princípios da administração de uma empresa, que são eles: Seleção e treinamento de pessoal, salários altos e baixos custos de produ-
ção, identificação de como executar a tarefas da melhor maneira possível e cooperação entre trabalhadores e administração. Ainda 
outros aspectos foram abordos, entre eles: padronização de ferramenta e equipamentos, sequenciamento e programação de operações, 
estudo de movimentos, Conveniência de uma área de planejamento, cartões de instruções pagamento de acordo com desempenho e 
cálculos de custo. Após esses estes estudos guru da teoria da administração científica agregou ao seu estudo que o incentivo indivi-
dual ao trabalhador atenderia o desejo do ganho material estimulando assim o crescimento pessoal.
Teoria clássica da administração: A teoria de administração clássica foi fundada por Henry Fayol logo após a primeira guerra 
mundial (1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo científico da administração. Fayol apresentou como novidade em sua 
época a necessidade de um ensino organizado e metódico de administração para formar administradores. A teoria clássica tem como 
estrutura a organização; e ele acreditava que o comportamento administrativo deveria ter como modelo a organização militar, ou seja, 
um sistema de hierarquização. Onde haja uma cadeia de comando interligando as posições e definindo quem se subordina a quem. 
Portanto, pode-se ver que a teoria clássica aborda a constituição de uma organização baseada em uma cadeia de comando,pela qualexiste um corpo executivo que controla todo um grupo de pessoas que hierarquicamente se subordinam.
Teoria das relações humanas: Na década de 1930 psicólogos e cientistas sociais, afirmavam que o homem só trabalha por di-
nheiro. Acreditavam que as aplicações da administração científica eram insuficientes para o êxito profissional. Essas colocações trou-
xeram resultados desagradáveis como a desumanização do trabalho, tendo em vista o modo rígido de supervisão para realização de 
tarefas. Os estudiosos da época percebiam que a rigidez das normas de trabalha dificultavam o relacionamento dos trabalhadores em 
meio ao ambiente de trabalho. Helton Mayo, o mais importante contribuinte para a escola das relações humanas realizou um estudo 
que visava em principio entender a produtividade e luminosidade no local do trabalho. Esperava-se que ao aumentar a luminosidade 
aumentaria o desempenho dos trabalhadores, assim como se diminuísse a luminosidade, diminuiria o desempenho dos trabalhadores. 
No entanto ao trocarem as lâmpadas por outras de uma mesma potência notou-se a queda do desempenho dos trabalhadores levando 
a conclusão de que o que realmente poderia levar em consideração era o estado psicológico dos trabalhadores. Foi analisado então 
outros fatores como horário de descanso e alimentação. 
Porém os resultados foram diferentes do esperado, pois se notou novamente a influência de fatores psicológicos. Enfim foi re-
alizado outro experimento pelo qual foi separado um grupo de seis trabalhadores e colocado sob uma supervisão mais branda onde 
foi encontrado um resultado satisfatório, pois os trabalhadores se sentiam mais liberdade e motivação. Portanto com esta escola 
descobriu-se o “homem social” da organização.
Didatismo e Conhecimento 3
conehcimentos específicos / enfermeiro
Teoria de sistema: A abordagem da teoria de sistema foi desenvolvida pelo Bertalanffy, que iniciou um movimento intelectual 
visando uma ciência unificada. Segundo Masiero sistema seria “um conjunto de elementos que inter-relacionam de forma coesa e 
integrada, buscando atingir determinado objetivo”. Mais tarde ela obteve a projeção definitiva a partir do trabalho de Katz e Kahn no 
ano de 1987. A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organização) com o meio que lhe dá suporte e afirma que a 
maneira de manter a organização é fortalecer os seus recursos humanos que é a fonte motivadora da mesma. A palavra sistema está 
intimamente ligada com a palavra ambiente. O sistema necessita de constantes informações vindas do ambiente, para ser analisado o 
desempenho de produção a fim de atingir os seus objetivos. O pensamento desses autores leva a crer que a comunicação é a essência 
de uma organização, visto que através da comunicação os diversos departamentos das instituições se interligam.
Teoria Contingencial: Uma característica importante da teoria da contingência é que não se consegue sucesso na organização 
partindo de um único ponto, é necessária diversidade de alternativas para encaminha estudos, demandas organizacionais e problemas. 
Segundo Masiero, Contingência significa eventualidade, incerteza, ou seja, a teoria da contingência aborda as diferentes formas de 
administrar, a forma de administrar é “relativa”, envolvendo uma série de fatores, assim sendo, a maneira que uma organização deve 
ser administrada está condicionada ao ambiente em que ela está inserida. O fato da teoria de contingência considerar a forma de admi-
nistrar relativa, dependendo do ambiente em que a organização está envolvida limita o processo administrativo, pois não estabelece 
nenhuma técnica padrão, e por outro lado enriquece as habilidades do administrador. 
Administração em Enfermagem
A prática de enfermagem é uma das principais atividades profissionais da área de saúde, onde se abrange diversos departamen-
tos de atuação. Em função do desenvolvimento técnico-científico e de sua prática profissional, a enfermagem é uma profissão que 
vem evoluindo muito ao longo dos anos. Para esses dois autores a enfermagem é um conjunto de ciências humanas e sociais, uma 
profissão que vem evoluindo consideravelmente ao longo dos anos e vem sendo estudada e através disto observa-se uma grande 
contribuição de sua parte para o desenvolvimento de seu pessoal.
Rothbarth, Wolff e Peres entendem que a mais importante responsabilidade do enfermeiro é a assistência em saúde e tem como 
foco a excelência de atendimento buscando o bem estar do cliente. A profissão de enfermagem exige de eu profissional um perfil que 
agregue um conjunto de características que o capacite para exercer sua profissão da melhor e mais adequada maneira possível, sendo 
algumas delas: agilidade, decisões assertivas, criatividade e agregação de valores à instituição onde trabalha. 
É necessário também que o enfermeiro esteja sempre buscando atualização dos seus conhecimentos e técnicas de trabalho, que 
seja capaz de atuar em diferentes campos de ação, oferecendo uma assistência de excelência em todos os setores em que atuar. Se-
gundo Arone e Cunha, são atribuição do enfermeiro prestar ao cliente uma assistência satisfatória e isenta de riscos a fim de passar 
confiança e desta forma contar com a colaboração do cliente para todo tipo e assistência que for necessária ao mesmo.
Liderança em enfermagem: Considerando que o enfermeiro é o principal responsável por sua equipe e tem como objetivo a 
realização de determinadas atividades pelas quais depende do desempenho de sua equipe para a realização de uma forma eficiente, 
entende-se que é necessário que haja no enfermeiro o perfil de líder, para que assim estimule e influencie sua equipe a alcançar os 
objetivos.
Segundo Trevizan a palavra liderar vem do verbo inglês to lead e significa, conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, enca-
minhar. O primeiro registro dessa palavra foi no ano 825 d.C. Os diversos conceitos ligados a ele estão ligados ao latim, ducere, que 
no português significa conduzir. Entre as décadas de 30 e 40 a palavra lead foi adaptada ao português significando líder, liderança, 
liderar. Os primeiros estudos realizados sobre liderança têm a tendência de classificá-la como a capacidade de influenciarem seus 
respectivos liderados em prol de um objetivo comum, assim sendo liderança pode ser definida como o processo de coordenar e in-
fluenciar determinadas tarefas de membros de grupos variados. 
É comum o uso do termo liderança para definir a pessoa que está no comando, ou seja que está a frente de uma equipe e junto a 
ela busca um objetivo único. Enquanto que Mendes, liderança é o processo de condução de pessoas, é a capacidade de influenciar e 
motivar as pessoas lideradas a realização de uma tarefa da melhor maneira possível de acordo com os objetivos do grupo ou da or-
ganização. A liderança é fator capaz de harmonizar a exigência das organizações com a necessidade das equipes. É um processo que 
abrange todos os departamentos da vida, sejam eles familiares, acadêmicos, trabalhistas, sociais e muitos outros mais. A liderança é 
manifestada todas as vezes que é aplicada a influência sobre outras pessoas a fim de se realizar algum objetivo.
Segundo Kotter, em quanto à visão do administrador é focada para o resultado final, a do líder é voltada para o objetivo inicial, 
inspirando as pessoas a traçar seus objetivos. Para Kotter o sucesso dos lideres estão entrelaçados ao sucesso das pessoas ao seu redor, 
havendo uma atuação harmônica entre eles. Segundo Souza e Soares, o exercício da liderança é uma das principais responsabilidades 
do enfermeiro tendo em vista que ser líder e saber administrar são condições absolutamente necessárias para o eficiente desenvol-
vimento do trabalho do profissional de enfermagem. Assim sendo podemos observar a importância da realização de liderança nos 
serviços de enfermagem. Ainda Hunter, afirma que ser líder não é apenas influenciar, mas sim ter a capacidade de servirao próximo. 
O autor acreditar que quando a pessoa se disponibiliza a serviço de um outro alguém, isso causa um impacto profundo, onde a satis-
fação é o retorno.
Didatismo e Conhecimento 4
conehcimentos específicos / enfermeiro
Aplicação da administração em enfermagem
Ao longo dos anos a práxis da enfermagem tem contribuído muito para o desenvolvimento da profissão o que faz com que ela 
necessite do apoio de outras ciências como a administração para a sua expansão. 
Segundo Souza e Soares, a administração participativa no que diz respeito à democratização das tomadas de decisões, estabelece 
uma melhor satisfação e aumento de produtividade no trabalho. A enfermagem busca na administração uma ciência capaz de tornar 
a profissão operacionalmente racional, tendo em vista que administração é defendia como um instrumento de qualquer organização 
e que pode ser aplicada em qualquer área.
Ao longo deste estudo vimos que o administrador tem como função: planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os servi-
ços de uma organização. Assim como o administrador o enfermeiro também exerce essa função no que diz respeito aos serviços de 
enfermagem. É bem verdade que em algumas ocasiões tem sido necessário que o enfermeiro resolva questões que não são de sua 
responsabilidade, fazendo com que ele se sinta sobrecarregado pondo em risco a eficácia de seu trabalho. Visando o acúmulo de res-
ponsabilidades entende-se que é necessário que o enfermeiro/ administrador na resolução de problemas busque não somente soluções 
imediatistas, ou seja, a curto prazo, mas também a médio e longo prazo, através de planejamento e organização evitando assim o 
acúmulo de situações problemáticas e o estresse e sobrecarga enfermeiro prejudicando assim seu desempenho.
Processo Gerencial do enfermeiro
Segundo Weirich, a gerência deve ser entendida atribuição dos dirigentes na perspectiva de construção de um objetivo a fim de 
atender às necessidades da população voltada para integralidade de atendimento. Para Pesut e Herman o processo de enfermeiro ofe-
rece outro sistema teórico de resolução dos problemas e tomada de decisão. Os educadores de enfermagem identificam o processo de 
enfermagem como um modelo eficiente de tomada de decisão. É necessário que o enfermeiro tenha competência para assumir a res-
ponsabilidade de gerenciar, tendo em vista que o gerenciamento de enfermagem corresponder a coordenar os serviços de assistência 
em enfermagem e de tomada de decisões a fim oferecer uma assistência de qualidade. O enfermeiro deve estar sempre aprimorando 
suas competências gerenciais, o que pode ser feito através de cursos, cursos de especialização, educação continuada, dentre outros. 
E um outro elemento importante no processo gerencial do enfermeiro a ser considerado é o que Weirich salienta: uma característica 
importante nas praticas gerenciais é a inclusão das relações humanas, onde viabiliza as práticas para a administração do trabalho 
de pessoas. Um outro aspecto a ser salientado é que não compete ao enfermeiro somente identificar a cultura da organização e sua 
influência no processo de gestão, mas também a compreensão de como é aprendida e disseminada essa cultura pelos seus integrantes, 
possibilitando assim suas ações gerenciais.
Voltando ao objetivo geral deste artigo, a seguir apresenta-se a definição comum de administração como sendo o processo que 
incluí o administrar na esfera do trabalho do enfermeiro:
- Planejamento: planejar se consiste em arquitetar um plano, analisar recursos, criar uma estratégia para realização de um ob-
jetivo.
- Organização: este processo se dá logo após o planejamento e se consiste em colocar cada etapa do planejamento em seu de-
vido lugar, ou seja, juntar as informações e colocá-las de forma ordenadas, delegar funções e atribuir responsabilidade e autoridade 
a pessoas. 
- Liderança: após o planejamento e a organização, é necessário que haja uma influência sobre as pessoas que irão realizar deter-
minadas tarefas, motivando-as a realizarem o trabalho de uma forma eficaz.
- Execução: é o processo de realizar tarefas e consumir recursos cuja sua eficácia depende da forma pela qual a motivação e 
influencia foi exercida através do líder.
- Controle: é onde se realiza o feedback da realização de um objetivo, onde se verifica a mudança de estratégia, ou seja, é a aná-
lise do decorrer e da conclusão de uma determinada tarefa.
Acima foi apresentado de forma breve o conceito dos termos chaves que caracterizam a definição da administração. Por outro 
lado, não deixa de se fazer presente no processo gerencial do enfermeiro. Na enfermagem, planejar e executar atividades são impres-
cindíveis para garantir assistência com qualidade. A função de planejamento costuma figurar como uma das atividades desenvolvidas 
predominantemente pela enfermeira, dada a divisão social e técnica do trabalho. Costuma também, ser associado imediatamente ao 
planejamento da assistência de enfermagem ou ainda, Como uma função das enfermeiras que desenvolvem predominantemente o 
processo de trabalho de gerenciamento do serviço ou da unidade assistencial.
A fase de planejamento do processo administrativo é um elemento essencial que antecede todas as demais funções. Sem plane-
jamento adequado, ocorre fracasso no processo administrativo, considera Marquis. Desse modo, planejar pode ser considerado como 
uma função proativa, necessária a todos os enfermeiros para que as necessidades e os objetivos pessoais e organizacionais possam ser 
alcançados. Ela se inicia se inicia à medida que se determinam os objetivos a serem alcançados, se definem estratégias e políticas de 
ação e se detalham planos para conseguir alcançar os objetivos, se estabelece uma sequência de decisões que incluem a revisão dos 
objetivos propostos alimentando um ciclo de planificação. 
Didatismo e Conhecimento 5
conehcimentos específicos / enfermeiro
Já foi abordado o papel da liderança no trabalho do enfermeiro. A partir do planejamento, se dá a organização, execução do 
trabalho, onde se podem incluir os demais dois elementos: a liderança e o controle. Essas funções coexistem no desempenho do tra-
balho do enfermeiro. Determinar quem faz o que e onde nas organizações, assim como evidencia as relações de autoridade e poder 
existentes entre os componentes organizacionais. A organização é um dos meios de que se utilizam as organizações para atingirem 
eficientemente seus objetivos. E nesse processo o controle essencial, de horas, custos, salários, horas extras, ausência de doença, 
patrimônio, suprimentos, etc. 
A administração se aplica praticamente em todas as esferas da vida humana, tanto pessoal como profissional. Trazendo este corpo 
de conhecimentos para a esfera de saúde, o trabalho do enfermeiro no cumprimento das suas funções focando o objetivo de atingir 
a eficiência e a eficácia no seu processo gerencial, conclui-se que há uma forte correlação dos conceitos apresentados pela adminis-
tração na enfermagem, mas se perceber que esse processo é multidisciplinar e não se dá de forma ordenada como foi apresentado. 
Portanto, ela trata-se de um processo que acontecesse simultaneamente e dependendo de cada circunstância especifica, assim com na 
teoria contingencial, a qual se observa a maior aproximação do processo gerencial do enfermeiro.
Pacto pela Saúde
Determinada pela Constituição e pela Lei Complementar n.º 8.142/1990, a participação popular confere à gestão do SUS realis-
mo, transparência, comprometimento coletivo e efetividade de resultados. Ela está diretamente relacionada ao grau de consciência 
política e de organização da própria sociedade civil.
A construção de consensos formando lideranças. As práticas participativas preservam a autodeterminação das comunidades. Para 
se construir consensos, é preciso saber escutar o outro como legítimo e ter consciência sobre o significado do bem público, do papeldo Estado e da ampla representação do conjunto da sociedade. Por isso mesmo, é importante que haja autonomia nos processos de 
escolha das representações municipais, como forma de se combater a formação de grupos fechados ao debate.
A participação social na saúde é uma das maneiras de se efetivar a democracia, por meio da inclusão de novos sujeitos sociais 
nos processos de gestão do SUS, como participantes ativos em debates, formulações e fiscalização das políticas desenvolvidas pela 
saúde pública brasileira, o que lhes confere legitimidade e transparência. O SUS deve identificar o usuário como membro de uma 
comunidade, com direitos e deveres, e não como recebedor passivo de benefícios do Estado.
A participação da comunidade no SUS acontece, nos municípios, por meio de canais institucionalizados – ou seja, previstos por 
leis ou normas do SUS –, como as Conferências Municipais de Saúde, os Conselhos Municipais de Saúde, os Conselhos Gestores de 
Serviços ou, ainda, por meio de reuniões de grupos, por áreas de afinidade. Mesmo nos órgãos internos do SUS, os processos parti-
cipativos são importantes, como as mesas de negociação trabalhista, a direção colegiada e outras.
É preciso informar e saber escutar as ouvidorias municipais do SUS, as consultas públicas e as pesquisas de opinião de usu-
ários permitem colher as avaliações e as demandas da população sobre a saúde pública local e conhecer a realidade do atendimento 
fornecido pelo SUS. É preciso estabelecer canais de comunicação que levem permanentemente à comunidade esclarecimentos sobre 
as ações e os serviços de saúde – em particular sobre prestações de contas, informações de saúde e relatórios de gestão. Para isso, 
podem ser utilizados não apenas veículos convencionais, como jornais, rádio e tv, mas também meios alternativos, como rádios co-
munitárias ou jornais murais – eficientes e de baixo custo.
Dentre os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), a participação ou controle social na saúde destaca-se como de grande 
importância, pois é a garantia de que a população participará do processo de formulação e controle das políticas de saúde.
Controle social também pode ser definido como a “[...] capacidade que a sociedade civil tem de interferir na gestão pública, 
orientando as ações do Estado e os gastos estatais na direção dos interesses da coletividade [...]”. É “[...] toda ação controladora da 
sociedade sobre o estado, objetivando as políticas de saúde [...]”. Temos ainda, que controle social “é a produção de necessidades da 
vida por seus próprios protagonistas. É acima de tudo partilhar poder. Construção de um processo político pedagógico de conquista 
da cidadania e fortalecimento da sociedade civil”.
Como forma de participação da população na saúde, temos as conferências de saúde e os conselhos de saúde nas três esferas 
de governo: nacional, estadual e municipal. Atuam na elaboração de estratégias e no controle da execução da política de saúde. As 
Conferências de Saúde são realizadas no mínimo a cada quatro anos, por meio de uma Conferência Nacional, Conferências Estaduais 
e Municipais, propiciando oportunidades de discussão e análise da situação geral de saúde da população e estabelecendo orientações 
para o funcionamento dos serviços de saúde do SUS. Já os Conselhos de Saúde são definidos como organismos colegiados de cará-
ter deliberativo e permanente, compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, 
sendo que a representação dos usuários se dá de forma paritária em relação aos demais segmentos.
Também estão presentes em todas as esferas de governo: conselhos municipais, conselhos estaduais e Conselho Nacional de 
Saúde. Além dos conselhos municipais existe uma outra opção de participação direta da sociedade na gestão da saúde local, que são 
os chamados, em alguns municípios, conselhos gestores locais. Estes órgãos funcionam em hospitais, ambulatórios e unidades de 
saúde, tendo composição tripartite: funcionários do SUS, usuários e representantes da administração municipal.
Didatismo e Conhecimento 6
conehcimentos específicos / enfermeiro
Apesar de o SUS ter sido criado há quase duas décadas, a falta de compreensão dos princípios que o norteiam, por parte dos 
usuários e trabalhadores dos serviços de saúde, tem se constituído em entrave à sua implantação efetiva. O trabalhador da saúde se 
constitui em sujeito fundamental para a construção e a viabilização das mudanças nas práticas de saúde, e, como tal, é necessário que 
compreenda os princípios que direcionam o Sistema de Saúde no qual estão inseridos.
Considerar o trabalhador do SUS como participante das políticas públicas em saúde em seus aspectos administrativos, técnicos, 
políticos e sociais; torna-se condição fundamental para a construção e viabilização de reais mudanças institucionalizadas e legitima-
das socialmente. Acredita-se que a mobilização das comunidades em torno da participação “pode se dar de modo natural [...], mas 
pode, também, ser provocada por profissionais comprometidos com a qualidade de vida das pessoas, que incorporem em suas práticas 
a socialização e discussão dos saberes/verdades que permeiam a área da saúde [...]”.
Concorda-se com a afirmação de que a “enfermagem, presente em todos os serviços de saúde tem base prática para conversar 
com a população e dizer ao Estado as necessidades do serviço para uma assistência de qualidade”. E, ainda, que os profissionais 
de enfermagem precisam estar engajados nos movimentos sociais e eventos da saúde em defesa do SUS, que se constitui em única 
alternativa para a grande maioria da população.
Acredita-se que os enfermeiros possam exercer um papel importante na construção e no fortalecimento do controle social, prin-
cipalmente, os que atuam em unidades de atenção básica à saúde, pois estão em contato direto com a população usuária dos serviços 
e possuem, em grande parte, um papel articulador tanto das atividades realizadas, quanto dos diferentes trabalhadores envolvidos no 
processo de produção das ações de saúde. Enquanto realizam suas funções gerenciais, educativas e de cuidados básicos, os enfermei-
ros podem contribuir diretamente na busca do controle social efetivo.
O controle social na saúde ocorre principalmente por meio de representações nos conselhos de saúde, que são órgãos colegiados 
em que participam representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos trabalhadores da saúde e dos gestores do 
sistema. 
As concepções dos enfermeiros sobre controle social na saúde estão ancoradas, principalmente, no exercício da participação 
dos usuários nos conselhos gestores das unidades de saúde. Em relação a estes conselhos, foram destacadas algumas dificuldades 
que prejudicam o seu funcionamento efetivo: a falta de preparo dos profissionais e dos usuários para atuarem e os baixos resultados 
alcançados pelos conselhos junto ao gestor municipal. Neste sentido, processos educativos participativos poderiam ser utilizados 
para capacitação dos diferentes segmentos envolvidos, com vistas a fortalecer o controle social na saúde. E o enfermeiro, capacitado 
e atualizado nesta área, poderia ter um importante papel no desenvolvimento de ações na atenção básica.
Acredita-se que a educação para o controle social na saúde deva estar inserida em uma política de educação permanente que vise 
à formação dos diferentes segmentos: usuários, trabalhadores e gestores para a participação social no SUS. O envolvimento com a 
educação permanente deve ocorrer por parte de vários atores, como: as universidades e instituições com cursos na área da saúde; os 
hospitais de ensino; os estudantes da área da saúde; os trabalhadores de saúde; os conselhos de saúde; entre outros.
Por outro lado, processos educativos já desenvolvidos pelos enfermeiros nas unidades de atenção básica deveriam ser aproveita-
dos também como espaço de reflexão da participaçãosocial na saúde, propiciando uma educação com vistas à cidadania. Os enfer-
meiros, no exercício de suas funções, estão realizando ações que auxiliam a promoção e o fortalecimento do controle social na saúde, 
tais como: orientação aos usuários, convite para participarem das reuniões do conselho gestor local, leitura de sugestões deixadas em 
caixas específicas e divulgação das reuniões do conselho gestor. Essas várias ações mostram que a prática de enfermagem voltada ao 
controle social na atenção básica já é uma realidade, mas precisa ser aprofundada e ampliada. 
Concorda-se que uma política de fortalecimento do controle social deva ter como princípios norteadores, “[...] a motivação para 
que os indivíduos se tornem sujeitos sociais na luta por saúde, e também pela qualificação da participação social tornando-a pró-
-ativa, formuladora, criativa e comunicativa, proporcionando o empoderamento dos conselheiros, no sentido de torná-los portadores 
de desejos e necessidades dos grupos sociais [...]”, para, desta maneira, transformar a atuação dos conselhos de saúde.
Tem-se claro que a implementação dos princípios do SUS é um processo inacabado e, por isso, muitas são as ações a serem rea-
lizadas; mas acreditamos que através das reflexões deste e de outros temas pode auxiliar no processo de transformação da saúde em 
nosso país. Nessa perspectiva, tem-se consciência de que a enfermagem exerce um importante papel, não só nas ações com vistas ao 
controle social, mas na busca de práticas que fortaleçam o SUS de uma forma mais ampla.
O Pacto pela Saúde trata-se de um esforço das três esferas de governo (municípios, estados e União) para, juntamente com o 
Conselho Nacional de Saúde, rediscutir a organização e o funcionamento do SUS. Seu objetivo principal é avançar na implantação 
dos princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabilidades de gestão de cada ente federado. 
Facilmente reconhecemos que o Brasil é o país do futebol, do carnaval, da diversidade cultural, etc. Entretanto, não podemos 
dizer que o Brasil seja reconhecido pelo seu Sistema Único de Saúde – SUS – como mereceria ser. Primeiro, porque os interesses 
neoliberais buscam transformar nosso direito à saúde em mercadoria geradora de lucro. Para isso, há uma ação sistemática de alguns 
grupos para que a política pública não funcione e para que as pessoas tenham planos privados de saúde.
Segundo, porque o SUS ainda é uma proposta muito recente, considerando o longo período em que vivemos sem qualquer polí-
tica pública de saúde universal e de qualidade no Brasil. 
Didatismo e Conhecimento 7
conehcimentos específicos / enfermeiro
Apesar de registrar avanços importantes, a reforma sanitária brasileira – que está intimamente ligada à proposta do SUS, ainda 
enfrenta enormes limitações. Muitas regras estão ultrapassadas e são até contraditórias. Os sujeitos da participação da comunidade 
na saúde, especialmente os conselheiros, atuam em meio a uma burocracia que parece não ter fim e convivem com um sistema de 
normas inaplicável à sua realidade, dificultando assim a implantação do SUS. 
Alia-se a isso a dificuldade enorme que ainda existe para que o SUS funcione integrado como um sistema, embora tenhamos 
exemplos muito positivos de experiências de regionalização e descentralização. Por fim, não poderíamos deixar de fazer referência 
ao limite enorme enfrentado pela participação da comunidade no exercício da fiscalização do SUS. Faltam instrumentos que res-
ponsabilizem os gestores de forma clara, a partir de metas e indicadores para as ações e os serviços da saúde. Tudo isso mostra a 
necessidade de mudanças.
Essa realidade foi detectada há muito tempo e vem sendo discutida pela sociedade, por profissionais e por gestores comprometi-
dos com o SUS. Foi pauta das últimas Conferências de Saúde e dos debates do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde 
(CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) que resultaram em profunda análise do SUS 
no contexto pós-NOBs (Normas Operacionais Básicas).
Esses diferentes debates resultaram na criação de uma nova proposta de pactuação sobre o funcionamento do SUS. Tratou-se, 
primeiramente, de um diálogo entre o Ministério da Saúde, o CONASS e CONASEMS sobre suas respectivas responsabilidades. Em 
seguida, esse diálogo entre as três esferas do governo proporcionou novas orientações quanto ao funcionamento do SUS que foram 
encaminhadas ao Conselho Nacional de Saúde. Estas novas orientações, depois de discutidas e aprovadas pelo CNS, em fevereiro de 
2006, resultaram no que se chamou de Pacto Pela Saúde.
Dimensões do Pacto pela Saúde
É fundamental reafirmar que o Pacto pela Saúde busca preservar os princípios do SUS previstos na Constituição e nas Leis Or-
gânicas da Saúde (Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.142, de 11 de dezembro de 1990). O próprio Pacto prevê estratégias que 
afirmam esses princípios. É a partir deles que se construiu uma pactuação que contempla três dimensões:
- Pacto pela Vida
- Pacto em Defesa do SUS
- Pacto de Gestão do SUS
No início, o debate estava centrado somente na gestão do SUS. Entretanto, as discussões posteriores indicavam a importância 
de se ampliar o processo e a pactuação para uma visão mais integral. Em que pese o Pacto pela Saúde contemplar três dimensões, as 
mesmas não podem ser tratadas separadamente, pois elas se correlacionam.
O Pacto pela Vida tem como foco central estabelecer um conjunto de prioridades a serem assumidas pelos gestores das três 
esferas. As prioridades estão expressas em objetivos, metas e indicadores, que são definidas nacionalmente, mas que permitem que 
os gestores indiquem situações a partir da realidade local. Até 2006, o Pacto pela Vida era constituído por indicadores do Pacto da 
Atenção Básica, da Programação Pactuada e Integrada da Vigilância (PPI-VS), e pelos indicadores do Pacto pela Saúde. A Portaria 
nº 91 GM/MS, de 10 de janeiro de 2007, unificou o processo de pactuação de indicadores por meio de aplicativo eletrônico. Esta 
portaria foi alterada pela Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008, onde se incluíram novas responsabilidades. No ano de 
2009 foi mantida a pactuação de 2008, por meio da Portaria GM/MS nº 48, de 12 de janeiro de 2009.
Essas prioridades buscam enfrentar os principais problemas de saúde que assolam o país, os estados, as regiões e os municípios. 
Por isso, o objetivo do Pacto é eleger prioridades nacionais e incentivar que estados e municípios elejam as suas a partir da realidade 
local e regional. Entretanto, é importante que as prioridades não sejam ações que já estão incluídas no cotidiano do sistema, como por 
exemplo, a vacinação. Elas devem continuar sendo feitas com qualidade, mas não necessariamente precisam constar como priorida-
de, porque já fazem parte da cultura dos gestores, conselheiros e cidadãos.
A importância do Pacto pela Vida é olhar para o contexto da saúde (lugar onde as pessoas moram e suas condições de vida) e 
definir prioridades que incidem progressivamente para a melhoria da situação de saúde dos brasileiros. No entanto, uma vez definidas 
e acordadas, é preciso estabelecer recursos orçamentários para que elas não sejam apenas boas intenções.
Para que essas prioridades expressem a realidade nacional, estadual, regional e municipal, elas devem estar em profunda con-
sonância entre si. Isso não significa, por exemplo, que as metas nacionais sejam uma imposição ao município e/ou ao estado. Um 
dos objetivos do Pacto é exatamente eliminar este formato. Mas o município deve atentar para as prioridades das outras esferas e 
discutir como elas podem responder às suas necessidades. É preciso também definir as suas próprias prioridades, que dizem respeito 
especificamente ao seu território. O documento que deve guiar o estabelecimento dessas metas é o Plano de Saúde. Vale destacar que 
o alcancedas metas e objetivos do Pacto pela Vida está relacionado à implementação do Pacto pela Saúde.
Didatismo e Conhecimento 8
conehcimentos específicos / enfermeiro
O Pacto em Defesa do SUS objetiva discutir o sistema a partir dos seus princípios fundamentais. Repolitizar o debate em torno 
do SUS, para reafirmar seu significado e sua importância para a cidadania brasileira, retomando seus princípios declarados na Cons-
tituição Federal. O SUS é parte do processo democrático do país e tem como primeira finalidade a promoção e efetivação do direito 
à saúde. Embora esse propósito muitas vezes seja desvirtuado por interesses diferentes, é fundamental que a sociedade compreenda 
a importância da política pública para a efetivação dos seus direitos.
As diretrizes operacionais do Pacto em Defesa do SUS recomendam:
- expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa 
dos princípios do Sistema Único de Saúde estabelecidos na Constituição Federal; 
- desenvolver e articular ações no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais gestores que visem qualificar e as-
segurar o Sistema Único de Saúde como política pública.
Para garantir a defesa dos princípios do SUS e assegurá-lo como política pública, foram definidas como fundamentais três frentes 
de ação. O Plano de Saúde é um dos instrumentos imprescindíveis para a qualificação da gestão do SUS, além de ser junto com o 
Relatório de Gestão, uma exigência legal para o recebimento dos recursos da saúde, conforme o artigo 4º da Lei 8142/90.
- Primeiro, implementar um amplo processo de mobilização social para divulgar a saúde como direito de todos e o SUS como a 
política pública que deve responder a esse direito. Deste processo resultou a Carta dos Direitos dos Usuários do SUS, um instrumento 
conhecido e importante para a mobilização e controle social. Neste item específico, caberia um debate sobre a atual necessidade de 
ações e publicações que ampliem a divulgação da saúde como direito de todos e sobre o SUS. Cabe destacar, que a partir de 2009, o 
Conselho Nacional de Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS, instituiu a Caravana em Defesa do 
SUS. O Objetivo é fortalecer o debate da saúde como um direito humano e repolitizar o SUS de acordo com os princípios da reforma 
sanitária. Junto com a Caravana, está em curso a proposta de reconhecimento do SUS como patrimônio imaterial da humanidade.
- A segunda frente de ação é mobilizar a sociedade para que tenhamos mais recursos para a saúde. A perspectiva é que, em curto 
prazo, a Emenda Constitucional nº 29 seja regulamentada e, em longo prazo, que a saúde tenha aumentados seus recursos orçamen-
tários e financeiros O Pacto em Defesa do SUS destaca a intenção de evitar a proposição de políticas de governo. É fundamental 
que tenhamos uma política de financiamento de Estado. Os direitos não podem depender da boa vontade deste ou daquele governo. 
Necessitamos de uma política de financiamento que garanta estabilidade e o progressivo aumento dos recursos destinado à saúde.
- A terceira grande frente, diz respeito à ampliação do diálogo com a sociedade.
O Pacto de Gestão é outra dimensão do Pacto pela Saúde. Suas diretrizes dizem respeito à Regionalização, ao Financiamento, 
ao Planejamento, à Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde (PPI), à Regulação da Atenção à Saúde e da Assistência, à 
Participação e Controle Social, à Gestão do Trabalho e à Educação na Saúde. Seu foco é radicalizar os princípios da regionalização, 
hoje um dos maiores desafios do SUS. O sistema ainda convive, em muitos casos, com uma lógica velha, centralizada, e que não 
permite o pleno e qualificado acesso dos cidadãos às ações e aos serviços de saúde. 
O Pacto de Gestão do SUS definiu melhor as responsabilidades de cada esfera de governo. Essa definição é importante para que 
a política do SUS funcione a partir da gestão participativa. O que vemos hoje é o chamado “empurra-empurra” (descumprimento de 
pactuações) entre os gestores, que aumentam cada vez mais as tensões entre si para ver de quem é a responsabilidade na saúde. E o 
cidadão fica no meio, sem saber ao certo a quem deve recorrer para garantir o seu direito. Com a nova pactuação as responsabilidades 
e o processo de monitoramento e avaliação da gestão do SUS ficaram mais claros.
Outro aspecto que deve ser ressaltado no Pacto de Gestão do SUS é reconhecer que a participação da comunidade tem importân-
cia estrutural na gestão do SUS. Já passou o tempo em que o gestor centralizava todas as decisões sobre a saúde. Para que a partici-
pação da comunidade tenha melhores condições de atuação, o Pacto propõe um conjunto de ações e reconhece o dever dos gestores 
de destinar orçamento, cooperando técnica e financeiramente para sua qualificação.
Essa medida poderá resolver uma das maiores dificuldades atuais dos conselhos que é ter estrutura para realizar seu trabalho. 
Ainda hoje, muitos gestores desrespeitam as deliberações e inviabilizam a atuação dos conselheiros quando não apoiam ações for-
mativas, negam recursos para viagens, não viabilizam sala com telefone para o conselho trabalhar, ou não cedem veículos para ações 
de fiscalização.
No entanto, fica ainda uma crítica sobre o processo de construção do Pacto pela Saúde. Apesar da proposta potencializar a par-
ticipação da comunidade, os gestores envolvidos na sua construção não conseguiram dialogar com os representantes da comunidade. 
Embora o texto final tenha sido aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde, poucos foram os debates públicos que possibilitaram aos 
movimentos, às organizações e aos conselhos do país inteiro colocar em pauta suas ideias, posições e perspectivas sobre um assunto 
tão importante.
Didatismo e Conhecimento 9
conehcimentos específicos / enfermeiro
Temas relevantes do Pacto pela Saúde
O Pacto se constitui a partir de uma unidade de princípios que buscam:
- respeitar as diferenças locais e regionais;
- reforçar a organização das regiões sanitárias (regionalização) instituindo mecanismos (colegiados) de co-gestão e planejamento 
regional;
- qualificar o acesso ao direito humano à saúde;
- redefinir instrumentos de regulação, programação e avaliação; 
- valorizar a cooperação técnica entre os gestores; 
- unificar os diversos pactos existentes; 
- estimular o financiamento tripartite com critérios de equidade nas transferências fundo a fundo e fortalecer o controle social.
O Pacto também é composto por diversos temas. Sem desmerecer a importância de nenhum, vamos priorizar aqueles que, ao 
nosso ver, mais se relacionam com as demandas e lutas dos sujeitos sociais populares pelo direito humano à saúde. São eles: Atenção 
Básica, Regionalização e Financiamento.
Em 30 de março de 2006, o Ministro da Saúde assinou a portaria nº 699/GM que deu sequência ao processo de implantação do 
Pacto pela Saúde. Um dos objetivos desta portaria foi apontar as diretrizes operacionais e os desdobramentos para o processo de 
gestão do SUS. Ela determinou também como seria a transição e o monitoramento destes pactos, dando unidade aos processos de 
definição de indicadores e metas.
A principal definição desta portaria foi o Termo de Compromisso de Gestão - TCG. Trata-se de uma espécie de contrato que os 
gestores assinam. E no caso do Pacto pela Saúde, o TCG vale para os três gestores do SUS. No TCG constam todas as suas respon-
sabilidades no tocante às ações e serviços de saúde. É um contrato porque os gestores devem ser sujeitos do processo de discussão 
das suas responsabilidades com as outras esferas, sem que ninguém defina autoritariamente suas obrigações.
Esse Termo passou a ser o meio pelo qual os gestores fazem sua adesão ao Pacto. Isto significa que a adesão não será automática, 
mas que todos os municípios, estados, o Distrito Federal e a União devem desencadear um processode discussão com os agentes do 
controle social e as outras esferas de gestão, para que se estabeleça a adesão.
A construção do Termo de Compromisso de Gestão
Primeira premissa: Os Termos de Compromisso substituem o processo de habilitação. Os Termos de Compromisso de Gestão, 
tanto de estados, Distrito Federal e dos municípios substituem os antigos processos de habilitação ao SUS. Dissemos também, que 
todos os municípios e estados terão responsabilidades das quais não podem abrir mão em nenhuma hipótese. Isso não significa que 
todos os gestores devam ou consigam dar conta dessas atribuições imediatamente. Entretanto, devem pactuar um cronograma que 
mostre ‘como’ e ‘quando’ estas atribuições serão assumidas. Vale destacar que no caso dos municípios, existem responsabilidades 
que não se aplicam, devido ao porte do município ou mesmo a natureza da responsabilidade.
A partir dessas prerrogativas é que todos os municípios e estados devem construir o seu Termo para que seja possível o acesso 
às ações e serviços de qualidade para todos os cidadãos. De posse do documento final, os conselheiros de saúde, os gestores (sejam 
municípios, estados ou União) e os cidadãos em geral poderão monitorar permanentemente se determinado município está cumprindo 
ou não com os compromissos acordados. Será um documento público que permitirá a fiscalização, o monitoramento e a avaliação da 
gestão do SUS, de forma mais eficiente. 
Para isso acontecer, é importante a participação da comunidade já na construção do Termo. Afinal, caberá ao Conselho de Saúde 
aprovar a proposta. A primeira questão fundamental para o sucesso deste processo é: O Termo não deve ser uma construção indivi-
dual, somente dentro do município, como se ele fosse uma ilha isolada. É claro que cada gestor municipal é responsável para tomar a 
iniciativa de responder por seu território e população. Nenhum gestor deve esperar que outros façam por ele o que é responsabilidade 
sua.
Entretanto, aqui vale o grande princípio da solidariedade presente no SUS. Todo gestor municipal pode solicitar o apoio de ou-
tros gestores municipais, principalmente os que participam dos Colegiados de Gestão Regional e de outras esferas de governo, para 
pôr em prática um processo de negociação e construção do Termo. Até porque não é possível pensar o sistema isoladamente.
Segunda premissa: Termos devem necessariamente estar relacionados com o Plano Municipal de Saúde. O Termo não pode 
diminuir ou substituir o Plano de Saúde. Ao contrário, espera-se que o Termo, o Plano de Saúde e o Relatório de Gestão tenham 
coerência entre si e se efetivem como instrumentos de planejamento do SUS. Neste sentido, o Plano de Saúde é um meio para que o 
conteúdo do Termo de Compromisso de Gestão seja realizado. A construção do Termo requer um plano de ação que, compatibilizado 
com a programação anual de gestão, identifique os problemas e apresente soluções de curto, médio e longo prazos. Assim, estaremos 
contribuindo para evitar os famosos “planos de gaveta”, que são bem elaborados por alguns técnicos, mas depois desconsiderados 
no cotidiano do fazer saúde.
Didatismo e Conhecimento 10
conehcimentos específicos / enfermeiro
Terceira premissa: Nada pode ser construído sem a participação e a aprovação do Conselho Municipal de Saúde. Gestor que não 
discute e submete sua política ao Conselho ainda não compreendeu a concepção de Estado com ampla participação que a sociedade 
mundial e brasileira vem construindo nos últimos tempos. Construir a política de Saúde junto com o Conselho não significa garan-
tir apenas o espaço formal de participação, em que os conselheiros são convocados, muitas vezes de última hora, e sua atuação se 
restringe a levantar o crachá, mesmo sem entender o que estão votando. Ao contrário, significa criar as condições para que os con-
selheiros e cidadãos possam efetivamente participar e discutir. Neste sentido, cabe um grande desafio à participação da comunidade 
que é conhecer os eixos que compõem a estrutura do Termo e seu fluxograma de aprovação, para poder contribuir no debate e ter 
condições de votá-lo conscientemente.
Quarta premissa: A adesão ao Pacto pela Saúde é o início e não o fim do processo. A adesão ao Pacto pela Saúde é o início do 
processo para o Poder Executivo responder com qualidade às necessidades de saúde da população. Cumprir com as responsabilidades 
sanitárias de forma satisfatória e com qualidade significa, entre outras medidas, manter um diálogo permanente entre gestores e os 
Conselhos de Saúde. Significa enxergar o Pacto como um todo, compreendendo que a unificação de indicadores representa um acor-
do de metas para melhoria da qualidade da saúde da população, e que acaba por refletir-se também no Pacto de Gestão. Além disto, 
o Pacto em Defesa do SUS garante a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo. Outro aspecto importante diz respeito à 
utilização do processo que envolve o Pacto para a qualificação das ações da equipe de saúde, respeitando o diálogo com os conselhos 
de saúde e os movimentos populares.
Eixos para a construção do Termo de Compromisso Municipal
O Termo prevê que os gestores municipais tenham responsabilidades sanitárias claras e que as pactuem nas negociações corres-
pondentes. Essas responsabilidades obedecem basicamente a sete eixos:
- Responsabilidades Gerais da Gestão do SUS;
- Regionalização; 
- Planejamento e Programação;
- Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria;
- Gestão do Trabalho;
- Educação na Saúde; 
- Participação e Controle Social. 
Cada um destes eixos é detalhado em diferentes ações e o Termo deve informar se as ações são realizadas com qualidade (satisfa-
toriamente) ou não, qual o prazo para que venha a se realizar, ou se esta ação não se aplica ao contexto em questão. A não aplicação, 
como destacado anteriormente, é aceita somente nos casos em que a complexidade do sistema local de saúde não permite a realização 
de uma responsabilidade, ou em uma situação previamente pactuada. Entretanto, na maioria das ações, essa opção não existe, pois, 
de forma geral, o município é obrigado a realizá-las. Se não fizer imediatamente, então deverá fazê-lo num período que ele mesmo 
irá propor, informando no Termo. 
Pacto pela Saúde: uma possibilidade
Com a construção e a implementação do SUS, vive-se no Brasil uma façanha histórica na área da saúde. Ao mesmo tempo em 
que muitos países seguem o caminho da privatização e do sucateamento dos sistemas públicos de saúde, o Brasil resiste e mostra que 
é possível construir um sistema universal, integral e equitativo. Sabemos dos obstáculos que enfrentamos, desde a redemocratização, 
para que a saúde fosse um direito de todos e dever do Estado. No entanto, permanece o desafio da constante efetivação ou concretiza-
ção desse direito. É isso que justifica a luta permanente da sociedade pelo direito humano à saúde. A efetivação do Pacto pela Saúde 
representa mais um grande esforço nesta direção.
É a partir dessa perspectiva que o Pacto pela Saúde deve ser analisado. Ele é um acordo que pretende garantir avanços no SUS. 
Entretanto, a simples pactuação, transformada posteriormente em portarias, não garante que as mudanças efetivamente ocorram. Isso 
significa que o Pacto configura uma possibilidade de organizar, corrigir e qualificar um conjunto de questões que ainda impedem o 
funcionamento pleno do SUS, e de permitir o avanço na efetivação do direito humano à saúde. Mas é preciso estar atento para o risco 
de não se desenvolver uma pactuação burocrática/formal, pouco efetiva e não contributiva com o processo de reforma sanitária pela 
qual tanto lutamos no Brasil.
O que pode efetivamente garantir que essas mudanças ocorram será a organização e mobilização da comunidade para compro-
meter os profissionais e principalmente os gestores, que deverão implantar estratégias e realizar ações diversas no sentido de garantir 
os propósitos doPacto pela Saúde.
Didatismo e Conhecimento 11
conehcimentos específicos / enfermeiro
O Pacto, por si só não passa de uma possibilidade que, por mais importante que seja para este momento, só será efetivada da 
forma como queremos, se criarmos as condições para tal. Se isso é verdade, é importante fazermos um conjunto de esforços para 
multiplicarmos os debates sobre o novo Pacto, a fim de construirmos as condições de participação e pressão social.
Central de Material e Esterilização
No cenário hospitalar, a Central de Material e Esterilização é a unidade encarregada de expurgar, preparar, esterilizar, guardar e 
distribuir materiais estéreis ou desinfetados para todos os setores do hospital que prestam cuidados aos pacientes. Neste contexto, é 
o setor responsável diuturnamente por atividades fundamentais no controle de qualidade do processo de esterilização e no controle 
das infecções hospitalares. 
Na estrutura hospitalar brasileira, até a década de 40, não existia central de material e esterilização; todos os processos de preparo, 
esterilização e armazenamento de materiais eram feitos no centro cirúrgico. A partir dos anos 50, com o surgimento de novos métodos 
de limpeza e esterilização de materiais e o advento de instrumentais especializados para cirurgias mais complexas é que começaram 
a destinar uma área própria para o preparo de materiais. Porém, só no início dos anos 70 é que alguns hospitais, especialmente os 
grandes e os universitários, iniciaram a implantação de setores destinados às atividades de limpeza autônomas e independentes do 
centro cirúrgico. Surgiu então a Central de Material e Esterilização, chefiada por um enfermeiro, composta por áreas: de recepção, 
expurgo, preparo, esterilização e guarda (armazenamento e distribuição de materiais).
O desenvolvimento tecnológico ocorrido nas últimas décadas na área de saúde, impulsionou as atividades desenvolvidas nas 
CMEs de forma vertiginosa, colocando-a como um setor de vital importância no ambiente hospitalar, dada a magnitude do trabalho 
ali desenvolvido. Neste manual os principais métodos de limpeza, desinfecção, esterilização e validação do processo de esterilização 
desenvolvidos nas CMEs são abordados de forma clara e objetiva para que todos possam realizá-los, oferecendo aos seus clientes 
materiais seguros que contribuam para a qualidade da assistência prestada.
Classificação de Artigos Hospitalares
Críticos: São artigos que estão envolvidos em alto risco de aquisição de infecção se estiverem contaminados com quaisquer 
microorganismos, incluindo os esporos bacterianos. Estes objetos penetram tecidos estéreis ou sistema vascular e devem ser esterili-
zados para uso. Ex: instrumentos cirúrgicos, cateteres urinário e cardíaco, implantes, agulhas e etc.
Semi-Críticos: São artigos que entram em contato com membranas mucosas íntegras ou pele não íntegra . Devem estar livres 
de todos os microorganismos na forma vegetativa, mas, podem conter alguns esporos. Membranas mucosas intactas geralmente são 
resistentes aos esporos bacterianos mais comuns; porém, são suscetíveis a infecções por microbactérias e alguns vírus. Estes artigos 
requerem desinfecção de alto nível. Ex: equipamentos respiratórios e de anestesia, endoscópios digestivo e etc.
Não-Críticos: São artigos que entram em contato com pele íntegra, mas não com mucosas. A pele íntegra é uma barreira efetiva 
a muitos microorganismos. Há baixíssimo risco de se transmitir agentes infecciosos para pacientes através dos artigos não críticos. 
Entretanto, eles podem servir de fonte de contaminação das mãos dos profissionais ou dos fômites em geral que por sua vez poderão 
carrear microorganismos quando entrarem em contato com outro paciente. Os artigos não críticos dependendo da sua particularidade 
ou grande contaminação poderão ser lavados com água e sabão, ou receber desinfecção de nível intermediário ou baixo. Ex: coma-
dres, aparelhos de pressão, móveis do paciente e etc.
Etapas do preparo de Material para Esterilização
Seleção: É a separação dos materiais odonto-médico-hospitalares, por tipo, para que sejam limpos adequadamente sem sofrer 
danos. Ex. Instrumentais, endoscópios, borrachas, vidros, etc.
Limpeza: É o processo de remoção de sujidades realizado pela aplicação de energia mecânica (fricção), química (soluções de-
tergentes, desincrostantes ou enzimática) ou térmica. A utilização associada de todas estas formas de energia aumentam a eficiência 
da limpeza. A matéria orgânica presente (óleo, gordura, sangue, pus e outras secreções) envolve os microrganismos, protegendo-os 
da ação do agente esterilizante. Por essa razão, a limpeza constitui núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com 
os artigos e áreas hospitalares, além de ser o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização. A limpeza 
dos artigos deve ser feita de maneira escrupulosa e meticulosa procurando-se escolher para cada tipo de material a melhor maneira 
de executar esta tarefa.
Didatismo e Conhecimento 12
conehcimentos específicos / enfermeiro
Quanto aos produtos de limpeza, merece destaque o seguinte grupo: 
Detergentes: São produtos que contém tensoativos em sua formulação, com a finalidade de limpar através de redução da tensão 
superficial, umectação, dispersão, suspensão e emulsificação da sujeira.
Detergente Enzimático: À base de enzimas e surfactantes, não-iônico, com pH neutro, destinado a dissolver e digerir sangue, 
restos mucosos, fezes, vômito e outros restos orgânicos de instrumental cirúrgico, endoscópios e artigos em geral. As enzimas que 
promovem a quebra da matéria orgânica são basicamente de três tipos:
1- Proteases: decompõem as proteínas
2- Amilases: decompõem os carbohidratos
3- Lipases: decompõem as gorduras
Observações:
- Diluir o produto conforme orientações do fabricante;
- Produtos abrasivos: Lã de aço e similares não são recomendados, principalmente para metais, pois tornam suas superfícies 
progressivamente ásperas e proporcionam abrigo para a proliferação de microrganismos;
- Sabões: Os comuns, são combinações de substâncias fortes e gordurosas. Têm pouco valor para a limpeza de materiais odonto-
-médico-hospitalares, quando comparados aos modernos detergentes.
Alternativas de Limpeza
Manual: Por fricção com escova macia e/ou esponja, atentando para ranhuras, articulações, concavidades e lumens do material. 
Ex: Instrumentais, circuito respiratório, etc. 
O artigo deve ser imerso, por completo, em água com detergente enzimático ou sabão neutro líquido, friccionado, enxaguado em 
água corrente abundante e seco.
Por equipamentos
- Lavadoras Ultra-sônicas: emitem vibrações ultra-sônicas na água aquecida para remover a sujidade das superfícies externa e 
interna dos instrumentais com ajuda de soluções químicas;
- Lavadoras esterilizadoras (a 121ºC e alta pressão): de acordo com o nome, existem dois ciclos: um de lavagem (não remove 
toda a matéria orgânica dos instrumentas), e outro de esterilização (devido a alta temperatura a matéria orgânica não removida na 
lavagem adere-se aos instrumentais dificultando a remoção na limpeza manual), necessitando de lavagem manual posterior;
- Lavadora descontaminadora (descontaminadora térmica, desinfectora e sanitizadora): essa máquina emite numerosos jatos de 
água, através de espargidores, que são estrategicamente dispostos para remover a sujidade, proporcionando excelente limpeza, sem 
danificar os instrumentais. O ciclo inicia um banho de água fria (reduz a impregnação de matéria orgânica), e depois, água quente 
(até 85ºC), com detergente, seguido de enxágue múltiplos.
Observações:
- Após a limpeza, deve ser feita revisão de todo material, com cuidado especial para ranhaduras e lumens, para detecção de su-
jidade;
- A escolha da alternativa de limpeza deve levar em conta a realidade de cada unidade e a natureza do artigo a ser processado;- O uso dos EPIs pelo servidor, é obrigatório nesta fase.
Secagem: Tem por objetivo evitar que a umidade interfira nos processos químicos e/ou físicos de desinfecção e/ou esterilização 
dos materiais. Deve ser feita rigorosamente utilizando-se:
- Pano limpo e seco;
- Secadoras de ar quente;
- Ar comprimido.
Observações: A secagem deve ser criteriosa porque havendo água nos artigos pode ocorrer:
- Alteração da concentração em que as soluções químicas agem adequadamente;
- Interferência no ciclo de secagem na autoclave porque esse processo tem umidade relativa definida;
- Aumento do tempo necessário para esterilização em estufa, por ampliar o tempo de aquecimento inicial.
Revisão: Feita durante o preparo das bandejas, consiste na verificação da integridade das funções e presença de sujidade no ma-
terial. Confere-se: ranhuras, cremalheiras, corte, etc.
Didatismo e Conhecimento 13
conehcimentos específicos / enfermeiro
Preparo: É a montagem das bandejas e pacotes; Deve ser feito em área limpa e organizada; O setor deve ter livro (ou pasta) com 
as listas dos materiais e orientações para o preparo.
Observações:
- Os campos e/ou embalagens devem estar íntegros;
- Observar a presença de pelos, lanugem, sujidade, etc, nos campos a serem usados;
- Os profissionais devem usar gorro, cobrindo totalmente os cabelos para evitar queda nas mesas, bancadas e materiais.
Empacotamento: Deve ser adequado ao processo de esterilização, de maneira a garantir a esterilidade do material. Devemos 
observar:
Na seleção da embalagem:
- Permeabilidade ao agente esterilizante;
- Impermeabilidade a partículas microscópicas;
- Resistência às condições físicas do processo de esterilização;
- Adequação ao material a ser esterilizado;
- Flexibilidade e resistência à tração durante o manuseio;
- Se proporciona selagem adequada;
- Ausência de resíduos tóxicos (corantes e alvejantes) e nutrientes microbianos (amido).
No empacotamento:
- Tamanho do pacote deve ser, no máximo 25x25x40cm;
- Peso máximo de 5 Kg;
- Embalagem adequada ao volume do material.
Na montagem dos pacotes:
- Não deixá-los muito apertados, para que o agente esterilizante possa penetrar facilmente nem muito folgados para que não se 
desfaçam, permitindo contaminação durante o manuseio.
Tipos de embalagens:
Campo duplo de algodão cru
- permeável ao vapor;
- 140 fios/polegada = 56 fios/cm2 = 200g/m2;
- lavado recentemente.
Papel grau cirúrgico: É um laminado com duas faces de papel ( uso industrial ) ou uma face de papel e outra com filme trans-
parente.
• Permeável ao vapor e óxido de etileno;
• Resistente a temperaturas de até 160º C;
• Impermeável a microorganismos, oferecendo segurança ao material esterilizado;
• Validade de esterilização de acordo com as condições de estocagem e integridade da embalagem;
• Não pode ser reaproveitado porque torna-se impermeável ao agente esterilizante após uma esterilização;
• O ar deve ser removido ao máximo da embalagem para evitar ruptura dos pacotes por expansão do mesmo.
Papel crepado
- Atóxico, biodegradável;
- Composto de celulose tratada, resiste até 150º C por 1 hora;
- Permeável ao vapor e óxido de etileno;
- É flexível mas menos resistente à tração que o tecido e não tecido;
- Funciona como barreira microbiana efetiva;
- Guarda memória das dobras.
Didatismo e Conhecimento 14
conehcimentos específicos / enfermeiro
Papel Kraft
Observação:
- O papel Kraft vem caindo em desuso devido à fragilidade e vulnerabilidade como barreira microbiana após a esterilização. 
Além da presença do amido, corante e outros produtos tóxicos que podem se depositar sobre os artigos.
Não tecido
- Sintético, resultado da união de três camadas de não tecido, 100% polipropileno;
- Barreira microbiana;
- Maleável, facilitando a confecção dos pacotes;
- Resistente às condições físicas do processo de esterilização;
- Atóxico e livre de furos;
- Permeável ao vapor, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio;
- Não guarda memória nas dobras.
Tyvec
- Compatível com óxido de etileno, vapor, radiação gama e plasma de peróxido de hidrogênio;
- Alta resistência à tração e perfuração;
- Excelente barreira microbiana;
- O uso em larga escala é limitado pelo alto custo.
Caixas metálicas
- Podem ser usadas por vapor, se as mesmas forem perfuradas e recobertas por embalagens permeáveis ao vapor.
Containers
- Apresentam perfurações na tampa e fundo, onde são colocados filtros permeáveis ao vapor e impermeáveis a microorganismos.
Identificação: Todo o material a ser esterilizado deve ser identificado na própria fita (ou etiqueta) adesiva com os seguintes 
dados:
- Identificação do material (bandeja de parto, etc);
- data e lote;
- setor de origem;
- assinatura legível do servidor que preparou.
Procedimentos Gerais adotados em setores e CME
Instrumentais Cirúrgicos
Procedimento de pré lavagem
- Uso obrigatório de EPI completo (máscara, óculos protetores, gorro, avental plástico, propés/botas, luvas de borracha de cano 
longo);
- Receber e conferir material sujo das unidades, na própria bandeja, sem descartáveis e pérfuro-cortantes;
- Selecionar os delicados, pontiagudos, de anestesia, materiais elétricos, etc;
- Abrir os instrumentais, com exceção das pinças pontiagudas (Backaus, Pozzi), para reduzir risco ocupacional;
- Materiais leves devem ficar sobre os pesados a fim de evitar danos (os delicados lavar manualmente);
- Se a CME dispuser de máquinas, o material continuará a ser processado nelas.
Caso contrário, obedecer as etapas seguintes:
- Fazer enxágue prévio dos instrumentais com jato de água fria (para remoção de restos de sangue e matéria orgânica);
- Colocar os instrumentais imersos em sabão neutro líquido ou detergente enzimático, tendo o cuidado de abrir as pinças, exceto 
os pontiagudas (evitar acidente com o servidor). Obs: não utilizar detergente de uso doméstico; ao longo do tempo danifica os ins-
trumentais;
- Deixar agir na solução de acordo com as orientações do fabricante;
- Retirar desta solução e lavar friccionando com escova, observando ranhuras, articulações, cavidades e concavidades. Lavar os 
delicados separadamente;
- Enxaguar em água corrente abundantemente, secar e encaminhar para preparo.
Didatismo e Conhecimento 15
conehcimentos específicos / enfermeiro
OBS:
- Os instrumentais com peças removíveis devem ser desmontados para facilitar a limpeza em todos os pontos críticos;
- Caneta de bisturi deve ser encaminhada envolvida em compressa, não misturada com os demais instrumentais;
- Os instrumentais com grande carga de sujidade, (sangue, pus e fezes), encaminhar à CME acondicionados em dois sacos plás-
ticos identificados;
- Os instrumentais com grande carga de sujidade (pus, fezes etc.) deverão ser colocados de preferência na lavadora – esteriliza-
dora evitando qualquer contato destes resíduos com pia, bancadas e mesas, para reduzir riscos ocupacionais.
Procedimento de secagem e revisão dos instrumentais cirúrgicos
- Secagem minuciosa com compressas limpas e/ou ar comprimido;
- Fazer revisão observando integridade das funções de cada instrumental e presença de sujidade;
- Lubrificação das articulações quando necessário;
- Encaminhar os materiais para a área de preparo.
Área de preparo dos instrumentais cirúrgicos
- Separar por tipo: pinças, tesouras, afastadores, etc, inspecionando os materiais;
- Solicitar à enfermeira a substituição de materiais danificados ou quebrados, quando necessário;
- Montar bandejas conforme relação de instrumentais padronizada;
- Acondicionar em bandejas, caixas perfuradas ou pacotes, tendo o cuidado de colocar os materiais leves sobre os pesados a fim 
de evitar danos;
- Juntar e amarrar frouxamente peças delicadas como: ganchos, espátulas, etc, para evitar que caiam ao abrir a bandeja em sala 
de cirurgia;
- Proteger os instrumentos pontiagudos para evitar danos aos materiaise acidente de trabalho. Para tanto pode-se usar envelope 
aberto de papel cirúrgico ou compressa de gaze 7,5 x 7,5 cm.
Empacotamento
Instrumentais cirúrgicos, embalar na seguinte sequência:
- Abrir campo duplo de algodão cru;
- Sobrepor campo de cretone simples;
- Colocar o instrumental;
- Fechar segundo técnica de envelope.
Obs: os pacotes também podem ser feitos em papel grau cirúrgico com termoselagem.
Instrumental acondicionado em bandejas e caixas perfuradas, na seguinte sequência:
- Abrir campo duplo de algodão cru;
- Sobrepor campo simples de cretone;
- Colocar a bandeja, forrando-a com campo simples de cretone;
- Colocar os instrumentais conforme relação padronizada sobrepondo os materiais leves sobre os pesados;
- Fechar segundo a técnica de envelope.
Identificação
- Usar preferencialmente fita teste para autoclave;
- Colocar nome do material, especialidade, setor de origem, data e assinatura;
- Encaminhar para esterilização.
OBS: Para o fechamento com fita branca, com adesivo acrílico, faz-se necessário o uso de no mínimo 5 cm ( 3 listras ) de fita 
teste para autoclave.
Tubos para aspiração e oxigenação (látex e silicone)
- Após uso, passar em jato de água corrente imediatamente, para retirar excesso de matéria orgânica;
- Imergir em solução de sabão neutro de 20 a 30 minutos;
- Levar para pia, friccionando toda extensão da borracha para retirada total da sujidade;
- Enxaguar em água corrente;
- Colocar para escorrer o excesso de água em suporte;
Didatismo e Conhecimento 16
conehcimentos específicos / enfermeiro
- Encaminhar para preparo, após inspeção visual;
- Todo tubo usado em procedimento de grande sujidade (pus, fezes, etc) deve ser desprezado no local do procedimento;
- Os tubos novos devem ser lavados antes do preparo;
- Separar por tamanho (máximo 1,50m), enrolar em círculo frouxo, colocar conexão quando for para o centro cirúrgico;
- Envolver em campo de cretone e campo duplo de algodão cru;
- Fixar e identificar;
- Encaminhar para esterilização.
Obs: As borrachas deverão ser preparadas ainda úmidas internamente, para facilitar a penetração de vapor no lúmem.
Vidrarias
Vidros de aspiração
- Receber sem secreção;
- Colocar solução limpadora dentro do vidro e proceder de acordo com as recomendações do fabricante;
- Lavar com água corrente, sabão neutro líquido e escova própria;
- Escorrer em local próprio ( dispensador );
- Devolver ao setor de origem.
Seringas de vidro
- Colocar em recipiente adequado com sabão neutro líquido e água quente, corpo e êmbolo separadamente;
- Lavar com escova própria;
- Colocar para escorrer e secar;
- Separar corpo e êmbolo por tamanho;
- Testar o êmbolo e observar se o bico está íntegro;
- Enrolar com gaze aberta, corpo e embolo conforme rotina;
-• Fixar, identificar e assinar.
Obs: As seringas de vidro são usadas atualmente para confecção de bandejas de bloqueio anestésico e punção lombar.
Vidros para biópsia
- Lavar com água corrente e sabão neutro líquido e escova própria;
- Enxaguar com água corrente e escorrer em local próprio;
- Empacotar individualmente tampa e vidro em papel grau cirúrgico ou embalagem descartável, observando para que a tampa 
não entre em contato direto com o vidro;
- Fixar, identificar, datar e assinar;
- Encaminhar para esterilização.
Bacias, comadres e papagaios
- A limpeza, desinfecção e secagem devem ser feitas no setor de origem;
- Em caso de lesão de pele do paciente que entra em contato direto com bacia, comadre ou papagaio, após limpeza, empacotar, 
identificar e encaminhar a CME para esterilização.
Limpeza no setor:
- Desprezar as secreções na própria enfermaria;
- Levar ao expurgo colocar solução enzimática, caso não tenha, lavar com água e sabão neutro líquido, utilizando escova para 
friccionar;
- Enxaguar em água corrente abundante;
- Colocar para escorrer em local próprio;
- Secar com pano limpo e seco;
- Friccionar com pano umedecido em álcool etílico a 70%;
- Guardar em local adequado.
Obs: Dispondo de lavadora com rack próprio, colocar os materiais diretamente na máquina; conforme orientação do fabricante.
Didatismo e Conhecimento 17
conehcimentos específicos / enfermeiro
Equipamento elétrico
Caneta de bisturi elétrico
- Desconectar o eletrodo da caneta e lavar separadamente com água e sabão neutro líquido;
- Passar compressa com sabão neutro líquido em toda extensão do fio;
- Passar compressa úmida com água para retirar o sabão;
- Secar com compressa limpa;
- Readaptar o eletrodo na caneta;
- Encaminhar para área de preparo;
- Enrolar o fio em forma circular de maneira folgada ( sem amarrar );
- Envolver a caneta de bisturi e colocar em papel grau cirúrgico ou campo de algodão, selar ou fixar, identificar, datar e assinar;
- Encaminhar para esterilização em autoclave.
Perfurador elétrico
- Passar compressa úmida, com sabão neutro líquido em todo aparelho externamente, inclusive o fio;
- Abrir o mandril e limpar rigorosamente com gaze, haste flexível ou escova embebida em sabão neutro líquido, em seguida 
retirar o sabão com gaze umedecida em água;
- Secar com ar comprimido;
- Embalar individualmente e encaminhar para esterilização em ciclo de materiais termossensíveis.
Retossigmoidoscópio
Peças metálicas:
- Paramentar-se usando EPIs;
- Passar água corrente para retirar o excesso de sujidade;
- Colocar em detergente enzimático (conforme orientação do fabricante);
- Enxaguar abundantemente;
- Fazer revisão das peças para detectar sujidades;
- Acondicionar em campos de cretone simples e campo de algodão cru e/ou bandejas;
- Fixar, identificar, datar e assinar;
- Encaminhar para esterilização em autoclave.
Óticas:
- Lavar manual e delicadamente evitando impactos, não enrolar para não danificar;
- Usar água e sabão neutro líquido ou detergente enzimático;
- Enxaguar bem em água corrente;
- Secar com compressa limpa;
- Enrolar em forma de círculo grande para não danificar internamente;
- Encaminhar para preparo;
- Colocar as óticas em solução esterilizante ( conforme orientação do fabricante);
- Enxaguar em água corrente;
- Colocar sobre um campo duplo;
- Secar com compressa limpa;
- Acondicionar em campo estéril para uso imediato.
Desinfecção
Conceito: É o processo físico (raios ultravioleta, pasteurização) ou químico (solução germicida) que elimina muitos ou todos os 
microorganismos na forma vegetativa em objetos inanimados com exceção de esporos bacterianos.
Níveis de desinfecção:
De alto nível
Ocorre quando a ação dos desinfectantes é eficaz sobre todos as bactérias nas formas vegetativas, microbactérias, fungos, vírus 
e alguns dos esporos bacterianos.
Didatismo e Conhecimento 18
conehcimentos específicos / enfermeiro
De nível intermediário
Ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz contra micobactérias, bactérias na forma vegetativa, maioria dos fungos, maio-
rias dos vírus, mas não é eficaz contra esporos bacterianos.
Baixo nível
Ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz contra a maioria dos fungos, alguns vírus, mas não é eficaz contra microorganis-
mos resistentes como a micobactéria ou contra esporos bacterianos.
Processos
Físicos
Lavadoras termo-desinfectoras: são usadas para descontaminar e desinfetar artigos. Emitem numerosos jatos de água através de 
espargidores dispostos estrategicamente para prover uma excelente limpeza sem danificar os instrumentos. A limpeza é realizada com 
água fria e depois água quente e detergente. A etapa da água fria é importante para reduzir a impregnação da matéria orgânica nos 
instrumentos. A temperatura da água na etapa subsequente é em torno de 90º C, indicadas para a desinfecção de itens de baixo risco 
de aquisição de infecção como comadres, papagaios, cubas e frascos coletores de secreção. Não devem ser utilizadas para limpar 
equipamentos de fibra óptica por causa da natureza delicada das fibras.
Pasteurização:

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