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Aula 4 _ Adaptacao as Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil

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Contabilidade Internacional
Adaptação das normas internacionais no Brasil
Aula 4 _ 13 05 2019
Base Fiscal ou Contábil?
A Contabilidade sempre foi muito influenciada pelos limites e critérios fiscais, particularmente os da legislação de Imposto de Renda. 
Fato limitante da adequação das práticas contábeis adequadas. 
Considerando que a Contabilidade era feita pela maioria das empresas com base nos preceitos e formas de legislação fiscal, os quais nem sempre se baseavam em critérios contábeis corretos.
Adaptação a nova realidade
é importante ressaltar que o Brasil, por causa da qualidade da Lei das S.A. de 1976 e do esforço da CVM, foi o país não saxônico que menos sofreu com a passagem às Normas do IASB.
 Países mais evoluídos economicamente, como os da Europa Continental (França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e tantos outros), sofreram muito mais porque tinham Contabilidade mais defasada do que a nossa.
A contabilização efetiva e oficial ficaria inteiramente desvinculada da legislação do Imposto de Renda.
Essa disposição foi incluída na Lei das Sociedades por Ações com o objetivo de permitir a elaboração de demonstrações contábeis corretas, sem prejuízo da elaboração de declaração do Imposto de Renda, usufruindo-se de todos os seus benefícios e incentivos e, ao mesmo tempo, respeitando-se todos os seus limites. 
Criação do RTT 
Considerando a prevalência da Essência sobre a forma. 
Criou-se o Regime Tributário de Transição (RTT) foi uma inestimável contribuição no sentido de que se pudesse caminhar rumo à convergência internacional de contabilidade nos balanços individuais sem que os aspectos tributários sejam descumpridos. 
Essência Sobre a forma 
Essa solução foi preconizada pelo art. 177, da lei das SA ainda em 1976 que determina que a escrituração deve ser feita seguindo-se os preceitos da Lei das Sociedades por Ações e os “princípios de contabilidade geralmente aceitos”. 
Em 2009 a lei 6.404 foi complementada pelo parágrafo segundo como segue: 
§ 2o  A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Para Atender as Legislação Fiscal e Contábil devem ser adotados registros auxiliares à parte. 
Adaptação do Fisco 
A Lei no 11.941/09, corroborando a de no 11.638/07, criou o RTT – Regime Tributário de Transição, fazendo que, para efeitos fiscais, prevalecessem as normas contábeis vigentes em 31/12/07, ou seja, as novas normas contábeis não surtiram quaisquer efeitos tributários durante um bom período. 
Em 2014, foi criada a Lei 12.973, que normatizou fiscalmente as novas normas contábeis até então emitidas, dando efeitos fiscais a algumas, e definitivamente mantendo ou dando outros critérios fiscais para outras normas. 
É importante deixar claro que a Lei no 12.973, novamente, determina que a neutralidade fiscal continuasse, ou seja, que nenhuma nova norma contábil tivesse qualquer efeito fiscal sem que nova Lei se alterasse. 
Receita Federal 
Em Março de 2017 a Receita Federal emitiu a INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1700.
Alterada em Abril de 2019 pela Instrução Normativa 1881. 
 A principio percebeu - se uma resistência da Receita Federal e outros órgãos, que de uma certa forma dificultou a efetiva aplicação do que estava determinado na Lei das S.A.,.
 Mas, a partir de 2014, estudiosos da contabilidade identificaram um esforço positivo do Executivo e do Legislativo evidenciado pelas modificações introduzidas que estão conduzindo à efetiva independência da Contabilidade como instrumento informativo para fins principalmente dos usuários externos.
Adaptação das Normas no Brasil
No Brasil, nossa Constituição impede que órgãos governamentais deleguem funções a outras instituições, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis por exemplo é um órgão independente, portanto não tem poder de normatizar. 
Em outros países como a Inglaterra e os EUA por exemplo, esta prática é permitida, por essa razão os comunicados e orientações emitidas pelo IASB e pelo FASB por exemplo tem força de lei. 
Adaptação das Normas no Brasil
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) : 
discute com as entidades envolvidas sobre um pronunciamento.
Disponibiliza a informação ao publico, através da audiência publica sobre o tema.
Emite o parecer. 
Posteriormente, o órgão público (CVM, BACEN, SUSEP etc.) ou mesmo privado (CFC etc.) emite sua própria resolução, acatando e determinando o seguimento desse Pronunciamento do CPC. 
Assim fica o Pronunciamento transformado em “norma” a ser seguida pelos que estiverem subordinados a tais órgãos. 
Com isso, a CVM, por exemplo, emite sua Deliberação aprovando o Pronunciamento do CPC; o próprio CFC emite sua Resolução fazendo o mesmo, idem com o BACEN, a SUSEP etc.
Contabilidade: novas práticas - Leis 11.638/2007 e 11.941/2009
Principais Alterações 
Salienta-se a da Primazia da Essência Sobre a Forma.
A obediência a esse princípio ou característica é fundamental para a qualidade das informações contábeis e a melhor representação econômica possível da posição financeira e do desempenho de qualquer entidade. 
As principais alterações promovidas pela legislação que trouxeram impacto nos procedimentos e práticas contábeis, podem ser assim resumidas:
a) Classificação do Ativo e do Passivo em "Circulante" e "Não Circulante";
b) Extinção do grupo Ativo Permanente;
c) Restrição ao longo do exercício de 2008 e extinção, na data de 05.12.08, do subgrupo "Ativo Diferido";
d) Criação do subgrupo "Intangível" no grupo do Ativo Não Circulante;
e) Proibição da prática da reavaliação espontânea de ativos;
f) Aplicação, ao final de cada exercício social, do teste de recuperabilidade dos ativos (teste de impairment);
g) Registro, em contas de ativo e passivo, dos contratos de arrendamento mercantil financeiro (leasing);
h) Extinção do grupo Resultados de Exercícios Futuros;
i) Criação, no Patrimônio Líquido, da conta de "Ajustes de Avaliação Patrimonial";
j) Destinação do saldo de Lucros Acumulados;
k) Alteração da sistemática de contabilização das doações e subvenções fiscais, anteriormente contabilizadas em conta de Reserva de Capital;
l) Alteração da sistemática de contabilização dos prêmios nas emissões de debêntures, anteriormente contabilizados em conta de Reserva de Capital;
m) Extinção da classificação das Receitas e Despesas em Operacionais e Não Operacionais;
n) Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) no conjunto das Demonstrações Contábeis obrigatórias;
o) Obrigatoriedade da elaboração da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pelas Companhias Abertas;
p) Criação do Regime Tributário de Transição (RTT);
q) Implantação da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo.

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