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ANTI-INFLAMATÓRIOS

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CURSO: BIOMEDICINA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA
Os anti-inflamatórios não-esteroides (abreviadamente, AINEs ou NSAIDs, do inglês Non-steroidal anti-inflammatory drugs) são um grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação, de analgesia (reduzir a dor), e de combater a febre. O termo foi criado em 1960 por Michael W. Whitehouse. 
Apesar de em sua maioria serem constituídos por ácidos orgânicos, sua estrutura química não é relacionada. Caracterizam-se por inibir a atividade de subtipos da ciclo-oxigenase, impedindo assim a síntese de eicosanoides pela via metabólica da cascata do ácido araquidónico. Fazem parte deste grupo medicamentos muito conhecidos, em parte por alguns já estarem disponíveis há muito tempo, por serem de venda livre (MNSRM), e pelo vasto número de situações em que são usados. Alguns nomes sonantes incluem o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e naproxeno. O paracetamol, embora possua um mecanismo de ação semelhante e tenha efeito antipirético e analgésico, é praticamente desprovido de efeito anti-inflamatório.
Os AINEs pertencem a duas grandes classes:
Inibidores não seletivos da COX;
Inibidores seletivos da COX-2
Os AINEs com ação predominante sobre a COX- 1 são: ácido acetilsalicílico (AAS), indometacina, ibuprofeno, fenoprofeno, cetoprofeno e piroxican. Esses medicamentos são comercializados há muitos anos e são os mais utilizados em adultos e crianças.
Os coxibes (celecoxibe), valdecoxibe, rofecoxibe e etoricoxibe são inibidores potentes da COX-2. Até 2005, nenhum desses fármacos havia sido aprovado para uso em crianças, e os dados sobre sua toxicidade provêm de estudos realizados em adultos e experimentalmente.
Classificação dos AINEs:
1.Ácidos e ésteres salicílicos - AAS, diflunisal, benorilato.
2.Ácidos acéticos - fenilacéticos: diclofenaco, alclofenaco, fenclofenaco.
3. Ácidos carbo e heterocíclicos - etodolaco, indometacina, sulindac, tolmetin.
4. Ácidos propiônicos - carprofen, flurbiprofen, cetoprofeno, oxaprozin, suprofeno, ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno
5. Ácidos fenâmicos - flufenâmico, mefenâmico, meclofenâmico.
6. Oxicams - piroxicam, sudoxicam, isoxicam, tenoxicam, meloxicam.
7. Compostos não acídicos – nabumetona.
8. Coxibes - celecoxibe, rofecoxibe*, etoricoxibe, valdecoxibe, parecoxibe.
Os efeitos colaterais mais comuns são:
Vômitos
Náusea
Prisão de ventre
Diarreia
Perda de apetite
Dor de cabeça
Tontura
Erupções cutâneas
Sonolência.
Os anti-inflamatórios também podem causar inchaço nos braços e pernas devido à retenção hídrica. Os efeitos colaterais mais graves incluem: úlceras, hemorragia, insuficiência renal e raramente insuficiência hepática. Os indivíduos alérgicos aos anti-inflamatórios podem sentir falta de ar depois de tomar este medicamento.
As pessoas com asma estão mais em risco de desenvolver uma reação alérgica aos anti-inflamatórios. A administração de aspirina para crianças ou adolescentes com varicela ou gripe pode causar síndrome de Reye, uma doença hepática potencialmente letal. Portanto, a aspirina e os salicilatos não devem ser administrados a crianças e adolescentes que podem ter varicela ou gripe.Os nomes comerciais de Ácido acetilsalicílico são: Aspirina, Aspirina buffered, Aspirina prevent, Bufferin cardio, etc.
Os anti-inflamatórios (exceto aspirina) podem aumentar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral que pode ser mortal.
Este risco pode aumentar se o uso é prolongado e nos pacientes que apresentam fatores de risco para doenças do coração e circulação.
Os anti-inflamatórios não-esteroides não devem ser usados para tratar a dor causada por cirurgia de bypass da artéria coronária.
Os anti-inflamatórios podem causar um aumento do risco de reações graves para o estômago e intestino, como hemorragia, ulceração e perfuração do estômago ou do intestino.
Estas reações podem ocorrer a qualquer momento durante o tratamento e sem sintomas de aviso. Os pacientes idosos estão em maior risco. Os anti-inflamatórios devem ser evitados durante a gravidez e é melhor não tomar durante a amamentação porque uma pequena quantidade pode acabar no leite materno. Não se recomenda o uso de anti-inflamatórios em crianças.
Mecanismo de Ação:
Sabemos que as PGs são produtos originados do ácido aracdônico, o qual é obtido da dieta ou do ácido linoléico, encontrando-se presentes em todos os tecidos animais exercendo várias funções. Quimicamente são parte de um grupo chamado eicosanóides, derivados do ácido aracdônico e liberado de fosfolipídeos de membrana de células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2. As cicloxigenases (COX-1 e COX-2) e a hidroperoxidase catalisam as etapas seqüenciais de síntese dos prostanóides (prostaglandinas clássicas e tromboxanos) e as lipoxigenases transformam o ácido aracdônico em leucotrienos e outros compostos.
O principal mecanismo de ação dos AINEs ocorre através da inibição específica da COX e conseqüente redução da conversão do ácido aracdônico ou araquidônico (AA) em prostaglandinas. Reações mediadas pelas COXs, a partir do AA produzem PGG2, que sob ação da peroxidase forma PGH2, sendo então convertidas às prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos (TXs).
As prostaglandinas têm ação vasodilatadora. A PGD2 é liberada de mastócitos ativados por estímulos alérgicos ou outros. A PGE2 inibe a ação de linfócitos e outras células que participam das respostas alérgicas ou inflamatórias. Além de promoverem vasodilatação, sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. A prostaglandina I2 (prostaciclina) predomina no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição da adesividade plaquetária. O TX, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários como vasoconstrição e agregação plaquetária. Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. 
Existem pelo menos duas isoformas de COX que apresentam diferenças na sua regulação e expressão. A atividade de ambas as isoformas são inibidas por todos os AINEs em graus variáveis. A COX-1 e COX-2 possuem60% de homologia na sua seqüência de aminoácidos expressa em muitos tecidos. As COX-1, ditas como constitutivas, auxiliam na manutenção da integridade da mucosa gastroduodenal, homeostase vascular, agregação plaquetária e modulação do fluxo plasmático renal.

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