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AULA - REVISÃO 1AV

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FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO 
 
REVISÃO 
PROF. RAFAEL VILAÇA EPIFANI COSTA 
O CONCEITO DE FILOSOFIA 
 
O termo Filosofia foi atribuído a Pitágoras (570-496 a.C.), 
significando em sua base etimológica “Amigo da 
Sabedoria” (do grego Philos + Sophia). Ele explicita o 
amor, o respeito ou a busca constante pelo saber. Desse 
modo, o filosofo é aquela pessoa “que ama a sabedoria, 
[que] tem amizade pelo saber, [que] deseja saber. Assim, 
filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que 
ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e 
o respeita” (CHAUI, 2002, p. 19). 
O MITO 
Historicamente, cada povo desenvolveu seu modo de 
explicar e compreender a realidade (origem do mundo, a 
vida, a morte, o fogo, tempestades, chuva, seca, etc.), 
tentando explicar tais coisas a partir de narrativas. Ao 
olhar para os diversos fenômenos naturais, físicos e 
sociais, os povos elaboravam teorias para explicar a 
realidade. Logo, temos diferentes narrativas mitológicas e 
explicações em diferentes culturas: Chineses, Celtas, 
Gregos, Egípcios, Persas, Sumérios, Hebreus, etc. 
O MITO 
“Narrativa passada de geração a geração, contendo 
geralmente, elementos que podem ser utilizados na 
explicação de fenômenos naturais ou na prescrição de 
condutas morais” (SELL, 2009, p.19). 
 
O mito é um explicação alegórica que surge da 
necessidade de um grupo compreender algo que para ele 
é inexplicável. A formação do mito se dá pela construção 
de uma verdade que surge a partir de uma experiência, 
sem compromisso com os fatos. 
DOS MITOS À ESPECULAÇÃO FILOSÓFICA 
 
Apesar de se constituir a partir da construção do 
pensamento racional, a Filosofia se desvinculou dos 
mitos de forma gradual. Os mitos enquanto narrativas 
originada na experiência de grupos, buscavam explicar a 
origem da humanidade, ou dos próprios fenômenos 
naturais, porém, sem buscar compreender a natureza 
física desses fenômenos com base na razão. 
 
COSMOGONIA X COSMOLOGIA 
 
A Cosmogonia ou Teogonia são as narrativas mitológicas 
que tentam explicar a realidade a partir dos deuses que 
dão origem e ordem ao mundo. A Cosmologia é o estudo 
sobre a origem do mundo e/ou sua ordem, a partir da 
especulação acerca da Physis (Natureza). 
Essa especulação parte de um princípio ou fundamento, 
que é o Logos. O Logos atua tanto como a base da 
explicação racional quanto um discurso sobre as coisas 
que se podem provar, que não são fruto do acaso, 
mas de uma regra, de um princípio lógico. 
DOS MITOS À ESPECULAÇÃO FILOSÓFICA 
 
Os primeiros filósofos pré-socráticos surgiram na cidade 
de Mileto, sendo os principais Tales, Anaximandro, 
Anaxímenes e Heráclito. Na época desses primeiros 
filósofos não havia um sistema de pensamento único que 
era seguido, portanto não podemos falar em uma Escola. 
Eles tentavam explicar a origem do mundo e das coisas 
por meio da observação da natureza ao seu redor, 
buscando um princípio primordial, chamado de Arché. 
 
 
 
SÓCRATES x SOFISTAS 
O governo de Atenas baseava-se na Democracia. Os cidadãos, 
homens livres, discutiam na Ágora questões relacionadas à 
administração pública, e por meio dos seus discursos, 
influenciavam as pessoas, as leis criadas e os julgamentos. 
Ao contrário dos demais filósofos pré-socráticos, que buscavam 
entender o mundo a partir da natureza, os filósofos sofistas 
assim como Sócrates procuravam conhecer a verdade e a moral 
por detrás das coisas. Para Sócrates era preciso buscar o 
fundamento das ideias e dos conceitos, indagar sobre as coisas. 
Já os sofistas, consideravam a verdade a partir de uma 
convenção, e caindo-se no perigo do relativismo. 
 
 
 
 
O MÉTODO SOCRÁTICO 
 
A ironia e a maiêutica se tornam caminhos para conhecer a 
verdade através do autoconhecimento. 
A ironia, a refutação das ideias: A partir do uso de perguntas, 
Sócrates conduzia o interlocutor a se contradizer, desse modo, 
refutando suas ideias através delas mesmas. 
A maiêutica, o parto das ideias: Com as ideias colocadas em 
questão e refutadas, então Sócrates conduzia o interlocutor a 
conceber novas ideias que iriam levar a uma nova conclusão 
sobre o assunto. 
 
PLATÃO 
 
Platão (427 - 347 a.C.) é a primeira grande expressão genial da 
história da filosofia. Seu legado escrito, constituído em geral sob 
a forma dos chamados Diálogos, preservou-se em sua maioria 
até os dias atuais. O mais importante aluno de Sócrates, Platão 
descendia de família nobre e aristocrática de Atenas. Seus 
parentes inclusive foram responsáveis pelo governo ateniense 
em tempos que lhe foram imediatamente anteriores. Desde 
jovem Platão acompanhou os passos do ensino de Sócrates, 
tendo vivenciado proximamente seu julgamento e execução, 
guardando desse fato profundas implicações para seu 
posterior pensamento filosófico, político e jurídico. 
A DIALÉTICA PLATÔNICA 
 
A Dialética é o método oque permite sair do mundo sensível e 
alcançar as ideias. Enquanto atrito de percepções, fatos, 
opiniões e diálogos, a dialética supera o nível das imagens e das 
definições dos dados sensíveis. Ao contrário dos sofistas, que 
dialogavam para que no limite as partes chegassem a um 
acordo, a uma concessão, a um meio-termo entre duas opiniões, 
na dialética platônica trata-se do atrito de entendimentos para 
que, ao final, numa espécie de salto, chegue-se à verdade. 
(MASCARO, 2010, p. 51) 
Opinião (tese) > Discussão > Negação da tese 
Resultado: Purificação de erros e equívocos. 
Mito (Alegoria da Caverna) 
- Livro VII – A República. 
- Apresenta de forma alegórica a Teoria do 
Conhecimento de Platão. 
- Ideia central: Existe dois tipos de conhecimento, o 
sensível e o inteligível. O conhecimento inteligível é 
mais confiável, por ser racional, ao passo que o sensível 
nos deixa mais suscetíveis ao erro, pois provém dos 
nossos sentidos do corpo. 
- Objetivo: Encontrar fundamentos seguros para o 
conhecimento e para a ação. 
 
CONCEPÇÃO DE MUNDO DE PLATÃO 
MUNDO DAS IDEIAS 
É o lugar das essências imutáveis, que o homem atinge pela 
contemplação, pela depuração dos enganos que brotam dos 
sentidos. Como as ideias são as únicas verdades, o mundo dos 
fenômenos (sombras) só existe na medida em que participa do 
mundo das ideias, do qual é apenas uma cópia. 
MUNDO SENSÍVEL (OU DAS SOMBRAS) 
É o lugar da multiplicidade, do movimento, do vir-a-ser, e por 
isso, é ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo. 
Logo, a concepção de mundo de Platão é dualista e suas ideias 
buscam compreender o imaterial e inteligível. 
 
A REPÚBLICA PLATÔNICA 
Para Platão os governos dos Estados devem ser administrados 
pelos reis-filósofos, pois para ele governar significa libertar os 
povos das correntes da ignorância. Todavia, a forma de Estado 
ideal, a República, o Estado onde existe uma perfeita harmonia 
entre as almas que o compõe é uma utopia, reconhecida até 
mesmo por Platão em sua obra "As Leis", onde é colocado que 
somente a educação pode libertar os povos dos líderes injustos. 
Platão classificava as formas de governo justas como: 
1) Monarquia; 2) Aristocracia; e 3) Democracia. 
E as formas de governo injustas como: 
1) Tirania; 2) Oligarquia; e 3) Demagogia. 
 
 
ARISTÓTELES: O CRÍTICO DE PLATÃO 
Apesar de ter sido discípulo de Platão, desde o início Aristóteles 
não concordava com a Teoria das Ideias de Platão. A tendência 
de Platão a desenvolver a construção de uma filosofia idealista 
também passou a ser amenizada em Aristóteles, pois, para ele, o 
elemento fundamental de seu pensamento era a experiência. 
Para Aristóteles existem leis que organizam o universo, sendo 
este um Todo, cujas leis não regem apenas os fenômenos 
naturais, mas também os fenômenos sociais, econômicos e 
políticos. Dessa forma, o pensamento de Aristótelespode ser 
considerado de base Naturalista, o qual influenciará todo o 
Ocidente durante a Idade Média e a Idade Moderna. 
 
O SILOGISMO: O MÉTODO DE ARISTÓTELES 
 
Para Aristóteles o Silogismo é a argumentação lógica perfeita, 
constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal 
modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é 
possível deduzir uma conclusão. Num silogismo, as premissas são 
um ou dois juízos que precedem a conclusão e dos quais ela decorre 
como resultado consequente dos antecedentes. 
Todo homem é mortal (premissa maior) porque é universal, o 
homem é o sujeito lógico. 
Sócrates é homem (premissa menor) porque é particular. 
Logo, Sócrates é mortal (conclusão). 
ARISTÓTELES E A JUSTIÇA 
As partes iniciais do Livro V de Ética a Nicômaco estão voltadas a 
essa questão. Logo de início Aristóteles separa dois grandes campos 
de compreensão da Justiça. Ela pode ser tomada no sentido 
Universal e no sentido Particular. 
• Justiça universal 
• Justiça particular 
• Distributiva (Bens, honras, riquezas) 
• Corretiva (Crimes) 
• Reciprocidade (Economia, Produção) 
O conceito de Aristóteles sobre a Justiça, é a ação de dar a cada um 
o que é seu, sendo essa a regra de ouro sobre o que é justo. 
PERÍODOS DA FILOSOFIA CRISTÃ 
Apostólico (Séc. I): Período da Igreja Primitiva, dos Apóstolos, e dos 
primeiros pais (padres) da Igreja que tiveram contato direto com os 
Apóstolos. Se preocupa com o culto e disciplina da comunidade cristã 
segundo a Fé que professam (Cartas do Novo Testamento + Didaché). 
Apologética (Séc. II-III): Busca defender o direito de existência dos 
cristãos no Império Romano, e, posteriormente, defender a Fé Cristã das 
doutrinas do Gnosticismo (“cristãos platônicos”) e do Paganismo Antigo. 
Patrística (Séc. III-VIII): Formula as doutrinas e dogmas do Cristianismo, 
conciliando a Fé Cristã com a Razão Grega, gerando as bases da Filosofia 
Cristã. Utiliza a filosofia platônica para dar bases teóricas para Revelação 
da Bíblia. Possui os Pais do Ocidente, Pais do Oriente e Pais do Deserto. 
Escolástica (Séc. IX-XVI): Busca explicar toda a realidade por 
meio desse método de ensino. Utiliza a filosofia aristotélica. 
 
A PATRÍSTICA: A TEOLOGIA DOS PAIS DA IGREJA 
A Patrologia e a Patrística são duas formas de estudar os 
primeiros pais (ou padres da Igreja) e seus escritos. A 
Patrologia designa o estudo deste período, sua evolução 
histórica, seus protagonistas e, sobretudo, seu conteúdo 
litúrgico, místico e teológico. Já a Patrística é o termo 
usado para designar a forma de pensar e os modelos de 
Teologia que surgem com os pais da Igreja. A Patrística se 
desenvolve a partir dos pressupostos teológicos da 
Apologética, como uma tentativa de conciliar a Razão 
grega com a Fé Cristã. 
 
 
A IGREJA IMPERIAL X MONGES DO DESERTO 
Com a ascensão de Constantino, o Grande, o Cristianismo se 
torna a religião oficial do Império Romano (Oriente + Ocidente). 
Com o tempo, alguns problemas surgem: A Igreja se torna 
burocratizada e hierarquizada, uma extensão do Império. Muitos 
cargos eram ocupados por pessoas influentes que se convertiam 
ao Cristianismo apenas para ascenderem na carreira pública. 
Assim, muitos padres se tornam monges (eremitas), como uma 
resposta à Igreja Estatal, fugindo da cidade e habitando o 
deserto, como um meio de se purificarem e terem um contato 
verdadeiro com Deus, uma vez que consideravam a Igreja de seu 
tempo corrompida pela Política e pela sede de poder. 
A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA (Filme Ágora (2009)) 
Centros Educacionais do mundo antigo: Academia de 
Platão; Liceu de Aristóteles; Academia de Alexandria. 
Alexandria: Cidade do Império Romano no Egito. 
Culturas locais: judeus, cristãos, pagãos, gnósticos, etc. 
Governador do Império Romano: Orestes de Alexandria. 
Bispos: Teófilo e Cirilo de Alexandria, Sinésio de Cirene. 
Filósofos: Hipátia de Alexandria (professora da Academia). 
Resultado das disputas: Judeus foram expulsos da cidade, 
os pagãos obrigados a se converterem ao Cristianismo, e a 
Biblioteca da Academia destruída pelos cristãos. 
SURGEM NOVAS LEITURAS DA OBRA DE PLATÃO 
NEOPLATONISMO: Surgiu com Plotino (205–270 d.C.). Os filósofos 
neoplatônicos consideravam-se sucessores de Platão (diádocos), 
herdeiros do seu pensamento, e seguiam sua concepção dualista 
dos dois mundos (Teoria das Ideias). 
MANIQUEÍSMO: Foi fundado pelo profeta Mani (216–276 d.C.). O 
Maniqueísmo foi diretamente influenciado pelo Gnosticismo. 
Defendia que a matéria (corpo) era essencialmente má e o espírito 
essencialmente bom. Somente os homens que fossem virtuosos, 
seguindo os escritos maniqueístas, poderiam alcançar a verdade por 
meio de uma vida ascética. Agostinho de Hipona, um influente 
orador e defensor da sociedade e cultura romana, foi um 
seguidor da Religião Maniqueísta em sua juventude. 
 
AGOSTINHO DE HIPONA (354-430): O DOUTOR DA GRAÇA 
- Bispo da cidade de Hipona (Argélia). 
- Principais obras: A Cidade de Deus e 
Confissões. 
- Principais ideias: A Predestinação, 
O Livre Arbítrio, o Pecado Original, 
Análise do conceito de Deus (Trindade). 
- Busca compreender a natureza 
humana e apontar que a queda do 
Império Romano, se deu pela sua 
corrupção, (A Cidade dos Homens), a 
Igreja era a única que poderia garantir a 
salvação (A Cidade de Deus) 
DIFERENÇAS ENTRE A PATRÍSTICA E A ESCOLÁSTICA 
CARACTERÍSTICAS PATRÍSTICA ESCOLÁSTICA 
Período Histórico: Séculos III-VIII 
(Antiguidade) 
Séculos IX-XVI 
(Idade Média) 
Principal pensador: Agostinho de Hipona Tomás de Aquino 
Influenciada pela: Filosofia Platônica Filosofia Aristotélica 
Objetivo: Conciliar a Filosofia 
Grega com a Fé Cristã 
Explicar toda a realidade a 
partir desse método de ensino 
Meio de difusão: Pelos Pais da Igreja Mosteiros e Universidades 
Local de difusão: Império Romano do 
Oriente + Ocidente 
Europa cristã ocidental 
Língua dos escritos: Grego + Latim Somente em Latim 
PERÍODO ESCOLÁSTICO (SÉC. IX-XIV) 
A Escolástica tem início com o Imperador Carlos Magno, que, 
diante do declínio do Império Romano, buscou fundir a Igreja e o 
Estado em uma única sociedade, submetendo a Política à 
Religião, como uma forma de manter novamente a unidade 
europeia. Da mesma forma como a Igreja alimentava o espírito 
dos seus membros, era preciso também alimentar o intelecto por 
meio do ensino. Nos séculos posteriores, há um florescimento 
científico sem precedentes, denominada de Alta Escolástica, 
durante o qual há uma redescoberta da obra de Aristóteles, por 
meio da influência da Filosofia Árabe e Judaica, o que dará origem 
ao surgimento, posterior, da Universidade de Paris. 
TOMÁS DE AQUINO: O MAIOR DOUTOR DA IGREJA 
Tomás de Aquino (1225-1274) foi um monge da Ordem 
Dominicana, considerado um “Doutor da Igreja” por ter 
aprofundado o Magistério pela Filosofia e Teologia. Desde 
cedo Tomás teve contato com a Filosofia Cristã: Estudou 
no Mosteiro de Monte Cassino, fundado por Bento de 
Núrsia, e depois foi para a Universidade de Paris, onde 
conheceu a filosofia aristotélica, por meio do teólogo e 
bispo Alberto Magno. Considerado o maior nome da 
Filosofia Natural e da Escolástica, o pensamento de 
Tomás de Aquino representou uma grande mudança na 
Teologia e Filosofia Cristã, que há séculos era agostiniana 
(platônica). As suas principais obras são: Suma Teológica, 
Suma contra os Gentios e Contra os Averroístas. 
 
 
A QUESTÃO DAS INVESTIDURAS: A COROA x A MITRA 
Desde o século VII era comum entre o reino dos Francos, bem como 
na Itália e na Espanha, que os reis, imperadores e nobres fundassem 
bispados e abadias, nomeando ou depondo os clérigos do local, e 
controlando suas ações. As investiduras feitas pelos nobres visavam 
interesses pessoais e do reino, provocando a corrupçãoentre os 
membros do clero. A Questão das Investiduras foi um conflito de 
jurisdição entre Igreja e Estado nos séculos XI e XII, quando vários 
papas se opuseram à intromissão de reis nas investiduras 
(nomeações) de bispos, abades e dos próprios papas. Os bispos 
passaram a defender os interesses da Igreja, gerando um conflito 
direto com os reis. Na Inglaterra, isso levará ao assassinato 
do Arcebispo de Cantuária Thomas Becket. 
O PERÍODO DA BAIXA IDADE MÉDIA 
No mesmo período, os mosteiros perderam sua influência para as 
catedrais, que passaram a ser o centro do poder religioso, político e 
cultural das cidades, e também da corrupção. Devido a essas 
mudanças radicais no modo de vida medieval, aos poucos foi se 
formando uma mentalidade de que era necessária uma “reforma” 
na Igreja. No início da Baixa Idade Média surgiram lideranças como 
Francisco de Assis, Bernardo de Claraval e Mestre Eckhart. Eles não 
apenas criaram uma nova proposta de espiritualidade (Misticismo 
Cristão) nas suas ordens religiosas (Franciscana, Cisterciense e 
Dominicana, respectivamente), mas também lançaram as bases para 
a Reforma Protestante e uma visão mais humanista sobre 
o ser humano e o mundo. 
O MISTICISMO CRISTÃO: A EXPERIÊNCIA DE DEUS 
O Misticismo Cristão surge da compreensão de que não é 
possível acessar a Verdade apenas pela Razão, mas que esse 
conhecimento sobre Deus só poderá ser alcançado por meio da 
contemplação, por meio de técnicas de meditação e oração. 
Apesar de ter nascido dentro do ambiente eclesiástico, o 
Misticismo Cristão surge como uma espécie de resposta ao uso 
exacerbado da razão e academicismo que brota, inicialmente, 
da Patrística, e, posteriormente, da Escolástica. Francisco de 
Assis é o maior místico da Idade Média, pois ele chegou a 
reformar alguns pontos como a Igreja se organizava e fazia sua 
Teologia, passando a valorizar também os pobres. 
MARTINHO LUTERO E A REFORMA PROTESTANTE 
 O monge agostiniano Martinho Lutero 
(1483-1546) é o principal teólogo da 
Reforma Protestante. Seu pensamento foi 
fortemente influenciado por Agostinho de 
Hipona e Guilherme de Ockham. 
Após uma viagem a Roma, Lutero deparou-se com a venda de 
Indulgências, se chocando com a situação de Roma da sua época 
(que não era tão diferente da época de Francisco de Assis). Após 
isso, foi enviado a Universidade de Wittenberg para fazer doutorado 
e se tornou seu professor. Lutero, assim como outros monges da 
época, não concordava com a “venda do perdão”, com a 
taxação e humilhação que o povo alemão sofria. 
O CONTEXTO POLÍTICO DA REFORMA PROTESTANTE 
A Reforma Protestante não foi apenas um conflito religioso. 
Durante a Idade Média havia o Sacro Império Romano-
Germânico, que começou a se quebrar com a Idade Moderna. 
Se a Igreja Católica Romana tinha o Papa como maior 
patrocinador desse Império, para quebrá-lo era preciso 
também “quebrar” a Igreja, uma vez que a Europa e Igreja 
Católica eram praticamente a mesma coisa (a concepção do Rei 
Carlos Magno). Com a Reforma, diferentes Igrejas surgiram junto 
com os Estados Absolutistas, pois, ao romperem politicamente 
com o Papa, a unidade católica foi quebrada, sendo preciso 
manter a unidade nacional em torno da religião.

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