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Ocorrência de águas subterrâneas

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Universidade Lúrio 
Faculdade de Engenharia 
Licenciatura em Engenharia Geológica 
 
 
Hidrogeologia 
3º Nível, II Semestre 
 
 
 
Ocorrência de águas subterrâneas em Moçambique 
 
 
 
 
Discentes: Docente: 
Anésia Jaime Muriezai Casimiro Carlos Buraimo, MSc 
Avelina Fernando Guambe 
César Belmiro de Melo 
Julião Chaque Julião 
Sulemane Ibraimo Saide 
 
 
 
 
 
Pemba, Setembro 2019 
 
ii 
 
Índice 
I Resumo .............................................................................................................................. iv 
1 Introdução ........................................................................................................................... 1 
1.1 Objectivos .................................................................................................................... 1 
1.2 Metodologia ................................................................................................................. 1 
2 Noções da hidrogeologia ..................................................................................................... 2 
2.1 Hidrogeologia .............................................................................................................. 2 
2.2 Classificação dos cursos de água .................................................................................. 2 
2.3 Tipos de aquífero.......................................................................................................... 2 
3 Províncias hidrogeológicas de Moçambique ........................................................................ 3 
3.1 Complexo de Base ........................................................................................................ 4 
3.1.1 Fisiografia do Complexo de Base .......................................................................... 4 
3.1.2 Geologia do Complexo de Base ............................................................................. 5 
3.1.3 Águas subterrâneas do Complexo de Base ............................................................. 5 
3.2 Terrenos Vulcânicos ..................................................................................................... 7 
3.2.1 Fisiografia e Geologia dos Terrenos Vulcânicos .................................................... 7 
3.2.2 Águas subterrâneas dos Terrenos Vulcânicos ......................................................... 7 
3.3 Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba (Karroo) ................................... 8 
3.3.1 Fisiografia da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba (Karro) ........ 8 
3.3.2 Geologia da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba........................ 8 
3.3.3 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba ........ 8 
3.4 Bacia Sedimentar de Rovuma ....................................................................................... 9 
3.4.1 Fisiografia e Geologia da Bacia do Rovuma .......................................................... 9 
3.4.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Rovuma ........................................... 10 
3.5 Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save ................................................... 10 
3.5.1 Fisigrafia e Geologia da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save ...... 10 
3.5.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save ......... 11 
iii 
 
3.6 Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save ....................................................... 12 
3.6.1 Fisiografia e Geologia da Bacia Sedimemtar de Moçambique, a Sul do Save ....... 12 
3.6.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save ............ 13 
4 Pesquisa da Águaa Subterrâneas em Moçambique ............................................................. 14 
5 Meios de Exploração de Água Subterrânea em Moçambique ............................................. 15 
6 Conclusão ......................................................................................................................... 17 
7 Referências ....................................................................................................................... 18 
 
 
iv 
 
I Resumo 
Todo mundo sabe do valor que a água tem diante dos seres vivos, em especial o quotidiano do 
homem, com isso torna-se indispensável conhecer a sua proveniência (quer superficial ou sub-
terrânea). O trabalho tem como foco falar especialmente a ocorrência das águas subterrâneas 
em Moçambique, assim a Carta Hidrogeológica de Moçambique apresenta sete Províncias Hi-
drogeológicas, com isso para abordar acerca da ocorrência das águas subterrâneas é preciso que 
se tenha em conta, das quais unidades geológicas e a fisiografia em que cada Província está 
associada. 
Assim, fez-se a descrição de cada Províncias Hidrogeológicas, desde a sua fisiografia e a geo-
logia para que se possa entender acerca da distribuição espacial e as características intrínsecas 
das águas subterrâneas do ponto de vista das suas formações geológicas. 
De mesma forma que se explicou de como é feita a pesquisa das águas subterrâneas e dos quais 
são os meios usados para exploração das mesmas. 
Palavras-chave: Ocorrência; Províncias Hidrogeológicas; Águas Subterrâneas; Moçambique 
1 
 
1 Introdução 
As formações hdrogeológicas, o clima e o relevo, desencadeiam um importante ponto de partida 
nos estudo das águas subterrâneas, em como base desses elementos é possível determinar o 
nível da recarga e infiltração das águas superficiais nos aquíferos, cosiderando a 
permeabilidade, a consolidação e a alteração das rochas, visto que são as rochas que recebem 
as águas de recarga e infiltração e, assim como são elas que formam os aquíferos. 
A Carta Hidrogeológica de Moçambique evidência escassez de recursoos em águas 
subterrâncias, de qualidade aceitável, no território nacional. Cerca de 75% da área do Páis, 
como se mostra na Carta, compreende formaçãoes de Domínio C correspondentes à maior parte 
do Complexo de Base, aos terrenos vulcânicos e pelo menos 40% das Bacias Sedimentares. 
Constatando-se que 40% dos aquíferos mais produtivos das Bacias Sedimentares contêm águas 
salobras, pode-se concluir que apenas em 17% da superfície do País se dispõe de água 
subterrânea cujos caudais e mineralizações previstos se situam, respectivamente, acima de 3 
m3/h e abaixo de 1500 mg/l, (Ferro & Bouma, 1987). 
 
1.1 Objectivos 
Geral: 
 Falar da ocorrência de águas suberrâneas em Moçambique. 
Especifícos: 
 Descrever as províncias hidrogeológicas de Moçambique; 
 Explicar a pesquisa de águas subterrâneas; 
 Descrever os meio de exploração de águas subterrâneas. 
1.2 Metodologia 
Para a execução da tarefa não foram precisos nenhuns estudos do campo que visaria na colecta 
de amostras de água para ás análises, mas foi com base nas consultas de obras relacionadas a 
ocorrência de águas subterrâneas em Moçambique, sendo o Ministério da Construção e Águas 
como o titular da obra, da qual foi explorada 90% da informação. 
2 
 
2 Noções da hidrogeologia 
2.1 Hidrogeologia 
É a parte da hidrologia que estuda a ocorrência, o armazenamento e a circulação das águas 
terrestres na zona saturada das formações geológicas, tendo em conta as propriedades físicas e 
químicas, suas alterações com o meio físico e biológico e as suas reacções à acção humana. 
 
2.2 Classificação dos cursos de água 
Segundo (Da Costa & Lança, 2011) defendem que, de acordo com a constância do caudal os 
cursos de água classificam-se em: 
 Perenes: a existência de um
lençol subterrâneo mantém um caudal contínuo e o nível 
da água nunca desce abaixo do respectivo leito. 
 Intermitentes: só apresentam caudal durante a ocorrência de chuvas porque o lençol 
subterrâneo de água mantém-se acima do leito fluvial o que não ocorre na época da 
estiagem. 
 Efémeros: só transportam escoamento superficial. A superfície freática encontra-se 
sempre a um nível inferior ao leito fluvial não havendo possibilidade de escoamento do 
fluxo subterrâneo. Os rios efémeros são normalmente muito pequenos. 
Um reservatório de água subterrâea, também designado por aquífero, pode ser definido como 
tada formação geológica com capacidade e armazenar e transmitir a água a partir dos seus poros 
e fissuras e cuja exploração seja economicamente rentável, (Midões & Fernandes) 
2.3 Tipos de aquífero 
Existem essencialmente 2 tipos de aquíferos: 
Aquífero livre 
A formação geológica é permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na base por uma 
camada impermeável, cujo nível de água no aquífero está à pressão atmosférica. 
Aquífero confinado 
A formação geológica é permeável e completamente saturada de água, é limitado no topo e na 
base por camadas impermeáveis, cuja pressão da água no aquífero, é superior à pressão 
atmosférica. 
3 
 
Se as formações geológicas não são aquíferos, então podem ser definidas como: 
 Aquitardo: é uma formação geológica que pode armazenar água mas que a transmite 
lentamente não sendo rentável o seu aproveitamento a partir de poços. 
 Aquicludo: é uma formação geológica que pode armazenar água mas náo a transmite 
(não ha circulação de água). 
 Aquífugo: é uma formação geológica que não armazena e nem transmite água. 
 
 
Fig.1: Tipos de aquíferos [Fonte: (Midões & Fernandes)] 
 
3 Províncias hidrogeológicas de Moçambique 
A notícia explicativa mostra os aquíferos classificados segundo Domínios, Grupos e Unidades, 
mas os autores se viram a considerarem a forma mais simples de descreverem a hidrogeologia 
de Moçambique basendo-se ao conceito de Província Hidrogeológica, permintido assim 
abrangir grandes áreas possuindo características geológicas, climáticas e hidrogeológicas 
comuns com uma localização geográfica separada. 
Para o caso, são consideradas sete Províncias Hidrogeológicas, (Ferro & Bouma, 1987): 
4 
 
 Complexo de Base (pré-Câmbrico) 
 Terrenos Vulcânicos (Karroo e pós Karroo) 
 Bacia Sedimentar do Médio Zambeze (Karroo) 
 Bacia Sedimentar de Maniamba (Karroo) 
 Bacia sedimentar de Rovuma (Meso-Cenozóico) 
 Bacia Sedimentar de Moçambique, a norte do Save (Meso-Cenzóico) 
 Bacia Sedimentar de Moçambique, a sul do Save (Meso-Cenozóico) 
 
Fig. Províncias Hidrogeológicas de Moçambique [Fonte: (Ferro & Bouma, 1987)] 
Existem algumas Províncias Hidrogeológicas que apesar de serem tanto semelhantes, elas 
distinguem-se entre si pelos seus aspectos cimáticos, fisiográficos e geológicos, bem como pela 
sua e posição geográfica, o que de certo modo lhes confere características distintas na sua 
hidrologia. 
3.1 Complexo de Base 
3.1.1 Fisiografia do Complexo de Base 
Este Complexo localiza-se na parte ocidental da região central do país em quase toda a região 
a norte do rio Zambeze, ocupando 57% da área total do território nacional. Compreende de 
áreas montanhosas, altiplanaltos e planaltos médios e uma faixa de terras baixas, na parte 
5 
 
oriental do páis, a norte do Zambeze. A maior parte dos planaltos apresentam característicos 
relevos residuais, os dito ´´inselbergs´´. 
A precipitação no Complexo de Base é alta nas áreas montanhosas correspondendo (1200 – 
2000 mm/ano) e média nos planaltos correspondendo (800 – 1200 mm/ano). A recarga dos 
aquíferos é por isso razoável apesar das condições do solo e do terreno não serem muito 
favoráveis. O regime dos rio é permanente, em especial nas zonas chuvosas, e sazonal ou 
temporário, nas zonas mais secas. 
 
3.1.2 Geologia do Complexo de Base 
O Complexo compreende formações do pré-Câmbrico iferior ou do Cratão do Zimbabwe e 
formações do pré-Câmbrico superior ou do ´´Mozambique Belt´´ ou Cinturão de Moçambique. 
As formações mas antigas são constituídas principalmente por xistos verdes com 
interstratificações de quartzitos, calcários, grauvaques e conglomerados. 
A maior parte do Complexo de Base está incluído no Cinturão de Moçambique que em vários 
períodos foi atingida por intensos fenómenos de metamorfismo. O Cinturão de Moçambique é 
formado, predominantemente, por rochas granito-graisso-migmatíticas, alternando-se com 
metassedimentos e charnoquitos. 
Na parte central da província de Tete, assinala-se o Complexo Gabro Anortosítico de Tete, 
formado por numerosas intrusões, de dimensões variadas, de rochas básicas, intermédias e 
ultra-básicas, de pré-Câmbrico superior. Os pegmatitos das províncias de Nampula e da 
Zambézia parecem fazer parte da mesma fase orogénica que deu origem ao Complexo Gabro 
Anortosítico de Tete. 
A orientação estrutural predominante das rochas do Cinturão de Moçambique é N-S embora 
se possam distinguir várias orientações secundárias em diferentes partes do país: NE-SE no 
nordeste, ENE-WSW e NE-SW no noroeste e NW-SE no centro. 
 
3.1.3 Águas subterrâneas do Complexo de Base 
As formações aquíferas do Complexo de Base são pouco produtivas, descontínuas e de extensão 
limitada. As suas produtividades dependem, principalmente, da espessura e da textura do 
material que constitui o manto de alteração metórica. A ocorrência da água subterrânea está 
6 
 
associada com zonas de fraqueza crustal. A sua compartimentação e desintegração em blocos 
limitadospor juntas, fracturas e diaclases está na origem de formação dos aquíferos. Estas 
zonas de fraqueza estão relacionadas com estruturas geológicas particulares no caso de dobras, 
fracturas e falhas, cuja permeabilidade é relativamente alta. Além disso, a ocorrência de rochas 
heterogéneas de grão grosseiro e de rochas calcárias, bem como a existência de contactos entre 
rochas de natureza e composição diferenciadas, facilitam os fenómenos de meteorização. Os 
aquíferos resultantes são predominantemente lineares e mais ou menos limitados. As dimensões 
médias destes aquíferos são: 1–2 km de comprimento, 40–100 m de largura e 25–40 m de 
espesssura. 
O grau de desintegração e a consequente formação de alteração meteórica dependem 
grandemente dos tipos de rocha que intervêm no processo. Os aquíferos mais produtivos estão 
relacionados com existência de mármores e de anortositos; devido ao tipo de porosidade que 
apresentam e as suas produtividades. Todos os outros tipos de rochas do Complexo de Base, 
dão origem a aquíferos de produtividade fraca ou nula. 
As outras rochas do Complexo de Base possuem fracas perspctivas quanto a produtividade. 
Constituem excepções os aquíferos que podem desenvolver ao longo de filões, nas zonas de 
contacto destes com as rochas encaixantes, geralmente bastante fracturadas. 
A água subterrânea das formações do Complexo de Base é, geralmente de boa qualidade 
possuindo mineralização total inferior a 600 mg/l. Em áreas em que se verifiquem evaporações 
elevadas podem encontrar-se águas com mineralizações mais altas, como acontece nas faixas 
costeiras das províncias do norte (500–1000 mg/l) e no vale de Zambeze. A dureza total da água 
é muito variável mas é normalmente média a alta. Das amostras analisadas, 36% correspondiam 
a águas brandass (<150 ppm de CaCO3), 45% a águas moderadamente duras (150–300 ppm de 
CaCO3), 6% a águas duras (300–450 ppm de CaCO3) e 13% a águas muito duras (>450 ppm 
de CaCO3). A água que ocorre nos mármores é muito dura (>600 ppm de CaCO3). 
As águas predominantes nas formações
do Complexo de Base são tipo bicarbonatadas. O pH 
das águas provenientes nessas formações aquíferas varia, em geral, entre 7,0–8,3. 
 
7 
 
3.2 Terrenos Vulcânicos 
3.2.1 Fisiografia e Geologia dos Terrenos Vulcânicos 
Os Terrenos Vulcânicos ocorrem na zona de transição entre o Complexo de Base e as 
Formações Sedimentares, em particular, ao longo do limite oriental do Cratão do Zimbabwe e 
do Cratão de Kaapval (Cadeia dos Libombos). Compreendem especialmente basaltos, riolitos 
e lavas alcalinas. A maior parte de aflorametos formam cristas e cadeias de montanhas, como 
os Libombos e os montes de Lupata. Os basaltos são as rochas mais comuns e as mais fácies de 
se alterarem por meteorização, dando origem, neste caso, a zonas aplanadas com solos argilosos 
escuros. 
 
3.2.2 Águas subterrâneas dos Terrenos Vulcânicos 
Em termos hidrogeológicos, os Terrenos Vulcânicos são bastante semelhantes aos do 
Complexo de Base. Os aquíferos estão quase sempre relacionados com a existência de fracturas 
primárias e secundárias já que o manto de alteração meteórica é geralmente menos 
desenvolvido do que o das formações do Complexo de Base e raramente excede 10 m de 
espessura. Nos terrenos basálticos este pode ser mais desenvolvido, mas como se trata de 
material argiloso é pouco perméavel, e funciona como aquicludo. O perfil estratigráfico pode 
incluir horizontes diversificados (argilas, cinzas vulcânicas e rochas fracturadas) 
correspondentes a diferentes períodos de meteorização e erosão que se fizeram sentir entre 
distintas fases dw erupção e repouso. Pelo metamorfismo de contacto, as rochas sedimentares 
contíguas tornaram-se impermeáveis, como os grés de Lupata. 
Os basaltos são considerados, entre as rochas vulcânicas, com as mais produtivas do ponto de 
vista hidrogeológico, mas apesar disso, os caudais dos furos interceptam são bastante fracos. 
Os riolitos são pouco promissores quanto à existência de águas subterrâneas, mas em zonas 
excepcionalmente fracturadas por falhas de grande intensidade e amplitude, podem tornar-se 
mais produtivos do que os basaltos, visto que os produtos de alteração e de enchimento das 
zonas de falhas são menes argilosos. 
A qualidade da água subterrânea proveniente dos riolitos é bastante boa, possuindo 
mineralização inferior a 500 mg/l e baixa dureza (10 ppm de CaCO3). A sua composição é 
cloretada sódica (NaCl) a bicarbonatada sódica (Na(CaCO3)2). 
8 
 
A água subterrânea dosbasaltos é mais mineralizada e dura, especialmente ao longo do limite 
das Bacias Sedimentares, podendo atingir mineralizações superiores a 8500 mg/l, como 
acontece na margem oriental dos Libombos. 
 
3.3 Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba (Karroo) 
3.3.1 Fisiografia da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba (Karro) 
Esta bacia divide-se em duas sub-bacias, uma ocidental e outra oriental, separadas pelo 
Complexo Gabro Anortosítico de Tete. Outros afloramentos idividualizados de sedimentos do 
Karroo, de pequena importância, localizam-se a sul de Espungabera, à volta de Canxixe e na 
Bacia do rio Lugenda, no Niassa. A Bacia do Médio Zambeze é semi-árida (500–700 mm/ano). 
A recarga nessa bacia é baixa. Os rios são sazonais e intermitentes. 
 
3.3.2 Geologia da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba 
A bacia é do tipo sinforme assimétrico, bordejada por falhas. É composta por vários blocos 
inclinados, em que a sequência sedimentar pode atingir mais de 3000 m de espessura. Nesta 
bacia, o Karroo inferior começa com conglomerados de base e tilitos a que se seguem pelitos, 
argilitos e siltitos (Série Dwycka e Ecca). A sequência sedimentar do Karroo superior é formada 
por grés de textura fina, grés grosseiros, grés fossilíferos e margas (Séries Beaufort). A 
sequência sedimentar total é interceptada, frequentemente, por filões de doleritos. 
A Bacia de Maniamba corresponde a uma estrutura sinclinal simétrica cujo eixo mergulha 
para SW e cuja profundidade máxima é calculada em mais de 2000 m. A sequência sedimentar 
faz parte das séries Ecca e Beaufort, sendo conhecida, regonalmente, sob a designação de 
´´Séries de Lunho´´. Da base para o topo da sequêcia, copreende grés conglomeráticos, pelitos, 
xistos carbonosos e siltitos, xistos com troncos silicificados, xistos com concreções calcárias e 
grés argilosos friáveis. 
 
3.3.3 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba 
As características hidrogeológicas das rochas sedimentares do Karroo são conhecidas em 
algumas áreas à volta do Zumbo, Chitima, Boroma e Changara. 
9 
 
A sequência sedimentar é dominada por rochas de textura fina, de baixa produtividade. As 
zonas de contacto com as rochas vulcânicas e as zonas com muitos afloramentos têm tambêm 
fracos caudais perspectivos. Melhores perspectivas podem verificar-se em zonas de fracturas, 
em grés de textura grosseira, em brechas de falha e ao longo de intrusões de filões de doleritos. 
A qualidade da água subterrânea presente nas formações do Karroo é bastante variável. A 
maior parte dos furos possuem água com mineralização compreendida entre 400–800 mg/l, mas 
nas regiões de Changara e Moatize é frequente atingir concentrações mais altas, da ordem de 
1400–2500 mg/l. A água que ocorre nos sedimentos de Karroo inferior chaga por vezes, a ter 
mineralização superior a 7000 mg/l, como na área de Chitima. 
Os melhores aquíferos localiza-se nos vales aluviais, especialmente ao longo dos rios Aruânga, 
Panhame e Mucumbura, a oeste da província de Tete, e ao longo do rio Zambeze, para jusante 
de Boroma. 
 
3.4 Bacia Sedimentar de Rovuma 
3.4.1 Fisiografia e Geologia da Bacia do Rovuma 
A Bacia compreende essencialmete planícies ligeiramete onduladas e planaltos de altitudes 
moderadas. As planícies costeiras, no extremo norte do país, são dissecadas por alguns rios e 
sobem da costa para o interior. O limite ocidental da Bacia é marcado pelo planalto de Mueda, 
que s eleva da planície circundante até cerca de 1000 m de altitude. O planalto de Macomia é a 
continuação daquele, para sul. 
A precipitação varia entre 800 mm/ano, na região costeira de Pemba e mais de 1200 mm/ano, 
no planalto de Mueda. A capacidade de recarga é média a alta, no norte, e baixa na parte sul, 
onde os solos são mais argilosos. Os rios são sazonais a intermitentes. 
Em termos geológicos, os planaltos são formados pelos Grés dos Macondes, de fácies 
continental e de idade cretácica, que por sua vez são recobertas por areias com 20–40 m de 
espessura. Aos Grés dos Macondes sucedem-se, para a costa, grés marinhos de textura fina, do 
Terciário e grés fluviais das Cmadas de Mikindani, do Terciário superior. Ao longo de quase 
toda costa, encontram-se calcarenitos de idade pliocénica a recente e calcários recifais cobertos, 
por vezes, por areias eólicas ou marinhas. Os aluviões são poucos desenvolvidos, excepto ao 
longo de alguns troços dos rios Rovuma, Messalo, Muaguide (Montepuez), Muaguide 
(Metuge), Lúrio e Monapo. 
10 
 
3.4.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Rovuma 
A hidrogeologia da Bacia Sedimentar do Rovuma é mal conhecida, excepto na zona litoral, à 
volta das principais cidades e povoações. As perspectivas relativas às águas subterrâneas são 
limitadas devido à predominância de margas, mais ou menos impermeáveis, contendo águas 
salobras. Os aquíferos mais produtivos da zona litoral correm sérios riscos de salinização. As 
áreas mais favoráveis estão limitadas à parte norte da Bacia e aos vales aluvionares importantes, 
especialmente na zona de contacto entr as formações da Bacia Sedimentar e as do Complexo 
de Base. 
Os planaltos de Mueda e de Macomia são constituídos por grés de origem continental,, os
Grés dos Macondes, compreendendo, na base grés quartzo-feldspáticos, caulinizados e 
conglomerados interstratificados. A profundidade do lençol freático constitui a principal 
limitante do aquífero qe ocorre nesta formação, pois é, em geral, superior a 100 m. Os Grés dos 
Macondes têm uma cobertura arenosa de 20–40 m de espessura. Esta é, geralmente, desprovida 
de água, uma vez que o nível freático regional é muito profundo. A existência de alguns 
aquíferos locais suspensos, cuja base se situa acima do nível freático regional, pode estar 
relacionada com níveis impermeáveis daquela formação. 
As formações consolidadas mais produtivas encontram-se na zona litoral. Compreendem 
calcarenitos miocénicos a pliocénicos e calcários coralígenos. Os caudais específicos são 
geralmente moderados a altos. O principal problema diz respeito à salinidade dos aquíferos ou 
ao alto risco de intrusão de água do mar que pode ocorrer em resultado d sobreextracções de 
águas nos furos, o que já aconteceu nos campos de furos das penínsulas de Pemba e de Nacala. 
Nestes aquíferos a água pode ser muito dura (até 1500 ppm de CaCO3). 
 
3.5 Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save 
3.5.1 Fisigrafia e Geologia da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save 
Esta compreende, geomorfologicamente, as Planícies interiores de Sena, o Planalto de 
Cheringoma, entre os vales dos rios Zambeze e Púngoè, o Planalto do Búzi, entre os vales dos 
rios Búzi e Save, o vale e o delta do Zambeze e a zona litoral. A parte norte da Bacia está 
cortada pelo afundimento do Chire-Urema, orientado segundo N-S, que é a continuação, para 
sul, do Sistema dos Riftes da África Oriental. 
11 
 
A precipitação varia entre 1400 mm/ano, ao longo da costa, 900 mm/ano, mais para o interior, 
e menos de 700 mm/ano nas Planícies de Sea. As condições de recarga são boas, excepto na 
última das áreas mecionada. Os rios são perenes no litoral e sazonais e intermitents mais para 
o interior. 
A sequência sedimentar apresenta aspectos estruturais e geológicos da parte norte da Bacia 
Sedimentar de Moçambique. A oeste do afundimento do Urema e ao longo das margens 
ocidentais dos palanaltos de Cheringoma e do Búzi, a geologia é dominada pelos Grés de Sena, 
de fácies continental e de natureza arcósica, de idade cretácica, cuja espessura ultrapassa aos 
2500 m, em alguns locias. 
 
3.5.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save 
A Bacia Sedimentar d Moçambique, a Norte do Save, não é muito favorável para a valorização 
e desenvolvimento das águas subterrâneas, excepto nos vales aluviais principais e no delta do 
Zambeze. As perspectivas relaticas quer a caudais quer a qualidade da água aumentam para a 
costa. 
Os Grés Arcósicos de Sena, se bem que possuam textura grosseira, têm baixa permeabilidade 
e podem conter águas bastante salobras, cuja mineralização ultrapassa, por vezes, os 8500 mg/l. 
A percentagem de sondagens não produtivas nesta formação é superior a 60% dos furos 
produtivos, apenas 40% têm água aceitável. Nas Planícies de Sena, as melhores perspectivas, 
respeitantes às águas subterrâneas, encontram-se nos vales dos rios. É nos vales que os furos, 
fornecem, geralmente, caudais mais altos e que a qualidade da água é melhor. Isto deve-se ao 
facto da facto da água dos aluviões ser uma mistura da água que circula no leito do rio e da 
água subterrânea dos Grés de Sena, adjacentes. 
As Formações marinhas de Grudja e de Cheringoma, sobrepstas pela Formação de 
Mazamba nos planaltos de Cheringoma e do Búzi, têm produtividades baixas a moderadas. 
Admite-se que os calcários de Formação de Cheringoma sejam mais produtivos e contenham 
água menos mineralizada do que os grés e margas da Formação de Grudja. A qualidade da água 
é variável, sendo normalmente afectada pela água altamente mineralizada dos Grés de Sena. 
No planalto de Cheringoma, a qualidade da água da Formação de Mazamba é aceitável. A sua 
mineralização parece diminuir em direcção à costa e assim próximo de Inhaminga tem valores 
de 1500 mg/l, no Dondo 1000 mg/l e a norte da Beira 350 mg/l. No planalto do Búzi, a 
12 
 
Formação de Mazamba contém água de muito boa qualidade, em que o teor de cloretos é 
inferior a 50 ppm e cuja dureza é menor do que 100 ppm de CaCO3. 
 
3.6 Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save 
3.6.1 Fisiografia e Geologia da Bacia Sedimemtar de Moçambique, a Sul do Save 
A Bacia é caracterizada morfologicamente, na sua região interior, por extensas planínicies de 
erosão inclinando suavemente para a costa as quais são intersectadas pelos vales dos rios Save 
e Limpopo e pelos vales de outros pequenos rios, que têm origem nos Libombos. A nordeste 
encontra-se o planalto estrutural dos Urrongas, constituído por calcários. Este esta separado das 
planícies interiores pelo ´´graben´´ de Mazunga, de que o ´´graben´´ Funhalouro-Mahote é um 
subsistema. A faixa costeira é caracterizada por uma zona dunar com uma largura média de 30 
km. Os rios Incomáti e Limpopo formaram uma extensa planície aluvionar interior, 
relativamente à faixa dunar. 
A precipitação varia de 700 – 1000 mm/ano, ao logo da costa, até 350 mm/ano na zona mais 
interior das Planícies do Alto Limpopo. A recarga é moderada a alta, na faixa dunar costeira, 
mas baixa nas regiões interiores, a despeito das condições favoráveis do terreno. Os rios 
principais desta Bacia são o Maputo, o Umbelúzi, o Incomáti, o Limpopo e o Save. Todos eles 
têm regime permanente, mas, frequentemente, os três últimos não têm corrente superficial no 
final da época seca. 
Os estratos inclinam suavemente para leste, mas são interrompidos por blocos de falha, ao longo 
dos sistemas de ´´graben´´, orientados N-S. As rochas são progressivamente mais antigas da 
costa para o interior. 
A parte principal da área interior é dominada por formações contnentais, compreendendo grés 
arcósicos de textura grosseira. Na fronteira com Zimbabwe encontram-se os afloramentos da 
Formação de Sena, de idade cretácica, a que sucede a Formação dos Elefantes, do Terciário 
inferior e a Formação de Mazamba, do Mioceno. 
A faixa costeira e, praticamente, toda a área a sul do rio dos Elefantes, são denomidas por 
formações marinhas e de transição. 
As formações do Cretácico têm textura fina e são constituidas predominantemente por 
argilitos, margas e grés glauconíticos. A Formação do Maputo é das mais antigas 
13 
 
(Aptiano/Albiano) e compreende grés glauconíticos argilosos que afloram no extremo sul do 
País, ao longo da Cadeia dos Libombos. 
A sequência marinha do Terciário é dominada por formações calcárias e gresosas de grão 
médio. Esta inicia-se com a Formação de Cheringoma, de natureza calcária e de idade eocénica, 
também designada por Formação de Mangulane e Formação de Salamanga, a norte e sul da 
província de Maputo, respectivamente. 
Quase 70% da Bacia de Moçambique, a Sul de Save, é coberta por sedimentos quaternários. 
A maior parte das planícies do interior têm uma cobertura eluvionar argilosa e arenosa cuja 
espessura média é de 5–10 m, apenas. 
 
3.6.2 Águas subterrâneas da Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save 
É uma Província Hidrogeoógica de Moçambique melhor conhecida. As características 
hidrogeológicas da área não são muito favoráveis para o aproveitamento das águas 
subterrâneas, excepto em alguns vales aluvionares, na faixa dunar e na região dos aquíferos 
profundos. Mais de metade da área tem sérios problemas com águas subterrâneas altamente 
mineralizadas, especialmete na faixa central compreendida entre os rios Save e Maputo. As 
altas concentrações de sal são devidas a existência de água de formação salgada, às condições 
semi-áridas do clima ou
às inundações marinhas que tiveram lugar durante as transgressões do 
Pleistoceno. A produtividade dos aquíferos existentes, em rochas consolidadas, e a importância 
da cobertura solta aumenta em direcção à costa. 
 
Fig.: Unidades Geológicas de Moçambique [Fonte: (Ferro & Bouma, 1987)] 
14 
 
4 Pesquisa da Águaa Subterrâneas em Moçambique 
As investigações relativas a águas subterrâneas para definir a localização de sondagem ou 
planear nosvos campos de furos podem incluir estudos de gabiete, compreendendo a recolha 
e análise de: dados existentes, estudos prévios e mapas, inventários de campo de recursos 
de água existetes, levantementos geológicos simples, interpretação de fotografias aéreas 
ou imagens de satélite, levantamentos geofísicos, sondagens de pesquisa e até mesmo 
ensaios de furos e de aquíferos. A complexibilidade do terreno, a distribuição dos aquíferos, 
o caudal exigido, a recarga e a disponibilidade de fundos, tempo, pessoal, equipamentos e 
conhecimeentos, são factores importantes que determinam a selecção das investigações mais 
indicadas. 
Na pesquisa de águas subterrâneas é essencial colher e estudar todas as informações relevantes 
disponíveis. O uso de fotografias aéreas é essencial para as áreas onde existam rochas duras 
não alteradas. 
Nas áreas onde predominam rochas duras meteorizadas os levantamentos geoeléctricos, em 
particular são imprescindíveis. Estes trabalhos de pesquisa geofísica, juntamente com 
levantamentos geomagnéticos, foram introduzidos, em Moçambique, pela GEOTECNICA E 
MINAS, cujo uso de técnicas de localização de furos recorrendo a processos geofísicos resulta 
num aumento da proporção dos sucessos de 30 para 80%. Pode-se como exemplo: 
 Os valores de resistividade inferiores a 30 Ω.m correspondem a camadas argilosas 
alteradas, quase sempre impermeáveis ou camadas com água salobra; 
 Os valores de resistividade entre 30–60 Ω.m correspondem, muitas vezes a camadas 
alteradas, arenosas, mais produtivas, contedo água doce; 
 Valores acima de 60 Ω.m correspondem, quase sempre a estratos arenosas secos ou 
rochas ligeiramente alteradas. 
Como regra geral, zonas com espessura de alteração compreendida entre 30–40 m são 
consideradas boas para a construção de furos se se verificar que a camada alterada não é total 
ou predominantemente argilosa. 
Em formações sedimentares estratificadas, possuindo aquíferos com água salobra, a 
utilização de sondagens geoeléctricas para distinguir os aquíferos contendo água de má 
qualidade, dos aquíferos dispondo de água de melhor qualidade é extremamente vantajosa. 
15 
 
As técnicas mais qualitativas de pesquisa, recorrendo a métodos de electromagnéticos foram 
ensaiadas à volta de Maputo e tiveram sucessos na determinação das partes mais profundas da 
cobertura solta, existente por cima das rochas consolidadas. Métodos de pesquisa recorrendo a 
processos de refracção sísmica foram introduzidas pela Direcção Nacional de Águas, DNA, 
estes métodos são muito frequentemente usados no Zimbabwe, em regiões onde ocorrem rochas 
duras do Complexo de Base. 
 
5 Meios de Exploração de Água Subterrânea em Moçambique 
Os meios mais comuns para a exploração da água subterrânea são os poços escavados, os furos, 
as captações de nascentes e as galerias de infiltração. Os parâmetros hidrogeológicos que 
determinam a escolha do tipo construção são: as profundidades em que se encontram o lençol 
freático e o aquífero, a espessura a extensão do aquífero, o rebaixamento máximo aceitável 
do nível do aquífero e as potencialidades da formação aquífera. 
O Programa Nacional de Água Rural, PRONAR, dá como prioridade à construção de poços 
escavados, revestidos com anéis de betão protegidos com lajes do mesmo material e equipados 
com bombas manuais. O mesmo, PRONAR, vê uma uma vantagem na constução de poços 
escavados, por serem relativamente baratos e fácies de serem construídos, desde que as 
formações aquíferas não se encontrem a mais de 15 m de profundidade. Os poços escavados 
com 20 m de profundidade são excepcionais. Raramente são construídos em rochas compactas 
que necessitem de ser demolidas com equipamentos sofisticados, tal como martelos 
pneumáticos e dinamite. Nas formações quase impermeávies, poços de grande diâmetro são de 
muita utilidade, pois o poço pode funcionar como reservatório. 
Os poços escavados têm em geral fracas produtividades, compreendidas entre 5–10 m3/dia, pelo 
que são equipados com bombas manuais. Em áreas isoladas, junto a pequenos grupos de casas, 
estes podem ser equipados, apenas, com baldes e cordas. A construção de furos deve ser reser-
vada aos locais em que o lençol freático ou a formação aquífera esteja a profundidades superi-
ores a 10 ou 20 m, ou naquela que se encontra em rochas compactas. Este tipo de construção 
deve ser preferido também quando se trate de abastecer mais de 500 pessoas ou se o furo estiver 
equipado com uma moto-bomba que, por sua vez, esteja ligada a um tanque elevado. 
A captação de nascentes é uma alternativa barata e segura, comparativamente à construção de 
furos, nas áreas onde estas ocorram, ou existam zonas de exsudação. Este processo de captação 
16 
 
é particularmente se a água puder ser transmitida, por gravidade, para os locais onde é necessá-
ria. Relativamente aos poços escavados, a técnica de construção é mais simples e o risco de 
contaminação da água é menos. A captação de nascentes pode ser muito simples se apenas 
existir um único ponto de saída de água. No caso de zonas de exsudação, mal definidas, tem 
que se recorrer à construção de poços galerias de infiltração. 
As galerias de infiltração também se podem adaptar a áreas em que exista um fluxo de água 
subterrânea, pouco profundo ou superficial, como nos vales dos rios sazonais e semi-perma-
nentes. Em áreas em que a água subterrânea é doce e se encontra próximo da superfície, por 
cima de água salobra, as galerias de infiltração podem ser a única alternativa para a obtenção 
de água de qualidade aceitável. 
 
17 
 
6 Conclusão 
A abordagem das águas subterrâneas constitui uma ferramenta básica do conhecimento acerca 
da distribuição espacial das águas nas formações geológicas, ou mesmo nos aquíferos. 
Em Moçambique, os estudos de ocorrência das águas subterrâneas foram divididos em 7 Pro-
víncias Hidrogeológicas, que são: Complexo de Base; Terrenos Vulcânicos; Bacias Sedimen-
tares do Karroo; Bacia Sedimentar do Rovuma; Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do 
Save e Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save e que, algumas Províncias 
Hidrogeológicas que apesar de serem tanto semelhantes, elas distinguem-se entre si pelos seus 
aspectos cimáticos, fisiográficos e geológicos, bem como pela sua e posição geográfica, o que 
de certo modo lhes confere características distintas na sua hidrologia. 
A exploração das águas subterrâneas em Moçambique, é feita com base nos levantamentos 
geofísicos, em que essas consistem em usar alguns dos seus métodos, como métodos eléctricos, 
magnéticos, resistivimétricos e, outos para detectar a ocorrência das águas subterrâneas, assim 
como podem ser usadas também as fotografias aéreas, os levantamentos geológicos simples e, 
mais outros. A complexibilidade do terreno, a distribuição dos aquíferos, o caudal exigido, a 
recarga e a disponibilidade de fundos, tempo, pessoal, equipamentos e conhecimeentos, são 
factores importantes que determinam a selecção das investigações mais indicadas. 
Na exploração das águas subterrâneas, em linhas gerais, usa-se os meios de os poços escavados, 
os furos, as captações de nascentes e as galerias de infiltração. Os parâmetros hidrogeológicos 
que determinam a escolha do tipo construção são: as profundidades
em que se encontram o 
lençol freático e o aquífero, a espessura a extensão do aquífero, o rebaixamento máximo 
aceitável do nível do aquífero e as potencialidades da formação aquífera. 
 
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7 Referências 
Da Costa, T., & Lança, R. (2011). Hidrologia de Superfície. Faro. 
Ferro, B. A., & Bouma, D. (1987). Notícia Explicativa da Carta Hidrogeológica de 
Moçambique. Maputo: Direcção Nacional de Àguas. 
Midões, C., & Fernandes, J. (s.d.). Água Subterrânea: Conhecer para Proteger e Preservar. 
Mourão, M. A. (2016). Águas Subterrâneas: Conceitos, Potencialidades, Gestão e 
Monitoramento.

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