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Unidade XV – Programa de Saúde da Mulher
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Competência:
Prestar assistência integral a saúde da mulher.
Habilidades:
SAÚDE DA MULHER 1
1. Identificar as atividades que o programa desenvolve;
2. Compreender o ciclo menstrual e sua importância no processo gravídico;
3. Compreender o processo de fecundação;
4. Identificar os principais agravos em ginecologia;
5. Conhecer as formas de prevenção do câncer de colo de útero e de mama;
6. Descrever a técnica de realização da coleta de material cervico-uterino;
7. Identificar a importância da orientação quanto ao auto-exame de mama;
8. Conhecer os métodos de planejamento familiar disponíveis nas unidades de saúde;
9. Compreender a importância das atividades educativas para o programa;
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SAÚDE DA MULHER 2
10. Conhecer o objetivo da assistência pré-natal;
11. Identificar os sinais e sintomas presuntivos, prováveis e positivos da gravidez;
12. Conhecer as atividades realizadas no pré-natal;
13. Identificar as principais intercorrências durante a gestação;
14. Conhecer a dieta adequada ao período gestacional;
SAÚDE DA MULHER 3
15. Detectar os principais sinais e sintomas que indicam risco para mãe e filho durante a gestação;
16. Identificar a importância da coleta de dados para avaliar a evolução da gestação;
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SAÚDE DA MULHER 4
17. Identificar as fases do trabalho de parto e as medidas correspondentes que detectem e evitem riscos para a mãe e o filho;
18. Descrever os mecanismos dos tipos de parto;
19. Compreender a assistência de enfermagem no puerpério imediato/mediato, orientando quanto a medida que facilitem a recuperação da saúde da mulher, evitando possíveis complicações;
20. Assistir a puerpera em nível ambulatorial e hospitalar;
21. Conhecer o conjunto de atitudes e praticas para a humanização da assistência a mulher;
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SAÚDE DA MULHER 5
22. Compreender a importância da assistência de Enfermagem as mulheres vitimas de violência domestica;
24. Identificar as principais alterações emocionais, físicas, comumente encontradas na fase do climatério;
25. Identificar as principais patologias decorrentes da falta de hormônio neste período;
26. Compreender o papel do técnico em enfermagem na assistência ao climatério;
27. Conhecer a importância da dieta no climatério
28. Identificar a importância do apoio psicológico a mulher no período do climatério.
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Evolução da Política de Saúde da Mulher
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Introdução
No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada nas primeiras décadas do século XX, limitadas às demandas da gravidez e do parto;
Programas materno-infantis se tornavam como base a mulher no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, pela educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e familiares;
Os programas buscavam estratégias de proteção aos grupos de maior risco e em situação de vulnerabilidade, crianças e gestantes;
Verticalidade e a falta de integração com outros programas;
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Metas definidas pelo nível central, sem avaliação da necessidade de saúde local;
Resultados dessa prática era a fragmentação da assistência e o baixo impacto nos indicadores da saúde da mulher;
A influência do Movimento Feminista Brasileiro
Com forte atuação no campo da saúde o movimento feminista introduz na agenda política nacional questões até então relegadas ao segundo plano, consideradas restrita ao espaço e às relações privadas;
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Aponta:
As desigualdades nas condições de vida e nas relações sociais entre os homens e as mulheres traduziam em problema de saúde;
Os problemas associados à sexualidade e à reprodução;
As dificuldades relacionadas à anticoncepção;
A prevenção de doenças sexualmente transmissíveis;
A sobrecarga de trabalho das mulheres, responsáveis pelo trabalho doméstico e de criação dos filhos;
Em 1984, o MS elaborou o PAISM ( Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher)
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PAISM
Ações:
Atividades educativas, preventivas, e de diagnóstico;
Tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica;
Assistência à mulher no período gravídico-puerperal- pré-natal de baixo e alto risco, parto e puerpério.
No climatério;
Em planejamento familiar e DST;
Câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres;
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro;
Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais de qualquer espécie;
Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS
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Objetivos específicos
Promover a atenção obstétrica qualificada e humanizada, incluindo atenção ao abortamento em condições inseguras;
Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica;
Implementar o Planejamento Familiar;
Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência doméstica e sexual;
Redução da morbimortalidade por DST/AIDS;
Redução da morbimortalidade por câncer cérvico-uterino e mamas;
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres;
Promover atenção à saúde da mulher: no climatério- terceira idade- negra- índias-trabalhadoras do campo e da cidade-lésbicas-situação de prisão;
Fortalecer o controle social
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Ciclo Menstrual
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EIXO
HIPÓTALAMO – HIPÓFISE - OVÁRIO
MeioAmbiente
Luz
Estress
SistemaNervoso Central
Hipótalamo
 GnRH
Hipófise Anterior
Ovário
FSH
LH
Útero
Estrogênio
Progesterona
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A hipófise anterior da criança do sexo feminino, como a da criança do sexo masculino, não secreta, em termos práticos, nenhum hormônio gonadotrópico até a idade de 10 a 14 anos ( puberdade);
Durante essa fase – a hipófise passa a produzir os hormônios gonadotrópicos FSH e LH, que estimulam as gônadas femininas ( ovários);
FSH – maturação do folículo primário e este inicia a produção de estrógeno;
LH – promove a expulsão do óvulo e a formação do corpo lúteo para produzir progesterona
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O ciclo menstrual é dividido igualmente em 2 fases: fase folicular e fase lútea. Para facilitar o entendimento, vamos considerar o ciclo normal aquele com 28 dias, sendo 14 dias de fase folicular e 14 dias de fase lútea;
Fase folicular –
 Começa no primeiro dia da menstruação, ou seja, no primeiro dia do ciclo. No início desta fase, os hormônios estrogênio e progesterona estão baixos e o útero está menstruando, apresentando uma parede (endométrio) bem fina. O ovário nesta fase está em repouso.
Neste momento, a glândula pituitária (hipófise), que se localiza no sistema nervoso central, começa a aumentar a produção de um hormônio chamado hormônio folículo estimulante (FSH), que como o próprio nome diz, estimula os folículos do ovário;
Na presença do FSH, os folículos começam a se desenvolver, crescendo e amadurecendo;
Estes folículos, agora, começam a produzir estrogênio. Conforme os níveis de estrogênio vão crescendo, um dos folículos se torna dominante, se desenvolvendo mais rápido que os outros, que na verdade, param de crescer e começam a involuir. 
Além do desenvolvimento do folículo dominante, o estrogênio também age sobre o útero, preparando-o para uma eventual gravidez. A membrana da parede do útero, chamada de endométrio, começa a se proliferar, adquirindo camadas, tornando-se, assim, mais espessa.
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Fase lútea – 
O pico de estrogênio ocorre 1 dia antes da ovulação. No momento de concentração máxima do estrogênio, outro hormônio da hipófise é liberado, o hormônio luteinizante (LH). Estamos agora exatamente no meio do ciclo, 14º dia em casos de ciclos menstruais de 28 dias;
O pico de estrogênio e surgimento do LH, fazem com que a mulher comece a produzir um mucoviscoso, chamado de muco fértil, que favorece a mobilidade dos espermatozoídes. A liberação do LH completa o processo de maturação do folículo dominante;
Logo após o pico de LH que induz a ovulação, a temperatura corporal da mulheres se eleva discretamente, cerca de 0,5ºC, permanecendo assim por mais 10 dias.
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Corpo lúteo-
Logo antes da ovulação, as células ao redor do folículo ovariano, sob influência do LH, começam a formar o corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de estrogênio e, principalmente, progesterona. Quando a mulher ovula, o óvulo é liberado em direção às trompas, permanecendo apenas o corpo lúteo no ovário;
Durante toda a parte final do fase lútea, o corpo lúteo permanece produzindo a progesterona, que age inibindo a secreção de LH pela hipófise. No útero, a progesterona age interrompendo a proliferação do endométrio. Na verdade, a progesterona organiza as camadas da mucosa tornando-a mais homogênea, deixando-a rica em fluídos e nutrientes para o potencial feto;
Como a progesterona inibe o LH, se o óvulo não for fecundado, a queda do LH faz com que o corpo lúteo começa a involuir, o que por sua vez provoca a queda na produção de progesterona e estrogênio pelo mesmo. Sem esses hormônios a grossa parede do endométrio não mais se sustenta, seu suprimento de sangue é cortado, e ela acaba por desabar, caracterizando a menstruação e reiniciando o ciclo na fase folicular.;
Se o óvulo for fecundado, o embrião começa a produzir um hormônio chamado gonadotropina coriônica, responsável por manter o corpo lúteo e a produção de progesterona ativos.
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Ciclo menstrual
3 fases:
Fase proliferativa – aumenta FSH estimulando a secreção de estrogênio – endométrio espesso e vascularizado;
Fase secretora ( dia 14 em um ciclo de 28 dias) – aumenta LH estimulando a ovulação
Fase lútea ( depois da ovulação) – corpo lúteo secreta progesterona
 Óvulo fertilizado – aumenta estrogênio e progesterona
 Óvulo não-fertilizado – diminuem FSH e LH; diminuem a secreção de estrogênio e progesterona; endométrio passa a ficar hemorrágico
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O ciclo menstrual inicia-se no primeiro dia da menstruação, na sua primeira fase ocorre uma produção exclusiva de estrogênio pelo ovário e, logo após a ovulação, tem início a fase de produção de progesterona, conhecida também como fase lútea. Esta fase do ciclo é fixa e a ovulação ocorre cerca de 14 dias antes do início da próxima menstruação;
O ciclo menstrual varia de mulher para mulher, sendo considerado o intervalo médio entre uma menstruação e outra em nº de 28 e 29 dias, mas pode variar entre 21 e 30 dias e, mesmo assim, continua sendo normal;
Para saber quantos dias têm um ciclo, deve-se marcar o primeiro dia da menstruação até o início da menstruação seguinte. Observe e anote durante vários meses. O primeiro dia da menstruação é também o primeiro dia do ciclo e é quando o endométrio começa a se soltar.
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Ovulação
É o processo no ciclo menstrual no qual o folículo ovariano maduro rompe e libera o ovo (oócito ou gameta feminino) que participa na reprodução;
O processo de ovulação é controlado pelo hipotálamo do cérebro e através da liberação de hormônios ( LH e FSH) secretados no lóbulo anterior da glândula pituitária ( hipófise);
O começo da ovulação pode ser detectado por vários sinais e sintomas. As mulheres perto da ovulação experimentam mudanças no cérvix, no muco produzido pelo cérvix, e na temperatura basal. Além disso, várias mulheres experimentam sintomas secundário de fertilidade como (dor associada à ovulação, do alemão "dor no meio") e sensibilidade mais forte aos odores. Muitas mulheres sentem elevação no desejo sexual nos dias antes da ovulação;
Após a ovulação, o ovo viaja através dos tubos de falópio até o útero. Caso o ovo seja fertilizado pelo esperma, pode ser implantado no útero 6 a 12 dias depois. Caso não seja fertilizado, o ovo se degradará nos tubos de falópio dentro de 24 horas.
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Fase fértil
Os poucos dias próximos a ovulação constituem a fase fértil. O tempo médio para a ovulação e de 14 dias no ciclo menstrual médio de 28 dias. E normal que o dia da ovulação varie da media, sendo comum estar entre o decimo e decimo-nono dia do ciclo menstrual. A duração do ciclo menstrual por si só não e um indicador confiável do dia da ovulação.
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Fecundação
É o resultado do encontro e da fusão de duas células germinais (gametas): a masculina (o espermatozoíde) e a outra feminina (o óvulo), nas vias genitais da mulher;
A fecundação se produz em torno do terço médio da trompa, ao nível da ampola tubária, quando uns dos milhões de espermatozoídes penetram no óvulo;
Quando há fecundação e depois nidação (fixação do ovo na parede do útero) a manutenção da atividade do corpo amarelo pelas secreções hormonais explica a ausência das menstruações. Ao contrário, quando o óvulo não é fecundado, a regressão do corpo amarelo ocasiona queda das secreções hormonais e a mucosa se elimina (menstruação);
Os folículos contidos nos ovários possuem aproximadamente 400.000 óvulos imaturos ou ovócitos. Os ovócitos já estão presentes desde o nascimento da menina. Um desses ovócitos desenvolve-se dentro do folículo e dirige-se para a superfície do ovário, que se rompe e elimina o ovócito.
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Ao ser eliminado, o ovócito, que passa o ser chamado óvulo- é recolhido pela trompa e conduzido até o útero. Esse processo de eliminação do óvulo pelo ovário é denominado ovulação;
Se na sua passagem pela trompa o óvulo for fecundado por um espermatozoide, ele se alojará no útero e aí se desenvolverá, dando origem a um novo ser.
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Problemas Ginecológicos
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Menstruação e suas alterações
Menstruação – perda sanguínea temporária e cíclica da vida da mulher;
Menarca – 1ª menstruação
Menopausa – última menstruação ( tem que contar 1 ano depois do último dia);
Alterações menstruais:
Quanto à duração – hipermenorreia ( maior que 8 dias); Hipomenorria(menor que 2 dias);
Quanto à quantidade - Menorragia ( grande quantidade de sangue); Oligomenorreia ( escassa quantidade de sangue); amenorreia ( ausência de menstruação entre a menarca e a menopausa); Amenorreia primária – quando a mulher nunca menstruou. Amenorreia secundária – quando aparece após a mulher haver menstruado;
Quanto ao intervalo – proiomenorreia ( 20-25 dias); Polimenorreia ( a cada 15 dias – 2 vezes no mês); Opsomenorreia ( 35-40 dias); Espaniomenorreia (prolonga por 2 ou 3 meses);
Menóstase – suspensão brusca da menstruação antes do tempo normal do seu término;
Dismenorreia – dor menstrual ( cólica uterina) que ocorre nos primeiros dias da menstruação;
Metrorragia – perda sanguínea genital entre uma menstruação e outra. Ex: câncer de endométrio, câncer de colo uterino.
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Dor
É um sintoma muito freqüente em ginecologia, tem por este motivo, grande valor evocativo. Entretanto, é variável, quase sempre enganadora e inconstante.
As dores periódicas estão relacionadas com as menstruações ou a ovulação. São de início as dores das menstruações, que podem aparecer logo antes ou ao início e ceder com o aparecimento do fluxo menstrual, ou ainda, no começo e persistir apenas por um ou mais dias.
As dores ovulatórias podem ser nítidas e mesmo muito fortes. São periódicas, não em relação às menstruações passada, mas sim aquelas por vir. As dores ovulatórias são pré-menstruais. As dores constantes são aquelas das infecções genitais crônicas, cuja intensidade em função da importância do fator inflamatório persistente.
As dores súbitas e violentas são por vezes dores vivas, aumentadas pelas pessoas que tem exagero de sensibilidade da dor. São também os sinais de alarme de síndromes genitais pélvicas ou abdominais de urgência.
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Leucorréia
É um corrimento de abundância variável que incomoda a paciente, sujando-lhe a roupa. pode precisar desde o mais simples cuidado suplementar de higiene, até o uso de absorventes. Na verdade, é preciso distinguir dois sintomas bem diferentes: exagero de fenômenos fisiológicos e aparecimento dos sintomaspatológicos;
Existe normalmente secreção das mucosas vulvares, endocervical e sobretudo vaginal, que pode ocasionar corrimento razoável, que mancha ligeiramente a roupa sem dar motivo de inquietação; Secreção do período ovulatório, tem com frequência saída pela vulva, sob a forma de muco que se escoa lentamente, semelhante à clara de ovo, durante três a quatro dias;
Leucorreias patológicas cuja etiologia pode ser múltipla, proveniente de perturbações hormonais, causas gerais, ou simplesmente da frequência das relações sexuais, estão ligadas a inflamação vulvo-vaginal, principalmente infecciosa ou parasitária ( dor, irritação da vulva, intenso desconforto, prurido)
Etiologia – fungos, parasitas, cervicite;
Tratamento – antifúngicos e/ou antibióticos oral ou local e do parceiro S/N;
Profilaxia – evitar a promiscuidade sexual, empréstimo de roupas íntimas, uso prolongado de anticoncepcional, higiene íntima inadequada, uso de calça jeans apertadas por tempo prolongado, abuso de duchas, forma correta de limpeza de genitais por homens e mulheres.
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Hemorragias
Qualquer perda sanguínea uterina anormal ocorrida durante o período fértil;
As hemorragias genitais podem ser provenientes de todos os pontos do aparelho genital, mas o hábito faz praticamente deduzir que procedem do útero e de seus anexos e aparecem na vulva;
A hemorragia pode ser constante, com perda de sangue vermelho vivo que ao contrário daquele menstrual tem a tendência a formar coágulos, ou então de menor importância, limitando-se a tingir de cor-de-rosa as secreções vaginais normais;
Estas hemorragias desaparecem normalmente quando se trata a causa subjacente: cura de infecções, remoção e destruição de tumores, fibromas (miomas)- tumores benignos, quistos (cistos) ou pólipos (tumor benigno), resíduo de placenta e modificação dos métodos de contracepção;
Fala-se de hemorragia vaginal, ou metrorragia, em presença de uma perda de sangue anormal que não coincide com o ciclo menstrual;
Podem apresentar-se três situações diversas: 1. A mulher é jovem e não está grávida; 2. A mulher está grávida; 3. A mulher está em menopausa.
Diagnóstico – Clínico, laboratorial e ultrassonográfico
Tratamento – Hormonal, homeostático ,internamento(cirúrgico).
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Endometriose
A endometriose ocorre quando há tecido endometrial fora do revestimento da cavidade uterina. Em geral, esse tecido ectópico limita-se à região pélvica, mais comumente ao redor dos ovários, no peritônio uterovesical, nos ligamentos uterossacrais e no fundo-de-saco, mas também pode ocorrer em qualquer parte do corpo;
Durante a menstruação, o tecido ectópico sangra e isso provoca inflamação dos tecidos adjacentes. Essa inflamação causa fibrose e causa aderências, que provocam dor e infertilidade;
Os sintomas graves da endometriose podem ter início súbito, ou desenvolver-se durante vários anos. Esse distúrbio em geral tem gravidade crescente durante os anos em que a mulher menstrua, mas tende a regredir após a menopausa;
Pode haver queixa de dor pélvica cíclica, infertilidade e dismenorréia adquirida. Em geral, a cliente relata dor na região abdominal baixa, na vagina, na pelve posterior e no dorso. Essa dor em geral começa 5 a 7 dias antes do ciclo menstrual, atinge um pico e dura 2 a 3 dias. Esse sintoma difere de dor típica da dismenorréia, que é mais espasmódica e concentra-se na linha média do abdome. Entretanto, a gravidade da dor não indica necessariamente a extensão da doença;
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As outras manifestações clínicas dependem da localização do tecido ectópico, pode haver relato de história de infertilidade e menstruações profusas (tubas e ovários), dispareunia com penetração profunda (ovários e fundo de saco), dor supra-púbica, disúria e hematúria (bexiga); dor ao evacuar, sangramento retal nas menstruações e dor no cóccix ou no sacro (septo retovaginal e colo); náuseas e vômitos, que pioram antes da menstruação; e cólicas abdominais (intestino delgado e apêndice);
Causas - A causa básica é desconhecida, mas suscetibilidade familiar ou histerectomia recente podem predispor as mulheres à endometriose;
Complicações - A principal complicação da endometriose é infertilidade. Outras complicações são abortamento, anemia devida ao sangramento excessivo e problemas emocionais gerados pela infertilidade;
Diagnóstico - A laparoscopia confirma o diagnóstico e mostra o estágio da doença;
Tratamento – androgênios, progestogênios, anticoncepcionais orais ( atenuam os sintomas), A laparoscopia utilizada para fins diagnósticos também pode ser realizada terapeuticamente para dissolver aderências, remover implantes pequenos e cauterizar implantes. Por fim , a histerectomia abdominal total com salpingooforectomia bilateral (Ressecção cirúrgica de uma tuba uterina e de um ovário.)
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Vaginismo, Dispareunia, Frigidez
Vaginismo - É a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração pelo pênis, dedo, ou espéculo ginecológico ou mesmo um tampão. A mulher não consegue controlar o movimento de contração, apesar de até querer o ato sexual. Há intenso sofrimento. Também podem aparecer sinais de pânico, como náuseas, suor excessivo e falta de ar quando a pessoa tenta enfrentar este medo, aproximando-se de seu parceiro. Mesmo desejando um contato sexual, há falta completa de controle de suas reações físicas de rejeição;
Fatores - desequilíbrios hormonais, nódulos dolorosos ou infecções nos genitais. O uso de algumas medicações que tenham como efeito colateral a diminuição de lubrificação vaginal, causas psicológicas ( abuso sexual ou aborto, mensagens anti-sexuais durante a infância ( escutar dos pais que o sexo é sujo), culpas, comportamento controlador por parte dos pais, raivas entre o casal);
Tratamento – difícil e demorado 
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Dispaurenia
A dor que ocorre durante a relação sexual tem, na maioria das vezes, causas orgânicas. Os fatores psicológicos também podem estar envolvidos. Nesses casos, pode haver associação com trauma sexual prévio, sentimentos de culpa ou atitudes negativas em relação ao sexo;
O exame físico minucioso, com identificação das áreas dolorosas, inspeção detalhada para verificar alterações da anatomia e a presença ou não de lesões vulvares, na maioria das vezes, demonstra a causa. Devemos atentar para causas que podem diminuir a lubrificação vaginal e causar atrofia vulvovaginal, como a menopausa ou o uso de alguns medicamentos;
Infecções vulvares, vaginais, doença inflamatória pélvica, endometriose, retroversão uterina, miomatose, patologias dos anexos (ovários e trompas), aderências pélvicas ou doenças do trato urinário também provocam dor na relação sexual.
O tratamento deve ser direcionado para a causa do problema. 
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Frigidez
A frigidez caracteriza-se pela falta de desejo e de qualquer resposta sexual. Essa terminologia tem sido empregada para definir mulheres que não demonstram nenhum interesse em sexo ou que ficam completamente "geladas" ao toque erótico;
Causas – orgânica, emocional, cultural ou social;
Orgânico – infecções ( vulvovaginites);transtornos psiquiátricos crônicos, uso de algumas medicações como anti-hipertensivos ou antidepressivos que têm como efeito colateral a diminuição de libido;
Emocional – abuso sexual, estupro ou violência sexual ; culpas e ansiedades vinculadas à não permissão ao sexo, conflitos conjugais importantes, com cobranças acompanhadas de agressões, falta de respeito e falta de intimidade, falta de comunicação e intimidade do casal;
Culturais e sociais - falta de educação e orientação sexual, medo de gravidez indesejada associada à insegurança de contracepção, dificuldades práticas e persistentes do dia-a-dia, como falta de tempo necessário para dedicação à vida sexual, falta de ambiente propício à intimidade, estímulo sexual inadequado.
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Cervicite
São inflamações localizadas no colo do útero, podendo ser agudas ou crônicas. Seus principais sintomas são: corrimento espesso, profuso e com sangue às vezes;
Geralmente acomete mulherescom idade entre os 18 e 25 anos. A forma mais comum de cervicite é a bacteriana, entretanto, esta complicação pode ser causada por diversos microrganismos diferentes;
Costuma-se dividir o problema em casos crônicos e agudos. Quando um material é colhido para a leitura e análise é possível se diagnosticar um caso de cervicite crônica. Já a do tipo aguda somente é notada através de exames ginecológicos. Por este motivo, deve-se ficar atenta ao problema, já que, quando não tratado pode levar até mesmo à infertilidade;
A cervicite pode ser causada por diversos agentes. A bacteriana pode se desenvolver, por exemplo, devido à proliferação desregulada de alguma bactéria natural da flora vaginal. Também é possível haver contágio através de relações sexuais;
Múltiplos parceiros sexuais e hábitos de higiene indevidos favorecem ao desenvolvimento da inflamação. Algumas vezes, o uso de anticonceptivos orais pode ser também um fator desencadeante;
Tratamento: Cauterização, cremes vaginais, antibióticos, tratamento de parceiro s/n, cuidados com a higiene intima e medidas corretas de higiene genital.
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Anexites
É um processo inflamatório que ocorre nas trompas e ovários, podendo atingir os dois órgãos uni ou bilateralmente. 
Os principais sintomas são: dor no baixo ventre, hipertermia, sudorese, náuseas, vômitos, dispaurenia;
Tratamento: Antibióticos, analgésicos, repouso e cirúrgico: dependendo da localização e gravidade
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Doença Inflamatória Pélvica
Conjunto de doenças inflamatórias do trato genital feminino superior: útero, trompas e ovários. Atinge a mulher jovem ao redor dos 20 anos, 35 anos;
É causado por bactérias, que penetram através do canal cervical e útero para a pelve;
Os principais sintomas: dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, hipertermia, fadiga, anorexia, corrimento vaginal fétido, purulento, dispaurenia, dificuldade de deambular, calafrios, taquicardia;
Diagnóstico – clínico, laboratorial, ultrassom
Tratamento: Internamento para antibioticoterapia venosa, acompanhamento com ultrassom, hidratação, analgésico, nutrição adequada.
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Cistos de ovários
Conceito - O cisto é um tumor com conteúdo líquido, semilíquido ou pastoso. Existem vários tipos.;
São frequentemente encontrados em mulheres em idade reprodutiva. As mulheres mais propensas a formação de cistos são aquelas com idade entre os 20 e 35 anos, as portadoras de endometriose ou com doença inflamatória pélvica. Usar hormônios não causa cistos.
Os principais sintomas são: sensação de peso no abdome, dor pélvica, distúrbios menstruais, náuseas, vômitos.
Diagnóstico - Ultrassom
Tratamento: No início tenta-se anticoncepcional, caso não se resolva partir-se para tratamento cirúrgico.
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Miomas
Miomas (também conhecidos por fibromas ou leiomiomas) são tumores sólidos benignos formados por tecido muscular. De acordo com a região do útero acometida, existem três tipos diferentes de miomas: subserosos, intramurais, submucosos. Seu tamanho pode variar bastante e alguns provocam aumento grande do abdômen. Mulheres negras são mais vulneráveis ao desenvolvimento de miomas;
Submucosos: São os que mais causam sangramento.
Intramural: Não causam tanto desconfortos.
Subseroso: Não causam tanto desconfortos
Sabe-se que estão associados principalmente à produção de estrógeno, embora uma parcela seja sensível à ação da progesterona, e que sua incidência diminui depois da menopausa;
Sintomas - Os principais sintomas são: dor pélvica no período menstrual, dismenorréia, hipermenorréia, dispaurenia, aumento do volume abdominal, náuseas, vômitos, cistite.
Diagnóstico – Ultrassom, RSM, TC
Tratamento: anticoncepcional, analgésicos, anti-hemorrágicos ou cirúrgicos se estiverem aumentando de tamanho ( laparoscopia, miomectomia, histerectomia );
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Pólipo
É uma hiperplasia endometrial que pode ser endo ou ectocérvice, causa sangramento(formação de um tecido anormal na camada interna do útero que dependendo da sua localização pode causar dificuldades em engravidar);
O principal sintoma de pólipo uterino é o sangramento anormal durante a menstruação, com uma quantidade maior de perda de sangue. Mas os pólipos uterinos podem ainda causar uma perda sanguínea entre as menstruações e até mesmo depois da menopausa;
Diagnóstico - citologia oncótica e colposcopia.
Tratamento: Remoção na colposcopia ou histeroscopia dependendo da localização.
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Vaginose bacteriana
É caracterizada por desequilíbrio da flora vaginal normal pelo aumento exagerado de bactérias . Esse aumento é associado á ausência ou diminuição acentuada dos lactobacilos acidófilos, que normalmente são os protetores da flora vaginal. Ocorre em cerca de 25% das mulheres;
Sinais e sintomas: corrimento vaginal com odor fétido, mais acentuado depois do coito e no período menstrual, corrimento acizentado, de aspecto cremoso ou bolhoso, dispaurenia.
Diagnóstico: clínico
Tratamento: creme vaginal, antibactericida oral, reposição da flora vaginal. cuidados higiênicos.
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Infertilidade e esterilidade
É a incapacidade de conceber, após 1 ano de relações sexuais normais entre o casal, sem uso de métodos contraceptivos, acomete 10% dos casais;
Causas
Homens – azospermia (situação em que nenhum espermatozoide é detectado no sémen ejaculado), oligoespermia (diminuição do número de espermatozóides), diminuição da motilidade e anomalia na formação dos espermatozoides; irradiações, usos de drogas;
Mulheres - Ovarianas, tubária, uterina, cervical, Psíquicas, nutricionais; irradiações
Diagnóstico: Exames: espermograma, ultrassom, dosagens hormonais, laparoscopia, histeroscopia, anamnese sobre doenças antecedentes, história menstrual etc.
Tratamento: depende da correção dos distúrbios suspeitos das causas. Inseminação artificial.
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