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Reorganização Societária em Sociedade Anônima

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Plano	de	Aula:	Sociedade	Anônima	(Cont)
DIREITO	EMPRESARIAL	APLICADO	I	-
CCJ0133
Título
Sociedade	Anônima	(Cont)
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
13
Tema
Sociedade	Anônima	–	Reorganização	Societária
Objetivos
-	Compreender	a	importância	da	reorganização	societária;
-	Reconhecer	a	transformação,	cisão	e	fusão;
-	 Conhecer	 as	 mudanças	 societárias	 que	 resguardam	 as	 instituições
econômicas;
Estrutura	do	Conteúdo
1.												Da	Reorganização	Societária
O	 negócio	 desde	 a	 sua	 origem	 percorre	 um	 caminho	 dividido	 em	 diversas
etapas,	 dentre	 elas	 a	 aquisição	 de	 novos	 negócios	 ou	 a	 incorporação	 de
novas	tecnologias,	buscando	a	readaptação	da	empresa,	neste	cenário	surge
o	 instituto	 jurídico	da	 reorganização	societária.	A	sociedade	empresária	pode
ter	 sua	 estrutura,	 tipo	 ou	 composição	 reorganizada	 por	 processos	 de
transformação,	incorporação,	fusão	ou	cisão.
	
1.1.								Transformação:
A	 transformação	 é	 a	 operação	 pela	 qual	 a	 sociedade	 passa,
independentemente	 de	 dissolução	 e	 liquidação,	 de	 um	 tipo	 para	 outro.	 A
transformação	 obedecerá	 aos	 preceitos	 que	 regulam	 a	 constituição	 e	 o
registro	do	tipo	a	ser	adotado	pela	sociedade.
A	 transformação	 exige	 o	 consentimento	 unânime	 dos	 sócios	 ou	 acionistas,
salvo	 se	 prevista	 no	 estatuto	 ou	 no	 contrato	 social,	 caso	 em	 que	 o	 sócio
dissidente	terá	o	direito	de	retirar-se	da	sociedade.
	
1.2.								Incorporação:
A	 incorporação	 é	 a	 operação	 pela	 qual	 uma	 ou	 mais	 sociedades	 são
absorvidas	por	outra,	que	lhes	sucede	em	todos	os	direitos	e	obrigações.
A	 assembléia-geral	 da	 companhia	 incorporadora,	 se	 aprovar	 o	 protocolo	 da
operação,	 deverá	 autorizar	 o	 aumento	 de	 capital	 a	 ser	 subscrito	 e	 realizado
pela	 incorporada	 mediante	 versão	 do	 seu	 patrimônio	 líquido,	 e	 nomear	 os
peritos	que	o	avaliarão.
A	 sociedade	 que	 houver	 de	 ser	 incorporada,	 se	 aprovar	 o	 protocolo	 da
operação,	autorizará	seus	administradores	a	praticarem	os	atos	necessários	à
incorporação,	inclusive	a	subscrição	do	aumento	de	capital	da	incorporadora.
Aprovados	 pela	 assembleia-geral	 da	 incorporadora	 o	 laudo	 de	 avaliação	 e	 a
incorporação,	 extingue-se	 a	 incorporada,	 competindo	 à	 primeira	 promover	 o
arquivamento	e	a	publicação	dos	atos	da	incorporação.
	
1.3.																Fusão:
A	fusão	é	a	operação	pela	qual	se	unem	duas	ou	mais	sociedades	para	formar
sociedade	nova,	que	lhes	sucederá	em	todos	os	direitos	e	obrigações.
A	 assembleia-geral	 de	 cada	 companhia,	 se	 aprovar	 o	 protocolo	 de	 fusão,
deverá	 nomear	 os	 peritos	 que	 avaliarão	 os	 patrimônios	 líquidos	 das	 demais
sociedades.
Apresentados	 os	 laudos,	 os	 administradores	 convocarão	 os	 sócios	 ou
acionistas	 das	 sociedades	 para	 uma	 assembleia-geral,	 que	 deles	 tomará
conhecimento	 e	 resolverá	 sobre	 a	 constituição	 definitiva	 da	 nova	 sociedade,
vedado	 aos	 sócios	 ou	 acionistas	 votar	 o	 laudo	 de	 avaliação	 do	 patrimônio
líquido	da	sociedade	de	que	fazem	parte.
Constituída	 a	 nova	 companhia,	 incumbirá	 aos	 primeiros	 administradores
promover	o	arquivamento	e	a	publicação	dos	atos	da	fusão.
	
1.4.																Cisão:
A	 cisão	 é	 a	 operação	 pela	 qual	 a	 companhia	 transfere	 parcelas	 do	 seu
patrimônio	 para	 uma	 ou	 mais	 sociedades,	 constituídas	 para	 esse	 fim	 ou	 já
existentes,	 extinguindo-se	 a	 companhia	 cindida,	 se	 houver	 versão	 de	 todo	 o
seu	patrimônio,	ou	dividindo-se	o	seu	capital,	se	parcial	a	versão.	Sem	prejuízo
do	disposto	no	artigo	233,	a	sociedade	que	absorver	parcela	do	patrimônio	da
companhia	 cindida	 sucede	 a	 esta	 nos	 direitos	 e	 obrigações	 relacionados	 no
ato	da	cisão;	no	caso	de	cisão	com	extinção,	as	sociedades	que	absorverem
parcelas	do	patrimônio	da	companhia	cindida	sucederão	a	esta,	na	proporção
dos	 patrimônios	 líquidos	 transferidos,	 nos	 direitos	 e	 obrigações	 não
relacionados.
	
1.5.																Conselho	Administrativo	de	Defesa	Econômica	–	CADE:
O	Cade	é	entidade	judicante	com	jurisdição	em	todo	o	território	nacional,	que
se	constitui	em	autarquia	federal,	vinculada	ao	Ministério	da	Justiça,	com	sede
e	foro	no	Distrito	Federal,	e	competências	previstas	nesta	Lei.	
As	atribuições	do	Cade	são	definidas	pela	Lei	nº	12.529,	de	30	de	novembro	de
2011,	e	complementadas	pelo	Regimento	 Interno	do	Cade	–	RiCade,	aprovado
pela	 Resolução	 n°	 1,	 de	 29	 de	 maio	 de	 2012,	 e	 alterações	 posteriores.	 A
autarquia	exerce	três	funções:
Preventiva:	analisar	e	posteriormente	decidir	sobre	as	fusões,	aquisições	de
controle,	 incorporações	 e	 outros	 atos	 de	 concentração	 econômica	 entre
grandes	empresas	que	possam	colocar	em	risco	a	livre	concorrência.
Repressiva:	 investigar,	em	todo	o	território	nacional,	e	posteriormente	 julgar
cartéis	e	outras	condutas	nocivas	à	livre	concorrência.
Educativa:	instruir	o	público	em	geral	sobre	as	diversas	condutas	que	possam
prejudicar	 a	 livre	 concorrência;	 incentivar	 e	 estimular	 estudos	 e	 pesquisas
acadêmicas	sobre	o	tema,	firmando	parcerias	com	universidades,	institutos	de
pesquisa,	 associações	 e	 órgãos	 do	 governo;	 realizar	 ou	 apoiar	 cursos,
palestras,	 seminários	e	eventos	 relacionados	ao	assunto;	editar	publicações,
como	a	Revista	de	Direito	da	Concorrência	e	cartilhas.
Fonte:	 Conselho	 Administrativo	 de	 Defesa	 Econômica
(http://www.cade.gov.br/acesso-a-
informacao/institucional/copy_of_competencias)
	
1.6.																Direito	dos	Credores:
A	 transformação	 não	 prejudicará,	 em	 caso	 algum,	 os	 direitos	 dos	 credores,
que	continuarão,	até	o	pagamento	integral	dos	seus	créditos,	com	as	mesmas
garantias	que	o	tipo	anterior	de	sociedade	lhes	oferecia.
A	 falência	 da	 sociedade	 transformada	 somente	 produzirá	 efeitos	 em	 relação
aos	 sócios	 que,	 no	 tipo	 anterior,	 a	 eles	 estariam	 sujeitos,	 se	 o	 pedirem	 os
titulares	 de	 créditos	 anteriores	 à	 transformação,	 e	 somente	 a	 estes
beneficiará
Aplicação	Prática	Teórica
CASO	CONCRETO:
	
(TRF	 /	 JUIZ	 FEDERAL	 SUBSTITUTIVO	 /	 TRF	 2ª	 REGIÃO	 /	 2017)	 Sociedade
empresária	 impetra	mandado	 de	 segurança	 em	 face	 de	 ato	 do	 Presidente
da	 Junta	Comercial	 do	Estado	do	Rio	 de	 Janeiro,	 que	nega	o	 arquivamento
de	alteração	contratual.	O	ato	aponta	a	inviabilidade	do	nome	empresarial,
diante	de	similitude	para	com	outro	 já	existente,	de	diversa	sociedade.	Em
relação	 ao	 tema,	 responda	 as	 questões	 abaixo,	 fundamentando	 a	 sua
resposta.
	
I	 -	 Em	 relação	 ao	mandado	 de	 segurança	 impetrado,	 a	 competência	 é	 da
Justiça	Estadual,	já	que	o	ato	foi	praticado	por	autoridade	estadual?
	
II	 -	 A	 colidência	 de	 nome	 empresarial	 é	 matéria	 do	 interesse	 exclusivo	 de
seus	 titulares,	 e	 a	 análise	 do	 tema,	 sem	 provocação	 do	 interessado,	 não
cabe	 nem	 à	 Junta	 Comercial	 e	 nem	 ao	 Instituto	 Nacional	 de	 Propriedade
Industrial?
	
QUESTÃO	OBJETIVA:
	
1)	 (CESPE/JUIZ	 FEDERAL/TRF	 1ª	 REGIÃO/2011)	 Com	 referência	 à
transformação,	 incorporação,	 fusão	 e	 cisão	 das	 sociedades,	 assinale	 a
opção	correta:
	
a)								A	transformação	determina	a	extinção	das	sociedades	que	se	unem
para	formar	sociedade	nova,	que	a	elas	sucederá	nos	direitos	e	obrigações;
b)	 	 	 	 	 	 	 	Na	 cisão	 com	extinção	da	 companhia	 cindida,	 as	 sociedades
que	 absorverem	 parcelas	 do	 patrimônio	 da	 referida	 companhia
responderão	subsidiariamente	pelas	obrigações	da	companhia	extinta;
c)	 	 	 	 	 	 	 	 	 Nas	 sociedades	 anônimas,	 a	 assembleia	 geral	 possui
competência	 privativa	 para	 deliberar	 sobre	 transformação,	 fusão,
incorporação	 e	 cisão	 da	 companhia,	 sua	 dissolução	 e	 liquidação,
eleger	e	destituir	liquidantes	assim	como	para	julgar-lhes	as	contas;
d)	 	 	 	 	 	 	 	 A	 fusão	não	depende	do	 consentimento	de	 todos	 os	 sócios,
salvose	 prevista	 na	 ata	 da	 assembleia,	 caso	 em	 que	 o	 dissidente
poderá	retirar-se	da	sociedade;
e)	 	 	 	 	 	 	 	 A	 sociedade	 que	 houver	 de	 ser	 incorporada	 tomará
conhecimento	 desse	 ato,	 e,	 se	 o	 aprovar,	 autorizará	 os
administradores	a	praticar	o	necessário	à	 incorporação,	não	podendo
haver	a	subscrição	de	bens.										
marga
Realce
	
2)	(TRF/JUIZ	FEDERAL	SUBSTITUTO/TRF	–	3º	REGIÃO/2016)	Assinale	a	alternativa
incorreta:
	
a)								A	fusão	determina	a	manutenção	das	sociedades	que	se	unem,
para	 formar	 sociedade	 nova,	 que	 a	 elas	 sucederá	 nos	 direitos	 e
obrigações;
b)	 	 	 	 	 	 	 	 A	 cláusula	 constitutiva	 de	 mandato,	 lançada	 no	 endosso,
confere	 ao	 endossatário	 o	 exercício	 dos	 direitos	 inerentes	 ao	 título,
salvo	restrição	expressamente	estatuída;
c)	 	 	 	 	 	 	 	 	 Na	 sociedade	 em	 comandita	 simples,	 a	 morte	 de	 sócio
comanditário,	 salvo	 disposição	 do	 contrato,	 não	 impede	 sua
continuidade	 com	 seus	 sucessores,	 que	 designarão	 quem	 os
represente;
d)	 	 	 	 	 	 	 	 A	 invenção	 e	 o	 modelo	 de	 utilidade	 são	 considerados
suscetíveis	 de	 aplicação	 industrial	 quando	 possam	 ser	 utilizados	 ou
produzidos	em	qualquer	tipo	de	indústria;
e)	 	 	 	 	 	 	 	 A	 invenção	 e	 o	 modelo	 de	 utilidade	 são	 considerados
suscetíveis	 de	 aplicação	 industrial	 quando	 possam	 ser	 utilizados	 ou
produzidos	em	qualquer	tipo	de	indústria.								
I - Em relação ao mandado de segurança impetrado, a competência é da Justiça Estadual, 
já que o ato foi praticado por autoridade estadual? 
R: Não, a competênci a é da Justiça Federal conforme prevê o artigo 109, VIII da CF, já que 
critérios de similitude são definidos em ato federal, com delegação de aplicação à autoridade
 estadual.
II - A colidência de nome empresarial é matéria do interesse exclusivo de seus titulares, e a análise
do tema, sem provocação do interessado, não cabem em à Junta Comercial e nem ao Instituto 
Nacional de Propriedade Industrial? 
R: Consoante o art. 32, I, da Lei 8.934 /94, o registro do comércio compreende "a matrícula 
e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros 
e administradores de armazéns-gerais
marga
Realce
marga
Realce
marga
Realce

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