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FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA RELATÓRIO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL ANÁLISE DE DESEQUILÍBRIO DE TENSÕES NOS SISTEMAS TRIFÁSICOS DE DISTRIBUIÇÃO. CASO DE ESTUDO: POSTO DE TRANSFORMAÇÃO N°8 DO HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO AUTOR: Marques, Marques Pedro SUPERVISORES: Engenheiro Anacleto Albino, MSc-DEEL Engenheiro Lisboa Francisco Chimuca-HCM Maputo, 05 de Julho de 2019 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Marques Pedro Marques Análise de desequilíbrio de tensões nos sistemas trifásicos de distribuição. Caso de estudo: Posto de transformação n°8 do Hospital Central de Maputo Relatório do estágio profissional apresentado como requisito para obtenção do grau de licenciatura pelo programa de graduação em Engenharia Eléctrica do Departamento de Engenharia Electrotécnica da Universidade Eduardo Mondlane. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página I DEDICATÓRIA À memória da minha mãe Cecília Joaquim Ao meu Pai Pedro Marques Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página II AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente ALLAH S.W que tem me concedido saúde, sabedoria e força para combater as adversidades nessa etapa da minha vida. Ele está sempre presente! À memoria da minha mãe Ceciclia Joaquim, por todo o seu esforço que teve desde ao colocar a educação Ao meu pai Pedro Marques, pela sua persistência em acreditar nos seus filhos, A minha professora do ensino básico Flora, que sempre acreditou em mim me incentivando a buscar meus objectivos. Ao Engenheiro Anacleto Albino, por ter aceite ser o meu tutor neste trabalho e pela disponibilidade e paciência que sempre teve. A todos os Professores do DEEL que tem contribuiram para a minha formação em especial ao Prof. Dr. Eng° Zacarias Chillengue, Prof. Dr. Eng° Manuel Cumbi, Eng° Zefanias Mabote, Eng° Manuel Telles, Eng° Chissico, e ao Eng° Albino Bernardo Cuinhane. Por fim, agradeço aos meus irmãos António Pedro Marques, Guerra Pedro Marques e Sérgio Pedro Marques e a toda comunidade estudantil da residência universitária número 8, pelos conselhos valiosos que me deram directa ou indirectamente Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página III DECLARAÇÃO DE HONRA Declaro por minha honra que o presente relatório é resultado do meu trabalho, esforço, dedicação e que nenhuma instituição já publicou antes e o conteúdo do presente trabalho é original e as fontes consultadas estão identificadas na bibliografia. Maputo, aos 05 de Julho de 2019 (Marques Pedro Marques) Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página IV RESUMO Com o uso cada vez maior de equipamentos com tecnologia avançada na área da electromedicina nos Hospitais e dispositivos semicondutores em residências e escritórios, a qualidade da tensão está ganhando uma atenção significativa para a indústria e para a concessionária de energia eléctrica. A baixa qualidade da tensão causa perdas económicas incomumente grandes em todo o mundo, já que o problema de qualidade de tensão é um dos principais distúrbios de qualidade de energia. Este relatório fornece um estudo investigativo do desequilíbrio de tensão no posto de transformação nº 8 do Hospital Central de Maputo que faz parte da rede de distribuição de energia eléctrica de baixa tensão de 11 / 0,4 kV. Com base nas medições feitas no QGBT do PT em causa foi possível verificar o comportamento do desequilíbrio com o auxílio da ferramenta EXCEL. A rede foi modelada com parâmetros de rede padrão para rede de distribuição de energia eléctrica típica de baixa tensão usando a ferramentas MATLAB / Simulink 9.0, Sim Power System. Os resultados obtidos da simulação com os comprimentos de cada alimentador de distribuição para cargas trifásicas não balanceadas estão dentro da faixa de tolerância de tensão nominal aceitável de ± 5% do valor da tensão nominal no terminal dos quadros de distribuição. Embora isso seja admissível para clientes próximos ao terminal de alimentação, foi estabelecido que uma tensão fraca inadmissível chega aos quadros das enfermarias. As tensões medidas foram menores do que o limite padrão permitido de 0,95 p.u, de valor de tensão nominal. No final deste trabalho fornece técnicas e recomendações sobre métodos eficazes para melhorar o perfil de tensão e corrigir a tensão desequilibrada para um padrão permitido. Palavras chave: Baixa tensão, desequilíbrio de tensão, qualidade de tensão, rede de distribuição, sistema de energia. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página V ABSTRACT With the increasing use of advanced electromedical equipment in hospitals and semiconductor devices in homes and offices, the quality of the voltage is gaining significant attention for the industry and for the utility. The low quality of the voltage causes unusually large economic losses around the world, since the problem of voltage quality is one of the main disturbances of energy quality. This report provides an investigative study of the voltage imbalance at the Transformation Station No. 8 of Maputo Central Hospital which is part of the low voltage electrical distribution network of 11 / 0.4 kV. Based on the measurements made in the QBT of the concerned PT, it was possible to verify the behavior of the imbalance with the help of the EXCEL tool. The network was modeled with standard network parameters for typical low voltage power distribution network using MATLAB / Simulink 9.0, Sim Power System tools. The results obtained from the simulation with the lengths of each distribution feeder for three-phase unbalanced loads are within the acceptable nominal voltage tolerance range of ± 5% of the nominal voltage value at the distribution board terminal. Although this is permissible for customers near the power terminal, it has been established that an inadmissible weak voltage reaches the wiring boards. The measured voltages were lower than the permitted standard limit of 0.95 p.u, nominal voltage value. At the end of this paper provides techniques and recommendations on effective methods to improve the voltage profile and correct the unbalanced voltage to an allowedstandard. Keywords-Low voltage, voltage unbalance, voltage profile, voltage quality, distribution network, power system. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página VI ÍNDICE 1. Introdução ..................................................................................................................................................1 1.1. Formulação do problema .................................................................................................................2 1.2. Justificativa ........................................................................................................................................2 1.3. Objectivos ..........................................................................................................................................2 CAPÍTULO II ......................................................................................................................................................4 2. Princípios teóricos fundamentais sobre o desequilíbrio de tensão...................................................4 2.1. Desequilíbrio de tensão ...................................................................................................................4 2.2. Equilíbrio de tensão ..........................................................................................................................5 2.3. Desequilíbrios de tensão de Longa Duração ...............................................................................5 2.3.1. Desequilíbrio de subtensão .....................................................................................................7 2.3.2. Desequilíbrio de sobretensão .................................................................................................7 2.4. Outros possíveis desequilíbrios de tensão ...................................................................................7 2.4.1. Desequilíbrio de subtensão de fase única (1Φ) ...................................................................8 2.4.2. Duas fases de desequilíbrio de subtensão (2Φ)..................................................................8 2.4.3. Três fases de desequilíbrio de subtensão (3Φ) ...................................................................8 2.4.4. Desequilíbrio de sobretensão de fase única (1Φ) ...............................................................8 2.4.5. Desequilíbrio de sobretensão de duas fases (2Φ) ..............................................................8 2.4.6. Desequilíbrio de sobretensão de três fases (3Φ) ................................................................9 2.5. Desequilíbrio ou variação de tensão de curta duração ..............................................................9 2.5.1. Desequilíbrio ou variação da tensão devido a Interrupção ................................................9 2.5.2. Desequilíbrio ou variação da tensão devido a Queda de tensão repentina ................. 10 2.5.3. Desequilíbrio ou variação devido a sobretensão momentânea ..................................... 10 CAPÍTULO III ................................................................................................................................................. 12 3. Características das instalações eléctricas do Hospital Central de Maputo .................................. 12 3.1. Rede Eléctrica Normal .................................................................................................................. 12 3.2. Rede Eléctrica de Emergência .................................................................................................... 12 3.3. Rede Eléctrica Ininterrupta – UPS .............................................................................................. 13 3.4. Componentes do sistema eléctrico no HCM ............................................................................. 15 3.4.1. Instalações em Média Tensão (MT) ................................................................................... 15 3.4.2. Posto de Transformação ...................................................................................................... 15 3.4.3. Unidades de Alimentação Ininterrupta (UPS) ....................................................................... 16 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página VII 3.4.4. Central de emergência em Standby ................................................................................... 17 3.4.5. Distribuição de Energia em Baixa Tensão ......................................................................... 18 3.4.6. Sistema IT Médico ................................................................................................................. 18 3.4.7. Sistemas de Iluminação ........................................................................................................ 19 3.4.8. Sistema de Protecção contra descargas atmosférica ...................................................... 19 3.4.9. Sistema de equipotencialização .......................................................................................... 19 3.4.10. Protectores de Surtos (sobretensões atmosféricas) .................................................... 20 CAPÍTULO IV ................................................................................................................................................. 21 4. Factores que contribuem para o desequilíbrio de tensão no HCM ............................................... 21 4.1. A combinação de cargas monofásicas e trifásicas desequilibradas ..................................... 21 4.2. índices e limites de desequilíbrio de tensão .............................................................................. 22 4.2.1. Método das componentes simétricas ou IEC .................................................................... 22 4.2.2. Definição ANSI e NEMA ....................................................................................................... 24 4.2.3. Definição IEEE ....................................................................................................................... 24 4.2.4. Método CIGRÉ ....................................................................................................................... 25 4.2.5. Limites dos desequilíbrios .................................................................................................... 25 4.3. Estudo de caso .............................................................................................................................. 26 4.3.1. Estrutura do posto de transformação e seccionamento n° 8 .......................................... 27 4.3.2. Tratamento dos dados levantados ...................................................................................... 29 4.3.3. Analise dos resultados de simulação do estado actual do desequilíbrio com base nos dados acolhidos. .................................................................................................................................... 35 4.4. Impactos negativos do desequilíbrio de tensão sobre os equipamentos eléctricos ......... 39 4.4.1. Perda de potência extra ........................................................................................................ 39 4.4.2. Deficiência de segurança para os técnicos de manutenção ..........................................39 4.4.3. Falha do motor ....................................................................................................................... 39 4.4.4. Operação indesejável de Rectificadores ........................................................................... 40 4.4.5. Diminuição do ciclo de vida dos equipamentos ................................................................ 40 4.4.6. Mau funcionamento do relé .................................................................................................. 41 4.4.7. Medição imprecisa ................................................................................................................. 41 4.4.8. Falha do transformador ........................................................................................................ 41 CAPÍTULO V .................................................................................................................................................. 42 5. Técnicas de resolução para níveis aceitáveis de desequilíbrio de tensões ................................. 42 5.1. Cargas monofásicas devem ser redistribuídas igualmente .................................................... 42 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página VIII 5.2. O uso de reguladores de tensão monofásicos ......................................................................... 42 5.3. O uso de restauradores dinâmicos de tensão .......................................................................... 43 5.4. O uso do Compensador síncrono de distribuição estática ou Distribution static synchronous compensator (D-STATCOM) ............................................................................................ 44 CAPÍTULO VII ................................................................................................................................................ 46 6. Conclusão ............................................................................................................................................... 46 6.1. Recomendações ............................................................................................................................ 47 6.2. Referencia bibliográfica ................................................................................................................ 48 ANEXOS ......................................................................................................................................................... 51 Anexo1 ............................................................................................................................................................ 51 Anexo 2 ........................................................................................................................................................... 52 Anexo 3 ........................................................................................................................................................... 53 Anexo 4 ........................................................................................................................................................... 54 Anexo 5 ........................................................................................................................................................... 55 Anexo 6 ........................................................................................................................................................... 56 Anexo 7 ........................................................................................................................................................... 57 Anexo 8 ........................................................................................................................................................... 58 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página IX ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1:Tensões desequilibrada [9] .................................................................................... 4 Figura 2: Tensões equilibradas [9] ....................................................................................... 5 Figura 3:Desequilibrio de tensão causado pela Energização de um banco de capacitor [1] 6 Figura 4:Desequilibrio causado pela ferroressonância de um transformador sem carga [1]. ....................................................................................................................................... 6 Figura 5:Posto de Transformação [fonte: autor] ................................................................. 16 Figura 6:Componentes principais do UPS [4] ..................................................................... 16 Figura 7: Grupo Gerador [6] ............................................................................................... 17 Figura 8: Sistema IT médico [3] modificado pêlo autor ....................................................... 19 Figura 9: Componentes simétricas [4] ................................................................................ 23 Figura 10: Posto de Transformação n8 .............................................................................. 28 Figura 11: Comportamento do desequilíbrio com base na norma NEMA/IEEE e CIGRÉ .. 29 Figura 12:Ilustracao do comportamento do desequilíbrio das 7h até 19h .......................... 30 Figura 13:Variação do desequilíbrio no alimentador da morgue e gastroenterologia ......... 31 Figura 14:Variação dos factores de desequilíbrio ............................................................... 33 Figura 15:Varaiação do desequilíbrio no alimentador do quadro 2 e quadro 4 da maternidade ................................................................................................................. 34 Figura 16: Estado das tensões de fase e correntes do alimentador do Raio-x, urgências, clinica especial e UCI ................................................................................................... 35 Figura 17:Estado actual do desequilíbrio das tensões e correntes do alimentador ............ 36 Figura 18:Estado actual do desequilíbrio das tensões de fases e correntes do alimentador ..................................................................................................................................... 37 Figura 19:Estado actual do desequilíbrio das tensões e correntes do alimentador ............ 37 Figura 20:Estado actual do desequilíbrio das tensões e correntes .................................... 38 Figura 21: Relação entre a perda de vida útil e o grau de desequilíbrio [7] ........................ 41 Figura 22:Regulador de tensão monofásico de 100kVA[1] ................................................ 43 Figura 23: Restaurador dinâmico de tensão de 120kVA [4] ............................................... 44 Figura 24: diagrama de blocos básico do D-STATCOM. .................................................... 45 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página X LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS HCM Hospital Central de Maputo EDMElectricidade de Maputo IEC International Electrotechnical Commission IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers ANSI American National Standards Institute NEMA National Electrical Manufacturers Association QGBT Quadro Geral de Baixa Tensão PT Posto de Transformação UPS Uninterruptible Power Supply GG’s Grupo Geradores CA Corrente Alternada CC Corrente Continua CIGRÉ Conselho Internacional de Grandes Sistemas Eléctricos VUR Voltage Unbalanced Rate UCI Unidade de Cuidados Intensivos AVAC Aquecimento Ventilação Ar condicionado Φ Fase ELETROBRÁS Centrais Eléctricas Brasileiras S.A ONS Operador Nacional do Sistema Eléctrico ANEEL Agência Nacional de Energia Eléctrica Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 1 CAPÍTULO I 1. Introdução A má qualidade da tensão leva a enormes perdas económicas em todo o mundo. Estima- se que os problemas de qualidade de energia custem à indústria e ao comércio cerca de 100 mil milhões de euros por ano na União Europeia. O desequilíbrio de tensão é um problema de qualidade de energia regularmente enfrentado em redes de distribuição de energia eléctrica de baixa tensão, e é considerado um dos distúrbios de qualidade de energia mais indesejáveis no sistema de distribuição de energia eléctrica de baixa tensão. Cargas sensíveis do cliente, tais como: equipamentos hospitalares para procedimentos clínicos, os sistemas de aquecimento ventilação e ar condicionado (AVAC), as centrais de produção de vapor (CPV), as centrais de produção de oxigénio (CPO), centrais de bombeamento de água (CBA), bem como as instalações de energia eléctrica existentes nos edifícios para os procedimentos clínicos e administrativos, são altamente susceptíveis a interrupções no fornecimento de energia, daí que há necessidade de alta qualidade de energia e estabilidade de tensão, oque desperta uma atenção ainda mais crítica aos agentes do sector de energia eléctrica quando se trata de estabelecimentos que prestam cuidados a saúde como no caso do HCM. Geralmente a tensão no lado da média tensão é bem regulada e balanceada, a tensão no lado de baixa tensão pode se tornar desequilibrada devido à variação de carga em cada fase e diferentes impedâncias, o desequilíbrio de tensão leva ao superaquecimento do equipamento, amplificando as perdas e diminuindo a eficácia dos aparatos do sistema de potência e dos aparatos do cliente como por exemplo falhas no funcionamento normal de conversores electrónicos de potência, aquecedores, componentes domésticos, elevadores, equipamentos de escritório e accionadores de velocidade ajustáveis. O estudo desenvolvido baseou se na avaliação da magnitude do desequilíbrio de tensão com base nas medições de tensões e correntes nas saídas dos alimentadores do posto de transformação e seccionamento número 8 do Hospital Central de Maputo e por fim propôs-se soluções e recomendações técnicas de modo que os efeitos causados pélas tensões desequilibradas sobre os equipamentos eléctricos hospitalares sejam mínimas ou estando dentro dos parâmetros normalizados. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 2 1.1. Formulação do problema O Hospital Central de Maputo após a década 90 ficou sujeito a várias modificações e/ou expansão nas suas edificações e modernização tecnológica que surgiu na área da saúde, bem como um grande desenvolvimento de equipamentos de electromedicina, sistemas e tecnologias de informação que actualmente são necessários para manter em funcionamento o Hospital; esta necessidade acarreta a distribuição desequilibrada das tensões sobre as fases porque esta variedade de cargas novas é geralmente monofásica que ao ser conectado nas instalações eléctricas já existentes sem nenhuma observância de normas para a conexão destes equipamentos por parte dos responsáveis da área de electricidade e electrónica. 1.2. Justificativa Nos dias de hoje, cada vez mais os Hospitais precisam de sistemas eléctricos variados que possuam alta qualidade de energia eléctrica e que estes mesmos introduzem na rede de energia eléctricas problemas tal como o descrito acima. Portanto, é objecto deste trabalho o estudo e a análise das causas e das formas de surgimento real deste problema e a sua consequente proposta de resolução para níveis normalizados do efeito do desequilíbrio de fases. 1.3. Objectivos 1.3.1. Objectivo geral • Analisar o desequilíbrio de tensões nos sistemas trifásicos de distribuição. Caso de estudo: Posto de transformação n°8 do Hospital Central de Maputo 1.3.2. Objectivos Específicos • Caracterizar o Hospital Central de Maputo; • Apresentar os princípios teóricos fundamentais sobre o desequilíbrio de tensão; • Descrever as características das instalações eléctricas do Hospital Central de Maputo; • Descrever os factores que contribuem para o desequilíbrio de tensão, índices e limites de desequilíbrio de tensão com base nas normas vigentes; Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 3 • Descrever os impactos negativos do desequilíbrio de tensão sobre os equipamentos eléctricos; • Propor técnicas de resolução para níveis aceitáveis de desequilíbrio de tensões nas instalações de energia eléctrica do Hospital central de Maputo. 2. Metodologia A metodologia a ser usada na elaboração do projecto passa péla observância dos pontos seguintes: • Revisão bibliográfica - que é desenvolvida com base no material já elaborado formado tipicamente por consulta a páginas científicas de nível da internet, livros e artigos científicos; • Medições de tensões e correntes dos diversos circuitos de entrada e saída do quadro de baixa tensão do posto de transformaçãoe seccionamento n° 8 do Hospital Central de Maputo. • Simulação - análises que hão de ser realizadas ao longo do trabalho, sendo de destacar para o uso de programas de cálculo e de modelação de redes de distribuição, tais como: Electrical Transient and Analysis Program (ETAP) versão 16, MATrix LABoratory (MATLAB) versão R2016a e PSCAD. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 4 CAPÍTULO II 2. Princípios teóricos fundamentais sobre o desequilíbrio de tensão 2.1. Desequilíbrio de tensão Os sistemas de Potência e de distribuição são compostos de três fases que carregam três sinais de tensão e corrente. Idealmente, esses sinais são iguais em magnitude/modulo e desfasados 120 ° um do outro. O desequilíbrio de tensão é o fenômeno associado a alterações dos padrões trifásicos do sistema, onde as tensões aV (t) , bV (t) , cV (t) apresentam diferentes valores de tensão ou em módulo. ( ) . (2 ) ( ) . (2 - 2 / 3) ( ) . (2 - 4 / 3) a b c V t A sen ft V t A sen ft V t A sen ft π θ π θ π π θ π = + = + = + (0.1) Em algumas literaturas, a terminologia “assimétrica” é também usada para designar a condição de desequilíbrio. Usando a notação vectorial, as tensões com amplitudes diferentes e defasadas diferente de 120° podem ser representadas como mostrado na Figura 1 Figura 1:Tensões desequilibrada [9] Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 5 2.2. Equilíbrio de tensão Um sistema equilibrado possui as tensões aV (t) , bV (t) , cV (t) eq (0.1) iguais em modulo e desfasados 120°. Dificilmente nos sistemas trifásicos de distribuição encontrar-se as tensões puramente equilibradas, isto é, módulos iguais e desfasamento de 120° eléctricos entre as fases. Quando o sistema está equilibrado (fontes e cargas), o fluxo de potência total é unidireccional e constante, indo da fonte para a carga. Isto garante que não haverá circulação desnecessária de potência na rede e nem sobrecarga de uma fase em relação às outras oque resulta em perdas mínimas. Figura 2: Tensões equilibradas [9] 2.3. Desequilíbrios de tensão de Longa Duração Desequilíbrio ou Variações de longa duração de tensão, em algumas literaturas considerada como desequilíbrio permanente, ocorre quando há variação da tensão eficaz ou media quadrática (rms) por mais de 1 min. A norma ANSI C84.1 especifica as tolerâncias de tensão de estado estacionário esperadas em uma rede de distribuição de energia. A variação de tensão é considerada de longa duração quando os limites ANSI são excedidos por mais de 1 min [1]. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 6 Figura 3:Desequilibrio de tensão causado pela Energização de um banco de capacitor [1] Figura 4:Desequilibrio causado pela ferroressonância de um transformador sem carga [1]. Desequilíbrios ou variações de tensão de longa duração podem ser sobretensões ou subtensões. Sobretensões e subtensões geralmente não são o resultado de falhas do sistema, mas são causadas por variações de carga no sistema e operações de comutação do sistema. Tais variações são normalmente exibidas como gráficos de tensão rms versus tempo. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 7 2.3.1. Desequilíbrio de subtensão Uma sobretensão é uma condição que se verifica quando as três tensões de fase apresentam tensões inferiores que as tensões estipuladas pelas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo abaixo de 90% quando a tolerância é de 10%, além disso, a componente de sequência positiva é menor que o valor nominal [10]. As subtensões são o resultado de eventos de comutação que são o oposto dos eventos que causam sobretensões. Uma carga ligada ou um banco de capacitores desligado pode causar uma subtensão até que o equipamento de regulagem de tensão no sistema possa trazer a tensão de volta dentro das tolerâncias. 2.3.2. Desequilíbrio de sobretensão Uma sobretensão é uma condição que se verifica quando as três tensões de fase apresentam tensões superior que as tensões estipuladas pelas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo acima de 110% quando a tolerância é de 10%, além disso, a componente de sequência positiva é maior que o valor nominal [10]. As sobretensões são geralmente o resultado da comutação de carga (por exemplo, desligar uma carga grande ou energizar um banco de capacitores figura 1). As sobretensões resultam porque o sistema é muito fraco para a regulação de tensão desejada ou os controles de tensão são inadequados. Configurações de tap incorretas nos transformadores também podem resultar em sobretensões do sistema. 2.4. Outros possíveis desequilíbrios de tensão A operação dos sistemas de distribuição ou de potência podem estar sujeitos a várias condições, existem vários e possíveis desequilíbrios de tensão em um sistema de potência ou de distribuição, aque apresenta se os seguintes seis casos, Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 8 2.4.1. Desequilíbrio de subtensão de fase única (1Φ) Este tipo de caso geralmente verifica se quando uma das fases apresenta valor de tensão inferior estipulado que as tensões estipuladas pelas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo abaixo de 90% quando a tolerância é de 10%. Exemplo: quando uma das fases esta conecta uma carga leve em relação as outras duas fases. 2.4.2. Duas fases de desequilíbrio de subtensão (2Φ) A condição de desequilíbrio de subtensão de duas fases verifica se quando duas fases apresentam valores de tensões inferiores que as tensões estipuladas pelas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo abaixo de 90% quando a tolerância é de 10%. 2.4.3. Três fases de desequilíbrio de subtensão (3Φ) Esta é uma condição descrita na seção 2.2.1. em que as três fases apresentam valores inferiores que as tensões estipuladas pélas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo abaixo de 90% quando a tolerância é de 10%, como por exemplo inserção de grandes cargas no sistema ou remoção de um banco de capacitor no sistema. 2.4.4. Desequilíbrio de sobretensão de fase única (1Φ) É uma condição oposta ao descrito no item 2.4.1. além de uma das fases apresentar valor inferior, apresenta um valor superior que o estipulado pélas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo acima de 110% quando a tolerância é de 10%. 2.4.5. Desequilíbrio de sobretensão de duas fases (2Φ) A condição de desequilíbrio de sobretensão de duas fasesverifica se quando duas fases apresentam valores de tensões superiores que as tensões estipuladas pélas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo acima de 110% quando a tolerância é de 10%. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 9 2.4.6. Desequilíbrio de sobretensão de três fases (3Φ) Esta é uma condição descrita na seção 2.2.2. em que as três fases apresentam valores superiores que as tensões estipuladas pélas normas regulamentadoras por uma duração superior a 1min, por exemplo acima de 110% quando a tolerância é de 10%, como por exemplo abertura de uma linha ou comutação de inserção de um banco de capacitor no sistema. 2.5. Desequilíbrio ou variação de tensão de curta duração Esta categoria engloba a categoria IEC de quedas de tensão e interrupções curtas. Cada tipo de variação pode ser designado como instantâneo, momentâneo ou temporário, dependendo de sua duração [1]. Variações de tensão de curta duração são causadas por condições de falha, a energização de grandes cargas que requerem altas correntes de partida ou conexões frouxas intermitentes na fiação de energia. Dependendo da localização da falta e das condições do sistema, a falha pode causar quedas de tensão temporárias (quedas), aumentos de tensão (aumentos) ou uma perda total de tensão (interrupções). A condição de falha pode estar próxima ou distante do ponto de interesse. Em ambos os casos, o impacto na tensão durante a condição de falha real é da variação de curta duração até que os dispositivos de protecção operem para eliminar a falha [3]. 2.5.1. Desequilíbrio ou variação da tensão devido a Interrupção Uma interrupção de tensão é definida como uma diminuição da tensão de alimentação para um valor inferior a 1% da tensão nominal. Interrupções podem ser o resultado de falhas no sistema de energia, falhas de equipamentos e falhas na função de controle. Dispositivos de protecção de concessionária e o evento particular que causa a falha determinam a duração de uma interrupção [2]. Em [1] Uma interrupção ocorre quando a tensão de alimentação ou corrente de carga diminui para menos de 0,1 pu por um período de tempo não superior a 1 min. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 10 O religamento instantâneo geralmente limitará a interrupção causada por uma falha não permanente a menos de 30 ciclos. O religamento retardado do dispositivo de protecção pode causar uma interrupção momentânea ou temporária. A duração de uma interrupção devido a mau funcionamento do equipamento ou conexões soltas pode ser irregular [1]. Algumas interrupções podem ser precedidas por uma queda de tensão quando essas interrupções são devidas a falhas na origem sistema. A queda de tensão ocorre entre o momento em que uma falha é iniciada e o dispositivo de protecção opera [1]. 2.5.2. Desequilíbrio ou variação da tensão devido a Queda de tensão repentina Em [1] o termo queda de tensão repentina é designado por voltage sag. Uma queda de tensão repentina é uma redução súbita da tensão de alimentação. Na maioria das publicações, uma queda de tensão é caracterizada como uma queda de tensão para um valor entre 90% e 1% da tensão nominal. Os afundamentos de tensão são geralmente causados por falhas do sistema, mas também podem ser causados péla comutação de grandes cargas ou péla partida de motores. Uma queda de tensão típica também pode ser associada a uma única falha linha-terra. Uma falha em um alimentador paralelo resultará em uma queda de tensão no barramento da subestação. Esta falha afecta todos os outros alimentadores até que a falha seja eliminada [2]. 2.5.3. Desequilíbrio ou variação devido a sobretensão momentânea O termo sobretensão momentânea, ou seja, momentary overvoltage usado por muitos escritores como sinónimo do termo swell. Uma sobretensão momentânea é definida como um aumento repentino tensão de alimentação. As magnitudes típicas estão entre 110% e 180% da tensão nominal. Os também são geralmente associados a falhas do sistema, mas não com tanta frequência quanto a queda de tensão. Uma única falha linha-terra no sistema pode resultar em um aumento de tensão nas fases saudáveis. Desligar grandes cargas ou ligar grandes bancos de capacitores também pode causar aumento de tensão [2]. Assim como as quedas de tensão momentâneas, as sobretensões repentinas geralmente estão associadas às condições de falha do sistema, mas eles não são tão comuns quanto Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 11 os afundamentos de tensão. Uma maneira de ocorrer um swell é a subida temporária da tensão nas fases não avariadas durante uma falha fase-terra [1] As sobretensões repentinas são caracterizadas por sua magnitude (valor efectivo) e duração. A gravidade de um aumento de tensão durante uma condição de falha é uma função da localização da falta, impedância do sistema e aterramento. Em um sistema não aterrado, com uma infinita impedância de sequência-zero, as tensões linha-terra nas fases não aterradas serão de 1,73 pu durante uma condição de falta fase-terra Perto da subestação em um sistema aterrado, haverá pouca ou nenhuma elevação de tensão nas fases não-enfartadas, pois o transformador da subestação é usualmente conectado em delta-estrela, fornecendo um caminho de sequência-zero de baixa impedância para a corrente de falta. Falhas em pontos diferentes ao longo de alimentadores de quatro fios e com aterramentos terão graus variados de aumento de tensão nas fases sem falha [1]. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 12 CAPÍTULO III 3. Características das instalações eléctricas do Hospital Central de Maputo A rede eléctrica de distribuição de BT no HCM é complexa devido a abrangência de duas fontes e por possuir duas características CA e CC. Conforme as características das fontes de energia e, portanto, de acordo com a sua proveniência, temos: 3.1. Rede Eléctrica Normal O Hospital central de Maputo possui aproximadamente dez (10) posto de transformação, e em regime estacionário é alimentado péla rede pública da EDM através de duas linhas de média tensão de 11kV, uma delas chega ao PTS8 (Objecto de estudo) com origem numa das subestações da EDM, alimentando dois transformadores de 500kVA e a segunda chega ao PT da pediatria alimentando um transformador de 250kVA com origem na subestação da EDM. A rede pública de abastecimento de energia, é utilizada para aplicações de baixa criticidade, com as seguintes aplicações: iluminação, tomadas de uso geral, equipamentos e instalações de uso não específico. As cargas eléctricas ligadas a este tipo de energia ficam condicionadas ao fornecimento do operador público de energia (EDM), isto é, as instalações e equipamentos por ela alimentados. 3.2. Rede Eléctrica de Emergência Em condições normais de fornecimento da rede pública de energia (EDM), a redede emergência tem os mesmos factores de risco que a energia normal, isto é, com influência de agentes externos a rede eléctrica do hospital, porém, quando há falha na rede pública ou anormalidades externas, o sistema de emergência é alimentado por Grupos Geradores (GG’s) que entram automaticamente em funcionamento em cerca de 15 segundos e assumem a carga, conforme a criticidade dos equipamentos ou instalações. O HCM possui no total 10 GG’s que assumem a carga automaticamente das várias enfermarias em caso da indisponibilidade da rede da EDM. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 13 A energia gerada pêlos GG’s é utilizada em áreas de grande responsabilidade nas actividades hospitalares, quer ao nível de prestação de cuidados, quer seja no nível de segurança destas actividades e das pessoas que dela dependem. Por possuir esta característica de pouco tempo de interrupção, aquando da falta da energia proveniente da rede pública, a sua utilização concentra-se nos seguintes tipos de equipamentos: a) Equipamentos específicos na área da electromedicina, AVAC: Que podem suportar um breve intervalo de falta de energia eléctrica, sem que, contudo, percam as suas características operacionais, quando esta estiver restabelecida; b) Iluminação de suporte: (zonas de circulação, salas, enfermarias, quartos, etc.) Tomadas de equipamentos importantes, porém de uso específico; c) Todas as cargas críticas ligadas ao Sistema de “UPS”: nomeadamente equipamento informático d) Instalações especiais tais como: Urgência, Imagiologia, Hemodiálise e outros. Desta forma, para cumprir as normas vigentes os Hospitais devem possuir uma Central de Emergência, restabelecendo energia para as cargas críticas num período máximo de 15 a 30 segundos. 3.3. Rede Eléctrica Ininterrupta – UPS As unidades “UPS” (Uninterruptible Power Supply) são equipamentos que se encontram ligados à rede de emergência e, portanto, alimentados por duas fontes de energia de forma redundante, isto é, pêlo fornecedor de energia da rede pública (EDM) em regime normal e péla rede de emergência suportada por Grupos Geradores (GG’s) quando falta a alimentação da rede pública. A energia fornecida pélas “UPS” é do tipo “pure sinewave”, isto é, sem variações de tensão, frequência e outras perturbações presentes no sistema eléctrico convencional. Por possuírem bancos de baterias autónomos, e funcionarem normalmente no modo de dupla conversão, não há lugar a interrupção do fornecimento de energia eléctrica quando há corte, Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 14 nem no período que os Grupos Geradores necessitam para assumir a carga, garantindo-se assim a continuidade dos serviços que dependem desta fonte de energia eléctrica. Os sistemas baseados nas UPS são utilizados em áreas que necessitem de energia eléctrica de altíssima qualidade e fiabilidade, bem como na alimentação dos equipamentos e sistemas de elevada criticidade quanto ao desempenho das suas funções na falta de energia eléctrica. As áreas e equipamentos que dependem destes equipamentos são fundamentalmente: Tabela 1: Áreas com cargas sensíveis Fonte Cargas UPS • Bloco Cirúrgico; • UCI e UCIP • Recobro; • Salas de Emergência; • Urgência Sectores de Emergência; • Laboratório – Equipamentos de Análises • Clínicas; • Locais de realização de procedimentos invasivos; • Todos os locais que possuem equipamentos de apoio à vida. • Central de Segurança; • Sistemas de CCTV; • Sistemas de Detecção de Incêndio; • Equipamentos/Instalações Informáticas de Processamento de Dados/Datacenters; • Bastidores; Redes Informáticas e Centrais Telefónicas (Switches / VOIP); • Postos de Trabalho de Informática críticos para as actividades do hospital (Internamento, Postos de Enfermagem, Farmácia, Unidades Farmácia Oncológica etc.); • Outros ambientes de aplicações especiais. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 15 Sendo assim, cada tipo de instalação, equipamento ou até departamento pode possuir um ou mais tipos de fontes de energia eléctrica com tratamento diferenciado pélas suas características, sendo necessário que estejam definidos no projecto, assim como identificá- las durante uma remodelação ou nova instalação, preparando os sistemas eléctricos para que no decorrer do tempo seja possível realizar ampliações, remodelações e também actividades de manutenção. Deve ser previsto um tratamento diferenciado para as cargas capazes de perturbar com harmónicos e transitórios a rede eléctrica do Hospital, tais como motores, elevadores, Raios- X, a fim de que estas cargas não gerem interferências nos sistemas eléctricos que suportam as demais cargas eléctricas. 3.4. Componentes do sistema eléctrico no HCM 3.4.1. Instalações em Média Tensão (MT) Geralmente são da responsabilidade dos operadores da rede eléctrica nacional, e trata-se de infra-estruturas de Média tensão em 11kV, 13kV e 33kV. 3.4.2. Posto de Transformação O Posto de Transformação eléctrico é o local onde ocorre o abaixamento da Tensão fornecida péla rede pública de abastecimento de energia eléctrica, para as tensões de alimentação das cargas eléctricas do Hospital (400V, 230V, 50Hz). No Posto de Transformação ou em área contígua são também posicionados os principais Quadros Gerais de Baixa Tensão - QGBT’s para distribuição primária das categorias e Redes de Energia (Normal, Emergência e UPS). Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 16 Figura 5:Posto de Transformação [fonte: autor] 3.4.3. Unidades de Alimentação Ininterrupta (UPS) Equipamentos para atender às áreas de altíssima criticidade (exemplos de áreas citadas no item 3.3). Pode ser adoptado o conceito de UPS centralizadas (ex. Datacenters e salas de Informática) ou UPS distribuídas (ex. Blocos Operatórios e UCI’s), porém, para sectores críticos devem ser utilizados equipamentos redundantes. Figura 6:Componentes principais do UPS [4] Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 17 Durante a operação normal, a concessionaria (EDM) fornece energia directamente a carga, contornando (Baypass) a unidade UPS e o UPS para carregar suas baterias através do circuito rectificador. Na operação de emergência, por exemplo, uma interrupção da fonte de energia da rede eléctrica (EDM), a UPS fornece energia para a carga com rapidez suficiente (alguns milissegundos) para evitar qualquer dano resultante da interrupção da carga. Isso requer o uso de uma chave de transferência automática para mudar a fonte de energia para carregar. Por outro lado, as UPS operam com dificuldades quando a chave de transferênciae o rectificador são expostos a distúrbios de tensão em condições normais de operação, por este estar composto por dispositivos electrónicos. Em uma emergência, o tempo de operação da UPS é limitado péla capacidade das baterias. 3.4.4. Central de emergência em Standby Sistema constituído por um ou mais Grupos Geradores de Emergência, os grupos geradores de emergência de baixa tensão (monofásicos ou trifásicos) cujas aplicações, características de instalação devem obedecer as RTIEBT e a norma IEC 60034, sendo a sua potencia definida em função do respectivo regime de funcionamento: “Standby”, “prime” e “continuo”, de acordo com o estabelecido na norma ISO 8528. Figura 7: Grupo Gerador [6] Em regime “standby” a potência disponível varia com o valor da carga durante a interrupção da rede normal. A operação típica deste regime é de 200h por ano, um máximo de 500h/ano. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 18 Em regime “prime” a potência disponível varia com o valor da carga por tempo ilimitado, com capacidade de 10% de sobrecarga durante um máximo de 1h em cada 12h, não podendo o funcionamento em sobrecarga exceder 25h/ano. Em regime “continuo” a potência nominal do grupo esta totalmente disponível por um período ilimitado de tempo, que pode atingir as 24h/dia, com duração suficiente para que o grupo alcance o equilíbrio térmico, o grupo admite ainda sobrecargas. Obviamente que um mesmo grupo tem potências nominais diferentes para cada regime de funcionamento: o valor da potência em regime standby é superior ao valor em regime “prime” e por sua vez este é superior em regime “continuo” 3.4.5. Distribuição de Energia em Baixa Tensão A distribuição de energia nas áreas hospitalares faz-se normalmente através de esteiras, caminhos de cabos e quadros eléctricos de distribuição para as redes (Normal, Emergência e UPS), alimentando as mais diversas cargas terminando em calhas hospitalares, painéis e demais acessórios de apoio. 3.4.6. Sistema IT Médico Este sistema encontra-se no Bloco Operatório / locais de intervenção médica. Tem a particularidade de isolar o neutro da instalação, através da inserção de um transformador de potência, e possui monitoração de corrente de fuga (através de dispositivos designados por dispositivo de supervisão de isolamento (DSI). No sistema IT, em que os condutores de alimentação não possuem tensão eléctrica referenciada à terra, um contacto acidental com a terra não provocaria nenhuma faísca. Mantido este contacto, uma segunda falha, colocando em contacto com outro ponto aterrado, provocaria a faísca (um curto circuito) e o desligamento da alimentação feito pelos disjuntores de protecção. instalados nos seguintes locais: Bloco Cirúrgico / UCI/ Salas de Emergência, salas de cateterismo e outros locais de intervenção médica, visando protecção complementar para os médicos e pacientes Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 19 Figura 8: Sistema IT médico [3] modificado pêlo autor 3.4.7. Sistemas de Iluminação O sistema de iluminação Hospitalar do HCM envolve um balanceamento entre a luz natural e os aspectos técnicos como a intensidade luminosa, a restituição cromática, o factor de encandeamento e factores arquitectónicos (estéticos), assim como a classificação dos locais quanto à sua utilização face ao enquadramento nas normas técnicas aplicáveis. No HCM podemos encontrar os seguintes circuitos distintos para a Iluminação: Normal, Emergência e Blocos Autónomos, bem como iluminação de balizamento para circuitos de fuga em caso de emergência. 3.4.8. Sistema de Protecção contra descargas atmosférica Sistema responsável pela protecção dos edifícios contra efeitos decorrentes de fenómenos atmosféricos. 3.4.9. Sistema de equipotencialização É um sistema fiável e seguro para ligação à terra de todas as instalações com a mesma referência eléctrica. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 20 3.4.10. Protectores de Surtos (sobretensões atmosféricas) Instalados para protecção complementar das cargas importantes. Estes dispositivos geralmente são instalados nos quadros parciais dos Serviços ou Departamentos e garantem a segurança dos equipamentos e das pessoas contra sobretensões instantâneas. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 21 CAPÍTULO IV 4. Factores que contribuem para o desequilíbrio de tensão no HCM Os desequilíbrios de tensão afectam fortemente o nível de distribuição de energia eléctrica se comparado com os demais níveis. Por este motivo, as fontes destes estão directamente associadas com as cargas eléctricas e com os arranjos utilizados para sua alimentação neste nível de tensão. 4.1. A combinação de cargas monofásicas e trifásicas desequilibradas A cada dia no Hospital Central de Maputo vários equipamentos eléctricos são requisitados com a finalidade de atender as necessidades dos utentes, equipamentos este que na sua maioria operam com a rede monofásica, como por exemplo: Ar condicionados, equipamentos da electromedicina, microbombas, aspiradores, cafeteira, fogões etc. Equipamentos estes em grande quantidade acabam elevando a demanda para valores consideráveis de potência. Outro factor em causa é que na instalação destes equipamentos os técnicos de manutenção não levam em conta o projecto base da instalação de modo a verificarem a repartição actual das cargas, e acabam distribuindo os mesmos sobre as fases de uma forma desordenada. Esta distribuição desordenada já vem se verificando a longa data no HCM, e os seus efeitos trazem consequências drásticas, como o caso de desequilíbrio das fases, interrupções frequentes. etc. elevando desta forma o custo da manutenção. Ligar um aparelho de ar condicionado pode causar uma queda na tensão, o que pode criar uma variação momentânea da tensão. No entanto, conectar uma cafeteira no mesmo circuito que um computador pessoal pode causar problemas de tensão que poderiam embaralhar os dados toda vez que a cafeteira for ligada ou desligada. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 22 4.2. índices e limites de desequilíbrio de tensão Existem atualmente quatro métodos amplamente empregados para a quantificação do desequilíbrio de tensão [7]: O método das componentes simétricas ou IEC, método NEMA, o método IEEE, e o método CIGRÉ. O método das componentes simétricas ou IEC se baseia no teorema de Fortescue, que decompõe o sistema trifásico em três sistemas equilibrados, exigindo conhecimento tanto dos módulos como dos ângulos das tensões de fase. Os métodos NEMAe IEEE levam em conta o fato de que muitos medidores de tensão não fornecem os valores angulares das tensões, trabalhando unicamente com os módulos. O método CIGRÉ fornece o mesmo resultado que o método das componentes simétricas, porém a forma de cálculo é diferente, utilizando somente o valor dos módulos das tensões de linha do sistema. 4.2.1. Método das componentes simétricas ou IEC O método das componentes simétricas quantifica o fator de desequilibrio de tensão, ou seja, Voltage Unbalance Factor (VUF) através da decomposição das tensões de fase em três sequências equilibradas, as sequências positiva, negativa e zero. A sequência positiva é representada por três fasores equilibrados com sequência de fases RST; a sequência negativa, por três fasores equilibrados com sequência RTS; e a sequência zero, por três fasores paralelos entre si. Em um sistema equilibrado, só existe a sequência positiva ou negativa, dependendo da ordem com que o sistema foi composto. Isto é, um sistema com fases 1,0 0RV = ∠ ° , 1,0 120SV = ∠− ° e 1,0 120TV = ∠ ° possui somente a sequência positiva, e um sistema com fases 1,0 0RV = ∠ ° , 1,0 120SV = ∠ ° e 1,0 120TV = ∠− ° possui somente a sequência negativa. A presença de desequilíbrio em uma ou mais fases de um sistema com sequência de fases positiva se traduz no surgimento de sequências negativas e zero. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 23 Figura 9: Componentes simétricas [4] O motor de indução pode auxiliar na interpretação física dos efeitos das componentes simétricas [8]. A aplicação de excitação desequilibrada sobre este motor se traduz na aplicação dos três sistemas equilibrados das componentes simétricas. A sequência negativa gira o rotor no sentido oposto da sequência positiva, e a sequência zero não gira o rotor, visto que ela não gera campo magnético girante. O método das componentes simétricas se baseia nessas observações para quantificar o desequilíbrio [8]. A sequência negativa tem maior impacto sobre cargas conectadas ao sistema trifásico desequilibrado, de forma que a sequência zero não é considerada na quantificação. Dessa forma, o fator K é definido pela razão entre os módulos das sequências negativa (V2) e positiva (V1), equação 2 1 % 100VVUF V = × (0.2) O método das componentes simétricas/CIGRÉ é considerado o método de análise do desequilíbrio de tensão matematicamente mais rigoroso, por levar em conta a real configuração do sistema, empregando os valores dos módulos e dos ângulos das três fases. O método NEMA também considera módulos e ângulos das fases (implícitos nos módulos das tensões de linha), mas não segue uma formulação matemática tão elaborada quanto o método das componentes simétricas. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 24 0 2 1 2 2 1 1 1 1 . 1 R S T V V V a a V V a a V e 0 2 1 2 2 1 1 1 1 . 1 . 3 1 R S T V V V a a V V a a V = (0.3) Onde 120ja e 4.2.2. Definição ANSI e NEMA A norma americana ANSI C84.1-2006 e a National Electrical Manufactures Association (NEMA) define o desequilíbrio como a razão entre o desvio máximo da tensão de linha e a magnitude média das tensões de linha [4]. A duas normas usam a taxa de desequilíbrio de tensão de linha, ou seja, line voltage unbalance rate (LVUR) para quantificar o desequilíbrio. max% 100%L L VLVUR V (0.4) Onde maxLV é o desvio máximo da tensão de linha da magnitude média da tensão da linha ( LV ), que é definido da seguinte forma: 3 RS ST TR L V V VV (0.5) A ANSI C84.1-2006 recomenda que os sistemas de alimentação eléctrica sejam projectados e operados para limitar o desequilíbrio máximo de tensão a 3% quando medidos no medidor de energia eléctrica em condições sem carga [4]. 4.2.3. Definição IEEE A IEEE usa a mesma definição de desequilíbrio de tensão que o ANSI C84.1-2006, com uma diferença sútil sendo que o IEEE utiliza tensões de fase em vez de tensões de linha para linha. A IEEE Std 112 usa outro índice para quantificar o desequilíbrio de tensão. A taxa de desequilíbrio de tensão de fase, ou seja, phase voltage unbalance rate (PVUR) é definida em [5] como segue: max% 100Fase Fase VPVUR V (0.6) Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 25 Onde maxFaseV é o desvio máximo da tensão de linha da magnitude média da tensão da linha ( FaseV ), que é definido da seguinte forma: 3 R S T Fase V V VV (0.7) De acordo com a norma IEEE Std 112-2004, o desequilíbrio de tensão não deve exceder 0,5% para o procedimento de teste para motores de indução trifásicos [5]. 4.2.4. Método CIGRÉ O método CIGRÉ fornece o mesmo resultado do método das componentes simétricas (Gosbell, 2002), mas se utiliza de uma série de manipulações algébricas para expressar o desequilíbrio a partir dos módulos das tensões de linha: 1 3 6% 1 3 6 VUF β β − − = + − (0.8) 4 4 4 2 2 2 2( ) AB BC CA AB BC CA V V V V V V β + + = + + (0.9) Em que VAB, VBC e VCA são os módulos das tensões de linha 4.2.5. Limites dos desequilíbrios Antes de serem apresentadas as soluções para desequilíbrios de tensão, serão apresentados os limites permissíveis dos desequilíbrios de tensão em sistemas eléctricos definidos por diversas normas, a nível internacional. Estes valores constituem-se como indicadores da necessidade ou não de se adoptar medidas de mitigação, de modo a se respeitar a normalização vigente. Estes limites estão apresentados na Tabela 3 a seguir. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 26 Tabela 2: Limites admissíveis dos desequilíbrios de tensão Norma Limite NEMA MG1 14-34 [1] 2% ANSI C.84.1-1989 [2] 3% IEEE Orange Book – 446/1995 [3] 2,5% GTCP/CTST/GCPS – ELETROBRÁS [4] 1,5% a 2% ONS e ANEEL 2% 4.3. Estudo de caso A Seção 4.5 descreve-se que os desequilíbrios de tensão criarão perda de energia extra, reduzirão a eficiência do sistema, diminuirão os ciclos de vida útil do motor, etc. Além disso, algumas condições anormais de operação e manutenção também podem causar desequilíbrio de tensão e resultar em efeitos negativos nos sistemas de distribuição e equipamentos. Essas condições incluem problemas como contactos eléctricos defeituosos, instalação de banco de capacitores em derivação inadequada, operação monofásica de um motor etc. Esses tipos de condições de operação e manutenção podem não ocorrer com frequência. No entanto, se ocorrerem, causarão problemas muito sérios nos sistemas ou equipamentos. Nesta secção apenas lida se com um caso pratico de cargas monofásicas desigualmente distribuída sobre as fases dosistema de distribuição. A simulação resulta do estado actual do problema de desequilíbrio e as medidas de melhoria são apresentadas a seguir. Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 27 4.3.1. Estrutura do posto de transformação e seccionamento n° 8 Neste modelo, o posto de transformação possui dois (2) transformadores conectados em delta / estrela, as cargas de fase são consideradas desequilibradas. Utilizou-se a prática de recomendação do IEEE para factor de potência de distribuição de baixa tensão próximo à unidade. O posto alimenta, a unidade de cuidados intensivos (UCI), Central de esterilização, Raio-X, Central de Bombeamento de água, departamento de sistema de manutenção hospitalar, Morgue, Os alimentadores possuem sistemas trifásico e quatro fios com um determinado comprimento. As informações técnicas do sistema de distribuição de energia eléctrica são fornecidas na Tabela 1. Tabela 3: Especificações técnicas Equipamentos/Material Parâmetros 1 Transformadores de distribuição 11/0.4 kV, 2X500 kVA, Δ/Y aterrado 2 Alimentador de MT Linhas subterrâneos trifásicas de 11 kV. 3 Alimentadores de BT Cabo 3–fases 4-condutores flexíveis VAV, 400 V [Anexo A1-1] Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 28 Figura 10: Posto de Transformação n8 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 29 4.3.2. Tratamento dos dados levantados Tabela 4: Tensões e correntes do alimentador dos Raio-x. urgências, clinica especial e UCI Alimentador do Raio-X, Urgências, clínica especial e UCI Horas Tensões(V) Correntes (A) Factores de desequilíbrio VRS VST VTR IR IS IT VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) 7 394.1 399.6 383.6 13.4 13.3 13 2.25 2.39 9 396.4 384.3 402.2 30.2 28.1 35.3 2.54 2.67 11 398.3 396.7 420.4 35.2 30.3 39.1 2.08 3.81 13 372.2 368.9 390.4 31.3 32.6 35.8 2.19 3.58 15 384.1 372.6 398.9 29 33.8 36 3.27 3.96 17 389.5 377.9 400.1 29.9 38 37.9 2.90 3.29 19 367.8 359 375.5 25.7 31.6 33.9 2.30 2.59 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 FA CT OR D E DE SE Q UI LI BR IO (% ) HORAS VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) Figura 11: Comportamento do desequilíbrio com base na norma NEMA/IEEE e CIGRÉ Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 30 Tabela 5: Dados das medições das tensões de linha e correntes Alimentador da Central de esterilização, Lavandaria, central de bombeamento Horas Tensões (V) Correntes (A) Factores de desequilíbrio VRS VST VTR IR IS IT VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) 7 353.5 348.7 322.2 141.2 145.5 134.3 5.64 5.64 9 352.1 345.5 320.4 139.1 144.2 133.8 5.58 5.63 11 360.2 350.6 325.3 149.3 147.3 135.2 5.81 5.98 13 355.3 344.8 327.2 145.1 141.4 137.4 4.45 4.77 15 355.2 344.7 326.1 145.2 141.8 136.4 4.65 4.95 17 365.9 349.1 328.3 147.8 146.6 138.2 5.60 6.25 19 389.1 350.1 324.2 150.1 147.5 136.3 8.54 10.81 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 FA CT OR ES D E DE SE Q UI LI BR IO (% ) HORAS C E N T R AL D E E S T E R I L I Z AC A O VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) Figura 12:Ilustracao do comportamento do desequilíbrio das 7h até 19h Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 31 Tabela 6:Valores das medições de tensões de linha e correntes Alimentador da Morgue, gastroenterologia, Horas Tensões(V) Correntes (A) Factores de desequilíbrio VRS VST VTR IR IS IT VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) 7 383.6 399.6 394.1 13.4 13.3 13 2.25 2.39 9 380.2 384.3 396.4 30.2 28.1 35.3 1.75 2.53 11 410.1 396.7 398.3 35.2 30.3 39.1 1.24 2.11 13 393.4 368.9 372.2 31.3 32.6 35.8 2.45 4.10 15 398.9 372.6 384.1 29 33.8 36 3.27 3.96 17 401.1 377.9 389.5 29.9 38 37.9 2.98 3.44 19 375.5 359 367.8 25.7 31.6 33.9 2.30 2.59 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 FA CT OR D E DE SE Q UI LI BR IO (% ) HORAS VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) Figura 13:Variação do desequilíbrio no alimentador da morgue e gastroenterologia Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 32 Tabela 7:Valores da tensões e correntes medidos no alimentador da cozinha 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 FA CT OR ES D E DE SE Q UI LI BR IO (% ) HORAS VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) Alimentador da Cozinha, central de produção de vapor, pediatria, medicina legal Horas Tensões(V) Correntes (A) Factores de desequilíbrio VRS VST VTR IR IS IT VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) 7 394.1 400 383.6 13.4 13.3 13 2.28 2.44 9 398.4 384.3 401.2 30.2 28.1 35.3 2.62 2.64 11 395.3 393.7 420.4 35.2 30.3 39.1 2.34 4.34 13 373.2 369.9 389.4 31.3 32.6 35.8 2.01 3.22 15 385.1 373.6 391.9 29 33.8 36 2.59 2.78 17 390.5 376.9 400.1 29.9 38 37.9 3.15 3.45 19 366.8 360 376.5 25.7 31.6 33.9 2.11 2.61 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 33 Tabela 8:Medicoes de tensões e correntes no alimentador do quadro 2 e quadro 3 da oftamologia Figura 14:Variação dos factores de desequilíbrio 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 7 9 1 1 1 3 1 5 1 7 1 9 FA CT OR ES D E DE SE Q UI LI BR IO (% ) HORAS VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) Alimentador do Q2 e Q3 da oftamologia Horas Tensões (V) Correntes (A) Factores de desequilíbrio VRS VST VTR IR IS IT VUF(NEMA/IEEE) VUF(GIGRE/ONS) 7 367.8 359 375.5 13.4 13.3 13 2.30 2.59 9 389.5 377.9 400.1 30.2 28.1 35.3 2.90 3.29 11 389.1 376.6 398.9 35.2 30.3 39.1 2.99 3.32 13 382.2 378.9 395.4 31.3 32.6 35.8 1.71 2.63 15 398.3 396.7 410.4 29 33.8 36 1.27 2.16 17 396.4 384.3 401.2 29.9 38 37.9 2.45 2.54 19 394.1 399.6 383.6 25.7 31.6 33.9 2.25 2.39 Relatório de estágio profissional Faculdade de Engenharia-UEM 2019 Licenciatura em Engenharia Eléctrica Marques, Marques Pedro Página 34 Tabela 9:Medições efectuadas de tensões e correntes do quadro 2 e quadro 4 da maternidade
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