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Resumo total psicopatologia do adulto AV1 - 2019 1

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DSM 5
Os delírios são crenças (IDEIAS) fixas, não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes.
Alucinações são experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um estímulo externo.
A esquizofrenia tem um critério temporal que visa dar mais segurança ao diagnóstico de esquizofrenia e evitar a estigmatização, especialmente em jovens. Assim, os mesmos sintomas, dependendo do tempo de prevalência serão diagnosticados gradativamente em transtorno psicótico breve, transtorno esquizofrenoide e esquizofrenia.
O tempo de sintomas para diagnóstico de esquizofrenia é de 6 meses. Se caso os sintomas estiverem por menos de 6 meses, o diagnóstico será transtorno esquizofrenoide. E transtorno psicótico breve sendo mais de um dia e menos de um mês.
Para se diagnosticar este transtorno é preciso que o paciente tenha pelo menos 2 dos seguintes sintomas: 1 delírios, 2 alucinações, 3 pensamento (discurso) desorganizado, 4 comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal (incluindo catatonia) e 5 sintomas negativos. Um deles deve ser um dos 3 primeiros.
Critérios de exclusão = Transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar; Sintomas psicóticos induzidos por substâncias ou condição médica; Espectro autista.
Sintomas positivos (produtivos), apresentação de delírio e alucinações e negativos (deficitários), diminuição de afeto, pobreza da fala (alogia ou de seu conteúdo, bloqueio, auto-higiene pobre, falta de motivação, anedonia e retraimento social.
Catatonia = É uma perturbação psicomotora acentuada que pode envolver atividade motora diminuída, participação diminuída durante a entrevista ou exame físico, ou atividade motora excessiva e peculiar.
Transtorno delirante (paranoia)
Delírio isolado ou grupo de delírios relacionados entre si, que são usualmente persistentes e muitas vezes duram toda a vida.
Critérios de exclusão: alucinações auditivas claras e persistentes (não circunstanciais), sintomas esquizofrênicos (delírios de controle e embotamento afetivo) e doença cerebral.
O transtorno delirante caracteriza-se por pelo menos um mês de delírios, ainda que nenhum outro sintoma psicótico esteja presente.
Consequências Funcionais do Transtorno Delirante 
O prejuízo funcional costuma ser mais circunscrito que o encontrado em outros transtornos psicóticos, ainda que possa ser substancial em alguns casos, incluindo funcionamento profissional insatisfatório e isolamento social. Quando está presente funcionamento psicossocial insatisfatório, as próprias crenças delirantes costumam ter papel importante. Uma característica comum dos indivíduos com transtorno delirante é a aparente normalidade de seu comportamento e aparência quando não estão sendo discutidas ou acionadas suas ideias delirantes.
Transtorno esquizoafetivo. 
O diagnóstico de transtorno esquizoafetivo exige que um episódio depressivo maior ou maníaco ocorra ao mesmo tempo em que ocorrem os sintomas da fase ativa e que os sintomas de humor estejam presentes na maior parte do tempo da duração total dos períodos ativos. 
Transtorno esquizofreniforme e transtorno psicótico breve. 
Esses transtornos têm duração menor que a esquizofrenia, conforme especificado no Critério C, que exige seis meses de sintomas. No transtorno esquizofreniforme, a perturbação está presente durante menos de seis meses, enquanto no transtorno psicótico breve os sintomas estão presentes durante pelo menos um dia, porém em tempo inferior a um mês. 
Critérios de exclusão: Depressão psicótica, transtorno bipolar, esquizofrenia, efeito de substância ou condição médica.
Transtorno delirante.  (CID-10) (DSM 5)
O transtorno delirante é caracterizado pelo desenvolvimento de um delírio isolado ou de um conjunto de delírios relacionados entre si, que são usualmente persistentes e muitas vezes duram a vida toda. Presença de um delírio ou mais, com duração de um mês ou mais. Ausência de alucinações.
4 Características do discurso delirante
1 - Convicção extraordinária, certeza absoluta;
2 - É irremovível - nenhum discurso convence;
3 - Seu conteúdo é impossível;
4 - É associal - ideia de um homem só e não do grupo.
Transtornos psicóticos agudos e transitórios.
Início agudo - aparição de sintomas psicóticos repentinamente em menos de duas semanas.
Presença de síndromes típicas - presença de sintomas esquizofrênicos típicos.
Presença de estresse agudo associado - pode surgir sem esta característica. Luto, perda inesperada de parceiro ou emprego, casamento ou trauma psicológico de combate, terrorismo e tortura.
Recuperação completa ocorre entre 2 e 3 meses.
Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
A entrevista com o paciente;
De início pode-se afirmar que o entrevistador precisa ter uma escuta atenta e atitude empática, pois o sujeito estará em um momento de fragilidade. Por isso o acolhimento do profissional para com o paciente é de suma importância.
A atitude do profissional varia entre ser bem ativo ou mais passivo, isto irá depender do paciente, pois tem paciente que fala mais e outros que falam menos e com estes é necessária mais atividade no que diz respeito a investigação.
Existem algumas posturas que precisam ser evitadas:
Posturas rígidas, estereotipadas;
Atitude excessivamente neutra ou fria;
Reações exageradamente emotivas;
Comentários valorativos;
Reações emocionais intensas de pena ou compaixão;
Responder com hostilidade ou agressão;
Entrevistas excessivamente prolixas;
Fazer muitas anotações durante a entrevista.
As dificuldades comuns encontradas pelos profissionais nos serviços públicos são: a falta de tempo dos profissionais, excesso de trabalho, estresse e condições físicas (arquitetônicas).
As primeiras entrevistas;
A entrevista inicial é considerada um momento crucial do diagnóstico e no tratamento em saúde mental, isto é, se o paciente não se sentir à vontade ou não sentir confiança no atendimento, pode ser que ele não volte mais, abandonando assim o tratamento. 
Quadro 8.1
As três regras “de ouro” da entrevista em saúde mental
1. Pacientes organizados (mentalmente), com inteligência normal, com escolaridade boa ou razoável, fora de um “estado psicótico”, devem ser entrevistados de forma mais aberta, permitindo que falem e se expressem de maneira mais fluente e espontânea. O entrevistador fala pouco, fazendo algumas pontuações para que o paciente “conte a sua história”.
2. Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, em estado psicótico ou paranóide, “travados” por alto nível de ansiedade, devem ser entrevistados de forma mais estruturada. Nesse caso, o entrevistador fala mais, faz perguntas mais simples e dirigidas (perguntas fáceis de serem compreendidas e respondidas).
3. Nos primeiros contatos com pacientes muito tímidos, ansiosos ou paranóides, deve-se fazer primeiro perguntas neutras (nome, onde mora, profissão, estado civil, nome de familiares, etc.), para apenas, gradativamente, começar a formular perguntas “mais quentes” (às vezes, constrangedoras para o paciente), como: “Qual o seu problema?”, “Por que foi trazido ao hospital?”, “O que aconteceu para que você agredisse seus familiares?”, etc. Vale a sabedoria popular que diz: “O mingau quente se come pela beirada”.
Os primeiros três minutos da entrevista são extremamente significativos, sendo muitas vezes úteis tanto para a identificação do perfil dominante de sintomas do paciente como para a formulação da hipótese diagnóstica final.
Embora a atitude básica do entrevistador na fase inicial da avaliação seja de escuta, isso não significa colocar-se em posição totalmente passiva.
O entrevistador desempenha um papel muito ativo na introdução de interrogações, não para mostrar que é inteligente ou cético, mas literalmente para ter certeza que ele sabe o que está sendo dito. [...] Quase toda vez que se pergunta, “Bem, você quer dizer assim e assado?”, o paciente é um pouco mais claro sobre o que ele quer dizer...
A avaliação psiquiátrica como um todo: anamnese, exame psíquico, exames somáticos e exames complementares(avaliações por meio de testes: “testes de personalidade e da cognição” e semiotécnica armada “exames laboratoriais, neuroimagem e neurofisiológicos”)
A anamnese clássica é dividida em 6 itens:
Identificação;
Queixa principal;
História da doença atual;
História pessoal;
História familiar;
História patológica pregressa.
Linha Guia de Saúde Mental
Psicoses, são psicologicamente incompreensíveis, e são os quadros de sofrimento mental severos e persistente – a esquizofrenias, a paranoia, os transtornos graves de humor – em que se apresentam, como veremos, certas vivências psíquicas peculiares e bizarras, como os delírios e as alterações de consciência do eu, alterações graves dos sentimentos vitais ( tristeza vital, exaltação vital, inquietude ou agitação psicomotora e desvitalização), sintomas negativos, dentre outras. Não há prejuízo primário de inteligência e de memória e/ou nível de consciência.
Delírios e alucinações são típicos das psicoses.
Constituem uma invasão no psiquismo do sujeito, algo que se impõe a ele independentemente de sua vontade.
Existem diferentes tipos de esquizofrenias, são elas: esquizofrenia paranoide, esquizofrenia hebefrênica, esquizofrenia catatônica e esquizofrenia residual.
Neuroses são psicologicamente compreensíveis e são quadros constituídos por vivências psíquicas que podem aparecer em algumas pessoas de forma exacerbada - ansiedade, histérica, obsessiva, episódios depressivos em neuróticos - sendo, porém, em maior ou menor grau, experimentadas por todos nós – por exemplo: ansiedades, tristezas, medos, “manias” etc. Não há prejuízo primário de inteligência e de memória e/ou nível de consciência.
As psicoses e neuroses não tem um substrato orgânico identificável como causa de seus sintomas.
O raciocínio diagnóstico (hierarquia do processo de investigação para hipótese diagnóstica)
O processo de investigação deve se iniciar por uma avaliação, onde a questão levantada será se o paciente apresenta ou não alterações de nível de consciência e/ou memória para se enquadrar em um quadro orgânico. Se sim, pode estar em delirium (que é circunstancial) e deve ser encaminhado para uma emergência geral.
Se o caso não for orgânico, deve-se fazer uma segunda avaliação para saber o nível de preservação de memória e/ou consciência, se ambas estiverem sem prejuízo e existirem sintomas psicologicamente incompreensíveis, este paciente deverá ser situado no grupo de psicoses ou neuroses. O paciente deve ser encaminhado para atendimento em uma emergência de saúde mental.
Psicose, delírio, alucinações, vivências bizarras, alteração de consciência. 
Neurose, quadro de ansiedade, histeria, depressão, obsessão.
O atendimento ou encaminhamento para um serviço de saúde mental só deve ser feito após se descartar a presença do quadro de DELIRIUM
Deliruim
O delírio é uma ideia, e são também chamados de estados confusionais, porque as alterações do nível de consciência constituem um quadro de confusão mental obnubilação. É indicador de uma condição orgânica. Pode ser chamado de - confusão mental, estado confusional agudo ou rebaixamento do nível de consciência. Podem ocorrer alterações da orientação temporal e espacial dos pensamentos, delírio alucinações e ilusões.
Pessoas com delirium não estão atentas ao entorno, não conseguem entender o que se passa ou o que estão falando.
Consistem na imposição de novas significações, não partilháveis com outras pessoas. 
Vivemos num mundo de significações partilhadas: por exemplo, uma faca significa algo que corta; uma pegada num caminho significa que alguém passou por ali; e assim por diante. Contudo, no caso das vivências delirantes primárias, certas coisas começam a significar outras coisas, sem qualquer relação aparente ou compreensível entre elas, de maneira estranha e enigmática para o próprio paciente. 
Alucinações
As alucinações são percepções. Geralmente são vozes escutadas pelo paciente.
Estas vozes costumam dizer ao sujeito coisas hostis e injuriosas – muitas vezes a respeito de sua sexualidade, como, “Você é gay”. Comentam seu comportamento, geralmente com ironia e malignidade. Dialogam entre si a respeito do paciente. Dão-lhes ordens, por vezes contraditórias. Um paciente disse, desnorteado: “Se eu pudesse, fazia o que elas mandam, para ver se me deixam em paz: mas cada uma me manda fazer uma coisa!” Muitas vezes, dizem coisas pueris e ridículas; ou, ainda, frases absurdas e sem sentido. 
Estas alucinações auditivas, ou verbais, são as mais comuns nas psicoses, – embora possam ocorrer também alucinações visuais, olfativas, táteis, cenestésicas etc.
Transtorno bipolar (F-31)
Apresenta alternâncias entre crises de mania e de melancolia, geralmente com intervalos de recuperação da integridade psíquica entre eles. Quando atendemos um paciente em mania ou melancolia, é importante pesquisar se já apresentou antes o quadro oposto; e também observar se virá a apresentá-lo ao longo de sua evolução posterior.
Quetionário
Quadros psicóticos na psiquiatria.
- Esquizofrenia, Paranoia, Psicose maníaco-depressiva e Depressão Psicótica.
Atitudes do terapeuta durante as entrevistas iniciais.
- Escuta atenta e atitude empática.
Diferença de alucinação e delírio.
Delírio é uma Crença (ideia) e a alucinação é uma percepção.
Diagnóstico de Esquizofrenia na CID-10.
Eco de pensamento, irradiação do pensamento, roubo do pensamento, alucinações auditivas, vozes que comentam a ação, flexibilidade cérea, negativismo e mutismo, apatia, embotamento.
Segundo a linha guia, como deve ser hierarquizado o processo de investigação, nas entrevistas iniciais para chegar a uma hipótese diagnóstica?
O processo de investigação deve se iniciar por uma avaliação, onde a questão levantada será se o paciente apresenta ou não alterações de nível de consciência e/ou memória para se enquadrar em um quadro orgânico. Se sim, pode estar em delirium (que é circunstancial) e deve ser encaminhado para uma emergência geral.
Se o caso não for orgânico, deve-se fazer uma segunda avaliação para saber o nível de preservação de memória e/ou consciência, se ambas estiverem sem prejuízo e existirem sintomas psicologicamente incompreensíveis, este paciente deverá ser situado no grupo de psicoses ou neuroses. O paciente deve ser encaminhado para atendimento em uma emergência de saúde mental.
Psicose - delírio, alucinações, vivências bizarras, alteração de consciência. 
Neurose - quadro de ansiedade, histeria, depressão, obsessão.
O atendimento ou encaminhamento para um serviço de saúde mental só deve ser feito após se descartar a presença do quadro de DELIRIUM.
Segundo o texto “O que é loucura” de D Leader, qual a função do delírio nas psicoses?
Delírios são “tentativas de resgate ou recuperação”. O delírio, para Freud, não é um sintoma primário da psicose, mas uma tentativa de curar a si mesmo: ele se encontra “aplicado como um remendo no lugar em que surgiu, originalmente, um rasgo na relação do eu com o mundo externo” O delírio é um fenômeno positivo, e não negativo, uma tentativa de cura e não uma patologia em si, mesmo que possa falhar com frequência em suas tarefas.
A tarefa do delírio é remediar essa situação, injetar um sentido fixo e determinado no lugar da perplexidade.
Segundo Dalgalarrondo quais são as 4 características fundamentais para identificar o discurso delirante? Cite e explique cada um deles.
1 - Convicção extraordinária – o sujeito acredita fielmente em seu discurso, tem certeza absoluta de que é a realidade.
2 - É irremovível/irredutível – o sujeito não modifica sua forma de pensar, mesmo após argumentação e/ou fundamentação diversa.
3 – Seu conteúdo é impossível – discurso totalmente desvinculado ou fora da realidade.
4 – É associal – ideia de um só sujeito e não do grupo, ou seja, o sujeito cria sua própria realidade. 
Quais são os sintomas considerados típicos dos quadros psicóticos?
Delírios e Alucinações.
Quais os sintomas considerados típicos das neuroses?
Queixas somáticas

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