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2017 Coordenadores: Rogério Sanches Cunha e Leonardo Barreto Moreira Alves MP/SP &RQFXUVRV�HVSHFtÀFRV Questões objetivas comentadas 7 APRESENTAÇÃO Esta obra tem como objetivo a preparação de seus leitores para o concurso de Promotor de Justiça do Estado de São Paulo por meio de comentários acurados às provas de primeira fase dos últimos 5 (cinco) certames. Em tais comentários há o registro das leis aplicáveis às respectivas ques- tões, bem como menção a entendimentos jurisprudenciais e doutrinários pertinen- tes à matéria. As questões estão separadas conforme pontos do edital do concurso, por dis- ciplina, o que facilita sobremaneira o aprendizado. MATÉRIA NÚMERO DE QUESTÕES DIREITO PENAL 74 DIREITO PROCESSUAL PENAL 64 DIREITO CIVIL 51 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 45 DIREITO CONSTITUCIONAL 64 DIREITO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE 23 DIREITO COMERCIAL E EMPRESARIAL 16 TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS 56 DIREITOS HUMANOS 17 DIREITO ADMINISTRATIVO 37 DIREITO ELEITORAL 12 TOTAL: 459 QUESTÕES 25 DIREITO PENAL José Francisco Tudéia Júnior Visão Geral sobre a prova de Direito Penal: Foram comentadas as provas aplicadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo nos seguintes anos: 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015. A banca examinadora demonstra uma coerência temática entre as provas. Assim sendo, é fundamental que o candidato tenha pleno domínio da Lei Seca e dos conceitos fundamentais da teoria geral do crime. No que tange à jurisprudência foram cobradas pouquíssimas questões, as quais exigiram o conhecimento de entendimentos já consolidados e enunciados de súmulas. No tocante à teoria geral do crime, mostrou-se recorrente a cobrança de: a) Erro Essencial: Erro de Tipo, Erro de Proibição Direto e Indireto, b) Autoria, c) Concurso de Pessoas, d) Medida de Segurança, e) Prescrição. Sobre a parte especial do Código, destaque para os seguintes tipos penais: a) Crimes contra a pessoa: Homicídio e Aborto, b) Crimes contra o patrimônio: furto, URXER�H�H[WRUV¥R��F��&ULPHV�FRQWUD�D�I«�S¼EOLFD��IDOVLˉFD©¥R�GH�GRFXPHQWR�S¼EOL- co, falsidade ideológica e uso de documento falso, d) Crimes contra à administra- ção pública: concussão, corrupção ativa e passiva. No tópico legislação extravagante, destaque para as seguintes leis: a) Crimes do Código de Transito Brasileiro – Lei 9.503/95, b) Crimes Ambientais – Lei 9.605/98, c) Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613/98, d) Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/03, e) Lei de Tóxicos – Lei 11.343/06. Desejamos a todos ótimos estudos. “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.” Robert Collier COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 26 TÓPICOS DO EDITAL DE 2017 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� A) Parte Geral e Parte Especial do Código Penal (exceção feita ao Título IV da Parte Especial – arts. 197 a 207). 07 – 2010 08 – 2011 10-2012 05-2013 5-2015 07 – 2010 05 – 2011 08-2012 04-2013 10-2015 02-2012 05-2015 B) Lei de Contravenções Penais. 01-2010 C) Disposições penais em leis especiais. 1. Crimes contra a Economia Popular. 01-2011 2. Crimes de responsabilida- de de Prefeitos Municipais. 3. Crimes eleitorais. 4. Crimes referentes ao par- celamento do solo urbano. 5. Crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. 6. Crimes contra pessoas FRP�GHˉFL¬QFLD� 7. Crimes relativos à Criança e ao Adolescente. 01-2010 01-2015 8. Crimes hediondos. 01-2013 9. Crimes contra o consumidor. 10. Crimes contra a ordem tributária e as relações de consumo. 01-2010 11. Crimes referentes a lici- tações e contratos administrativos. DIREITO PENAL 27 TÓPICOS DO EDITAL DE 2017 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� 12. Crimes de tortura. 01-2010 13. Crimes de Trânsito. 01-2011 01-2012 01-2012 14. Crimes contra o meio ambiente 01-2010 01-2013 15. Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direi- tos e valores 01-2010 01-2013 16. Crimes referentes ao idoso. 01-2010 17. Estatuto do Desarmamento. 01-2010 01-2011 18. Crimes referentes à fa- lência e à recuperação judicial ou extrajudicial. 19. Crimes referentes a drogas. 02-2010 01-2013 20. Crimes referentes ao abuso de autoridade. 01-2010 21. Crimes relativos à inter- ceptação telefônica. 01-2011 22. Crime de organização criminosa. 01-2013 23. Tratamento jurídico do WU£ˉFR�GH�SHVVRDV��/HL�Q�� 13.344/16). 24. LEP 01-2015 COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 28 A) PARTE GERAL E PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL (EXCEÇÃO FEITA AO TÍTULO IV DA PARTE ESPECIAL – ARTS. 197 A 207) MPSP – 2010 – Concurso 87 – Questão nº 01 Direito Penal / Teoria Geral do Delito/ Tipicidade / Doutrina Assinale a alternativa correta: a) ocorre a chamada adequação típica mediata quando o fato se amolda ao tipo legal sem a necessidade de qualquer outra norma. b) o princípio da insignificância incide diretamente sobre a punibilidade do agente. c) a exigência de um conteúdo material do crime não se satisfaz com a sim- ples subsunção formal das condutas humanas. d) a constitucionalização do Direito Penal limita-se à valorização do princí- pio da legalidade estrita e ao conteúdo formal do princípio da reserva legal. e) a ultratividade in mellius da lei penal significa que a lei posterior aplica- -se a eventos passados, salvo quando ela beneficia o réu. Comentários (A): Incorreta. Na adequação típica mediata ou indireta há necessidade de outra norma para complementar o tipo penal. Exemplo: Tentativa de homicídio, art. 14, II c/c art. 121, ambos do CP. Esse complemento é chamado de norma de extensão. �%���,QFRUUHWD��$�LQVLJQLˉF¤QFLD�LQFLGH�QD�WLSLFLGDGH�PDWHULDO� (C): Correta. “Atualmente, segundo predomina na doutrina penal e na jurisprudên- cia do STF e STJ, para que ocorra o fato típico (tipicidade penal) não basta a ade- quação típica legal (aspecto formal/legal da tipicidade), nem a tipicidade subje- tiva, devendo ainda ser analisada a tipicidade em seu aspecto material, consistente na valoração da conduta e do resultado. Ou seja: TIPICIDADE PENAL = tipicidade objetiva (tipicidade formal+ tipicidade material)+ tipicidade subjetiva”. (Sinopses para concursos, Direito Penal. Parte Geral, Vol.1 – 7ª ed, p. 200; Marcelo André e Alexandre Salim). Dessarte, para que o fato seja materialmente típico é preciso causar lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. Nesse sentido o STF “ o direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – SRU�Q¥R�LPSRUWDU�HP�OHV¥R�VLJQLˉFDWLYD�D�EHQV�MXU¯GLFRV�UHOHYDQWHV�ȝ�Q¥R�UHSUH- sente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tute- lado, seja à integridade da própria ordem social”. HC 84.412 DIREITO PENAL 29 (D): Incorreta. A constitucionalização do direito penal representa um efeito radian- te das normas constitucionais para todo o sistema jurídico, inclusive o penal que deve se harmonizar com as liberdades, garantias e direito consagrados na constituição. (E): Incorreta. A ultratividade ocorre quando a lei revogada continua a regular as condutas praticadas durante a sua vigência. Resposta: C MPSP – 2010 – Concurso 87 – Questão nº 02 Direito Penal / Teoria Geral da Pena/ Finalidades da pena / Doutrina A exposição de motivos da Parte Geral do Código Penal Brasileiro, ao referir-se à finalidade da individualização da pena, à vista de sua necessidade e eficácia pa- ra reprovação e prevenção do crime, afirma que “nesse conceito se define a Política Criminal preconizada no Projeto, da qual se deverão extrair todas as su- as lógicas consequências”. A partir de tal afirmativa, assinale a alternativa correta: a) o Código Penal Brasileiro adotou aconcepção da pena como imperativo categórico, a qual se amolda à teoria da prevenção geral negativa. b) o procedimento de aplicação da pena adotado pelo Código Penal (art. 59) tem como fundamento único o princípio da retribuição. c) a concepção da pena como medida de prevenção de delitos, acolhida pelo Código Penal (art. 59), amolda-se às chamadas teorias absolutas. d) o procedimento de aplicação da pena adotado pelo Código Penal (art. 59) tem como fundamento único o princípio da prevenção especial. e) o Código Penal adotou como um dos fundamentos da aplicação da pena o princípio da prevenção geral (art. 59), preconizado pelas teorias relativas. Comentários (A): Incorreta. Para Kant, a pena tinha como pressuposto a retribuição (castigo), sendo despida da prevenção. Já a prevenção geral negativa “ na concepção de Feuerbach, o Direito Penal pode dar uma solução à criminalidade, sendo a pena uma ameaça legal dirigida aos cidadãos para que se abstenham de cometer de- litos. Trata-se de uma coação psicológica com a qual se pretende evitar o crime, ou seja, busca-se a intimidação da sociedade pela ameaça da aplicação da pena aos que vierem a delinquir”. (Salim e Azevedo, 2017, p. 393). O Código Penal 121 DIREITO PROCESSUAL PENAL Natália Soares Fuchs Provas comentadas: • Ministério Público do Estado de São Paulo – 2010. • Ministério Público do Estado de São Paulo – 2011. • Ministério Público do Estado de São Paulo – 2012 • Ministério Público do Estado de São Paulo – 2014. • Ministério Público do Estado de São Paulo – 2015. Visão geral sobre Direito Processual Penal: As últimas 05 provas do MPSP sobre processo penal foram baseadas na legisla- ção (lei seca), poucas questões sobre doutrina e jurisprudência. Muitas questões sobre os temas: Inquérito policial e ação penal, competência, prisão e medidas cautelares pessoais alternativas à prisão, provas, tribunal do júri, recursos, ei dos juizados especiais criminais e lei de execução penal. Recomenda-se a leitura da doutrina em relação ao tema ação penal. Análise dos temas cobrados nas 05 últimas provas do Concurso para o cargo de Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo que foram apli- cadas nos seguintes anos: 2010 (Concurso 87º), 2011 (Concurso 88º), 2012 (Concurso 89ª), 2013 (Concurso 90º) e 2015 (Concurso 91º) Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� 1. Princípios que regem o processo penal. 2. Aplicação e interpretação da lei processual. 1 – 2015 1 – 2015 COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 122 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� 3. Inquérito policial, Investigação Criminal e Ação Penal. 1 – 2010 2 – 2012 1 – 2013 3 – 2015 1 – 2010 1 – 2012 1 – 2015 1 – 2010 3 – 2015 4. Jurisprudência e Competência. 1 – 2012 1 – 2013 1 – 2015 1 – 2010 1 – 2013 1 – 2015 5. Reparação do dano ex delicto. Ação civil e execu- ção Civil da sentença pe- nal. 1 – 2013 6. Questões e processos incidentes. 1 – 2010 7. Prova. 1 – 2010 1 – 2011 1 – 2012 1 – 2013 1 – 2015 1 – 2015 8. Sujeitos do Processo. 9. Prisão e medidas cautela- res pessoais alternativas à prisão. 2 – 2010 2 – 2011 1 – 2012 1 – 2013 1 – 2015 1 – 2010 10. Fatos e atos processuais. &LWD©¥R��QRWLˉFD©¥R�H� intimação. 1 – 2015 1 – 2015 DIREITO PROCESSUAL PENAL 123 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� 11. Sentença. Coisa Julgada. 1 – 2010 1 – 2015 12. Interdição de direitos. 13. Medida de segurança. 14. Procedimento comum. 1 – 2010 1 – 2011 15. Procedimento nos pro- cessos de competência do Tribunal do júri. 1 – 2010 2 – 2013 2 – 2015 16. Procedimentos especiais. A) Procedimento nos crimes falimentares. B) Procedimento nos crimes de responsabilidade de funcionários públicos. C) Procedimento nos crimes contra a honra. D) Procedimento nos crimes contra a propriedade imaterial. 17. Lei dos Juizados especiais criminais. 1 – 2010 2 – 2011 1 – 2012 1 – 2013 1 – 2010 1 – 2011 18. Nulidades. 1 – 2010 1 – 2012 COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 124 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� 19. Recursos e outros meios de impugnação. A) Teoria Geral dos Recursos. 1 – 2015 1 – 2015 B) Apelação. Recurso em sentido estrito. Embargos. Carta testemunhável. Correição Parcial. 1 – 2010 2 – 2011 1 – 2012 1 – 2013 1 – 2010 20. Habeas Corpus. Mandado de segurança em matéria criminal. 1 – 2010 1 – 2010 21. Execução Penal. A) Objeto e aplicação da Lei de Execução Penal. B) O condenado e o interna- GR��&ODVVLˉFD©¥R�� Assistência. Trabalho. 1 – 2012 C) Direitos e deveres do Preso. D) Disciplina. Faltas e san- ções disciplinares. Regime disciplinar diferenciado. Procedimento disciplinar. 1 – 2010 1 – 2013 1 – 2013 E) Órgãos da execução penal. F) Estabelecimentos penais. G) Execução das penas priva- tivas de liberdade. Regimes. Autorizações de saída. Remição. Livramento condicional. Sursis. 1 – 2011 1 – 2012 1 – 2013 COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 126 Legislação Doutrina -XULVSUXG¬QFLD� +�� �,GHQWLˉFD©¥R�FULPLQDO�� � I) Crimes referentes à falên- cia e a recuperação judi- cial ou extrajudicial. J) Violência doméstica e familiar contra a mulher. 1 – 2011 K) Crimes de drogas. L) Interceptação (ou escuta) telefônica. 1 – 2010 M) Abuso de autoridade 1. Princípios que o processo penal. 2. Aplicação e interpretação da lei processual. MPSP 2015 (Concurso 91). Questão 75. Direito Processual Penal / CPP / Lei Processual Penal / Legislação e doutrina. Assinale a alternativa correta: a) A lei processual penal que entrar em vigor, alterando as regras de com- petência, não é aplicável aos processos em curso. b) Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual penal e, antes de se completar, outra for promul- gada, modificando-o, devem ser obedecidas as normas da lei antiga. c) A lei processual penal deverá retroagir se for mais favorável ao acusado. d) Se a lei nova tiver natureza mista sua aplicação é imediata e irretroativa, posto que prejudicial ao acusado. e) Todas as alternativas estão incorretas. DIREITO PROCESSUAL PENAL 127 Comentários A) Incorreta. Art. 2º do CPP: Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. B) Correta. DECISÃO DA BANCA ACERCA DA ALTERNATIVA “B” Não se discute que em matéria processual incide a regra do tempus regit actum. Esse brocardo, no entanto, não soluciona todas as possíveis ocorrências na práti- ca processual penal. Uma delas, sem dúvida, diz respeito ao ato processual com- plexo, isto é, aquele ato que pode se iniciar sob a vigência de uma lei processu- DO�H��DQWHV�GH�VH�FRPSOHWDU��VHU�DIHWDGR�SRU�RXWUD��TXH�R�PRGLˉTXH��2�REMHWLYR�GD� questão era justamente o de aferir se o candidato tinha conhecimento que extra- polasse o lugar-comum. Em casos como o retratado no problema, isto é, se o ato processual for comple- xo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual e, antes de se FRPSOHWDU��RXWUD�IRU�SURPXOJDGD��PRGLˉFDQGR�R��GHYHP�VHU�REHGHFLGDV�DV�QRUPDV� da lei antiga, não há dissidência na doutrina ou nos tribunais a esse respeito (lem- bre-se o exemplo clássico da lei processual que altere um prazo recursal no seu SHU¯RGR�GH�ˊX¬QFLD�� A citação doutrinária colacionada no recurso refere-se à aplicação pura e simples GD�OHL�SURFHVVXDO�QR�WHPSR��Q¥R�FXLGDQGR�HVSHFLˉFDPHQWH�GR�DWR�FRPSOH[R��SRU- WDQWR��«�LQDGHTXDGD�SDUD�RV�ˉQV�D�TXH�VH�GHVWLQD��(P�RXWUDV�SDODYUDV��Q¥R�VH�FRP-SUHHQGHX�D�HVV¬QFLD�GD�DOWHUQDWLYD��2EVHUYH�VH��SRU�ˉP��TXH�HVVD�«�D�UHFRPHQGD- ção expressamente prevista na Lei de Introdução ao Código de Processo Penal. Não ocorreu, portanto, a alegada ofensa ao disposto no artigo 17, § 1º, da Resolução nº 14 do Conselho Nacional do Ministério Público. C) Incorreta. Art. 2º do CPP. No processo penal, de acordo com a doutrina majori- tária, vigora o princípio da irretroatividade da lei processual penal. D) Incorreta. De acordo com Renato Brasileiro, normas penais de natureza mista são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter pro- cessual penal. Normas penais são aquelas que cuidam do crime, da pena, da me- dida de segurança, dos efeitos da condenação e do direito de punir do Estado (v.g., causas extintivas da punibilidade). De sua vez, normas processuais penais V¥R�DTXHODV�TXH�YHUVDP�VREUH�R�SURFHVVR�GHVGH�R�VHX�LQ¯FLR�DW«�R�ˉQDO�GD�H[H- cução ou extinção da punibilidade. Assim, se um dispositivo legal, embora inseri- do em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão apli- cáveis os princípios que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna. E) Incorreta. Resposta: Letra B COLEÇÃO PREPARANDO PARA CONCURSOS 128 3. Inquérito policial, Investigação Criminal e Ação Penal. MPSP 2010 (Concurso 87). Questão 17. Direito Processual Penal / CPP / Inquérito Policial / Legislação e Jurisprudência. Assinale a afirmativa incorreta, em relação ao inquérito policial: a) nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial somente pode instaurar o inquérito policial a requerimento do ofendido. b) o inquérito policial é imprescindível para instruir o oferecimento da denúncia. c) a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial. d) a autoridade policial pode indeferir o pedido de instauração de inquéri- to policial feito pelo ofendido. e) segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, consolidado em Súmula Vinculante, o defensor do investigado pode ter acesso aos ele- mentos de convencimento já documentados em procedimento investi- gatório realizado por órgão da polícia judiciária, desde que digam res- peito ao exercício da defesa e no interesse do seu representado. Comentários (A) Correta. Art. 5º, § 5º do CPP: § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. (B) Incorreta. Art. 27 e art. 39, § 5º, ambos do CPP: Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re- presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação pe- nal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. (C) Correta. Art. 17 do CPP: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. (D) Correta. Art. 5º, II e § 2º do CPP: Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I – de ofício; II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recur- so para o chefe de Polícia. DIREITO PROCESSUAL PENAL 129 (E) Correta. Súmula vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do represen- tado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em proce- dimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciá- ria, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Resposta: Letra B MPSP 2010 (Concurso 87). Questão 20. Direito Processual Penal / CPP / Ação penal privada / Doutrina. São princípios que regem a ação penal privada: a) disponibilidade e indivisibilidade. b) obrigatoriedade e intranscendência. c) indivisibilidade e obrigatoriedade. d) oportunidade e indisponibilidade. e) intranscendência e indisponibilidade. Comentários (A, B, C, D e E) De acordo com Renato Brasileiro, são princípios que regem a ação penal privada: i. Princípio do QHSURFHGDW�LXGH[�H[�RIˉFLR: com a adoção do sistema acusatório pela Constituição Federal, ao juiz não é dado iniciar um processo de ofício. ii. Princípio do ne bis in idem: ninguém pode ser processado duas vezes pela mes- ma imputação. Previsto expressamente na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, n° 4). LLL��3ULQF¯SLR�GD�LQWUDQVFHQG¬QFLD� a ação penal de iniciativa privada só pode ser proposta em relação ao provável autor do delito. LY��3ULQF¯SLR�GD�RSRUWXQLGDGH�RX�GD�FRQYHQL¬QFLD� mediante critérios próprios de oportunidade ou conveniência, o ofendido pode optar pelo oferecimento (ou não) da queixa-crime. Caso não pretenda exercer seu direito, pode permanecer inerte durante o curso do prazo decadencial, ou renunciar (expressa ou tacitamente) ao direito de queixa, situações que darão ensejo à extinção da punibilidade em re- lação aos crimes de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima, nos termos do art. 107, inciso IV e V, do CP. v. Princípio da disponibilidade: o querelante poderá dispor do processo penal em andamento. Formas de disposição: perdão do ofendido; perempção; conciliação e assinatura de termo de desistência, no procedimento dos crimes contra a honra de competência do juiz singular (CPP, art. 522).
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