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Aula 01 - Direito Penal - Curso Estágio Ministério Público Estadual

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Prévia do material em texto

1 
 
AULA 01 – 
Direito Penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO: Ministério Público Estadual 
 
Estagiando Direito 
@estagiando_direito_ 
2 
 
 
Apresentação 
 
 
Olá, estudantes. É com muito prazer que iniciaremos esse projeto gratuito com ênfase 
no concurso de estágio do Ministério Público Estadual. 
Todas as terças-feiras iremos trabalhar com a matéria do Direito Penal, sempre 
recorrente nos concursos do Ministério Público. No curso, trataremos desde princípios até 
legislações estravagantes. 
Em caso de dúvidas, sugestões ou críticas, entrem em contato conosco pelo nosso 
Instagram: @estagiando_direito_ onde iremos esclarecer eventuais dúvidas e dar o máximo 
de suporte possível ao estudante. 
Antes de iniciarmos, gostaria de deixar uma frase do escritor americano Robert 
Collier, que nos diz: Sucesso é o acúmulo de pequenos esforços, repetidos dia e noite. Ou 
seja, você não precisa se empenhar em estudar 8h, 9h ou mais de 10h líquidas por dia, 
estude um pouco a cada dia que o resultado virá. 
Boa sorte a todos, e vamos iniciar! 
 
 
 
Princípios do Direito Penal 
 
 
Antes de começar a falar sobre os princípios, é importante frisar que o Direito Penal é 
ultima ratio e serve como controle formalizado, instituído pelo Estado, que somente irá atuar 
quando a violação a direitos e interesses se torna indubitavelmente grave, sendo insuficiente, 
a atuação de outros ramos do direito para resolver o conflito. Para essa característica, damos 
o nome, respectivamente, de fragmentariedade e subsidiariedade (ou intervenção mínima) 
do Direito Penal. 
Feita a ponderação, vamos aos princípios. 
 
 
 
A) Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade 
 
Encontra-se previsto no artigo 5°, XXXIX da Constituição da República que diz: “Não há 
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” e também no artigo 
1° do Código Penal. 
Preceitua que, é exclusividade da lei para a criação de delitos (e contravenções penais) 
e cominação das respectivas penas. De fato, não pode haver crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem cominação legal. 
3 
 
 
B) Princípio da Anterioridade 
 
Previsto também no artigo 5°, XXXIX da Constituição da República e no artigo 1° do 
Código Penal, estabelecendo que o crime e a pena devem estar definidos em lei PRÉVIA ao 
fato cuja punição se pretende 
Dessa forma, o crime e a pena devem estar definidos em lei prévia, em razão de que a 
lei penal apenas começará a produzir efeitos a partir de sua entrada em vigor. É importante 
destacar que: Durante o período de vacatio legis, ou seja, no intervalo entre a publicação da lei 
nova e a sua entrada em vigor, não incidiram os fatos ocorridos no período supracitado. 
 
 
 
C) Princípio da Irretroatividade da Lei Penal 
 
O artigo 5°, XL da Constituição da república diz: “A Lei Penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu”. 
Aqui, trata-se da segurança jurídica, onde uma lei mais severa (novatio legis in pejus) 
não retroagirá de forma alguma. Entretanto, a lei mais favorável (novatio legis in mellius), 
sempre retroagirá em benefício do réu. 
ATENÇÃO, há exceções que podem ser cobradas na sua prova, que são as leis 
temporárias, a título de exemplo: Lei geral da Copa do Mundo de 2014. Existem também 
as leis excepcionais, editadas em situações de anormalidade em razão de uma pandemia, 
por exemplo. Pois bem, elas possuem as características de serem Autorrevogáveis e 
Ultra-ativas, que significam, respectivamente, que os fatos se aplicam enquanto a lei estava 
em vigor, e que ocorrerá a sua aplicação mesmo após de revogada a lei. 
 
 
 
D) Princípio da Adequação Social 
 
Nesse princípio, idealizado por Hans Welzel, as condutas que forem consideradas 
socialmente e historicamente adequadas não se revestem de tipicidade (explicada no 
próximo tópico), e por isso, não podem constituir delitos. 
Em nosso país, ele não encontra aplicação prática, apenas possui influências para 
algumas situações fáticas concretas, exemplo as tatuagens, furo para a colocação de 
brincos... Entretanto, LEMBRE-SE: Apena a lei cria e revoga crimes. 
 
 
 
E) Princípio da Insignificância 
 
Esse princípio não é estabelecido no texto a lei, porém, é amplamente admitido pela 
doutrina e jurisprudência. Dessa forma, ele pode ser considerado um princípio extra ou 
supralegal. 
4 
 
 
Pois bem. Ele afasta a tipicidade da conduta, que é dividida em: Tipicidade Material e 
Formal. Na Tipicidade Formal, temos o juízo de subsunção do fato à norma jurídica, ou 
seja, quando o fato concreto possui um encaixe correto no modelo tipificado em lei. A 
Tipicidade Material, é quando ocorre a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado 
pela norma. 
Do exposto, o Princípio da Insignificância ou Bagatela, afasta a Tipicidade Material, 
pois embora tenha ocorrido uma situação que se encaixe em uma norma penal, não houve 
efetivamente uma lesão ou um perigo de lesão a um bem jurídico. 
Para exemplificar. Um indivíduo, primário e de bons antecedentes, entra em uma rede 
nacional de papelaria e furta uma caneta avaliada em R$2,50, observe que, essa conduta 
se amolda perfeitamente no artigo 155 do Código Penal (Tipicidade Formal). Entretanto, 
no contexto dessa papelaria, o valor irrisório de R$2,50 não a afeta financeiramente, 
inexistindo assim, a Tipicidade Material e incidindo a aplicação da insignificância. 
ATENÇÃO, esse princípio não é uma regra, e deve ser aplicado conforme o caso concreto, 
não é certo observar apenas o valor da res furtiva, deve-se olhar o contexto fático. 
JURISPRUDÊNCIA: O Superior Tribunal de Justiça entende que não há aplicação do 
Princípio da Insignificância quando o valor da res supera o montante de 10% do salário- 
mínimo vigente à época dos fatos. Também, há entendimento de não ser aplicável aos 
reincidentes, entretanto, ainda há uma discussão sobre isso. 
Requisitos para o reconhecimento da Insignificância: 
 
Pois bem. A jurisprudência pátria tem entendido que, para se viabilizar a aplicação do 
referido princípio, devem estar presentes os seguintes requisitos: 
a) Mínima ofensividade da conduta do agente; 
 
b) Nenhuma periculosidade social da ação; 
 
c) Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; 
 
d) Inexpressividade da lesão jurídica provocada 
 
De uma forma geral, para ajudar você a decorar os requisitos, pense na palavra PROL. 
Periculosidade do agente, Reprovabilidade reduzida, Ofensividade mínima e Lesão 
inexpressiva. 
NÃO SE APLICA A INSIGNIFICÂNCIA EM CRIMES hediondos e equiparado, crimes 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, crimes contra a fé pública, uso de 
entorpecentes, crime contra a fé pública e contrabando. 
FURTO FAMÉLICO x INSIGNIFICÂNCIA: No furto famélico, há a incidência do Estado 
de Necessidade presente no artigo 24 do Código Penal. Aqui, não se fala sobre 
insignificância. 
5 
 
 
F) Princípio da Ofensividade ou Lesividade 
 
O princípio da ofensividade (Nullum crimen sine iniuria), afirma que o só são possíveis 
de punições por intermédio do Estado, as condutas que lesionem ou coloquem em perigo 
um bem jurídico penalmente tutelado. 
 
 
 
G) Princípio da Individualização da Pena 
 
Esse princípio é amplamente ligado a aplicação da pena e, está disposto no artigo 5°, 
XLVI da Constituição da República onde afirma, entre outras, que: a pena poderá adotar os 
elementos da Privação ou Restrição da Liberdade, Perda de Bens, Multa, Prestação Social 
Alternativa ou a Suspensão ou interdição de direitos. 
Pois bem. Como é consolidado, o magistrado é quem aplica a pena. Entretanto, a 
Individualização da Pena não se da apenas na atuação do magistrado no caso concreto, a 
doutrina nos ensina que a pena passa por três fases: A Cominação, a Aplicação e a 
Execução. 
A Cominação, é a seleção das condutas e penas, pelo legislador, a serem aplicadas, 
deacordo com a importância do bem jurídico no plano abstrato. 
A Aplicação, é a incidência da pena a um agente específico, que praticou uma conduta 
Típica Ilícita e Culpável. Aqui, o magistrado, faz incidir a norma penal naquele 
comportamento específico, seguindo o sistema trifásico que será estudado em breve (artigo 
68 do Código Penal). 
A Execução, afirma que os condenados serão classificados, segundo seus 
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da pena. Observe que, as 
pessoas possuem necessidades e características diferentes, dessa forma, não podem ser 
dessocializados e massificados. 
 
 
 
H) Princípio da Proporcionalidade 
 
Também entendido como sinônimo do princípio da razoabilidade, nos ensina, em suma, 
que uma norma que não é proporcional, torna-se inconstitucional. Observando os 
desdobramentos da Adequação, Necessidade e Proporcionalidade. 
Você deve ter em sua memória as palavras de Beccaria, que com seu vasto 
conhecimento e inteligência, nos afirmou que: “A pena deve ser proporcional ao delito 
praticado”. 
6 
 
 
I) Princípio da Limitação das Penas 
 
Este princípio está amplamente ligado ao artigo 5°, XLVII da Constituição da República, 
que define que não haverá penas: De morte, salvo em caso de guerra declarada, de carácter 
perpétuo, de trabalho forçado, de banimento e cruéis. 
 
 
 
J) Princípio da Presunção de Inocência ou Não Culpabilidade 
 
Princípio ligado ao artigo 5°, LVII da Constituição da República que nos diz: “Ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”. 
Recentemente, em uma decisão histórica, que após o julgamento das ADCs nº 43, 44 e 
54, o Relator e ex-ministro do STF Marco Aurélio, retornou sua posição e afirmou que o 
cumprimento da pena somente poderá ter início com o esgotamento de todos os recursos. 
Dessa forma, é PROIBIDA a execução provisória da pena. O que não se confunde com a 
PRISÃO PREVENTIVA e CAUTELAR, que são aplicadas por fatores alheios daqueles que 
são decorrentes de uma condenação definitiva. 
 
 
 
K) Princípio da Responsabilidade Pessoal 
 
Também conhecido como princípio da impessoalidade ou intranscendência da pena, nos 
trás que, de acordo com o artigo 5°, XLV da Constituição da República: “Nenhuma pena 
passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. 
 
 
 
L) Princípio do Bis In Idem 
 
Um princípio derivado da dignidade da pessoa humana, onde se define que não é 
permitido a dupla punição pelo mesmo fato. 
A título de exemplo: Na dosimetria da pena, é constatando que um indivíduo possui 
apenas uma condenação transitada em julgado, apta a configurar a reincidência ou macular 
seus Antecedentes. Na primeira fase da dosimetria pena, o magistrado, reconhece essa 
condenação e valora negativamente os Antecedentes do réu. Entretanto, na segunda fase, 
o magistrado USA A MESMA CONDENAÇÃO para configurar a reincidência. Aqui, temos 
um exemplo claro e prático do Bin In Idem, onde alguém foi punido 2 (duas) vezes pelo 
mesmo fato. PORÉM, se o indivíduo possuir MAIS DE UMA CONDENAÇÃO transitada em 
julgada em julgado, apta a configurar a reincidência, nada impede que o magistrado use 
uma para macular os antecedentes criminais (1° Fase) e a outra para configurar a 
reincidência na segunda fase. 
7 
 
 
Fixação do conteúdo 
 
 
01) (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL) O direito penal só deve-se 
preocupar com a proteção dos bens jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, 
constituindo a sua intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será 
exigida quando não se fizer suficiente a proteção proporcionada pelos demais ramos 
do direito. Tal conceito tem relação com o princípio da: 
 
A) Anterioridade; 
B) Reserva legal; 
C) Intervenção mínima; 
D) Instranscendência. 
 
02) (FCC - 2018 - DPE-RS - Defensor Público) O afastamento da tipicidade, quando 
verificada lesão penalmente irrelevante decorrente de conduta formalmente 
incriminada, dá-se por: 
 
A) Princípio da adequação social; 
B) Princípio da Insignificância; 
C) Princípio da Limitação das Penas; 
D) Princípio da Ofensividade. 
 
 
03) (FAPEMS - 2017 - PC-MS - Delegado de Polícia/ADAPTADA) Com relação aos 
princípios, está correto afirmar que de acordo com princípio da Adequação Social, 
por mais que uma conduta subsumir ao modelo legal, não será considerada típica 
se for historicamente aceita pela sociedade? 
 
04) Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva 
legal? 
 
A) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal; 
B) A pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou culpa, e merecendo 
juízo de reprovação, cometeu um fato típico e antijurídico; 
C) A criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário 
para a proteção de determinado bem jurídico; 
D) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. 
 
 
05) (Instituto AOCP - PC ES - Escrivão de Polícia – 2019) A impossibilidade de a lei 
penal nova mais gravosa ser aplicada em caso ocorrido anteriormente à sua vigência 
é chamada de: 
8 
 
 
 
A) Princípio da Legalidade; 
B) Princípio da Adequação Social; 
C) Princípio da Irretroatividade; 
D) Princípio da Reserva Legal; 
 
 
 
 GABARITO 
 
 
 
01 02 03 04 05 
C B CORRETO A C 
 
 
Por fim, finalizamos o conteúdo referente aos Princípios do Direito Penal que serão 
suficientes para realização do concurso de estágio do Ministério Público Estadual. 
 
Em caso dúvidas, comentários ou críticas, entrem em contato conosco pelo nosso 
Instagram: @estagiando_direito_ 
 
Um grande abraço, bons estudos e até a próxima aula onde trataremos sobre a 
Aplicação da Lei Penal. 
9

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