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CASO CONCRETO 6 - AÇÃO POPULAR

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1 
PROFESSORA CRISTIANE DUTRA | ALUNA LAÍSSA DIAS 201502622327 
PRÁTICA SIMULADA V 
CASO CONCRETO 6 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE 
FLORIANOPOLIS - SC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO, brasileira, estado civil, profissão, portador do RG sob o n° ... expedido pelo.../UF, CPF sob o n°..., 
residente e domiciliada no Rio de janeiro no endereço (completo com CEP), com endereço eletrônico, 
vem a presença de Vsa. Excelência, representado por seu advogado infra-assinado, com endereço 
profissional (completo com CEP), endereço eletrônico, com fulcro nos termos do art. 5° LXXIII da CRFB/88 
e da lei 4.717/1965, ajuizar a presente 
 
AÇÃO POPULAR 
C/C PEDIDO LIMINAR 
 
 
 
Pelo rito em face de SENADOR DA REPÚBLICA, com domicílio profissional no prédio federal, na 
esplenada dos Ministérios, em Brasília, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I – DOS FATOS 
 O autor, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou-se ao saber, em abril de 2019, por meio 
da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma 
total de seu gabinete orçada em mais de R$1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. 
2 
PROFESSORA CRISTIANE DUTRA | ALUNA LAÍSSA DIAS 201502622327 
PRÁTICA SIMULADA V 
 A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente 
e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera 
suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. 
 O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a 
manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. 
Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido 
iniciada. O autor, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da 
referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de Polícia Civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia 
Federal. 
II – DA FUNDAMENTAÇÃO 
a) DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR 
O art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB, admite a impetração da ação popular, por qualquer 
cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou se entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A Lei 4.717/65 estabelece o rito da presente ação. Conforme redação da CRFB, a 
celebração de contrato de concessão, sem a devida licitação, é contrato administrativo que ofende 
a moralidade administrativa, além de ser ato lesivo ao patrimônio. 
Assim, o ajuizamento da presente ação é perfeitamente cabível. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, 1998: 
“É um instrumento de defesa dos interesses da coletividade, 
utilizável por qualquer dos membros. Por ela não se amparam 
direitos individuais próprios, mas sim interesses da 
comunidade. O beneficiário direto e imediato desta ação não 
é o autor; é o povo, titular do subjetivo ao governo honesto. O 
cidadão a promove em nome da coletividade, no uso da 
prerrogativa cívica que a Constituição da República lhe 
outorga” 
 
 
b) DO ATO LESIVO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E À MORALIDADE PÚBLICA 
 
O artigo 37 da Constituição Federal prevê os princípios a serem observados pela 
administração pública, tais quais: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
No caso em tela, o senador pretende o usar o dinheiro público para utilizar na reforma de seu 
gabinete. Reforma a qual, apesar do réu alegar “ser necessária para manutenção da representação 
adequada ao cargo que exerce”, não são deveras necessárias e sim voluptuárias. 
 Havendo, portanto, violação expressa ao princípio da moralidade, uma vez que o dinheiro 
público e a máquina pública foram gastos para atender fins pessoais. 
 
c) ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO A INVALIDAR POR CONTRATIAR NORMAS ESPECIFICAS 
QUE REGEM A SUA PRÁTICA OU POR SE DESVIAR DOS PRINCIPIOS QUE NORTEIA A 
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, DISPENSAVEL A DEMONTRAÇÃO DE PREJUIZO AOS COFRES PUBLICOS. 
3 
PROFESSORA CRISTIANE DUTRA | ALUNA LAÍSSA DIAS 201502622327 
PRÁTICA SIMULADA V 
 
Pode ser aplicado ao caso em tem ao disposto no art. 4°, i da Lei 4717/1965, que 
estabelece que sejam também nulos os atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer 
das pessoas ou entidades referidas no art. 1 da lei 4717/65, como por exemplo, a admissão ao serviço 
público remunerado com desobediência, quanto as condições de habilitação, das normas legais, 
regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
 
d) APLICAÇÃO DO ARTIGO 2, ALÍNEAS “D” E “E”,§Ú DA LEI 4717/65, QUE ESTABELECE QUE SÃO NULOS 
OS ATOS LESIVOS AO PATRIMONIO DAS ENTIDADES MENCIONADAS NO ARTIGO ANTERIOR NOS 
CASOS DE: 
 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades 
mencionadas no artigo anterior, nos casos de: 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade 
observar-se-ão as seguintes normas: 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se 
incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância 
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à 
existência ou seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato 
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato 
normativo; 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de 
fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao 
resultado obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica 
o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de competência 
 
Diante do exposto postula a invalidação do contrato administrativo: 
-JURISPRUDÊNCIA 
AÇÃO POPULAR JULGADA PROCEDENTE. LIQUIDAÇÃO. HONORÁRIOS PERICIAIS. 1. Descabe conferir 
efeito retroativo ao benefício da gratuidade da justiça. Precedentes do TJRS e do STJ. Aainda, os atuais 
arts. 82 e 95 do CPC/2015 aplicam-se apenas na fase de conhecimento. 2. Advindo liquidação, o 
adiantamento dos honorários periciais já integra a condenação. STJ pela repercussão geral (REsp 
1274466-sc, de 14-5-2014. 3. Benefício deferido apenas em relação às despesas futuras que não 
4 
PROFESSORA CRISTIANE DUTRA | ALUNA LAÍSSA DIAS 201502622327 
PRÁTICA SIMULADA V 
decorram do juízo condenatório exarado na fase de conhecimento. 4. Recurso provido em parte. 
(Agravo de Instrumento Nº 70078086063, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Irineu Mariani, Julgado em 21/11/2018). (grifo nosso) 
III – DO PEDIDO LIMINAR 
Diante do exposto, presentes os pressupostos do art. 300 do CPC, quais sejam periculum in mora e o 
fumus boni iuris, e o art. 5°, §4° da Lei 4.717/1965, face a lesão do direito e a ofensa à moralidade 
praticada pelo réu, requer que seja expedida liminar para sustar qualquer ato de licitação objeto desta 
Ação Popular. 
 
IV – DO PEDIDO 
Ante o exposto requer: 
1. A concessão de liminar para sustar o ato cujo objeto desta ação, bem como qualquer outro objeto desta 
ação, como qualquer outro objeto que se digne a pagar tais despesas com o patrimônio publico; 
2. Citação do réu; 
3. Intimação do Ministério Público; 
4. Citação da União, para querendo, se manifestar nos autos; 
5. Procedência do pedido para anular quaisquer atos e despesas objetos desta, caso já tenha havido 
pagamento, que seja ressarcido para União. 
 
IV- DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em Direito admitidas, conforme art. 369 e seguintesdo CPC, em 
especial a prova documental. 
Dá-se a causa o valor de R$1.000,00 (mil reais), para fins de alçada. 
Termos em que, 
Espera Deferimento. 
 
Local, Data 
Nome do Advogado 
OAB/UF

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