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ARTHUR DA CUNHA DIAS JUNIOR – MAT.: 201602088136 PRÁTICA CONSTITUCIONAL - TRABALHO SEMANA 6 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS – SC. JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, com a identidade nº xxx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente na rua xxx, com endereço eletrônico xxx, representado por seu advogado inscrito na OAB/RJ sob nº xxx, consoante procuração anexo, e-mail xxx, e com escritório profissional no endereço xxx, local indicado para receber de intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência impetrar: AÇÃO POPULAR C/C PEDIDO DE LIMINAR Pelo rito comum em desfavor de SENADOR DA JUSTIÇA, (qualificação completa); 1- DOS FATOS O Autor, nascido e domiciliado em Florianópolis - SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o Réu, o qual tem mandato de Senador, havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que o Autor considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O Réu declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, o Autor, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. Supondo tratar-se de um "jogo de empurra-empurra", o Autor preferiu procurar ajuda de profissional da advocacia para aconselhar-se a respeito da providência legal que poderia ser tomada no caso. 2- DO DIREITO 2.1- DO CABIMENTO No presente caso está claro a legitimidade do autor para ingressar com a presente demanda e ainda conforme preceitua o art. 1º, parágrafo 3º da lei 4717/65: Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. e ainda art. 5º, LXXIII, da CF: Art 5º (…) LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 2.2 - DOS ATOS QUE ATENTAM CONTRA A MORALIDADE ADMINISTRATIVA. É importante observar que os atos atentam contra os princípios elencados no art. 37 da CF/88, uma vez que o réu solicita itens suntuosos para seu gabinete em meio de uma crise mundial com perda de milhões de postos de trabalho e desaquecimento da economia brasileira. 2.3 – ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO A INVALIDAR. O ato jurídico pratica contrariam normas específicas que regem a sua prática e por se desviar dos princípios que norteiam a administração pública sendo claro o prejuízo material dos cofres públicos. e ainda : Aplicação do artigo Art. 2.º, alienas d, e, e P.Ú. da Lei nº. 4717/65: São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: d)inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se- ão as seguintes normas: d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; A pretensão principal do autor é expressamente amparada pelo artigo 11 da Lei nº 4.717/65, postulando a invalidade do contrato administrativo e condenação dos réus a reparação em perdas e danos: Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa. 3 – DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 0192051-89.2007.8.19.0001 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA 1ª Ementa Des(a). CLÁUDIO LUIZ BRAGA DELL'ORTO - Julgamento: 02/09/2020 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO POPULAR. DISPENSA DE LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE PROJETO DE MANUTENÇÃO E CONTINUIDADE DO PROGRAMA DE INFORMATIZAÇÃO DAS FARMÁCIAS POPULARES VITAL BRAZIL. SUBCONTRATAÇÃO DO OBJETO. DECLARAÇÃO DE NULIDADE DAS AVENÇAS. CONDENAÇÃO DOS RÉUS AO RESSARCIMENTO DOS PREJUÍZOS CAUSADOS AO ERÁRIO. CARÊNCIA DE AÇÃO E ILEGITIMIDADE DOS RECORRENTES PARA POSTULAREM A APLICAÇÃO DAS PENALIDADES PREVISTAS NO ART. 12, II, DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Embora não houvesse óbice a que o Estado do Rio de Janeiro e o CEPERJ tivessem assumido o polo ativo da presente ação popular, tal fato não atraiu para eles a legitimidade para postularem a aplicação das sanções contidas no art. 12 da Lei nº 8.429/92. Celebração de contratos mediante dispensa de licitação: demonstrada a ilegalidade das contratações diretas descritas na inicial; a avença firmada entre o INSTITUTO VITAL BRAZIL e a FESP violou o disposto no art. 24, VIII, da Lei n° 8.666/93; a FESP não foi criada para o fim específico de promover a gestão completa e o funcionamento de farmácias populares. Nulidade da subcontratação celebrada entre a FESP e o INEP, com fulcro no art. 24, XIII, da Lei nº 8.666/93: conduta que mesclou a dispensa de licitação, escolha arbitrária da parte contratante e promiscuidade dos objetos contratuais, inviabilizando controle e supervisão sobre a aplicação das verbas públicas. Reforma da sentença no ponto em que julgou improcedente o pleito de condenação dos réus, com exceção da FESP e do INSTITUTO VITAL BRAZIL, de ressarcimento ao erário. Dano in re ipsa, decorrente da própria ilegalidade do ato praticado. Ressarcimento integral do valor da contratação que se afasta, na medida em que houve prestação de serviço; enriquecimento ilícito da administração, cuja quantificação se deve remeter à liquidação. Impossibilidade de condenação dos réus ao pagamento de honorários advocatícios em favor dos patronos dos entes públicos ocupantes do polo ativo, em observância ao princípio da simetria. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. INTEIRO TEOR Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 02/09/2020 - Data de Publicação: 04/09/2020 (*) Íntegra do(a) Relatório - Data: 06/08/2020 - DES. CLAUDIO LUIS BRAGA DELL ORTO INTEIRO TEOR Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 25/11/2020 - Data de Publicação: 26/11/2020 (*) 3 – DA OBRIGATORIEDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO Conforme preceitua o art. 6º, parágrafo 4º da lei 4717/65 Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradoresque houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. § 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. § 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular. 4- DA CONCESSÃO DE LIMINAR A Fundamentação do pedido de Liminar (art. 5º, § 4º da Lei nº 4717/65) para sustar quaisquer atos das licitações cujo objeto atenderão às despesas objeto desta ação popular, bem como a sustação de qualquer ato que se digne a pagar tais despesas com recursos públicos; trabalhar o fumus boni iuris e o periculum in mora. 5- DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) a concessão inaudita altera pars da medida liminar para sustar quaisquer atos das licitações cujo objeto atenderão às despesas objeto desta ação popular, bem como a sustação de qualquer ato que se digne a pagar tais despesas com recursos públicos; b) a citação do réu, nos prazos e termos do inciso IV do art. 7.º da Lei n.º 4.717, de 1965, com cópia da presente bem como dos documentos acostados. c) a oitiva do Ministério Público Federal; d) a intimação da União, para, querendo, assim se manifestar, forte no § 3.º do art. 6.º da Lei n.º 4.717, de 1965; e) seja julgado procedente o pedido para anular quaisquer atos administrativos tomados pelo demandado na presente ação visando às despesas objeto da presente ação popular, bem como, caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, com comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penais e de improbidade que entender pertinentes; f) A condenação do Réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos do art. 12 da Lei n.º 4.717, de 1965, bem como nas custas processuais. 6 – DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal. 7 – DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Termos em que, pede deferimento Local, Data Advogado OAB/UF
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