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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL GÊNICA SENA DE OLIVEIRA JARDEL SODRÉ FARIAS JORNIS VILAS BOAS SANTOS JUDICAEL DA SILVA COSTA KEILLA DA SILVA LIMA ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA ESTRUTURAL – PASSARELA DE PEDESTRES Feira de Santana-BA 2019 GÊNICA SENA DE OLIVEIRA JARDEL SODRÉ FARIAS JORNIS VILAS BOAS SANTOS JUDICAEL DA SILVA COSTA KEILLA DA SILVA LIMA ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA ESTRUTURAL – PASSARELA DE PEDESTRES Trabalho apresentado ao Professor Geraldo José Belmonte, com fins avaliativos para a disciplina Analise Estrutural II, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Contratante: Prof.ª Geraldo José Belmonte Email: g.belmonte@ig.com.br Feira de Santana-BA 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7 1.1 Descrição Da Estrutura ................................................................................... 8 2 DADOS DO PROJETO ......................................................................................... 9 2.1 Tipos de Cargas Consideradas ...................................................................... 9 2.1.1 Ações permanentes ....................................................................................... 9 2.1.2 Ações variáveis ............................................................................................ 10 2.2 Normas e Procedimentos Utilizados ........................................................... 10 2.3 Propriedades dos Materiais Utilizados ........................................................ 15 2.3.1 Aço ............................................................................................................... 15 2.3.2 Argamassa armada ...................................................................................... 16 2.4 Formas e Dimensões da Estrutura e dos Elementos Estruturais ............. 17 2.4.1 Longarinas inferiores e superiores ............................................................... 17 2.4.2 Transversinas inferiores e superiores .......................................................... 17 2.4.3 Diagonais ..................................................................................................... 19 2.5 Condições de Carregamentos e Vinculos da Estrutura Analisada ........... 19 3 CASOS E COMBINAÇÕES DE CARGAS .......................................................... 20 3.1 Combinação de Carga 1 ................................................................................ 20 3.2 Combinação de Carga 2 ................................................................................ 26 4 CRITERIOS DE FALHA ...................................................................................... 27 4.1 Escoamento e Ruptura das Seções ............................................................. 27 4.2 Deslocamento e Desconforto Excessivo .................................................... 28 5 MODELO ESTRUTURAL ADOTADO ................................................................. 28 6 ANÁLISE MECÂNICA E DIMENSIONAMENTO ................................................. 29 6.1 Combinação de Carga 1 – Verificação de Esforços a falha por Escoamento ou Ruptura da Seção ........................................................................ 29 6.1.1 Transversinas Superiores ............................................................................ 29 6.1.2 Transversinas Inferiores ............................................................................... 29 6.1.3 Longarinas Superiores ................................................................................. 30 6.1.4 Longarinas inferiores .................................................................................... 33 6.1.5 Diagonais ..................................................................................................... 34 6.2 Verificação de Flambagem ........................................................................... 35 6.3 Combinação de Carga 2 – Verificação de Deslocamentos Excessivos .... 36 6.4 Reavaliação da estrutura .............................................................................. 37 7 CONCLUSÃO: .................................................................................................... 39 8 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 41 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 ELEMENTOS E DIMENSÕES DA PASSARELA. ................................................................. 9 FIGURA 2 VALORES DOS COEFICIENTES DE PONDERAÇÕES DAS AÇÕES .............................. 13 FIGURA 3 VALORES DOS FATORES DE COMBINAÇÃO E DE REDUÇÃO PARA AÇÕES PERMANENTES E PARA AS AÇÕES VARIÁVEIS ............................................................................. 14 FIGURA 4 COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS ............................................. 14 FIGURA 5 REPRESENTAÇÃO DAS LONGARINAS ........................................................................... 17 FIGURA 6 REPRESENTAÇÃO DOS PERFIS SOLDADOS. ............................................................... 18 FIGURA 7 REPRESENTAÇÃO DASTRANSVERSINAS...................................................................... 18 FIGURA 8 REPRESENTAÇÃO DA SEÇÃO DE PERFIL CIRCULAR. ................................................. 19 FIGURA 9 REPRESENTAÇÃO DAS DIAGONAIS. .............................................................................. 19 FIGURA 10 CARGAS ATUANTES NAS LONGARINAS SUPERIORES DEVIDO A COBERTURA ... 21 FIGURA 11 CARGAS ATUANTES NAS LONGARINAS SUPERIORES DEVIDO A COBERTURA COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO ............................................................................................ 21 FIGURA 12 PESO PRÓPRIO DO PISO SUPORTADO PELA TRANSVERSINA INFERIOR CASO 1 22 FIGURA 13 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 1 SUBMETIDO AO PESO PRÓPRIO DO PISO COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO...................................................................................................... 22 FIGURA 14 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 1 SUBMETIDO A CARGA DE MULTIDÃO. ............ 23 FIGURA 15 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 1 SUBMETIDO A CARGA DE MULTIDÃO COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO. .................................................................................................... 23 FIGURA 16 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 1 SUBMETIDO A TODAS AS CARGAS COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO...................................................................................................... 23 FIGURA 17 REAÇÕES E MOMENTO RESULTANTE DA TRANSVERSINA CASO 1 ....................... 24 FIGURA 18 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 2 SUBMETIDO AO PESO PRÓPRIO DO PISO. ... 24 FIGURA 19 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 2 SUBMETIDO AO PESO PRÓPRIO DO PISO COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO. .................................................................................................... 24 FIGURA 20 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 2 SUBMETIDO A CARGA DE MULTIDÃO ............. 25 FIGURA 21 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 2 SUBMETIDO A CARGA DE MULTIDÃO COM COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO...................................................................................................... 25 FIGURA 22 TRANSVERSINA INFERIOR CASO 2 SUBMETIDO A TODAS AS CARGAS COMCOEFICIENTE DE PONDERAÇÃO...................................................................................................... 26 FIGURA 23 REAÇÕES E MOMENTO RESULTANTE DA TRANSVERSINA CASO 2 ....................... 26 FIGURA 24 CARGA DE PROJETO 1 ................................................................................................... 27 FIGURA 25 TENSÃO COMBINADA ..................................................................................................... 28 FIGURA 26 DIMENSIONAMENTO DAS TRANSVERSINAS SUPERIORES ...................................... 29 FIGURA 27 VERIFICAÇÃO DA FLAMBAGEM ..................................................................................... 35 FIGURA 28 VERIFICAÇÃO DOS ESFORÇOS .................................................................................... 38 LISTA DE TABELAS TABELA 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DO AÇO .................................................................................. 16 TABELA 2 TENSÃO NORMAL E DEFLEXÃO ...................................................................................... 36 7 1 INTRODUÇÃO Segundo FIALHO (2004), o homem ao longo de toda a história sempre se deparou com obstáculos em seus percursos. Córregos, rios, desfiladeiros, pântanos e fendas da topografia, deveriam ser transpostos para evitar trajetos muito maiores. A utilização de troncos de arvores e pedras foram então as primeiras soluções imediatas e transitórias para seus problemas de acessibilidade. Com o desenvolvimento dos costumes os problemas de acessibilidade do homem passam a não se restringir apenas ao homem em si, mas também aos meios de transporte utilizados para sua locomoção, de sua produção e pertences. As soluções tornam-se mais definitivas, surgindo às primeiras pontes. No final do século XVIII começaram a ser construídas cúpulas de igrejas e pontes. As pontes possuíam vãos em arco ou treliçados, com elementos de ferro fundido submetido à compressão. A primeira dessas pontes situa-se em Coalbrookdale, sobre o Rio Severn, na Inglaterra, construída por Abraham Darby III em 1779 e possui arcos de ferro fundido vencendo um vão central de 30 metros. Com o crescimento desordenado das cidades e o aumento acelerado do tráfego de veículos, as vias destinadas a este tráfego tornaram-se verdadeiras barreiras aos pedestres, criando importantes rupturas no tecido urbano e grandes dificuldades de acessibilidade a diversas áreas da cidade. Assim as passarelas são hoje um equipamento de reconstituição do tecido urbano e instrumento de integração do pedestre ao espaço urbano. As passarelas podem ser consideradas as primeiras categorias de pontes na história da humanidade, que servem para promover a ligação entre dois pontos não acessíveis, vencendo obstáculos como rios, vales, rodovias, ou outros meios naturais ou construções criadas pelo homem. O presente trabalho apresenta a análise e dimensionamento de uma passarela de pedestres em estruturas metálicas, biapoiada, cujo modelo estrutural é composto de 14 módulos, fazendo também o dimensionamento de seus elementos componentes (longarinas e diagonais), apresentando todas as hipóteses feitas e justificando-as. 8 1.1 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA Neste projeto será analisado e dimensionado uma passarela de pedestres em estruturas metálicas, biapoiada, cujo modelo estrutural é uma treliça composta de 14 módulos, seu sistema estrutural é composto por longarinas e diagonais, que podem ser vistas como um sistema de estrutura plana e transversinas, vistas como vigas isoladas (apoiadas e/ou engastadas nas longarinas) e placas pré moldadas de argamassa armada, mostrados na Erro! Fonte de referência não encontrada., com as seguintes características: a passarela tem um comprimento total de 37,80m; entre os eixos centroidais das longarinas, temos uma largura e altura de 2,40m e 2,30m, respectivamente; piso de argamassa armada disposta em placas com espessura de 2 cm no centro e 5 cm nos apoios, com comprimento de 2,70m e largura de 0,44m, pesando cerca de 125 kgf cada. cada um dos 14 módulos existem 5 placas biapoiadas entre as transversinas adjacentes. a cobertura é composta de 14 peças de forma cilíndrica, também de argamassa armada com peso de 520 kgf cada uma, que estão apoiadas ao longo das longarinas superiores. A Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta os elementos e dimensões da passarela. 9 Figura 1 Elementos e dimensões da passarela. Fonte: Elabora pelo autor 2 DADOS DO PROJETO 2.1 TIPOS DE CARGAS CONSIDERADAS As cargas consideradas para verificação da deflexão e da tensão combinada foram as cargas de ações permanentes que são os pesos próprios dos elementos estruturais e a de ação variável que é a carga móvel também chamada de carga de multidão. 2.1.1 Ações permanentes Ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. 2.1.1.1 Peso próprio A ação permanente é constituída pelo peso próprio dos elementos estruturais e dos demais elementos suportados pela estrutura. Os elementos suportados pela estrutura são o peso próprio da estrutura metálica, o peso próprio do piso (argamassa armada) e da cobertura (argamassa armada). A cobertura é composta de 14 peças de forma cilíndrica, com peso de 520 kgf cada uma, que estão apoiadas ao longo das longarinas superiores. O piso é 10 montado, em cada um dos 14 módulos, por 5 placas biapoiadas entre as transversinas adjacentes. 2.1.2 Ações variáveis Que são as ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção. 2.1.2.1 Carga móvel Para passarelas de pedestres comuns, a NBR 7188 (ABNT, 2013), impõe a consideração de uma carga uniformemente distribuída, aplicada sobre o pavimento entre os guarda-corpos, na posição mais desfavorável, sem consideração de coeficiente de impacto vertical, igual a 5,0KN/m². 2.2 NORMAS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS Para o cálculo da estrutura foram atendidas as recomendações das normas brasileiras: NBR 7188 (ABNT, 2013), NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 8681 (ABNT, 2003). Esta norma define os valores característicos básicos das cargas móveis rodoviárias de veículos sobre pneus e ações de pedestres em projeto de pontes, viadutos, galerias, passarelas e edifícios garagem. A NBR 7188 (ABNT, 2013) está dividida em três ações para cargas móveis: pontes e viadutos, passarelas e carga móvel em estrutura de garagem. Será utilizado nesse trabalho todo escopo dos requisitos exigidos para consideração de cargas nas passarelas. Que é definida na norma como estrutura longilínea, destinada a transpor obstáculos naturais e/ou artificiais exclusivamente para pedestres e ciclistas. Segundo definido na norma no índice 6, as cargas consideradas nas passarelas serão: Carga móvel: Carga uniformemente distribuída, na posição mais desfavorável, sem consideração do coeficiente de impacto vertical de valor (P = 5 kN/m²). Carga horizontal excepcional: Considerada para uma verificação de eventuais impactos, deve ser considerada uma carga pontual de 100 11 kN aplicada no ponto mais desfavorável da estrutura no sentido do tráfego sob a passarela. Todas as ligações devem verificadas para esta ação excepcional. Passarelas especiais: trata-se de passarelas esbeltas, leves, sensíveis a vento e a ação dinâmica dos pedestres, principalmente em estruturas de aço, mistas, pênseis ou estaiadas. É necessária acomprovação de sua estabilidade global, e verificação dos elementos através de modelos dinâmicos e verificação à fadiga. A NBR 8800 (ABNT, 2008) estabelece os requisitos que devem ser obedecidos no projeto à temperatura ambiente de estruturas de aço e mistas de aço e concreto de edificações com perfis tubulares e ligações com parafusos ou soldas, sob ações estáticas. Os perfis tubulares podem ter forma circular ou retangular (os perfis quadrados são considerados um caso particular dos retangulares) e podem ser com ou sem costura. Para os efeitos desta Norma, devem ser considerados os estados limites últimos (ELU) e os estados limites de serviço (ELS). Os estados limites últimos estão relacionados com a segurança da estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações previstas em toda a vida útil, durante a construção ou quando atuar uma ação especial ou excepcional. Os estados limites de serviço estão relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de utilização. O método dos estados limites utilizado para o dimensionamento de uma estrutura exige que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for submetida a todas as combinações apropriadas de ações. Se um ou mais estados limites forem excedidos, a estrutura não atende mais aos objetivos para os quais foi projetada. A NBR 8681 (ABNT, 2003) define os requisitos exigíveis na verificação da segurança das estruturas usuais da construção civil e estabelece definições e os critérios de quantificação das ações e das resistências a serem consideradas no projeto das estruturas de edificações. Que são aplicáveis às estruturas e às peças estruturais construídas com quaisquer dos materiais usualmente empregados na construção civil. Define os estados limites de uma estrutura, que se dividem em estado limite último, cuja ocorrência acarreta na paralisação do todo ou parte do uso da 12 construção, bem como o estado limite de serviço, que causa efeitos estruturais atípicos ao funcionamento do sistema e indica o comprometimento da durabilidade de estrutura. Usualmente devem ser considerados os limites últimos caracterizados pela perda de equilíbrio, visto que a edificação é admitida como um corpo rígido, ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais, transformação da estrutura em sistema hipoestático, instabilidade por deformação, e instabilidade dinâmica. Neste projeto seguindo os critérios da NBR 8800 (ABNT, 2008), estão sendo consideradas as cargas de ação permanentes e de ação variável para a verificação dos estados limites na verificação de esforços a falha por escoamento ou ruptura da seção e na verificação de deslocamentos por excessivos. Depois da verificação das cargas permanentes e variáveis são calculadas as resistências e combinações de carga. Segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008), devem ser aplicados os coeficientes de ponderação e fatores de redução das ações no estado-limite de serviço (ELS), que podem ser vistos na Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada., onde temos os coeficientes de ponderação das ações permanentes e variáveis. 13 Figura 2 Valores dos coeficientes de ponderações das ações Fonte: NBR 8800 (ABNT, 2008) 14 Figura 3 Valores dos fatores de combinação e de redução para ações permanentes e para as ações variáveis Fonte: NBR 8800 (ABNT, 2008) Para cálculos das resistências no estado-limite último (ELU), os coeficientes de ponderação estão apresentados na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Figura 4 Coeficientes de ponderação das resistências Fonte: NBR 8800 (ABNT, 2008) 15 2.3 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UTILIZADOS 2.3.1 Aço O aço é um produto bastante utilizado na construção civil e na indústria. Por se tratar de um material composto por ligas de ferro e carbono. É muito popular e de grande aplicabilidade, utilizado na fabricação dos mais diferentes produtos, dentre eles eletrodomésticos, veículos, materiais de construção, entre outros. Suas propriedades variam de acordo com os diferentes tipos de material e as suas composições. As ligas e os tratamentos térmicos utilizados na produção de aço resultam em valores de propriedade e forças diferentes, devem ser realizados testes para determinar as propriedades finais do aço e para assegurar o cumprimento das respectivas normas. O aço carbono é formado pela liga de ferro carbono, onde o teor de carbono é inferior a 2,11%, podendo o teor do elemento variar sem quantidades significativas de outros na composição. Os aços carbono são os mais produzidos, constituindo cerca de 90% da produção mundial. Podem ser divididos ainda em: aço de alto carbono – acima de 0,50% até o limite de 2,11%; aço de médio carbono – entre 0,20% e 0,49%; aço de baixo carbono – entre 0,05% e 0,20%; aço de carbono extra baixo – entre 0,015% e 0,05%; aço de carbono ultrabaixo – abaixo de 0,015%. Existem muitos sistemas de medição utilizados para definir as propriedades do aço. Por exemplo, limite de escoamento, ductilidade e rigidez são determinados por meio de teste de tração. Tenacidade é medida por testes de impacto e a dureza é determinada pela medição da resistência à penetração da superfície por um objeto rígido. Quanto a sua aplicação os aços estruturais, são muito importantes na indústria da construção por terem alta resistência mecânica e suportarem grandes carregamentos. Os aços estruturais normalmente são aços carbono ou com pequenas quantidades de elementos de liga. Nesse grupo, encontra-se o aço ASTM A36 que é largamente empregado. 16 A maior utilização desses tipos de aço no Brasil é nas estruturas de concreto armado. Como o concreto tem alta resistência à compressão, o aço inserido dentro da estrutura atua como boa resistência à tração. Além de ter boa aderência com o concreto, o aço ainda tem deformações compatíveis como o material. Os aços estruturais mais utilizados são o CA-50 e o CA-60, cujas resistências de escoamento são 50 kgf/mm² e 60 kgf/mm², respectivamente. As propriedades físicas do aço referem-se a física do material, tal como densidade, condutividade térmica, módulo de elasticidade, coeficiente Poisson, etc.. Alguns valores típicos para as propriedades físicas do aço são demonstrados na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Tabela 1 Propriedades físicas do aço Propriedades Valores Massa específica 7,86g/cm3 Condutividade térmica 52,9W/M.k Calor específico 486J/Kg.K Módulo de elasticidade longitudinal 210GPa Módulo de elasticidade transversal 80GPa Coeficiente de Poisson 0,3 Limite de escoamento 250MPa Limite de resistência à tração 380MPa 2.3.2 Argamassa armada A argamassa armada se tornou uma escolha interessante devido a sua versatilidade, além de propiciar agilidade na realização e redução considerável de perdas. No Brasil utiliza-se em larga escala, principalmente em locais de difícil acesso, a Argamassa Armada em peças moldadas “in loco”. É um tipo de “concreto armado” feito de componentes de menor espessura. Isso significa que junto com a mistura de agregado miúdo, cimento, areia e água (que compõe a argamassa), é usada uma armação de aço com fios de pequeno diâmetro. Como vantagens de sua utilização, pode-se destacar a sua flexibilidade, leveza, preço, durabilidade e a não exigência de mão de obra especializada. Seu uso é muito comum em estruturas de pequeno porte, como reservatórios de água, painéis de divisão e peitoris, pode ser utilizada inclusive comoreforço em alvenarias que estão sujeitas a ações verticais e horizontais, melhorando a resistência das paredes. 17 É também utilizada na construção de formas pré-moldadas para estruturas de concreto armado, pois há uma aderência e colaboração entre os dois materiais. 2.4 FORMAS E DIMENSÕES DA ESTRUTURA E DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS 2.4.1 Longarinas inferiores e superiores Foram calculadas usando dois perfis do tipo C, soldados formando um tubo retangular, com comprimento de 2,70m. . Figura 5 Representação das longarinas Fonte: Elaborada pelos autores 2.4.2 Transversinas inferiores e superiores A transversinas também foram usados dois perfis do tipo C soldadas, formando um tubo retangular, com comprimento de 2,40m. A Figura 6 representa os perfis C soldados. 18 Figura 6 Representação dos perfis soldados. Fonte: Catálogo Penta - KA S.A Perfis Estruturais Figura 7 Representação dasTransversinas. Fonte: Elaborada pelos autores. 19 2.4.3 Diagonais As diagonais foram formadas por tubos circulares de mesmo diâmetro. Apresentado modelo na Figura 8. Figura 8 Representação da seção de perfil circular. Fonte: Catálogo Vallourec - Tubos Estruturais, Seção circular, Retangular e Quadrada. Figura 9 Representação das Diagonais. Fonte: Elaborada pelos autores. 2.5 CONDIÇÕES DE CARREGAMENTOS E VINCULOS DA ESTRUTURA ANALISADA A estrutura globalmente é biapoiada por apoios do primeiro gênero, suportando cargas de forma pontual e cargas que reagem sobre a estrutura. No que se refere à vinculação, temos: As transversinas inferiores que são apoiadas nas longarinas inferiores por apoios do primeiro gênero. Transversinas superiores são apoiadas nas longarinas superiores por apoios do primeiro gênero. 20 As longarinas e diagonais são soldadas (apoio do terceiro gênero), formando uma estrutura treliçada. 3 CASOS E COMBINAÇÕES DE CARGAS As combinações das cargas que serão mostradas a seguir são divididas em combinação para verificação dos esforços e verificação dos deslocamentos. Referente à combinação 1 foram consideradas as cargas de peso próprio dos elementos constituintes da estrutura, analisando seu comportamento para essas determinadas cargas. E para a combinação 2 a verificação dos deslocamentos, foram consideradas apenas onde houve alteração nas cargas móveis (cargas de multidão). Os dados de coeficientes de ponderação são de acordo com a Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada., retiradas da NBR 8800 (ABNT, 2008). Todos os arranjos foram feitos utilizando o programa FTOOL. 3.1 COMBINAÇÃO DE CARGA 1 Para a verificação da tensão combinada foram utilizadas as cargas de peso próprio do aço, peso próprio da argamassa armada e das ações variáveis, neste caso a carga de multidão, sem consideração da ação do vento. Essas cargas foram distribuídas a cada elemento que compõe a estrutura, considerando o caminho das cargas e analisando o que cada elemento suporta. Os coeficientes de acordo com a Tabela 1, de 1,25 para o peso próprio do aço, de 1,35 para o peso próprio da argamassa armada (piso e cobertura) e de 1,5 para as ações variáveis (carga de multidão). Peso próprio do aço x 1,25; Peso próprio da argamassa armada (piso e cobertura) x 1,35; Carga de multidão x 1,5. As longarinas superiores da treliça suportam o peso da cobertura, composta por 14 peças de forma cilíndrica com peso de 520 kgf cada uma, de modo que a repartição nos 2,7 metros gerou uma carga distribuída de 1,926 kN/m (Figura 10). Multiplicando pelo coeficiente de ponderação de 1,35 no material que é constituída a estrutura, argamassa armada, ocorreu um aumento da carga distribuída, que resultou no valor de 2,600 kN/m, mostrada na Figura 11. 21 Figura 10 Cargas atuantes nas longarinas superiores devido a cobertura Figura 11 Cargas atuantes nas longarinas superiores devido a cobertura com coeficiente de ponderação As transversinas superiores suportam a ação de cargas geradas pelo seu peso próprio, que depende do perfil definido, a análise desse elemento será discutido no item 6.1.1, onde é definido o perfil utilizado e a partir de suas características são testadas as condições para o carregamento e se o perfil atende as especificações de tensão e deslocamento. As transversinas inferiores suportam a ação das cargas do peso próprio do piso e de multidão atuantes na estrutura. Peso próprio do piso = 125kgf (1,25 kN) x Comprimento 2,70m x Largura 0,44m. Carga de Multidão = 5kN/m². A distribuição das cargas foi feita de forma uniforme, mas as distâncias entre as transversinas possibilitaram diferentes tipos de carregamento. 22 As transversinas do caso 1 (extremidades) suportam a carga correspondente: Peso próprio do piso = 125kgf x Quantidade 5 und. = 625 kgf Somente metade desse valor será suportado por essa transversina resultando em 312,5kgf (3,125 kN), dividindo pelos 2,4 metros resultou numa carga distribuída de 1,302 kN/m, mostrado na Figura 12. Multiplicando pelo o coeficiente de ponderação de 1,35 sobre o peso próprio do piso resultou num aumento na carga distribuída, que resultou no valor de 1,758 kN/m, apresentado na Figura 13. Figura 12 Peso próprio do piso suportado pela transversina inferior caso 1 Figura 13 Transversina inferior caso 1 submetido ao peso próprio do piso com coeficiente de ponderação Sobre essas transversinas age também a carga de multidão: Carga de multidão = 5kN/m² x Área do piso (1,35x2,4) / Comprimento 2,4. Obtendo-se o valor de 6,75 kN/m, com a aplicação do coeficiente de ponderação de 1,5 à carga de multidão temos, 10,125 kN/m. 23 Figura 14 Transversina inferior caso 1 submetido a carga de multidão. Figura 15 Transversina inferior caso 1 submetido a carga de multidão com coeficiente de ponderação. A consideração das aplicações de todas as cargas que exercem influência nas transversinas das extremidades, denominadas caso 1, com os respectivos coeficientes de ponderação, sem considerar os valores do peso próprio, obtém-se. Carga distribuída o valor de 11,883 kN/m; Reações de 14,25 kN; Momento no vão de 8,543 kN.m. Figura 16 Transversina inferior caso 1 submetido a todas as cargas com coeficiente de ponderação 24 Figura 17 Reações e momento resultante da transversina caso 1 As transversinas do caso 2 suportam a carga correspondente: Peso próprio do piso = 125kgf x Quantidade 5 und = 625 kgf (6,250 kN). Distribuídos nos 2,4 metros gerando uma carga de 2,604 kN/m. Multiplicando pelo o coeficiente de ponderação de 1,35 sobre o peso próprio do piso resultou um aumento na carga distribuída, que assumiu o valor de 3,515 kN/m. Como apresentado nas figuras abaixo. Figura 18 Transversina inferior caso 2 submetido ao peso próprio do piso. Figura 19 Transversina inferior caso 2 submetido ao peso próprio do piso com coeficiente de ponderação. 25 Sobre essas transversinas age também a carga de multidão: Carga de multidão = 5kN/m² x Área do piso (2,7x2,4) / Comprimento 2,4. Resultando-se o valor de 13,500 kN/m. Multiplicando pelo coeficiente de ponderação de 1,5 à carga de multidão temos, 20,250 kN/m. Figura 20 Transversina inferior caso 2 submetido a carga de multidão Figura 21 Transversina inferior caso 2 submetidoa carga de multidão com coeficiente de ponderação Com relação as transversinas do caso 2, as considerações das aplicações de todas as cargas que exercem influência nas transversinas no centro, com os respectivos coeficientes de ponderação, resultam-se: carga distribuída o valor de 23,765 kN/m reações de 28,50 kN; momento no vão de 17,086 kN.m 26 Figura 22 Transversina inferior caso 2 submetido a todas as cargas com coeficiente de ponderação Figura 23 Reações e momento resultante da transversina caso 2 Apresentada abaixo na Figura a configuração da treliça correspondente que receberá toda a carga das transversinas. 3.2 COMBINAÇÃO DE CARGA 2 (VERIFICAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS) A verificação dos deslocamentos, como já foi citado, apenas foi considerado onde houve alteração de acordo com a carga de multidão, devido ao coeficiente de ponderação segundo a Tabela 2, com um valor de 0,4, sendo assim feita nas transversinas do caso 1 e 2. Os cálculos foram feitos pela seguinte equação: Para as transversinas do caso 1: Carga de projeto = carga de multidão 5kN/m² x Área do piso (1,35x2,4) x coeficiente de ponderação 0,4. / Comprimento 2,4. Somada com a carga do peso próprio do piso que já foi calculada acima. 27 A nova carga de multidão será 2,7 kN/m, somado com o peso próprio já verificado na Figura 8, de 1,308 kN/m, temos um total de 4,002 kN/m, como apresentado na Figura 24. Figura 24 Carga de projeto 1 Para as transversinas do caso 2: Carga de projeto = carga de multidão 5kN/m² x Área do piso (2,7x2,4) x coeficiente de ponderação 0,4. / Comprimento 2,4. Somada com a carga do peso próprio do piso que já foi calculada acima. A nova carga de multidão será 5,4 kN/m, somado com o peso próprio já verificado na Figura 14, de 2,604 kN/m, temos um total de 8,004 kN/m, como apresentado na Figura 22. 4 CRITERIOS DE FALHA 4.1 ESCOAMENTO E RUPTURA DAS SEÇÕES A fórmula apresentada na figura 25, referente a tensão combinada foi utilizada para verificação do critério de escoamento. 28 Figura 25 Tensão combinada O valor da carga crítica para quando a normal é de compressão, tem que ser superior a 1,5xAgxfy, para avaliar o critério de flambagem. 4.2 DESLOCAMENTO E DESCONFORTO EXCESSIVO O critério de falha para o deslocamento foi uma deflexão vertical máxima não superior a L/400 (sendo L o comprimento total da passarela), utilizando a carga de projeto. 5 MODELO ESTRUTURAL ADOTADO A Figura 1 mostra a estrutura da passarela e a identificação de cada elemento que a compõe. A estrutura é solicitada por cargas móveis (de multidão) e cargas de peso próprio dos elementos. O peso próprio da cobertura e das transversinas superiores é descarregado nas longarinas superiores, que por sua vez, transferem estas cargas às diagonais. As transversinas inferiores recebem o peso próprio do piso de argamassa armada e da carga de multidão distribuída, apoiam-se nas longarinas inferiores, que também se apoiam nas diagonais da treliça. 29 6 ANÁLISE MECÂNICA E DIMENSIONAMENTO Para realizar as análises foram utilizados os valores dos perfis que se encontram no Apêndice A, a qual foi retirada do catálogo da Penta-Ka S.A perfis estruturais. 6.1 COMBINAÇÃO DE CARGA 1 – VERIFICAÇÃO DE ESFORÇOS A FALHA POR ESCOAMENTO OU RUPTURA DA SEÇÃO 6.1.1 Transversinas Superiores A princípio foi dimensionado o valor das transversinas superiores, esses elementos por não receber contribuição de cargas externas, suportam apenas o peso próprio. Para isso foi escolhido o perfil metálico mais leve (C48 x 23 - 1,6). Que resultou em uma carga de 0,0265 KN/m. Figura 26 Dimensionamento das Transversinas Superiores 6.1.2 Transversinas Inferiores Para a verificação das transversinas inferiores foram testadas apenas as transversinas do caso 2 (centro) que apresentam as maiores cargas, e primeiramente foram testados os perfis sem o peso próprio, com os esforços apresentados. Perfil Ag (m²) P (kN/m) fy Nsd (kN) Msdy(KN.m) Msdz(KN.m) Wyt (m³) Mrdy (KN.m) Wzt (m³) Mrdz (KN.m) Nrd (KN) Tensão Combinada C48 x 23 - 1,6 3,3100E-04 0,0265 250000 0 0 0,019 4,7400E-06 1,077 4,0500E-06 0,920 75,227 0,018348422 30 O perfil que atendeu a verificação foi o de C140x80 – 2,5 somado com o valor do peso próprio 0,1410KN/m e comprovando se o mesmo ainda atende a solicitação. A carga passou a ser 23,906KN/m resultando em um momento de 17,187KNm. 6.1.3 Longarinas Superiores As longarinas foram calculadas através de analises obtidas dos diagramas plotados no programa FTOOL, para a verificação das seções, nesses digramas foi considerado o peso próprio de todas as peças já dimensionadas anteriormente. Obtendo a composição geral da treliça. Perfil Ag (m²) P (kN/m) fy Nsd (kN) Msdy(KN.m) Msdz(KN.m) Wyt (m³) Mrdy (KN.m) Wzt (m³) Mrdz (KN.m) Nrd (KN) Tensão Combinada C140 x 60 - 2 1,1470E-03 0,0919 250000 0 0 17,086 5,0400E-05 11,455 4,0550E-05 9,216 260,682 1,647971503 C140 x 60 - 2,5 1,4180E-03 0,1135 250000 0 0 17,086 6,1600E-05 14,000 4,9870E-05 11,334 322,273 1,339988860 C140 x 60 - 3,2 1,7850E-03 0,1429 250000 0 0 17,086 7,6370E-05 17,357 6,2400E-05 14,182 405,682 1,070917379 C140 x 80 - 2 1,3870E-03 0,1130 250000 0 0 17,086 6,3610E-05 14,457 5,8690E-05 13,339 315,227 1,138613809 C140 x 80 - 2,5 1,7180E-03 0,1410 250000 0 0 17,086 7,8010E-05 17,730 7,2380E-05 16,450 390,455 0,923255657 31 Na verificação das tensões normais atuantes o segmento entre os nós 23 e 24, constatou o maior valor que foi de compressão de 1023,71KN e o momento fletor localizado nessa peça foi de 1,38KNm. Afim de se obter a seção foram inseridas as cargas supracitadas e testados os seguintes perfis: Para a verificação da seção o perfil adotado que atende a foi o de C250 x 100 – 4,75 somando com o valor do peso próprio de 0,387 KN/m e analisando se o mesmo ainda atende a verificação. A carga distribuída nas longarinas superiores passou a ser de 2,99KN/m resultando em uma normal no vão central de 1052,39799 KN, e momento fletor de 1,72 KN.m. 32 Dessa forma, com o acréscimo do peso próprio, o perfil testado anteriormente não poderá ser utilizado. Sendo o C280 x 100 – 4,75 o perfil mais econômico que poderá ser usado. Com esse perfil o valor da carga distribuída nas longarinas superiores será de 3,00kN/m. 33 6.1.4 Longarinas inferiores Os cálculos das longarinas inferiores foi analisada da mesma forma que as longarinas superiores, sendo feita a escolha do perfil observando em qual dos elementos estava submetido a maior tensão normal, nesse caso os elementos encontrados nos extremos da treliça, compreendidos entre os nós 1-2 e 14-15, a tensão normal resultou em 560,79 KN e o momento fletor neste vão foi de 0,19 KN.m. Concluindo que sessão encontrada foi a C 140 x 80 – 4,75, com isso foi possível adicionar o próprio peso da estrutura e observar se o perfil ainda atendia a demanda solicitada, onde a tensão normal foi de 573,12kN e o momento fletor nesse vão foi de 0,37 KNm 34 6.1.5 Diagonais Utilizando as informações do perfil circular de aço do catalogo da Vallourec, foi escolhido o perfil para a verificação das diagonais. A princípio foi realizada a análise para o elemento de maior tensão normal, compreendidos entre os nós 1-17 e 14-30, que possuíam forçanormal no valor de 281,70kN e momento fletor de 5,33kNm. Depois de testar as seções, obteve o perfil TC 88,9 x 10mm. Com essa seção foi adicionado o peso próprio nos elementos correspondentes, e analisado se a sessão ainda atendia as especificações com os novos esforços gerados. 35 Dessa forma, com o acréscimo do peso próprio, o perfil testado anteriormente não poderá ser utilizado. Sendo o TC 88,9 x 12,5mm o perfil mais econômico que poderá ser usado. Com esse perfil o valor da carga distribuída nas diagonais será de 0,236kN/m. 6.2 VERIFICAÇÃO DE FLAMBAGEM Para verificação da flambagem foi realizada a comparação entre a carga de flambagem e a carga de escoamento (FIGURA ). Figura 27 Verificação da flambagem 36 Esta análise foi realizada apenas nas peças submetidas a forças de compressão, sendo assim as transversinas não foram verificadas, pois não estão suscetíveis à flambagem. Dessa forma, foram escolhidas para representar à verificação as peças com as maiores cargas de compressão entre as longarinas e diagonais. Como pode ser observado, todos os elementos analisados atendem ao especificado, mantendo assim as seções determinadas anteriormente. 6.3 COMBINAÇÃO DE CARGA 2 – VERIFICAÇÃO DE DESLOCAMENTOS EXCESSIVOS Utilizando o programa FTOOL foi possível obter os valores para cada elemento ou nó o respectivo deslocamento e o valor da tensão a que está submetido aplicando os respectivos coeficientes de combinação e usando os perfis anteriormente dimensionados. Foi possível observar que a estrutura não atendeu aos critérios de deflexão, no qual foi fixado o valor de L/400 (L igual a 37,80 m) obtendo um limite máximo igual 94,50 mm. Tendo em vista essa não compatibilidade, foi então realizado o reforço nas longarinas superiores e inferiores com novos perfis para o atendimento da deflexão. A Tabela 2 apresenta os valores de tensão normal e deflexão com o novo perfil que atendeu o critério de deflexão nas longarinas foi o perfil C 420x100 - 4,75. Tabela 2 Tensão normal e deflexão Nó Normal (KN) Deflexão (mm) 1 2,24 0,00 2 -572,40 -9,31 3 -308,91 -28,12 4 -88,15 -46,25 5 88,13 -62,32 6 220,43 -75,29 7 308,60 -84,37 8 352,68 -0,44 9 352,66 -89,04 10 308,55 -84,37 11 220,35 -75,29 12 88,03 -62,31 13 -88,29 -46,25 Elemento Analisado Ag (m²) fy(kPa) E(kN/m²) l(m4) Lef(m) Carga de Flambagem (kN) Carga de Escoamento (kN) Situação Logarinas Superiores 4,8520E-03 2,5000E+05 2,1000E+08 4,9427E-05 2,7 1,0244E+05 1,8195E+03 APROVADO Logarinas Inferiores 2,9370E-03 2,5000E+05 2,1000E+08 2,9123E-05 2,7 6,0360E+04 1,1014E+03 APROVADO Diagonais 3,0000E-03 2,5000E+05 2,1000E+08 1,9600E-06 3,54 4,0623E+03 1,1250E+03 APROVADO 37 14 -309,09 -28,11 15 -572,78 -18,70 16 -0,84 0,01 17 -291,35 -18,36 18 -532,81 -37,10 19 -731,45 -54,33 20 -885,72 -68,96 21 -995,95 -80,07 22 -1062,08 -87,00 23 -1084,11 -89,35 24 -1062,05 -87,00 25 -995,89 -80,07 26 -885,63 -69,96 27 -731,32 -54,32 28 -532,65 -37,09 29 -291,16 -1,84 30 -0,62 -8,97 31 2,32 0,00 6.4 REAVALIAÇÃO DA ESTRUTURA Dessa forma, se fez necessário analisar as longarinas e as diagonais quanto a falha por escoamento ou ruptura da seção. No caso das transversinas não foi preciso reavaliar, uma vez que a mudança do peso próprio das longarinas não exerce influência nos seus esforços. Quanto a verificação da flambagem também não há necessidade de reavaliação, pois com a aumento das seções dos perfis das longarinas ocorreu um aumento da carga de flambagem, favorecendo a estrutura. Para atender o critério dos deslocamentos excessivos foi adotada a seção C420x100 - 4,75, com o peso de 0,515kN/m. Esse valor foi adicionado a verificação de cargas iniciais e observado se o perfil ainda atenderia a demanda solicitada. 38 Como pode ser visto nas imagens acima as seções requeridas no critério de deflexões excessivas também são admitidas para Verificação de esforços a falha por escoamento ou ruptura da seção. Na Figura 28, foi possível verificar que a seção das diagonais atende a verificação de esforços. Figura 28 Verificação dos esforços 39 7 CONCLUSÃO: Atualmente a construção industrializada nacional se apresenta pouco utilizada, caracterizando o setor da construção civil brasileira uma indústria predominantemente artesanal. A construção em aço e as suas diversas formas de aplicação são alternativas que garantem a evolução do conceito de qualidade, racionalidade e economia no processo da construção no Brasil. O presente trabalho consistiu no dimensionamento e caracterização dos elementos constituintes de uma passarela em formato de treliça, o que acarretou em deslocamentos verticais e horizontais dentro do exigido por norma. O programa FTOOL foi utilizado para obtenção dos diagramas de esforços de momento, normal e deflexão, considerando os coeficientes de combinação para o carregamento determinado. Foram analisados três critérios de limite, para a tensão combinada, os esforços solicitantes a serem suportados. A deflexão foi outro critério analisado, para verificar o limite máximo relacionado ao comprimento da passarela, fixado em 94,5mm. Por último foi analisada a carga crítica de flambagem, escolhidos perfis otimizados para o atendimento de todos os critérios citados. Os perfis adotados para as transversinas superiores C 48x23 – 1,16. Para as inferiores C 140x80 – 2,5, as longarinas inferiores e superiores C 420x100 – 4,75, as diagonais TC 88,9 x 12,5. Diante das informações disponíveis, das considerações feitas e do atendimento dos critérios estabelecidos por norma, foram feitas as verificações das combinações de carga com seus devidos coeficientes de ponderação, obteve-se um dimensionamento de modo que a passarela de pedestres em aço, atingiu resultados otimizados, estáveis e que garante a segurança da estrutura. 41 41 8 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7188: Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. Rio de Janeiro, 2013. ______NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. ______NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. FIALHO, Antônio de Pádua Felga. Passarelas Urbanas em estrutura de aço [manuscrito]. / Antônio de Pádua Felga Fialho. - 2004. xviii, 118f. : il., tabs., mapas. 42 42 APÊNDICE 43 43
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