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RADICAIS LIVRES & ESPÉCIES REATIVAS Nathana J Mezzomo Doutoranda em Farmacologia UFSM # Condição Fisiológica # Condição Patológica # Enzimática # Não-enzimática O organismo possui um complexo sistema de proteção antioxidante, como mecanismo de defesa contra os radicais livres, que são formados constantemente no metabolismo celular normal e em vários eventos patológicos e, quando em excesso, podem ocasionar a oxidação de moléculas biológicas. • O desequilíbrio entre o desafio oxidativo e a capacidade de defesa antioxidante do organismo é denominado de estresse oxidativo. instabilidade vida curta Podem atacar alvos celulares A oxidação é parte fundamental da vida aeróbica e do metabolismo celular, produzindo radicais livres de forma natural ou por uma disfunção biológica. Esses radicais livres cujo elétron desemparelhado encontra-se centrado nos átomos de oxigênio ou nitrogênio. O QUE É UM RADICAL LIVRE? Radicais livres são átomos, grupos de átomos ou moléculas que possuem elétrons livres não pareados em sua última camada orbital externa, o que explica sua instabilidade e elevada reatividade. O QUE É UM RADICAL LIVRE? • O2 é composto por dois elementos oxigênio (O), cujo número atômico é 8, sendo sua distribuição de eléctron a seguinte: Vamos acompanhar a formação de um radical livre, o superóxido (O2 -.), que é derivado do oxigênio molecular (O2). O QUE É UM RADICAL LIVRE? Para formar o oxigênio molecular (O2), os dois elétrons solitários do subnível p de um elemento oxigênio fazem intercâmbio com os dois elétrons de outro elemento oxigênio, formando um composto estável com 12 elétrons na última camada (L): O QUE É UM RADICAL LIVRE? Devemos lembrar que reações de redução implicam em ganho de elétrons, e as de oxidação, em perda. • Portanto, quando no metabolismo normal ocorrer uma redução do oxigênio molecular (O2), este ganhará um elétron, formando o radical superóxido (O2 -.), considerado instável por possuir número ímpar de elétrons na última camada L: O QUE É UM RADICAL LIVRE? Na verdade, radical livre não é o termo ideal para designar os agentes reativos patogênicos, pois alguns deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última camada. Como em sua maioria são derivados do metabolismo do oxigênio ou nitrogênio, utilizaremos o termo “espécies reativas”. HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2001 O QUE É UM RADICAL LIVRE? Em condições fisiológicas do metabolismo celular aeróbio, o oxigênio sofre redução tetravalente na mitocôndria, com consequente formação de água e produção de energia. Durante esse processo, são formados intermediários reativos como o peróxido de hidrogênio e os radicais livres superóxido, hidroperoxila e hidroxila. HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2001 ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO ERO ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO Embora as ERO possam ser mediadoras de doenças, sua formação nem sempre é deletéria. Exemplo: defesa contra a infecção, quando a bactéria estimula os neutrófilos a produzirem espécies reativas com a finalidade de destruir o microorganismo. Contudo, pode haver estímulo exagerado na produção dessas espécies, associada uma falha da defesa antioxidante. ERO ESPÉCIES REATIVAS DE NITROGÊNIO ERN Dentre as principais ERN incluem-se o óxido nítrico (NO∙), óxido nitroso (N2O3), ácido nitroso (HNO2), nitritos (NO2 -), nitratos (NO3 -) e peroxinitritos (ONOO-). a. O radical óxido nítrico (NO∙) pode ser produzido no organismo pela ação da enzima óxido nítrico sintetase a partir de arginina, oxigênio e NADPH, gerando também NADP+ e citrulina. b. O nitrato (NO3 -) pode transformar-se em nitrito (NO2-), que reage com os ácidos gástricos gerando o ácido nitroso (HNO2). c. O óxido nitroso (N2O3) também é percursor do HNO2 através de sua reação com a água. d. O ácido nitroso promove a desaminação das bases do DNA que contêm o grupo –NH2 livre, que são citosina, adenina e guanina, formando-se uracila, hipoxantina e xantina. BARREIROS et al., 2006 ESPÉCIES REATIVAS DE NITROGÊNIO ERN O óxido nítrico não é suficientemente reativo para atacar o DNA, mas pode reagir com o radical ânion superóxido, produzido pelos fagócitos, gerando peroxinitrito, que, pode sofrer reações secundárias formando agentes capazes de nitrar aminoácidos aromáticos. BARREIROS et al., 2006 DEFESAS ANTIOXIDANTES Enzimática Não-enzimática DEFESAS ANTIOXIDANTES Antioxidantes são substâncias que ajudam a reduzir os efeitos do estresse e da falta de oxigênio, formando complexos que atenuam as reações produtoras de RL. Para inibir a produção dessas substâncias, o organismo conta com a produção de enzimas, como o superóxido dismutase, que diminui com o passar dos anos, e RL aumentam e agem mais intensamente. “Alimentos que contêm propriedades antioxidantes como o beta-caroteno, as vitaminas C e E, e o selênio podem, retardar esse processo, neutralizando e retirando do organismo os radicais livres” DEFESA ANTIOXIDANTE Enzimática Peróxido de hidrogênio Radical peroxil Radical superóxido DEFESA ANTIOXIDANTE Não-enzimática O potencial antioxidante in vivo desses compostos depende de variáveis, como: absorção e biodisponibilidade em condições fisiológicas, concentração plasmática ideal, tipos de radicais livres gerados no processo oxidativo, em qual compartimento celular foram gerados e como foram gerados. BIANCHI & ANTUNES, 1999 DEFESA ANTIOXIDANTE Não-enzimática A vitamina C é comumente encontrado no organismo na forma de ascobarto, localizado nos tecidos orgânicos. Desempenha papéis metabólicos fundamentais, atuando como agente redutor de metais de transição (Fe3+ e Cu2+) presentes nos sítios ativos das enzimas ou nas formas livres no organismo. A vitamina E é a principal responsável pela remoção dos radicais livres na membrana eritrocitária e possui um importante papel de interromper a propagação da lipoperoxidação, atuando assim, na prevenção da hemólise por manter a estabilidade das membranas. Os carotenóides como a vitamina A agem in vivo como desativadores do oxigênio singleto ou como sequestradores dos radicais peroxila, reduzindo a oxidação do DNA e lipídios, associada a doenças degenerativas. DEFESA ANTIOXIDANTE Não-enzimática Outra classe de moléculas que atuam como antioxidantes é a chamada coenzima Q. As moléculas que formam a coenzima Q, além de auxiliarem da atividade enzimática, também servem como “moléculas de sacrifício”, sofrendo oxidação para proteger outras moléculas. DEFESA ANTIOXIDANTE Não-enzimática DEFESA ANTIOX FONTES DE PRODUÇÃO DE ER Mitocôndria Peroxissomos Células inflamatórias Endógena Radiação Xenobióticos Peroxidação lipídica Exógena ERO ERO MITOCÔNDRIA Endógena MITOCÔNDRIA A maior fonte de energia para os organismos aeróbicos está estágio 3 da respiração, que ocorre no interior da mitocôndria, onde uma molécula de oxigênio é reduzida a duas moléculas de água com o consumo de 4 elétrons: O2 + 4e- + 4H+ → 2H2O, por meio da ação da enzima citocromo-oxidase. • Na equação abaixo, descreve-se a etapa de redução do O2, formação do radical hidroxila e a segunda molécula de água: Endógena MITOCÔNDRIA A maior fonte de energia para os organismos aeróbicos está estágio 3 da respiração, que ocorre no interior da mitocôndria, onde uma molécula de oxigênio é reduzida a duas moléculas de água com o consumo de 4 elétrons: O2 + 4e- + 4H+ → 2H2O, por meio da ação da enzima citocromo-oxidase. • Na equação abaixo, descreve-se a etapa de redução do O2, formação do radical hidroxila e a segundamolécula de água: Endógena INFLAMAÇÃO A interação entre íons ferrosos e peróxido de hidrogênio gera radicais hidroxil da reação de Fenton. EROs ativam proteínas que ativam múltiplas vias de sinalização que também modulam a expressão gênica. Endógena PEROXISSOMOS O peroxissomo é uma organela que contém diversas enzimas oxidativas e está envolta por uma única membrana. Apresenta diversas funções, dentre elas: • Metabolismo de ácidos graxos de cadeia muito longa; • Detoxicação de radicais livres e • Degradação do peróxido de hidrogênio. • Catalase (CAT); • Superóxido Dismutase (SOD). Endógena PEROXISSOMOS O H2O2, produzido pela SOD, vai para o peroxissomo e é reduzido pela principal enzima: catalase A. Existem outras enzimas que também cumprem essa função, no entanto, só costumam funcionar se por algum motivo a catalase A não estiver ativa. Os peroxissomos tem função importante na degradação de radicais livres, por isso, defeitos nessa organela devem causar diversas doenças associadas aos radicais livres. Endógena RADIAÇÃO Exógena Como cerca de 80% do corpo é composto de água, a grande maioria das interações com radiação ionizante ocorre de forma indireta. • Incapacidade de transmitir informações; • Replicação anormal; • Morte celular • Dano temporário - o DNA sendo reparado com sucesso antes de mais divisão celular. Consequências: RADIAÇÃO Exógena [B] ionização da molécula de água produzindo íons e radicais livres que podem se combinar para danificar macromoléculas vitais, como o DNA. Os radicais livres podem se recombinar para formar peróxido de hidrogênio e um radical hidroperoxila. • Ambas estas substâncias são altamente reativas e produzem danos biológicos. XENOBIÓTICOS Exógena Aumento de radicais livres! Qual o mecanismo? [1] A iniciação é o passo no qual um radical de ácido graxo é produzido. Os iniciadores mais notáveis nas células vivas são EROs, como OH · e HOO ·, que se combinam com um átomo de hidrogênio para formar água e um radical de ácido graxo. Radical hidroxila Radical hidroperoxil [2] O radical ácido graxo não é estável, por isso reage rapidamente com o oxigênio molecular, criando assim um radical peroxil ácido graxo. Este radical reage com outro ácido graxo livre, produzindo um radical ácido graxo diferente e um peróxido lipídico. Este ciclo continua, como o novo radical de ácido graxo reage da mesma maneira. Oxigênio molecular [3] Quando um radical reage com um não- radical, ele sempre produz outro radical, razão pela qual se chama "reação em cadeia". A reação radical para quando dois radicais reagem e produzem uma espécie não radical. Os organismos vivos possuem moléculas diferentes que aceleram a terminação, neutralizando os radicais livres e, portanto, protegendo a membrana celular. • Importantes antioxidantes desse tipo é a vitamina E e C. • Outros antioxidantes endógenos incluem as enzimas superóxido dismutase, catalase e peroxidase. Dieta: Selênio?
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